Estudos de caso

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CRISTIANO RAFAEL RODRIGUES ANDERLE

ESTUDOS DE CASO I, II E III

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS SÃO JOÃO DA BOA VISTA, 2017


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................................................................................................................. 4 ESTUDO DE CASO I – REDE SARAH KUBITSCHEK BRASÍLIA, DF ........................................................................................................... 5 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................................................ 6 1. ARQUITETURA HOSPITALAR ............................................................................................................................................................................ 7 1.1 Considerações iniciais......................................................................................................................................................................................... 7 1.2 João Filgueiras Lima: a característica da arquitetura hospitalar ......................................................................................................................... 8 2. ESTUDO DE CASO .............................................................................................................................................................................................. 11 2.1 Rede Sarah Kubitschek - Brasília / DF ............................................................................................................................................................. 11 2.1.1 A instituição ............................................................................................................................................................................................... 11 2.1.2 O clima ....................................................................................................................................................................................................... 12 2.1.3 Flexibilidade ............................................................................................................................................................................................... 12 2.1.4 Espaços verdes ........................................................................................................................................................................................... 13 2.1.5 Iluminação natural e conforto térmico ....................................................................................................................................................... 13 2.1.6 Elementos da construção e estrutura .......................................................................................................................................................... 14 3. MÉTODOS E ANÁLISES – LAGO NORTE........................................................................................................................................................ 15 3.1 Configuração espacial ....................................................................................................................................................................................... 19 3.2 Método para análise da articulação espacial ..................................................................................................................................................... 22 3.3 Formas e cobertura............................................................................................................................................................................................ 31


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................................................... 34 ANEXOS .................................................................................................................................................................................................................... 36 ESTUDO DE CASO II – COLÉGIO SALESIANO DOMBOSQUINHO .......................................................................................................... 38 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................................................... 39 1. ARQUITETURA ESCOLAR ................................................................................................................................................................................ 40 1.1 Considerações iniciais....................................................................................................................................................................................... 40 1.2 Análise geral ..................................................................................................................................................................................................... 41 1.3 Análise pontual ................................................................................................................................................................................................. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................................................... 50 ESTUDO DE CASO III – HOSPITAL INFANTIL NEMOURS ......................................................................................................................... 51 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................................................... 52 1. HOSPITAL NEMOURS ........................................................................................................................................................................................ 53 1.1 Considerações Iniciais ...................................................................................................................................................................................... 53 1.2 Análise Geral .................................................................................................................................................................................................... 57 1.3 Análise Pontual ................................................................................................................................................................................................. 60 1.3.1 Implantação ................................................................................................................................................................................................ 60 1.3.2 Zoneamento e Fluxograma ......................................................................................................................................................................... 65 1.3.3 Programa de Necessidades ......................................................................................................................................................................... 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................................................................... 80 ANEXOS .................................................................................................................................................................................................................... 81


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INTRODUÇÃO GERAL A fim de promover o Trabalho Final de Graduação II é necessário observação, análise, crítica e contextualização de projetos relacionados ao tema proposto no TFG I e para isso é de fundamental importância o estudo de caso que aguçará ainda mais as ideias para ter certeza do que projetar ou não projetar, também para responder questões como: O que? Por que? Para que? Para quem? Com o que? Quando? Onde? Neste trabalho estão anexados três estudos de casos (Rede Sarah Kubitschek em Brasília DF, a Escola Salesiana Dombosquinho em Piracicaba SP e o Hospital Infantil Nemours em Orlando na Flórida) onde são destacadas ideias pertinentes ao Trabalho Final de Graduação II. As ideias mais destacadas e melhor definidas estão contidas no primeiro estudo de caso onde trata da humanização dos ambientes da Rede Sarah por João Filgueiras Lima, a questão de modulação e flexibilidade, conforto ambiental e a circulação entre os ambientes, bem como uma breve história da arquitetura hospitalar. O segundo estudo de caso que analisa a escola Domboquinho frisa fatores como circulação, setorização, ambientação e estratégias de arquitetura para benefício do ensino aprendizagem. No terceiro estudo de caso são abordados assuntos semelhantes ao do primeiro estudo, como se trata de um hospital infantil são destacados fatores como cores, ambientação, setorização e uma breve descrição do programa de necessidades.


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CRISTIANO RAFAEL RODRIGUES ANDERLE

ESTUDO DE CASO I – REDE SARAH KUBITSCHEK BRASÍLIA, DF

Estudo de caso I, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, apresentado ao Profº. Ms. Fabrício Ribeiro dos Santos Godoi.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS SÃO JOÃO DA BOA VISTA, 2017


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INTRODUÇÃO A arquitetura também tem por finalidade preocupar-se com o conforto ambiental para oferecer ao homem condições mínimas e adequadas no interior dos empreendimentos. A intervenção humana nas construções altera os fatores climáticos locais na construção de um edifício e por isso deve ser muito bem estudada. É importante pensar o empreendimento, suas aberturas bem como conhecer o material utilizado durante a construção, para aproveitar ao máximo de iluminação e ventilação natural possível quando necessário e sempre observando a exigência local reduzindo a utilização de aparelhos que condicionam o ar para manter as condições térmicas ideais. O estudo de caso justifica-se pela relevância do arquiteto João da Gama Filgueiras Lima (alcunha Lelé) que se formou nos anos 50 na Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro na época em que se encerrava o movimento moderno. Desenvolveu vários projetos ao lado de Oscar Niemeyer e de sua própria autoria como o projeto que será estudado neste volume, a Rede Sarah Kubitschek, onde soube como unir técnica e arte, função e sensibilidade (humanização). Também pela carência de estudos sistemáticos de fluxos, conforto ambiental, sustentabilidade, tecnologia e meio ambiente.


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1. ARQUITETURA HOSPITALAR

1.1 Considerações iniciais Os hospitais eram pensados até meados do século XVIII como instituição de assistência e exclusão aos pobres, um morredouro; quando ocorreu uma revolução e o mesmo começou a se tornar tecnologia médica onde sua intervenção passou a atuar como meio de tratamento do paciente, centros de prática da medicina e da ciência, e também centros de ensino e pesquisa (“A consciência de que o hospital pode e deve ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e é assinalada por uma nova prática: a visita e a observação sistemática e comparada dos hospitais”, FOUCAUT, 1984, p. 99). Jacques René Tenon médico francês, foi enviado pela França a pedido da Academia de Ciências a fazer várias viagens pela Europa onde pudesse constatar um programa de reformas dos hospitais a partir da situação atual dos existentes e dá o relato da importância do número de doentes e leitos, a altura dos compartimentos, a cubagem de ar, a área útil, circulação, separação de pacientes por categoria de doença, adoção de quartos individuais, da organização espacial. Ele associa esse relato ao mais antigo hospital de Paris, o Hotel Dieu (século VII) onde uma cirurgia não é tão bem-sucedida quanto num hospital inglês. Segundo Tenon apud Foucaut (1984) “...o hospital deixa de ser uma simples figura arquitetônica. Ele agora faz parte de um fato médico-hospitalar que se deve estudar como são estudados os climas, as doenças, etc”. A concepção do edifício hospitalar passa então a ser um espaço organizado e separado a partir de setores com atividades semelhantes à benefício do paciente onde cada setor dispõe de um núcleo de serviços e registros, observando todo o programa de reformas segundo o relato que descreve Tonon, onde permite estabelecer a relação medicina, hospital, uso, função e arquitetura. Também presa por uma organização horizontal de edificação assegurando a ventilação e iluminação o que o fez acreditar que havia resolvido todo o problema insalubre nos hospitais. ...o hospital é a parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem


