SÁBADO LIVRE CUSTOU O PPR NA CREMER E NA HERING No capitalismo os patrões exploram cada vez mais os trabalhadores para poderem “sobreviver” da concorrência. Essa ganância pelo lucro detonou uma onda de indignação na Cremer e na Hering quando as empresas anunciaram que não iriam pagar o PPR. A Hering lucrou R$ 311 milhões em 2012 e a Cremer teve um prejuízo de R$ 10,4 milhões. Os trabalhadores participaram em peso da operação tartaruga e atrasaram a produção, mostrando a força do movimento operário. Então o Sindicato começou a negociar o PPR e também o Sábado Livre a portas fechadas, sem chamar eleição de um comando de negociação que tivesse estabilidade, da mesma forma que na campanha salarial. O resultado foi que o Sábado Livre custou caro: os trabalhadores das duas empresas ficaram sem PPR! Na Hering foi pior, pois além de não pagar PPR do lucro que já existe, deu um adiantamento de 40% do salário do próximo PPR que nem sabe quanto será o lucro ou prejuízo. O Sábado Livre foi possível devido a crise econômica internacional, com a baixa na produção. Mesmo que a empresa pague algumas horas, ela economiza com as máquinas paradas. Durante várias campanhas salariais as empresas se negavam a discutir o Sábado Livre e falavam que o Sindicato deveria negociar isso com o governo. Ficava sempre nisso e a cada ano a diretoria apresentava a mesma proposta sem mobilizar a categoria. Aos poucos a categoria começa a perceber que só a luta pode melhorar o salário e nossas condições de vida, pois somos nós quem produzimos toda a riqueza que acaba ficando com os patrões. Os trabalhadores precisam cobrar da diretoria o Sábado Livre para TODA a categoria! É preciso somar forças e não dividir por fábrica.
MULHERES NA LUTA CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS
DILMA: ENGANANDO OS TRABALHADORES
Desde os anos 1970, no Brasil, cresce a participação das mulheres em todos os ramos da economia. Antes, elas representavam pouco mais de 20% da classe trabalhadora. Hoje, já são quase a metade (46%). A mão de obra feminina é majoritária na indústria têxtil e setores precarizados ou terceirizados. Mas onde elas estão em peso é na informalidade, o que gera uma triste realidade: 64% das trabalhadoras de nosso país não têm direitos trabalhistas, como 13°, férias ou licença-maternidade. A maioria das trabalhadoras (53%) recebe até um salário mínimo por mês. Também é muito presente a diferença salarial entre homens e mulheres. As mulheres chegam receber até 30% menos que um homem para uma mesma função. A mulher negra chega a ganhar um terço do que é pago a um homem branco. Os importantes avanços das lutas das mulheres ainda não foram suficientes para livrá-las do trabalho doméstico. Cuidam dos filhos, da comida, da casa resultando em uma dupla jornada, que em média é de 2 horas por dia. Trabalho que não é remunerado, aumentando assim o lucro dos patrões. ACE prejudica a mulher trabalhadora: O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado a CUT, apresentou, no ano passado, à presidente Dilma uma proposta para regulamentar as negociações entre os patrões e os sindicatos, permitindo acordos abaixo do que é garantido pela Lei. Para toda a classe, mas em especial para as mulheres, medidas como essa estão na contramão do avanço nas melhores condições de trabalho. O Acordo Coletivo Especial (ACE) abre as portas para retirar os poucos direitos que as trabalhadoras ainda possuem, permite a flexibilização do direito de amamentação, formalizado no artigo 396 da CLT, que garante à mulher um intervalo diário de uma hora para amamentação dos filhos. Os patrões dizem que isso não é realizável na prática porque os filhos estão longe das mães. No entanto, a saída não é a troca do tempo por mais dias de licença-maternidade, como os patrões propõem, mas lutar para se ter creche no local de trabalho. Ou que os governos garantam creches públicas próximas aos locais de trabalho. O grupo de mulheres do Sindicato deve organizar a luta por creches, pois sobram promessas e faltam ações da parte dos políticos. As mulheres trabalhadoras devem lutar contra a retirada de direitos e exigir tanto do prefeito Napoleão e de Dilma a construção de creches.
