Livro 30 Anos de Compromisso com a Floresta

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30 anos de compromisso com a floresta

CRISTIANE OLIVEIRA

De um pequeno grupo de idealistas ao maior sindicato patronal madeireiro do paĂ­s

2014

30 anos de compromisso com a floresta


capĂ­tulo 1

O sistema indĂşstria e o Sindusmad



O SISTEMA INDÚSTRIA E O SINDUSMAD

Entendendo o sistema indústria A criação de sindicatos no Brasil é regida pelo decreto-lei nº 1.402, de 5 de julho de 1939. Sindicato, na forma patronal, é a reunião de pessoas jurídicas que possuem atividade econômica comuns visando à defesa de seus interesses coletivos. Uma de suas principais funções, senão a principal, é promover a negociação das convenções coletivas do trabalho com os sindicatos laborais. Federação é uma associação de grau superior, organizada de no mínimo cinco sindicatos. Agrupam sindicatos de determinada região a ela filiados. A Confederação é uma associação sindical de grau superior, organizada com o mínimo de três federações. É a última instância das entidades de classe. É importante salientar que as entidades sindicais têm a prerrogativa de cobrança de mensalidade sindical, contribuição confederativa, contribuição sindical, taxa assistencial. A Contribuição Sindical trata-se de uma contribuição compulsória, significa que, todos aqueles que pertencerem a uma categoria deverão realizar o pagamento desta contribuição, ainda que não sindicalizados. A divisão é realizada na seguinte proporção: 5% confederação, 15% federação, 20% Ministério do Trabalho e Emprego e 60% aos sindicatos. Já a Contribuição Confederativa tem como finalidade custear o sistema confederativo da representação patronal ou profissional. O destino da Contribuição tem normas próprias com percentuais definidos da seguinte forma: 65% sindicatos, 5% confederação e 30% federação. A Contribuição ou Taxa Assistencial, poderá ser estabelecida por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Tem por objetivo custear as atividades assistenciais do sindicato. A contribuição assistencial não tem natureza de tributo, portanto, um desconto de natureza facultativa. 23


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

O Sindusmad O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) é um sindicato patronal madeireiro, com sede em Sinop (MT) e representa as indústrias do setor de base florestal de 27 municípios em seu entorno. Sua fundação foi o resultado da história da organização dos madeireiros no final da década de 1970 com a criação da Associação dos Madeireiros do Interior Matogrossense (Amin). Para que ao setor avançasse em Sinop houve a necessidade de buscar a união de vários empresários para juntos empreenderem lutas rumo ao desafio de escoar a produção da madeira, que apesar de tímida, impulsionava a economia da cidade. No ano de 1984 a maioria dos integrantes da Amim, bem como seu

BASE TERRITORIAL ATUAL DO SINDUSMAD Água Boa Bom Jesus do Araguaia Canabrava do Norte Canarana Claudia Colíder Confresa Feliz Natal Gaúcha do Norte Itaúba Lucas do Rio Verde Luciara

Marcelândia Nova Nazaré Nova Santa Helena Nova Ubiratã Novo Mundo Novo Santo Antônio Peixoto de Azevedo Porto Alegre do Norte Querência Ribeirão Cascalheira Santa Carmem Santa Cruz do Xingu

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Santa Rita do Trivelato Santa Terezinha São Félix do Araguaia São Jose do Xingu Serra Nova Dourada Sinop Sorriso Terra Nova do Norte União do Sul Vera Vila Rica


ARQUIVO PESSOAL JOSÉ CARLOS HAAS

ARQUIVO PESSOAL DÉRCIO MALDANER

O SISTEMA INDÚSTRIA E O SINDUSMAD

presidente, Valdemar Antoniolli, perceberam a necessidade de que a associação fosse transformada em sindicato, para assim ter maior representatividade e poder usufruir de recursos oriundos do sistema indústria (CNI, Fiemt e Sindicato), que já na época destinava um percentual das arrecadações das contribuições confederativa e sindical aos sindicatos devidamente constituídos. 1984: Caminhão com carga de toras representando a Amim, na primeira edição da Exponop E como sindicato forte é o que tem recursos financeiros para desenvolver ações em favor de sua categoria, entendeu-se que seria necessário buscar fontes de recursos para manter a entidade. Em 1984 foi criada a “Associação Profissional das Indústrias, de serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibras de Madeira”, que dois anos mais tarde seria transformada em Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), usufruindo de todos os direitos e deveres a ele instituídos. Criado sob os anseios dos industriais do setor em fortalecer e unir a classe, os empresários dedicaram vários anos de trabalho sério e árduo à constituição do Sindusmad, que se consolidou como um dos sindicatos de maior representatividade e confiabilidade no Estado de Mato Grosso, primando sempre por uma política que busca compatibilizar o desenvolvimento e a proteção ambiental. Com base nestes princípios o Sindusmad - em conjunto com O setor madeireiro sempre “tomou a frente” em Sinop. Na foto, diversos segmentos da sociedade e Haas recepciona o presidente João Baptista Figueiredo, em 1.981 25


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das instituições governamentais e não governamentais - vem buscando incansavelmente a fórmula para o tripé da sustentabilidade que é o desenvolvimento ambientalmente correto, economicamente viável e socialmente justo como forma de promover o crescimento econômico e social da região de maneira contínua e racional. Atualmente, com o foco de atender a categoria industrial madeireira, representar seus interesses e buscar o fomento de projetos em favor da classe industrial madeireira. HISTÓRIA O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) adquiriu status de sindicato em 21 de março de Pereira de Barros, 1986. No entanto, a semente Aloísio idealizador da Amim foi plantada em 1979, quando a falta de uma rede de energia elétrica inviabilizava as mais de 1.000 madeireiras instaladas na localidade, além da sobrevivência das famílias. O idealizador da Amim, Aloísio Pereira de Barros, à época, chefe comercial da Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), estava em Sinop há um ano e entendeu a necessidade da rede de energia para a cidade. Ele conta que a atividade madeireira era a principal e que a falta de energia comprometia a atividade. Sendo assim sugeriu a alguns empresários do setor que fosse criada uma associação para cobrar do governo do Estado a energização da cidade. “Reunimos alguns madeireiros e formamos a associação. Acataram minha ideia e formaram a diretoria, da qual eu era secretário, mesmo sem ser madeireiro”, recorda Barros ao destacar que o primeiro presidente da Associação foi José Carlos Haas e os companheiros de fundação foram Ervino Gebauer, Erno Reschk e Carlos Alberto Petruza. A primeira ação da associação então foi fazer um abaixo-assinado reivindicando rede de energia ao então governador, Frederico Soares Campos (19791983), na época em que se instalava uma média de 25 serrarias por dia em Sinop, vindas principalmente de Mato Grosso do Sul. Ele observa ainda que neste período a cidade de Sinop ainda não tinha prefeitura e prefeito. A Amim era a única entidade organizada e através dela eram feitas as solicitações a instituições como a Sefaz, 9º BEC e Cemat. “Íamos em pequenos grupos para Cuiabá buscar soluções nesses órgãos, tais como melhorias 26


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na BR-163, inaugurada três anos antes. O relacionamento com o governo do Estado era por meio da Amim”, detalha. Em seus relatos, Barros descreve que seis motores geradores de energia totalizavam 355 kva inicialmente. Esse número saltou para 12, sendo oito de grande e quatro de pequeno porte, em 1994, quando finalmente o linhão de energia passou por Sinop trazendo energia elétrica de rede para a cidade. Até então o fornecimento de energia era distribuído para a cidade por períodos. Como as indústrias madeireiras recebiam energia durante o dia, geralmente as vilas onde moravam os trabalhadores ficavam sem energia das 18 às 23h. Ele conta ainda que em 1979 a Cemat tinha a previsão de instalar 500 unidades consumidoras, no entanto, este Motor de alta potência, que fornecia energia unidades semelhantes número saltou para 1019. Assim, surgiu a elétrica para Sinop.Oito foram utilizadas por 15 anos, até necessidade da instalação de motores de a implantação do linhão de energia maior potência. Os motores eram movidos a diesel e, em 1993, 73% de todo combustível consumido no Estado ficava em Sinop, considerando a necessidade dos motores. Ainda falando em números, o linhão passou em Sinop em 17 de dezembro de 1994 e, neste período, a cidade era a terceira maior consumidora de energia. Entre 1993 e 1994 a região foi a segunda de maior crescimento no Estado. O abaixo-assinado enviado ao então governador resultou na ordem para a construção da rede de energia em duas partes, à margem da 163, ente a Madeireira Zava até a Madenorte. “Nos reunimos para defender os interesses da região. Não havia estradas nem pontes”, o primeiro presidente do Sindusmad, Valdemar Antoniolli, ao dizer que “na época, praticamente fazíamos o papel do poder público. Sinop era recém emancipada e o setor madeireiro era muito importante na região”. Dentre as reivindicações da Associação também estavam manutenção de estradas e a vinda do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) para o município. “Tínhamos que fazer todas as documentações por Cuiabá”, conta o segundo presidente do Sindusmad, Luiz Fávero, ao lembrar que a entidade não tinha um local para se instalar em Sinop e precisou ficar em uma sala da 27


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Associação. “Na época a Amim não tinha porta”, recorda da situação em tom cômico. José Carlos Haas, presidente por dois mandatos da então associação, diz que o sindicato foi uma das maiores conquistas do setor. “Só se consegue sucesso em grupo”, completou. O setor precisava de maior representatividade junto ao governo federal e a federação das indústrias, por isso, em 1984, passou a ser a Associação Profissional das Indústrias para que, dois anos depois, pudesse se tornar sindicato. “Amim foi o embrião da união do setor. Mas para termos um relacionamento com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) precisávamos de um sindicato. Inicialmente tentamos transformar a associação em sindicato, mas houve resistência por parte de alguns membros da sua diretoria”, disse Nereu Pasini, ex-presidente do Sindusmad e da Fiemt. Em 1986 chega a carta de reconhecimento sindical outorgada pelo então Ministro do Trabalho, Almir Pazzionotto Pinto. Uma das primeiras conquistas do sindicato foi o envio, pela Fiemt, de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo que, juntamente com madeireiros, pesquisaram as espécies de madeiras da região analisando características, resistência, utilização e catalogando-as. “Ajudou muito na divulgação dos produtos madeireiros”, ressalta Pasini. A filiação do Sindusmad à Fiemt trouxe mais desenvolvimento para a região. Com a filiação vieram Sesi e Senai, sendo o último o primeiro responsável pela especialização de mão de obra para o setor através dos cursos que ministrou, inclusive com a criação da Escola de Floresta, em convênio com o Promanejo, administrado pelo Diretoria de Florestas do Ibama, implantada no Projeto do Plano de Manejo Florestal Sustentável da Fazenda Jamanchim, de propriedade da empresa Coimal e, o primeiro, voltado para saúde, educação e lazer do trabalhador. “São entidades que hoje orgulham Sinop por tudo o que fizeram e pelo que ainda representam, possuindo modernas instalações”, disse Pasini. Ao começar atuar como sindicato, ao mesmo tempo em que houve grande crescimento industrial e comercial, surgiram as d i f i c u l d a d e s, s e n d o a 1994, quando o diretor local da Cemat, Aloísio Pereira de Barros, primeira e mais antiga a falta de energia elétrica em de energia elétrica. Paliativa- concedia entrevista sobre a ligação da redeSinop através do Linhão 28


O SISTEMA INDÚSTRIA E O SINDUSMAD

mente, as empresas utilizavam geradores de energia movi-dos a diesel, mas o grande crescimento do pátio indus-trial tornava a medida inefi-ciente. Este problema só foi resolvido com a construção do linhão até Sinop, inaugu-rado no governo do presi-dente Itamar Franco (1992-1995). A falta de energia elétrica sempre foi uma grande luta do Sindusmad, junto com os poderes públicos de Sinop e região. No período em que Jayme Campos foi governador do Estado (1991 / Grupo de engenheiros veio a Sinop demonstrar a 1994), foi celebrado acordo entre viabilidade da implantação da rede de energia no setor industrial que aglomerava as madeireiras, em 1979 Sindusmad e o governo, que fez uma renúncia fiscal de 10% da arrecadação do ICMS da madeira, para ser utilizado na reforma das caldeiras da Sinop Agroquímica e com isso reforçar o fornecimento de energia para Sinop, cujo quadro no momento era caótico. Posteriormente procedi-mento idêntico foi feito no governo de Dante de Oliveira (1995-2002/2002-2006), que também promoveu renúncia fiscal de 10% sobre a arrecadação do ICMS da madeira. A finalidade era a construção do Corpo de Bombeiros em Sinop. A obra e os recursos foram geridos pelo Sindusmad, sobre terreno doado pela Prefeitura de Sinop, na gestão do prefeito Adenir Alves Barbosa (1997/2000). A ação contemplou a corporação equipando-a com caminhões de combate a incêndio e de socorro, bem como mantendo a unidade com combustíveis, pessoal, uniformes, alimentação e outras necessidades nos seis primeiros meses. Depois desse período o governo do Estado assumiu todas as responsabilidades. Estes dois exemplos serviram de base para a criação de associações de madeireiros em praticamente todo o Estado. Elas buscavam parcerias parecidas com o governo estadual e com os recursos arrecadados pela renúncia fiscal passaram a ser as responsáveis pela conservação das estradas municipais. Foi um período em que o setor trabalhou a todo vapor, com as estradas em ótimo estado de conservação. O Sindusmad sempre lutou pela melhoria das condições de trabalho de seus associados, procurando diminuir as dificuldades de relacionamento com 29


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alguns órgãos de governo como Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com a Sefaz, o Sindusmad sempre intermediou as negociações da pauta da madeira, procurando diminuir a voracidade do governo. “Entramos na justiça contra o Estado, conseguindo isenção da Taxa de Serviços Estaduais (TSE), cobrada de todos os contribuintes sobre a emissão de documentos fiscais”, conta Pasini. Outra grande conquista do setor foi o programa Promadeira. O governador Dante de Oliveira (in memorian) tinha a preocupação com a continuidade do setor florestal e como era a imagem do Estado, uma vez que ambientalmente na época, não era das melhores, devido ao manejo incorreto de alguns para com a floresta. Era preciso medidas que fortalecessem o setor e o fizesse crescer sustentavelmente. O governador Dante deu ao então secretário estadual de Indústria, Comércio e Minas de Energia, Carlos Avalone Jr., a missão de buscar solução para a situação. A resposta veio com o programa de incentivos fiscais Promadeira, que viria alavancar um novo momento do segmento. Construído em conjunto com o Sindusmad, Fiemt e demais sindicatos madeireiros do Estado, alavancou a produção em números e tecnologias por um período positivamente rentável. O governador Blairo Maggi (2002-2006 / 2006-2010), deu continuidade ao programa também através da Sicme, quando o responsável pela pasta era o empresário Alexandre Furlan, presidente licenciado da Fiemt. No entanto, o novo governo afunilou todos os programas de incentivos fiscais num só, o Prodeic, sendo extinto então o Promadeira. O nome do programa Promadeira foi dado também à feira da madeira, realizada a cada dois anos, que foi inicialmente realizada no pátio da Fiemt em Cuiabá, depois no Centro de Eventos Pantanal, posteriormente em Sinop.

Reunião com o presidente Itamar Franco, solicitando recursos na ordem de U$ 17 mi para a implantação do linhão de energia em Sinop

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O SISTEMA INDÚSTRIA E O SINDUSMAD

Abaixo assinado feito pela Amim, em 1979, solicitando implantação da rede de energia na região das madeireiras, ao governador Frederico Campos

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O SISTEMA INDÚSTRIA E O SINDUSMAD

Acima, visita do presidente Itamar Franco, em 1993 na inauguração do linhão de energia. Abaixo, o president Fernando Henrique Cardoso, na inaugração da ampliação da capacidade do linhão, em 1995

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ARQUIVO PESSOAL OTACÍLIO CANAVARROS

capítulo 2

Audiência dos empresários mato-grossenses com o presidente João Baptista Figueiredo, em junho de 1980. Entre os empresários, o colonizador de Sinop, Ênio Pipino

O Sindusmad e a criação da Fiemt



O SINDUSMAD E A CRIAÇÃO DA FIEMT

O Sindusmad e a criação da Fiemt

Solenidade de posse da primeira diretoria do Sindicato da Construção e do Mobiliário de Cuiabá, no auditório do Sindicato dos bancários, em 12 abril de 1972

Não é possível resgatar a história da fundação do Sindusmad sem mergulhar profundamente no nascimento da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), que viria então para representar a indústria, fomentar seu crescimento, fortalecer o associativismo e contribuir com o desenvolvimento sustentável do Estado de Mato Grosso. E esta história começa então no ano de 1966, quando o engenheiro químico, Otacílio Canavarros e futuro primeiro presidente do Sistema Fiemt voltava do Rio de Janeiro para Cuiabá, recém-formado. Natural de Rosário Oeste, retornou ao Estado com o propósito de montar uma indústria cerâmica, segmento que ainda não existia na então pequena Cuiabá. Com o propósito definido chegou com estudos preliminares sobre o negócio. Conta que “ao montar a fábrica, eu comecei a viver com as dificuldades da maioria das empresas, que era o financiamento industrial. Não tínhamos indústria em Mato Grosso. Havia apenas um curtume que foi montado nos anos 50 e produzia solas para sapatos. Havia algumas serralherias e serrarias pequenas, uma ou outra indústria gráfica e nada mais. Cuiabá tinha em torno de 50 mil habitantes.” Canavarros conta ainda que os serviços oferecidos pelos bancos se limitavam a descontar duplicatas que venciam no máximo em 90 dias e não tinha sistemas de carteira de desenvolvimento industrial. A implementação industrial na época era desacreditada por toda e qualquer 37


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instituição e a visão geral era de que o Estado não estaria preparado para viver a fase de industrialização. Ainda no Rio de Janeiro frequentava o Clube de Engenharia e ali participou de treinamentos sobre óleos vegetais, tratamento de água, além de ter sido estagiário na Petrobrás, o que possibilitou uma visão mais ampla sobre a industrialização local. “Eu comecei a pensar o seguinte: temos que nos unir, criar uma associação para unir os pequenos com poder de ir aos bancos, ao governador, prefeitos, fazer reuniões, debater, avançar no sentido de abrir a mentalidade da classe para o 38


O SINDUSMAD E A CRIAÇÃO DA FIEMT

processo de industrialização”. Aproveitando o entusiasmo em empreender coletivamente, teve seu artigo “O processo de industrialização de Mato Grosso em 1966” publicado na Mato Grosso em Revista. O texto levou a muitos a visão de Canavarros e começava ali o impulso no movimento de criar a associação. Neste momento, as indagações: criar a associação como? De todas as indústrias? De um só tipo de indústria? No auge dos caminhos diversos a seguir, buscou então orientação na Confederação Nacional da Indústria (CNI) criada na década de 1930. Entendeu então que deveria criar a associação de uma categoria, por exemplo, na época tinha indústria da construção e do mobiliário era junto, ou então indústrias gráficas ou indústrias alimentícias. O engenheiro foi também sugestionado a entender o roteiro de como criar associações e sindicatos, tendo então que passar pelo processo de várias reuniões, conscientizar, fazer e lavrar atas, eleger diretoria provisória, encaminhar para o Ministério do Trabalho e para o Serviço Nacional de Informação (SNI). “Estávamos entrando no período militar. Havia o receio de que houvesse agitadores pró-comunismo ou seguidores de Fidel Castro”, explica Canavarros justificando o envio das informações ao SNI.

