Orquestra Gulbenkian
2016 REGÊNCIA
VIOLONCELO
Lawrence Foster Antonio Meneses
EDUCATIVO CULTURA ARTÍSTICA
ÈRIC BROCHU
O Educativo Cultura Artística, uma das nossas principais frentes de atuação, promove uma agenda voltada para o desenvolvimento de jovens músicos e para a difusão da programação. Até o momento mais de 3.250 estudantes foram beneficiados. As atividades realizadas ao longo de 2016 foram: – Ensaio aberto e masterclasses com a Orquestra Filarmônica de Viena. – Ensaio aberto da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia. – Jam Session do Quarteto Ebène no Instituto Baccarelli. – Masterclass com o violoncelista Jean-Guihen Queyras na EMMSP. – Momento Musical Especial com a pianista Elena Bashkirova. – Ensaio aberto do grupo Trondheim Soloists. – Masterclasses com músicos da Orquestra Filarmônica de Hamburgo no Instituto Bacarelli. – Ensaio aberto e masterclasses com a Orquestra Tonhalle de Zurique. – Concerto gratuito ao ar livre da Orquestra Gulbenkian e masterclasses realizadas na EMESP Tom Jobim.
O MINISTÉRIO DA CULTURA E A CULTURA ARTÍSTICA APRESENTAM
2016
Orquestra Gulbenkian REGÊNCIA
VIOLONCELO
Lawrence Foster Antonio Meneses
patrocínio
apoio
realização
gioconda bordon
3
programa
6
notas sobre o programa
Marcos Branda Lacerda
biografias
4
12
SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DIRETORIA
Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo VICE-PRESIDENTE Gioconda Bordon Fernando Lohmann, Gioconda Bordon, Ricardo Becker, Rodolfo Villela Marino SUPERINTENDENTE Frederico Lohmann PRESIDENTE
DIRETORES Carlos Mendes Pinheiro Junior,
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PRESIDENTE Fernando Carramaschi VICE-PRESIDENTE Roberto Crissiuma Mesquita CONSELHEIROS Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo, Carlos José Rauscher, Francisco Mesquita Neto, Gérard Loeb, Henri Philippe Reichstul, Henrique Meirelles, Jayme Sverner, Marcelo Kayath, Milú Villela, Pedro Parente, Plínio José Marafon, Roberto Baumgart
CONSELHO CONSULTIVO
Alberto Jacobsberg, Alfredo Rizkallah, George Zausner, João Lara Mesquita, Mário Arthur Adler, Patrícia Moraes, Stefano Bridelli, Sylvia Pinho de Almeida, Thomas Michael Lanz PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE COORDENAÇÃO EDITORIAL
Gioconda Bordon
Silvia Pedrosa
SUPERVISÃO GERAL
EDIÇÃO
PROJETO GRÁFICO
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Paulo Humberto L. de Almeida
Ludovico Desenho Gráfico
Conteúdo Comunicação
Marta Garcia
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR Marin Alsop REGENTE ASSOCIADO Celso Antunes DIRETOR ARTÍSTICO Arthur Nestrovski FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA PRESIDENTE DE HONRA Fernando Henrique Cardoso
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Fábio Colletti Barbosa
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Antonio Carlos Quintella DIRETOR EXECUTIVO Marcelo Lopes SUPERINTENDENTE Fausto Augusto Marcucci Arruda MARKETING Carlos Harasawa diretor EVENTOS
Mauren Stieven supervisora, Gabrielle Coelho, Graziela Fernanda Gaeta Tognetti
APOIO A EVENTOS Felipe Lapa
Analia Verônica Belli gerente Mônica Cássia Ferreira gerente, Cristiano Gesualdo, Fabiane de Oliveira Araújo, Guilherme Vieira, Mariana de Almeida Neves, Regiane Sampaio Bezerra DEPARTAMENTO TÉCNICO Karina del Papa gerente, Aline Gurgel Siqueira, Angela da Silva Sardinha, Bianca Pereira dos Santos, Eliezio Ferreira de Araújo, Erik Klaus Lima Gomides, Gerson da Silva ILUMINAÇÃO Edivaldo José da Silva, Gabriel Barone SONORIZAÇÃO Andre Vitor de Andrade, Fernando Vieira da Silva, Renato Faria Firmino MONTAGEM Denilson Caroso Araújo, Edgar Paulo da Conceição, Emerson de Souza, Humberto Alves Coralino, José Carlos Ferreira, Júlio César Barreto de Souza, Kaique Ramos França, Marcio Dionizio, Nizinho Deivid Zopelaro, Rodrigo Batista Ferreira, Rodrigo Stevanin, Sandro Silvestre CONTROLADOR DE ACESSO Adailson de Andrade INDICADOR Reginaldo dos Santos Almeida encarregado DIVISÃO OPERACIONAL
DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES
realização MINISTÉRIO DA CULTURA
Gioconda Bordon
gioconda@culturaartistica.com.br
Uma temporada memorável Os dois próximos espetáculos encerram a Temporada 2016 – uma das mais significativas que apresentamos nas últimas décadas. Este ano foi marcado por momentos de grandes adversidades políticas e econômicas, enfrentadas por todos, sem exceção. Contudo, nosso trabalho foi fonte de enorme satisfação e a temporada resultou brilhante. Abrimos a série de concertos com a célebre Filarmônica de Viena. Em seguida foi a vez da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia. Recebemos mais três conjuntos sinfônicos de grande prestígio: Filarmônica de Hamburgo, Tonhalle de Zurique e Orquestra Gulbenkian, que toca nestas duas noites os últimos concertos do ano. Apresentamos ainda dois excelentes grupos de câmara, Trondheim Soloists e Jerusalem Chamber Music Festival Ensemble, e trouxemos o refinadíssimo Quarteto Ebène e dois solistas admiráveis: Jean-Guihen Queyras e Leif Ove Andsnes. Além disso, as duas últimas atrações da temporada contaram com os dois mais importantes músicos brasileiros: Nelson Freire e Antonio Meneses. Meneses tocou pela primeira vez para a Cultura Artística – no saudoso teatro da Nestor Pestana – no dia 2 de setembro de 1982, aos 25 anos, no início de sua carreira internacional. Naquela noite, apresentou-se ao lado do pianista Gilberto Tinetti. Poucos dias depois, em 14 e 15 de setembro, participou das comemorações dos 70 anos da Cultura Artística, um espetáculo inesquecível em que Meneses tocou ao lado de Nelson Freire, ambos acompanhados pela Orquestra de Câmara de Moscou. Desde então, Meneses esteve presente em inúmeras temporadas da Cultura Artística: como solista ou como camerista, integrando o Trio Beaux Arts; em dois recitais com Menahem Pressler, na interpretação das sonatas de Beethoven para violoncelo e piano, e ainda ao lado de grandes orquestras, como é o caso destas duas noites. Bom concerto a todos! 3
SÉRIE BRANCA Sala São Paulo, 7 de novembro, segunda-feira, 21h
Orquestra Gulbenkian Lawrence Foster REGÊNCIA Antonio Meneses VIOLONCELO Pedro Amaral (1972-)
Deux portaits imaginaires
c. 15’
c. 25’
Sinfonia n. 8
c. 35’
Édouard Lalo (1823- 1892)
Concerto para violoncelo
I. Prélude. Lento — Allegro maestoso II. Intermezzo. Andantino con moto — Allegro presto III. Introducton. Andante — Allegro vivace
intervalo
Antonín Dvorák (1841-1904)
I. Allegro con brio II. Adagio III. Allegretto grazioso–Molto Vivace IV. Allegro ma non troppo
Os concertos serão precedidos do Momento Musical, palestra de Irineu Franco Perpetuo sobre os compositores, peças e intérpretes da noite que acontece às 20 horas no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo. O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2016 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.