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como encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. (GÓES, 2004, p. 07)

1.2 João Filgueiras Lima: a característica da arquitetura hospitalar A arquitetura hospitalar contemporânea segue requisitos como flexibilidade e adjacência (no sentido de expansão, e proximidade), racionalização, rígido controle de circulação, incorporação de tecnologias (estruturas metálicas, elevadores, sistemas de ventilação, por exemplo), infraestrutura sofisticada, a setorização dos espaços, separação de pacientes com diversas patologias e asseio. Analisando esses requisitos, nota-se que João Filgueiras Lima (Lelé), além de possuir bom desempenho em seus projetos e notável serialização de componentes construtivos, segue os preceitos de Tonon e utiliza da arquitetura hospitalar contemporânea para se apoiar. Lelé visa a flexibilidade da arquitetura - importantíssima característica de suas obras hospitalares - como forma de redimensionar e articular o espaço, de fazer alterações de acordo com a necessidade, seja para ampliação ou mudança do layout utilizando de sistemas construtivos modulados onde a estrutura permite a remoção de paredes ou divisórias e implementação de novos recursos e equipamentos tecnológicos, além de pensar em grandes pátios e jardins internos prevendo planejamento para futuras expansões. O arquiteto leva em consideração um partido horizontal e posiciona os possíveis ambientes que podem sofrer aumento, no pavimento térreo fazendo com que sua estratégia não interfira no funcionamento de espaços de grande importância. Para Góes (2004, p. 99) o hospital é “considerado uma das organizações mais dinâmicas do mundo contemporâneo. Consequentemente o edifício hospitalar está sempre em processo de transformação na sua estrutura. É um dinamismo inerente às suas atividades, quando o avanço da medicina, da ciência e da tecnologia, postos à serviço da vida humana, provoca sucessivos aprimoramentos nos processos de cura. ” Em seus projetos nota-se a centralidade e concentração nas alas como forma de racionalizar gastos seja com o meio físico da obra como instalações ou maior aproveitamento de materiais e do tempo em questão de deslocamento de funcionários e pacientes, além de proporcionar conforto e segurança num contexto geral.


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Em outros aspectos, um fator marcante e muito importante da arquitetura hospitalar de Lelé é a humanização, conceito complexo e que barra uma linha de pensamento ultrapassada da arquitetura da grande parte dos hospitais no país. Em arquitetura, a humanização trata da adequação do espaço ao ser humano onde as necessidades básicas de saúde, segurança e bem-estar são tratadas com prioridade fazendo com que ele fique, fisicamente e psicologicamente o mais confortável possível nesse ambiente que interatua de forma positiva para com o usuário estimulando a manutenção dos níveis de produtividade e conforto. Nos ambientes hospitalares o conceito de humanizar é de relevância relativamente grande, pois esses ambientes recebem pessoas, em sua maioria, fragilizadas, debilitas e com o emocional abalado, são indivíduos que precisam de tratamento num local seguro, confortável e alegre, pois o mesmo influi no processo de recuperação. É nesse momento que o pensamento ultrapassado da arquitetura hospitalar (locais fechados por grandes paredes, longos corredores, sem orientação, sem cor, sem alegria) deve ser pensado. Segundo Toledo (2007) apud Ciaco (2010) “...em geral, é nesse edifício que nos conscientizamos de nossas fragilidades e solidão diante da doença, é também que podemos vir a encontrar a coragem, a solidariedade e a esperança necessárias ao processo de cura. A humanização do edifício hospitalar é a condição imprescindível para que esses sentimentos positivos floresçam, ajudando-nos a superar o estresse, a mitigar a dor e a abreviar o momento da alta. ” Lelé impôs a humanização dos ambientes como se fosse o aspecto principal de suas obras hospitalares e isso o fez de fato ter sido reconhecido mundialmente. Ele diz que apesar da rigorosa regra da funcionalidade do edifício hospitalar, não se deve deixar a beleza de lado e utiliza a forma e as cores como aspectos artísticos, a ventilação e a luz natural para contribuir no combate a infecções hospitalares além de evitar ambientes fechados, a ambientação (relação com a natureza em ambientes coletivos como jardins e integração da arquitetura e obras de arte com painéis coloridos, muros de argamassa armada, pinturas, murais, entre outros) como estratégia de variação dentro de conforto ambiental para tornar o ambiente “mais humano” com espaços mais alegres, que despertem o interesse dos pacientes e que sejam, portanto, belos. “Ninguém se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual também. Acho que os centros de saúde que temos feito provam ser possível existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes em que o paciente esteja à


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vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito” (LIMA, 2004, p. 50)

O arquiteto se preocupa muito com a qualidade e conforto ambiental de suas obras e seu partido arquitetônico surge através das minuciosas análises que faz do terreno onde será implantado o empreendimento, a predominância de incidência solar, os ventos predominantes e a paisagem do entorno a fim de melhorar o espaço em função de novas tecnologias. Ele foi inovador ao pensar na Rede Sara Kubitschek como parte de um todo inserido no ambiente e assim aproveitar ao máximo a luz solar com grandes aberturas, a inserção de brises e sheds quando necessário e a passagem e retenção de vento por meio de tubulações que renovam o ar dos leitos.


