Revista CRMV-PR 45ª edição

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N 45

| Ano XIV | Abr/Mai/Jun de 2016

ACERVO CIENTÍFICO ZOOLÓGICO DO PARANÁ É REFERÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Feira do Peixe recebe melhorias

A Zootecnia completa 50 anos no Brasil

Rua Fernandes de Barros, 685 - Alto da XV | 41 3218.9450 | www.crmv-pr.org.br

MANEJO POPULACIONAL

Passo a passo para elaborar um projeto de castração


N 45

| Ano XIV | Abr/Mai/Jun de 2016

ACERVO CIENTÍFICO ZOOLÓGICO DO PARANÁ É REFERÊNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Feira do Peixe recebe melhorias

A Zootecnia completa 50 anos no Brasil

PROJETO CASTRAÇÃO

Passo a passo para elaborar um projeto de castração

Capa Revista N° 45 Abril, Maio, Junho de 2016

Rua Fernandes de Barros, 685 - Alto da XV | 41 3218.9450 | www.crmv-pr.org.br

EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Eliel de Freitas Vice-presidente Luigi Carrer Filho Secretária-geral Itamara Farias Tesoureiro Felipe Pohl Conselheiros efetivos Ana Alix Mendes de Almeida Oliveira José Jorge dos Santos Abrahão Juliano Leônidas Hoffmann Maria Fernanda Fedalto Nestor Werner Piotre Laginski Conselheiros suplentes Adolfo Yoshiaki Sasaki Carlos Eduardo Coradassi Carlos Roberto Moreira Mauricio de Jesus Tozetti Muriel Alessandro Moreschi Olimpio Batista Giovanelli

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EDITORIAL

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COMISSÃO DE ANIMAIS SELVAGENS

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EMATER

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MANEJO POPULACIONAL

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ESPÉCIES AMEAÇADAS

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DEFESA AGROPECUÁRIA

COMISSÃO EDITORIAL Carlos Eduardo Coradassi Angelo Garbossa Neto Luigi Carrer Filho Jornalista Responsável Thainá Laureano Mizerkowski MTB-PR Nº 10402/PR Colaboração Diogo Wosch Tiragem 16 mil exemplares Impressão DIOE – Departamento de Imprensa Oficial do Estado Projeto Gráfico Cupola Comunicação Integrada Arte e Diagramação Gabriel Sebastian Fleitas Cortiglia www.trescriativos.com Publicação do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná Rua Fernandes de Barros, 685 - Alto da Rua XV CEP: 80045-390 - Curitiba - Paraná Fone/Fax: (41) 3218-9450 www.crmv-pr.org.br facebook.com/crmvpr twitter.com/crmvpr As matérias e artigos assinados não representam necessariamente a opinião da Diretoria do CRMV-PR. Dúvidas, sugestões e encaminhamento de artigos: jornalismo@crmv-pr.org.br

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Palavra do Presidente CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

“O profissional precisa evitar o fogo, não apagar o incêndio” Evento de capacitação para médicos veterinários na área de animais aquáticos será realizado em outubro Comemora 60 anos de atividade no Paraná Orientações para elaboração de projetos de mutirão de castração Plano de ação para a conservação de papagaios ameaçados da Mata Atlântica Paraná obtém certificado de zona livre da peste suína clássica PORTARIA

Mapa aprova uma nova forma de identificação de bovinos e bubalinos

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PESQUISA

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ENTREVISTA

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ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CRMV-PR

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Acervo científico zoológico do Paraná é referência nacional e internacional A zootecnia e seus 50 anos no Brasil Melhorias na Feira do Peixe de São José dos Pinhais JOVEM PROFISSIONAL

“O mercado não comporta pessoas que não se comprometem com aquilo que fazem” ACAPAMEVE

Os cem anos do Professor Milton Thiago de Mello CRMV PR


EDITORIAL

Palavra do Presidente Os zootecnistas - que neste ano de 2016 comemoram 50 anos do primeiro curso de Zootecnia no Brasil – são profissionais extremamente importantes para a sociedade ao utilizar seu conhecimento e competência para garantir alimentação à população, participando do processo de produção animal desde o início. A grande expansão da produção de proteína animal no país tem a contribuição decisiva dos zootecnistas, como enfatiza o nosso colega presidente da Comissão de Educação da Zootecnia do CRMV-PR,

Ulysses Cecato, em entrevista publicada nesta edição. Trazemos também um guia que visa orientar as prefeituras municipais e os médicos veterinários responsáveis técnicos na elaboração de projetos de castração, que são atualmente a alternativa mais utilizada para programas de controle e manejo populacional de cães e gatos. Os projetos devem ser protocolados para apreciação do Conselho Regional de Medicina Veterinária com 60 dias de antecedência do seu início e contar com uma série de informações, todas detalhadas passo a passo. Na área de pesquisa apresentamos o Museu de História Natural do Capão da Imbuia, situado em Curitiba, que conta

com uma das maiores coleções zoológicas do Brasil. O museu possui acervos de animais vertebrados e invertebrados que, além de serem utilizados para catalogação da fauna regional, ficam à disposição dos pesquisadores. Mostra-se ainda a possibilidade de nossas universidades agendarem visitas ao local para que os acadêmicos conheçam o importante trabalho realizado pelos curadores e participem do processo de taxidermia de animais. Para mostrar a importância da orientação realizada por nossos fiscais, destacamos a evolução da Feira do Peixe de São José dos Pinhais, que recebeu melhorias após fiscalização realizada pelo CRMVPR na edição do ano anterior. A Prefeitura Municipal, interessada em oferecer melhor qualidade alimentar, melhorou os procedimentos e alterou o local da feira. A edição 45 da Revista CRMV-PR traz diversos temas relevantes tanto para os profissionais quanto para as empresas ligadas a este Conselho. Esperamos que faça bom proveito. Boa leitura!

a MISSÃO DO CRMV-PR: Disciplinar, orientar e fiscalizar o exercício das profissões de Medicina Veterinária e Zootecnia contribuindo para o bem-estar da sociedade.

VISÃO DO CRMV-PR: Ser reconhecido como referência na orientação e na fiscalização em busca da melhoria e valorização da Medicina Veterinária e Zootecnia em benefício da sociedade.

VALORES DO CRMV-PR: Transparência; Ética; Comprometimento; Efetividade; Credibilidade; Isonomia; Excelência.

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CRMV PR

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CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

“O profissional precisa evitar o fogo, não apagar o incêndio”

Software auxilia no planejamento da propriedade A Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande, desenvolveu um aplicativo que auxilia produtores no gerenciamento da sua propriedade. O Gerenpec é um software oferecido gratuitamente em formato de planilha do Excel no qual é possível simular e projetar as atividades, gastos e custos da propriedade de gado de corte por um período de dez anos. A ferramenta permite incluir dados referentes aos bovinos (estoque e variação de inventário, compras e vendas, perdas por morte, taxa de abate, etc.), às pastagens (capacidade de suporte total, taxa de lotação, necessidade de arrendamento) e ao sistema de produção em geral (produção de carne, receita total, gastos, margem bruta e outros indicadores econômicos).Para conhecer todas as funcionalidades oferecidas e saber utilizá-las, o software conta também com o manual do usuário. O Gerenpec está disponível em: www.embrapa.br

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Foto: Thainá Laureano

Se antecipar ao que pode acontecer com o seu negócio ou com a propriedade que você gerencia: é o que defende o médico veterinário doutor em zootecnia Júlio Barcellos, especialista em sistemas de produção e co-autor de seis livros voltados à pecuária de corte e à gestão de propriedades rurais. Foi buscando levar esse conhecimento aos profissionais que o CRMV-PR convidou Barcellos para ministrar, em Londrina e Cascavel, duas edições do Curso de Atualização na Cadeia Produtiva de Carne Bovina com ênfase na administração da propriedade rural. “Em 2013 foi realizado um levantamento da pecuária de corte do Paraná e, de tudo o que foi discutido com os técnicos e produtores, a situação que mais chocou é que a rentabilidade média da pecuária de corte no estado era de 3% ao ano e isso chamou a atenção do Conselho. A visão que se tem é que isso repercute diretamente no mercado profissio-

Júlio Barcellos ministrou os dois cursos de gestão oferecidos pelo CRMV-PR.

nal porque a cadeia produtiva perde força, então essa é uma situação muito importante em prol da pecuária de corte e mais ainda em prol dos profissionais”, avalia o conselheiro Piotre Laginski com relação à importância do evento. Para Barcellos, os profissionais que tiveram a oportunidade de adquirir os conhecimentos de gestão dos recursos humanos, da tecnologia, dos recursos financeiros e do capital neste curso terão mais chances de sucesso a partir de agora. “Quem utilizar essas ferramentas em uma fazenda de pecuária certamente obterá diferenciais nos aspectos produtivos e irá melhorar o estágio financeiro e de resultados econômicos que a fazenda pode alcançar”, acredita. “É importante planejar e projetar o futuro, tentar antecipar o que vai acontecer. Eu tenho a maioria dos dados que o professor citou, mas não coloco isso em planilha porque até então não tinha percebido como isso pode me ajudar”, confessa o médico veterinário Juliano Vial, que gerencia a propriedade de gado de corte da família. É por isso que, segundo Barcellos, o profissional precisa utilizar os números a seu favor para planejar o futuro e evitar surpresas. “Sempre existe mais de uma estratégia para propor uma solução ou um planejamento de negócios em uma fazenda de pecuária e a escolha está subordinada à capacidade do

gestor. Por isso, profissionalmente, conhecer as ferramentas gerenciais e desenvolver uma capacidade organizacional no seu dia a dia evita o que o profissional seja um ‘apagador de incêndios’ e se transforme em um que evita o fogo”, explica. E até mesmo quem já conhece o tema não perdeu a oportunidade de atualização oferecida pelo CRMV-PR. É o caso de Luis Augusto Copetti, que oferece assistência técnica a propriedades de pecuária de corte há 30 anos e já participou deste mesmo curso de gestão em outras duas oportunidades. “Nunca pensei que um dia iria precisar aprender sobre gestão, mas hoje em dia as fazendas têm gerente, sub-gerente, equipes grandes e um cobra do outro. E nós temos que passar essas informações diariamente para a central. Por isso tem que se atualizar sempre, essa metodologia de controle de custos e gastos é uma coisa nova que está aparecendo principalmente nas grandes propriedades”. “É excelente essa iniciativa do CRMV-PR em trazer o professor Julio Barcellos porque, além de ele ter uma grande experiência na questão da gestão da propriedade e da cadeia de carne, os dados científicos que ele tem gerados pelo núcleo que ele dirige na UFRGS são extremamente importantes”, finaliza o médico veterinário e professor da UEL Wilmar Sachetin Marçal, que promete dividir o conhecimento adquirido com os seus alunos.