4
SÉRIE AZUL Sala São Paulo, 8 de novembro, terça-feira, 21h
Orquestra Gulbenkian Lawrence Foster REGÊNCIA Antonio Meneses VIOLONCELO Franz Schubert (1797-1828)
Sinfonia n. 8 – A inacabada c. 25’ I. Allegro moderato II. Andante con moto
Dmitri Shostakóvich (1905-1975)
Concerto para violoncelo n. 1 I. Allegretto II. Moderato III. Cadenza – Attacca IV. Allegro con moto
c. 30’
intervalo
Felix Mendelssohn (1809-1847) Sinfonia n. 3
I. Andante con moto – Allegro un poco agitato – Assai animato – Andante come I II. Scherzo. Vivace non troppo III. Adagio cantabile IV. Finale guerriero. Allegro vivacissimo – Allegro maestoso assai
c. 40’
Programação sujeita a alterações. facebook.com/culturartistica Instagram: @culturaartistica www.culturaartistica.com.br
5
Notas sobre o programa Marcos Branda Lacerda
Pedro Amaral (1972-) Deux portaits imaginaires Édouard Lalo (1823- 1892) Concerto para violoncelo Antonín Dvorák (1841-1904) Sinfonia n. 8
O concerto desta noite põe à prova o que normalmente se entende como “História da Música”, essa disciplina que restringe uma cultura de séculos a uma coleção de nomes e obras marcantes! Poderíamos dizer que se trata aqui de uma produção que, em outros tempos, seria vista como marginal. Temos obras de um compositor de Portugal dos dias atuais e de um compositor romântico da República Tcheca – lugares aos quais não se reputam os fatos que mais caracterizaram o papel civilizador da Europa. Édouard Lalo, por sua vez, exerce sua profissão em Paris, no centro deste universo cultural: mas é representado aqui por uma obra relativamente excêntrica, se pensarmos na tendência daquela capital para cultivar a grande ópera. Apesar disso, tanto Amaral como Dvorák são notáveis por se integrarem às tendências mais cosmopolitas desses centros, em um ambiente que nos coloca frente a posições estéticas sempre renovadas.
Após um período de formação musical em Portugal, Pedro Amaral (1972) estabelece uma intensa relação com Paris: torna-se aluno de Emmanuel Nunes no Conservatório, realiza trabalhos teóricos na École des Hautes-Études sobre a obra serial de Stockhausen e realiza estágio no IRCAM como estudante e como compositor en recherche. Amaral exerce também a regência e passou a ensinar orquestração na universidade de Évora. Com isso fecha-se um ciclo de atividades formativas, ao mesmo tempo que se consolidam os elementos que bem o definem: sua poética desenvolve como poucas as exuberantes sonoridades que grassaram nas mãos dos compositores da vanguarda dos anos 50. Ele encontra na orquestra e no conjunto instrumental expandido os meios de uma expressão musical ao mesmo tempo complexa e envolvente. Nas palavras do autor, Deux portraits imaginaires é uma peça “programática”, baseada em um diálogo entre Fausto – na leitura de Fernando Pessoa – e Maria, que representa a figura feminina, o amor impossível. Fausto está sentado ao cravo a ler uma página da suíte Méditation sur ma mort future, de Froberger, o grande cravista barroco do século XVII que construiu algumas de suas obras como deambulações pelo fio do pensamento, da introspecção. Nesse ambiente aparece Maria com sua exuberância feérica. A peça toma a forma de um diálogo, onde as palavras estão implícitas nas linhas de determinados instrumentos. Mas o amor de Maria não tira Fausto da “cruz ígnea de si mesmo”, de sua lucidez paralisante… (é Alberto Caeiro quem constata: “Amar é a eterna inocência,/E toda a inocência é não pensar...”). A peça termina com um Lamento; as personagens ficam tão sós como começaram. É consenso que o Romantismo musical teve seu início e também seu apogeu entre os compositores alemães e austríacos. Isso se deve a todo um contexto sociocultural, que parte da fragmentação política e administrativa associada a uma coesão de princípios de seus homens de letras. Mas a França soube fomentar como poucas nações uma vida verdadeiramente burguesa, cujas extensões no campo da música tinham como marca a objetividade da mensagem sonora. O concerto para violoncelo de Édouard Lalo manifesta essa realidade. É quando o compositor mais se atém à representação extramusical que ele exerce seu encantamento: no primeiro movimento a força solista e a escritura virtuosística são o fio condutor de nossa atenção. Nos movimentos seguintes somos envolvidos pelo poder das formas objetivas, representativas das realidades étnicas 7
espanholas cuidadosamente combinadas com um inspirado lirismo. Trata-se de manifestações que vieram uma década mais tarde a traduzir o espírito francês em toda sua plenitude. Em 1882, Johannes Brahms tentou dissuadir Antonín Dvorák (1841-1904) da permanência no “provinciano” meio musical de Praga, cidade também pertencente ao Império Austro-Húngaro mas que supostamente não lhe ofereceria oportunidades. Dvorák considerou o convite uma gloriosa homenagem, mas recusou-o em nome da coerência política: os tchecos vinham sofrendo uma acirrada discriminação em Viena, praticada sob o olhar impassível do Imperador. Sua obra, no entanto, se constitui das formações e formas típicas do repertório europeu cultivadas desde o século XVIII. Indiferente às fervorosas discussões sobre os rumos da música romântica, ele proclama sua admiração pela obra dos compositores clássicos, a preferência pelo formalismo e por Schubert. Dvorák sabe distinguir-se pela habilidade com que concilia tradição erudita e cultura local. Mesmo sob a influência da dança e da canção popular, ele vence a resistência dos centros europeus eruditos tradicionais e injeta nova substância ao repertório