Reunião de fundação da Fiemt, em 25 de novembro de 1975

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O então presidente da CNI era o cearense Tomas Pompeu de Souza Brasil Neto e foi grande ajudador no início da Fiemt. E lá se foi Canavarros empreendendo na criação da associação ao mesmo tempo que tocava a fábrica, além de atuar como professor da Escola Técnica Federal, depois no Colégio Universitário e, Otacílio Canavarros com o Ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto, na solenidade futuramente, na Universi- de posse da primeira diretoria da Fiemt, em 29 de novembro de 1976 dade Federal de Mato Grosso (UFMT), da qual foi um dos fundadores. A criação da associação ocorreu em outubro de 1968. Depois de tudo formalizado junto ao Ministério do Trabalho, era então o momento de transformá-la em sindicato. “Eu estava tão intensamente dedicado que criamos o sindicato em dois anos, quando houve a posse do Sindicato das Indústrias da Construção do Imobiliário de Cuiabá, em 05 de outubro de 1971. O evento aconteceu em um dos poucos auditórios de Cuiabá, o do Sindicato dos Bancários. Autoridades como o governador e vice e cinco secretários de Estado prestigiaram o acontecimento. Liderado pelo engenheiro, o mais novo sindicato reuniu nomes como Artur Valdir Anfi, Leopoldo Mario Nigro, Helio de Souza Vieira, Ezio Francisco Calabria, Artur Bussik, Amaro de Assunção Silva, Luiz Antônio Figueiredo, Claylton Silveira, Deodato Rodrigues de Oliveira, Wilton Alves Correa e Dario Joaquim Tomazi(1). Então esse sindicato começou a falar em nome daqueles pequenos industriários e logicamente animá-los. Das reuniões participavam personalidades como o presidente do Banco da Amazônia, para quem foi pedida a criação da carteira industrial. Nesse período Canavarros entendeu que teria que criar mais sindicatos, pois já estava focado na implantação da federação industrial em Mato Grosso. Para isso, seria necessário que cinco sindicatos existissem para a criação da Fiemt. Mato Grosso, à época, era o único Estado que não tinha federação. Em seguida chega o momento de buscar outro segmento para criar mais um sindicato. Mas qual? Conta Canavarros que percorreu todas as indústrias (1) CANAVARROS, Otacílio Borges. Lutas e realizações para Mato Grosso. Fiemt 13 anos. 1988. Página 11

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O SINDUSMAD E A CRIAÇÃO DA FIEMT

gráficas, que no período se resumiam a pequenos salões com uma máquina, onde trabalhavam o dono e sua esposa. “Eu conversava com um e outro e perguntava onde mais haviam gráficas, sempre no final de tarde, antes de voltar para casa. O 'pessoal' das gráficas estava animado. Arrebanhando companheiros fieis busquei também empresários da indústria alimentícia”. Naquele período Cuiabá contava com uma indústria de óleos vegetais e outra de balas e caramelos. Nasceram então outras duas associações: gráfica e alimentícia. Desta forma, os panificadores foram a segunda categoria do meio industrial a fundar uma associação e transformá-la em sindicato. O reconhecimento do Sindicato das Indústrias da Panificação e Confeitaria de Cuiabá data de 16 de julho de 1974, sendo seu primeiro presidente o empresário Alfredo Guimarães, que no mesmo triênio passou o cargo a Delvayr Bottura(2). No mês de março de 1975 duas Cartas Sindicais foram assinadas pelo Ministério do Trabalho. A primeira reconhecia o Sindicato das Indústrias de Alimentação de Cuiabá, cuja liderança foi assumida pelo empresário e jornalista Archi- Canavarros: “Eu conversava com um e outro e perguntava onde mais medes Pereira Lima. A segunda haviam gráficas, sempre no final de tarde, antes de voltar para casa. O 'pessoal' das gráficas estava animado. Arrebanhando companheiros Carta oficializava o Sindicato das fieis busquei também empresários da indústria alimentícia” Indústrias Gráficas de Cuiabá, cujo primeiro presidente foi Públio Paes de Barros (3). No mesmo período Ênio Pipino começava abrir o norte do Estado, entre 1970 e 1971. Sem mais segmentos para avançar em busca de outros dois sindicatos para a criação da Fiemt, Canavarros seguiu para Campo Grande (MS). Vale ressaltar que no período Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ainda constituíam um só Estado. (2,3,4) CANAVARROS, Otacílio Borges. Lutas e realizações para Mato Grosso. Fiemt 13 anos. 1988. Página 11

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Reunião que elegeu a primeira diretoria da Fiemt, no Auditório do Senac, em 21 de setembro de 1976

A busca por novos segmentos para formar os sindicatos não foi aceita em Campo Grande. “Fiz os contatos, mas não obtive sucesso porque eles perceberam onde é que eu queria chegar e eles sabiam que a sede seria em Cuiabá. Na época existia uma rivalidade, pois Campo Grande queria separar. Antes a luta da cidade era para ser a capital. Como não houve o que se esperava iniciou-se a campanha para dividir o Estado”. Em Corumbá (MS) Canavarros teve boa receptividade e encontrou campos para novas associações quando se deparou com uma fábrica de cimento, um moinho de trigo e empresários da construção civil. “E eu fui lá para o hotel fiz a ata, e assim surgiu a associação das indústrias alimentícias. Eu expliquei tudo a eles e passaram a entender a importância da criação de sindicato”, explica Canavarros. Corumbá consolidava-se como segundo polo industrial do grande Estado. Ali foi criado então o quinto sindicato industrial, que reunia empresários do setor da alimentação, liderados por Luiz Passa Sobrinho. Completava-se o quadro de cinco entidades exigido pelo Ministério do Trabalho exigido pelo Ministério do Trabalho para a implantação de uma Federação. Vencia-se a primeira etapa de um trabalho que, sabiam os industriais, ainda reservava uma boa dose de sacrifícios. (4) No momento em que alcançou o número suficiente de associações que se transformariam em sindicatos, voltou à CNI e levou ao conhecimento do presidente as novidades, às quais foi muito receptivo. “Que ótimo! A sua federação vai ser a de número 21”, comemorou o então presidente da CNI. Na época o país era composto por 21 Estados e os demais eram territórios.

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O SINDUSMAD E A CRIAÇÃO DA FIEMT

Enquanto esperava os prazos legais para a transformação das associações em sindicatos, Canavarros conseguiu em Várzea Grande uma área para montar uma escola do Serviço Nacional da Indústria (Senai) e uma unidade do Serviço Social da Indústria (Sesi). Na oportunidade convidou Tomas Pompeu para visitar Cuiabá, Várzea Grande e Corumbá, levando-lhe a notícia de que se comprometeu com seus companheiros que não demoraria para que as obras ficassem prontas, pois a federação seria criada e a CNI injetaria recursos. O presidente da Confederação se mostrou aberto às solicitações e começou então a firmar compromissos com a futura federação industrial em Mato Grosso. Em 25 de novembro de 1975 então finalmente a Fiemt foi fundada e, em 21 de setembro de 1976 aconteceu a reunião que elegeu a primeira diretoria da entidade, no auditório do Senac, em Cuiabá. A diretoria ficou assim composta: Presidente: Otacílio Borges Canavarros 1º vice-presidente: Archimedes Pereira Lima 2º vice-presidente: Luiz Piassa Sobrinho 3º vice-presidente: Ézio Francisco Calábria 4º vice-presidente: Púbio Paes de Barros Suplentes: Moulard Herculano da Costa Leopoldo Mário Nigro Althair Gugelmin Milton Insuela Pereira João Marcos Dolabani Conselho Fiscal: Efetivos: Atílio Grisolia Filho Renato Curvo Agenor Helene Suplentes: Alfredo Guimarães Vieira Paulo César Cestari Agnelo da Silva Delegados representantes junto à CNI 43


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Efetivos: Otacílio Borges Canavarros Archimedes Pereira Lima Suplentes: Ézio Francisco Calábria Luiz Piassa Sobrinho Lembra Otacílio que com a divisão do Estado de Mato Grosso, em 1977, a cidade de Corumbá deixa então de fazer parte da Fiemt e novos sindicatos deveriam então substituir a atuação dos que já não mais pertenciam à base. Segundo Canavarros, o Sindusmad foi um sindicato de fundamental importância para a Federação. “Precisávamos de mais dois sindicatos e o Sindusmad foi um dos que exerceu esse papel histórico. Veio viabilizar a permanência da Federação”, conta. O primeiro presidente da Fiemt relembra também que por ser Sinop 500 quilômetros distante da Capital era muito importante um ponto de apoio da Fiemt nesta região. “A Fiemt estava representada ali. Em 1980 então com o apoio do colonizador Ênio Pipino e dos empresários da madeira levamos postos de atendimento do Sesi e Senai para a cidade”. Sobre a Escola do Senai, Canavarros recorda que foi a Sinop para fazer a inauguração. “Demos à escola o nome de Nilza de Oliveira Pipino, porque ela tinha falecido há pouco tempo num desastre aéreo”

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capĂ­tulo 3

A BR-163 e o setor madeireiro



A BR-163 E O SETOR MADEIREIRO

Logística: a primeira bandeira

Acampamento do 9º BEC

No final da década de 1960 e início dos anos 1970, quando Sinop começava dar seus primeiros passos rumo à possibilidade de se transformar em município, os que inicialmente ali se estabeleceram entenderam a importância de uma via de escoamento da produção e, não menos relevante, de acesso ao resto do país. Esta foi a primeira bandeira dos empresários madeireiros que timidamente iniciavam suas atividades. Por este motivo se uniram para lutar pelo objetivo comum e fundaram a Associação dos Madeireiros do Norte de Mato Grosso (Amim). Sendo assim, não é possível escrever a história do Sindusmad sem que esta passe pela implantação da BR-163. Desta forma os objetivos dos madeireiros vieram ao encontro do foco do governo federal, que era cortar a selva Amazônica, tarefa esta confiada ao Exército. O objetivo: promover a ocupação, a integração e o desenvolvimento da imensa região, seguindo o lema do governo federal “Integrar para não Entregar”, estabelecido pelo Programa de Integração Nacional (PIN). O pontapé para a abertura da rodovia BR-163, ligando Cuiabá a Santarém, no Pará, em uma extensão de 1.770 quilômetros – foi dado pelo 9º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), no lado mato-grossense e a grande obra – chamada também “A Predestinada” pela sua importância geopolítica, econômica e social. A missão era a implantação da rodovia à altura da Serra do Cachimbo, na

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

divisa com o Estado do Pará. Duas frentes de trabalho foram constituí-das para atuar j u n t o c o m o s desbravadores. A construção da BR-163 foi iniciada através do convênio celebrado entre Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e o Ministério do Exército, tendo o 9º BEC como

Acampamento da equipe Disparada

órgão executor. O trecho sob responsabilidade do 9º BEC se estendia de Cuiabá até 321 quilômetros ao norte de Cachimbo. O 9º BEC iniciou os trabalhos de construção da BR-163 lançando no seio das matas do centro e norte do Mato grosso equipes de topografia que abriram os primeiros picadões, embriões da futura estrada. Em seguida foram formadas equipes como a “Bandeirante”, responsável pelo desmatamento que delineou os contornos da rodovia. A equipe de terraplanagem, conhecida por “Disparada” aterrou grotões e pântanos, cortou elevações, deixando atrás de si a rodovia implantada. A equipe de revestimento realizou o encascalhamento da escada e seu acabamento final. Foi criada uma equipe para a construção de pontes sobre os rios como a do Teles Pires (160 metros) e a do Peixoto de Azevedo (148 metros). O rendimento alcançado nos trabalhos permitiu que o 9º BEC fosse além do previsto, ultrapassando a Serra do Cachimbo, indo encontrar o 8º BEC nas margens do Córrego Santa Júlia, distante 1.114 quilômetros de Cuiabá. A BR-163 foi inaugurada e entregue ao tráfego no dia 20 de outubro de 1976, às 10h30, na Rodovia BR-163 Cuiabá-Santarém. A solenidade foi presidida pelo presidente da República, Ernesto Geisel e aconteceu no quilômetro 877, na Cachoeira do Curuá. Também participaram da inauguração o ministro do Exército, Silvio Couto Coelho da Frota; dos Transportes, Dirceu de Araújo Nogueira; o chefe do Departamento de Engenharia e Comunicação do Exército, Venitus Nazaré Notare; o diretor do DNER, Adhemar Ribeiro da Silva, diretor de Obras e Cooperação do Exército, general de divisão José Ferraz da Rocha; os governadores do Mato Grosso e do 48


A BR-163 E O SETOR MADEIREIRO

A obra foi construída pelo 8º e 9º BEC cortando a floresta Amazônica no sentido Norte-Sul. No total foram empenhados recursos, em valores atualizados, no montante de R$ RS 875.663.512,04 e um custo de R$ 583.386,73 por quilômetro. A obra que demorou seis anos para ser concluída contribuiu para que as cidades a seguir, situadas ao longo da BR-163 fossem povoadas. Tiveram sua colonização iniciada durante e após a implantação da BR-163: Cláudia, Colíder, Guarantã do Norte, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Matupá, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Mutum, Peixoto de Azevedo, Santa Carmem, Santa Helena, Sinop, Sorriso, Terra Nova do Norte e Vera. Dentre os 1.500 trabalhadores que se dedicaram ao trabalho de construção da BR-163 está o militar Ondiário João da Silva, que foi destacado para o trabalho em 1972. Ele conta que “Não tinha nada, era só mata. Participei da abertura da rodovia em Sinop no período em que estava sendo aberta pela Colonizadora Sinop. Pude presenciar a chegada de vários imigrantes do Sul do país e me lembro que uma das primeiras construções no local foi uma pequena igreja de madeira”. Conta ainda que antes da abertura da cidade de Sinop, o território não era povoado e alguns seringueiros extraíam sua matéria-prima da localidade. O militar recorda que dentre os fatores que dificultavam o trabalho na construção da BR a malária era dos piores. Muitos dos trabalhadores, militares e civis, morreram na mata dizimados pela doença. No período em que as equipes trabalhavam para abrir a mata e assentar a estrada, principalmente na estação das chuvas não tinha como os comboios de alimentos terem acesso às equipes. Sendo assim, sacos com mantimentos eram jogados na mata por aviões do Exército. “A missão era abrir a estrada para beneficiar Mato Grosso. Para chegar a Sinop demorava meses e no trajeto, muitas das vezes, empurramos caminhões em atoleiros. Chegamos a ficar cinco meses na mata na época das chuvas por não ter como sair”, conta o militar aposentado, ao recordar que uma das histórias marcantes da obra foi quando um dos colegas de trabalho ficou 14 dias perdido na mata fechada. “Ele saiu para caçar e se perdeu na floresta”. Ondiário integrava Conclusão da ponte de madeira sobre o Rio Teles Pires a equipe de topografia, que 49


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

era a linha de frente do trabalho de abertura das estradas, abrindo picadas para a equipe de desmatamento entrar. ”Chegamos ficar 15 dias dentro da mata, trabalhando dia e noite, avançando em média 20 quilômetros por dia”. Odilo Teodomiro de Arruda, civil contratado pelo 9º BEC para operador de pá carregadeira, descreve que nas proximidades de Sinop grandes árvores da espécie castanheira povoavam a floresta. Ele expõe que três colegas morreram em acidentes com a derrubada dessas árvores devido à altura e peso delas. Animais como cobras, onças e escorpiões também representavam grandes perigos para os trabalhadores. Apesar de ter um enfermeiro e um médico na equipe, as condições de trabalho e a falta de medicamentos preju-dicavam em muito o atendimento aos doen-tes. Contam os extrabalhadores da BR163 que um dos companheiros de trabalho, chamado de Bispo, se aproximou de um dos rios para encher garrafas com água e foi surpreendido por indígenas. Uma das f lechas acer tou o Inauguração da BR-163, em 20 de outubro de 1976 trabalhador entre as costelas. Três dias se passaram até que fosse removido para Cuiabá para atendimento médico. Contam que utiliza-vam plásticos para a cober-tura das barracas de acampamento. “Levávamos esse plástico e lá cortávamos madeira em quatro. Ali debaixo montávamos a rede”.

Odílio e Ondiário trabalharam nas obras da BR-163, de 1971 a 1976

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TRABALHOS REALIZADOS NA IMPLANTAÇÃO DA BR 163 PELO 9° BEC ANO

1971-1972

1973

1974

1975 1976 1976

SERVIÇO Estudos e projetos Terraplenagem Cuiabá Revestimento primário Cachimbo Bueiro tubular de concreto Bueiro tubular metálico Ponte de madeira Estudos e projetos terraplenagem Cuiabá Revestimento primário Cachimbo Bueiro tubular metálico Ponte de madeira Estudos e projetos Cuiabá Terraplenagem km 1100 Revestimento primário Ponte de madeira Estudos e projetos Cuiabá Revestimento primário Igarapé Bueiro tubular metálico Santa Júlia Ponte de madeira Terraplenagem Revestimento Primário Cuiabá Bueiro tubular de concreto

TRECHO

Bueiro tubular metálico Ponte de madeira Igarapé Santa Júlia Projetos Terraplenagem Revestimento primário Bueiro tubular de concreto Bueiro tubular metálico Pontos de madeira TOTAL

1976

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EXECUTADO 500 km de projeto 3.650.0000 m3 202 km 1100 metros 1500 metros 450 metros 492 km 16.620.000 m3 733 km 16.055 m 398 m 31 km 450,583 m3 31 km 72 metros 100 km 200 km 4164 m 160 m 1.853.523 m3 116,30 km 76,50 m 2338 m 318 m 1.123 km 22.564.106 m3 1.282,30 1.176,50 m 24.057 m 1.398 m



capĂ­tulo 4

Valdemar Antoniolli 1Âş Presidente (1986-1989)



VALDEMAR ANTONIOLLI

VALDEMAR ANTONIOLLI 1º Presidente (1986-1989) 1ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Valdemar Antoniolli Secretário: Almiro Friso Tesoureiro: Celso José Simião SUPLENTES Luiz Carlos Fávero Nereu Luiz Pasini José Carlos Haas CONSELHO FISCAL Helvino Gebauer Milton Luiz Belincanta Josemar Batisti Archer SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL Alberto Edu Halt Comercindo Tomelin Ceni Antônio Ferronatto

O primeiro presidente do já constituído Sindusmad, Valdemar Antoniolli, liderou a diretoria que consolidou as primeiras conquistas do setor florestal em Sinop organizado em forma de sindicato. Antoliolli mais tarde viria a ser membro do Conselho de Representantes da Fiemt por três anos e ainda, seu vicepresidente por três mandatos consecutivos. Reconhecendo e dando sequência às demandas da extinta Amin, pautas como busca de energia elétrica, abertura de estradas e qualificação de mão-de-obra foram as principais bandeiras da primeira gestão. “Já no período os madeireiros reunidos tinham grande representatividade junto ao governo do Estado”, conta o primeiro presidente.

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GESTÃO ANTONIOLLI A pauta da madeira foi um dos primeiros entraves que a classe industrial tratou com o governo estadual. Antoniolli relata que as pautas determinadas pela Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) eram muito além do valor nominal de mercado já naquela época. “No período em que Júlio Campos foi governador do Estado (1983-1986) conseguimos a redução da pauta que o governo havia proposto. Ela estava 40% a cima do valor do mercado em 1984 e conseguimos negociar com o governo, índices acessíveis para o setor. Mas a pauta da madeira já negociávamos com a Sefaz desde a Amin”. Valdemar Antoniolli durante reunião da Fiemt, em Cuiabá Valdemar Antoniolli conta que havia uma resistência por parte dos integrantes da Amim para que a associação fosse transformada em Sindicato. Muitos acreditavam que a entidade perderia força e que sua representatividade era suficiente para as demandas do setor. No entanto, Antoniolli enquanto presidente da Amim foi convidado pelo então presidente da Fiemt, Otacílio Canavarros, para conhecer a importância de integrar o Sistema Fiemt, partindo do princípio que a nova formação faria com que o Sindicato participasse da Pirâmide da CNI. “Passaríamos a ter um retorno financeiro das nossas contribuições sindical e confederativa e isso seria importante para o caixa do Sindicato”, considera o ex-presidente que relembra ainda que como na época não havia recursos da instituição, as despesas com viagens à Capital

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ARQUIVO PESSOAL VALDEMAR ANTONIOLLI

ANTONIOLLI Os Antoniolli, madeireiros de origem, integram o rol dos visionários que vislumbraram no futuro de Sinop o grande polo em que a cidade se tornaria. No início da década de 1980 a família estudava regiões para expandir os negócios e buscou alternativas em Rondônia e no Pará. Apesar do escoamento precário, houve o entendimento de que a melhor opção seria se instalar em Sinop. “A região era promissora. A Colonizadora Sinop fazia uma campanha grande para a ocupação do local no Sul do País. Principalmente por sua localização elegemos Sinop”, recorda Antoniolli.