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COMISSÃO DE ANIMAIS SELVAGENS

Evento de capacitação para médicos veterinários na área de animais aquáticos será realizado em outubro Foto: Fabio Dutra

A Comissão de Animais Selvagens do CRMV-PR realizará no mês de outubro, em Curitiba, o “Seminário sobre a atuação do médico veterinário na área de animais aquáticos em ambientes costeiros e oceânicos”, buscando capacitar profissionais para o manejo de répteis, aves e mamíferos aquáticos. De acordo com os organizadores do evento, a atuação do médico veterinário na área de medicina e manejo de animais aquáticos no Brasil esteve sempre limitada a Centros de Reabilitação e Projetos de Pesquisa. No entanto, em função dos impactos causados pelo homem ao meio ambiente nos últimos anos, vem crescendo a demanda por profissionais capacitados para realizar resgate, atendimento e monitorização de animais marinhos. Por isso o seminário foi desenvolvido

com o intuito de criar estratégias para regulamentar a atuação de médicos veterinários nessa área e garantir que tais animais recebam a mesma atenção dedicada a outros animais selvagens. Na programação estão incluídos os seguintes temas: “A atuação do médico veterinário em Projetos de Monitorização de Praias”; “Saúde de Aves Marinhas: liberação no ambiente natural após processos de reabilitação”; “Painel Fibropapilomatose em tartarugas marinhas: ecoepidemiologia e intervenção médica”; “Eutanásia e abate humanitário em animais marinhos” e “Atendimento de Pinípedes no Brasil”. Poderão participar médicos veterinários e estudantes de medicina veterinária. As inscrições serão abertas em breve no site www.crmv-pr.org.br.

Agenda de eventos

SEMINÁRIO DE RT EM GUARAPUAVA 13/07/2016 SEMINÁRIO DE RT PARA ZOOTECNISTAS - PONTA GROSSA 25/07/2016 SEMINÁRIO DE RT EM CAMPO MOURÃO 27/09/2016

SEMINÁRIO DE RT EM LONDRINA 25/10/2016 SEMINÁRIO DE RT EM DOIS VIZINHOS 10/11/2016 SEMINÁRIO DE RT CURITIBA 25/11/2016

SEMINÁRIO DE RT PARA ZOOTECNISTAS - LONDRINA 02/12/2016

Mais informações: www.crmv-pr.org.br

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EMATER

Comemora 60 anos de atividade no Paraná Foto: EMATER

A Emater – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural completou, no dia 20 de maio, 60 anos de atuação no Estado. A data foi comemorada na Sede do instituto, em Curitiba, e contou com a presença de extensionistas e entidades ligadas ao agronegócio paranaense.

Segundo o Secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, o objetivo para os próximos anos é tor-

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Em 1990, Eliel foi transferido para Curitiba e passou a coordenar a Expotiba; ainda na capital, tornou-se Coordenador de Pecuária de Corte e, de 2003 a 2006, foi diretor administrativo da Emater. Antes de assumir a presidência da Autarquia, Eliel de Freitas foi também Diretor Geral da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). “Parabéns à Emater e a todo o corpo funcional por sessenta anos de dedicação ao homem do campo e ao desenvolvimento rural”, finaliza. Foto: Diogo Wosch

O presidente do CRMV-PR, Eliel de Freitas, esteve presente e recebeu em nome do Conselho uma homenagem como entidade importante na estruturação e fortalecimento da Emater no decorrer dos anos. Para Eliel, “a Emater tem grande responsabilidade no desenvolvimento do meio rural paranaense e gostaria muito de vê-la fortalecida, cumprindo sua missão com novos funcionários e com tecnologia moderna de extensão rural e assistência técnica”.

O médico veterinário Eliel de Freitas, presidente do CRMV-PR desde 2011, é também um extensionista da Emater. Formado em Medicina Veterinária em julho de 1976, Eliel ingressou no quadro funcional do Instituto no mesmo ano, atuando no município de Santo Inácio. Passou ainda por Nova Esperança e Paranavaí, onde trabalhou com a pecuária leiteira. “Tenho grande orgulho de pertencer ao quadro da Emater. Ajudei, com meu trabalho de extensionista e junto com muitos outros colegas, a construir a agropecuária paranaense”, afirma.

“Essa é uma data festiva em que queremos expressar nosso agradecimento às entidades aqui presentes pois todas contribuíram para fazer do Paraná o Estado forte e competente que é”, afirmou Rubens Niederheitmann, presidente da Emater, durante a cerimônia. Foi em 20 de maio de 1956 que o Instituto contratou o primeiro grupo de técnicos para prestar assistência a pequenos produtores rurais do Paraná; hoje, já são mais de mil funcionários de 40 categorias profissionais - entre eles zootecnistas e médicos veterinários.

Extensionista

O extensionista da Emater Cesar Antônio Ziliotto analisa a qualidade da água .

nar a assistência técnica ainda maior. “Temos que agradecer por essa moderna e competente agricultura, mas temos também que olhar para o futuro. Atualmente existem de 100 a 120 mil pequenos produtores que não têm assistência, então o nosso desafio é chegar até eles”, disse. E foi com esse tom de desafio e novos projetos que foi encerrado o evento comemorativo da Emater, com a expectativa de que os extensionistas possam levar às propriedades as possibilidades de tecnologia para modernizar o agronegócio paranaense.

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Foto Divulgação-PMSJP

Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde da UFPR atendeu no mês de maio de 2016 o município de São José dos Pinhais.

MANEJO POPULACIONAL

Orientações para elaboração de projetos de mutirão de castração O número crescente de animais abandonados é um problema de saúde pública que tem levado diversas prefeituras municipais a buscarem estratégias para o controle e manejo da população de cães e gatos; uma das maneiras mais efetivas encontradas é a realização de mutirões de castração gratuita. Mas para colocar em prática ações como essa é preciso primeiramente elaborar um projeto que inclua outras políticas públicas como a orientação sobre guarda responsável e investimentos em censo, estrutura, quadro funcional, entre outros. Após a elaboração do projeto, o mesmo deve ser encaminhado para apreciação do Conselho Regional de Medicina Veterinária em um prazo de 60 dias antes de seu início. Desde 2006, o CRMV-PR recebeu 54 projetos de castração vindos de prefeituras municipais. Alguns deles já finalizados,

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outros ainda em andamento ou com início previsto para os próximos meses. Para ser aprovado, o projeto precisa conter informações como período de execução, previsão do número de animais a serem castrados, sistema de triagem e até mesmo o método de identificação e registro dos animais atendidos. O projeto elaborado pela prefeitura de Curitiba, por exemplo, inclui um sistema de identificação através da microchipagem dos animais a serem castrados e ainda o registro e manejo de cães compartilhados, ou seja, aqueles que não possuem residência fixa mas são atendidos pela população local e pela própria prefeitura. No caso do município de São José dos Pinhais se destaca a realização do atendimento tanto em clínicas físicas quanto em unidades móveis, abrangendo assim mais regiões.

Outro fator importante é aliar o projeto de castração a ações que promovam a guarda responsável, como é realizado pela prefeitura de Pinhais. Em parceria com a Universidade Federal do Paraná, o município realiza o projeto Veterinário Mirim com alunos de escolas públicas para desenvolver a educação em guarda responsável, bem-estar animal e zoonoses. A atividade inclui ainda um concurso cultural que leva os vencedores ao Hospital Veterinário da UFPR ou ao Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Pinhais para vivenciarem o dia a dia dos profissionais de medicina veterinária e se aproximarem dos animais. Como um projeto desta magnitude envolve muitas informações, o CRMV-PR elencou os principais itens que devem estar inclusos em um Projeto Mutirão de Castração.

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Passo a passo para a elaboração de um projeto de castração Foto: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais.

1. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA PELO PROGRAMA É preciso homologar junto ao CRMVPR uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) que oficialize um médico veterinário como responsável técnico pelo projeto. Esta ART específica do projeto deve ser homologada mesmo que a prefeitura já possua médicos veterinários em seu quadro funcional. *o formulário de ART pode ser encontrado no site www.crmv-pr.org.br

2. PÚBLICO-ALVO, SISTEMA DE TRIAGEM E FINALIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA

Alunos de escola municipal de Pinhais visitam hospital veterinário da UFPR - Projeto Veterinário Mirim.

É necessário descrever como ocorrerá o sistema de triagem prévio ao atendimento, qual é a finalidade de utilidade pública do projeto e qual é o seu público-alvo. É importante lembrar que o projeto deve ser direcionado a animais que não teriam acesso à castração de outra forma se não gratuita.

3. PERÍODO E PREVISÃO DE ATENDIMENTO

Foto: Divulgação

O projeto deve incluir o período em que o programa estará em execução e a previsão do número de animais a serem atendidos. Quando o programa for finalizado, caberá ao médico veterinário responsável técnico elaborar um relatório descrevendo as atividades executadas. Este relatório deverá ser entregue ao CRMV-PR. Caso o médico veterinário responsável técnico encerre seu vínculo com o projeto durante sua execução, o relatório deverá incluir as atividades realizadas no período em que ele foi responsável pelo projeto.

4. MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO E REGISTRO

Censo populacional realizado no município de Londrina, 2013.

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Para fins de gestão e controle de populações animais, deve-se informar qual método será utilizado para a identificação dos animais a serem atendidos (Lei Estadual nº 18.550/15, Art.4, Inc.II).

O método de identificação deve ser permanente; recomenda-se o uso de microchip ou tatuagem.

5. LOCAL DE REALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS Devem ser descritos os locais em que serão realizados os procedimentos de castração – se em clínicas ou veículos (conhecidos como “castramóvel”). Também deverá ser determinado um estabelecimento médico-veterinário para encaminhamento de ocorrências de urgência e/ou emergência que não possam ser resolvidas no local definido para a realização dos procedimentos. Sugere-se, caso possível, a utilização de um Hospital Veterinário Escola de uma instituição de ensino superior em medicina veterinária. Todos os estabelecimentos elencados devem estar de acordo com a Resolução CFMV nº 962/10 e a Resolução CFMV nº 1015/12.

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Foto: Secretaria Municipal de Educação/SJP

6. EQUIPE, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS / CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO Neste item devem ser detalhados os procedimentos (materiais e métodos), a equipe (responsáveis por cada etapa do projeto), os cuidados (exames e orientações) e os documentos relacionados. O uso de procedimentos corretos e materiais adequados devem ser prioridade, buscando nunca colocar em risco a vida e o bem-estar do animal. O número de intervenções por fase de procedimento deve ser de importância secundária. Em todos os atendimentos é necessário o preenchimento de ficha clínica/prontuário médico-veterinário dos pacientes, sob pena de infração do Código de Ética do Médico Veterinário (Resolução CFMV nº 722/2002). É necessário também o formulário contendo a autorização do tutor (Resolução CFMV nº 1071/14; Lei estadual nº 17.422/12, Art. 4; Código Civil e Código de Defesa do Consumidor).

7. TRANSPORTE É preciso descrever quem será responsável pelo transporte dos animais a serem atendidos e de que forma o mesmo ocorrerá. O transporte pode ser providenciado pela prefeitura, ser terceirizado ou ainda ficar sob responsabilidade do proprietário do animal. Em todos os casos é responsabilidade do programa incluir orientações e supervisão em relação ao transporte adequado (caixa de transporte, cinto, etc.).

8. OUTRAS ATIVIDADES O projeto deve conter a descrição de outras informações que possam ser re-

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Alexander Welker Biondo em capacitação de professores da rede municipal de ensino de São José dos Pinhais, na sede da Secretaria Municipal de Educação.

levantes, como parcerias, empresas contratadas ou conveniadas.

9. ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO SANITÁRIA, BEM-ESTAR ANIMAL E GUARDA RESPONSÁVEL Os programas de castração devem sempre ser precedidos ou estar associados a ações de educação em saúde e orientações sobre guarda responsável. Sugere-se dar prioridade à inserção do tema guarda responsável na grade escolar e na formação de professores para que haja disseminação do conhecimento. Lembramos que as escolas devem atender ao Art. 35 da Lei Federal 5.197/1967: Art. 35 Dentro de dois anos a partir da promulgação desta Lei, nenhuma autoridade poderá permitir a adoção de livros escolares de leitura que não contenham textos sobre a proteção da fauna, aprovados pelo Conselho Federal de Educação. § 1º Os Programas de ensino de nível primário e médio deverão contar com pelo menos duas aulas anuais sobre a matéria a que se refere o presente artigo. Há também o Art. 2º da Lei estadual nº 17.422/12, que dispõe sobre o controle ético da população de cães e gatos no estado do Paraná: Art. 2º Esta Lei institui o controle ético da população de cães e gatos no âmbito do

Estado do Paraná, contemplando o seguinte: I - identificação e registro; II - esterilização; III - adoção; IV - controle de criadouros; V - campanhas educativas em guarda responsável E ainda o Art. 4º da Lei estadual nº 18.550/15: Art. 4º Constituem ações básicas de gestão e controle de população de animais: I – a prevenção de zoonoses e agravos provocados por animais; II – o registro e a identificação de animais domésticos; III – o controle da reprodução das populações de cães e gatos baseado em métodos de esterilização permanente, minimamente invasivos; IV – o recolhimento seletivo, a apreensão e a destinação de animais domésticos nas situações previstas nesta Lei; V – o controle da criação e comercialização de animais domésticos; VI – o controle das populações de animais sinantrópicos nocivos por meio de ações de manejo integrado; Para mais informações sobre a elaboração de projetos de castração, entrar em contato com a Assessoria Técnica do CRMV-PR: (41) 3218-9450.

CRMV PR


ESPÉCIES AMEAÇADAS

Plano de ação para a conservação de papagaios ameaçados da Mata Atlântica Foto: Vandir Silva Arquivo-FNB.

“O objetivo do projeto é a conservação das cinco espécies de papagaios previamente definidas, mas as ações serão voltadas tanto para a conservação dos animais quanto do ambiente natural em que vivem”, explica a médica veterinária Eunice Leslaine, que integra o grupo de assessoramento técnico do PAN. Para Eunice, “participar do programa

é uma forma de contribuir e compartilhar conhecimento. Vamos trabalhar para que as ações de fato aconteçam e envolvam também a área de educação e conscientização da sociedade”. Além de atuar na superintendência do IBAMA no Paraná há 13 anos, a médica veterinária é integrante da Comissão de Animais Selvagens do CRMV-PR.

Acadêmicos de medicina veterinária de Toledo fazem visita técnica ao CRMV-PR

CRMV PR

Foto: Diogo Wosch

Entidades brasileiras ligadas à fauna estiveram reunidas entre os dias 23 e 25 de maio para elaborar o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios ameaçados da Mata Atlântica (PAN Papagaios). Sob a coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o programa prevê 97 ações com prazo de execução de cinco anos. O Brasil conta atualmente com 60 Planos de Ação Nacional (PANs) voltados à fauna para promover a conservação de mais de 500 espécies em risco de extinção; todos fazem parte do Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente. O PAN Papagaios teve seu primeiro ciclo de 2010 a 2015 e agora nesta segunda etapa, que vai até janeiro de 2021, irá contemplar cinco espécies ameaçadas: papagaio-charão, papagaio-verdadeiro, chauá, papagaio-de-peito-roxo e papagaio-de-cara-roxa. Três delas podem ser encontradas no Paraná, sendo que 85% da população total de papagaio-de-cara-roxa está localizada no litoral norte do estado.

Acadêmicos da PUC Toledo.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) recebeu no dia 7 de junho a visita de 21 acadêmicos do 4º ano do Curso de Medicina Veterinária da PUCPR de Toledo. Em Curitiba para uma série de visitas técnicas, o grupo passou também pelo zoológico da cidade, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e conheceu as instalações da Universidade Federal do Paraná. No Conselho os alunos foram atendidos pelo presidente Eliel de Freitas, que ministrou uma palestra abordando os conceitos de ética profissional e alguns pontos relevantes do Código de Ética do Médico Veterinário. Eliel de Freitas aproveitou ainda para destacar a responsabilidade que eles, como futuros profissionais, têm de atuar com base no conceito de saúde única. “Nós já aprendemos sobre o Código de Ética em aula, mas foi no primeiro ano do curso. É importante abordar novamente porque a gente acaba esquecendo”, disse a acadêmica Silvana Wulff. De acordo com a professora Vanessa Yuri de Lima, que organizou a viagem, a ideia era realmente tratar o tema ética profissional de uma forma prática. “É importante para os acadêmicos saberem exatamente no que a má conduta deles quando profissionais pode acarretar”, explicou. Outro ponto destacado pela turma foi a explicação sobre a função que a Autarquia exerce no sentido de orientar e fiscalizar o exercício da profissão, além das atividades de registro de profissionais. “Eu sabia que a gente precisava fazer o registro, mas não sabia como solicitar a cédula e nem que é possível pedir um registro secundário para atuar em outro estado”, afirmou Mayara Jankowski. Ao final o presidente fez um panorama do mercado de trabalho destacando as possibilidades de atuação e apresentou todos os departamentos que compõem o Conselho, explicando a função de cada um.

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DEFESA AGROPECUÁRIA

Paraná obtém certificado de zona livre da peste suína clássica A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) conferiu ao Paraná e a outros 13 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, o status de zona livre da peste suína clássica. O certificado foi aprovado durante a 84ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OIE realizada na última semana de maio, em Paris. Até então apenas Santa Catarina e Rio Grande do Sul obtinham este status. A peste suína clássica já está erradicada no Paraná desde 1994, quando o estado foi reconhecido oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como área livre da doença. No entanto, em 2015 a OIE adotou um sistema de reconhecimento regional, obrigando os estados a passarem por nova avaliação, desta vez por parte da própria organização. Para pleitear o status, a defesa agropecuária estadual teve que adotar novas medidas de biossegurança além de reforçar o monitoramento do trânsito de animais e a vigilância sanitária. Com a obtenção do certificado o Paraná amplia suas possibilidades de exportação, uma vez que o estado é atualmente o terceiro maior produtor de carne suína do país. Em 2015 produziu 676,3 mil toneladas de carne e exportou 64,4 mil. Os demais estados que obtiveram o reconhecimento como área livre da doença são: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e parte do Amazonas.

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Abertas indicações de médicos veterinários e zootecnistas para premiação do CFMV O período para a indicação de nomes de profissionais de medicina veterinária e zootecnia para receber os prêmios Paulo Dacorso Filho e Octávio Domingues, oferecidos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, vai até o dia 30 de julho. A homenagem existe há 38 anos e é entregue a profissionais que, na execução de suas atividades ao longo da carreira, tenham prestado serviços relevantes à sociedade brasileira. Qualquer pessoa física ou jurídica (pública ou privada) pode fazer a indicação, devendo encaminhá-la juntamente com memorial, currículo e documentos que comprovem a carreira do profissional indicado. A indicação deve ser encaminhada para análise do CFMV via correio (endereço: SIA Trecho 6, lt.130 e 140, Brasília-DF, CEP 71205-060) ou e-mail (cfmv@cfmv.gov.br) contendo a referência “Indicação para o Prêmio Paulo Dacorso” ou “Indicação para o Prêmio Octávio Domingues”.

CRMV PR


PORTARIA

Mapa aprova uma nova forma de identificação de bovinos e bubalinos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aprovou, por meio da Portaria nº 29 de 13 de abril de 2016, uma nova forma de identificação de bovinos e bubalinos junto ao Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). Desde 2006 eram permitidas duas formas de identificação: a marca a fogo juntamente com um brinco auricular ou o brinco auricular em uma orelha e o botão em outra. Com a publicação da nova portaria no Diário Oficial da União, agora é possível utilizar conjuntamente a marca a ferro, o brinco em uma orelha e o botão em outra. A marca a ferro quente deverá ser feita em uma das pernas traseiras, na região situada abaixo de uma linha imaginária ligando as articulações das patas dianteira e traseira enquanto os seis nú-

meros de manejo SISBOV deverão ser marcados três a três, sendo os três pri-

Aberta consulta pública de normativa que irá informatizar o registro de produtos de origem animal O Mapa colocou para consulta pública, no dia 24 de maio, o projeto de instrução normativa que irá informatizar o registro de produtos de origem animal produzidos em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Atualmente o registro de produtos de origem animal é feito manualmente e entregue ao Mapa via correio em papel impresso, necessitando de aprovação prévia. Na proposta da IN, o registro passará a ser eletrônico e padronizado, agilizando o processo de aprovação. O projeto estabelece ainda os procedimentos de

CRMV PR

emissão, renovação, alteração, auditoria e cancelamento do registro. A consulta pública para essa instrução normativa fica aberta até o final de julho e os profissionais interessados em contribuir com o projeto devem encaminhar suas sugestões para o e-mail cnt.dipoa@ agricultura.gov.br ou para a Coordenação de Normas Técnicas da CoordenaçãoGeral de Programas Especiais do Mapa (Esplanada dos Ministérios - Bloco D Anexo A - Sala 414 A - CEP 70.043-900 - Brasília – DF). Para conferir esta instrução normativa, acesse: www.agricultura.gov.br

meiros números na linha imaginária e os outros três imediatamente abaixo.

CRMV-PR e Ovinopar se unem para promover a ovinocultura paranaense O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná e a Ovinopar firmaram em maio, durante a 44ª Expoingá, um convênio de cooperação para desenvolver o Circuito do Cordeiro do Paraná. O acordo inclui a realização de seis encontros regionais para reunir médicos veterinários, zootecnistas e ovinocultores para traçar metas e planos de desenvolvimento da ovinocultura paranaense. O primeiro encontro está marcado para o dia 7 de julho deste ano, durante a 26ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco de Campo Mourão. Além das reuniões, será formatada uma planilha de custos nos diferentes sistemas de produção respeitando as características regionais dos mesmos.

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PESQUISA

Acervo científico zoológico do Paraná é referência nacional e internacional

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Foto: Diogo Wosch

Você sabia que o estado do Paraná é detentor de uma das maiores coleções científicas zoológicas do país? O acervo de vertebrados e invertebrados do Museu de História Natural do Capão da Imbuia é referência nacional e internacional na área de pesquisa. A coleção teve início na década de 30 no antigo Museu Paranaense, quando o mesmo continha acervos de arqueologia, botânica e zoologia. Com o passar dos anos as coleções foram crescendo e tiveram que ser divididas em três locais: a de arqueologia permanece até hoje no Museu Paranaense, no Palácio São Francisco; a de botânica foi transferida para o cartão-postal de Curitiba, o Jardim Botânico; e a de zoologia deu origem ao Museu de História Natural do Capão da Imbuia. Atualmente o museu é vinculado ao Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna do município de Curitiba. São quase 90 anos reunindo material e informações como parasitologia, fisiologia, comportamento animal e reprodução de todas as espécies. Se colocar em uma linha do tempo, tem-se a história de Curitiba e de muitas regiões do Paraná. Segundo o biólogo Júlio César, que é curador da coleção de répteis e anfíbios, “o museu conta com espécimes raros e coleções únicas. Só de répteis e anfíbios são mais de 20 mil exemplares”. O acervo é tão valorizado que, em 2005, o Ministério do Meio Ambiente credenciou as coleções de peixes, répteis e anfíbios, mamífero e aves como fiéis depositárias de amostras de componentes do patrimônio genético natural. Para o professor e diretor do Hospital Veterinário da UFPR Rogério Lange, que trabalhou no museu por quatro anos, alguns espécimes são de valor inestimável porque não é possível encontra-los mais. “O museu do Capão da Imbuia tem peças de regiões

O museu conta com uma área expositiva na qual animais taxidermizados são colocados em um ambiente que reproduz seu habitat natural.