internacional cosmopolita. A Sinfonia n. 8 foi composta durante a primavera de 1889 por ocasião de sua admissão na Academia de Artes de Praga – daí provavelmente a atmosfera festiva e formalmente mais solta do que a da sinfonia anterior. A obra é impregnada de invenção melódica e de frequentes manifestações de entusiasmo. O primeiro movimento atende ao esquema da forma sonata, mas o compositor concede espaço a inesperadas intervenções: o tema, de caráter levemente popular, desencadeia uma inspirada alusão ao canto de pássaros, a ousados efeitos instrumentais e a uma atmosfera tempestuosa, com a orquestra toda repartida em grupos simultâneos. Os momentos de entusiasmo acabam por sobrepujar o breve recorte lírico usado como contraste na exposição da obra. O segundo movimento segue um planejamento semelhante: da singela expressão melódica o compositor extrai momentos de grande intensidade; o breve elemento temático é a deixa para a inflexão de invenções contrastantes. Os movimentos seguintes são impregnados de expressão corporal: o compositor desenvolve uma valsa em toda sua plenitude, para então fazer em seguida uma visita aos campos da boêmia misturada a líricas referências ao início da obra e à presença da música de seu amigo Johannes Brahms. 8
Franz Schubert (1797-1828) Sinfonia n. 8 – A inacabada Dmitri Shostakóvich (1905-1975) Concerto para violoncelo n. 1 Felix Mendelssohn (1809-1847) Sinfonia n. 3
O concerto desta segunda apresentação mostra a diversidade com que músicos praticam suas artes sob a vigência do romantismo. Schubert está, neste caso, em posição oposta à de Shostakóvitch: ele é o primeiro a dar forma às aspirações delineadas por uma sociedade que se abria às representações individualistas. Schostakóvitch vive os estertores desse movimento, associa-o aos novos tempos, mas retorna com relativa pureza e marcante intensidade a alguns daqueles mesmos sentimentos. Mendelssohn é um dos primeiros criadores beneficiados pelos caminhos abertos por Schubert e pela classe de artistas românticos do fim do século XVIII.
A Franz Schubert coube dar forma, de maneira despretensiosa, a tudo aquilo que o Zeitgeist exigia e deixar que essa experiência contaminasse a construção dos vários gêneros musicais. Sua oitava sinfonia, também conhecida como A inacabada, é um exemplo orquestral de uma arte não mais baseada no equilíbrio e na contenção emocional de um ambiente restritivo, como convinha à arte classicista. Aqui ele decididamente se liberta da sombra criada pelas sinfonias de Beethoven, integrando à obra referências a um universo sonoro representativo de um homem redefinido. Não hesita em construir seus temas de acordo com novos imaginários e em associar a eles, muitas vezes, o que propusera com suas canções: a vocalidade e o rasgo característico mergulhados em atmosferas significantes de um mundo sensível. Particularmente, sua Sinfonia em si menor, de 1822, teria refundado o gênero orquestral, não tivesse sido relegada a um arquivo até tarde no século XIX, considerada de difícil realização em seu tempo. O primeiro movimento é evocativo de uma trágica condição de indivíduo, ao lado de sua caracterização como ser vulnerável e pleno de boas intenções – uma definição que cabe em seus grandes ciclos de canções, nos quais se descortina um universo lírico em meio a sugestões narrativas pelas sendas da realidade. Nasce uma linguagem que liga esse 9
início de século diretamente aos frutos do final do romantismo, com as sinfonias de Mahler ou ao concerto de Shostakóvich que se segue. O recurso da variação, dos contrastes e gestos surpreendentes, é aí conduzido a dimensões inesperadas, turvando a clareza de construção proposta por seus modelos clássicos. Em suas canções, Schubert constrói pequenos painéis homogêneos. Ele transporta esse princípio para o primeiro movimento dessa sinfonia; cria um conjunto de temas de características semelhantes, extraídos de uma mesma fonte. E, para acentuar esse princípio, constrói ainda um segundo movimento em tempo e ritmo semelhantes. Assim ele pinta um imenso quadro com tonalidades relativamente homogêneas, mantendo a obra de arte dentro dos limites de uma expressividade única e aberta às projeções individualistas daquele novo público. É claro que a ideia abstrata de “musicalidade” deve permear qualquer ambiente de prática musical, no nível de preparação em que estiver. Apesar disso, essa característica recai sobre alguns personagens da História da Música com mais intensidade do que sobre outros, para distingui-los de compositores excessivamente “intelectualizados”. Shostakóvich é um desses casos: ele poderia ter sido o músico que quisesse dentro da diversidade das tendências possíveis no século XX. Formou-se em Moscou na década de 20 com a apresentação de sua primeira sinfonia, que indicava um percurso de exacerbada modernidade. Mas a História quis que essa musicalidade se transformasse em um poderoso eco do universo romântico das representações. Em 1959, sob condições políticas diferentes, ele pôde retomar algumas daquelas ideias de juventude: modernidade e afeto são extremos a serem explorados neste seu concerto para violoncelo. Apesar da concisão temática, o primeiro e o último movimentos, cada um à sua maneira, apoiam-se naquele universo vivaz e extrovertido das surpresas e distorções rítmicas e contrapontísticas. Ouvem-se neles vestígios da música de um Prokófiev. O movimento central, sem abandonar a transparência sonora de toda a obra, traça um painel de impressionante dramaticidade: o compositor realiza a proeza de situar-se a meio caminho entre o neo-classicismo e a manifestação discretamente expressionista de intensa introspecção. A cultura escocesa colaborou expressivamente para a formação do espírito romântico. Dela provém uma das primeiras manifestações literárias da história moderna pretensamente apoiada na cultura popular: em meados do século XVIII, a Europa passou a cultivar os cantares do imaginário poeta Ossian, na verdade um ser inexistente, livremente inventado 10
