Entre julho e setembro, representantes dos hospitais participantes do Projeto Paciente Seguro e do Ministério da Saúde se reuniram em eventos nas cinco regiões do país. Nos encontros, as instituições compartilharam as soluções adotadas para melhorar a segurança do paciente e os resultados obtidos durante o processo. INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Centro-Oeste • Hospital Regional da Asa Norte – Brasília (DF) • Hospital Universitário UFGD – Dourados (MS) Norte • Fundação Hospital Adriano Jorge – Manaus (AM) • Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento – Boa Vista (RR)
• Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna – Santarém (PA) Nordeste • Hospital Getúlio Vargas – Teresina (PI) • Hospital Agamenon Magalhães – Recife (PE) • Hospital Universitário Onofre Lopes – Natal (RN) Sudeste • Hospital Estadual Mário Covas – Santo André (SP)
• Hospital Universitário Pedro Ernesto – Rio De Janeiro (RJ) • Hospital Santa Casa de Vitória – Vitória (ES) • Maternidade Odete Valadares – Belo Horizonte (MG) Sul • Hospital Nossa Senhora da Conceição – Porto Alegre (RS) • Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis (SC) • Hospital Universitário Cajuru – Curitiba (PR)
CENTRO-OESTE Brasília recebeu a primeira das cinco oficinas regionais, nos dias 20 e 21 de julho, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Representantes do Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD), do Mato Grosso do Sul, também participaram do encontro. Segundo a enfermeira Renata Ferreira, líder da iniciativa no HRAN, as metodologias propostas facilitam as atividades realizadas e norteiam as ações em favor da segurança do paciente. Um dos exemplos bem-sucedidos na instituição, desde a implantação do projeto na Unidade de Cirurgia Geral, foi a redução de quedas a partir da adoção de métodos simples e orientações às equipes e aos pacientes. Entre as indicações, estão o uso adequado de sapatos e vestimentas antes da internação, a adoção de um checklist para admissão e reuniões com os pacientes e familiares sobre o risco de quedas. "Este é um projeto abraçado por todos do hospital", salientou José Adorno, diretor do HRAN, na abertura do evento. No HU-UFGD, o projeto também trouxe resultados positivos. “As ferramentas e estratégias da iniciativa contribuem com o processo”, reforçou a chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente da instituição, Angela Mendonça de Souza.
O projeto tem grande importância por seu caráter multiplicador. Ana Maria Lacerda, coordenadora do PNSP no Ministério da Saúde
SUDESTE Cerca de 40 representantes de instituições da região estiveram reunidos no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André (SP), nos dias 9 e 10 de agosto. No local, a iniciativa auxiliou na compreensão de como utilizar dados para priorizar a implantação de práticas seguras. O envolvimento das equipes contribuiu para o processo de construção do cuidado mais eficaz. Para prevenir as lesões por pressão em 50% na UTI, o Hospital Santa Casa de Vitória, do Espírito Santo, criou soluções e ferramentas através de uma intervenção sustentável. As equipes foram devidamente orientadas e os familiares dos pacientes passaram a ser informados sobre os processos de cuidado. Oito equipes trabalham na expansão da iniciativa para outras áreas. Através de folders e vídeos educativos, pacientes e familiares que chegam ao Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, aprendem sobre a importância da sua participação para evitar quedas. Além disso, mudanças nas sinalizações e identificações também contribuíram para evitar essas situações. Na Maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte (MG), a reformulação do núcleo de segurança e as novas diretrizes de trabalho favoreceram ainda mais os índices positivos em relação à dispensação de medicação. Agora, o desperdício desses materiais também é evitado, complementando as novas práticas de identificação dos medicamentos potencialmente perigosos.
Fazer parte do Paciente Seguro foi um divisor de águas. Cristiana Costa Gomes, médica do Hospital Santa Casa de Vitória Temos agora uma sensibilidade muito mais aguçada na segurança. Geraldo de Souza, administrador do Hospital Universitário Pedro Ernesto Juntos, podemos oferecer mais segurança aos pacientes. Maria de Lourdes Almeida, técnica em Enfermagem da Maternidade Odete Valadares Essa troca de experiências é muito rica e prazerosa. Virgínia Martins, enfermeira do Hospital Estadual Mário Covas
NORTE A Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), em Manaus (AM), sediou o terceiro encontro do projeto. Cerca de 30 especialistas da região Norte participaram das atividades, realizadas nos dias 16 e 17 de agosto. Na instituição amazonense, métodos estabelecidos na administração de medicamentos melhoraram o cuidado com os de alta vigilância. Além disso, a adoção de formulários permitiu a sistematização da devolução de remédios à farmácia. Em eventos periódicos, o conhecimento é disseminado para todo o hospital, permitindo o planejamento e o aprendizado em conjunto. No Hospital Geral de Roraima, o destaque é o resultado alcançado em relação à higiene de mãos. A partir de dinâmicas e treinamentos, foi possível engajar as equipes da UTI nesse processo para aumentar a adesão, que era de apenas 37%. Atualmente, o índice dobrou e segue crescendo com os exercícios realizados em todos os turnos da instituição, evitando o risco de infecções. O Hospital Regional do Baixo Amazonas, de Santarém, também percebeu o aprimoramento e o fortalecimento da assistência segura do paciente com o Projeto. Com a implantação de metodologias e o engajamento das lideranças, foi possível, nos últimos dois meses, realizar a avaliação de risco de lesão por pressão em 100% dos pacientes admitidos na UTI adulto em 24 horas. Isso significa uma evolução importante nos cuidados preventivos apropriados para evitar ferimentos na pele de pacientes em estado grave.
