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Um planeta sustentável chamado Delta Cafés
A sustentabilidade faz parte do ADN da Delta Cafés já lá vão 60 anos.
Ocompromisso com a sustentabilidade abrange, aliás, todas as áreas da empresa e estende-se pela cadeia de valor da actividade da companhia, desde a frota eléctrica a painéis solares, passando por acções de economia circular ou de poupança de recursos hídricos, entre outros.
A parceria com a ‘start up’ Nãm, que em meados do ano passado cresceu para Cascais, é talvez a face mais visível de acções de economia circular. Nascido em 2018, em Marvila, Lisboa, é um projecto apoiado pela Delta, de uma quinta urbana que recorre desde 2020 a borras de café para o processo de cultivo orgânico de cogumelos de ostra frescos. É feita uma recolha controlada da borra de café nos clientes Delta em Lisboa, sendo os cogumelos posteriormente vendidos a esses mesmos clientes, completando um círculo perfeito.
A NÃM - Urban Mushroom Farm, em Marvila, e a unidade de produção de Famões, em Odivelas, têm uma capacidade de produção de 30 toneladas de cogumelos anuais, o equivalente a 100 toneladas de borra de café reutilizada. Em termos ambientais, estes números traduzem-se ao equivalente a 480 árvores plantadas e menos 1200 carros em circulação, que permite uma redução anual de consumo de 48 toneladas de CO2.
Em Junho de 2022, a Nãm Urban Farm abriu uma nova quinta urbana em Cascais, respondendo à crescente procura de cogumelos Nãm e criando uma ligação com a comunidade de agricultores urbanos de economia circular da autarquia, sendo, ao mesmo tempo, um espaço de aprendizagens educativas, fomentando a visita de escolas, partilhando a paixão pela sustentabilidade, pela agricultura urbana, e inspirando jovens empreendedores a criar novas ideias em prol de um mundo melhor.
Poupar o ambiente
Também a Delta Q eQo, a primeira cápsula biodegradável com tripla certificação (Biológica, UTZ e Rainforest Alliance), lançada em 2020, é um exemplo de circularidade da Delta, que, incentiva o cultivo de café de forma sustentável. A companhia utiliza na produção dos seus lotes, café proveniente de 60 origens, adquirindo o café com o objectivo de melhorar as condições de vida dos produtores, junto de quem desenvolve programas de apoio. Em Angola por exemplo, a empresa desenvolve várias acções para promover a capacitação dos produtores.
No transporte, a Delta substitui os camiões pelo comboio no transporte do café entre o porto de Lisboa e Campo Maior reduzindo a energia gasta e os níveis de poluição e, na transformação, mantêm uma preocupação constante em optimizar o consumo de recursos. Para tal, realiza o adequado tratamento dos resíduos gerados pela sua actividade, monotoriza a sua pegada carbónica ao longo do ciclo de vida do produto e procede à respectiva compensação.
Acresce a existência de um sistema de gestão integrado que incorpora a Qualidade, a Segurança Alimentar, o Ambiente, a Responsabilidade Social, e a Saúde e Segurança dos Colaboradores – todos têm direito a um seguro de saúde. A Delta Cafés tem contribuído para a criação de emprego e promoção do desenvolvimento sócio-económico na região do Norte alentejano.
Próxima das comunidades
A Delta, que foi pioneira em comercializar produtos neutros em carbono, assume o seu papel junto das comunidades. Promove o Voluntariado Empresarial, através da Associação Coração Delta, e tem apoiado actividades promotoras do bem-estar de crianças e idosos. Criou o Centro Educativo Alice Nabeiro, aberto à comunidade e com capacidade para 115 crianças, e o Centro Internacional de Pós-graduação Comendador Rui Nabeiro para a formação dos seus colaboradores e comunidade, entre outros apoios a instituições de ensino tendo por base este mesmo objectivo. Outro bom exemplo de foco nas pessoas e nas comunidades é o projecto que resultou de um protoloco com o Estabelecimento Prisional de Lisboa, para a implementação de uma oficina de reparação de máquinas de café, moinhos e máquina de louça para restauração. O objectivo foi, após ser ministrada formação aos reclusos, contribuir para promover a sua reinserção social no mercado de trabalho. Os serviços prestados são remunerados pela Delta Cafés, que assim contribui para elevar também a sua auto-estima, criando competências para o futuro.
Fidelidade
Dada a importância que a Sustentabilidade tem para a Fidelidade, foi criada o ano passado uma equipa totalmente dedicada ao caminho de sustentabilidade da seguradora.