pelo poeta James MacPherson. Mendelssohn, como muitos, encantou-se com os mistérios escoceses dessa narrativa, então traduzidos e reinterpretados pelos intelectuais alemães. Ele decide representar musicalmente suas impressões sobre esse mundo imaginário em uma de suas extraordinárias aberturas, a Gruta de Fingal, de 1829-32. Nessa mesma época, aos vinte anos de idade, ele põe em marcha a composição de sua Sinfonia escocesa, baseada por sua vez em histórias escabrosas e verdadeiras, ocorridas no palácio da rainha Maria, em Edimburgo, que ele visitara pessoalmente após uma bem sucedida turnê pelo território britânico. Apesar de compositor profundamente ligado às tradições da construção musical, persegue-o aqui, como naquela Abertura (na verdade um poema sinfônico!), a representação extra-musical. As formas enraizadas servem de suporte para a transmissão de momentos que se alternam e se aproximam de um discurso de natureza psicológica ou descritiva. Ele se entrega ao estímulo programático, extra-musical; sensações de mistério e assombro, efeitos instrumentais inusitados, aproximações de gêneros populares: são recursos empregados quase que de maneira experimental; o cantabile associa-se a uma latente vocalidade e deixa de lado o tematismo abstrato das construções classicistas. O compositor dá curso ao sentimentalismo explícito, à busca por correspondências sonoras com o mundo sensorial e não manifesta pudor algum na expressão direta do movimento: configura-se o universo musical que viria a ser ainda mais explorado por Liszt e Strauss. Mendelssohn é pragmático na construção da obra: o primeiro movimento acentua a porção vivaz do tema principal e não explora excessivamente o contraste oferecido pelas ideias secundárias; o movimento seguinte reconstitui a ideia de um canto popular do norte europeu com uma melodia simples, destinada aos sopros, e destacada permanentemente da parte motora construída com as cordas. No terceiro e quarto movimentos sucedem-se as melodias características no lugar das formações instrumentais abstratas: é criada uma sugestiva marcha triunfal sempre alternada com o elemento lírico. A obra é concluída com uma franca interrupção da atmosfera trágica para abrir lugar para mais uma empolgante manifestação sonora alusiva à Escócia. A intenção programática é aqui caracterizada como nos eventos operísticos mais abertos, no conturbado mundo europeu daquele período. Marcos Branda Lacerda é musicólogo e professor do Departamento de Música da ECA/USP.
11
Orquestra Gulbenkian Criada em 1962, a orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian, então um conjunto de câmara, contava com 12 instrumentistas: cordas e baixo contínuo. Gradativamente, o grupo transformou-se na Orquestra Gulbenkian, hoje com 62 músicos, formação que pode ser expandida se o programa assim exigir. Essa formação permite ao conjunto interpretar todo o repertório clássico, uma parte significativa da literatura orquestral do século XIX e boa parte da música do século XX. Seu criador, Calouste Gulbenkian, responsável não só pela orquestra mas por toda a extensa gama de atividades culturais da instituição que leva seu nome, foi um habilidoso homem de negócios, colecionador de arte e filantropo que nasceu na Armênia, em 1869, e morreu em Lisboa, em 1955. Dono de uma vasta cultura, graduado pelo King’s College, de Londres, Calouste possuía uma empresa petrolífera de escala global. Assinou o decreto que criaria a Fundação Gulbenkian em 1956. O Grande Auditório da Fundação, sede da orquestra, em Lisboa, é a mais importante sala de concertos de Portugal. Vários regentes de renome escreveram a história do grupo, dentre eles o italiano Claudio Scimone. Hoje com o título de Maestro Honorário, ele dirigiu a orquestra entre 1979 e 1986. Lawrence Foster, titular no período de 2002 a 2013, ocupa hoje o posto de Maestro Emérito e comanda a orquestra nos concertos desta turnê pela América do Sul. Desde 2013, seu titular é Paul McCreesh, e a maestrina convidada é Susanna Mälkki. A Orquestra Gulbenkian apresenta-se em turnês nos principais centros musicais da Europa, Ásia, África e Américas, ao lado de solistas renomados como a violinista alemã Arabella Steinbacher e a pianista chinesa Sa Chen. O catálogo discográfico do grupo é extenso e abrangente: engloba tanto o repertório clássico como o romântico, o moderno e o contemporâneo. Dentre os registros recentes, merece destaque a primeira gravação mundial do Requiem de Salieri, os concertos de Haydn para violoncelo com Pavel Gomziakov e o CD com Marc-André Dalbavie à frente da orquestra, interpretando duas obras de sua própria autoria: Sonnets sextine-cyclus e Trois chansons populaires, com a participação dos contratenores Jean-Paul Fouchécourt e Yuriy Mynenko.
MÁRCIA LESSA
Saiba mais A Fundação Calouste Gulbenkian é um centro de divulgação e produção cultural que atua não apenas na área artística e musical como também na beneficência, na educação e na ciência. Sua magnífica sede foi projetada pelos arquitetos Ruy d’Athouguia, Alberto Pessoa e Pedro Cid.