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2. ESTUDO DE CASO

2.1 Rede Sarah Kubitschek - Brasília / DF 2.1.1 A instituição

IMAGEM 1: Rede Sarah – Brasília/DF (Fonte: GÓES, 2012 Disponível em http://camila-entrequatroparedes.blogspot.com.br/2012/01/rede-sarah-uma-critica-construtiva.html acesso em 08 de set. 2017)


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A Rede Sarah trata do aparelho locomotor desde o ano de 1976 com sua criação, e nome de Subsistema de Saúde na Área do Aparelho Locomotor até o ano de 1980, quando ganha seu primeiro hospital em Brasília por João Filgueiras Lima que trabalhou durante 13 anos na obra juntamente de outros profissionais. Seu nome se deve a uma homenagem à esposa do presidente Juscelino Kubitschek, pois ela possuía uma entidade filantrópica onde cuidava dos necessitados como forma de caridade e por este motivo, Juscelino elaborou uma lei onde criou a APS (Associação das Pioneiras Sociais) instituição pública não estatal, que administra e mantem o hospital por meio de impostos providos do orçamento da União através do contrato de gestão, prestando assistência médica qualificada e gratuita ao cidadão. No hospital de Brasília existem espaços para terapias onde trata a mobilidade dentro e fora da edificação ao ar livre e isso tornou-o precursor da arquitetura adotada nas diversas unidades da rede, porém cada projeto é único e tomam forma a partir das condicionantes do terreno. Devido a essas novas unidades observou-se a necessidade de criar um centro onde construísse pré-fabricados, transportasse e montasse para novas edificações, além de prestar outros serviços de manutenção dos prédios existentes.

2.1.2 O clima Brasília é uma cidade tropical com verão úmido e chuvoso, inverno seco e muito frio, temperatura média anual entre 20ºC e 30ºC, o clima é caracterizado pelo seu grande período seco no frio (entre abril e setembro) e umidade que pode chegar até 13% e outro chuvoso (entre outubro e março) e umidade com mais de 70%, visto que o frio é o período mais problemático é aconselhável o aquecimento por meio de massa térmica e aquecimento solar, para o calor que não é grande problema utilizar dos meios de ventilação torna o conforto térmico mais agradável.

2.1.3 Flexibilidade Com a crescente evolução da tecnologia e a necessidade de o ambiente hospitalar contar com essa evolução, com a demanda que frequenta esse ambiente e com a preocupação do tratamento e a melhora rápida do paciente, é necessário que os espaços sejam flexíveis e que cada setor possa crescer com independência, sem prejuízo das circulações internas e isso pode ser planejado a partir do sistema construtivo adotado. Ainda é


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preciso pressupor um núcleo de um subsistema em cada ala para atender a condição do hospital naquela região para que o número de leitos possa ser ampliado no futuro, garantindo as mesmas ou mais atividades concebidas anteriormente naquele espaço a qual foi destinado. Além dos espaços é importante pensar no emprego de tubulações visitáveis de fácil acesso, para entrada de oxigênio por exemplo, que devem atender e acompanhar o desenvolvimento tecnológico nas áreas possíveis de ampliação prevendo que a instalação não prejudique materialmente ou no funcionamento do hospital.

2.1.4 Espaços verdes O hospital possui espaços verdes (jardins ao ar livre) onde ocorrem treinamentos dos técnicos e o tratamento complementar de pacientes que possam realizar exercícios. Essas áreas são adjacentes às áreas de internação para facilitar seu acesso e é característico do hospital a exigência deste tipo de tratamento.

2.1.5 Iluminação natural e conforto térmico A explicação para a utilização de condicionantes térmicos e de luz artificiais em alguns setores do hospital moderno se deve à preocupação da diminuição de circulação no interior do edifício e a setorização de ambientes que são postos uns próximos aos outros formando uma massa compacta de cubículos, segundo suas funções em comum. Para o clima de Brasília, não é necessário a utilização desses meios artificiais que podem alterar o orçamento final da obra, além de ser uma grande preocupação no momento de sua manutenção ou ampliação dos ambientes. A adoção de sistemas simples de iluminação e ventilação naturais (controláveis ou fixas) podem resolver diversas situações tornando os espaços amenos e acolhedores. Para a adesão de condicionantes artificiais, que às vezes torna-se impossível a sua não utilização, é deixado para os ambientes onde a permanência de pessoas não é grande ou ambientes que não sofrerão alterações futuras como centro cirúrgico, central de esterilização, raio x (sala dos aparelhos), auditório e arquivo médico.


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2.1.6 Elementos da construção e estrutura Observando as grandes proporções de um edifício hospitalar e a dificuldade de manutenção dos elementos construtivos, é necessário pensar na padronização desses elementos (estrutura, vedação, divisórias, equipamentos fixos e móveis, luminárias, por exemplo) a fim de facilitar esse tipo de rotina administrativa, além de ser um fator na redução dos custos. Esse tipo de padronização e as exigências estabelecidas para a construção de hospitais conduz à utilização de pré-fabricados como fator de redução de custo, tempo de execução da obra e design. A laje pré-fabricada (0,6 m altura por 1,15 m de largura) utilizada na fachada do hospital em Brasília, alternada por pavimento e apoiada nos blocos vence vãos variáveis e permite a inserção de terraços-jardins, a circulação natural de vento, a entrada de luz e a passagem de tubulações, além de formarem grandes janelões que possibilitem a integração com o externo e a área verde do piso inferior e torna dispensável o uso de pilares aumentando as condições de flexibilidade do prédio.

IMAGEM 2: Croqui Viga Vierendeel (Fonte: Arquivo fotográfico do CTRS)


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IMAGEM 3: Fachada / Vigas (Fonte: Google Earth)

Após quinze anos de construção do hospital Sarah de Brasília notou-se a necessidade de novas adaptações e melhorias, por isso novas edificações foram elaboradas com as devidas correções e com design completamente diferente, como o Centro de Apoio no Lago Norte de Brasília.

3. MÉTODOS E ANÁLISES – LAGO NORTE Em Brasília, existem duas unidades da Rede SARAH que atendem adultos e crianças, em diferentes etapas do tratamento. O SARAH Brasília caracteriza-se por atendimento predominantemente

hospitalar.

O

Centro

Internacional

de

Neurociências

e Reabilitação, o SARAH Lago Norte, com atendimento exclusivamente ambulatorial, atua em uma etapa mais avançada do processo de reabilitação do paciente. (APS, 2017)


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IMAGEM 4: Centro de apoio (Fonte: Arquivo fotográfico do CTRS)

O Centro de Apoio ao Grande Incapacitado Físico é um complemento do hospital Sarah de Brasília onde ocorrem as terapias ao ar livre nos grandes espaços verdes. É composto por blocos térreos integrados ao lago Paranoá e o campo gramado e jardins. O maior bloco está situado ao lado do lago e serve para realizar atividades de lazer e serviços, além de conter ambulatório, espaço para internação e terapias. O bloco situado na região mais alta e central do terreno possui área de estudos e residência médica. O bloco circular é uma escola para crianças com deficiência e ao lado da cobertura circular próxima ao lago, está o ginásio.