Em 1984 o então presidente da República, João Baptista Figueiredo, durante visita a Sinop, se reúne com madeireiros e é recepcionada no estande do Sindusmad, durante Exponop

que na época da criação do Sindusmad prestava serviços para a Coimal Madeiras, de Valdemar Antoniolli, também foi voluntário na criação do Sindusmad e sempre se manteve ativo nas ações da entidade. “O Sesi já atendia em Sinop com um pequeno posto, mas o Sindusmad foi o impulso para sua fixação definitiva”, conta. A implementação do Senai viria ser efetivada na gestão seguinte. “Todas essas conquistas se consolidaram devido à união de

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para tratar de assuntos do setor eram custeadas pelos próprios empresários. Já no início da década de 1980 o Serviço Social da Indústria (Sesi) mantinha em Sinop um posto de atendimento, no qual atendia o médico Adenir Barbosa. Com a necessidade Valdemar Antoniolli e Luiz Fávero, com o presidente da Fiemt, Otacílio de estender serviços de Canavarros e outros empresários durante a inauguração do Sesi saúde e segurança aos trabalhadores da indústria madeireira, Antoniolli solici-tou a Canavarros uma unidade padrão do Sesi para a cidade, o que ocorreu ainda na primeira gestão do Sindusmad. “Durante o evento de inauguração do Sesi pedimos ao Otacílio Canavarros a instalação de uma unidade do Serviço Nacional da Indústria (Senai)”. O contador Acir de Lima,

ARQUIVO PESSOAL VALDEMAR ANTONIOLLI

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VALDEMAR ANTONIOLLI


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empresários madeireiros que se dedicavam ao sindicalismo, com funções na diretoria do Sindusmad como Nereu Pasini, Terezinha Tomelin, Celso Simião (in memórian), Almiro Friso (in memórian), Luiz Fávero, Gaspar Zambiazi. Sozinho não se faz nada”. O principal motivo da solicitação pela instalação do Senai foi a dificuldade de qualificação de mão-deobra. “Inclusive houve muitas perdas pela falta de habilidade no trabalho com a madeira como toras que se perdiam já no corte por falta de conhecimento. Entendíamos que essas perdas eram prejudiciais aos empresários, à natureza e à economia”. O contador Acir de Lima Pinto foi colaborador do Sindusmad Acir relembra ainda que à época desde sua fundação da instalação do Senai, a unidade estava destinada a ser construída na cidade de Cáceres, mas o Sindusmad lutou junto à Fiemt para que se estabelecesse na sua cidade-sede. “Com o Senai estabelecido em Sinop vieram os primeiros cursos profissionalizantes e eram na área da profissionalização madeireira. O primeiro foi o de laminador, pois era uma função muito procurada, mas a mão-de-obra era escassa”, explicou. Na cadeia produtiva da madeira um dos maiores empecilhos para o setor eram as dificuldades no escoamento das cargas. “Foi reivindicado muito, foi trabalhado muito, inclusive este foi um dos principais motivos pelo qual nasceu a Amim” O escoamento se dava por estradas de chão – leia-se, na recém inaugurada BR163. Lima conta sobre a importância da primeira diretoria na Convenção Coletiva do Terezinha Tomelin também foi membro atuante do Trabalho (CCT) dos trabalhadores da Sindusmad e contribuiu para muitas das indústria madeireira. realizações da entidade

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VALDEMAR ANTONIOLLI

Destaca que a CCT que ainda hoje é utilizada pelo Sindusmad e o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário da Região Norte do Estado de Mato Grosso (Siticom) foi elaborada na primeira gestão pelo por ele, o presidente, e por Terezinha Tomelin. Desde então o texto-base permanece e somente os avanços nas negociações entre os sindica-

Sesi e Senai em Sinop: idealizados pela gestão Antoniolli

tos são alterados. Segundo Lima, na época os salários não eram divididos em níveis e com a redação proposta foi também sugerido que cada classe de trabalhadores da indústria madeireira fosse reunida em um nível salarial com objetivo de organizar as categorias bem como, criar uma espécie de níveis a serem galgados por cada trabalhador em suas carreiras nas indústrias madeireiras. Atualmente estão descritos assim os níveis dos trabalhadores: AUXILIARES DE PRODUÇÃO I - NÍVEL 01 Serventes, zeladores, gradeadores de madeiras, classificadores de lâminas e madeiras em geral, contínuos, empilhadores de madeiras, carregadores, embaladores, auxiliar de colagem de lâminas, alimentadores de secadores de lâminas e madeiras serradas, alimentadores de plainas, descascadores de toras e outros trabalhadores braçais com pouca ou nenhuma experiência não classificados sob outra epígrafe. AUXILIARES DE PRODUÇÃO II - NÍVEL 02 Auxiliares em geral, trabalhadores que prestam serviços de auxílio diretamente aos operadores qualificados: auxiliar de bitoleiro, auxiliar de talheiro, pé-de-torno, auxiliar de circuleiro, auxiliar de guilhotina, auxiliar de torno laminador, auxiliar de plaina, auxiliar de afiador de facas para torno laminador e serras em geral, auxiliar de destopador, auxiliar de foguista/operador de caldeira, auxiliar de escritório, secretária, recepcionista, vigia, auxiliar de operador de emendadeira de lâmina e/ou madeiras beneficiadas. OPERADOR DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS EM GERAL NÍVEL 03

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Operador de torno laminador de madeiras, operador de serras (fitas, circulares), serradores, circuleiros, bitoleiros, operador de guilhotina (hidráulicas, mecânicas ou pneumáticas), operador de máquinas de beneficiar madeiras (lixadeiras, plainas, tupias, emendadeiras e outras no acabamento de madeiras beneficiadas), operador de moto-serra, operador de emendadeiras de lâminas e/ou madeiras beneficiadas, foguistas e/ou operadores de caldeiras, operador de prensas a vapor, operador de secador de madeiras a vapor, destopador de madeiras em geral, afiadores de facas para torno laminador e serras em geral, batedor de cola, outros operadores de máquinas e/ou equipamentos de desdobra e beneficiamento de madeiras serradas, faqueadas e/ou laminadas não classificados em qualquer outra epígrafe, operador de pá-carregadeira, empilhadeiras, tratores de pneu e esteiras, utilizadas no transporte e movimentação de madeiras em toras e/ou serradas. TRABALHADORES NA ADMINISTRAÇÃO - NÍVEL 04 Motoristas de caminhões em geral no transporte de madeiras em toras e/ou serradas, encarregados de setores da produção e da administração, assim como dos chefes de departamentos fiscais, recursos humanos e financeiros. O contador explicou ainda que o consultor da Fiemt, José Carlos Viegas, participou ativamente da organização burocrática da fundação do Sindusmad e sua permanência. Viegas foi o responsável por repassar à primeira diretoria qual a função de um sindicato, quais os tipos de arrecadação, a emissão de guias de arrecadação sindical. “Quando saiu nossa Carta Sindical firmamos uma parceria com a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) para enviar os boletos das contribuições sindical e confederativa no mesmo malote da Sefaz para as empresas de Vera e Cláudia. Uma carta seguia em anexo explicando a obrigatoriedade do pagamento tanto das contribuições laborais quanto das patronais”, explica Acir de Lima dizendo que esse esclarecimento mostrava que os descontos laborais deveriam ser feitos de cada empregado até o final de abril de cada ano para que o sindicato da categoria obtivesse renda. ”O sindicato patronal que divulgou a obrigatoriedade de desconto anuais dos empregados em prol de seu representante associativo”. Ele recorda que houve o trabalho de conscientização do pagamento das contribuições que são devidas ao Ministério do Trabalho também para evitar problemas com as fiscalizações do órgão.

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capítulo 5

LUIZ CARLOS FÁVERO 2º Presidente (1990-1992)



LUIZ CARLOS FÁVERO

LUIZ CARLOS FÁVERO 2º Presidente (1989-1992) 2ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Luiz Carlos Fávero 1º vice-presidente: Tadeu Paulo Bellincanta 2º vice-presidente: Terezinha Tomelin Bogo 3º vice-presidente: Antônio Carlos Canozzo 4º vice-presidente: Josemar Batista Archer 1º secretário: Nereu Pasini 2º secretário: Alceu Gondro 1ª tesoureira: Terezinha Tomelin 2º tesoureiro: Helmut Otto Zubler SUPLENTES: Mauro Luiz Camilotti Antônio Passos Gregório Nicaretta Alfredo Kirsch Helio Edgar Enzweiler Nelson Tomazzi

Em 21 de agosto de 1989 foi eleita e empossada a segunda diretoria do Sindusmad que, presidida pelo empresário madeireiro Luiz Carlos Fávero, ficaria à frente da entidade até 21 de julho de 1992. Naquela oportunidade os associados ao Sindusmad reuniram-se para eleger e dar posse à nova diretoria, bem como, votar para que a base sindical fosse ampliada, pois até então somente a cidade de Sinop constava no Estatuto do Sindusmad, apesar de outras cidades em seu entorno já serem atendidas. Ainda nesta assembleia ficou instituída a cobrança de mensalidades para a manutenção da entidade. A área de atuação da entidade passou a atender as cidades de Sorriso, Santa Carmem, Vera, Claudia, Marcelândia, Itaúba, Colíder, Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás e Tapurah, além de Sinop. Também na assembleia o presidente eleito Luiz Fávero solicitou que os associados presentes sugerissem os valores de mensalidades, tendo ficado assim: meio salário mínimo vigente para empresas de pequeno porte e um salário para as de grande porte. Foi também na gestão Luiz Fávero que o nome da instituição foi simplificado e criada a sigla Sindusmad. A alteração registrada na ata de mesma 63


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Uma das principais lutas do setor foi a busca por energia elétrica para abastecer a cidade. O linhão foi inaugrado na gestão de Luiz Fávero

data de eleição e posse. O nome até então era Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibra de Madeira de Sinop e foi simplificado para Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad). Nos dias de hoje o empresário recorda com carinho os anos de dedicação ao Sindusmad na companhia de outros idealistas do setor madeireiro e, segundo ele, uma de suas melhores lembranças é a inauguração da Escola Rogéria Amato. No início da década de 1990 a cidade de Sinop ainda não contava com estrutura suficiente para atender a diversas áreas. A educação também era penalizada com a insuficiência de recursos do jovem município. O então presidente do Sindusmad buscou junto à Fiemt meios para que uma escola do Sesi fosse instalada em Sinop para atender aos filhos dos empresários e colaboradores das indústrias madeireiras. A escola do Sesi foi implantada onde hoje atualmente é a área de lazer e piscina do Sesi Clube e atendia alunos nos primeiros anos da vida escolar. Mantida pelo Sesi com toda a estrutura, inclusive com merenda escolar, professores e demais cargos administrativos, atendia gratuitamente aos alunos. Fávero conta que o então presidente da Fiemt, Ari Wojcik, realizou uma 64


LUIZ CARLOS FÁVERO

Fiemt na cidade. A programação coincidiu com a data em que acontecia a feira agropecuária de Sinop, a Exponop, que desde então o Sindusmad já montava seu estande para receber associados. Na oportunidade, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias, Mário Amato, também acompanhou a comitiva da Fiemt à reunião em Sinop. Da reunião da Fiemt em Sinop participaram o prefeito Adenir Barbosa e o colonizador Ênio Pipino. Durante esta reunião Fávero solicitou ao presidente da Fiemt e também ao da CNI que viabilizassem a construção do Sesi Clube em Sinop. Wojcik disse então que era para Fávero providenciar o projeto porque ele estava disposto a entregar a obra ainda em seu mandato. Sobre a escola, o presidente da Fiemt explicou a Fávero que a instituição não dispunha de recursos para a implantação, no entanto, a CNI poderia realizar o projeto. Fávero, aproveitando a visita de Amato a Sinop, lhe contou do projeto e, recorda que estas foram as palavras do presidente da CNI: “Faz o projeto e me manda, vamos construir esta escola”. O projeto arquitetônico foi feito por Sadao Watanabe. Tão logo os recursos para a obra chegaram e foram geridos pelo Sindusmad, bem como toda a estruturação. Em homenagem ao então presidente da CNI, a diretoria do Sindusmad resolveu que o nome da escola seria Rogéria Amato, que é a esposa de Mário. Ela esteve presente no evento de inauguração da unidade educacional. Também com foco na profissionalização, o então presidente solicitou ao Senai, que na época tinha como superintendente Sérgio Romani, o curso de técnico em madeira. Este treinamento preparava profissionais para o trato com a madeira em seu processo de industrialização em cursos de três anos. O segundo presidente do Sindusmad conta que o sindicato não tinha uma sede e funcionava e uma das salas de sua empresa. Quando o sindicato foi se fortalecendo e ganhando visibilidade a diretoria entendeu que seria necessário ter uma sede para as reuniões e eventos diversos. A primeira sede então foi ao lado do Posto Caiçara. Um tempo depois o sindicato alugou uma sala e comprou um telefone. O novo endereço era na Rua dos Lírios. Relembra ainda que na presidência de Sidnei Bellincanta (2001-2004) a sede mudou para uma sala na Avenida dos Tarumãs. A diretoria liderada por Fávero também inaugurou as unidades do Sesi e Senai em Sinop, que foram solicitadas pela diretoria anterior, a de Valdemar Antoniolli. Outra conquista do mandato desta diretoria foi a emissão de documentos de transporte de madeira na cidade de Sinop. Na época o Instituto Brasileiro de 65


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Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje Ibama, mantinha escritório na cidade de Cuiabá. Sempre que os empresários precisavam emitir suas guias para transporte de madeira tinham que se deslocar à Capital do Estado. Há que se considerar aqui as dificuldades de transporte naquela época, devido à não pavimentação da BR-163. Conta Fávero que sempre que necessário ir a Cuiabá tratar dos assuntos sindicais as despesas eram por conta própria, pois a entidade não mantinha um caixa que pudesse custear quaisquer despesas ainda. “Certa vez tivemos que resolver um assunto de liberação de autorizações de transporte para que as empresas de Sinop pudessem trabalhar e isso seria tratado com o IBDF. Como era urgente eu e outros dois companheiros fomos de táxi aéreo. Era um perigo, me lembro que a porta do avião era amarrada com uma cordinha amarela”, relembra Fávero. Conta ainda que neste período não havia chegado o telefone em Sinop e a forma de se comunicar com urgência era via rádio amador. Paulo Benedito Siqueira, delegado do IBDF, numa de suas visitas a Sinop, se encontrou com a diretoria do Sindusmad. Na época era preciso enviar via correio o movimento mensal de madeiras para o Instituto. Aproveitando a visita do delegado, o presidente solicitou um posto do IBDF em Sinop, visando agilizar a entrega dos movimentos e também a liberação das autorizações de transporte. A sugestão foi acatada pelo IBDF e em pouco tempo chegavam os móveis para o posto em Sinop, que inicialmente funcionaria junto à Amim, na antiga sede, próxima ao Posto Caiçara. A exemplo da união de trabalho entre os empresários e o IBDF, na primeira Exponop o estande do Sindusmad foi junto com o estande do instituto. A construção da primeira sede do posto do Ibama em Sinop também foi coordenada pelo Sindusmad, que geria os recursos a serem aplicados na obra. Conta ainda Fávero que em certa ocasião a Casa da Moeda deixou de fornecer as autorizações de transporte e então um acordo entre o Sindicato e o IBDF possibilitou que uma autorização emitida pelo Sindusmad e assinada pelo seu presidente e pelo chefe local do posto do IBDF, Vilmar Ramos de Meira, do instituto seriam válidas até que se equacionasse o problema. Neste período foi contratado Dércio Maldaner como executivo do Sindusmad. No mesmo período coincidiu a mudança da sede para a Rua dos Lírios. Com a arrecadação das mensalidades já era possível custear o funcionário, aluguel e telefone. Conta também que os primeiros móveis do Sindusmad foram doados pelo associado Hélio Edgar Enzweiler. O primeiro fax foi doado pela Fiemt, que na época fez a compra de vários desses equipamentos em Manaus. Luiz Fávero recorda que a falta da energia elétrica sempre foi a grande deficiência do setor no período em que se iniciava a cidade de Sinop. 66


LUIZ CARLOS FÁVERO

“Dependíamos dos motores da Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat). Mas a potência era insuficiente para atender o pátio indústria e a população de Sinop. Trabalhávamos em sistema de rodízio. Com isso algumas empresas só trabalhavam depois das 18h”, disse Fávero explicando que um tempo depois o rodízio era por regiões da cidade. Por isso muitas empresas operavam noite adentro, de madrugada para aproveitar a energia. Com o tempo cada empresa foi comprando seus próprios geradores. Sobre a pauta da madeira Fávero relembra que a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), a exemplo do que faz atualmente, já naquela época propunha valores altíssimos em todas as categorias. O Sindusmad, primeiro sindicato patronal madeireiro fundando em Mato Grosso, foi conquistando seu espaço junto às mais diversas esferas e, com o Governo do Estado não foi diferente. Em relação a isso, outra conquista da entidade foi a criação de uma superintendência da Sefaz em Sinop, que tinha como superintendente regional o servidor Dulcindo Dias Neves. Em seguida o departamento de fiscalização também se instalou em Sinop. A aproximação fez com que a Sefaz começasse a convidar o Sindusmad para as discussões da pauta da madeira. “Reuníamos os associados em torno da discussão da lista de preços mínimos da madeira e levávamos nossa proposta à Secretaria”.

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capítulo 6

GASPAR ZAMBIAZI 3ª e 4ª presidências (1992/1995 - 1995/1998)



GASPAR ZAMBIAZI

GASPAR ZAMBIAZI 3ª e 4ª presidências (1992/1995 - 1995/1998) 3ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Gaspar Zambiazi 1º vice-presidente: Tadeu P. Belincanta 2º vice-presidente: Valdemar Antoniolli 3º vice-presidente: Antônio F. Passos 4º vice-presidente: Olavo D. Webber 1ª secretária: Terezinha Tomelin 2º secretário: Alceu Gandro 1º tesoureiro: Celso José Simião 2º tesoureiro: Mauro Luiz Camilloti

4ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Gaspar Zambiazi 1º vice-presidente: Tadeu P. Belincanta 2º vice-presidente: Valdemar Antoniolli 3º vice-presidente: Antônio F. Passos 4º vice-presidente: Olavo D. Webber 1ª secretária: Terezinha Tomelin 2º secretário: Alceu Gandro 1º tesoureiro: Mauro Luiz Camilloti 2º tesoureiro: Ademir Tomelin

SUPLENTES: Antônio Nardi Nelson João Giacomelli Jairo De Carli Ademir Valentim Gabriel José Reis Moreira Alfred Kirsch Hélio Edgar Enzweiller Sérgio Luiz Seger Francisco Alves Queiroz

SUPLENTES: João Bosco Didomênico José Carlos Haas Olvide Galina Victor Poltronieri Nilo Slomp Alfred Kirsch Hélio Edgar Enzweiller Luiz Alberto Adams Antônio Virgilino de Rodrigues CONSELHO FISCAL: Luiz Carlos Fávero Luiz Fregonese Helmuth Zubler Roberto Carlos Paluchowski Delegados junto à Fiemt – efetivos: Gaspar Zambiazi Nereu Pasini Delegados junto à Fiemt – suplentes: Luiz Carlos Fávero Valdemar Antoniolli

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Gaspar Zambiazi foi eleito presidente do Sindusmad no ano de 1992. O terceiro presidente da entidade atuou por oito anos à frente do sindicato. Zambiazi decidiu intensificar, junto aos associados, ação da entidade para expandir técnicas de manejo sustentado e reflorestamento. “Os madeireiros devem ter consciência de que a perpetuação da atividade depende da preservação e do uso racional das florestas”, destacou Zambiazi em entrevista ao Jornal do Estado, no início do primeiro mandato. Na época havia aproximadamente 1.600 indústrias madeireiras na base terri-torial do Sindusmad e o setor movimentava U$ 90 milhões de receita bruta nos municí-pios de Apiacás, Alta Floresta, Carmem, Claudia, Colíder, Itaúba, Marcelândia, Paranaíta, Sorriso, Tapurah e Vera. GESTÃO ZAMBIAZI Negociou com governo do Estado a redução de 10% sobre a arrecadação do ICMS da madeira, assim construiu a unidade do Corpo de Bombeiros de Sinop. O sindicato manteve alimentação, uniforme e combustível da nova unidade por seis meses. Em 1.994 conseguiu acordo com a Sefaz modificando a legislação do aproveitamento da madeira. Lutou para o Estado atender prazos regimentais; adotar o sistema de conta gráfica para a apuração de custo; brigou por delegação de poderes aos postos de arrecadação das estradas; eliminação da bitributação para contribuintes da mesma atividade econômica; estabelecimento de portaria que, uma vez multado o contribuinte emissor do documento fiscal fosse fiel depositário da mercadoria; criação da delegacia da receita estadual; edição de lista de preço mínimo condizente com a realidade e diminuição da pauta da madeira. 72


GASPAR ZAMBIAZI

Matéria da Gazeta Regional, de fevereiro de 1.999, divulgando a inauguração do Corpo de Bombeiros de Sinop

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Comemoração da vinda do linhão de energia que viria equacionar a questão energética de Sinop também foi reivindicação do Sindusmad

Trailer instalado no Posto Fiscal Celeste, onde eram arrecadados 10% do ICMS de todas as cargas de madeira para a construção da sede do Corpo de Bombeiros. Os recursos e a obra foram geridos pelo Sindusmad

Participação de associados, representando o Sindusmad, no desfile cívico de aniversário de 13 anos de Sinop, em 09/1992

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GASPAR ZAMBIAZI

Primeira unidade-escola do Senai

Carlos Antônio Garcia Neto, então presidente do Sistema Fiemt, participou da cerimônia de transmissão de cargo de Gaspar Zambiazi para Nereu Pasini

Cerimônia de transmissão de cargo de Gaspar Zambiazi para Nereu Pasini

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capítulo 7

NEREU PASINI 5º presidente (1998-2001)



NEREU PASINI

NEREU PASINI 5º presidente (1998-2001) 5ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Nereu Luiz Pasini 1º vice-presidente: Valdemar Antoniolli 2º vice-presidente: João Bosco Di Domênico 3º vice-presidente: Ademir Valentin Gabriel 4º vice-presidente: Sidnei Ari Bellincanta 1º secretário: Alceu Gondro 2º secretário: Ilson José Redivo 1º tesoureiro: Terezinha Tomelin Bogo 2º tesoureiro: Alfred Kirsch SUPLENTES Antônio Francisco dos Passos Antônio Virgilino de Rodrigues Dilmar Biazussi Fernando Ulysses Pagliari Idair Broch Jeferson dorneles Rodrigues Nilo Slomp Victor Poltronieri CONSELHO FISCAL EFETIVO Adair Mário Benedetti Jaldes Langer Olvide Galina CONSELHO FISCAL SUPLENTE Ademir Tomelin Guilherme Domingos Camilotti Jr. Luiz Carlos Fávero

Em novembro de 1979 o então prefeito de Verê (PR), Nereu Pasini conheceu Sinop. Ao chegar ficou deslumbrado com a região e adquiriu uma área na estrada Priscila, que hoje pertence ao município de Santa Carmen. “Existiam muitas espécies de madeiras e verificamos o desperdício de matéria prima por agricultores e pecuaristas”, comenta Nereu Pasini, quarto presidente do Sindusmad. Anos depois, se licenciou do cargo de prefeito e mudou-se para 79


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Cuiabá. “Assim conseguia atender meus negócios de Sinop e Santa Carmem”, destaca Pasini. Em março de 1980 constituiu a Madeireira Fabiane e em seguida iniciou a instalação da indústria às margens da BR-163, a sete quilômetros do centro de Sinop. No mesmo ano adquiriu a Madeireira Carelli, na estrada de Cláudia, onde hoje está a Iracema Madeiras Ltda. “Eu tinha 35 anos de idade, formação de nível superior, certa experiência política, vontade de trabalhar, progredir e criar a família que era constituída pela minha esposa Elisa Maria e pelos três filhos pequenos, Fabiano, Fabiola e Fernanda”, recorda o pioneiro. Participou ativamente da vida sindical do setor em todo o Estado, sendo presença unânime nos fatos históricos. Quanto à criação do Sindusmad, conta que inicialmente o segmento percebeu a necessidade de buscar novos conhecimentos, procurou a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), na época presidida pelo empresário Otacílio Borges Canavarros, que acenou com a instalação do Senai e Sesi em Sinop. “Mas para termos um relacionamento com a Fiemt precisávamos de um sindicato para depois sermos filiados a ela. Inicialmente tentamos transformar a Amim em sindicato, mas houve resistência por parte de alguns membros de sua diretoria onde então partimos para a criação do sindicato representativo da indústria madeireira, surgindo então o Sindusmad em 1986, tendo Valdemar Antoniolli como primeiro presidente, e eu como vicepresidente, principalmente porque eu residia em Cuiabá e de lá da Capital enquanto estava com a família podia tratar dos assuntos do Sindusmad”, recorda. Pasini destaca ainda que muitas dificuldades atingiram ao setor, que sempre foi lutador e competente para vencê-las. Buscou novas tecnologias para melhor aproveitamento das madeiras, investindo em novos equipamentos e secagem de madeiras, com isso ganhou mercados novos, expandiu-os para o Sul, Sudeste,

