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Dica de Livro

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Conheça os novos Conselheiros empossados em 2022 no CRQ-V.

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CRQ-V NO RS pg. 8

Quatro delegacias ativas no estado dão suporte aos profissionais e empresas.

O ano de 2022 chega ao final e, com ele, a certeza de termos trabalhado ao longo do exercício da forma mais ética, eficaz e eficiente, focando no bem estar e interesse do profissional e empresa vinculado ao CRQ-V.

MURAL pg. 9

Para iniciar nossa revista semestral, apresentamos o docente da UFSM que recebeu a Medalha Ioannes Marcus Marci. O prêmio foi recebido pela primeira vez por um pesquisador Latino Americano. Ainda reconhecendo os feitos de nossos pesquisadores gaúchos, apresentamos o projeto de quatro alunas do Ensino Médio, que estão desenvolvendo um copo que detecta a substância conhecida como “Boa Noite Cinderela”. Seguindo a leitura, apresentamos o trio vencedor do Prêmio Nobel de 2022.

Expediente

Presidente

Paulo Roberto Bello

Fallavena

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Estevão Segalla Secretário

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Assessoria de Comunicação do CRQ-V assecom@crqv.org.br

Jornalista responsável

Louise Veronezi Gigante

Redação e Editoração Gráfica

Louise Veronezi Gigante

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FONE: 51-3330 5659

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A ansiedade afeta hoje grande parcela da população mundial. No Brasil, cerca de 24% dos brasileiros sofrem com o transtorno. Além do tratamento medicamentoso e alteração no estilo de vida, o transtorno psicológico possui outras alternativas naturais que diminuem seus sintomas. Conheça as plantas medicinais responsáveis por isso.

Voltando ao nosso Sistema CFQ/ CRQs, apresentamos os três novos Conselheiros empossados em nosso Regional: Leonardo Moreira dos Santos, Roberto Achutti Bertoncello e Rubens Zolar da Cunha Gehlen. Com o intuito de aproximar o interior do estado de nossa instituição, apresentamos as quatro delegacias regionais do CRQ-V localizadas em pontos importantes do Rio Grande do Sul.

Por fim, anunciamos uma mudança que ocorrerá nos próximos meses em todo o sistema: a remodelação da identidade visual. Já definida e sendo colocada em prática aos poucos, a nova estrutura de design traz uma proposta mais clara, leve e moderna para o CFQ e CRQs.

Desejamos a todos uma ótima leitura!

Um livro que combina ciência e gastronomia para nos ajudar a compreender melhor os alimentos e inovar na cozinha. Por mais diferentes que pareçam ser, cozinheiros e cientistas às vezes falam a mesma língua, têm pontos de vista semelhantes e sua colaboração pode ser muito proveitosa. Na culinária molecular, a cozinha é um laboratório, onde o mais importante é aproveitar melhor os produtos, realçar os sabores, criar formas alternativas de cozinhar os alimentos, pesquisar meios para diminuir a quantidade de lixo orgânico e criar embalagens biodegradáveis. Em Um químico na cozinha, o pesquisador e professor Raphaël Haumont aborda todos esses temas e ainda traz receitas incríveis, com resultados surpreendentes para o paladar e o olfato - e um visual de dar água na boca! Tudo isso acompanhado de explicações sobre os processos físico-químicos que acontecem na cozinha todo dia.

Números do Conselho

Reconhecimento

Professor e pesquisador dos programas de pós-graduação em Química e Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Érico Marlon Flores, recebeu no início do mês de setembro a Medalha Ioannes Marcus Marci. A distinção, uma das mais importantes na área da química, ocorreu durante o Simpósio Europeu de Espectrometria Analítica realizado na República Tcheca. Érico é o primeiro pesquisador latino-americano a receber a premiação que se deu pelo seu desenvolvimento de métodos analíticos que permitem uma determinação segura em fármacos, alimentos, etc. dos compostos tóxicos como lítio, manganês, selênio e zinco, utilizando a espectroscopia.