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IMAGEM 5: Ginรกsio e Cais (Fonte: Arquivo fotogrรกfico do CTRS)

IMAGEM 7: Croqui Cais (Fonte: WESTPHAL, 2007)

IMAGEM 6: Escola (Fonte: Arquivo fotogrรกfico do CTRS)

IMAGEM 8: Croqui Ginรกsio/Entrada de luz (Fonte: Arquivo fotogrรกfico do CTRS)

IMAGEM 9: Croqui Escola (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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IMAGEM 9: Corte (Fonte: WESTPHAL, 2007)

IMAGEM 10: Planta Térreo (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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3.1 Configuração espacial Revela o modelo de espaços adotados perante a topografia, o formato do terreno e suas condições, além da forma com a qual as pessoas irão se apropriar de cada área. No esquema abaixo (Imagem 11) pode-se notar que quanto maior o terreno, a edificação tende a ser horizontalizada (no caso do Centro de Apoio de Brasília) e quanto menor, há, obviamente, a necessidade de verticalização. E mais abaixo (Imagem 12) será demonstrado a configuração dos espaços funcionais.


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IMAGEM 11: Relação do edifício com o terreno (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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IMAGEM 12: Setorização (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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3.2 Método para análise da articulação espacial É interessante como os corredores e os espaços contínuos a estes, do Centro de apoio, funcionam como eixos centrais onde integram com outros ambientes do espaço formando em si um anel de movimentação que possibilita a circulação de um lugar para o outro e, posteriormente, retornar ao corredor principal. Os setores de ambulatório, fisioterapia, hidroterapia e vestiários estão interligados a esse eixo mostrando o estado de integração entre eles onde o acesso é facilitado. O setor de serviço normalmente é de integração média, já que é um espaço de uso exclusivo, mas no projeto do Centro de Apoio, está integrado ao eixo onde dá acesso à enfermaria. A escola, a residência médica, o centro de estudos e o auditório são setores de funcionamento independentes aos serviços promulgados na área hospitalar e por isso têm acesso pela área externa do edifício, havendo baixa integração. Os apartamentos (que necessitam de lugares calmos, sem ruído e movimentação), cais e o ginásio se encontram em locais mais isolados.

IMAGEM 13: Integração global por convexidade (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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IMAGEM 14: Profundidade a partir do acesso ambulatorial por convexidade (Fonte: WESTPHAL, 2007)

IMAGEM 15: Integração global por axialidade (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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IMAGEM 16: Eixo central ordenador (Fonte: WESTPHAL, 2007)

Através da análise do eixo central e das atividades desenvolvidas em seu entorno, é possível analisar a presença de cinco setores que estão ou não integrados ao corredor e são alisados da seguinte forma:

IMAGEM 17: Setores funcionais (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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Setor 1: Educacional – Residência médica, centro de estudos, auditório e escola (onde existe um hall para acesso ao auditório e o centro de estudos, a residência médica está um pouco mais isolada e independe do hall de acesso, havendo um corredor lateral);

IMAGEM 18: Setor 1 (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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Setor 2: Pronto atendimento – Ambulatório e vestiário (de acesso pelo eixo ordenador ou pela área externa);

IMAGEM 19: Setor 2 (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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Setor 3: Internação – Apartamentos e enfermaria (a enfermaria tem acesso por um hall externo onde é necessário passar pelo eixo central para chegar aos apartamentos que se encontram isolados);

IMAGEM 20: Setor 3 (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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Setor 4: Tratamento – Fisioterapia, hidroterapia, ginásio e cais (esse setor tem comunicação direta ao eixo ordenador e fica bem próximo a fim de desenvolver atividades extras);

IMAGEM 21: Setor 4 (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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Setor 5: Infraestrutura – Serviços e pátio (transição entre o externo e o edifício).

IMAGEM 22: Setor 5 (Fonte: WESTPHAL, 2007)

É importante lembrar que todos os hospitais e componentes da Rede Sarah, seguem o mesmo padrão de setorização ao descrito aqui.


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IMAGEM 23: Grรกfico ร reas (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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3.3 Formas e cobertura

IMAGEM 24: Sheds e cobertura fechada (Fonte: WESTPHAL, 2007)

Uma peça única chamada shed (construídos com vigas treliçadas, leves e de fácil montagem e desmontagem), que possui brises em sua boca, está sobre a cobertura do Centro de Apoio e é a solução de ventilação e iluminação naturais adotadas por João Filgueiras Lima. No Sarah Brasília existem galerias, mas não têm a função de ventilar, servem apenas para manutenção da infraestrutura. Lelé defende a ventilação vertical com o intuito de ocorrerem menos infecções por meio de bactérias e vírus presentes no ar e que podem ser facilmente levadas pela poeira durante a ventilação horizontal e cruzada. Ele utiliza de um sistema onde o ar entra pelas galerias nos dutos subterrâneos segue até o hospital para sua renovação, é sugado pelas partes inferiores da parede sendo expelido pelos sheds na região superior do edifício. Então a nossa proposta sempre foi a ventilação de baixo para cima, porque o ar quente sobe. Quando você tem uma ventilação de baixo para cima, você evita a ventilação cruzada (horizontal), porque a poeira também pode servir de veículo para a transferência das bactérias. Tem que haver um veículo para transferir essas bactérias de um lado para o outro. Então a ventilação cruzada (horizontal) nos hospitais não é uma coisa muito boa. [...] Quando se usa ventilação cruzada (horizontal), tem que ser em


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espaços menores. Em espaços muito grandes, deve ser evitada. (LIMA apud KOWALTOWSKI et al., 2011, p. 331)

Além disso, o arquiteto resfria o ambiente por meio mecânico (quando necessário para não ocorrer proliferação de bactérias) integrado à ventilação natural, com a função de limpar e filtrar o ar que vem do exterior através da nebulização de água por bombeamento dentro das galerias. Observando a cobertura do Centro de Apoio notam-se estruturas leves e maleáveis com telhas de alumínio pintadas de branco curvadas e que modelam os sheds. Lelé explica que a tinta branca reflete a radiação incidente não deixando passar para os ambientes internos, além de conter uma estratégia onde utiliza-se de um espaço entre a cobertura e o forro, criando um tapete de proteção térmica. Em questão de entrada de luz, em sua obra são utilizados muitos vidros transparentes com brises externos pintados de branco, afastados a cerca de 30 cm, próximos às vegetações que minimizar o calor e controlam a entrada de luz. Também existem calçadas ao redor do edifício, nas áreas de lazer, próximas da vegetação que também ajudam no processo de diminuição da sensação térmica, funcionando como grandes varandas cobertas. Segundo KOWALTOWSKI et al. “A luz natural traz benefícios à saúde humanam é mais econômica, ajuda no combate à infecção hospitalar e é mais agradável para os pacientes ao contrário da monótona luz artificial.”

IMAGEM 25: Simulação movimento ar (Fonte: WESTPHAL, 2007)


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IMAGEM 26: Simulação movimento ar e iluminação (Fonte: LIMA, 2012)


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APS. Rede Sarah de hospitais de reabilitação. Brasília, 2017. Disponível no site: http://www.sarah.br/a-rede-sarah/nossas-unidades/unidadebrasilia/ Acesso em 09 de set. 2017 às 14h58min.