Apesar de nem sempre ser visível, o negócio das seguradoras está intimamente ligado à sustentabilidade, e é um óptimo exemplo de dupla materialidade porque quanto maior o risco de eventos e quanto mais extremos estes forem (em todas as suas vertentes social, ambiental ou mesmo económica) maior dificuldade existe em segurar as pessoas e os patrimónios. Neste sector destacamos a Fidelidade, que assume a sua responsabilidade no caminho para um mundo mais sustentável, tendo como propósito “para que a vida não pare”, pelo que se pode dizer que a sustentabilidade está no ‘core’ do seu negócio. Há muito que a Fidelidade olha para a sustentabilidade no processo de decisão. Por ser uma temática basilar, e apesar de não ter obrigatoriedade, desde 2009 que realiza o seu Relatório de Sustentabilidade, sendo que este ano lançou o seu primeiro Relatório Integrado de todo o grupo e no ano passado surgiu a necessidade de constituírem uma equipa totalmente dedicada ao caminho de sustentabilidade da Fidelidade, criando-se uma Direcção de topo focada na Sustentabilidade para fomentar e orquestrar a implementação das acções que respondam às diversas preocupações da seguradora, colocando assim a sustentabilidade ainda mais no ADN da Fidelidade.
“Somos um agente económico activo na contribuição para uma sociedade mais próspera, sustentável, saudável e inclusiva e queremos sê-lo cada vez mais e com mais consistência”, sublinham os responsáveis pela nova área. Acrescentando que: “As seguradoras devem olhar os riscos ESG que podem estar a causar ou que podem existir por factores externos, e actuar sobre os mesmos, ou seja, devem ter um papel activo na prevenção e mitigação de riscos no modo como operam, na gestão dos seus activos e, também, junto de todos os seus ‘stakeholders’. Assim, vemo-nos e posicionamo-nos como um promotor de mudança de comportamentos na sociedade, consciencializando para o papel e impacto de cada um de nós.”
A estratégia da Fidelidade traduz-se numa visão clara assente em três vertentes de actuação - dimensão social, transição ecológica e agente económico responsável e exemplar, que se materializam em acções concretas com impacto relevante na sociedade e onde a inovação assume um papel fulcral, no sentido de criar soluções de negócio como resposta aos principais desafios sociais e que fomentem a jornada de sustentabilidade da Sociedade.
“A dimensão social sempre esteve e continua a estar no nosso foco, sendo a dimensão da sustentabilidade que elegemos como a mais prioritária. Quase que podemos dizer que tudo o que nós fazemos é social, porque o seguro é social, promove a resiliência e coesão da sociedade, os riscos climáticos têm também impacto social e a boa governança é a que tem em conta questões sociais internas e externas. Nesta dimensão identificámos 4 eixos de actuação: longevidade, prevenção em saúde, literacia financeira e inclusão social”, explicam.
No âmbito da dimensão ambiental, a Fidelidade pretende actuar não só como agente económico individual, reduzindo as suas emissões, mas também como agente de mudança positiva, influenciando a mudança na sociedade para a transição ecológica através de uma actuação junto dos seus diferentes ‘stakeholders’. Na dimensão económica e de governança, quer assumir a sua responsabilidade como entidade exemplar na relação com as pessoas interna e externamente - colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes e sociedade em geral.
Os critérios ESG e o foco em causar impacto positivo com as sua acções, está presente nas tomadas de decisão e no modo como se relaciona com os seus ‘stakeholders’.
Segundo a Fidelidade, este é um caminho que se faz em Grupo. A Fidelidade está presente em 12 países, em 4 continentes, e a estratégia, as acções e o caminho de sustentabilidade é realizado em conjunto com todas as operações. “Queremos percorrer este caminho com todos os países, tendo em atenção a realidade concreta de cada operação, garantindo a capacidade de as acompanhar, mas também aprendendo com cada uma delas e fomentando oportunidades regulares de partilha de boas práticas e use cases. Mais uma vez, a sustentabilidade é um caminho em que cada um de nós tem um papel a desempenhar, estando certo de que todos estamos comprometidos com o mesmo”, concluem.
Lus Gua
ETAR de Parada: uma referência em termos de Economia circular
Para além do tratamento das águas residuais, a ETAR de Parada é a única do país que procede à transformação e valorização das lamas produzidas ao longo do processo de tratamento. Esta instalação assegura também o aproveitamento do biogás produzido para gerar electricidade.