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Foto: Diogo Wosch

O biólogo Júlio César é curador da coleção de répteis e anfíbios, que conta com mais de 20 mil exemplares.

de Curitiba que hoje, como ambiente natural, não existem mais; são animais que viveram em uma região que já não existe mais. E essa memória que está arquivada lá não tem preço, é uma memória permanente dessas espécies”. “O museu pode ser comparado a uma biblioteca de volumes únicos. Porque quando você pega um livro na biblioteca, ele é um exemplar de uma tiragem, enquanto que uma peça de museu é única”. Grande parte deste material é oriundo de parcerias com outras instituições, como é o caso do passeio público e do zoológico, que destinam as carcaças dos animais mortos ao museu. Já os animais atropelados em rodovias estaduais e federais são recolhidos pela concessionária ou pela polícia ambiental e de lá encaminhados para análise dos pesquisadores. E há também os que são provenientes do resgate de fauna. Embora o enfoque do Museu de História

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Natural sejam os animais silvestres, os animais atropelados na cidade que venham falecer podem integrar a catalogação da fauna urbana. Nem todos os espécimes recolhidos servem para o acervo científico, no entanto, mas nenhum deles é desperdiçado. Os que não são destinados à pesquisa são adicionados à coleção didática ou utilizados para exposição.

“o museu conta com espécimes raros e coleções únicas. Só de répteis e anfíbios são mais de 20 mil exemplares” É por isso que a equipe do museu pede para que, caso os profissionais encontrem animais atropelados em qualquer região do estado, entrem em contato com a polícia ambiental para que este animal tenha a destinação correta. Se estiver vivo ele rece-

berá o devido tratamento e, se vier a falecer, poderá ser utilizado em museus como o do Capão da Imbuia. No entanto é importante ressaltar que não se deve fazer o transporte deste animal, uma vez que a prática é ilegal. “Não é recomendado carregar a carcaça. Pode-se tirar uma foto do animal, anotar os dados de GPS do local e encaminhar essa informação tanto para a polícia ambiental quanto para o museu”, explica Júlio César, afirmando que as fotos são úteis para um mapeamento da fauna da região. Mas há outras formas de médicos veterinários colaborarem, como por exemplo com a doação de animais que venham a falecer nas clínicas de animais selvagens caso haja consentimento comprovado do tutor do animal. “Quando é um animal internado em uma clínica, quase sempre os proprietários querem sepultar ou cremar. Mas isso poderia gerar um material para o museu porque teria até mesmo a origem

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Foto: Diogo Wosch

deste animal”, afirma Rogério Lange. “Mas de qualquer maneira quase sempre a posse desses animais de estimação de origem selvagem é ilegal – é raro um animal vindo de criadouro comercial. Um animal sem origem, de criação em cativeiro ou vindo do tráfico serviria eventualmente para uso didático, não para pesquisa”, esclarece.

“O museu pode ser comparado a uma biblioteca de volumes únicos. Porque quando você pega um livro na biblioteca, ele é um exemplar de uma tiragem, enquanto que uma peça de museu é única” Júlio César pede atenção ao fato de que o Museu do Capão da Imbuia não recebe animais vivos. “É importante esclarecer que recebemos apenas carcaças, não temos estrutura para acolher animais com vida. Ainda assim, não estimulamos de forma alguma a execução de animais. Pedimos apenas que aqueles que vierem a falecer recebam uma destinação correta porque eles são extremamente úteis para fins de pesquisa”. Para ter acesso à coleção científica, pesquisadores e profissionais devem entrar em contato com a administração do museu. Além disso o museu conta com uma área de exposições aberta à população em geral na qual animais taxidermizados são expostos em painéis que reproduzem seu habitat natural. Há, ainda, um bosque natural com espécies remanescentes da Floresta de Araucárias. O Museu de História Natural do Capão da Imbuia fica aberto para visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. Acervo didático Os animais destinados ao acervo didático ficam à disposição de professores, escolas e universidades para empréstimo com fins de ensino.

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Alguns espécimes recebidos pelo museu são únicos, vindos inclusive de outros estados, como a Amazônia.

São kits didáticos contendo esqueletos, crânios, animais taxidermizados, animais conservados em vidro e apostilas de diversas espécies. Para solicitar o empréstimo é necessário encaminhar um ofício à administração do museu informando a data, local e utilização do material. Uma noite no museu Uma vez por mês a equipe do museu promove a atividade “Uma Noite no Museu”, destinada a acadêmicos de cursos ligados à medicina veterinária e à biologia, na qual os alunos recebem palestras sobre história natural, pesquisa, conservação e são iniciados na taxidermia. A atividade é realizada das 18h à meia-noite sob agendamento de turmas diretamente com a administração do museu.

Aplicativo de celular promove a conservação da biodiversidade

O Urubu Mobile é um aplicativo de celular desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, no qual qualquer cidadão pode colaborar com o mapeamento de animais silvestres atropelados em rodovias brasileiras. Para contribuir basta fazer o download do aplicativo – disponível para android e IOS – e ficar atento ao viajar nas estradas ao redor do país; caso encontre um animal silvestre atropelado, faça um registro fotográfico através do Urubu Mobile e pronto. O CBEE receberá a foto juntamente com os dados de horário e localização fornecidos pelo GPS e fará a avaliação do material para identificar a espécie do animal e demais informações relevantes. Esse registro servirá para abastecer o Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (BAFS) e identificar as áreas críticas de atropelamento de fauna em todo Brasil. O mapeamento auxiliará também o governo e as concessionárias a definirem os pontos nos quais são necessários túneis, redutores de velocidade e outras medidas para a proteção tanto dos animais quanto dos motoristas. Para fazer o download do aplicativo basta pesquisar por “Urubu Mobile” no Google Play ou na App Store.

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ENTREVISTA

A zootecnia e seus 50 anos no Brasil

profissionais da área de agrárias (médicos veterinários e engenheiros agrônomos), sob o comando do engenheiro agrônomo Octávio Domingues, tinha à época força e reconhecimento quase inexistentes.

Em 2016 a zootecnia comemora 50 anos do seu primeiro curso no Brasil. O Sr. participou de grande parte da história da profissão no país e no estado, formando-se em 1976, apenas 10 após a criação do curso. Nesses 40 anos, como o Sr. avalia a evolução da zootecnia no país. A evolução da zootecnia no Brasil foi muito marcante nestes cinquenta anos e, especialmente, nos meus 40 anos de profissão, tanto em seu contexto geral bem como em atividades na área profissional. Só para traçarmos um parâmetro, quando iniciei meu curso de zootecnia na Universidade Federal de Santa Maria em 1976, nos parecíamos com “estranhos no ninho” em meio às outras profissões da área de Ciências Agrárias. Todavia hoje, tendo-se em conta nossa dedicação e sabedoria alcançada, em muitas circunstâncias podemos nos considerar uma “pedra no sapato” dos profissionais da área de ciências. A zootecnia, criada em 1966 por

Porém, cogitava-se que a zootecnia seria a profissão do futuro, porquanto consiste em ciência que versa sobre a produção de alimento nobre de origem animal. E hoje isto perdura, eis que o mundo está sedento por produtos de tal natureza. O tempo passou e hoje, já no século XXI, com os 50 anos de existência do primeiro curso (PUC- RGS 1966), podemos nos considerar muito gratos pela caminhada e pela marca que atingimos, com mais de 100 cursos de zootecnia, mais de 17,5 mil acadêmicos cursando zootecnia e mais de 30 mil profissionais zootecnistas embretados

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Foto: Diogo Wosch

A zootecnia completa em 2016 seus 50 anos de existência no Brasil; o primeiro curso da área foi aberto em 1966 na Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. De lá para cá a profissão vem crescendo em função da sua importância – em especial na área do agronegócio, que hoje é responsável por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para contar um pouco sobre a evolução da profissão convidamos o zootecnista Ulysses Cecato, professor titular da Universidade Estadual de Maringá e presidente da comissão de educação da zootecnia do CRMV-PR. Cecato é formado há 40 anos e recentemente – em 2014 – completou seu pós-doutorado na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Atuando como professor desde 1978, ele compartilha sua visão de educador e de profissional sobre a zootecnia. Confira a entrevista:

Comissão de Ensino da Zootecnia

em campos, indústrias, centros de pesquisa, universidades, dentre outros setores. Os zootecnistas, pela tamanha dedicação empregada e aos conhecimentos obtidos ao longo de seus estudos e buscas na área de produção animal, hoje são reconhecidamente profissionais e gestores da produção animal. Face a esses aspectos, criaram-se Associações de profissionais e de estudantes, nossos Sindicatos – Sinzoopar, a Associação Brasileira de Zootecnia que abriga e dirige nossos profissionais e nosso encontro magno de discussão de temas correlatos à produção animal, políticas de ensino, pesquisa e extensão e demais políticas zootécnicas, denominado ZOOTEC, em maio de todos os anos. Também temos muitos profissionais zootecnistas mestres, doutores, pós-doutores, com destaque em diferentes frentes de trabalho, comandando seus próprios empreendimentos, gerenciando empresas públicas e privadas, na academia, na pesquisa, enfim, em todas as searas permeadas pela produção animal. O agronegócio é um dos setores mais produtivos do país, em 2015 ele foi responsável por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Sabemos

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que o sucesso do agronegócio depende do trabalho dos zootecnistas em diversas áreas. Como o profissional auxilia efetivamente no aumento da produção de produtos de origem animal. A formação do zootecnista, pelas disciplinas de sua grade curricular, cuja carga horária a cursar é acima de 3,8 mil horas, compreende quase que exclusivamente conhecimentos na área da produção animal, fato que lhe confere condições de ser o profissional da área mais preparado para dar atendimento a todas as problemáticas envolvidas nesta atividade. O incremento da produtividade está associado a um trabalho efetivo nas áreas de gestão, agronegócio, melhoramento, nutrição, produção em si, animais de companhia, saúde animal, bem-estar e sustentabilidade de produção. Soma-se a isso o emprego de tecnologias mais modernas existentes hoje no mercado, conquanto usadas de forma racional e com efetividade, com específica aplicação na gestão, produção e comercialização dos produtos de origem animal, elemento que resultará no incremento da produtividade animal e na consolidação da sustentabilidade. E isto é de extrema importância, pois os dados citados nas mídias, jornais, televisões, rádios, dentre outros meios, são emblemáticos e confirmam o agressivo aumento na demanda por alimentos, especialmente os de origem animal. Hoje, a produção mundial está estimada em 1,64 bilhões de toneladas de alimentos; no entanto, prevê-se um incremento em tal necessidade na ordem de 60% para o ano de 2050, o que constituiria uma demanda de 2,6 bilhões de toneladas no mundo. Por estes aspectos, pode-se vislumbrar a tamanha importância e a responsabilidade do zootecnista no embate com os efeitos práticos de tal constatação. O profissional de zootecnia precisa ter uma visão abrangente da cadeia produtiva, aplicando conhecimento em práticas de criação e manejo e até mesmo em melhoramento genético. Qual é

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Outdoor do CRMV-PR em homenagem aos 50 anos da Zootecnia.

o caminho que um profissional recém-formado deve seguir para se tornar apto a lidar com todas estas áreas. Entendemos que o profissional recém-formado pode ter uma certa dificuldade inicial em suas atividades profissionais, pois a área de zootecnia é muito abrangente e jamais um acadêmico sairá do curso de graduação com alta qualificação em todas as especificidades que lhe competem, especialmente em se considerando que as disciplinas demandam muitas aulas práticas.