Em 2.001 o setor reuniu mais de 12 mil pessoas em protesto contra a falta de ATPF’s, morosidade na análise de projetos de manejo e falta de funcionários na sede regional

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NEREU PASINI

Centro-Oeste e Nordeste do Brasil e o salto maior foi encontrar o caminho para a exportação dos produtos madeireiros, principal-mente para a Europa, Estados Unidos e China. O empresário lembra que o setor deslanchou após o asfaltamento da BR163, de Cuiabá a Sinop. Nereu Pasini assumiu a presidência da Fiemt de 2.003 a 2.006. Na foto com Nessa época, houve um os empresários Paulo Fiúza, Clomir Bedin e esposas grande aumento de indústrias do setor de base florestal sendo implantadas na cidade. “O volume de negócios aumentou muito e a indústria madeireira era responsável por mais de 80% da atividade econômica das cidades da região norte, fazendo com que muitas outras atividades surgissem, transformando completamente a região”, recorda. Quanto às transformações do setor, analisa que o segmento ficou muito forte, com grande volume de produção destinada ao mercado interno e externo, com muitas indústrias agregando valor aos seus produtos, dispondo de mão de obra qualificada e bem remunerada, permitindo que toda sorte de atividade nova

Na gestão de Nereu Pasini à frente do Sindusmad a feira Promadeira foi transferida de Cuiabá para Sinop

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tivesse sucesso em Sinop e região, como na prestação de serviços de manutenção industrial, de maquinários, transporte, saúde, educação, esportes, etc. O Norte do Mato Grosso começou a ter representatividade no Estado, elegendo deputados estaduais e federais, o setor industrial representado na Fiemt através do Sindusmad, transformou-se na época no maior e mais representativo Sindicato Industrial do Estado de Mato Grosso, em número de filiados e arrecadação, conquistando pela sua importância a primeira vice-presidência da entidade. No período Nereu Pasini assumiu a presidência da Federação por quatro anos, do início de 2003 até o final de 2006. Algumas realizações a frente do Sindusmad: Inauguração do Corpo de Bombeiros; luta para redução de ICMS a madeira; Descentralização do Ibama; Programa Promadeira; Feira Promadeira em Sinop; protesto, que em 2001, reuniu 12 mil pessoas contra a falta de Autorização para Transporte de Produtos Florestais, demora na análise de planos de manejo, falta de funcionários no Ibama, servidores despre-parados. Na época, o setor madeireiro arrecadava 55% do ICMS em Sinop e empregava 10 mil Pasini lança a pedra fundamental da nova sede do Sindusmad, pessoas. em agosto de 2.001. Na gestão de Pasini a Colonizadora Sinop doou o terreno para a construção

PROMADEIRA O empresário Carlos Avalone tem efetiva participação na história do setor de base florestal em Mato Grosso. Na segunda gestão do ex-governador Dante de Oliveira in memorian (1999-2002), Avalone liderou a pasta da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio, Turismo e Minas de Energia (Sicme). Já vindo do primeiro governo de Dante como secretário estadual de Turismo, atuava também como vice-presidente da Fiemt (Avalone ocupa a vicepresidência da Fiemt há 20 anos). Originalmente sua ligação com a indústria passou pelo cargo de presidente do Sinduscom. Avalone também descreve em seu currículo a presidência do Instituto Ação Verde. Conta que quando assumiu a Sicme o governo passava pelo momento em que havia equacionado os problemas energéticos, que eram graves no Estado. “Antes disso Mato Grosso não tinha energia, então não poderia se industrializar”, afirma ao completar que 40 cidades eram abastecidas com energia elétrica oriunda 82


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de motor a diesel na década de 1990. “Entre 1995 e 1998 o governo solucionou a questão energética. Foi instalado o gasoduto, concluída a Usina de Manso, criados os linhões, foi dada continuidade no linhão de Sinop até Alta Floresta e houve a estruturação necessária que para o Estado ter energia suficiente para se industrializar”, explica. Em seu segundo mandato Dante de Oliveira atribuiu à Sicme a incumbência de atrair investimentos Mato Grosso. Avalone recorda que conhecia o histórico do setor madeireiro no Estado. Conta que era um segmento tratado como “bandido”, devastador da Amazônia. “Eram tratados como empresários de terceira categoria. Iniciamos um projeto que trouxesse esse setor para uma nova realidade para que fosse tratado da maneira como deveria porque ele foi o responsável pela origem da maioria das cidades do norte do Estado. A Sicme então elaborou um planejamento para que aqueles que estivessem corretos teriam um tratamento diferenciado pelo governo”, explicou Avalone. Para elaborar o plano de desenvolvimento do setor foram contratados professores da Avalone: à frente da Sicme no governo Dante de Oliveira, que implentou o programa Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) como consultores e foi dado o início a um estudo sobre o setor madeireiro (econômico e ambiental) no Estado. Um desses consultores foi Ari Wojcik, ex-presidente da Fiemt e empresário madeireiro, além do técnico Juarez José da Silva. Com os dados em mãos foi criado o Programa de Desenvolvimento do Agronegócio da Madeira (Promadeira) com o intuito de incentivar a produção ambientalmente correta da madeira e, em contrapartida receber um selo de qualidade. A intenção era também transformar o programa numa feira para divulgar o produto, alcançando reconhecimento da comunidade ambiental do Brasil e internacional. Aliado a isso, um forte trabalho de marketing foi desenvolvido, inclusive mudando o nome de setor madeireiro para setor de base florestal. O projeto foi apresentado pelo então secretário aos empresários do segmento em cinco polos madeireiros na região norte, onde também buscou opiniões. A meta era incentivar a cadeira produtiva da madeira, desde a colheita até 83


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os estágios de industrialização. Quanto mais valor agregado e geração de empregos, maiores os incentivos fiscais. Estes poderiam chegar a até 85% e o setor era tratado de forma individualizada porque o programa era restrito a ele. Segundo Avalone, quando a apresentação foi feita aos empresários de Juara uma situação que lhe marcou. Recorda que ao final da explanação um dos madeireiros presentes levantou a mão e disse: “Secretário, você está dizendo que haverá incentivo fiscal para madeireiro? Está dizendo que o banco vai financiar o setor madeireiro pelo FCO? Quando eu entro no banco o gerente sai pela porta dos fundos para não receber madeireiro. Somos tratados como bandidos. E como eu sou filho de madeireiro sou bandido de segunda geração”. Conta o ex-secretário que respondeu que as propostas eram um compromisso do governo com o setor. “Vamos aprovar este projeto e vocês serão financiados pelo e BNDES porque estarão ambientalmente corretos. Vamos emitir um selo de qualidade”. No período eram 1500 madeireiras no Estado e aderiram ao Pró Madeira 650 delas, entre 2001 e 2002. O programa também foi apresentado ao BNDES e Banco do Brasil. Em consonância o Sebrae ministrava treinamentos de gestão capacitando aos trabalhadores e empresários. “O programa foi formatado de uma maneira completa, não individual e era acompanhado pela Sicme, que visitava os empresários a cada trimestre fazia um laudo, reconhecia os avanços da indústria e emitia a certificação”. Na época, segundo Avalone, O BNDES chegou a admitir que era proibido financiar madeireiros na Amazônia, no entanto, a exceção seria aberta para os que tivessem o selo. A partir de então o governo do Estado criou outros programas de incentivo à cadeia produtiva como o Proalgodão, Proarroz e Procouro. A Feira Promadeira que aconteceu de 2000 a 2010, bienalmente, se tornou uma vitrine dos produtos e tecnologias do setor. As duas primeiras edições aconteceram em Cuiabá e as demais em Sinop. A intenção da feira era manter um calendário permanente de exposição do segmento no Brasil, já que também a cada dois anos já acontecia a Feira de Belém, com o mesmo intuito. “O madeireiro passou a ser reconhecido como um empresário que tem méritos pelo pioneirismo, o que o setor significou para o Estado e sua importância. Passou a ser visto de uma forma diferente. Neste momento começou a ser financiado pelo BNDES e FCO. Passamos a ter um setor madeireiro no Estado estruturado dentro de bases sustentáveis”, diz. O Promadeira foi o carro-chefe e deu novo ânimo para o setor na época. Foi o primeiro programa de incentivo feito sob medida para cadeia produtiva. Seu ineditismo também se baseou em não ter sido criado para atrair empresas de fora, mas para resolver problemas locais. Havia o interesse em regularizar e 84


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regulamentar o setor. “Acredito que o maior benefício que houve para o setor foi o reconhecimento. O setor parou de ser tratado como bandido. A sociedade parou de vê-lo como devastador e passou a respeitá-lo”. Avalone observa que é importante que instituições de defesa do meio ambiente entendam que o setor de base florestal tem a mesma preocupação que eles têm com a preservação da floresta em pé. Segundo ele, o segmento defende a conservação do meio ambiente de forma sustentável, utilizando seus recursos de forma adequada para gerar emprego e renda. “Importante mostrar à sociedade que não somos adversários. E também que deve-se respeito aos que atuam dentro da legalidade”. A regra básica para ingresso ao Promadeira era que a madeira fosse colhida em projeto de manejo ou reflorestamento. O então governador Dante de Oliveira apresentou o Promadeira nos Estados Unidos e em vários outros países. Com isso Mato Grosso passou a ser respeitado em sua forma de produzir madeira dentro e fora do país. Neste período Mato Grosso se consolidou junto ao Ministério do Meio Ambiente como Estado apto a receber financiamentos a madeireiras oriundos do FCO, tendo como pré-requisito estar incluso no Promadeira. Outros estados que quisessem se enquadrar na modalidade de financiamentos do FCO para as indústrias madeireiras deveriam também criar um programa de incentivos para ter a aprovação do Ministério do Meio Ambiente, que é ligado ao FCO. O ex-secretário cita ainda que se recorda do financiamento angariado por uma empresa de Mato Grosso, no montante de R$ 8 milhões, com carência de dois anos e dez anos para quitar. Dante de Oliveira teve a preocupação na forma como desenvolver o Estado porque sabia que o desenvolvimento passaria pelo crescimento da indústria madeireira e, seria papel do governo criar situações para que o setor o segmento se desenvolvesse frente às questões ambientais. Avalone comenta que: “Dante defendia que se não resolvesse esta questão Mato Grosso sempre seria visto de uma forma equivocada pelo mundo. Então ele falou para mim: quero uma solução para o setor madeireiro”. No Estado, na época, entre oito e dez por cento do ICMS era oriundo do setor madeireiro. A ideia foi então criar uma cadeia de incentivos que, a princípio poderia ser negativo para a arrecadação estadual, porém, num segundo momento, seria compensatória. Unindo as secretarias de Fazenda e a de Meio Ambiente à Sicme foi dado o início ao maior programa de incentivos fiscais do Estado direcionado exclusivamente à cadeia da madeira. Os incentivos acompanhavam toda a cadeia da produção madeireira. Se durante o processo produtivo a madeira fosse simplesmente colhida e entregue no pátio da empresa, esta não contaria com incentivos. No entanto, se a empresa 85


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agregasse a isso a secagem, já entrava na linha dos benefícios fiscais. Se a mesma empresa serrasse, os descontos fiscais alcançariam o patamar de 30%. Se transformasse em porta, por exemplo, chegava a 50%, em forro e janela alcançava 70%. Naquela época as madeireiras de Sinop empilhavam o pó-de-serra em seus pátios, o que ocasionou diversos casos de incêndio. O Promadeira concedia 100% de incentivo se o pó fosse utilizado no processo de fabricação de portas em seu preenchimento. “Então o mercado internacional, a parte ambiental internacional entendeu que o Estado estava abrindo mão de recurso de ICMS para resolver problema ambiental”, disse. A redução do ICMS para as empresas inseridas no Promadeira também se estendia a máquinas e equipamentos. O mesmo programa foi utilizado em outras cadeias produtivas de Mato Grosso. No mesmo período o Estado tinha uma produção irrisória de algodão. Avalone comenta que adotou a seguinte linha de raciocínio junto à equipe de governo: “O Estado não produz algodão, logo não arrecada sobre esse produto. Vamos conceder 70% de incentivos e receber 30%. Nossa produção representava 3% em nível nacional e em um ano e meio passamos a ter 50% de representação. Hoje Rondonópolis tem um distrito industrial só de fiações e tecelagens devido ao programa”. Conta ainda o ex-secretário que em viagens a Minas Gerais e Santa Catarina, em parceria com a Fundação Mato Grosso, visitou fiações e as convidou para conhecer Mato Grosso. Quanto à apresentação do Estado para novos investimentos, Avalone conta que do governo elaborou um VT institucional de cinco minutos sobre a produção de Mato Grosso mostrando que estava pronto para receber investimentos. Com a questão ambiental resolvida o Estado se tornava mais atrativos aos investimentos externos. Com o material em mãos o então governador buscava empresas mostrando que o Estado estava pronto para receber investimentos. A comitiva era composta por empresários que davam depoimentos de cinco a dez minutos sobre a experiência de ter investido no Estado. Dentre os que acompanharam esta caravana destacam-se Blairo Maggi, Luiz Furlan, diretores da Sadia, dentre outros. A primeira apresentação foi na Gazeta Mercantil, em São Paulo (SP). 440 empresários conheceram as inovações do Estado naquele dia. O Grupo Tio Urbano escolheu Mato Grosso para investir naquela explanação e optou por se instalar em Sinop. Outros programas de incentivos foram criados com o objetivo de tratar individualmente cada setor por conta de suas particularidades. A região de produção de determinado produto norteava a forma como deveria ser 86


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estabelecido o programa. EXTINÇÃO DO PROGRAMA Abaixo matéria produzida pela Secretaria Estadual de Comunicação do governo do Estado sobre a extinção do Promadeira. Quarta, 28 de dezembro de 2005, 09h25

Governo transfere empresas do Promadeira para o Prodeic RAQUEL BARROSO (Assessoria/SICME-MT)

As empresas que estavam enquadradas no Programa de Desenvolvimento do Agronegócio da Madeira (Promadeira) foram transferidas para o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado de Mato Grosso (Prodeic), devido à extinção do Promadeira ocorrida no dia 09 de dezembro, com vencimento da Lei nº 7.200 de 1999. Para agilizar o processo, a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) optou por enquadrar as empresas no Prodeic por entender que seria mais vantajoso para as indústrias, aumentando a possibilidade de obter maior incentivo fiscal. “O assunto foi amplamente discutido com os sindicatos das indústrias madeireiras juntamente com a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso”, explica o secretário Adjunto de Desenvolvimento da Sicme, José Epaminondas Mattos Conceição. O Promadeira previa incentivos de até 85% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e recolhimento de 7% ao Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado de Mato Grosso (Fundeic) que é revertido em financiamentos para empresas da mesma cadeia produtiva do empreendimento incentivado. Com o Prodeic as empresas poderão obter incentivos de até 100% do ICMS, obedecendo aos critérios aprovados pelo Condeprodemat, publicados no Diário Oficial do dia 22 de dezembro. Os critérios para concessão de benefícios incluem geração de empregos, investimento fixo necessário à implantação ou expansão, agregação de valor, utilização de matéria prima produzida no Estado, grau de tecnologia utilizada na produção, controle animal, fator social, índice de desenvolvimento humano do município e população do município. “O Prodeic tem condições de incentivar melhor as indústrias que mais agregaram valor. Além disso, ao invés de recolherem 7% ao Fundeic passarão a recolher 5%”, afirma José Epaminondas.

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No total foram transferidas para o Prodeic 240 empresas. As empresas que produzem apenas madeira serrada não foram enquadradas no programa juntamente com outras 62 que apresentaram irregularidades. Além das empresas que estavam enquadradas no Promadeira também foram transferidas para o Prodeic três indústrias que eram beneficiadas pelo Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Boi (Procouro), cuja lei de incentivo encerrou no dia 17 de dezembro. A lista completa das empresas que foram transferidas do Promadeira e Procouro para o Prodeic foi publicada no Diário Oficial, no dia 08 de dezembro deste ano. O PROMADEIRA E A FIEMT Para o presidente que esteve à frente da Fiemt no período em que foi implementando o Promadeira, Carlos Antônio de Borges Garcia (Catonho), que liderou a diretoria por dois mandatos consecutivos: 1994-1997 e 1997-2000. O então governador Dante de Oliveira recepcionou em sua casa, em cafés da manhã, empresários do setor de base florestal para conhecer e entender melhor as demandas do segmento. Oliveira também esteve por várias vezes reunido com os empresários na Federação das Indústrias de Mato Grosso. Segundo o ex-presidente, Carlos Avalone foi figura determinante para a implementação do Promadeira. Se tornou o elo entre os empresários por meio da Fiemt, já que era vicepresidente da entidade - e o governo do Estado, uma vez que havia atuado como secretário no primeiro mandato de Dante e, no segundo, ocupara a liderança da pasta da Sicme. “O nosso papel enquanto Fiemt foi de interlocutor, pois quem apontou para o governo qual a situação do segmento florestal foram os Catonho estava à frente da Fiemt quando da implementação do Promadeira: Fiemt teve o papel de interlocutora entre empresários florestais”, comenta Cato- produtores e o governo nho.

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capítulo 8

SIDNEI BELLINCANTA 6º Presidente (2001-2004)



SIDNEI BELLINCANTA

SIDNEI BELLINCANTA 6º Presidente (2001-2004) 6ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: Sidnei Ari Bellincanta 1º vice-presidente: Luiz Carlos Fávero 2º vice-presidente: Antônio Giachini 3º vice-presidente: Sérgio Luiz Seger 4º vice-presidente: Joserlei de Souza 1º secretário: Carmem C.M.D. Tomazoni 2º secretário: Marisa Terezinha Costa 1º tesoureiro: Mauro Luiz Camilotti 2º tesoureiro: Antônio Virgilino de Rodrigues SUPLENTES Gleisson Omar Tagliari Francisco Ruiz Brites Neudi Giacomelli Silvio Lucas de Oliveira Itamir Luiz Trombetta Saulo Geraldo de Oliveira Carlos Gilberto Pierdoná CONSELHO FISCAL EFETIVO Roberto Carlos Paluchowski Fernando Ulysses Pagliari Vito Greggio CONSELHO FISCAL SUPLENTE Marciano Kreibich Lauri Antônio Balbinot Mauro José Zambiazi

No dia 22 de julho de 2001 foi eleito para a sexta presidência do Sindusmad, Sidnei Ari Bellincanta, que ao despedir-se da presidência, três anos mais tarde, entregou à próxima diretoria, liderada por Jaldes Langer, a nova sede do Sindusmad, construída com recursos de mensalidades e doações de associados. O ex-presidente comenta que a obra demorou dois anos e meio para ser concluída e a nova sede havia sido idealizada e seus primeiros passos foram dados na gestão de seu antecessor, Nereu Pasini. 91


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No mandato de Belincanta foi construída a sede nova do sindicato

Durante sua gestão houve muitos problemas com fiscalização e documentação. No mandato de Bellicanta, Sinop recebeu o segundo maior laboratório de tecnologia da madeira do Brasil, com investimento de R$ 650 mil. “A vinda deste laboratório foi uma grande conquista do setor”, recorda o empresário. Bellincata buscava novos associados em toda a região para a entidade. “Os sindicatos tinham que se unir buscar soluções com mais rapidez junto à Federação das indústrias”, ressalta, ao destacar que com este objetivo a então diretoria iniciou conversações para que todos os sindicatos madeireiros se unissem sob uma só representatividade. Este embrião, em 2004 viria a ser o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras de Mato Grosso (Cipem). O CIPEM (1) O setor de base florestal em Mato Grosso se desenvolveu de forma descomunal em relação a outras regiões do Brasil. As indústrias do ramo madeireiro representam um importante e fundamental papel no desenvolvimento econômico e social do Estado. (1) OLIVEIRA, Cristiane. A saga dos guardiões da floresta. 2011 92


SIDNEI BELLINCANTA

A ideia da criação do Cipem nasceu em 2003 em uma reunião convocada pelos empresários Sidnei Belincanta, César Mason e Clomir Bedin (Chicão), da qual participaram industriais exportadores de madeira. A intenção era criar um centro para defender os interesses das empresas exportadoras. Após a criação, em 2004, por conta da crise cambial que abateu as exportações, o Cipem ficou inativo por quatro anos. Em 2007, vendo a necessidade de sua reativação os presidentes dos oito sindicatos se reuniram e retomaram as atividades, agora, em prol de todo o setor no Estado. Nesse período foi criado o Fundo de Apoio à Madeira de Mato Grosso (Famad-MT). Um começo difícil, porém, repleto de vitórias. Assim pode ser considerado início do Cipem em Mato Grosso. Jaldes Langer, presidente nomeado, conta que as coisas não eram fáceis, mas o objetivo de ter o setor unido os motivou ao trabalho.