13
Lawrence Foster Lawrence Foster, maestro americano de ascendência romena, nasceu em Los Angeles, em 1941. Aluno de Fritz Zweig, Karl Böhm e Bruno Walter, seu primeiro cargo profissional foi o de regente associado do Ballet de São Francisco, posto que deixou em 1965, quando foi convidado por Zubin Mehta a assumir o posto de assistente da Orquestra Filarmônica de Los Angeles. Em 1966, recebeu o Prêmio de Regência Koussevitski, que homenageia o lendário maestro russo, diretor da Sinfônica de Boston, professor de Leonard Bernstein e de Eleazar de Carvalho. Em 1969, o primeiro chamado para atuar na Europa veio de Londres, para atuar como maestro convidado da Royal Philharmonic Orchestra. Desde então, sua carreira internacional o levou para cargos de prestígio como: direção musical da Ópera de Monte Carlo e da Orquestra Sinfônica de Jerusalém, regente principal da Orquestra de Câmara de Lucerna e diretor musical da Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha. Foster é um dos maiores divulgadores e intérpretes da obra do compositor romeno George Enescu. Foi diretor artístico do festival que leva o nome do compositor, trabalho que lhe rendeu uma condecoração do governo romeno pelos serviços prestados à música do país. Sua mais recente gravação de Enescu foi lançada em 2009, uma versão para orquestra do Octeto para cordas. Diretor musical da Ópera e da Orquestra Filarmônica de Marselha e diretor emérito da Orquestra Gulbenkian, da qual foi regente titular entre 2002 e 2013, Foster viaja habitualmente com a orquestra portuguesa em turnês internacionais. A presença do maestro americano nos teatros de ópera do mundo inteiro é significativa. Em 1974, esteve à frente da Ópera Escocesa e dois anos depois fez seu début no Covent Garden, regendo a versão revisada da ópera Troilus and Cressida, de William Walton, com a mezzosoprano Janet Baker. Atua como regente convidado na Deutsche Oper, em Berlim, e, em Los Angeles, na Orquestra Filarmônica e no Music Center Opera. Dirigiu estreias de obras de compositores como Harrison Birtwistle, Alexander Goehr e Gordon Crosse. Atualmente, ocupa o posto de Diretor da Orquestra e Ópera Nacional de Montpellier.
MARC GINOT
Saiba mais Com a Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional de Catalunha, Foster gravou, este ano, a Sinfonia espanhola, de Édouard Lalo, e o Concerto espanhol, de Juan Manen, interpretado por Mark Kaplan.
Antonio Meneses Um dos mais proeminentes violoncelistas de nosso tempo, Antonio Meneses forma, ao lado Nelson Freire, a dupla de brasileiros mais bem sucedida do cenário erudito internacional. Nascido em Recife, em 1957, no seio de uma família de músicos, Meneses começou a estudar violoncelo aos 10 anos de idade. Com 16, durante uma turnê sul-americana, recebeu convite do violoncelista italiano Antonio Janigro para completar seus estudos na Europa. Em 1977, venceu o Concurso Internacional de Munique e, mais tarde, em 1982, conquistou a Medalha de Ouro do Concurso Tchaikóvski, em Moscou. Desde então, suas apresentações estão incluídas nas temporadas das maiores orquestras internacionais: Filarmônicas de Berlim, de Viena, de Munique, de São Petersburgo, da Filadélfia, de Praga, de Washington e de Tóquio. Em seu currículo constam concertos e gravações ao lado de maestros do quilate de Claudio Abbado, Daniele Gatti, Riccardo Chailly, Christian Thielemann, Mariss Jansons, Sir Andrew Davis e Riccardo Muti, entre outros. Ao mesmo tempo, dedica-se também a uma refinada vida de camerista. Por dez anos, de 1998 a 2008, integrou o célebre Trio Beaux Arts; colaborou com o Quarteto Vermeer, como segundo violoncelo, e se apresentou em recitais ao lado de Menahem Pressler e Maria João Pires. Seu catálogo de gravações compreende álbuns considerados clássicos do repertório para violoncelo, tais como o Concerto duplo de Brahms para violino e violoncelo, com a Filarmônica de Berlim, ao lado da violinista Anne-Sophie Mutter, sob regência de Herbert Von Karajan; as Seis suítes para violoncelo solo, de Bach; a obra completa para piano e violoncelo de Schumann, gravada com Gérard Wyss; o Concerto para violoncelo, de Edward Elgar, com a Royal Northern Sinfonia, regido por Claudio Cruz. Meneses participa regularmente de masterclasses na Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid, e na Universidade de Tóquio. Desde 2008, é também professor do Conservatório de Berna. Apresentou-se recentemente no Wigmore Hall, em Londres, com Maria João Pires, em turnê ainda em curso.
DIVULGAÇÃO
Saiba mais Em 2015, Antonio Meneses participou da gravação de um CD juntamente com o prestigiadíssimo Quarteto Belcea. No repertório, obras de Anton Weber, Alban Berg e Arnold Schoenberg.