“Hoje, a produção mundial está estimada em 1,64 bilhões de toneladas de alimentos” Tanto é verdade que, as empresas que avaliam prioridades na contratação de um profissional, não listam no “ranking” dos itens de exigências o conhecimento profissional como sendo o primeiro lugar, apontando-o como terceiro ou quarto elemento em grau de importância, o que revela a existência de outros fatores prioritários para a contratação de um profissional pelas empresas, tais como: qualidades pessoais, comunicação e expressão, gestão e economia, dentre outros. Neste sentido, deve o acadêmico, já durante a realização de seu curso, aprimorar-se nesses aspectos indicados, além de

buscar o conhecimento prático naquelas áreas que mais se aproximam da sua pretensão de trabalho durante a sua graduação, seja por meio de aprimoramento teórico/prático na academia, em fazendas, empresas públicas, dentre outros. Hoje, nos cursos de zootecnia, os acadêmicos, em sua maioria, após terceiro ou quarto ano, já direcionam seus estudos práticos/ teóricos para as áreas específicas com as quais pretendem trabalhar logo após sua formação. Outros, por sua vez, realizam seus mestrados e doutorados em áreas mais específicas para poder entrar no mercado de trabalho mais seguros e treinados para o enfrentamento de uma nova realidade. Logicamente, após o ingresso como profissional em uma empresa, o trabalho específico e continuo lhe dará segurança, mas a obtenção e o aprimoramento do conhecimento deverão ser contínuos, de tal sorte que se angarie mais destreza e qualidade nas atividades a realizar. Costumamos dizer que nos dias de hoje um profissional, seja ele de qualquer área, precisa ser além de tudo um empreendedor. Isso definitivamente se aplica ao zootecnista, uma vez que ele deverá orientar o produtor/cliente na gestão do seu negócio. O Sr. acredita que o profissional zootecnista deve procurar cursos de gestão após se graduar a fim de adquirir mais conhecimento.

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Realmente, nos dias atuais, diferentemente de anos passados, todo o profissional alcançará seu maior sucesso se for estudioso, curioso, pró ativo, comunicativo e empreendedor. É a exigência atual do nosso mercado de trabalho. A internet e a globalização nos levaram a tal patamar, tornando o mercado de trabalho muito exigente e competitivo. Então, tudo isso deve ser buscado enquanto acadêmico de zootecnia, haja vista que muitos cursos ofertam tal possibilidade. O maior treinamento prático pode ser adquirido com a realização de estágios e com a participação nas inúmeras atividades propiciadas pela academia. De fato, o sucesso de qualquer empreendimento está embasado em sua gestão. Grande parte dos cursos de zootecnia já apresentam em sua grade curricular disciplinas de gestão, seja na indústria, em propriedades, em cadeias produtivas e agronegócio, dentre outras. Então, o futuro profissional de visão já pode adquirir o bom preparo nessa área de gestão e agronegócios. Todavia, na academia, pelo curto espaço de tempo, o profissional não tem a oportunidade de aprender tudo, pois a área é muito ampla. E, quando o zootecnista em início de carreira encontra seu “lugar ao sol” – sua atividade profissional, a busca do conhecimento deve ser incessante, independentemente de área ou local de trabalho, visto que só assim se tornará um verdadeiro gestor e profissional da produção animal. O mercado de trabalho da zootecnia está saturado como as demais profissões ou existe espaço para mais profissionais? Qual é a área que mais necessita de zootecnistas atualmente. O mercado de trabalho da zootecnia, embora em determinados momentos possa ficar um pouco mais restrito em função das conjunturas políticas e sociais do país, tal como ocorre atualmente, será sempre crescente, pois é uma área de produção de alimentos, especialmente aqueles de origem ani-

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mal que são, indubitavelmente, os mais nobres para o homem. Existem regiões, como nos estados de Minas Gerais, Espirito Santo, Goiás, em que a demanda é elevada para a área de bovinocultura de leite. Em regiões recentemente desbravadas como nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia, Roraima, há muitos empregos na área de bovinos de corte e pastagens.

”A zootecnia, além de ser uma ciência que estuda o animal, é de grande importância em relação à segurança alimentar e ao bem-estar da população.” Estas áreas demandam muita supervisão técnica e gestão. Outros estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentam empregos nas áreas de suinocultura e avicultura. Nas mais diversas regiões há empregos em fábricas de ração e em empresas privadas e públicas. Nesse contexto, há uma necessidade elevada na área do agronegócio, talvez o maior e mais importante setor da produção para o Brasil atualmente, e, por conseguinte, a nossa área de zootecnia. Além das áreas mais específicas da produção animal, abrem-se novas frentes de trabalhos, tais como bem-estar animal, animais silvestres, empresas de assistência técnica, zootecnia de precisão, mercado PET, logísticas em empresas rurais e biotecnologia.

”Existem outros aspectos para os quais o zootecnista deve estar atento para auxiliar produtores, indústrias e pecuaristas no controle no meio ambiente.”

Como o zootecnista pode agir na preservação do meio-ambiente. Hoje um dos principais assuntos quando se fala em ecossistema envolvendo os seres vivos no mundo, aventa-se a esfera do meio ambiente. Isto porque possui ação que determina o comportamento e a qualidade de vida de todos os seres vivos. Dentre os vários elementos que podem influir e trabalhar na sua preservação, pode-se incluir o zootecnista. Como este profissional trabalha mais especificamente na cadeia produtiva animal, ele está envolvido nas diferentes frentes de controle dos fatores ambientais, especialmente naquilo que é tratado pelos ambientalistas como problemático, destacando-se o controle do carbono, do metano e do oxido nitroso. E isto envolve uma enorme parte da área de zootecnia, seja na criação de bovinos, caprinos, ovinos, equinos, dentre outros. Diz-se que os animais em pastejo alimentados com pastagens provocam a produção de uma elevada quantidade de metano e óxido nitroso (indiretamente). O zootecnista, atuando no controle do pastejo por meio de pastos de melhor qualidade, certamente auxiliaria na redução desses poluentes. E também o manejo mais adequado dos pastos contribuiria para o incremento do sequestro do carbono por meio da maior produção de massa de forragens e raízes. O uso da adubação nos pastos, especialmente o nitrogênio, deve ser bem controlado, evitando-se assim a poluição do lençol freático e dos leitos dos rios com o nitrato. Auxiliar os produtores a manter a sua área de reserva legal, especialmente na beira de rios, córregos, tanto em áreas de produção animal, da piscicultura e de forragens, é outra forma importante de se preservar rios e lençóis freáticos. Em propriedades e em locais de criações, especialmente de suínos, os resíduos são fontes importantes de poluição. Então, nessas propriedades devem ser criadas condições adequadas para se evitar a po-

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luição do ambiente. Em indústrias de processamento, curtumes e laticínios, a ação do zootecnista é importante criando condições adequadas para evitar esses resíduos ou subprodutos que são poluidores do meio ambiente. Existem outros aspectos para os quais o zootecnista deve estar atento para auxiliar produtores, indústrias e pecuaristas no controle no meio ambiente. Nos seus primeiros anos, a zootecnia era considerada a profissão do futuro; hoje, diz-se que é a profissão do presente. Por quê. É e sempre será uma profissão de alta necessidade para o mundo, porque o zootecnista tem como principal mis-

são a produção de alimentos de origem animal, que é uma das maiores demandas no mundo, preservando-se a ética e a qualidade. E vai incrementar-se ainda mais tal demanda, pois se hoje a população mundial é de 7,2 bilhões, segundo a ONU, em 2050 alcançará 9,6 bilhões e, pasmem, 11,2 bilhões em 2100. Obviamente, isso vai fazer com que haja aumento significativo na procura por alimentos. Há até previsão de carência alimentar nos próximos anos por vários problemas, tais como guerras e eventos climáticos. A zootecnia, além de ser uma ciência que estuda o animal, é de grande importância em relação à segurança alimentar e ao bem-estar da população.

A profissão, embora seja considerada nova, já está causando preocupação às outras profissões das ciências agrárias, pois hoje se sustenta em sólidos pilares, com ênfase na grade curricular voltada à formação de um profissional qualificado para o século XXI e uma carga horária bem elevada para dar atendimentos às mais variadas disciplinas. Assim, os profissionais zootecnistas são formados com alta qualificação em todos os fatores que envolvem a produção animal, seja no manejo, nutrição, melhoramento, bem-estar animal, saúde pública e, mais modernamente, no aprimoramento do agronegócio e na gestão dos atributos dos produtos e da produção animal.

Zootecnista Educador 2016

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Foto: Caio Budel-ABZ

Para coroar os 39 anos dedicados à profissão de educador, Ulysses Cecato foi indicado e votado por coordenadores do curso de zootecnia de todo o Brasil como “Zootecnista Educador 2016”, prêmio que recebeu durante o Congresso Brasileiro de Zootecnia em maio deste ano. Apesar de ter recebido outros prêmios em sua carreira, este parece especial - educador é um título que ele carrega com orgulho. Mesmo com um currículo que inclui mestrado, doutorado e pós-doutorado, Cecato não gosta de ser chamado de doutor. “Não sou doutor, sou professor”, corrige, com um sorriso no rosto. Educar, afirma ele, é mais que ensinar. “Esse prêmio é importante profissionalmente e pessoalmente porque educar não é ensinar, educar vai além disso. Para educar você tem que se dedicar, orientar e trabalhar com seus acadêmicos, dispender tempo além do ensinar”, explica. Desde 1978 na Universidade

Ulysses Cecato recebe premiação durante o Zootec.

Estadual de Maringá, Ulysses Cecato já passou por chefias de departamento, colegiados de curso, diretoria de pesquisa, membro de conselho universitário e tantas outras atribuições. Hoje é professor titular, um cargo que, mesmo que pudesse escolher, não trocaria por nada.

“Professor é uma palavra forte. O fato de ele ensinar e educar é extremamente importante, você está preparando pessoas para a vida profissional. Se pudesse começar tudo de novo e escolher, seria professor-educador mais uma vez”, reflete.

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ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CRMV-PR

Melhorias na Feira do Peixe de São José dos Pinhais Foto: Diogo Wosch

Em abril de 2015 os fiscais do CRMVPR estiveram na “Feira do Peixe” de São José dos Pinhais para observar se o local e os procedimentos realizados estavam de acordo com o previsto em lei. Com as orientações recebidas, o município procedeu a regularização de um médico veterinário como responsável técnico pelo evento e algumas mudanças essenciais.