SINDUSMAD

SIMNO

SINDINORTE

Sindicato das Indústrias de Laminados e Compensados do Estado de Mato Grosso

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS DO MÉDIO NORTE DE MT

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“A maior preocupação dos presidentes dos sindicatos era buscar recursos financeiros para atender à demanda que o setor possuía, principalmente quando se tratava de demandas jurídicas em defesa da própria gestão interna do Cipem”, conta Jaldes que também lembra, com saudades, de Clóves Vetoratto, figura fundamental na reativação do centro. “Quem nos ajudou muito foi Clóves, um dos maiores incentivadores e também a pessoa que sugeriu e defendeu o Famad junto ao governo do Estado”. ATUAÇÃO O Cipem congrega os oito sindicatos madeireiros do Estado e abrange 100% dos municípios produtores de madeira, tanto nativa quanto plantada. Representado por indústrias madeireiras, promotoras de manejos florestais e reflorestamentos o setor é responsável por empregar direta e indiretamente mais de 160 mil pessoas. Mais do que incentivar a produção e o consumo de madeira e seus derivados, o Cipem atua com foco na excelência em qualidade, prezando pela produtividade e sustentabilidade. O centro atua no auxílio e na organização de vários projetos, cursos, palestras, seminários, feiras e publicações, todos voltados à educação e consciência ambiental. Para Nereu Pasini, o Cipem foi uma conquista de todos e muitas pessoas ajudaram nesse objetivo, entre eles Clóves Vetoratto. Vale também lembrar o trabalho do incansável e idealista superintendente do Cipem, Álvaro Leite, para que os objetivos maiores do setor fossem alcançados. “O Cipem bem gerido é entidade que fala e marca posição em nível nacional e mundial”, refletiu Álvaro Leite. CIPEM - entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como objetivo congregar empresas e entidades do setor de base florestal, representandoas. Além disso, incentiva a produtividade e o consumo de madeira e seus subprodutos de forma sustentável, com respeito à legislação vigente e em harmonia com o meio ambiente. O Cipem é composto pelos respectivos sindicatos: SIMAVA – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Vale do Arinos – Juara. SIMENORTE – Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso – Alta Floresta. SINDINORTE – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Médio Norte no Estado de Mato Grosso – São José do Rio Claro. SINDILAM – Sindicato das Indústrias de Laminados e Compensados do Estado de Mato Grosso – Cuiabá. SIMAS – Sindicato dos Madeireiros de Sorriso – Sorriso. SIMNO – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Noroeste de Mato 94


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Grosso – Juína. SINDUSMAD – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso – Sinop. SINDIFLORA – Sindicato das Indústrias da Base Florestal – Guarantã do Norte. GESTÃO BELLINCANTA Algumas realizações à frente do Sindusmad: - isenção da TSE - busca de novos filiados em toda região. Em seu mandato o Sindusmad chegou ao número de 240 madeireiras associadas; - participação na feira de Belém; - campanhas de conscientização sobre o uso de EPI's; - incorporou novos municípios à base territorial do sindicato; - lutou pela reposição florestal; - convênio com a Caixa Econômica Federal para empréstimo para capital de giro às empresas madeireiras; - instalação de câmaras setoriais; - visita da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva: presidente entregou documento reivindicando a desburocratização da ATPFs; - construção da nova sede do Sindusmad; - conscientização dos madeireiros para diminuírem as cargas em prol da

Sindicato mobiliza sociedade contra dificuldades impostas ao setor de base florestal em 2.002

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conservação de estradas; - realização do Workshop Transparência florestal; - negociações com Ministério da Casa Civil sobre dificuldades com o Ibama;

Documentos sobre reivindicações do setor são entregues à então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva

ISENÇÃO DA TSE Um dos grandes avanços do Sindusmad rumo ao convencimento da importância do associativismo junto à categoria dos empresários da madeira foi o êxito junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em seu pedido de isenção da Taxa de Serviços Estaduais a todos os associados ao Sindusmad. O valor de uma TSE varia de 0,1 a 50% de uma Unidade de Padrão Fiscal (UPF) e, todo contribuinte que emitir documento de arrecadação (DAR) utilizado para recolhimento de tributos estaduais deverá pagar esta taxa. O advogado Victor Maizman, contratado pelo Sindusmad para impetrar a ação explica que essa taxa cobra por um serviço que na verdade não é solicitado pelo contribuinte. É um serviço da própria administração e o dever do contribuinte é pagar o tributo. A finalidade da taxa seria remunerar o custo que o Estado tem para expedir a guia de arrecadação. Segundo ele, mesmo o processo sendo online o Estado defende que há custos para manter o sistema. Logo, devem ser remunerados pela taxa. “Isso é manifestamente inconstitucional. É custo do próprio Estado e é remunerado por impostos. O que mantém a estrutura do Estado são os impostos. A taxa serve para remunerar um serviço que o contribuinte solicita”, explicou Maizman. Essa é a questão que resultou na decisão que fez com que todas as instâncias da Justiça declarassem a taxa como inconstitucional. O outro ponto, que também é fundamental, refere-se à Lei 4547/82, que determina que o valor da taxa será definido pelo Poder Executivo, ou seja, a lei delega ao Executivo fixar o valor. No entanto, isto contraria a Constituição Federal 96


SIDNEI BELLINCANTA

que afirma ser correto a fazer: a lei já tem que criar o critério para definir o valor da taxa. Partindo deste princípio o STF decidiu claramente a inconstitucionalidade da lei estadual com função de delegar ao Executivo poder de fixar o valor da taxa. COMO ACONTECEU Em 2004 Victor Maizman recebeu o convite da Fiemt para ir a Sinop tratar de vários assuntos numa reunião com associados e diretoria do Sindusmad. Naquela reunião o advogado levou ao conhecimento da então diretoria do Sindusmad, presidida por Sidnei Bellincanta, esses aspectos jurídicos relacionados à TSE e o Sindicato entendeu a importância de propor essa medida judicial, que viria a ser acatada pela justiça com resposta positiva em 12 de agosto de 2005. “Percebi um inconformismo quase que geral dos presentes quando entenderam os aspectos jurídicos que norteavam o assunto”, recorda o advogado. Ele destaca ainda a importância do papel institucional do Sindusmad: “demonstra para a sociedade e para as indústrias filiadas que o Sindicato está buscando resolver o assunto de alguma forma. Não restam dúvida de que Victor Maizman, advogado contratado pelo Sindusmad para mover ação o Sindicato a partir do momento que começa a discutir essas questões e partir para os tribunais superiores acaba alcançando uma respeitabilidade, não só do Estado, mas também como entidade como perante aos associados. Isso demonstra que o Sindicato tem o poder da possibilidade de ir ao Judiciário e buscar o seu direito”. Ele observa ainda que as decisões coletivas tendem a ser mais demoradas que ações individuais por tratar-se de toda uma categoria, onde cada empresário tem uma particularidade. “Esta decisão da TSE criou uma jurisprudência, ou seja, toda ação com o mesmo teor se baseia na decisão favorável ao Sindusmad sobre o TSE”. Na época a medida foi impetrada na 1ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá porque a pessoa que responde por esse assunto era o superintendente responsável pela emissão desses documentos de arrecadação. Então o processo necessariamente teve que tramitar nesta Vara, onde a sentença foi favorável. 97


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

O Estado recorreu para o Tribunal de Justiça que seria a segunda instância. O Tribunal de Justiça manteve a decisão favorável e logo em seguida a Procuradoria ingressou com recurso para o Supremo Tribunal Federal, que proferiu também decisão favorável ao Sindusmad. A tramitação demorou cerca de três anos. Mas o benefício já foi utilizado desde a primeira decisão. Quer dizer, não precisou aguardar os três anos para que a categoria fosse beneficiada. Na época ficou acordado entre o Estado e o Sindusmad que a instituição forneceria relação das empresas associadas que seriam beneficiadas pela isenção mensalmente, bem como aquelas que em caso de desfiliação perdessem o benefício. TAXA DE SERVIÇOS ESTADUAIS O valor corresponde à Taxa de Serviços Estaduais (TSE) cobrada pela emissão de Documento de Arrecadação (DAR). Sua hipótese de incidência está descrita no art. 90 da Lei 4547/82 conforme texto abaixo: "Artigo 90 - A Taxa de Serviços Estaduais é devida pela utilização efetiva ou potencial de serviços específicos e divisíveis prestados pelo Estado ou postos à disposição dos contribuintes, na forma estabelecida no Regulamento. § 1º A Taxa de Serviços Estaduais - TSE será exigida, inclusive, pela expedição, fornecimento e/ou processamento de documentos pela Fazenda Pública Estadual, nas seguintes hipóteses: (...) II - documento de arrecadação utilizado para recolhimento de tributos estaduais, bem como da contribuição ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação - FETHAB;" DAR emitido na Internet - O valor da TSE corresponde a 0,1 ou 10% do valor da UPF/MT vigente e poderá ser encontrado na Tabela - I, do Decreto nº 2.129/86, que regulamenta referida Lei. DAR emitido na Agência Fazendária - O valor da TSE corresponde a 0,5 ou 50% do valor da UPF/MT vigente e poderá ser encontrado na Tabela - I, do Decreto nº 2.129/86, que regulamenta referida Lei. A TSE é atualizada mensalmente de acordo com a Unidade Padrão Fiscal do Estado de MT UPF/MT cujo valor pode ser consultado na coluna Serviços, na página principal da SEFAZ/MT.

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capítulo 9

JALDES LANGER 7º Presidente (2004/2007)



JALDES LANGER

JALDES LANGER 7º Presidente (2004/2007) 7ª DIRETORIA DO SINDUSMAD 1° Vice-presidente: José Eduardo Pinto 2° Vice-presidente: Sidnei Ari Bellincanta 3° Vice-presidente: Guilherme D. Camilotti Jr. 4° Vice-presidente: Anor Zanchette 1° Secretário: Fernando Ulysses Pagliari 2° Secretário: Ilson José Redivo 1° Tesoureiro: Teresinha Tomelin Bogo 2° Tesoureiro: Dilmar Biazussi 1° Diretor Técnico: Mauricio Bridi Di Domenico SUPLENTES Gleisson Omar Tagliari Valmir José Fabiane Francisco Ruiz Brites Antônio Giachini Antoninho Antoniolli Mariza Misturini Vito Greggio Carlos Gilberto Pierdoná Luiz Alberto Kuhn Adames CONSELHO FISCAL EFETIVO Alfred Kirsch Roberto Carlos Paluchowski Antônio Virgilino Rodrigues SUPLENTES Marciano Kreibich Mauro José Zambiasi Lauri Balbinot DELEGADOS JUNTOS A OUTRAS ENTIDADES EFETIVOS Jaldes Langer José Eduardo Pinto SUPLENTES Sidnei Ari Bellincanta Fernando Ulysses Pagliari 101


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Jaldes Langer assumiu a presidência do Sindusmad aos 36 anos

Dois fatos importantes marcaram a gestão de Jaldes Langer. O presidente que viria assumir o Sindusmad em 2004 com perfil técnico seria o que passaria por uma das maiores crises institucionais pelas quais o setor de base florestal atravessaria: A Operação Curupira, que em 02 de junho de 2005 prendeu 102 pessoas – entre madeireiros, fiscais do Ibama e outros funcionários públicos – acusadas de colocar abaixo quase dois milhões de metros cúbicos de madeira em troca de propinas e lucro fácil entre 2003 e 2005. A Operação foi desencadeada sigilosamente em 2004 pela Polícia Federal. Segundo Langer, a diretoria 2004-2007 iniciou a gestão na sede nova do Sindusmad, inaugurada pela gestão anterior, de Sidnei Bellincanta (julho de 2004). A diretoria liderada por Jaldes Langer assumiu o Sindusmad em agosto do mesmo ano. Ele avalia que o setor estava muito bem agregado e fortalecido pela gestão de Bellincanta. “Fez um trabalho político muito importante”, avalia Langer. No ano anterior mais uma edição da Feira Promadeira expunha o fortalecimento do setor, que estava com o mercado bem consolidado, a pleno vapor. Vendia e produzia positivamente. O dólar estava propício para exportação.

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JALDES LANGER

“Mesmo com problemas corriqueiros de pauta da madeira, tributação e questões trabalhistas era um cenário positivo”. A Operação Curupira foi um dos principais pontos que impactou o setor em 2005. Langer recorda que produzia legalmente na Amazônia foi tão impactado quanto quem era ilegal. A Curupira com um Promadeira 2006, em Sinop aparato cinematográfico impactou negativamente o segmento na mídia nacional com foco exclusivo no setor de base florestal e não sobre os que desmatavam. “Infelizmente a cultura do desmatamento da floresta Amazônica ainda se refere a este segmento industrial. Entendemos que o mundo precisa desta floresta manejada e conservada para que continue com seus recursos naturais e que ela estabeleça o equilíbrio da biodiversidade” explica, reforçando que não existe segurança jurídica para trabalhar com madeira na Amazônia e não era diferente na época. Outro marco regulatório foi a transferência das funções do Ibama para o Estado, com a criação da Sema. Até que a transição fosse concluída o atendimento era extremamente negativo ao setor que por mais de seis meses esteve praticamente inoperante, tanto por investigações que paralisaram empresas, quanto pelas adequações a serem feitas pela nova gestão ambiental. “Qualquer operação deixa todo um setor apreensivo porque mesmo quem trabalha certo e não tendo nada a ver com a situação é penalizado com a paralisação dos órgãos ambientais e falta de atendimento”, pondera. A gestão foi de apreensão e desgaste, principalmente com órgãos ambientais, porém de muita paciência. “Paciência e diplomacia sempre foram atributos deste e foram preponderantes para que o setor passasse pelos últimos anos sem desistir. Esses empresários nunca desistiram do seu objetivo principal. Entendem que suas empresas são tão dignas como quaisquer outras do segmento e muito mais interessantes quando se refere ao trato sustentável da Amazônia”. Para Langer, da concepção do Sindusmad até as gestões atuais a maior conquista foi o fortalecimento sindical, a união do setor e a necessidade de pessoas que pensam para o bem se juntarem num interesse comum. “Nos momentos 103


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

difíceis tive todo apoio de direto-res e associados para estabelecer diálogo e marcos regulatórios”, avalia ao concluir que “por meio dessas discussões começamos a ter maior alinhamento com a sociedade e com a administração pública, tanto municipal, quanto estadual e federal. Saímos da reatividade e partimos para o diálogo”

Discussões sobre implantação de termoelétrica

GESTÃO LANGER - Assinatura do convênio entre governo do Estado e Ibama para a gestão ambiental no Estado através da Sema, antiga reivindicação do setor; - Promadeira 2.004 e 2.006 em Sinop, com empresários de vários países, fomentando o setor e o comércio local. Assembléia geral sobre pauta da madeira - Orientação para empresas que trabalhassem com reposição florestal para aderir ao Programa de Certificação Florestal – Smartwood; - Visita de grupo de 20 empresários à Bolívia para ampliar as relações comerciais com o país; - Parceria com New Holland. A revenda New Holland gratificou o Sindicato de acordo com cotas de consórcio vendidas. Entre as gratificações estavam motos, carros, ambulância, micro ônibus. O prêmio era repassado a Apae; - Dia de campo no Projeto Jamanchim com ênfase ao manejo florestal; Inauguração ampliação do Corpo de Bombeiros 104


JALDES LANGER

Assembleia geral de associados

A terceira diretoria eleita do Fundo de Apoio à Madeira (Famad-MT) é encabeçada pelo empresário do setor de base florestal, Jaldes Langer, que assumiu a cadeira em maio de 2012.

Assembleia geral de associados

Pleito eleitoral para a gestão em que foi eleito o sucessor de Langer, José Eduardo Pinto

Assembleia geral de associados

Reunião com OAB

Reunião sobre implantação de termoelétricas

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Exponop 2007

Reunião com associados sobre difinições da pauta da madeira

Seminário Nortão: dificuldads e desafios. À esquerda Langer durante discurso e, à direita o então governador, Blairo Maggi

Juarez Costa em reunião com a diretoria do Sindusmad

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capítulo 10

JOSÉ EDUARDO PINTO (8ª e 9ª presidências (2007/2010 - 2010/2013)



JOSÉ EDUARDO PINTO

JOSÉ EDUARDO PINTO (8ª e 9ª presidências)2007/2010 - 2010/2013 8ª DIRETORIA DO SINDUSMAD PRESIDENTE: José Eduardo Pinto 1º Vice Presidente: Jaldes Langer Vice Presidente: Gleisson O. Tagliari Vice Presidente: Ilson José Redivo Vice Presidente: Sidnei Ari Bellincanta 1º Secretário: Fernando Ulysses Pagliari 2º Secretário: Lauri Antonio Balbinot 1º Tesoureiro: Carlos Alberto Pierdoná 2º Tesoureiro: Francisco R. Brites Suplentes: Mariza Misturini José Kotovicz Ivar Perazoli Elírio Geninho Dellani Vanderlei Guadagnin João Bosco Di Domenico Flávio Carlos Bonato Sérgio Luiz Seger Sigfrid Kirsch CONSELHO FISCAL EFETIVOS: Marcelo Kreibich Valmir José Fabiane Vito Greggio SUPLENTES: Vitor Elisio Poltronieri Roberto Carlos Paluchowski Antoninho Antoniolli

A diretoria que assumiu o maior sindicato patronal madeireiro do Estado de Mato Grosso em 2007, liderada pelo presidente José Eduardo Pinto, tinha uma meta principal: mostrar a verdadeira imagem do setor florestal deste Estado. E para colher os frutos deste trabalho foram muitas as discussões, negociações, enfrentamentos. Tudo com um único objetivo: fortalecer o segmento e defender o empresário que apostou e ainda aposta no setor florestal. Foram duas diretorias lideradas pelo empresário José Eduardo Pinto, com o foco no desenvolvimento do setor, que ouviram as demandas da classe e foram 111


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Agosto de 2007: 8ª diretoria do Sindusmad é empossada

em busca de soluções. Com equipe técnica sempre engajada em com o foco na expan-são da entidade, reuni-ões, palestras, fóruns, feiras e tantos outros eventos foram realiza-dos ao Café com informação inova em relacionamento com a imprensa longo desse período. Para dar início aos trabalhos, agosto de 2007 foi marcado pela posse da diretoria de número oito do Sindusmad e, logo no início, uma força-tarefa foi realizada em busca de liberar projetos de manejo frente aos efeitos negativos da Operação Guilhotina. Estreitando o relacionamento com a imprensa, o Sindusmad criou o Café com informação, evento matinal mensal que reunia a imprensa com a diretoria, buscando estreitar o relacionamento entre Sindusmad e veículos de comunicação. Naquele mesmo ano seria implantado o sistema de Nota Fiscal eletrônica e, então, o Sindusmad promoveu palestras em busca de orientar aos associados. A campanha Natal de Luz contou com a participação do Sindusmad, que doou madeiras para a construção da casinha de Papai Noel utilizada na decoração natalina de Sinop. Já 2008 tem início com a Operação Arco de Fogo, instaurada pela Força Nacional, Polícia Federal e Ibama. Tendo a forma de atuação questionada na 112


JOSÉ EDUARDO PINTO

Força-tarefa para agilizar processos na Sema

Visita à Embrapa em Brasília reforçando importância da unidade em Sinop

Reunião com senadores para suspensão da Operação Arco de Fogo

Doação de computador para regional da Sema em Sinop

Estande na Exponop 2.010

Exposição do setor de base florestal de MT a estudantes franceses e paulistas

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

época, hoje o segmento já comemora o cancelamento dos autos de infração que pesavam sobre algumas empresas, provando o que o setor defendeu na época. Em maio do mesmo ano, o Sindusmad provocou audiência pública com uma comissão de senadores reivindicando mais respeito com a região norte de Mato Grosso. Mais de duas mil pessoas se reuniram no evento em busca de soluções do governo Casa do Papai Noel, em 2.007 federal. Na Exponop, o Sindusmad lançou a cartilha para que magistrados conhecessem o processo de industrialização e processamento da madeira, visando esclarecer dúvidas sobre os acidentes de trabalho. Ainda em 2008 Sinop sediou a quinta edição da feira Promadeira, uma vitrine do setor florestal para o Estado, contemplando espaço para negócios, salão de móveis, feira de máquinas e equipamentos, além de rodadas de negócios. Discussões sobre pauta da madeira, convenção coletiva do trabalho, busca de maior qualidade no atendimento ao associado, desoneração e tantos outros aspectos também foram discutidos e o ano se encerrou com a participação do setor no planejamento do Zoneamento Sócio Econômico Ecológico de Mato Grosso, além da ampliação do prazo da Autex, para cinco anos. Ao entrar no segundo ano de mandato, em 2009 a diretoria do Sindusmad representou o setor, na Capital Federal, na defesa pela implanta-ção da Embrapa em Sinop. No mesmo período, em reunião com o então gover-nador, Blairo

15 de maio de 2008: Com a mobilização do setor de base florestal os poderes públicos municipal, estadual e federal organizaram a primeira audiência pública com a Comissão Externa de Riscos Ambientais do Senado sobre a Operação Arco de Fogo e o quadro econômico e ambiental da Região Norte de Mato Grosso.

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JOSÉ EDUARDO PINTO

O Sindusmad lançou, na Exponop 2008, a Cartilha sobre o Processo de Industrialização da Madeira que foi desenvolvida para auxiliar os juízes e advogados trabalhistas.

Maggi, o presidente e o vice, José Eduardo e Jaldes Langer, entregaram um relatório das dificuldades enfrentadas pelo segmento, com destaque, para os problemas no atendimento da Sema. A grande conquista do setor naquele ano foi a alteração da Lei do Fethab, um pedido do segmento florestal ao governo do Estado, passando a ser cobrado somente uma vez na cadeia compreendida da extração à industrialização. Ainda em 2009, universitários franceses e paulistas, através deste sindicato, conheceram o manejo florestal; José Eduardo, Jaldes Langer e Gleisson Omar Tagliari integraram a diretoria da Fiemt; o Sindusmad defendeu redução do prazo de Piracema da Madeira e o foi

lançado o novo site da instituição. O ano terminou de forma histórica, com o lançamento do documentário “Floresta em Pé: Com Manejo é Possível!”, produzido por este sindicato. Seu conteúdo foi apresentado no COP 15 (Conferência Internacional do Clima, em Copenhagen), pelo vicepresidente, Jaldes Langer. O ano de 2010 seria então marcante para o setor florestal, principalmente na área de abrangência do Sindusmad, que alcança 30 cidades em seu entorno. No início do segundo semestre a grande preocupação do setor madeiro foi a implantação do Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico de Mato Grosso (ZSSE/MT).