CIACO, R. J. A. S. A Arquitetura no Processo de Humanização dos Ambientes Hospitalares. Mestrado USP, São Carlos, p. 1-150, 2010. CTRS – Acervo do Centro de Tecnologia da Rede Sarah. 2008.

FOUCAUT, M. Microfísica do poder. 4ª ed., Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.

FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 4ª ed., São Paulo: Stúdio Nobel, 2000.

GÓES, R. Manual Prático de Arquitetura Hospitalar. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

KOWALTOWSKI, D. C. K.; MOREIRA, D. C. M.; PETRECHE, J. R. D.; FABRICIO, M. M. O processo de projeto em arquitetura da teoria à tecnologia. São Paulo: Oficina de textos, 2001, p.323-348.

LIMA, João Filgueiras. O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima). Depoimento a Cynara Menezes. Rio de Janeiro, Record, 2004, p. 50.


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LIMA, João Filgueiras (Lelé). Arquitetura. Uma experiência na área da saúde. São Paulo, Romano Guerra, 2012, p. 212-239. RIBEIRO, G. P. Conforto ambiental, sustentabilidade, tecnologia e meio ambiente: Estudo de caso hospital Sarah Kubitschek – Brasília. [TFG] São Paulo: MACKENZIE/FAU, 2007.

WESTPHAL, E. A linguagem da arquitetura hospitalar de João Filgueiras Lima. Mestrado UFRGS, Porto Alegre, p. 1-130, 2007.


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ANEXOS

IMAGEM 27: Maquete de implantação (Fonte: LIMA, 2012)

IMAGEM 28: Corte esquemático (Fonte: LIMA, 2012)


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IMAGEM 29: Galpão para esportes náuticos (Fonte: LIMA, 2012)

IMAGEM 30: Corte esquemático do sistema de ventilação (Fonte: LIMA, 2012)


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CRISTIANO RAFAEL RODRIGUES ANDERLE

ESTUDO DE CASO II – COLÉGIO SALESIANO DOMBOSQUINHO

Estudo de caso II, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, apresentado ao Profº. Ms. Fabrício Ribeiro dos Santos Godoi.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS SÃO JOÃO DA BOA VISTA, 2017


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INTRODUÇÃO

É de extrema importância o estudo da circulação, acessos para qualquer tipo de pessoa, e da inter-relação dos ambientes de uma escola, além de outros aspectos como a ambientação das salas de aula, cores e disposições no processo de projeto para um empreendimento do mesmo tipo. Com o intuito de obter sucesso na projeção de uma escola, esse estudo de caso mostrará meios básicos de pontos e formas de acesso da Escola Salesiana Dombosquinho em Piracicaba, além da inter-relação dos ambientes, meios simples de solução para conforto ambiental e distribuição dos ambientes.


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1. ARQUITETURA ESCOLAR

1.1 Considerações iniciais A Escola Infantil Salesiana Dombosquinho está localizada no Bairro Alto, região central da cidade de Piracicaba/SP, com área total de 5.180 m², 2.159 m² de área construída e 3.319 m² de área livre. O Projeto teve início em dezembro de 2010 e término em janeiro de 2012, sob responsabilidade do escritório SAA Shieh Arquitetos Associados com os autores Shieh Shueh Yau e Leonardo Shieh. Ela possui infraestrutura moderna, diferenciada, brises modestos, cores exuberantes que chamam muita atenção, com ambientes adaptados em termos de acessibilidade da criança, salas de aula, dança, balé, artes, informática, anfiteatro, cozinha experimental, refeitório, brinquedoteca, piscina e playground. Atende alunos de educação infantil de 2 a 5 anos em meio período do dia, além de um projeto de escola de tempo integral para os alunos do 5º ano.

IMAGEM 1: Fachada da escola (Fonte: Archdaily, 2017)


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1.2 Análise geral O prédio se aproveita da topografia em pouco aclive para distribuir as salas de aula em “L”, meio nível acima da entrada da escola em sua lateral, além de um programa distribuído em três níveis ligados por grandes rampas que favorecem o grande fluxo, a mobilidade para PNE, a entrada de luz e ventilação naturais. O empreendimento é bem colorido, com ambiente lúdico e uma volumetria que ganha novo caráter em função.

IMAGEM 2: Escola (Fonte: Archdaily, 2017)

IMAGEM 3: Rampas de acesso (Fonte: Archdaily, 2017)

IMAGEM 4: Rampas e salas de aula (Fonte: Archdaily, 2017)

O arquiteto Shieh Shueh Yau explica que o motivo por ter adotado 3 níveis num terreno pouco mais que 5000 m² é que os compartimentos ficariam extremamente apertados e daí a distribuição organizada. As principais atividades coletivas acontecem no pavimento térreo (pátio com 7,5 m de pé-direito onde ocorre toda a circulação entre as salas ao redor do mesmo e a preocupação em criar espaços arejados e bem iluminados é grande, com aberturas que permitem a ventilação cruzada e de efeito chaminé, bem como a entrada difusa de luz natural que banha os espaços depois de refletir nas superfícies brancas da estrutura e telha) – entrada, pátio, refeitório e palco – o nível de 1,35 m compreende as 12 salas de aula com acesso principal voltado para o pátio coberto (uma espécie de mezanino), as atividades especiais como salas de música, arte, leitura, dança, brinquedos e informática ficam no plano de 3,20 m. Além disso os arquitetos tiveram grande preocupação no agrupamento das salas de aula sem que houvesse segregação e ainda mais a integração dessas com o jardim externo que funciona como extensão do espaço interno e a diminuição dos ruídos vindos da rua, criando uma proposta mais dinâmica e harmônica. “O grande desafio foi garantir que todas as salas de aula se relacionassem


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com o jardim externo por meio de terraços cobertos que se comportam como a própria extensão das salas. Assim, vislumbram-se atividades didáticas que extrapolam a dimensão interna tão corriqueira”, explica o arquiteto Leonardo Shieh.

IMAGEM 5: Plantas (Fonte: BICHUETTE, 2015)


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IMAGEM 6: Grandes janelões com vista para o jardim externo (Fonte: BICHUETTE, 2015)

IMAGEM 7: Grandes janelões com vista para o jardim externo (Fonte: BICHUETTE, 2015)

As cores são estimulantes no processo de ensino e aprendizagem do ser humano. Pensando nisso, os arquitetos desenvolveram o estudo da fachada, fazendo da junção entre texturas do concreto, das barras dos brises e das cerâmicas com quatro cores básicas (também utilizadas no interior da escola, são em grande parte pastilhas, nas cores cinza e amarela e pinturas em tons primários), a fim de fortalecer a relação de identificação entre aluno e escola. Os pais podem acessar o prédio com o carro e deixar as crianças na área de desembarque sob a marquise criada pela extrusão do piso superior. Esse espaço de acesso, próximo de um estacionamento, foi projetado a fim de empregar um auditório futuramente. Uma grande preocupação e marcante para a forma do edifício é a promoção de ventilação cruzada e a proteção para incidência direta do sol a fim de assegurar o conforto térmico sem a necessidade da utilização de condicionantes mecânicos, visto que a região da cidade é de temperatura e sensação térmica elevada. A grande fachada (entrada do estacionamento para a escola), que está apontada para o lado oeste da cidade formando uma extrusão que atua como resguardo para o embarque e desembarque das crianças para os automóveis, é revestida de brise horizontal inclinado


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2 m à frente das janelas das salas especiais, feito de aço galvanizado que ameniza a incidência do sol poente e não compromete a passagem de ventilação e visão do interior para o exterior.