“A maior mudança foi o fato de não sair mais peixe vivo de dentro da feira, ele saía sempre abatido.”

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CRMV-PR em fiscalização e acompanhamento , São José dos Pinhais, 2016. Foto: Diogo Wosch

“No ano anterior os peixes eram vendidos vivos e em sacolas plásticas sem água, nas quais morriam por asfixia e com intenso sofrimento, infringindo a Resolução CFMV n° 1069/14”, lembra a médica veterinária e fiscal Luiza Schneider. Com o relatório elaborado durante a feira a Autarquia orientou a prefeitura a promover alterações para o ano seguinte, entre elas o fim da venda de animais vivos. Atendendo à demanda, a prefeitura de São José dos Pinhais regularizou o médico veterinário Henrique Larsen Brunow Ventura e realizou uma série de mudanças. “A maior mudança foi o fato de não sair mais peixe vivo de dentro da feira, ele saía sempre abatido. Também estabelecemos um limite de densidade dos peixes no tanque e exigimos a Guia de Trânsito Animal (GTA) de todos os animais”, explica Ventura. O método de abate também mudou, sendo utilizada a pistola de dardo cativo para o abate de tilápia e a secção de medula em bagres e carpas.

Estrutura montada para limpeza e abate.

O local de realização passou a ser mais amplo e capaz de abranger toda a estrutura necessária. “Antes a feira era realizada no centro de São José dos Pinhais e isso acarretava em problemas com trânsito, lugar para estacionar. Este

ano utilizamos o Parque São José, o que melhorou a logística e ainda trouxe mais gente, porque o parque é mais conhecido”. No Manual de Boas Práticas desenvolvido especificamente para o evento

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Foto: Diogo Wosch

também foram notadas melhorias. Para orientação e treinamento dos produtores e das equipes de limpeza, a prefeitura realizou três reuniões prévias à feira para explicar as mudanças que seriam realizadas e as responsabilidades de cada um. “A princípio os produtores apresentaram certa resistência por causa do fluxo de trabalho. A mudança nunca é fácil, mas no final todo mundo comprou a ideia e vestiu a camisa para fazer dar certo tanto do ponto de vista logístico quanto técnico”, avaliou Ventura.

“Percebemos que as pessoas apoiaram as mudanças porque ela tornou a feira mais humanitária, de um modo geral a recepção foi ótima.”

“Grande parte das melhorias observadas na feira deste ano quando comparada com 2015 se devem à atuação do médico veterinário responsável técnico.” ”O mais importante é que todos os produtos possuíam a chancela do SIM”, afirmou o responsável técnico. Nos outros anos os produtos passavam por ins-

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peção, mas não possuíam a chancela. Toda a equipe que manipulava os pescados também estava preparada para a atividade, contando com equipamentos de proteção, botas, luvas apropriadas e avental. Foto: Diogo Wosch

Para garantir a sanidade do produto vendido à sociedade, foi instalado também um Serviço de Inspeção Municipal (SIM) no local. Havia duas opções aos compradores: adquirir o peixe abatido e limpo ou apenas abatido. “Os peixes que eram apenas para abate eram mantidos em um recipiente com gelo até serem lavados e passarem por inspeção do SIM, para então serem embalados e rotulados. Já os demais passavam ainda por um processo de limpeza, com retirada de escamas e espinhos, para depois serem encaminhados para a inspeção”.

Novo método de abate adotado para a edição de 2016.

Evento registrado no Serviço de Inspeção Municipal de São José dos Pinhais.

O avanço foi visível, rendendo elogios da população e ainda mais vendas. De acordo com Ventura, a feira corria risco de ser extinguida após 24 anos de existência em função do baixo número de vendas no ano anterior. Agora, a projeção é manter o evento e melhorar ainda mais a estrutura. “Percebemos que as pessoas apoiaram as mudanças porque ela tornou a feira mais humanitária, de um modo geral a recepção foi ótima. E

no final a venda aumentou, nos motivando para o próximo ano”. Para a fiscal, as orientações oferecidas foram – em sua maioria – acatadas, o que melhorou consideravelmente a qualidade sanitária do produto e o bem-estar dos peixes. “Grande parte das melhorias observadas na feira deste ano quando comparada com 2015 se devem à atuação do médico veterinário responsável técnico. Isso demonstrou a preocupação do profissional e da organização quanto às questões sanitárias e de bem-estar”, observou Schneider. Algumas modificações ainda são necessárias, mas todas já estão em pauta para as próximas edições. No entanto o médico veterinário Henrique Ventura se mostra satisfeito com o avanço alcançado no período de um ano. “Ainda pretendemos melhorar o Manual de Boas Práticas, algumas questões logísticas, mas é importante ver este avanço. Nós, enquanto médicos veterinários, entramos para a medicina veterinária porque acima de tudo temos empatia pelos bichos, então poder minimizar o sofrimento destes animais que servem à sociedade é gratificante. É isso que tiramos de lição”.

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SHORT COMMUNICATION PAPER

Implantação do serviço de medicina comportamental em um hospital escola veterinário Problemas de comportamento em animais de estimação são frequentes (Beaver, 2009) e estão relacionados a graves problemas para o paciente (Overall, 2013) e para a sociedade (Voith, 2009). O animal com problemas ou distúrbios comportamentais tem seu bem-estar comprometido (Broom e Fraser, 2007), e a família pode optar por abandoná-lo em decorrência destes problemas (Soares, 2010). O tratamento de distúrbios comportamentais é uma atribuição do médico veterinário, tanto de maneira preventiva quando terapêutica. A área da medicina veterinária médico veterinária responsável pelo tratamento comportamental é uma especialidade clínica (Horwitz, Mills, & Heath, 2002; Martin, Martin & Shaw, 2014), e pode também ser chamada etologia clínica. Embora a identificação e o tratamento adequado de problemas de comportamento seja fundamental na rotina clínica, este serviço ainda é pouco difundido nos hospitais veterinários no Brasil. Assim, este trabalho teve como objetivo implementar um serviço de atendimento especializado de medicina veterinária comportamental na clínica escola veterinária (CEVET) da Universidade Estadual do Centro-oesteUNICENTRO do Paraná. A implantação do serviço de atendimento especializado em medicina comportamental foi realizada no período de agosto de 2015 a março de 2016. O serviço foi divulgado entre o corpo docente e discente através de conversas individuais e apresentações nas reuniões departamentais e reuniões clínicas do CEVET. Também foi disponibilizado um questionário sobre problemas comportamentais

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em animais de estimação na recepção da clínica escola, para ser preenchido voluntariamente pelos proprietários que aguardavam atendimento, que serviu tanto como forma de divulgação do serviço quanto como triagem de problemas comportamentais dentre os pacientes da clínica médica e cirúrgica. Além disso, um cartaz contendo informações sobre o novo serviço prestado foi alocado na recepção da clínica escola. Foi realizado treinamento dos alunos aprimorandos para a identificação de problemas comportamentais e encaminhamento para o atendimento especializado, com conversas individuais e uma palestra a todos os alunos do CEVET, com duração de duas horas, sobre o tema Medicina do Comportamento. O atendimento clínico comportamental foi realizado para os pacientes da clínica escola durante todo o período do projeto, sempre em horários pré-agendados determinados de acordo com a agenda da clínica. A triagem de pacientes com problemas comportamentais dentre pacientes atendidos na clínica geral foi realizada pelos professores e residentes da clínica médica, e os paciente foram encaminhados para a consulta comportamental. Foi também realizada a triagem de problemas comportamentais correlacionados a problemas dermatológicos, por meio da avaliação das fichas clínicas de pacientes com problemas dermatológicos. Foram encontrados 34 pacientes dermatológicos

com possível correlação de problemas comportamentais, sendo que destes, 5 tinham problemas comportamentais como a base do problema dermatológico; 7 pacientes apresentavam problema de comportamento não diretamente relacionado ao problema dermatológico identificado na consulta, sendo relacionados a agressividade, medo excessivo e ansiedade; e 22 apresentavam problema dermatológico que pode desencadear problema comportamental. Dentre os 29 questionários respondidos a maioria das pessoas afirmou que o animal realiza comportamentos que elas não entendem (59%) e que gostaria de realizar atividades com seu animal que não consegue pois ele não se comporta (66%). É importante ressaltar que 34% dos respondentes afirmou que seu animal de estimação já mordeu alguém, o que é um problema de comportamento grave, que deveria ser devidamente diagnosticado e possivelmente tratado.

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As principais dificuldades encontradas durante a realização do projeto foram relacionadas a falta de conhecimento por falta das pessoas sobre a especialidade de clínica comportamental na medicina veterinária. Ainda há certa relutância das pessoas em procurarem o atendimento de comportamento para seus animais de estimação, talvez por falta de conhecimento sobre a especialidade, e talvez parcialmente também por falta de comprometimento com a saúde dos animais. Considerações finais: Foi possível identificar que o serviço de

comportamento é uma demanda para os clientes da clínica médica, e que há problemas de comportamento que poderiam ser tratados com terapia comportamental, melhorando a saúde desses animais. Este trabalho demonstrou que problemas de comportamento estão muitas vezes relacionados a outros problemas clínicos, como os dermatológicos. Os clientes do CEVET encontram problemas em educar seus cães, bem como em entender seus comportamentos, o que poderia ser resolvido em sessões de terapia comportamental. Profa. Larissa Helena Ersching Rüncos

REFERÊNCIAS BEAVER, B. V.; Canine Behavior : Insights and Answers. 2nd ed , Sauders, Elsevier; 2009 BROOM, D. M.; FRASER, A. F.; Domestic Animal Behaviour and Welfare. 4th ed. Cambridge University Press, UK, 2007. HORWITZ D. F., MILLS, D., AND HEATH, S.; BSAVA Manual of Canine and Feline Behavioural Medicine. British Small Animal Veterinary Association: Gloucester, UK, 2002. MARTIN, K.M., MARTIN, D., SHAW, J.K.; Small Animal Behavioral Triage: a Guide for Practitioners Veterinary Clinics of North America: Small Animals 44, 379–399, 2014. SOARES, G. M,; SOUZA-DANTAS, L. M.; D’ALMEIDA, J. M.; PAIXÃO, R. L.; Epidemiologia de problemas comportamentais em cães no Brasil: inquérito entre médicos veterinários de pequenos animais. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.4, p.873-879, 2010 OVERALL, K.; Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats, pp. 832, ed. Mosby; 2013 VOITH, V.L. The impact of companion animal problems on society and the role of veterinarians. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v.39, n.2, p.327-345, 2009.

JOVEM PROFISSIONAL

“O mercado não comporta pessoas que não se comprometem com aquilo que fazem”

Quais são as funções de um médico veterinário em um haras? Para trabalhar em haras tem que ser especializado em reprodução, neonato-

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Foto: Diogo Wosch

Entrar no mercado de trabalho não é tarefa fácil, por isso é importante entender o que o mercado espera do profissional, em especial daquele que procura seu primeiro emprego. Há 33 anos trabalhando como médico veterinário de um haras em São José dos Pinhais, Joaquin Lopez de Alda Rompani sabe quais são as características essenciais que um jovem profissional deve ter se quiser entrar para essa área. Não basta gostar de cavalos, é preciso ter conhecimento em reprodução, clínica e até mesmo nutrição, além de saber lidar com pessoas e trabalhar em equipe. Por isso trazemos uma entrevista especial em que Joaquin conta quais características são importantes e quais tarefas esse profissional irá desenvolver. Confira:

Joaquin Rompani é médico veterinário do mesmo haras há 33 anos.