17
HUGO GLENDINNING
Orquestra Gulbenkian Lawrence Foster REGÊNCIA
18
PRIMEIROS VIOLINOS
Erik Heide Josefine Dalsgaard Bin Chao António José Miranda António Veiga Lopes Pedro Pacheco Alla Javoronkova David Miguel Wanhon Ana Beatriz Manzanilla Elena Ryabova Maria Balbi Maria José Laginha Manuel Abecasis* Catarina Barreiros* SEGUNDOS VIOLINOS
Alexandra Mendes Jordi Rodriguez Cecília Branco Maria Leonor Moreira Stephanie Abson Jorge Teixeira Tera Shimizu Stefan Schreiber Otto Pereira Félix Duarte* Mafalda Vilan Pires* Francisco Lima e Santos*
VIOLAS
Samuel Barsegian Lu Zheng Isabel Pimentel André Cameron Patrick Eisinger Leonor Braga Santos Christopher Hooley Maia Kouznetsova Augusta Romaskeviciute* Nuno Soares* Artur Mouradian* VIOLONCELOS
Varoujan Bartikian Marco Pereira Martin Henneken Levon Mouradian Jeremy Lake Raquel Reis Fernando Costa* João Valpaços* CONTRABAIXOS
Pedro Vares de Azevedo Manuel Rêgo Marine Triolet Maja Plüdemann Romeu Santos* Vanessa Lima*
FLAUTAS
Sophie Perrier Cristina Ánchel Amália Tortajada OBOÉS
Pedro Ribeiro Nelson Alves Alice Caplow-Sparks
TROMBONES
André Conde* Rui Fernandes Pedro Canhoto TUBA
Amílcar Gameiro TIMBALES
Rui Sul Gomes
CLARINETES
Esther Georgie Iva Barbosa José María Mosqueda FAGOTES
Ricardo Ramos Vera Dias José Coronado
PERCUSSÃO
Nuno Aroso* Duarte Santos * PIANO/CELESTA
Joana David*
TROMPAS
Gabriele Amarù Eric Murphy Kenneth Best Darcy Edmundson-Andrade TROMPETES
Stephen Mason David Burt *Musicistas convidados
19
2016 patrocinadores master
patrocinadores platina
patrocinadores ouro
patrocinadores prata
patrocinadores bronze
apoio
realização MINISTÉRIO DA CULTURA
AMIGOS DA CULTURA ARTÍSTICA Agradecemos a todos que contribuem para tornar realidade os espetáculos e projetos educativos promovidos pela Cultura Artística. MECENAS Adolpho Leirner Álvaro Luiz Fleury Malheiros Ana Lucia e Sergio Comolatti Ana Maria Igel e Mario Higino Leonel Ane Katrine e Rodolfo Villela Marino Anna Helena Americano de Araújo Antonio Corrêa Meyer Antonio Hermann D. M. Azevedo Arsenio Negro Jr. Beatriz Baumgart Tadini Carmo e Jovelino Mineiro Claudio Thomaz Lobo Sonder Cristian Baumgart Stroczynski Cristina Baumgart Daniel Feffer Denise Pauli Pavarina Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Frédéric de Mariz Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Hélio Seibel Henri Slezynger e Dora Rosset Israel Vainboim Jacques Caradec Jean Claude Ramirez João e Odila Rabello Jorge José Proushan z”l Jorge Sidney e Nadia Atalla José Carlos Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Luiz e Sandra Setúbal José Roberto Opice Karin Baumgart Srougi Lázaro de Mello Brandão Marcelo Kayath Marcos Baumgart Stroczynski Marcos Braga Rosalino Marisa e Jan Eichbaum Michael e Alina Perlman Milú Villela Minidi Pedroso Nádia e Olavo Setúbal Jr. Nelson Nery Junior Orlandia Otto Baumgart Paulo Bruna
Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Carla e Jaime Pinsky Carlos Chagas Rodrigues Carlos P. Rauscher Claudia Annunziata G. Musto Claudio Alberto Cury Claudio e Selma Cernea Dario Chebel Labaki Neto MANTENEDORES Dario e Regina Guarita Edith Ranzini Alexandre e Silvia Fix Eduardo Secchi Munhoz Antonio Ailton Caseiro Eduardo Simplicio da Silva Antonio Kanji Edward Launberg Cleide e Luiz Rodrigues Corvo Elias e Elizabeth Rocha Barros Edy Gomes Cassemiro Elisa Wolynec Erwin e Marie Kaufmann Evangelina Lobato Uchoa Fernando Eckhardt Luzio Fernando de Azevedo Corrêa Francisco Humberto de Abreu Maffei Francisco J. de Oliveira Jr. Henri Philippe Reichstul Francisco Montano Filho Jayme Blay Gerard Loeb Lea Regina Caffaro Terra Gustavo e Cida Reis Teixeira Livio De Vivo Heinz Jorg Gruber Marcelo Pereira Lopes de Medeiros Henrique Lindenberg Neto Maria Zilda Oliveira de Araújo Humberto de Andrade Soares Mario Arthur Adler Isaac Popoutchi Michael Haradom Israel Sancovski Neli Aparecida de Faria Issei e Marcia Abe Nelson Pereira dos Reis Izabel Sobral Regina e Gerald Reiss Jayme Sverner Ricard Takeshi Akagawa José e Priscila Goldenberg Ruy e Celia Korbivcher José Thales S. Rebouças Ruy Souza e Silva e Fátima Zorzato Junia Borges Botelho Silvia e Fernando Carramaschi Katalin Borger Tamas Makray Leo Kupfer Thomas Frank Tichauer Valeria e Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Lúcia Lohmann e Nemer Rahal Luiz Diederichsen Villares Wolfgang Knapp Luiz Franco Brandão 3 Mantenedores Anônimos Luiz Henrique Martins Castro Luiz Marcello M. de Azevedo Filho BENFEITORES Malú Pereira de Almeida Marco Tullio Bottino Abram e Clarice Topczewski Marcos de Mattos Pimenta Alberto Whitaker Maria Adelaide Amaral Alfredo Rizkallah Maria Bonomi Andrea Sandro Calabi Maria Helena Peres Oliveira Antonio Carlos Marcondes Machado Maria Teresa Igel Arnaldo Malheiros Marta D. Grostein Paulo Proushan Regis Edouard Alain Dubrule Roberto Baumgart Rosa Maria de Andrade Nery Ursula Baumgart 6 Mecenas Anônimos
MV Pratini de Moraes Nelson Vieira Barreira Oscar Lafer Oswaldo Henrique Silveira Patricia de Moraes Paula e Hitoshi Castro Paulo Cezar Aragão Paulo Guilherme Leser Paulo Roberto Pereira da Costa Percival Lafer Raphael Pereira Crizantho Renata e Sergio Simon Roberto e Luizila Calvo Rosa Maria Graziano Ruben Halaban Sergio Luiz Macera Thyrso Martins Ulysses de Paula Eduardo Jr. Vavy Pacheco Borges Vivian Abdalla Hannud Walter Ceneviva Wilma Kövesi (i. m.) 11 Benfeitores Anônimos APOIADORES Alberto M.R. Barros Neto Alessandro e Dora Ventura Aluízio Guimarães Cupertino Ana Elisa e Eugenio Staub Filho Ana Maria Malik Anna Veronica Mautner Arnoldo Wald Beatriz e Numa Valle Beatriz Garcez Lohmann Blue Travel Agência de Viagens Carlos Mendes Pinheiro Junior Carmen Guarini Cássio Augusto Macedo da Silva Charles e Sandra Cambur Ciça Callegari e Luiz Eugenio Mello Daniela e Frederico Carramaschi Edson Eidi Kumagai Eduardo e Rafaela Queiros Eliana Regina Marques Zlochevsky Elizabete e Mauro Guiotoku Eric Alexander Klug Flavio e M. Lucia de Oliveira Francisco, Mariana e Gabriela Turra Galícia Empreend. e Participações Ltda Geraldo Medeiros-Neto Guilherme Ary Plonski Gustavo Henrique Machado de Carvalho Helio e Livia Elkis Horacio Mario Kleinman Irente Kantor