IMAGEM 8: Brise horizontal de aço galvanizado (Fonte: Archdaily, 2017)

Na imagem acima, nota-se que abaixo do brise existe uma entrada que dá acesso direto ao pátio coberto com pé direito duplo e cobertura termoacústica. Esse espaço dá acesso a todos os outros compartimentos da escola através de uma rampa, sendo o ponto de encontro central funcionando como local de intervalo e atividades como apresentações.

1.3 Análise pontual Análise de circulação, acesso, setorização, ventilação e iluminação.


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IMAGEM 9: Estudo dos principais acessos e circulação (Fonte: Própria autoria, 2017)


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IMAGEM 10: Setorização (Fonte: Própria autoria, 2017)


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A circulação envolvida no interior do edifício é dinâmica e muito bem distribuída em questão do acesso pelo estacionamento até o pátio e os locais de distribuição do pátio para as salas de aula e banheiros no mesmo piso das salas, sanando problemas de pouca mobilidade no local com rampas e escadas. Analisando os principais acessos, é possível observar que a escola é permeável por quase todas as suas fachadas, tornandoa mais acessível a qualquer pessoa. O mezanino promove integração entre todos os alunos de todos os anos em relação a sala de aula e pátio, ao mesmo tempo os separa muito bem a fim de manter a privacidade e o isolamento acústico necessário para o ensino-aprendizagem. Na planta de pavimento superior, logo abaixo, mostra dois meios de acesso para tal pavimento, quantidade menor ao do pavimento inferior, porém é necessário observar que não é um local de visitação diária, a circulação será reduzida e envoltória ao mezanino que dá integração ao pátio central. É interessante observar como boa parte da escola se relaciona diretamente com o pátio, local onde a maior parte das atividades coletivas, ocorrem.


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IMAGEM 11: Circulação piso superior (Fonte: BICHUETTE, 2015)


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IMAGEM 12: Ventos predominantes e iluminação no entardecer (Fonte: BICHUETTE, 2015)

Simulação do papel do brise horizontal no poente do sol da fachada oeste, além da abertura que mantem para a passagem de ventilação que surge do sudoeste (ventos predominantes, além do leste) e se estende até o outro lado do edifício aplicando o conceito de ventilação cruzada.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORBIOLI, N. SAA Shieh Arquitetos Associados: Escola Infantil Salesiana Dombosquinho. ed. 399. Arco: Piracicaba – SP. Disponível no site: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/saa-shieh-arquitetos-associados-escola-infantil-salesiana-dombosquinho-piracicabasp Acesso em 10 de set. 2017 às 14h56min.

BICHUETTE, P. Estudo de caso Escola Salesiana Dombosquinho. Prezi: São Paulo, 2015.

ARCHDAILY. Bombosquinho / Shieh Arquitetos Associados. Disponível no site: http://www.archdaily.com.br/br/867494/dom-bosco-shieharquitetos-associados Acesso em 10 de set. 2017 às 18h55min.


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CRISTIANO RAFAEL RODRIGUES ANDERLE

ESTUDO DE CASO III – HOSPITAL INFANTIL NEMOURS

Estudo de caso III, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, apresentado ao Profº. Ms. Fabrício Ribeiro dos Santos Godoi.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS SÃO JOÃO DA BOA VISTA, 2017


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INTRODUÇÃO

A arquitetura influencia de várias formas no processo de recuperação do ser humano dentro de um hospital, tanto de forma positiva como de forma negativa. Num hospital onde o tratamento é direcionado a crianças, essa preocupação da arquitetura para com o processo de recuperação deve ser redobrada, já que elas são mais frágeis e delicadas. É importante pensar um ambiente lúdico, dinâmico e que interage com a criança de forma que ela fique entretida esquecendo do real motivo pelo qual está ali e não se desespere com o ambiente pesado que o sistema hospitalar é em sua grande maioria. Além disso a inserção e a integração do meio interno com o externo é de grande importância em relação a ventilação e iluminação natural, proporcionando também a noção de tempo ao paciente. Neste estudo de caso será apresentado uma análise dessas preocupações e a relação que o hospital Nemours tem com o paciente, bem como o processo de circulação e seus eixos horizontais e verticais.


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1. HOSPITAL NEMOURS

1.1 Considerações Iniciais O hospital Nemours Children está localizado em Lake Nona Medical City, um parque de saúde e ciência situado na cidade de Orlando no estado da Flórida / EUA, num terreno próximo à rodovia Central Florida GreeneWay com a existência de outras edificações e lotes próximos de seu entorno, sendo visível em seu todo. Ele foi projetado em 2009 com obras até o ano de 2012 pelo escritório Stanley Beaman & Sears numa área de 630.000 m², 192.000 m² de construção e orçamento de 260 milhões de dólares, com um novo conceito de arquitetura hospitalar onde o ambiente de cura e seus jardins, espaços verdes e de descanso abraça, encanta, inspira e diverte as crianças até sua idade adulta no tratamento de doenças crônicas, complexas e fatais, e ainda estabelece maior conforto e tranquilidade aos pais. São oferecidos serviços como tratamento de pequenos ferimentos nas condições mais complexas, tratamento pediátrico especializado e serviços cirúrgicos, quartos para famílias, tecnologia no registro eletrônico de saúde, espaços verdes, jardins, espaços de descanso e terapia, estacionamento, portaria e atendimento à comunidade através de cuidados primários, além de conter 95 leitos e 76 salas de exame, emergência e uma central de energia. Como todo hospital deveria ser, o Nemours prevê espaços onde pode sofrer alterações e aumento conforme a necessidade no desenvolvimento tecnológico ou após novos avanços da medicina como a expansão de mais 32 leitos, 24 salas de exame, escritórios, instalações de apoio e pesquisa, entre outros.