A classe trabalhadora brasileira continua contente com o governo do PT: todos acham que de fato Dilma e Lula governam para os pobres! Mas será que isso é verdade? Será que a vida melhorou mesmo nos últimos dez anos? Ou isso é mais uma mentira da mídia dos ricos (Globo, RBS, SBT, Band, Record, etc...) sendo contada para todos, e que de tanto ser repetida, acaba se tornando uma “verdade”. Quem não lembra quando em 1990 todas as televisões falavam que Collor era um “caçador de Marajás”? Depois, a verdade veio à tona: tratava-se de um safado que a mídia vestiu de santo, e muitos acreditaram. Em 92 o PT e a CUT ajudaram a desmascarar esta farsa, mas hoje o senador Collor é um dos principais aliado de Dilma: vejam como a farsa se repete! Por exemplo: no começo do ano veio à redução do preço da “luz”. Mas a imprensa não falou que a redução foi de apenas 18% para as residências, e de 32% para as indústrias. Os patrões calculam que isto vai reduzir em 4% o custo da produção, aumentando os lucros deles: não haverá repasse baixando o preço dos produtos, nem aumento salarial. E nos países vizinhos, tenham ou não petróleo para explorar, o preço do combustível é sempre menor que no Brasil, que recém descobriu o pré-sal! Enquanto o preço sobe na bomba, o governo promove leilões de petróleo para que as grandes multinacionais comprem nossas reservas petrolíferas a preço de banana. E a inflação dos alimentos? Nós estamos contra esta política econômica do governo Dilma que não controla a inflação, não garante crescimento econômico e quem paga a conta são os trabalhadores. Por isso discordamos da diretoria do SINTRAFITE que esteve em Brasília (06/03) numa marcha da CUT, UGT e outras centrais sindicais que apóiam o governo. O LINHA OPERÁRIA reforça a marcha a Brasília promovida pela CSP Conlutas e outras organizações que estão contra o governo enganador, a favor dos direitos trabalhistas e pela anulação da reforma da Previdência que foi comprada com o Mensalão.
REFORMAR O ESTATUTO PARA REDUZIR O MANDATO! Nosso sindicato começou em 1941, mas foi só em 1988 que surgiu pela primeira vez uma chapa de oposição. Durante décadas a patronal controlou o sindicato dos trabalhadores, por isso que o índice de filiação sempre foi grande, já que as empresas filiavam os funcionários na contratação. Desta forma, ao invés de usar o dinheiro da categoria para alavancar a luta de nossa classe, o dinheiro foi usado em funções que o próprio estado deveria garantir como a saúde. Na década de 80 a classe trabalhadora lutou bravamente pela derrubada da ditadura militar e melhores condições de vida, surgindo um novo sindicalismo, de base, democrático e de luta, organizado na CUT. A Constituição Federal foi alterada, garantindo importantes avanços, como liberdades democráticas e de organização, a própria saúde pública, que é financiada pelo Estado e tem um caráter universal, ou seja, é para todos. Essas conquistas estão sendo destruídas tanto pela direita tradicional quanto pelo PT, visto que foram vitórias importantes, pois em alguns países quem não tem dinheiro não tem acesso a saúde. Mas o estatuto do sindicato ainda é da época da Ditadura militar e permite que meia dúzia controle tudo, recebam altos salários e mandatos de 5 anos, facilitando a burocratização dos dirigentes sindicais. Nós da CSP-Conlutas somos contra esse estatuto que só nos prejudica e defendemos um estatuto onde a democracia seja exercida pela categoria, pois até o presidente do país tem mandato de 4 anos. O SINTRAFITE deve implementar as mudanças democráticas conquistadas a quase 30 anos no país, mas que ainda não chegaram no Sindicato Têxtil. Venha construir uma Oposição que defenda:
DEMOCRACIA OPERÁRIA JÁ! Diminuir o mandato da diretoria para 3 anos! Fim do presidencialismo! Todos os diretores devem ter o mesmo poder! Redução do Salário dos diretores compatível com a função que exerciam antes de entrarem no sindicato! Todos os associados com 3 meses de filiação podem disputar a eleição! Debate sobre Central Sindical: que os trabalhadores decidam sobre a filiação do SINTRAFITE em uma central!