João Baptista Raimo Jr. José Carlos Dias José Francisco Kerr Saraiva José Rubens Pirani Lilia Katri Moritz Schwarcz Luci Banks Leite Lucila Pires Evangelista Luiz Roberto de Andrade Novaes Luiz Schwarcz M. Luiza Santari M. Porto Marcello D. Bronstein Marcos Pires Campos Maria da Graça e Mario Luiz Rocco Maria Ines Galli Maria Joaquina Marques Dias Maria Lucia Alexandrino Segall Maria Tereza e Rodolfo Antonio de Lara Campos Marilene Melo Mario Roberto Rizkallah Mathias Eggers Gorab Mauro André Mendes Finatti Omar Fernandes Aly Patrícia Upton e Nelson Ascher Paulo Emilio Pinto Paulo Mordehachvili Pedro Spyridion Yannoulis Plinio J. Marafon Raquel Szterling Nelken Raul Antonio Correa da Silva Relacionarte Marketing e Produções Culturais Regina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da Silva Ricardo Hering Roberto Falzoni Teli Penteado Cardoso Walter Jacob Curi 24 Apoiadores Anônimos
Lista atualizada em 30 de setembro de 2016
Para mais informações, ligue para (11) 3256 0223, escreva para amigos@culturaartistica.com.br ou visite www.culturaartistica.com.br/amigos
Agradecemos a todos que têm contribuído, de diversas maneiras, para o esforço de construção do novo Teatro Cultura Artística. PATROCINADORES
PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais) Adolpho Leirner Affonso Celso Pastore Agência Estado Aggrego Consultores Airton Bobrow Alexandre e Silvia Fix Alfredo Egydio Setúbal Alfredo Rizkallah Álvaro Luís Fleury Malheiros Ana Maria Levy Villela Igel Antonio Carlos Barbosa de Oliveira Antonio Carlos de Araújo Cintra Antonio Corrêa Meyer Arnaldo Malheiros Arsenio Negro Jr. Aurora Bebidas e Alimentos Finos Banco Pine Banco Safra Bicbanco Bruno Alois Nowak Calçados Casa Eurico Camargo Correa Camilla Telles Ferreira Santos Carlos Nehring Netto CCE Center Norte Cláudio e Rose Sonder Cleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.) Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração Daniela Cerri Seibel e Helio Seibel Dario Chebel Labaki Neto Dora Rosset Editora Pinsky Ltda. Elias Victor Nigri Elisa Wolynec EMS Erwin e Marie Kaufmann
Eurofarma Fabio de Campos Lilla Fanny Ribenboin Fix Fernando Eckhardt Luzio Fernando Lohmann Fernão Carlos Botelho Bracher Festival de Salzburgo Flávio e Sylvia Pinho de Almeida Francisca Nelida Ostrowicz Francisco H. de Abreu Maffei Frédéric de Mariz Frederico Lohmann Fundação Filantrópica Arymax Gerard Loeb Gioconda Bordon Giovanni Guido Cerri Heinz J. Gruber Helga Verena Maffei Henri Philippe Reichstul Henri Slezynger Henrique Meirelles Idort/SP Israel Vainboim Jacques Caradec Jairo Cupertino Jayme Blay Jayme Bobrow Jayme Sverner Joaquim de Alcântara Machado de Oliveira Jorge Diamant José Carlos e Lucila Evangelista José E. Queiroz Guimarães José Ephim Mindlin Jose Luiz Egydio Setúbal José M. Martinez Zaragoza José Roberto Mendonça de Barros José Roberto Opice
Tamas Makray Jovelino Carvalho Mineiro Filho Theodoro Jorge Flank Katalin Borger Thomas Kunze Lea Regina Caffaro Terra Thyrso Martins Leo Madeiras Unigel Livio De Vivo Ursula Baumgart Luís Stuhlberger Vale Luiz Diederichsen Villares Vavy Pacheco Borges Luiz Gonzaga Marinho Brandão Vitor Maiorino Netto Luiz Rodrigues Corvo Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Vivian Abdalla Hannud Volkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda. Mahle Metal Leve Wolfgang Knapp Maria Adelaide Amaral Yara Baumgart Maria Alice Setúbal 3 Doadores Anônimos Maria Bonomi Maria Helena de Albuquerque Lins Marina Lafer Mário Arthur Adler Gostaríamos de agradecer também as doações de mais Marisa e Jan Eichbaum de 200 empresas e indivíduos que contribuíram com até Martha Diederichsen Stickel R$ 5.000,00. Lamentamos não poder, por limitação de Michael e Alina Perlman espaço, citá-los nominalmente. Milú Villela Minidi Pedroso Moshe Sendacz Nádia e Olavo Setúbal Jr. Natura Neli Aparecida de Faria Nelson Reis Nelson Vieira Barreira Oi Futuro Oswaldo Henrique Silveira Otto Baumgart Indústria e Comércio Paulo Bruna Paulo Setúbal Neto Pedro Herz Pedro Pullen Parente Pinheiro Neto Advogados Polierg Tubos e Conexões Polimold Industrial S.A. Porto Seguro Raphael Pereira Crizantho Ricard Takeshi Akagawa Ricardo Egydio Setúbal Ricardo Feltre Ricardo Ramenzoni Richard Barczinski Roberto Baumgart Roberto Egydio Setúbal Roberto e Luizila Calvo Ruth Lahoz Mendonça de Barros realização Ruy e Celia Korbivcher Salim Taufic Schahin Samy Katz Sandor e Mariane Szego Santander São José Construções e Comércio (Construtora São José) Silvia Dias Alcântara Machado Suzano
U M A
O B R A - P R I M A
O MAKSOUD PLAZA apoia a Temporada 2016
da Cultura Artística AL. CAMPINAS, 150 BELA VISTA SÃO PAULO . SP MAKSOUD.COM maksoud@maksoud.com.br
PARA NÓS, INVESTIR EM CULTURA É INVESTIR EM UM MUNDO MUITO MAIS ORIGINAL. O dinheiro não move o mundo, mas o que você faz de original com ele transforma muitas coisas. É por isso que o Banco Original patrocina a cultura e incentiva todos os seus clientes a criarem uma nova relação com suas finanças. Descubra um jeito novo de cuidar do seu dinheiro.