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IMAGEM 1: Localização do Hospital Infantil Nemours (Fonte: Google Earth, 2017)


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IMAGEM 2: Fachada do Hospital Infantil Nemours (Fonte: Archdaily, 2013)

Segundo o escritório, “O que é melhor para as crianças? As respostas obtidas através dessas perguntas deram subsídios para a criação dos espaços do hospital. ” De fato, o partido arquitetônico surgiu com essa pergunta e desde então a edificação foi pensada para as crianças com a criação de ambientes e espaços lúdicos e dinâmicos, com mobiliários diferenciados e que despertam a curiosidade e a vontade de brincar. Além disso houve um grande investimento no paisagismo da obra, e no início da construção os jardins já foram sendo plantados para que ao final as plantas já estivessem de acordo com o projeto e estimulassem no processo de cura, já que o paisagismo existente possuía pouca vegetação.


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Então, uma criança que passa por um tratamento oncológico, que acaba sendo bombardeada por diversas emoções e tendo necessidades variadas, acaba por ter, segundo as citações acima, seus instintos perceptivos aguçados, sendo essa uma das melhores horas para, através da percepção, dá uma maior vivacidade e uma melhor sensação de bem-estar para a criança. Essa percepção pode ser gerada através de ambientes humanizados, que contem com o uso de cores alegres, com a utilização de mobiliários dinâmicos e que gerem a interação. (LEAL, 2014, p. 52)

IMAGEM 3: Mobiliário criativo da recepção do hospital (Fonte: Archdaily, 2013)

IMAGEM 4: Área de espera do hospital (Fonte: Archdaily, 2013)


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Os profissionais do hospital e toda a sua equipe, juntamente com o escritório de arquitetura, têm grande preocupação com as pessoas que utilizam os serviços local e não apenas com as normas de funcionalidade que regem um hospital, fazendo com que haja grande união dos requisitos mínimos para a elaboração deste com o bem-estar físico e psicológico do ser humano. Lugares considerados acolhedores para as crianças, são aqueles que possibilitam o desenvolvimento criativo, participação, exploração, que estimulem a fantasia e a iniciativa, que possibilitem contato com objetos, lugares e ações sem a necessidade da supervisão de um adulto. Além disso, que a criança interaja ativamente com o ambiente, utilizando o desenvolvimento do seu senso de natureza, entre tantos outros fatores (ELALI, 2002 apud SANTOS, 2011). É necessário criar espaços onde as crianças tenham total independência, que ela possa explorar e ter percepção positiva e enriquecedora do ambiente, fazendo com que ela se divirta, conheça novos elementos de forma dinâmica, lúdica e principalmente segura. Desta forma, esses fatores devem ser implantados dentro do ambiente hospitalar, nos leitos, nos medicamentos, no tratamento, onde esses hábitos vão contra o conceito atual do hospital.

1.2 Análise Geral Existem estratégias no hospital para apoiar as famílias as mantendo o mais próximo da vida em suas casas durante o tratamento da criança como quartos de pacientes com acomodações para o pai junto da mãe, lavanderias, amplas salas de estar e recreação com vistas e aberturas para o ambiente externo em áreas de descanso e lazer com jardins, instalações aquáticas interativas e um palco ao ar livre. Além disso é destacado as cores nos espaços, a iluminação como atrativo visual, formas dinâmicas no teto e na marcação do piso, materiais e texturas diferencias, objetos decorativos, quadros e flores.


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IMAGEM 5: Jardim externo (Fonte: Archdaily, 2013)


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Observando a fachada da edificação é possível notar um breve volume com as variedades de cores sujeitas da iluminação dos leitos que são escolhidas pelas crianças tornando essa vista dinâmica, alegre e mais divertida. Essa fachada conta com uma variação de materiais e acabamentos modernos mistos que dão aos espaços internos uma estética simples e moderna, como vidro para a entrada abundante de luz natural, sistemas pré-moldados, terracota, painéis de metal, brises e pedras que vão além do fator estético servindo como marcação espacial e definindo, por exemplo, as entradas. Com esse dinamismo, é possível criar um vínculo entre a criança e a edificação fazendo com que ela não se prenda ao ambiente hospitalar propriamente dito, deixando-a mais à vontade e a distraindo do real motivo pelo qual está ali. Segundo LEAL, “toda a composição da fachada tem uma finalidade, seja de indicar caminhos ou evitar a entrada direta da luz solar. Vale salientar também a utilização de materiais atuais, que deram um ar mais moderno e descontraído a edificação, fugindo um pouco da arquitetura hospitalar mais usual, que visa apenas funcionalidade e custos. ”

IMAGEM 6: Fachada (Fonte: Archdaily, 2013)

IMAGEM 7: Brises (Fonte: Archdaily, 2013)


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Orlando apresenta clima subtropical, portanto o sol e a umidade foram fatores determinantes para o projeto como estudo do mesmo para inserir os painéis solares e os brises, permitindo o bloqueio de incidência direta dos raios solares e aproveitando ao máximo a luz natural abundante nos interiores. A parede de pedra em cor marrom é um elemento que dá volume, e define as entradas principais. Em questão de setorização, o hospital divide muito bem os ambientes e instala serviços comuns num mesmo pavimento como é o caso dos ambulatórios e as salas de internação de mesma especialidade que se localizam no mesmo pavimento em áreas adjacentes, permitindo a prestação de serviço adequada ao paciente diminuindo os eixos de movimentação, circulação e tornando o ambiente mais familiar para as crianças.

1.3 Análise Pontual 1.3.1 Implantação O empreendimento se encontra centralizado em sua área de construção rodeado por vegetação nos jardins e pátios, possui três eixos de acesso distribuídos de forma homogênea e que circulam todo o local. A entrada principal está localizada bem na região central, a de serviços no lado leste e a de emergência no lado oeste. A direção dos ventos predominantes em Orlando varia durante todo o ano, não havendo apenas uma determinante e uma fachada para análise. O surgimento do vento a partir do leste é durante 3,8 meses do ano (de 10 de março a 4 de julho) e durante 2,8 meses (de 7 de agosto a 1 de novembro); a partir do sul durante 1,1 meses (de 4 de julho a 7 de agosto); a partir do norte durante 3,6 meses (de 1 de novembro a 17 de fevereiro).