Nascido em 1966 na cidade de Caxias do Sul (Serra Gaúcha), Érico graduou-se em Quimica Industrial nos anos 80 na UFSM e, poucos anos depois, concluiu seu mestrado na mesma instituição. Já na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na década de 90, o pesquisador alcançou o título de Doutor em Engenharia de Minas, Metalúrgica e dos Materiais. No início de sua trajetória na Ciência, Érico empolgou-se com o curso que na época efervescia com a presença de professores alemães. Neste período, decidiu que esta seria a profissão de seu futuro e pôde iniciar sua experiência profissional ainda na graduação, trabalhando voluntariamente em laboratórios de química orgânica e inorgânica. Já no segundo ano de graduação, foi selecionado para ser monitor do Setor de Química Industrial e Ambien- tal do Departamento de Química da universidade. Neste ambiente acadêmico, o pesquisador trabalhou com profissionais valiosos para a química do Rio Grande do Sul, como a Profª Drª Berenice Roth e a Drª Leopoldina Keller, além de seu orientador de mestrado e doutorado, Prof. Dr. Ayrton F. Martins (membro da Academia Riograndense de Química). De acordo com o professor, durante seu mestrado, ainda com 24 anos, já era professor sustituto de Química Inorgânica e aos 26 foi aprovado no concurso para professor permanente do Departamento de Química da UFSM, onde atua desde então.

Dentre os quase 400 artigos científicos publicados, Erico destaca o seu primeiro, publicado no Journal of Analytical Atomic Spectrometry (JAAS, 1997), resultante da sua tese de doutorado. “Este foi meu primeiro artigo internacional, que recebeu muitos elogios pela simplicidade da geração e introdução de hidretos em um atomizador, e isso permitiu maior visibilidade do nosso, na época, ainda pequeno grupo de pesquisa”, menciona. De acordo com o pesquisaor, outro destaque é o seu primeiro artigo publicado no periódico de maior impacto da área de química Analítica (Analytical Chemistry, ACS, 2004) em parceria com os professores Juliano S. Barin, Guenther Knapp, João Alfredo Medeiros e José Neri G. Paniz. Este artigo, resultado da dissertação de mestrado do Prof. Juliano S. Barin na UFSM, foi pioneiro em demonstrar a viabilidade de um método de combustão envolvendo um novo princípio, a ignição por micro-ondas, que acabou sendo patenteado.

Ao saber da premiação, a surpresa e felicidade tomaram conta do pesquisador no âmbito pessoal e principalmente no que inclui a universidade, devido à grande visibilidade fornecida pela distinção, “dessa forma, sinto-me gratificado em poder retribuir para a instituição, onde me formei e onde trabalho, um pouco do reconhecimento que tenho recebido”, cita.

Segundo Flores, a ciência é diretamente ligada ao desenvolvimento do país. Com o tempo e maior compreensão da sociedade, a visão da ciência e do mundo torna-se não apenas mais ampla, mas mais profunda e tolerante. Segundo ele, “os prêmios, além da alegria esperada de quem os recebe, são um motivador para os alunos, principalmente os mais novos. Independentemente do valor, o significado do prêmio será sempre um estímulo saudável para as novas gerações e também para os cientistas com carreira consolidada”. Para estes jovens, Flores aconselha o estudo e atualização constante como forma ideal de se seguir no caminho da ciência. “Além disso, sempre é aconselhável dar uma olhada em outras áreas da ciência que possam contribuir com sua especialidade, nunca abrindo mão do capricho e, principalmente, tratar a ciência com alegria”, acrescenta. Para encerrar, o professor lembra da importância de se manter o bom humor, independente da área da ciência escolhida. “Dificuldades sempre acontecem, mas com otimismo e bom humor as coisas ficam mais fáceis. É preciso sempre tentar melhorar nossa sociedade, gerando e difundindo conhecimentos científicos e motivando os alunos a acreditarem em seu potencial, sempre com base na ciência real nunca na pseudo ou quase-ciência. Lembro constantemente da seguinte máxima: ‘se com a ciência podemos ter eventuais problemas, sem ela provavelmente não estaríamos aqui hoje’”, conclui.