Você é original. Esse banco é seu. w w w.original.com.br
QUEM CONHECE, CONHECE BDO Uma das Big 5 Líder no middle market 22 escritórios no Brasil Audit | Tax | Advisory
www.facebook.com/bdobrazil www.twitter.com/bdobrazil www.instagram.com/bdo_brazil www
www.bdobrazil.com.br
ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA, TEATRO, CINEMA. O MELHOR DA CULTURA VOCÊ ENCONTRA DE GRAÇA NO ITAÚ CULTURAL.
Rael | foto: Chris Rufatto Espaço Olavo Setubal | foto: Edouard Fraipont Exposição Sergio Camargo: Luz e Matéria | foto: André Seiti Evento || Entre || Arte e Acesso | foto: Ivson Miranda Ilú Obá de Min | foto: Ivson Miranda
/itaucultural avenida paulista 149 são paulo fone +55 11 2168 1777 atendimento@itaucultural.org.br
Realização
coleçãopaladar
viagens gastronômicas SEU DESTINO É COMER BEM.
TESTAMOS O MELHOR DA GASTRONOMIA DE CADA DESTINO PARA FAZER ESSE APLICATIVO. (Sim, nós temos o emprego dos sonhos.) As melhores dicas de restaurantes, bares, feiras e mercados de Nova York, Londres, Paris e Buenos Aires agora na sua mão. Tudo com o conhecimento, a experiência e a credibilidade da equipe Paladar do Estadão.
Cabaña Villegas
Paladar
A - Z
D I S TÂ N C I A
Barney Greengrass
M A PA
A - Z
Cabaña Villegas Alicia Moreau de Justo 1050 (Puerto Madero)
D I S TÂ N C I A
7164 km
Barney Greengrass
7165 km
Carnegie Deli
7168 km
205 E. Houston St.(Lower East Side)
541 Amsterdam Ave(Upper West Si...
Desnível Defensa 855 ( San Telmo)
854 7th Ave.(Midtown West)
Don Julio Guatemala 4691, esq. Gurruchaga (Palermo Viejo)
7684.6 km
Katz’sDelicatessen
Mile End
El Obero Agustín R. Caffarena 64 (la Boca)
7164 km
M A PA
7686.7 km
7684.6 km 7677.3 km
97A Hoyt St. (Brooklyn)
Russ and Daughters
El Pobre Luis
Arribeños 2393, esq. Blanco Encalada (Belgrano) 7169 km
179 E. Houston St. (lower East Side)
7680.8 km
La Brigada (San Telmo)
Buenos Aires
Londres
Nova York
Paris
Próximos destinos
Hereford Road
AA- -ZZ
D I S TÂ N C I A
10 Greek Street
São Paulo Itália
Espanha
10 Greek Street (Soho)
Anchor & Hope
36 The Cut (Southwark)
Fox & Anchor
115 Charterhouse Street (Clerkenwell)
Great Queen Street
32 Great Queen Street (Covent Gard...
9487.3 km 9487.5 km 9489.2 km
Hix
A - Z
Abri
D I S TÂ N C I A
92, rue du Faubourg-Poissonnière (10...
Bigarrade 106, rue Nollet (17ème)
Chatomat
6, rue Victor Letalle (20ème)
9487.8 km
Chez L’Ami Jean
9484.4 km
Frenchie
Hereford Rood
3 Hereford Road (Westbourne Grove)
Frenchie
M A PA
27, rue Malar (7ème)
5-6, rue du Nil (2ème)
M A PA
9393.9km
9393.2 km 9394.9 km 9390.3km 9393.0 km
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Cultura estรก no nosso DNA.
www.bmalaw.com.br
Qual o som do compromisso com a música?
O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica. É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.
credit-suisse.com/sponsoring
Fotos: Divulgação
O MINISTÉRIO DA CULTURA E A CULTURA ARTÍSTICA APRESENTAM
28 e 29 de março TRIO WANDERER
24 e 25 de abril LE CONCERT DE LA LOGE JULIEN CHAUVIN VIOLINO E DIREÇÃO ARTÍSTICA PHILIPPE JAROUSSKY CONTRATENOR
23 e 24 de maio
12 e 13 de setembro
BENJAMIN GROSVENOR PIANO
6 e 7 de junho TREVOR PINNOCK REGÊNCIA
ORQUESTRA NACIONAL DO CAPITÓLIO DE TOULOUSE TUGAN SOKHIEV REGÊNCIA
EMMANUEL PAHUD FLAUTA
BERTRAND CHAMAYOU PIANO
27 e 28 de junho ROYAL NORTHERN SINFONIA JULIAN RACHLIN VIOLINO E DIREÇÃO ARTÍSTICA
1 e 2 de agosto YOA — ORQUESTRA DAS AMÉRICAS DUO ASSAD VIOLÃO
QUARTETO EMERSON
29 e 31 de outubro
POTSDAM CHAMBER ORCHESTRA
CARLOS MIGUEL PRIETO
22 e 24 de agosto ANDRÁS SCHIFF PIANO
LUCIENNE RENAUDIN-VARY TROMPETE
13 e 14 de novembro CAPPELLA MEDITERRANEA E CORO DE CÂMARA DE NAMUR LEONARDO GARCÍA ALARCÓN REGÊNCIA
REGÊNCIA PROGRAMAÇÃO E DATAS SUJEITAS A ALTERAÇÕES.
RENOVAÇÃO DE 31/10 A 11/11 E VENDA DE NOVAS ASSINATURAS A PARTIR DE 5/12. MAIS INFORMAÇÕES: WWW.CULTURAARTISTICA.COM.BR OU PELO TELEFONE 11 3256 0223. patrocínio
realização
MINISTÉRIO DA CULTURA