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IMAGEM 8: Acessos (Fonte: Archdaily, 2013)


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Por conta das características do clima de Orlando, o edifício foi divido em vários blocos com posições diferentes seguindo, por exemplo, o grau de permanência e a atividade desenvolvida no local. O período do inverno é maior do que o do verão, ambos são rigorosos e por conta do primeiro fator, as áreas onde a permanência é maior estão posicionadas na fachada oeste do edifício com a maior incidência de sol possível, possibilitando com que essa fachada receba luz e calor no inverno, e no verão fica resguardada pelos brises. Os blocos onde a permanência é menor, localizados na região central do projeto, ficam voltados para a fachada que recebe os ventos do norte e sul, além de uma bela vista para os jardins frontais. O prédio onde está contido o hospital é de uso misto e sua construção fora programada para ser realizada em três etapas, com a implementação de um equipamento para abrigar o ambulatório, parte administrativa, internamento e cirúrgica na primeira fase, área de expansão e estacionamento para 600 carros na segunda etapa, além da casa Ronald McDonald e salas para consultórios médicos, pesquisas, educacional e um centro de desenvolvimento infantil para a terceira fase. Desta forma, se pensou na melhor possibilidade de implantação para um equipamento tão grande e que conta com tantos blocos. Foram utilizados de modo positivo todos os condicionantes existentes no terreno, sendo eles físicos, como os lagos, massas vegetais e a própria edificação, como os climáticos como insolação e intensidade dos ventos, que foram utilizados de modo a garantir uma melhor estabilidade térmica durante todo o ano, mesmo havendo uma divergência tão grande de temperaturas entre inverno e verão. (LEAL, 2014, p. 66)


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IMAGEM 9: Setorização (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 10: Setorização (Fonte: LEAL, 2014)


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1.3.2 Zoneamento e Fluxograma O zoneamento foi pensado de forma com que os serviços em comum ficassem aglomerados numa mesma área facilitando o atendimento, diminuindo o fluxo e priorizando os setores de emergência. No pavimento térreo estão localizados os serviços de urgência e emergência, atendimento imediato, salas para a realização de exames e procedimentos médicos gerais. Devido a proximidade do lençol freático à superfície, é grande a dificuldade e o risco de se construir ambientes em níveis inferiores e portanto a solução para se projetar áreas destinadas a serviços como doca de descarregamento e estacionamento, por exemplo, para evitar fluxos (onde a circulação acaba setorizando os ambientes do prédio) de serviços numa área onde o paciente se encontra em estado frágil, foi pensado na criação de uma rampa sutilmente inclinada e curva que levanta a unidade de entrada em um nível possibilitando a implantação dos serviços na região inferior do prédio. Analisando o primeiro pavimento (Imagem 12), é possível observar que foram inseridas no ambiente as áreas administrativas e comuns além de uma capela e o auditório, servindo como áreas sociais. Com isso é notável a segregação entre os ambientes, pois a área médica propriamente dita não está localizada neste pavimento, podendo ser um ponto positivo já que nessas áreas destinadas a funcionários é necessário menor movimentação nos eixos de circulação.


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IMAGEM 11: Pavimento Térreo: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 12: Primeiro Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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No segundo pavimento estão contidas as áreas de urologia, gastrenterologia, audiologia, radiologia e cardiologia, além da ala cirúrgica. A partir desse pavimento, os ambientes são destinados às especialidades médicas sendo que cada pavimento abriga um grupo de especialidades saindo do ambulatório até a internação. O terceiro pavimento (Imagem 14) apresenta uma característica peculiar onde acomoda a Unidade de Terapia Intensiva e Terapia Respiratória; o quarto pavimento abriga a reumatologia, endocrinologia, pneumologia e alergologia, além disso apresenta um grande problema em relação a alguns leitos centrais onde a ventilação e iluminação natural não são bem resolvidas; o quinto pavimento estão contidas as especialidades médicas de ortopedia, doenças infecciosas, neurologia e neurocirurgia, além de apresentar o mesmo problema descrito no quarto pavimento; o sexto pavimento possui fluxo bem resolvido, menos complexo se comparado aos demais, devido ao grupo de serviços fornecidos neste andar (os consultórios médicos do hospital, e uma área pensada para futura expansão, provavelmente destinada ao internamento).


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IMAGEM 13: Segundo Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 14: Terceiro Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 15: Quarto Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 16: Quinto Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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IMAGEM 17: Sexto Pavimento: Setorização e fluxo (Fonte: LEAL, 2014)


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1.3.3 Programa de Necessidades Por se tratar de um hospital, é normal que seu programa de necessidades seja intenso, rigoroso e com padrões pré-estabelecidos, além de unir e integrar esses padrões ao bem-estar físico e psicológico do ser humano. A fim de organizar esses conceitos o zoneamento pode simplificar o sentido dessa complexidade, de forma dinâmica onde este foi criado a partir de uma série de imposições estabelecidas no programa de necessidades. Os dados emitidos na imagem 18 (programa de necessidades), foram retirados a partir da análise das plantas fornecidas pelo escritório Stanley Beaman & Sear onde descreve o programa completo por pavimento.


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IMAGEM 18: Programa de necessidades (Fonte: LEAL, 2014 - adaptado)


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As plantas do edifício podem mostrar a proporção dos ambientes e as formas próprias de cada um além de toda a disposição e organização das alas. É possível observar que os eixos de circulação, apesar de serem complexos, são muito bem resolvidos para a proporção do hospital tanto no horizontal quanto no vertical (em hachuras vermelhas para serviço e verde para social), entretanto existem ambientes que a circulação de ventilação e entrada de luz natural não foram primordiais no momento da projeção do mesmo podendo ter sido resolvido, por exemplo, com jardins internos já que a preocupação do escritório é a integração do ambiente interno com o externo. No segundo pavimento, destinado ao centro cirúrgico e ambulatorial, nota-se que essas áreas são moduladas devido o setor apresentar-se como mais funcional. Também é destacado o teto jardim com uma considerável área gramada, pequenos ambientes com mesinhas (um ambiente de espera dinâmico) onde auxilia os pais no controle de suas emoções perante a tensão que essa região exprime já que seus filhos se encontram no centro cirúrgico. Os leitos de internamento seguem uma padronização de forma e tamanho nos ambientes cirúrgicos, são de fácil acesso e sua grande maioria se volta para o lado exterior.


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IMAGEM 19: Planta primeiro pavimento (Fonte: Archdaily, 2013)


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IMAGEM 20: Planta segundo pavimento (Fonte: Archdaily, 2013)


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IMAGEM 21: Planta quarto pavimento (Fonte: Archdaily, 2013)


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LEAL, D. S. Centro oncológico pediátrico humanizado. Caruaru: UNIFAVIP | DeVry, 2014. STANLEY BEAMAN & SEARS. Nemours Children’s Hospital: Tour Book. Atlanta. 2012.

ARCHDAILY. Hospital Infatil Nemours. 2013. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-163632/hospital-infantil-nemours-stanleybeaman-sears Acesso em 12 de set 2017 ás 15h21min.

STANLEY BEAMAN & SEARS: Disponível em: http://stanleybeamansears.com/project/nemours_childrens_hospital/ Acesso em 12 de set. 2017 ás 16h26min.

SANTOS, Elza Cristina. Dimensão Lúdica e Arquitetura: o exemplo de uma escola de arquitetura infantil na cidade de Uberlândia. 2011. 363f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2011. p. 1-121.


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ANEXOS

IMAGEM 22: Ambiente Lúdico (Fonte: Archdaily, 2013)

IMAGEM 23: Atendimento (Fonte: Archdaily, 2013)

IMAGEM 24: Lobby (Fonte: Archdaily, 2013)


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