Entre palestras de pesquisadores renomados e oficinas em diferentes áreas, as estrelas da Mostra Sesi Com@Ciência foram os estudantes. No total, 175 projetos de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do Ensino Médio foram expostos em setembro de 2022 no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.

Um dos projetos procura solução para algo que gera medo em muita gente – ingerir acidentalmente a substância GHB, conhecida como “Boa Noite Cinderela”, que faz com que a vítima adormeça e perca memórias recentes. A droga costuma ser utilizada para o cometimento de crimes como roubo e estupro.

Pensando nisso, as alunas Giovanna Freitas, Giovanna Moraes, Nicolli Marques e Natally Souza iniciaram estudos para desenvolver um copo que detecta a substância e, aí, muda de cor. As adolescentes, que estudam na Escola Sesi de Ensino Médio Albino Marques Gomes, de Gravataí, começaram o trabalho em outubro de 2021, ao perceber que casos relacionados a essa droga aconteciam com frequência.

Atualmente, o desafio das meninas é encontrar um reagente ao GHB que não seja tóxico, já que ele será aplicado em um objeto usado para a ingestão de bebidas. Como ainda não foi definido qual reagente será usado, ainda não é possível estabelecer um preço para esses copos, que seriam vendidos em bares. As jovens, que chamaram o projeto de “Keep Safe – Copo detector de GHB”, levaram a ideia a sério e já têm divulgado seus experimentos e participações em eventos em redes sociais. O objetivo delas é tornar este projeto piloto em uma empresa, e acreditam que as graduações que pretendem seguir a partir do ano que vem – Psicologia, Direito e Química – têm tudo para contribuir com esse projeto de vida.

FONTE: GaúchaZH

Foram divulgados pela Academia Real das Ciências da Suécia no último dia 05 de outubro, os vencedores do Prêmio Nobel de Química 2022: os americanos Carolyn R. Bertozzi e K Barry Sharpless (recebendo seu segundo prêmio Nobel) e o dinamarquês Morten Meldal. O Prêmio, que totaliza 10 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 4,8 milhões) será dividido pelo trio pela criação de uma ferramenta criativa para construção de moléculas com o “desenvolvimento da química do clique e da química bioortogonal”.

A chamada “química do clique” permite que produtos farmacêuticos mais precisos sejam desenvolvidos, tornando a chegada destes medicamentos nos locais corretos do organismo humano mais assertiva. A cereja do bolo da química do clique” são duas moléculas facilmente preparadas em laboratórios: a azida e alcino, que unidas a um terceiro item – íons de cobre – produzem reações químicas de forma simples. Esse tipo de ligação que, de acordo com o Comitê do Nobel, lembra do “clique de um cinto” muda a Química para a sempre, pois permite que crie-se uma grande variedade de moléculas.

Nos anos 2000, Barry Sharpless e Morten Meldal apresentaram este conceito em trabalhos de forma independente, porém, com uma importante limitação: os íons de cobres utilizados são tóxicos para o corpo humano. Neste momento entrou em cena Carolyn Bertozzi, que descobriu que as azidas e alcinos podem reagir de maneira quase explosiva se o alcino for forçado a formar uma estrutura química em forma de anel. Além disso, essas reações tiveram ainda mais sucesso em ambientes celulares sem interrupção da bioquímica normal da célula (reações bioortogonais). Com isso, lançou-se uma base para uma forma funcional da química, em que diversas moléculas são construídas de forma rápida e eficiente.

Atualmente, a técnica é estudada para o desenvolvimento de fármacos que produzam anticorpos “clicáveis” contra tumores. Segundo o Comitê do Nobel, com a descoberta é possível fazer uma infinidade de coisas que trarão benefícios para a sociedade, desde medicamentos específicos e eficazes a materiais complexos e diferentes.

FONTE: G1

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