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Foto: Diogo Wosch

logia, clínica e nutrição. Em reprodução tem que examinar a égua diariamente durante a temporada de monta e fazer cobertura com garanhões. Depois precisa fazer os partos, sendo que 80% ocorrem durante a noite. Também tem que lidar com recém-nascidos, que têm riscos nas primeiras 24h, na primeira semana e no primeiro mês - isso vai diminuindo à medida em que vão passando essas etapas. Depois tem que avaliar a parte clínica dos potros diariamente, realizando também a medicina preventiva com aplicação de vacinas, vermífugo. E, se você não contratar outro profissional, precisa trabalhar também com a parte de pastagem e nutrição, a alimentação dos animais. Existe a área da veterinária que engloba administração também, aí para administrar precisa de uma série de conhecimentos e dedicação em tempo integral. Como está o mercado de trabalho para essa área? O mercado de trabalho hoje está completamente deprimido, principalmente o de cavalo puro sangue. Mas isso depende muito do gosto, quando você gosta muito de uma área você corre atrás e consegue. Tem que fazer atualização, investir em conhecimento, isso ajuda muito. Tudo que você aprender

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vai trazer benefícios futuros. Se o Sr. fosse contratar um médico veterinário para a sua equipe hoje, quais características procuraria neste profissional? Em primeiro lugar ele precisa ser educado, segundo é necessário que tenha conhecimento na área, terceiro que goste de trabalhar. No meu caso, eu contrataria para morar na propriedade, então em quarto lugar eu iria apresenta-lo à família da fazenda para ver se ele se adaptaria ao local e às pessoas com quem vai trabalhar. Mas hoje para você investir em um profissional ele precisa ser competente, e lamentavelmente os profissionais não saem das nossas Universidades com 100% de competência. Quais conselhos o Sr. daria a um profissional que busca seu primeiro emprego em um haras? Vai trabalhar. Tem que baixar a cabeça, esquecer do horário e trabalhar. Se ele quiser trabalhar 8 horas por dia, cumprir um horário fixo, aí ele está perdido. O mercado não comporta mais pessoas que não se comprometem com aquilo que fazem. Tem que ter dedicação total. Para atuar nessa área é preciso ser dedicado, tem que ter especialização, gostar

de cavalo e tem que entender que vai deixar de lado muita coisa na vida dele para realizar esse trabalho. Abdicar de sábado, domingo, madrugada. Às vezes ele está em uma festa e ocorre uma emergência. É assim mesmo. Para o jovem que está prestes a se formar, qual é o melhor caminho? Faça estágio, especialização, cursos mais específicos. Depende da área em que esse jovem profissional quer trabalhar, porque hoje existe especialização para tudo. Eu tenho 30 e poucos anos de formado e continuo indo a congressos até hoje, porque angariar conhecimento é uma coisa extremamente importante. Aquele cara que senta atrás da mesa no escritório e acha que não precisa mais dos livros está ultrapassado, principalmente hoje com a internet, whatsapp e uma série de distrações. E no estágio, qual é a melhor forma de aprendizado? Tem que perguntar. Tem estudantes que chegam aqui, não perguntam nada e acham que nós vamos transmitir conhecimento. Não é assim, ele tem que saber qual dúvida ele tem e perguntar. Se a gente souber, responde. Se não, vamos procurar juntos nos livros.

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PUBLICADO PELO CONCEA

Guia com orientações sobre o uso de primatas, anfíbios, serpentes e animais domésticos O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) lançou, desde janeiro de 2016, três fascículos do Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica. O material tem como objetivo orientar pesquisadores quanto ao uso de animais para ensino e pesquisa no sentido de priorizar o bem-estar animal. Construído em conjunto pelo Concea e demais especialistas da área, inclusive com colaborações do Conselho Federal de Medicina Veterinária, o guia contém informações sobre estrutura e equipamentos necessários a criadouros e laboratórios.

O guia está disponível em: www.mct.gov.br

Fascículo 6 Fascículo 4 Primatas não humanos mantidos em instalações de instituições de ensino ou pesquisa científica Este fascículo aborda a utilização de primatas não humanos como modelos na pesquisa científica quando não há possibilidade de aplicação de métodos alternativos. Alguns exemplos citados são o Papio cynocephalus, que é utilizado em estudos de doenças virais como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e a Macaca mulata, o M. fascicularis e o M. nemestrina, que são modelos frequentes em pesquisas biomédicas.

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Anfíbios e serpentes mantidos em instalações de instituições de ensino ou pesquisa científica Este capítulo trata dos anfíbios e serpentes criados em cativeiro para uso em atividades de produção, manutenção ou utilização para fins de pesquisa ou ensino. De acordo com o guia, há pouca literatura que detalhe técnicas de manejo sobre os mesmos – em especial sobre os anfíbios, uma vez que eles compõem um grupo de vertebrados de pequeno porte que representam poucos riscos para a saúde humana ou veterinária. Por isso o fascículo aborda pontos como a captura no campo, instalações, doenças mais comuns observadas no cativeiro, procedimentos de manejo e cuidados veterinários.

Fascículo 12 Estudos conduzidos com animais domésticos mantidos fora de instalações de instituições de ensino ou pesquisa científica O objetivo deste capítulo é orientar pesquisadores e patrocinadores além de definir os requisitos mínimos necessários para a condução de estudos conduzidos a campo com animais de espécies domésticas, abordando aspectos éticos relacionados ao manejo e bem-estar dos animais utilizados.

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SUINOCULTURA

Mapa lança cartilha sobre aproveitamento econômico dos resíduos de suínos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou no mês de maio uma cartilha digital sobre o aproveitamento econômico dos resíduos de suínos. O material foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Embrapa Suínos e Aves e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). A cartilha é dividida em quatro capítulos e aborda temas como uso racional da água, uso racional da ração, redução das emissões de carbono e tecnologias para o aproveitamento de resíduos. O primeiro capítulo conta com pesquisas sobre o volume de água adequado para o consumo em cada fase da produção e orientações sobre o aproveitamento de água da chuva – incluindo os melhores sistemas de coleta, filtragem, armazenamento e tratamento da água para consumo dos animais e limpeza das instalações. Em seguida são abordadas as vantagens dos sistemas de alimentação de precisão e de alimentação eletrônica para fêmeas gestantes prezando pelo bem-estar animal. Há ainda a indicação de estratégias para minimizar a excreção de nutrientes.

Quanto à redução da emissão de carbono, a cartilha orienta para o aproveitamento econômico dos dejetos com base em estudos de produção de esterco e dejetos líquidos em cada uma das fases de produção.

Este capítulo conta também com as soluções para o aproveitamento de carcaça dos animais mortos durante o processo de produção. A última parte do guia é dedicada às tecnologias que promovem o aproveitamento dos resíduos, como a biodigestão e a compostagem. No material é apresentado o resultado da aplicação das duas técnicas em três sistemas de pro-

dução: unidades de ciclo completo, unidades produtoras de leitões e unidades terminadoras. A cartilha está disponível em: www.agricultura.gov.br

Resolução do CFMV prorroga para setembro o prazo para pagamento de anuidades O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou a Resolução CFMV n º 1.113/2016 que prorroga para 30 de setembro os prazos para pagamento de anuidades por pessoas físicas e jurídicas do exercício 2016.

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A Resolução CFMV nº 1.113/2016 foi publicada no Diário Oficial da União de 17 de junho. Após o dia 1º de outubro de 2016 incidirão os encargos previstos na Resolução CFMV nº 867/2007.

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ACAPAMEVE

Os cem anos do Professor Milton Thiago de Mello Clotilde de Lourdes Branco Germiniani (*)

Entre os médicos veterinários brasileiros em atividade, existe um colega bastante conhecido e apreciado: Doutor Milton Thiago de Mello. O Professor Milton Thiago nasceu em 05 de fevereiro de 1916, portanto há pouco mais de cem anos! Chegou ao centenário saudável, lúcido e cheio de planos, antevendo tarefas a serem cumpridas. Realmente muito poucas pessoas, nesta faixa etária, estão com semelhante disposição física e mental. Doutor Milton Thiago foi aluno da Escola de Veterinária do Exército sendo diplomado em 07 de dezembro de 1937. Iniciou sua carreira militar no Rio Grande do Sul, trabalhando com equinos - na época extremamente importantes no exército tanto em tempos de guerra como de paz. Mais tarde viria a atuar também com clínica de pequenos. Voltando ao Rio de Janeiro teve oportunidade de frequentar, como aluno, os laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz, dedicando-se à área de microbiologia uma vez que seu interesse estava centrado no estudo de zoonoses, principalmente brucelose e peste bubônica. Em 1946 fez seu Doutorado em Microbiologia na Escola Nacional de Veterinária no Rio de Janeiro. Foi pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, professor da Escola de Veterinária do Exército e do Colégio Militar do Rio de Janeiro; trabalhou no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade Federal Fluminense em Niterói. No exterior, esteve no Departamento de Microbiologia da Universidade de Berkeley nos Estados Unidos, na Universidade de San Salvador em El Salvador e na Universidade Autônoma de Santo Domingo, na República Dominicana. Ao completar seu tempo de trabalho no exército passou para a reserva e fixou residência em Brasília, integrando-se à Universidade Federal de Brasília, onde foi professor e pesquisador. Com excelente nível de conheci-

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mentos, há muito é convidado frequente de congressos de Medicina Veterinária nos mais variados países, sendo membro de numerosas Sociedades Científicas no Brasil e no exterior. Muitas destas Sociedades o homenagearam, em diferentes ocasiões. Acrescente-se o fato de ter grande número de trabalhos publicados e ser autor de vários livros. Foi consultor de importantes organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações para Alimentação e Agricultura (FAO). Trabalhando por um período muito longo, Doutor Milton foi mudando seu foco de interesse de acordo com a evolução da Medicina Veterinária. Assim dedicou-se à microbiologia, depois passou para o bem-estar animal, para a primatologia e, mais recentemente, voltou-se para o estudo de problemas de segurança alimentar. Não se poderia esquecer que o Professor Doutor Milton Thiago de Mello foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, sendo seu atual presidente. Por ser muito comunicativo, ao longo desta trajetória invulgar, Doutor Milton Thiago foi colecionando amigos. Ao se aproximar a data de seu centésimo aniversário, sua filha mais velha e uma de suas noras coordenaram uma reunião comemorativa em Brasília, com eventos sociais para confraternização e uma programação científica abordando al-

guns pontos atuais da Medicina Veterinária. Foram a Brasília colegas que participaram de diferentes fases da vida do Professor Milton Thiago e vieram dois colegas do exterior: Doutor Faouzi Kechrid, atual Presidente da União Geral de Médicos Veterinários da Tunísia, Membro Honorário e ex-Presidente da Associação Mundial de Veterinária e Doutora René Carlson, atual Presidente da Associação Mundial de Veterinária. O clima de regozijo e o empenho para discutir os temas científicos foram marcantes nestes momentos que reuniram várias gerações de Veterinários dedicados às mais diversas atividades. Na noite de sábado, 30 de janeiro, o aniversariante, alvo de merecidas homenagens, recebeu os convidados na sua casa em Brasília. A casa é ampla, agradável e acolhedora e está voltada para um exterior com bela vegetação, incluindo mata preservada à beira do Lago Norte: um cenário muito favorável para o reencontro de amigos durante os festejos de um aniversário tão especial. Em uma de suas publicações o Professor Milton Thiago diz: “O Brasil continuará a ser uma potência graças à melhoria de produtividade e de qualidade dos alimentos, devendo-se levar em conta o papel desempenhado pelos Médicos Veterinários. Este futuro otimista é baseado na aplicação generalizada do resultado de pesquisas e da modernização de técnicas.” As pessoas que chegam a uma idade avançada bem-humoradas, saudáveis, felizes e cultivando planos futuros, deveriam se tornar imortais para que pudessem conviver com esta alegria e transmitir às gerações subsequentes um pouco de seu otimismo, ensinando a valorizar os aspectos positivos da vida. (*) Professora Titular (Aposentada) da UFPR, Membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia Paranaense de Medicina Veterinária, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e da Academia Paranaense de Letras.