O presidente José Eduardo foi reeleito à nona diretoria deste Sindicato e, os dias festivos da posse foram marcados por uma série de realizações importantes. 115


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

O Promadeira 2008 inovou criando o “Espaço de Negócios” onde os compradores tiveram acesso a informações sobre fornecedores, com o objetivo de facilitar e agilizar o processo de negociação, tanto para visitantes compradores como para fornecedores

Sindusmad defende redução de prazo da “Piracema da Madeira”

Diretores entregam relatório sobre setor para governador Blairo Maggi

Sindusmad produz documentário “Floresta em pé: com manejo é possível”, lançado em dezembro de 2009

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JOSÉ EDUARDO PINTO

9ª diretoria foi empossada em 2010

9ª DIRETORIA DO SINDUSMAD Presidente: José Eduardo Pinto 1º Vice-Presidente: Jaldes Langer 2º Vice-Presidente: Gleisson Omar Tagliari 3º Vice-Presidente: Fernando Ulysses Pagliari 4º Vice-Presidente: Marcelo Kreibichi 1º Secretário: Lauri Antonio Balbinot 2º Secretário: Luiz Antonio Callegari 1º Tesoureiro: Carlos Gilberto Pierdoná 2º Tesoureiro: Francisco Ruiz Brites SUPLENTES Sigfrid Kirsch José Kotovicz Ilson José Redivo Felipe Antoniolli Marcelo Ghiraldi

Antonio Carlos H. Luiz Ivo Guadagnin Mauricio Roberto Wegner Murilo Donadelli Pinto Ricardo Megier Wilson José Volkweis Vito Greggio CONSELHO FISCAL Vanderlei Guadagnin Antoninho Antoniolli Antonio Virgilino Rodrigues Flávio Luiz Berté Guilherme D. Camilotti Jr. Roberto Carlos Paluchowski

A edição oito da Feira Promadeira bateu todos os recordes, atraindo grande público e possibilitando uma visão empresarial importante do setor florestal. Ainda no período, o Sindusmad inaugurou o Memorial Guardiões da Floresta, a exposição que reuniria principais fatos e personagens que compuseram a história do segmento no Estado. A boa gestão também levou à inauguração do Pavilhão Nereu Pasini. Ainda nesses dias de festividades, tomou posse a nova diretoria do Sindusmad, 117


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Promadeira 2010 contabilizou recorde de público e negócios, no mês de agosto Nereu Pasini é homenageado com Pavilhão de eventos que leva seu nome e recebe o título de Guardião da Floresta

O título de Guardião da Floresta também foi conferido a Valdemar Antoniolli, que foi homenageado com o nome do auditório recém inaugurado

Na mesma noite, foram inaugurados o Pavilhão Nereu Pasini, o auditório Valdemar Antoniolli e o Memorial Guardiões da Floresta

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JOSÉ EDUARDO PINTO

Na mesma noite em que foi inaugurado o novo espaço para eventos, foi aberto à visitação o Memorial Guardiões da Floresta

eleita para o triênio 2010/2013. No ano seguinte tem início a nova fase de construção de lideranças do Sindusmad, uma constante preocupação do presidente José Eduardo. Dando início a este objetivo, o então vice-presidente, Gleisson Omar Tagliari, assume a presidência interina por 30 dias. Em 2011, José Eduardo e Jaldes Langer também foram reconhecidos pela Assembleia Legislativa com o título de cidadãos-mato-grossenses; este sindicato participou ativamente das discussões sobre a hidrovia Teles Pires / Tapajós; a Exposição Memorial Guardiões da Floresta viajou por várias cidades de Mato Grosso levando a história deste setor, além de participar de diversos eventos em Sinop. Buscando ainda maior representatividade para o setor, a diretoria do Sindusmad se reuniu com o governador Silval Barbosa, solicitando desburocratização dos processos relacionados à indústria madeireira. Técnicos do Serviço Florestal Brasileiro estiveram em Sinop, falando aos empresários sobre a Concessão de Florestas Públicas no Pará e, mais uma vez, o Sindusmad participou de força-tarefa para liberar projetos de manejo. Este sindicato recebeu moção de aplauso pela realização do Promadeira 2010; participou da campanha contra o câncer, a “Outubro Rosa” e encerrou o exercício realizando o grande sonho desta diretoria, lançando o livro “A Saga dos Guardiões da Floresta”. O ano de 2012 foi marcado Sindusmad e Sindicato Rural se reúnem com uma série de novas realizações e com govermador em Governo Itinerante 119


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Sindusmad lança livro “A Saga dos Guardiões da Floresta”

José Eduardo, então presidente do Sindusmad, Cristiane Oliveira, autora do livro e João Carlos Baldasso, então presidente do Cipem. À direita, no lançamento do livro em Sinop e, à esquerda, no evento de lançamento em Cuiaá

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JOSÉ EDUARDO PINTO

planejamento para expansão sindical. A primeira foi reunir Sema, Sefaz, Indea e IBAMA no 1º Seminário TiraD ú v i d a s ; Te ve a i n d a participação efetiva no 1º Fórum de Sustenta-bilidade de Mato Grosso, onde tem cadeira em sua diretoria. O lançamento do evento aconte-ceu no estande do Sindusmad durante a Exponop, com a presença de autoridades muni-cipais, estaduais e federais. A representatividade Pagliari assume presidência interina do Sindusmad da entidade se fortaleceu ainda mais com a eleição de Jaldes Langer à presidência do Fundo de Apoio à Madeira (Famad MT). Seguindo a intenção de rodízio de presidentes, o então vicepresidente Fernando Pagliari assumiu interinamente a cadeira por 30 dias. O lançamento do programa de Arranjo Produtivo Local para Florestas Nativas e Plantadas também fez parte das ações de 2012. O último período em que esta diretoria esteve à frente do Sindusmad foi marcado por um grande planejamento de fortalecimento sindical, bem como, a busca de novos associados, o fortalecimento das associações de madeireiros na região, acompanhamento mais próximo das indústrias pela busca de demandas para o segmento. Por fim, com investimentos que fortalecem ainda mais a composição sindical, como a ampliação do Pavilhão Nereu Pasini e estruturação de mobiliário para locações. No mês de fevereiro o vice-presidente, Marcelo Kreibich assumiu interinamente a presidência do Sindusmad; Após reunião do setor com o governador Silval Barbosa, a Sefaz aceitou que o setor utilizasse a CT-e até a regulamentação da CT-A. O ano de 2012 se encerra com algumas Plantão Fiscal esclareceu dúvidas de contadores e contribuintes 121


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

grandes conquistas, no entanto, a principal delas foi idealizada pelo presidente José Eduardo e anunciada em seu discurso de posse em 2007, que era a busca de soluções para a classificação de madeiras. A luta deste sindicato em favor desta causa, em parceria com o Cipem e parlamentares, em especial o deputado estadual Dilmar Dal'Bosco e José Riva, fizeram com que a classe empresarial madeireira de Mato Grosso entrasse 2013 desobrigada da classificação pelos postos do Indea. Seguindo o plano de Expansão da entidade, Sindusmad, Sesi e Senai iniciaram roteiro de visitas técnicas às indústrias de Cláudia, União do Sul e Marcelândia e, ainda no primeiro semestre, as cidades de Vera, Feliz Natal e Itaúba foram atendidas. Um marco na história do Sindicato foi a participação de quase 200 empresários na primeira assembleia ordinária deste ano, com presença maciça de associados de cinco municípios. Em 2013 foi eleita a nova diretoria Governador participa do lançamento da Carta de Sinop no estande do Sindusmad do Sindusmad, liderada pelo empresário Gleisson Omar Tagliari. Há de se destacar outras ações em 2013, dentre elas, a discussão com a prefeitura de Sinop para o novo trajeto no trânsito de caminhões pesados e a implantação do distrito industrial da madeira, bem como, parceria com o município e Sesi para o atendimento aos colaboradores da indústria com a unidade móvel de odontologia. Eventos importantes também marcaram esse ano, como o Dia do Empresário da Indústria, promovido pela Fiemt, com recorde de público em Sinop; o encontro de jornalistas do setor de base florestal, a reunião com parlamentares sobre os entraves do setor, plantão fiscal da Sefaz, Exponop 2013 e reunião com representantes do TRT sobre legislação trabalhista. As ações realizadas por esta diretoria nos últimos seis anos são inúmeras e demandariam muito para serem contadas, como incontáveis reuniões, com diversos segmentos, em busca de diferentes objetivos, mas todos em prol deste setor, como o encontro de engenheiros florestais e autoridades em busca de soluções para as questões da Sema; o Projeto Ciclo de Corte; a participação do 122


JOSÉ EDUARDO PINTO

dois banheiros para a unidade local do Indea; curso de identificação de madeiras; campanha de arrecadação pró desabrigados pelo incêndio em Marcelândia, doação de computadores à regional da Sema, em Sinop; participação em todas as edições da Exponop, negociações relativas à Convenção Coletiva do Trabalho.

Classificação de madeira deixa de ser obrigatória em Mato Grosso, em dezembro de 2012

Marcelo Kreibich assume presidência interina em fevereiro de 2013

AL aprova PL que prevê que manejo possa ser feito somente com o CAR

Sindusmad pede à Sema força-tarefa para liberar 100 PMFs

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

O presidente do Sindusmad, José Eduardo Pinto e o prefeito de Cláudia, João Batista, com a composição da diretoria provisória da Associação de Madeireiros de Cláudia, em março ce 2013

“Dia do Empresário” mostrou formas de empresas economizarem em impostos

Sindusmad, Sesi e Senai visitam indústrias em Cláudia, Marcelândia e União do Sul

Diretoria se reúne com prefeito de Sinop, Juarez Costa, para falar da importância do distrito industrial da madeira

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JOSÉ EDUARDO PINTO

1ª assembleia geral de 2013 reuniu quase 200 associados, das cidades de Sinop, Vera, Cláudia, União do Sul, Marcelândia e Feliz Natal

José Dorte, superintendente do Sesi MT, durante apresentação do projeto Saúde e Segurança no Trabalho

Rosana Martinelli, vice-prefeita de Sinop, também participou da assembleia do Sindusmad

Os humoristas Tchó, Beppi e Nona animaram os convidados

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Atual panorama do segmento florestal foi principal tema do 1º Encontro de Jornalistas, promovido pelo Sindusmad

Presidentes sindicais do Estado participaram do encontro

Mais de 8 mil alunos participaram 1º Concurso de Redação e Desenho do setor florestal

A mudança no traçado de rodovias que hoje são utilizadas pelos caminhões de transporte de madeira foi debatida pelo Sindusmad, através de seus diretores Lauri Balbinot, Carlos Gilberto Pierdoná, Antonio Carlos Luis e Wilson José Volkweiss, com a vice-prefeita Rosana Martinelli.

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capítulo 11

GLEISSON OMAR TAGLIARI 10º presidente (2013-2016)



GLEISSON OMAR TAGLIARI

GLEISSON OMAR TAGLIARI 10º presidente (2013-2016)

A diretoria do Sindusmad reúne-se quinzanalmente, às terças-feiras, às 17h45, na Sala de Reuniões da entidade

10ª DIRETORIA DO SINDUSMAD CONSELHO FISCAL EFETIVO Presidente: Gleisson Omar Tagliari Roberto Carlos Paluchowski Vice-presidente: Fernando Ulysses Pagliari Ricardo Megier 1º Vice-presidente: Marcelo Kreibich Orlando Socreppa 2º Vice-presidente: Lauri Antônio Balbinot 3º Vice-presidente: Lucinei Amaro CONSELHO FISCAL SUPLENTE 1º Secretário: Sigfrid Kirsch Ilson José Redivo 2º Secretário: Ivo Guadagnin Marcelo Ghiraldi 1º Tesoureiro: Antônio Virgilino de Felipe Antoniolli Rodrigues 2º Tesoureiro: Sinara Tagliari DELEGADOS JUNTO À FIEMT 1º Gleisson Omar Tagliari SUPLENTES 2º Fernando Ulysses Pagliari Antoninho Antoniolli Antônio Carlos Henriques Luiz SUPLENTES DE DELEGADOS Carlos Gilberto Pierdoná JUNTO À FIEMT Flávio Luiz Berté 1º Marcelo Kreibich Jaldes Langer 2º Wilson José Volkweis Jorge Luis Camilotti José Eduardo Pinto Luiz Carlos Fávero Marcelino Pasa Paulo Cezar Kerber Samoel Navarro Wilson José Volkweis

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

DIRETORIA DO SINDUSMAD 2013/2016

Presidente: Gleisson Tagliari

Vice-presidente: Fernando Ulysses Pagliari

1º Secretário: Sigfrid Kirsch

1º Vice-presidente: Marcelo Kreibichi

2º Secretário: Ivo Guadagnin

2º Vice-presidente: Lauri Antonio Balbinot

1º Tesoureiro: Antônio Virgilino Rodrigues

3º Vice-presidente: Lucinei Amaro

2ª Tesoureira: Sinara Tagliari

SUPLENTES

José Eduardo Pinto

Jaldes Langer

Wilson José Volkweis

Antoninho Antoniolli

Luiz Carlos Fávero

Antônio Carlos Henriques

Marcelino Pasa

Flávio Luiz Berté

Carlos Gilberto Pierdoná

Samoel Navarro

Jorge Luis Camilotti

Paulo Cezar Kerber

CONSELHO FISCAL SUPLENTE

CONSELHO FISCAL EFETIVO

Roberto C. Paluchowsi

Ricardo Megier

Orlando Socreppa

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Ilson José Redivo

Marcelo Ghiraldi

Felipe Antoniolli


GLEISSON OMAR TAGLIARI

Posse da diretoria 2013-2016 do Sindusmad

Em 28 de maio de 2013 foi a eleita a décima diretoria do Sindusmad, liderada pelo empresário Gleisson Omar Tagliari. O grupo que viria a tomar posse em agosto daquele ano iniciou suas atividades pautado na aproximação da instituição junto aos associados, na busca de uma maior representatividade no âmbito do governo, secretarias e instituições e na divulgação e fortalecimento da

Posse da diretoria 2013-2016 do Cipem, em Sinop

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Reunião de diretoria da Fiemt, no Pavilhão Nereu Pasini

marca Sindusmad, mostrando à socieda-de, empresários do segmento e associa-dos a importância e representatividade do maior sindicato patronal madeireiro do país. Sinop foi marcada por sediar uma grande reunião de líderes em 28 de agosto do mesmo ano. Foram realizadas reuniões de diretoria do Centro das Presidente da Fiemt, Jandir Milan Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem) e do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso. Na noite deste dia memorável, em uma festividade conjunta, tomaram posse as novas diretorias do Cipem e do Sindusmad. No evento também foram premiados os ganhadores do 1º Concurso de Redação e Desenho Florestal, que também aconteceu em Feliz Natal e, em maio do ano seguinte, em Marcelândia. Em 2014 o Sindusmad realiza o concurso em Sinop, Cláudia, União do Sul, Feliz Natal e Marcelândia. A gestão da nova diretoria do Sindusmad então foi pautada em três eixos: atendimento aos associados; representatividade junto ao governo, secretarias e instituições e fortalecimento da marca Sindusmad. 132


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PREMIAÇÃO DO CONCURSO DE REDAÇÃO E DESENHO FLORESTAL

1 - ATENDIMENTO ASSOCIATIVO Com o compromisso assumido de proporcionar ao associado um atendimento ainda mais eficaz, além de buscar participação mais efetiva de todo o setor na condução dos trabalhos da instituição, foi criado o Conselho de Atendimento Associativo, que promoveu visitas nas cidades do interior com a realização de reuniões e eventos diversos. Para o presidente, “além de alcançar participação significativa dos associados, o Sindusmad foi buscar em suas bases os problemas que pontuam cada região, podendo ser mais eficiente em suas ações e resultados”.

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Encontro dos Madeireiros Com o objetivo de estar mais próximo dos associados e deles ouvir novas demandas e sugestões a diretoria 2013/2016 implementou o Encontro dos Madeireiros. Um encontro bimestral entre diretoria e associados para um jantar com a finalidade de levar aos participantes a atuação do Sindusmad e também se nortear para ações futuras, propostas pelos filiados. Ações relacionadas ao quadro de associados são coordenadas pelo Diretores membros do Conselho de Atendimento Associativo

Conselho de Atendimento Associativo, composto pelos diretores: Lucinei Amaro, Marcelo Ghiraldi, Orlando Socreppa, Felipe Antoniolli, Flavio Luiz Berté e Wilson José Volkweis. Para estes encontros os próprios membros do conselho convidam pessoalmente e por telefone os associados a participarem e também são responsáveis por recepcionar e atender aos convidados durante os eventos. Concurso de Redação e Reunião de Diretoria em Feliz Natal Em novembro de 2013 foram premiados os alunos vencedores do 1º Concurso de Redação e Desenho Florestal, em Feliz Natal, no auditório da Prefeitura. 134


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Também em Feliz Natal o Sindusmad promoveu o Concurso de Redação e Desenho Florestal. Nas fotos acima, evento de premiação

Foram premiados 13 alunos, em três categorias diferentes. As professoras dos três primeiros lugares também receberam prêmios, bem como, as escolas participantes foram certificadas e, ao final, um equipamento de projeção sorteado entre as unidades de ensino. O concurso com o tema “A importância da madeira e do setor de Com o objetivo de se aproximar dos associados esta diretoria base florestal em nossa comunidade” também promove reuniões de diretoria na região. Na foto, o encontro foi com empresários e autoridades de Feliz Natal teve a participação de mais de 1.400 alunos de cinco escolas municipais. Ainda com a finalidade de aproximar o Sindusmad dos associados, a diretoria se reuniu com empresários madeireiros e autoridades na cidade de Feliz Natal, no mês de fevereiro de 2014. Reuniões nas cidades que compõem a base territorial do Sindusmad também é uma das metas da gestão Tagliari. Dentre as autoridades que participaram da reunião de diretoria em Feliz Natal, esteve o prefeito, José Antônio Dubiela. Concurso de Redação em Marcelândia Os vencedores do 1º Concurso de Redação e Desenho Florestal foram premiados, em Marcelândia, em maio de 2014. Os alunos, entre sete e 14 anos, participaram em junho de 2013 com suas redações e desenhos sobre o setor ambiental. Os três melhores trabalhos, de 135

Maio de 2014: premiação do concurso de Desenho e Redação em Marcelândia


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Maio de 2014: premiação do concurso de Desenho e Redação em Marcelândia

Maio de 2014: premiação do concurso de Desenho e Redação em Marcelândia

três categorias, receberam, respectivamente, um celular, uma câmera fotográfica e uma bicicleta. Os professores que auxiliaram os alunos dos primeiros lugares também receberam uma câmera fotográfica.

cartão

convênio

Cartão Indústria Outra ação do Conselho de Atendimento Associativo foi a implementação do Cartão Indústria que tem como objetivo fortalecer o associativisCOMPROMISSO COM A FLORESTA mo por meio de vantagens financeiras aos associados por intermédio de convênios com empresas de interesse do setor, para descontos em produtos e NOME DO ASSOCIADO serviços direcionados especificamente Nome da empresa associada a associados ao Sindusmad. Os conveniados ao Cartão Indústria são empresas de interesse às atividades comerciais do setor de base florestal, mas também, relacionadas aos interesses pessoais dos sócios das indústrias madeireiras e seus dependentes. São assegurados pelo Cartão Indústria os sócios e dependentes dos associados ao Sindusmad. Em convênios com entidades educacionais, o mesmo é estendido aos colaboradores dos associados, mediante declaração da empresa e do sindicato. As empresas podem ainda escolher quais benefícios estenderão ao quadro de funcionários. As carteirinhas serão fornecidas aos associados anualmente, para aqueles que estiverem adimplentes com a Contribuição Sindical, com vencimento no último dia útil de janeiro.

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Julho de 2014: Treinamento Como Atender a Fiscalização do Trabalho

Capacitação Para associados: Ainda em 2013 o Sindusmad solicitou à Fiemt a realização em Sinop do curso 'Como reduzir a sua tarifa de energia elétrica e, em 2014, o treinamento “Como atender a fiscalização do Ministério do Trabalho”. Treinamento da equipe: A equipe técnica do Sindusmad também participou de treinamentos bimestrais para executivos, promovidos pela Fiemt, na Capital do Estado. Além disso, reuniões de capacitação e planejamento são promovidas mensalmente com a equipe. Missão China: Entre os dias 8 e 22 de outubro aconteceu a Missão China, promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso (Sebrae MT) e a Fiemt para a participação da Canton Fair (Feira de Cantão), na cidade de Guangzhou na China. O Sindusmad foi convidado para representar o setor madeireiro do Mato Grosso e integraram a caravana Gleisson Tagliari, José Eduardo Pinto e Jaldes Langer. O evento, acontece duas vezes ao ano, é conhecido como a maior feira multisetorial do mundo, e já está em sua 116ª edição com mais de 59 mil stands em diversas áreas de negócio. “Esses eventos nos levam a conhecer outras tecnologias que podemos implementar em nossa indústria. Serão 33 empresários do Mato Grosso que voltarão com novas ideias e incentivos para novas ações” apresenta Gleisson Tagliari, que neste ano já participou da Missão Alemanha, na Feira Hannover Messe. Os custos da viagem foram subsidiados pela Fiemt.