É uma experiência que vou levar para a vida toda. Mateus Nunes, estagiário de Farmácia da Fundação Hospital Adriano Jorge
O contato com outros profissionais abre mais a mente para ajudar o paciente. Camila Gomes, nutricionista do Hospital Geral do Baixo Amazonas
Percebi um caminho para efetivar a cultura de segurança do paciente. Roger Caleffi, médico da UTI do Hospital Geral de Roraima
NORDESTE
No Hospital Getúlio Vargas, de Teresina (PI), o protocolo de higiene de mãos atingiu 75% de conformidade desde o início do Paciente Seguro. Reuniões mensais e treinamentos constantes permitiram que houvesse uma mudança de cultura no hospital. O monitoramento e a divulgação de resultados, bem como a educação de pacientes e familiares, contribuíram para a mudança.
É muito importante esse compartilhamento de informações e essa busca de soluções entre os profissionais das instituições. Equipe do Projeto Paciente Seguro
SUL A última oficina regional do Paciente Seguro reuniu cerca de 30 profissionais no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), nos dias 21 e 22 de setembro. Coordenador do Escritório da Qualidade da instituição paranense, Rodolfo Kogeratski avalia que o projeto fortaleceu a cultura de segurança no atendimento. "O trabalho em equipe, apoiado por uma metodologia clara e bem definida, possibilita a conquista de boas práticas assistenciais, atendimento humanizado e livre de riscos”, ressaltou. O envolvimento dos colaboradores que atuam nas áreas onde o projeto foi aplicado e a consistência na implantação de cada etapa do protocolo de segurança do paciente também foram importantes mudanças realizadas. Inseridos nas metas estabelecidas no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), de Florianópolis/SC, protocolos e checklists foram fundamentais para alcançar os objetivos. Medidas universais de prevenção, sinalizações na estrutura, monitoramento, entre outras ações, geraram melhorias na redução de quedas. Planos de controle e adaptações, por exemplo, resultaram no uso seguro de medicamentos. A divulgação de protocolos de higiene de mãos, da importância das notificações e a busca ativa de eventos adversos nos prontuários foram algumas iniciativas desenvolvidas na instituição desde o início do Paciente Seguro. No Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Porto Alegre/RS, o Projeto proporcionou mudanças nos processos de trabalho. Aprimoramentos na implantação de práticas de segurança permitiram que erros na prescrição, dispensação e administração de medicamentos fossem evitados. “As melhorias precisam se perpetuar, e os resultados positivos devem se manter. O Paciente Seguro também fortaleceu nossa visão e cultura sobre segurança do paciente”, destacou Graziella Gasparotto Baiocco, enfermeira da Gestão de Risco Assistencial.
O programa ajuda as instituições a desenvolverem melhorias nos seus processos e, com isso, evitar que eventos adversos aconteçam. Assim, formamos uma grande rede de colaboração para qualificar a segurança do paciente. Elenara Ribas, líder do Projeto no escritório PROADI-SUS do Hospital Moinhos de Vento
OUTROS EVENTOS
Fundação Hospital Adriano Jorge (Manaus), Hospital Nossa Senhora da Conceição (Porto Alegre), Hospital Regional da Asa Norte (Brasília), Hospital Santa Casa de Vitória (Vitória) e Hospital Agamenon Magalhães (Recife). O fórum, organizado pelo Hospital Albert Einstein em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), realizado no WTC, contou com a participação de palestrantes do Brasil e do exterior que abordaram, entre outros temas, como melhorar o atendimento com qualidade e segurança. O evento teve ainda a presença da presidente emérita e senior fellow do IHI, Maureen Bisognano.
Integrantes do Projeto compartilham experiências em São Paulo No dia 31 de agosto, a 2ª Sessão de Aprendizagem com o Institute for Healthcare Improvement, em São Paulo (SP), contou com a participação de representantes dos núcleos de Segurança do Paciente das 15 instituições que integram o Paciente Seguro. O objetivo do encontro foi apresentar e avaliar os resultados obtidos até o momento, além de trocar experiências sobre as mudanças e soluções desenvolvidas durante o ano voltadas à segurança do paciente. O momento possibilitou o aprimoramento do uso do da Ciência da Melhoria (trabalho em equipe, liderança, PDSA, medição e análise de dados), bem como a sustentação dos resultados e a verificação o momento de ampliação do projeto a outros espaços dos hospitais. A atividade contou com as palestras de Maureen Bisognano, presidente emérita do IHI, Ademir José Petenate, professor do Departamento de Estatística da Unicamp, e Antonio Capone Neto, gerente médico de Segurança do Paciente do Hospital Albert Einstein. A equipe condutora do projeto e representantes do Ministério da Saúde também estiveram presentes no evento. EQUIPE DO PROJETO PACIENTE SEGURO Líder do Projeto: Elenara Ribas Representantes do Ministério da Saúde: Ana Maria Costa Cândido Lacerda e Luciana Yumi Ue Gerente de Qualidade e Segurança do Hospital Moinhos de Vento: Aline Brenner Analista administrativo: Aline Baldo Médica: Patricia Chueiri Enfermeiras: Fernanda Boaz Lima Jacques, Louise Hoffmeister, Luiza Daniel, Mariane Bastos e Roberta Barp Farmacêuticas: Catherine Isoppo, Daniela Santos e Priscila Martini Bernardi Analista EAD: Milton da Silveira