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SINDIVET

Sindivet-PR completa 39 anos e inaugura sua nova Sede em Curitiba Foi inaugurada no dia 14 de março a nova sede do Sindivet-PR, localizada na Rua Comendador Macedo, 39, conjunto 82, no 8º andar do Edifício Helo Center. Fruto de muita luta e união dos membros da diretoria do sindicato e de seus filiados, o novo endereço vai permitir que o Sindivet-PR receba com mais estrutura e conforto os médicos veterinários e todos os parceiros da instituição. Na cerimônia de inauguração da sede, adquirida com recursos próprios do sindicato, estiveram presentes mais de 70 convidados, entre autoridades, representantes de classes, profissionais, amigos e parceiros da entidade. Os médicos veterinários Lourival Uhlig (Diretor Tesoureiro do Sindivet-PR) e José Alberto Rossi (Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários – Fenamev - e Secretário Geral da Confederação Nacional dos Profissionais Liberais - CNPL) foram homenageados por suas atuações em defesa da classe. Norberto Ortigara (Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento) também recebeu homenagem por seus relevantes serviços prestados para o setor agropecuário.

Após breves palavras de congratulações de alguns dos convidados, o presidente do Sindivet-PR, Cezar Amin Pasqualin, falou sobre a importância da ocasião para o sindicato, que é o maior do Brasil, com aproximadamente 2.500 associados. Pasqualin agradeceu a todos por prestigiarem e sempre apoiarem os trabalhos do Sindivet-PR por uma medicina veterinária cada vez mais forte e próxima dos profissionais. “Nossas portas estarão sempre abertas para servir ao próximo”, concluiu.

Demétrio Reva (Vice-Presidente do Sindivet-PR), Norberto Ortigara (Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento) e Lourival Uhlig (Diretor Tesoureiro do Sindivet-PR).

Grupo de trabalho dos médicos veterinários das prefeituras da RMC e litoral Desde o ano passado, vêm acontecendo reuniões do grupo de trabalho dos médicos veterinários que atuam nas prefeituras municipais de Curitiba, região metropolitana e litoral. Saúde, agricultura, meio ambiente, inspeção de produtos de origem animal, educação e pesquisa e iniciativa privada são as áreas utilizadas como base para delimitar as funções dos médicos vete-

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rinários em cada setor, relacionadas exclusivamente à atuação nas prefeituras municipais. Com base em referências legais e bibliográficas, a equipe discutiu as atividades do profissional da medicina veterinária nos municípios, sistematizando dados e debatendo função por função. “A gente sabe que cada prefeitura tem suas particularidades, mas

queremos nivelar ao máximo as atribuições dos veterinários em cada área de atuação nos municípios para que estejamos preparados para defender nossas pautas”, expôs Masaru Sugai, que vem participando das reuniões como representante da Diretoria do Sindicato e a médica veterinária Priscilla Souza Lima, coordenadora do grupo.

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SINDIVET

Homenagem Durante o período do Congresso Central dos Sindicatos Brasileiros, os dois integrantes da Diretoria do Sindivet-PR fizeram uma visita ao Dr. Milton Thiago de Mello, médico veterinário que recentemente completou 100 anos de idade. Na ocasião, prestaram uma homenagem, entregando-lhe um troféu por tudo o que ele representa para a Classe. Com uma carreira brilhante, Dr. Milton passou pelo Exército Brasileiro, atuou como professor, pesquisador, consultor internacional, Presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, Secretário da Sociedade Internacional de Primatologia, entre outras, sendo atualmente o Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária. É importante ressaltar que

o Dr. Milton continua ativo, fazendo palestras, escrevendo trabalhos e livros

e participando de congressos nacionais e internacionais.

Tabela de eventos

Workshop Metodologias de Avaliações de Sistemas de Produção em Gado de Corte 31/07/2016 a 01/08/2016 Cidade: Gramado – RS Informações: www.ufrgs.br/sbzgramado2016 7º Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada 03/08/2016 a 04/08/2016 Cidade: Londrina – PR Informações: www.siraa.com.br 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia 01/08/2016 a 04/08/2016

Cidade: Gramado – RS Informações: www.ufrgs.br XIV Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 07/09/2016 a 10/09/2016 Cidade: Curitiba – PR Informações: www.ecotox2016.com.br III Simpósio de Qualidade de Leite - Unesp - Jaboticabal 02/09/2016 a 04/09/2016 Cidade: Jaboticabal – SP Informações: www.sqleite.com.br Mais informações: www.crmv-pr.org.br

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POR DENTRO DO CONSELHO

Detalhamento de Receitas:

Transparência DEMONSTRATIVO DE RECEITAS ARRECADADAS E DESPESAS PAGAS PERÍODO: JANEIRO A ABRIL/2016 Receitas

R$

%

Anuidades de Pessoas Físicas

1.897.613,21

41,27%

Anuidades de Pessoas Jurídicas

1.981.453,90

43,09%

3.879.067,11

84,36%

150.872,97

3,28%

- Recuperação de Despesas com Custos de Cobrança

5.493,80

0,12%

- Juros de Mora, Atualização Monetária e Multas por Mora

2.062,83

0,04%

- Multas por Infração e Eleitoral

84.561,34

1,84%

- Rendimentos sobre Aplicações Financeiras

13.172,89

0,29%

254.826,79

5,54%

- Outras Receitas (*)

16.134,18

0,35%

- Alienação de Bens Móveis

38.542,80

0,84%

4.598.469,75

100,00%

R$

%

1.076.471,95

59,55%

Subtotal

- Recuperação de Despesas com Custas Processuais

- Dívida Ativa

Total (A)

Itens

Despesas

(1)*

Pessoal, Encargos e Benefícios

(2)*

Material de Consumo

55.169,67

3,05%

(3)*

Diárias de Empregados, Conselheiros e Colaboradores Eventuais

85.440,00

4,73%

(4)*

Serviços de Terceiros Pessoas Físicas

57.322,29

3,17%

(5)*

Serviços de Terceiros Pessoas Jurídicas

439.626,66

24,32%

(6)*

Auxílios - Transferências a Instituições Privadas

24.000,00

1,33%

(7)*

Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria

6.040,29

0,33%

(8)*

Demais Despesas Correntes

60.430,30

3,34%

(9)*

Investimentos, Ações e Equipamentos e Material Permanente

3.185,01

0,18%

1.807.686,17

100,00%

2.790.783,58

60,69%

Total (B)

Superávit C = A – B

(*) Outras Receitas: Recuperações de Despesas, Indenizações e/ou Restituições. Méd. Vet. Eliel de Freitas

Claudecir José Munhoz

CRMV-PR Nº 0826

CO-CRC-PR Nº 036776/O-0

Presidente

Contador

CRMV PR

(*) Taxas e Emolumentos pela Prestação de Serviços: Recebimento de taxas de emissão de Carteira e 2ª via, Registro de ART e sua renovação, Inscrição de Pessoas Físicas e Jurídicas, emissão de Certificados, Certidões e Registro de Especialista. (**) Receitas Diversas de Serviços: Custas Processuais, Recuperação com Custos de Cobrança e Fotocópias. (***) Receitas Financeiras: Juros de Mora e Atualização Monetária: sobre Anuidades, sobre Multas de Infrações, sobre devolução de Diárias e sobre Multa Eleitoral. Multas sobre anuidades, Multas por Ausência de Responsável Técnico, Multa Eleitoral, Multa sobre devolução de diárias e Auto de Infração por Falta de Registro. (****) Outras Receitas Correntes: Indenizações, Restituições e Dívida Ativa. (*****) Receitas de Capital: Alienação de Veículos.

Detalhamento de Despesas: (1) * Salários, Abono Provisório-Pessoal CLT, Gratificação por Exercício de Cargos, Gratificação por Tempo de Serviço, Férias Vencidas e Proporcionais, 13º Salário, Férias-Abono Pecuniário, Férias-Abono Constitucional (1/3), Serviços Extraordinários, Contribuições PrevidenciáriasINSS Empregador, Seguro de Acidente no Trabalho, PIS sobre Folha de Pagamento, FGTS, Auxílio Alimentação e Auxílio Creche. (2) * Combustíveis e Lubrificantes Automotíveis, Material de expediente, Material de Processamento de Dados, Material p/ Manutenção de Veículos, Material de Sinalização Visual e Outros, Diárias para Empregados no País, Diárias para Colaboradores Eventuais no País, Diárias de Conselheiros no País, Diárias de Diretoria no País, Limpeza e Conservação-Pessoa Física, Estagiários-Pessoa Física, Jetons e Gratificações a Conselheiros-Pessoa Física, Comunicação-PJ, Telecomunicações Fixa-PJ, Telecomunicações Móvel-PJ, Correspondências-PJ, Comunicação de Dados-PJ, Publicidade Institucional-PJ, Manut. Conserv. Veículos-PJ, Manut. Conserv. Máquinas e Equipamentos-PJ, Serviços de Vigilância Ostensiva/Monitorada-PJ, Serviços de Estacionamento de Veículos-PJ, Serviços de Água e Esgoto-PJ, Serviços de Energia Elétrica-PJ, Locação de Imóveis-PJ, Vale-Transporte-PJ, Assinaturas de Periódicos e Anuidades-PJ, Condomínios, Exposições, Conferências e Outros- PJ, Seleção e Treinamento-PJ, Serv. Médico-Hospitalar, Odontol. e Lavoratoriais-PJ, Serviços Bancários-PJ, Serviços Judiciários-PJ, Passagens para o País-PJ, PedágiosPJ, Taxa de Inscrição em Eventos-PJ e Outros Serviços Prestados por Pessoa Jurídica. (3) * Transferências a Instituições Privadas (Auxílios). (4) * Taxa de Limpeza Pública e Taxas Diversas. (5) * Despesas Judiciais (Custas), Despesas de Exercícios Anteriores e Restituições de Anuidades e Taxas de Exercícios Anteriores. (6) * Máquinas e Equipamentos, Bens de Informática e Sistemas de Processamento de Dados.

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