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Abril de 2014: Assembleia Geral dos Associados

Abril de 2014: Humoristas Tchó, Beppi e Nona se apresentaram na Assembleia Geral dos Associados

Convenção Coletiva do Trabalho O Sindusmad o Siticom, anualmente se reúnem para chegar aos pisos e reajustes salariais para trabalhadores da indústria dos municípios de Sinop, Cláudia, Itaúba, Santa Carmem e União do Sul. Apesar da data-base da categoria ser 1º de maio, geralmente as conversa-ções avançam pelo segundo semestre. Neste ano se encerraram no último dia 29 de agosto de 2014. Os diretores responsáveis por este assunto são do Conselho de Relações do Trabalho, composto por Lauri Antônio Balbinot, Marcelino Pasa, Flávio Berté, Sinara Tagliari e Ricardo Megier. 2 - REPRESENTATIVIDADE JUNTO AO GOVERNO, SECRETARIAS E INSTITUIÇÕES No ano de 2014 sob a presidência de Tagliari, o Sindusmad iniciou o novo desafio de participar mais efetivamente das decisões e políticas públicas do Estado de Mato Grosso, buscando apoio e apresentando demandas nas mais diversas esferas do poder público.

Agosto de 2014: Reunião com Siticom sobre Convenção Coletiva do Trabalho

Dentre as ações neste sentido o Sindusmad participou: - Participação na apresentação do Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável (PDFS) O presidente Gleisson Tagliari e demais presidentes de sindicatos patronais madeireiros participaram, no mês de janeiro de 2014, da apresentação feita pelo Cipem e STCP do PDFS ao governador de Mato Grosso, Silval 138


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Barbosa. O PDFS é o planejamento da atuação do segmento florestal até 2030. Foi elaborado pelo Cipem e STCP Engenharia. O plano contempla limitações do setor florestal no Estado através da indicação da infraestrutura, mecanismos de incentivo, aspectos fiscais, trabalhistas (mão de obra), questões fundiárias, aspectos legais (marco regulatório) e ambientais, entre outros. Também quais as principais potencialidades do setor; a oportunidade de melhoria na atração de investimento. - Audiência pública com a Assembleia Legislativa Um dos grandes avanços do setor florestal em anos anteriores foi a desobrigação da identificação de madeira pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), uma vez que ela já é realizada na elaboração do Projeto de Manejo Florestal Sustentável. No entanto, numa operação conjunta entre Sema, Dema e Ministério Público, houve um número significativo de apreensões de cargas, colocando em dúvida a eficiência da decisão tomada. Para tanto, a Assembleia Legislativa e Ministério Público promoveram audiência pública para a discussão do assunto. Na oportunidade o presidente do Sindusmad, representando o Cipem, fez a defesa do setor e mostrou que a grande maioria das apreensões foi decorrente da identificação de madeiras “brancas”. É notório, como o próprio Indea concorda que a identificação visual destas madeiras moles ou brancas é extremamente difícil. Muitas vezes até impossível sem ter conhecimento técnico ou equipamentos de identificação apropriados. Por isso foi sugerida a criação de um grupo dessas madeiras que englobasse todas as espécies para fins de fiscalização de trânsito, evitando que erros administrativos sejam taxados de crimes ambientais. A participação do setor na audiência pública foi determinante para que não houvesse o retorno da necessidade da identificação da madeira. - Secretaria Estadual de Fazenda No final de 2013 a Sefaz apresentou proposta de aumento de pauta da madeira na ordem média de 25%, com produtos que chegaram a atingir 60%. Os efeitos não seriam apenas de aumento direto de impostos, mas sim de uma perda significativa de mercado que praticamente inviabilizaria o setor de base florestal de Mato Grosso, uma vez que o atual modelo de recolhimento de ICMS, embasado na Margem de Valor Agregado (MVA), leva em conta o valor de pauta que nos outros estados chega a ser de até 1/3 da tabela de Mato Grosso, acarretando significativa taxação em nossos produtos com consequente perda de mercado. Após três reuniões sem sucesso com técnicos da Sefaz, um último 139


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encontro foi marcado com o secretário estadual, Marcel de Souza Cursi (Fazenda) e representantes do Sistema Fiemt, Cipem e o deputado estadual Dilmar Dal'Bosco. “A participação do presidente da Fiemt, Jandir Milan, foi decisiva para que nosso pleito fosse enim atendido”, observou o presidente do Sindusmad. - Secretaria Estadual de Meio Ambiente O setor de base florestal passou por várias evoluções nos sistemas de controle governamentais. Em 2006, após a Operação Curupira, a gestão florestal passou do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a então criada Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Nesses oito anos o setor produtivo, se por um lado avançou em sua forma de emissão de documentos e gestão da produção, por outro foi penalizado com a estruturação de um sistema inédito para atender à demanda da produção madeireira em Mato Grosso. Isso fez com que por vários anos a safra da madeira em Mato Grosso fosse comprometida pelos mais diversos fatores, mas dentre os principais destaca-se a falta de liberação de documentos necessários para a colheita e comercialização da madeira. Inúmeras reuniões de representantes do setor florestal com o governador

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do Estado e Sema buscaram pela solução definitiva do passivo. O resultado desses encontros , em parceira com a Associação Matogrossense dos Engenheiros Florestais (Amef), foi o compromisso do Governo do Estado de implementar, nos moldes da Sefaz, a Sema Virtual. O novo sistema traria eficiência e transparência das análises técnicas, além de distribuição eletrônica e pareceres disponíveis para visualização. A ideia teve o apoio do setor florestal. No entanto, a transição do formato não ofereceu a funcionalidade esperada e fez com que o sistema se tornasse ainda mais inoperante. O impasse foi discutido em reunião no Sindusmad, quando também, foram levantados os vários passivos entre o setor industrial e a Sema, que comprometeram, pelo terceiro ano consecutivo, a safra da madeira. Apesar de todas as dificuldades, a região de Sinop foi responsável por 50,15% da produção madeireira de Mato Grosso. Os dados são confirmados pela arrecadação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que em abril de 2014 concentrou metade da receita do Estado nas cidades de Sinop (22,5%), Cláudia (9,87%), Marcelândia (8,63%), Feliz Natal (5,16%) e União do Sul (4,44%). O presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari, disse que não é possível manter o pátio industrial de Mato Grosso com as condições atuais. “Assim, estamos caminhando para o caos do setor, sem matéria-prima para trabalhar. Vamos mobilizar profissionais do segmento e empresários para junto ao governo mostrar – mais uma vez – que o setor é viável, mas que o Estado precisa fazer seu papel deixando funcional a atual legislação e promovendo as reformas estruturais que aprimorem a gestão ambiental”, concluiu. Atendendo à maior demanda da classe foi publicado o decreto que representa a conquista mais significativa do setor para com o manejo florestal. “Acreditamos que passa a ser o novo propulsor para a indústria madeireira”, explica Tagliari observando que trata da possibilidade de elaboração e aprovação de manejo florestal apenas com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) desvinculando a atividade florestal da regularização ambiental, o que permite que uma significativa área de florestas, antes inviável, passe a compor o ativo florestal. Também avançamos, ainda que timidamente, na reestruturação da Sema que passa – neste final de ano – a ser implementada. “Se forem cumpridas suas propostas trará nova eficiência na gestão florestal do Estado”, comenta o presidente. - Embrapa Florestas O estudo sobre ciclo de corte em Sinop, que teve início na gestão de José Eduardo Pinto foi concluído pela Embrapa em agosto de 2013. As reuniões de 141


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diretoria da Fiemt e do Cipem daquele mês aconteceram em Sinop, coincidindo com o evento de posse da nova diretoria. Nesta reunião do Cipem em Sinop a Embrapa Florestas apresentou seus resultados. No fim de março o estudo sobre ciclo de corte em Sinop foi destaque em revista científica internacional. O artigo Professor doutor Evaldo Munhoz Braz, da Embrapa apresenta que, com uma extração bem Florestas de Curitiba, apresentando resultados do planejada para evitar dano à floresta, um projeto à diretoria do Sindusmad ciclo inicial de 25 anos seria suficiente para recuperação de 30m³ na área em estudo. A revista científica online internacional “Open Journal of Forestry” publicou o artigo de autoria de pesquisadores da Embrapa Florestas (ColomboPR) sobre pesquisa realizada em áreas de manejos das florestas de Sinop/MT. O artigo com o título de “Strategies for Achieving Sustainable Logging Rate in the Brazilian Amazon Forest” indica que o trabalho dos pesquisadores identificou, fundamentalmente, que o ciclo de 35 anos para extração de 30m³, atualmente utilizado, excede o tempo necessário de recuperação de floresta primária naquela região. Demonstrou ainda que algumas espécies florestais com classe diamétrica de abate ideal é inferior aos 50 centímetros hoje defendidos pelo Conama. Com o estudo é possível determinar o diâmetro de corte ótimo para cada espécie. Um novo estudo de regeneração da floresta está em andamento para determinar o índice de incremento em florestas manejadas. O estudo vai determinar cientificamente o ciclo de corte ideal para quem pratica manejo florestal. - Corpo de Bombeiros Segurança - Em busca de equacionar problemas ocasionados ao setor pela exigência de hidrantes para empresas madeireiras acima de 750m2 de área construída, durante todo o ano de 2013 as diretorias do Sindusmad buscaram junto ao Corpo de Bombeiros, Prefeitura de Sinop e Assembleia Legislativa alternativas para que o cumprimento das normas fosse processual e de forma que não onerasse gravemente as indústrias. O Sindusmad com o apoio do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) defendeu então que a exigência de hidrantes para serrarias com área mínima de 750m² tem prejudicado o pequeno produtor da base florestal em Mato Grosso. Tentando resolver essa situação reuniu-se com o comandante adjunto do 142


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Diretores e Corpo de Bombeiros se reúnem para discutir projetos de incêndio e pânico e visitam empresas madeireiras para conhecer realidade das empresas

Corpo de Bombeiros do Estado, coronel Giovani Eggers, a quem solicitou que a obrigatoriedade fosse aplicada apenas para áreas com 2.100m². “As madeireiras não registram incêndio há muito tempo, pois não se faz mais a queima dos resíduos, além disso, os galpões não possuem paredes, o que facilita a saída dos funcionários caso haja algum incidente”, defendeu Tagliari. Em dezembro do mesmo ano, também em busca de soluções para a questão, o Sindusmad convidou o coronel do Corpo de Bombeiros, Júlio César Rodrigues, diretor de Segurança Contra Incêndio e Pânico, para visitar algumas indústrias do setor de base florestal e tratar sobre projetos de segurança. Homenagem ao Corpo do Bombeiros - O Corpo de Bombeiros completa 50 anos em Mato Grosso em 2014, e para agradecer ao trabalho que a entidade desenvolve em Sinop, o Sindusmad homenageou o 4° Batalhão de Bombeiros Militar (BBM). Para a diretoria do sindicato, a homenagem faz parte do trabalho que é desenvolvido com os bombeiros desde a inauguração do batalhão na cidade. O Sindusmad trabalhou com uma parceria entre o Estado, na época governado por Dante de Oliveira, no final da década de 1.990, que renunciou 10% da arrecadação do ICMS da madeira, para construir a sede do Corpo de Bombeiros. Para a instalação dos bombeiros na cidade, além da negociação com o

Agosto de 2014: Sindusmad homenageia Corpo de Bombeiros por 50 anos em Mato Grosso e 26 anos em Sinop

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governo, o sindicato manteve os seis primeiros meses de unifor me, alimentação, combustíveis, móveis, materiais administrativos e outras necessidades pagas.

3 – AÇÕES DE FORTELECIMENTO DA MARCA O ano em que o Sindusmad comemorou seus 30 anos foi marcado por uma série de ações sociais e de fortalecimento da marca. O presidente destaca que o Sindusmad deve estar presente também na comunidade retribuindo à população um pouco do esforço que cada trabalhador e a sociedade empenharam ao longo desses anos para que o setor de base florestal tivesse alcançado tamanho êxito. “Com essas ações pretendemos ser mais atuantes e representativos nas mais diversas instituições e esferas”, concluiu. Sindusmad e o Pró-Valores O Sindusmad é uma das entidades que compõem o Conselho de Desenvolvimento do Norte do Mato Grosso (Codenorte). Dentre os projetos do Codenorte está o Pró-Valores. A executiva do Sindusmad, Cristiane Oliveira, é uma das palestrantes do projeto que visa resgatar valores na sociedade e o apresentou para diretores, coordenadores e pedagogos de escolas municipais de Sinop os ideais da iniciativa e as ações que as escolas podem trabalhar para resgatar os valores da sociedade. O planejamento das ações propôs que a primeira atividade prática a ser desenvolvida seja o projeto Gentileza Gera Gentileza. O objetivo é, segundo o presidente do Codenorte, Guilherme Bustamante, “que novas etapas sejam lançadas a cada período, para que boas atitudes virem rotina e não caiam no esquecimento”. O juiz direito, Dr. João Manuel Guerra, também é um dos colaboradores do projeto. “É muito mais fácil construir o caráter de uma criança do que mudar o do adulto” declarou ele. Para a representante das 36 escolas municipais, a secretária municipal, 144


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uma atitude necessária para esse momento em que a valorização da humanização tem sido deixada de lado”. Para Cristiane, “o projeto propõe que crianças vejam a vida com mais amor e pratiquem gentileza. Compartilhando essa atitude poderemos motivar nossa sociedade”. O Pró-Valores também tem como uma de suas vertentes a valorização da relação interpessoal dos funcionários em empresas. Com este foco os funcionários da empresa Madeiranit conheceram o Pró-Valores, que iniciou a fase de resgate dos valores da família com os trabalhadores. Festa do Trabalhador da Indústria A Festa do Trabalhador da Indústria, que aconteceu em 4 de maio, também fez parte do fortalecimento da marca e das ações propostas pelo Sindusmad. O presidente Gleisson Tagliari e a diretoria demonstraram ao presidente da Fiemt, Jandir Milan, o interesse em que a festa acontecesse em Sinop e se comprometeu em buscar parceiros para que esta se viabilizasse. Mais de 40 mil pessoas participaram do evento na área externa do Estádio Gigante do Norte que foi realizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado do Mato Grosso (Sindusmad), em uma homenagem aos trabalhadores pelo dia internacional do trabalho – 1º de maio. A festa começou às 19hrs com shows da dupla João Fernando e Matheus e do trio Pescuma, Henrique e Claudinho. Para encerrar a noite, os convidados prestigiam a atração mais esperada a da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. O presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari, comemorou o evento e a grande estrutura montada em Sinop. “Estamos muito orgulhosos com o sucesso que o show teve e com a grande participação da sociedade. ”. Segundo informações da Polícia Militar, dentro da área do evento não foi registrado nenhum tipo de violência. Em agradecimento aos patrocinadores da Festa, o Sindusmad promoveu um jantar a esses parceiros, três semanas após o evento. Mais de 50 pessoas compareceram ao jantar e puderam conversar com a diretoria do Sindusmad, que fez uma mensuração dos resultados. “Foi gratificante ver o nosso funcionário homenageado com uma festa tão grandiosa como essa e que superou as nossas expectativas para a cidade de Sinop” apresenta Rosaura Rockenbach, sócia da empresa patrocinadora. Para os representantes da Vianorte, o evento representou uma união dos trabalhadores de toda a região. “Percebemos a satisfação que os nossos funcionários tiveram em participar por pesquisas internas que nós realizamos. 145


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Maio de 2014: Jantar para patrocinadores da Festa do Trabalhador da Indústria

Maio de 2014: Festa do Trabalhador da Indústria reuniu mais de 40 mil pessoas

Certamente, após o evento, eles ficaram motivados e compreenderam a importância do trabalho” relata Priscilla Bressan Bagestan, proprietária da empresa. A Festa do Trabalhador da Indústria 2014 teve como parceiros, em Sinop, pelas seguintes empresas: Dorane Magazine, Rockenbach, Supermercado Maio de 2014: Equipe do Sindusmad na Festa do Trabalhador Machado, Colonizadora Sinop, Grupo da Indústria Sinop, Grupo Vianorte, Frialto Casa de Carnes, Água Doce Cachaçaria, Daniel Coutinho, Eplot Comunicação Visual, Eletromóveis Martinello, Moto Ideal, Arroz Urbano, Posto Trevão, CDL, Unimed, Skol, Sicoob, Açofer, Caixa, Claro, Unic, Ligraf e Serata.

Maio de 2014: A dupla Zezé di Camargo e Luciano foi a atração musical da Festa do Trabalhador da Indústria

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Multiação O 'Multiação' é uma iniciativa do setor empresarial com o objetivo de disponibilizar gratuitamente à população diversos serviços de saúde, educação, empreendedorismo, cidadania, orienta-ção jurídica e cultura. O projeto social idealizado pela Fiemt e TV Centro América (TVCA) e iniciou as atividades de atendimento à população da grande Cuiabá pelo bairro Pedra 90 em setembro de 2013. Em Sinop, durante a Exponop 2014, foi assinado o contrato com os parceiros do evento no estande do Sindusmad, com a participação também da Fiemt e TVCA. A iniciativa é resultado da união de várias empresas que compreendem a importância de desenvolver ações de responsabilidade social, a fim de Julho de 2014: Gleisson Tagliari durante abertura do 1º contribuir para elevar a qualidade de vida Multiação Sinop das pessoas. A primeira edição atendeu mais de 5.800 pessoas no bairro São Cristóvão. Mais de 6.500 atendimentos foram computados no segundo Multiação Sinop, no Bairro Boa Esperança. A terceira edição ocorre no Jardim Imperial, no mesmo dia em que o Sindusmad realiza seu evento em comemoração aos 30 anos de fundação. A inovação em Sinop, diferente de Cuiabá e Rondonópolis, veio com o casamento comunitário. 98 casais formalizaram a união durante o evento.

Julho de 2014: Dirertoria do Sindusmad no 1º Multiação Sinop

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A Fundação de Saúde Comunitária de Sinop no Multiação é simplesmente mais uma forma de alcance do objetivo da instituição, que é o atendimento à população carente. E o simples critério do Multiação ter parceiros somente da instituição privada, foi mais uma vantagem para a Fundação auxiliar a população carente. Wellington Randall Arantes – Administrador do Hospital Santo Antônio

No grande Boa Esperança, foram 6.500 atendimentos, na segunda edição, em setembro

A empresa sempre preocupada em atender a população, sempre preocupou-se em participar dos eventos que atendessem a população mais necessitada. E esse evento, o Multiação, tem essa preocupação de atender essa parte da população com informações, como no nosso caso específico Carlos Celso Martins – Diretor Técnico da Colonizadora Sinop.

4 - RECONHECIMENTO Em dezembro de 2013 o Sindusmad recebeu o Prêmio Qualidade Brasil, pela publicação do livro “A Saga dos Guardiões da Floresta”, de autoria da jornalista Cristiane Oliveira, executiva da entidade. Participam da solenidade de premiação a autora e o diretor Sindusmad e então presidente do Fundo de Apoio à Madeira (Famad), Jaldes Langer. No mesmo período o vereador Hedvaldo Costa sugeriu à Câmara de Vereadores que fossem conferidas moções de aplauso ao presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari e à executiva da instituição, Cristiane Oliveira. O ex-presidente e atual diretor, José Eduardo Pinto, recebeu o título de Cidadão Sinopense.

