A cidade e seus pontos de encontro

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A CIDADE E SEUS PONTOS DE ENCONTRO

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STUDIO ZERO Produção/Edição

Cydno da Silveira Fernando Burmeister Amelia Gama

Fotografias

Mauricio Seidl José Algusto Amares Breno Marçal da Silveira Marcelo Yamada

Textos

Edgar Graeff Fernando Burmeister Vinicius de Moraes

Projeto Gráfico/Diagramação Roberto Jana


A cidade morre quando já não oferece condições favoráveis ao encontro; Vocês jamais se encontram, cautelosamente se ignoram; Suas relações são marcadas por uma cortez indiferença. A cidade afirma desse modo como lugar de desencontros, morada de amargas solidões.




O tempo nos parques é íntimo, insaciável, imparticipante, inacessível. Medita nas altas frondes, na última palma da palmeira Na grande pedra intacta, o tempo nos parques Na cúpula azul o tempo perdura, e a pequenina cotia surpreende A imobilidade anterior desse tempo no mundo Porque imóvel, elementar, autêntico, profundo É o tempo nos parques.




Cumpre a praça elevar os índices de simultaneidade e multiplicar as oportunidades de encontro.




A simultaneidade é uma constante na praça, são encontros sucessivos, entendimentos e desentendimentos, trocas de idéias, choques de opiniões. É a quantidade de atividades distintas que ampliam as possibilidades de opção das pessoas; a diversidade de interesses, preocupações, idéias, modo de ser e de viver.




O encontro constitui o conteĂşdo essencial e a forma da festa, e a festa ĂŠ o momento mais importante da vida social e da vida urbana.



A vizinhança, mais do que qualquer outro aspecto do urbano, faz um espaço diferente dos outros. Meu bairro é diferente dos outros porque nele se encontram meus vizinhos, pessoas que eu conheço melhor, gente que eu distingo na multidão e que por isso mesmo permite que eu me situe, que eu estabeleça meus laços, que rompa minha solidão.





A apropriação de uma estrutura urbana pela população é livre e criativa quando resulta do uso e não da posse. Uso e apropriação compreendidos como desenvolvimento de um sentimento coletivo, em contraposição ao sentimento de posse.



A outra forma de apropriação mais efetiva, radical e revolucionária, se dá através da auto-gestão, que também se apóia no encontro, muito embora só se possa realizar através de profundas modificações nos quadros da vida econômica e social. Modificações capazes de conduzir a criação de autênticas comunidades urbanas.



A idéia de coração da cidade nasce da existência, na maior parte das povoações, de espaços que se caracterizam como lugares de concentração das pessoas, centros e fontes de vida urbana.



A idéia de coração da cidade nasce da existência, na maior parte das povoações, de espaços que se caracterizam como lugares de concentração das pessoas, centros e fontes de vida urbana.




Praça: Território livre, seguro e democrático. Ambito dos valores da alma, próprio ao diálogo, atividades culturais e feiras; Lugar das grandes festas populares, das manifestações e das mais graves decisões políticas.


O direito a cidade se manifesta como forma superior dos direitos: direito a liberdade, a individualização na socialização, ao habitat e ao habitar. O direito ao trabalho, à atividade participante à apropriação. Mas é na praça que se negociam as formas de sua apropriação. Num contexto de relações baseadas no diálogo, obedecendo aos limites traçados pela negociação cotidiana das regras, na política de rua, e na prática do dia-a-dia.




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