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Fevereiro de 2014: Reunião de Diretoria

Fevereiro de 2014: Gleisson Tagliari recebe visita do diretor da Sema, em Sinop, Jurandir Taborda Ribas e do presidente do Simno, Roberto Rios

Março de 2014: visitas a associados em Marcelândia

Março de 2014: visitas a associados em Marcelândia

Março de 2014: visita à secretária de Educação de Marcelândia sobre Concurso de Redação Florestal

Março de 2014: visita ao prefeito de Marcelândia, Arnóbio

Março de 2014: Gleisson Tagliari recebe a visita de Cristina Ferri, secretária municipal de Meio Ambiente de Sinop

Março de 2014: Gleisson Tagliari participa da formatura de cursos técnicos do Senai

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Março de 2014: Felipe Antoniolli representa Sindusmad no 1º Networking Parceiros do Senai

Março de 2014: Gleisson Tagliari se reúne com Unemat sobre projeto de reaproveitamento de resíduos

Março de 2014: visitas aos patrocinadores da Festa do Trabalhador

Abril de 2014: Coletiva de imprensa para Festa do Trabalhador

Abril de 2014: Dr. João Manoel Guerra durante apresentação do projeto Pró-Valores aos diretores das escolas municipais

Abril de 2014: Apresentação do projeto Pró-Valores aos diretores das escolas municipais

Abril de 2014: Cristiane Oliveira durante apresentação do projeto Pró-Valores aos diretores das escolas municipais

Abril de 2014: Apresentação do projeto Pró-Valores aos diretores das escolas municipais

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Abril de 2014: Reunião do Conselho de Relações do Trabalho

Abril de 2014: Reunião do Conselho Tributário e Econômico

Abril de 2014: Reunião do Conselho de Atendimento Associativo

Abril de 2014: Reunião do Pró-Valores

Abril de 2014: Montagem da estrutura da Festa do Trabalhador

Abril de 2014: Diretores membros do Conselho de Atendimento Associativo, responsáveis pela organização da Assembleia Geral dos Associados

Setembro de 2014: Equipe do Sindusmad participa do Treinamento de Linderança Sindical

Maio de 2014: apresentação do Pró-Valores às entidades

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Maio de 2014: Reunião de diretoria

Maio de 2014: Reunião com Juiz do Trabalho, Dr. Willian Guilherme

Maio de 2014: Reunião da Sema

Junho de 2014: lançamento do projeto Multiação aos parceiros

Junho de 2014: 4º Encontro dos Madeireiros, no estande do Sindusmad na Exponop

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Julho de 2014: Reunião de diretoria, com apresentação da Unemat sobre banco de dados do setor florestal

Julho de 2014: Reunião de diretoria, com a presença do Corpo de Bombeiros e do deputado Dilmar Dal Bosco

Agosto de 2014: Diretoria recebe candidato ao governo do Estado, Lúdio Cabral

Julho de 2014: Reunião com parceiros do Multiação

Agosto de 2014: Reunião de avaliação pós-Multiação com parceiros

Agosto de 2014: Reunião do Conselho de Atendimento Associativo

Agosto de 2014: Apresentação do projeto Pró-Valores na Madeiranit

Agosto de 2014: O vice-presidente, Lucinei Amaro, representa o Sindusmad na formatura de cursos técnicos do Senai

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

Visita do governador eleito, Pedro Taques, enquanto candidato

Gleisson Tagliari, Pedro Taques e José Eduardo Pinto

Jantar dos parceiros do Multiação

Setembro de 2014: 5º Encontro dos Madeireiros

O Sindusmad recepcionou parceiros do Multiação num jantar para apresentação de resultados e agradecimento

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GLEISSON OMAR TAGLIARI

POSFÁCIO 30 anos de compromisso com a floresta Estar presidente do maior sindicato patronal madeireiro do país quando este comemora três décadas ultrapassa todas os limites da honra. Olhar para trás e perceber que grandes homens pensaram no futuro e se organizaram em prol do crescimento de um setor enfrentando todas e quaisquer intempéries confere a esta diretoria a responsabilidade de, no mínimo, manter o que esses bravos visionários construíram. Ao viajar nas páginas desta obra é impossível não se emocionar com cada realização e com o que o futuro nos reserva. Entendemos aqui, dentro deste sindicato, que a frase “união faz a força” deixou de ser um simples chavão e se tornou a visão de tantos empresários que acreditaram na indústria mato-grossense mesmo quando esta era tão insólita. Mas chegar em 2014 e regressar na cronologia de um imenso desenvolvimento a partir do enfrentamento ao novo, matas fechadas, falta de energia elétrica, estradas, comunicação e alimentos nos impõe uma responsabilidade imensa com o futuro. É fato que chegamos aos 30 anos com muito a comemorar, pois este pátio industrial com características tão próprias projeta Mato Grosso nacional e internacionalmente. Não é possível viver o presente e planejar o futuro sem conhecermos a história e os obstáculos que este segmento industrial vivenciou. Hoje, tal qual há 30 anos, embora diferentes quanto ao tema, ainda são muitos os desafios. Avançamos em muitos aspectos e possivelmente o mais significativo de todos foi a capacidade que o empresário madeireiro teve de se reinventar. Respondendo aos questionamentos da sociedade com crescente preocupação ambiental conseguimos quebrar paradigmas culturais e práticas consagradas do “Integrar para não entregar” e adotarmos modernos modelos de manejo florestal, exemplos hoje no Brasil e no mundo que garantem a sustentabilidade do desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental. Lidar com a alta carga tributária sobre nossos produtos que tem impactado toda cadeia produtiva da madeira e com uma legislação ambiental preservacionista quando deveria ser ambientalista, ainda nos conferem um cenário incomum rumo ao progresso. Percebemos uma luta constante desses órgãos para que a situação seja 155


SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA

otimizada. Mas não dá para se tornar inerte ao que está vivendo submetida nossa economia. Esta diretoria tem o foco em lutas para o desenvolvimento do setor e também à conscientização de que cada vez mais empresários entendam a importância de integrarem um sistema associativo. Por isso, por esta história de 30 anos e pelo futuro que se segue, este sindicato mantém o compromisso com a floresta e com a indústria de Mato Grosso. Até o topo. É lá que nos encontraremos. Gleisson Omar Tagliari Presidente do Sindusmad

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GLEISSON OMAR TAGLIARI

QUADRO DE ASSOCIADOS DESDE 1984 Esta relação tem o intuito de listar empresas que foram associadas ao Sindusmad e também as que constituem o atual quadro de associados. Há a possibilidade de registros terem se perdido e nomes importantes não constarem abaixo.

2 C MADEIRAS 3 MORRINHOS MADEIRAS 3 Z MADEIRAS 3G MADEIRAS 4 MADEIRAS A C HENRIQUES LUIZ E CIA A G S MADEIRAS LTDA - EPP A. SOKOLOWISK ADENIR MADEIRAS ADMAD MADEIRAS ADRISSA MADERIAS AGROBIL MADEIRAS AGROINDÚSTRIA DESEJO AGROPECUARIA PIMADEL ALEGRETE MADEIRAS AMADEK AMARILDO JOSÉ BORSATTI & CIA AMASONI BENEFICIAMENTO DE MADEIRAS AMAZÔNIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS AMAZÔNIA PORTAS AMILTO MADEIRAS ANIFER MADEIRAS ANTÔNIO COZER LAMINADORA APPEL IND. E COM. DE MADEIRAS ARAGUAIA COMPENSADOS ARI ANTÔNIO DALSASSO GEREMIAS ME ARQUIMEDES DALMOLIN ARTENORTE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA EPP ARTENORTE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA- FILIAL ARTEPAN ESQUADRIAS ARTILEGNO ARTEFATOS DE MADEIRAS

ARTS FORR ARUANÃ MADEIRAS ASTROVIL - LAMINADORA E SERRARIA AUDIPLAC MADEIRAS LTDA - EPP AVM MADEIRAS B H N MADEIRAS B M F MADEIRAS BARPOLLA MADEIRAS BARRA AZUL MADEIRAS BEINS MADEIRAS BELMONTE MADEIRAS BENEFICIAMENTO DE MADEIRAS C.N.P.E. BENEFICIAMENTO IPORÃ BENEFICIAMENTO NOSSA SENHORA APARECIDA BENEFICIAMENTO SANTO ANTÔNIO BENSOU WOODY BIOCHAMA BIOLCHI MADEIRAS BIOMERG COMÉRCIO DE BIOMASSA BOA VISTA MADEIRAS BOEING BENEFICIAMENTO DE MADEIRAS BRIDA BRIGHENTI MADEIRAS BRILHANTE MADEIRA BRINOP BRIQUETES ALTO DA GLORIA BRITES & BRITES MADEIRAS BRITES E BRITES BRUMEL ESQUADRIAS BRUNO MADEIRAS CABOS DE MADEIRAS CAEMA MADEIRAS CAFEMMA MADEIRA

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA ÉRICA GISLAINE LINARES NAVARRO ESTER LINHARES FERREIRA NAVARRO ESTRELA AZUL EXPORT MADEIRAS (PONCE) TRIMARK MADEIRAS EXTRATOR DE TOROS FÁBRICA DE CABOS FAZENDA JAMANCHIM FAZENDA MACACO FBF LAMINADOS E COMPENSADOS FELIPE ANTONIOLLI MADEIRAS FENIKYS MADEIRAS LTDA FEROSWALZA MADEIRAS FEVIAM MADEIRAS FLORESTA INDÚSTRIA FLORESTAL INDÚSTRIA E COMÉRCIO FORRO E CIA GF LAMINADOS E COMPENSADOS GM MADEIRAS GTO MADEIRAS GV LAMINADOS GE MADEIRAS GABIATTI E CIA GADANHA MADEIRAS GERALDO KIRSCH GERALDO KIRSCH ME - SERRARIA ITAÚBA GETULENSE INDÚSTRIALIZADOS DE MADEIRAS GLOBAL WOOD INDÚSTRIA, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO GM MADEIRAS GSZ INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS GUAIANA IND E COMÉRCIO DE MADEIRAS GZS ARTEFATOS H Z ARTEFATOS DE MADEIRA HZ MADEIRAS HELLER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS IM MADEIRAS IH INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS ICA MADEIRAS IBMAD INDÚSTRIA E BENEFICIAMENTO DE MADEIRAS IMAPEL - INDÚSTRIA MADEIREIRA

CAMBARÁ MADEIRAS CAMIFRA CARVALHO TRUCOLLOO CASA DA AMAZONIA CASTANHA MADEIRAS CAVALLARO MADEIRAS CAZELLA E CHIAMNTE CAZELLA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS CEMAR MADEIRAS CENTROESTE MADEIRAS CIS BENEFICIADOS DE MADEIRAS COAN INDÚSTRIA E BENEFICIAMENTO DE MADEIRAS COBEMAL CODARIN MADEIRAS COIMAL COMAGEL COMPENSADOS ÂNGELA COMPENSADOS CENTRO COMPENSADOS FORTES COMPENSADOS SÃO FRANCISCO COMPENSADOS SÃO JOSÉ COMPENSADOS TERRA COMPENSADOS TIGRE LTDA COMPENSADOS TIGRE LTDA - FILIAL 01 COMPENSADOS TROMBETTA COMPENSADOS V3 COMPENSADOS VIROLA CONDOR DA AMAZÔNIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRA COPAYBA MADEIRAS CORRÊA MADEIRAS CRISTAL INDÚSTRIA, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO DE MADEIRAS CURUÁ MADEIRAS D S ARTEFATOS DE MADEIRAS DACO MADEIRAS DAVID ROVERSI DEPÓSITO DE MADEIRAS PICA PAU DIMADI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS DMAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS DURABEM AMAZONAS EMERSON MARCELO ZUBLER EPP ERIANI FERREIRA NAVARRO

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GLEISSON OMAR TAGLIARI JOSÉ W. DE OLIVEIRA MADEIRAS KAMI MADEIRAS KAYNÃ INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS KLK MADEIRAS KURTEN MADEIRAS LG MADEIRAS LTDA L.S.W COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO LAFFER MADEIRAS LAMAZONIA LAMIGREL LAMINADOS GREGOLETTO LAMINADORA ANDREATTA LAMINADORA GUARANTÃ LAMINADOS ANALÂNDIA LAMINADOS DELLANI LAMINADOS FAGANELLO LAMINADOS FLORESTA LAMINADOS FORTALEZA LAMINADOS GF LTDA LAMINADOS GABBIATTI LAMINADOS GLOBO LAMINADOS IVAÍ LAMINADOS JG LAMINADOS LAMIVICZ (KOTOVICZ) LAMINADOS MATÃO LAMINADOS PELLEGRINI LAMINADOS ROLETE LAMINADOS TOMELIN LAMINADOS TRIGRETTA LAMINADOS UNIÃO LAMINADOS ZERO OITENTA LAMINCO - LAMINADOS CENTROOESTE LAMINORTE LAMINSA LAMINADOS LANGER MADEIRAS (FLORA SINOP) LARA MADEIRAS LAURETO & OLIVEIRA LBCOL - LEGNO BRASIL COMPENSADOS LTDA LCMIL - LAMINADOS E CONPENSADOS MISTURINI LEMNKING LEOMAR MADEIRAS LEVINO HELLER EPP LISBOA MADEIRAS LUIZ ANSELMO FELDHAUS

PETRI IMAPIL IMATOL IMAVEL INDÚSTRIA DE MADEIRAS VERA IMBRAZ INCOBEMA INCOMAX INCOVEL INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS RENGER INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS ARTMANN INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS CARMELO INDUSTRIAL MADEIREIRA FICAGNA INDUSTRIAL MADEIREIRA DUOVIZINHENSE INDUSFAMA INDUSMAF INDUSMIL INDÚSTRIA DE MADEIRAS SAMARIA INDÚSTRIA DE MADEIRAS EVERESTE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS BIASI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS MIRANDA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS MP INDÚSTRIA MADEIREIRA RESCNHE INDUSTRIAL MADEIRAS INDUSTRIAL SUL LAMINADOS INDÚSTRIAS AUGUSTO KLIMMEK INMAPEL IORIS MADEIRAS IPÊ MADEIRAS IRACEMA IRUAMA MADEIRAS ITACOLOMI MADEIRAS ITAUBASSU MADEIRAS JM MADEIRAS JAPONCE MADEIRAS JD INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS JN MADEIRAS JOÃO ERVINO OSÓRIO JOMADE COMÉRCIO E REPRESENTAÇOES DE MADEIRAS

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA MADEIREIRA BOM SUCESSO MADEIREIRA BORIN FORTUNATO MADEIREIRA BOSSA MADEIREIRA BRAGADENSE MADEIREIRA BUFFON MADEIREIRA CAPINZAL MADEIREIRA CASCAVEL MADEIREIRA CECÍLIA MADEIREIRA CENCI MADEIREIRA COLORADO MADEIREIRA COMETA MADEIREIRA CRISTAL MADEIREIRA E BENEFICIAMENTO JOÃOZINHO MADEIREIRA ELBA MADEIREIRA ENDERLE LTDA MADEIREIRA FABIANE MADEIREIRA FERRONATO MADEIREIRA FICAGNA MADEIREIRA FIORAVANÇO MADEIREIRA FIORESE MADEIREIRA FONTOURA MADEIREIRA GARÇA LTDA MADEIREIRA GAZZIERO MADEIREIRA GILVANE MADEIREIRA GRAMADOS MADEIREIRA GRANDO MADEIREIRA GUARACIABA MADEIREIRA GURUPI MADEIREIRA H HELIN MADEIREIRA HAAS MADEIREIRA HG MADEIREIRA HIDALGO MADEIREIRA IGUAÇU MADEIREIRA IRMÃOS BALIN MADEIREIRA IRMÃOS COAN MADEIREIRA IRMÃOS TENUTTI MADEIREIRA ITAPIRANGA MADEIREIRA JABORÃ MADEIREIRA JOANA DARK MADEIREIRA JÚNIOR MADEIREIRA LAGOINHA MADEIREIRA LUCIANE MADEIREIRA MADEMARCH MADEIREIRA MARG LTDA MADEIREIRA MEDEIROS MADEIREIRA MONTE HOREBE MADEIREIRA MULLER

LUIZ MARTINS C LUGLI MADEIRAS LUMA MADEIRAS LUNENCAT MADEIRAS MD MADEIRAS MD PINTO MADEIRAS M DONADELLI MLS MADEIRAS MW MADEIRAS MF MADEIRAS MAAF MADEIRAS MACAM INDUSTIRA DE MADEIRAS FILIAL MACAM INDÚSTRIA DE MADEIRAS MATRIZ MACENIL MAD ART MADECALHA MADECEDRO MADECOMP MADEFERRO MADEIRAS MADEFREZZI MADEIRAS MADEGUIDE MADEIREIRA MADEIRA EMENDADOS MADEIRA GRANOSKI MADEIRANIT MADEIRAS LTDA MADEIRANIT MADEIRAS LTDA FILIAL MADEIRAS DA TERRA MADEIRAS DIEL MADEIRAS FINAS MADEIRAS FRIEDRICH MADEIRAS MANFROI MADEIRAS MENEGALI MADEIRAS PEKI MADEIRAS PEPERI MADEIRAS TRÊS GURIS MADEIREIRA ALMEIDA MADEIREIRA AMORIM MADEIREIRA ARATIBA MADEIREIRA ARCO ÍRIS MADEIREIRA AUSTRAL MADEIREIRA BALBINOTE LTDA MADEIREIRA BALESTRERI MADEIREIRA BARELAS MADEIREIRA BEIRA RIO MADEIREIRA BENEDETTI MADEIREIRA BOA VISTA MADEIREIRA BOM JESUS MADEIREIRA BOM RETIRO

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GLEISSON OMAR TAGLIARI MADEIREIRA ZIBETTI MADEIROL MADEJUMBO MADEIRAS MADEMAIS MADEIRAS MADEMARI MADEIRAS MADENORTE MADEP MADEPORÃ MADEPORTAS MADEIRAS MADEPPEL MADERLU MADEIRAS MADESAN MADEIRAS MADESCOL MADESIM INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS MADEVALE MADEVANI MADEIRAS MADEVINI INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS MADEWALKER MADEIRAS MADEZAPI IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO MADEZIL MADEIRAS MADFER MADEIRAS MADMOVEL INDÚSTRIA DE MADEIRAS MAFASA MADEIRAS MALIENTAL MALUAN MADEIRAS MAMORAEL MADEIRAS MÂNTOVA ESQUADRIAS EM MADEIRAS MARA LUCIA ACHE - EPP MARACAÍ MARAGOGI MADEIRAS MARAVAI MADEIRAS MARAZUL MADEIRAS MAREÍSA MADEIRAS MARISOL MADEIRAS MASSAGUAÇU INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS MATO GROSSO MADEIRAS MEDEGOR MADEIRAS MEDEIREIRA RIOGRANDENSE MENEGATTI & IRMÃO MENEGAZZO MADEIRAS MESTRE MADEIRAS MIL FOLHAS

MADEIREIRA NAKAI MADEIREIRA NOSSA MADEIREIRA NOSSA SENHORA DO BELO RAMO MADEIREIRA NOSSA SENHORA DO PILLAR MADEIREIRA NOVA PRATA MADEIREIRA NOVA REPÚBLICA MADEIREIRA NOVO ESTADO MADEIREIRA NOVO MATO GROSSO MADEIREIRA OP MADEIREIRA PADUANI MADEIREIRA PALUDO MADEIREIRA PATO BRANCO MADEIREIRA PAVIANI MADEIREIRA PLUS MADEIREIRA PORTELA MADEIREIRA PULMA MADEIREIRA RAÍSSA MADEIREIRA RANCHO FUNDO MADEIREIRA RENASCER MADEIREIRA RENO MADEIREIRA RIGOMAR MADEIREIRA RIO PRETO MADEIREIRA RODAZELI MADEIREIRA RORIG MADEIREIRA ROSSATO MADEIREIRA SALVI MADEIREIRA SANTA CRUZ MADEIREIRA SÃO BERNARDO MADEIREIRA SÃO CRISTOVÃO MADEIREIRA SAO JOSE MADEIREIRA SÃO JOSE MADEIREIRA SÃO LUIZ MADEIREIRA SCHMITZ MADEIREIRA SENTINELA MADEIREIRA SERRASUL MADEIREIRA SINOP MADEIREIRA SLOMP MADEIREIRA SUCUPIRA MADEIREIRA TAQUARIENSE MADEIREIRA TOLEDO MADEIREIRA TRêS F MADEIREIRA TRIMARK MADEIREIRA UELLITON MADEIREIRA URÂNIA MADEIREIRA VINÍCIUS MADEIREIRA VOLKWEIS

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SINDUSMAD: 30 ANOS DE COMPROMISSO COM A FLORESTA REISSONE MADEIRAS RIMANE LAMINADOS RIO AREIA MADEIRAS RIO AZUL MADEIRAS RODO GALO RUSCHEL ESQUADRIAS E MÓVEIS DE MADEIRAS ST MADEIRAS SANTOS MADEIRAS SÃO JOÃO INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS SÃO LUIS MADEIRAS SCHARLINTON MADEIRAS LTDA ME SERRANORTE MADEIRAS SERRARIA CAMPO GRANDE SERRARIA E DEPÓSITO DE MADEIRAS NAVARRO SERRARIA LUCIENE SERRARIA PÉROLA SERRARIA PICA PAU SERRARIA RS SERRARIA SAUDADES SERRARIA TRÊS NASCENTES SERRARIA ZIBETTI SERRARIAS UNIDAS CENI SIEL - SOCIEDADE INDUSTRIAL EXPORTADORA SIMAD MADEIRAS SIMIÃO SINOFLORA SINOPEMA MADEIRAS SINOPORTAS SÓ ITAUBA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS SOCÓ MADEIRAS SORCIL MADEIRAS SORRISO DO NORTE MADEIRAS STAR LIFE MADEIRAS SUPORTE IND COM DE MADEIRAS TAIGA MADEIREIRA TEREZA BELLASCUZA NAVARRO THOMASI MADEIRAS TIGRESA MADEIRAS TIGRINHOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS - FILIAL 01 TIGRINHOS MADEIRAS TINGÁ MADEIRAS LTDA - EPP TOSETTO MADEIRAS

MILBOM MADEIRAS MILMANTAS MADEIRAS MOREIRA BENEFICIAMENTO E COMÉRCIO DE MADEIRAS MOREIRA MADEIRAS MP MADEIRAS MVM INDÚSTRIA ECOMÉRCIO DE MADEIRAS NAC MADEIRAS NG DOS SANTOS MADEIRAS NZ MADEIRAS NAVARRO NOBREZA DO NORTE (NAVARRO) NOROESTE LAMINADOS NORTE SUL MADEIRAS NOVA ALIANÇA AGROPECUÁRIA NOVA ALIANCA MADEIRAS S/A O CASARÃO OLÍRIO DOMINGOS SOSTER ONEIDE MARLY OSAKU & MIYASAKI OSVALDO DILO OSAKU OURO VERDE MADEIRAS PH PELISSARI PAGLIARI & PATERNO PALMASOLA MADEIRAS PANAMERICANA INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS PAULI MADEIRAS PÉRTILE MADEIRAS PETRI MADEIRAS PINHEIRÃO INDÚSTRTIA E COMÉRCIO PLANALTO PLATINA INDUSTRIAL MADEIREIRA LTDA POLTRONIERI MADEIRAS PONTO CERTO MADEIRAS PREMIER MADEIRAS PRIMUS PROSUL MADEIRAS RGV BENEF E COM DE MADEIRAS RM MADEIRAS RM PORTAS RMACHADO & CIA R MEGIER REDIVO INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS

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GLEISSON OMAR TAGLIARI UIRAPURU MADEIRAS VC MADEIRAS V DA SILVA VG MADEIRAS VM MADEIRAS LTDA VO MADEIRAS VS MADEIRAS VALE DO RIO DO PEIXE VEPAR MADEIRAS VILMAR BALIN VITALE VP MADEIRAS WG PRESTADORA E EXTRATORA WS MADEIRAS WEBBER MADEIRAS WILSON JOSÉ VOLKWEIS - FAZENDA ZF MADEIRAS ZS INDÚSTRTIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS ZAMBIASI & CIA ZANQUI & CIA LTDA ZAVA MADEIREIRA ZICO MADEIRAS

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