AETAR de Parada, no concelho da Maia, é um caso único no país em termos de economia circular. A infra-estrutura, gerida pela Luságua desde 1991, destaca-se por incorporar três valências em simultâneo: reutilização da água residual tratada, produção de energia através do aproveitamento do biogás gerado e a transformação e valorização das lamas na produção de materiais fertilizantes para aplicação nos solos. Trata-se de um exemplo a nível nacional, integrando uma gestão onde a filosofia de “recuperação, redução, remoção e reutilização” está bem patente. O processo inicia-se com a recepção das águas residuais que, depois de tratadas, podem ser reutilizadas na própria instalação. O biogás produzido e acumulado é utilizado como combustível no queimador das caldeiras, permitindo assegurar o aquecimento de água que, por permuta térmica, assegura o aquecimento de lamas, aumentando a eficiência da etapa de digestão. Em alternativa, o biogás produzido alimenta, como combustível, um cogerador, de potência nominal de 500KW, que produz energia eléctrica. Desta energia, 95% é aproveitada para abastecer praticamente todas as necessidades da infra-estrutura proporcionando uma auto-suficiência energética de 40% (12horas/dia) - o excedente é vendido à rede. Já as lamas, resultantes do processo de tratamento das águas residuais, são desidratadas e enviadas para a Estação de Compostagem de Lamas contígua à ETAR. Nesta instalação são produzidos dois correctivos orgânicos 100% naturais, higienizados, inodoros, com elevado conteúdo de substâncias húmicas. A Estação de Compostagem de Lamas de Parada produz cerca de 3.000 toneladas por ano, vendidas ao público em geral. O composto orgânico pode ser armazenado e manipulado sem problemas e tem funções altamente benéficas para a formação e fertilidade dos solos, aumentando a capacidade de retenção de água e minimizando a quantidade de adubos químicos a fornecer às culturas. A longo prazo, o composto oferece um rendimento económico médio-alto, pois ao melhorar as condições do solo, aumenta também a sua rentabilidade económica.
Esta circularidade no funcionamento da ETAR está totalmente alinhada com o lema “Missão Água”, compromisso assumido recentemente pela SAUR e pela Aquapor, grupo que detém a Luságua, visando “devolver à água o valor que ela merece”. A gestão da ETAR de Parada, baseada no conceito de economia circular, permite outros ganhos: a redução das emissões enviadas para a atmosfera, a redução do consumo energético e a redução da quantidade de lamas enviadas a destino final, já que este subproduto é transformado em matéria-prima, com benefícios comprovados para a agricultura. Em operação desde 1991, a ETAR serve uma parte significativa da bacia hidrográfica do rio Leça, tratando os efluentes de cerca de 75% do Concelho da Maia, e de uma grande parte da freguesia de S. Mamede Infesta, do Concelho de Matosinhos. Abrange uma população total de mais de 160.000 habitantes, tratando um caudal médio de 28.000 m3/dia.
REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS (REN)
O futuro é verde
A REN - Redes Energéticas Nacionais é a empresa responsável por garantir o fornecimento ininterrupto de eletricidade e gás natural a Portugal Continental. São mais de 700 pessoas que trabalham diariamente para cumprir essa missão, de forma transparente, objectiva, eficiente economicamente e com um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável.
No sector da energia, é impossível não destacar o que a REN – Redes Energéticas Nacionais, está a fazer no campo da sustentabilidade. A empresa, responsável pelo fornecimento ininterrupto de electricidade e gás natural a Portugal Continental, assumiu publicamente o compromisso de reduzir as emissões em 50% até 2030 (em comparação com 2019) e de atingir a neutralidade carbónica até 2040, dez anos antes do definido por Bruxelas. Adicionalmente, a REN comprometeu-se em ter um terço das posições de gestão de primeira linha ocupadas por mulheres até 2030 e a aumentar o peso dos critérios ESG nas métricas de desempenho de gestores (o que acontece desde 2022).
“A actuação da REN na busca de sustentabilidade passa também pela progressiva integração do Capital Natural nas actividades empresariais, de forma a sustentar os processos de tomada de decisão, para além do desenvolvimento das infraestruturas com rigorosos critérios de biodiversidade, implementando acções para o restauro de áreas e ecossistemas e a implementação de soluções baseadas na natureza, nomeadamente nas florestas, através do reflorestamento com árvores nativas e flora local”, afirma Rodrigo Costa, presidente da REN, à PRÉMIO. O envolvimento dos seus colaboradores e colaboradoras nas decisões de Responsabilidade Social é também um dos princípios fundamentais da Estratégia de Sustentabilidade da REN.
Desde 2019, todos os trimestres, os colaboradores e colaboradoras são chamados a votar nos projectos que vão ser apoiados pelo Orçamento Participativo REN. Esses projectos, directamente ligados ao apoio e proximidade às comunidades locais e/ou à protecção ambiental, são apoiados financeiramente. Mas a REN não está a fazer este caminho sozinha, e conta com a sua cadeia de fornecimento neste esforço de descarbonização. Foi recentemente publicado o novo Código de Conduta de Fornecedores, obrigatório para todos os que querem ser fornecedores da REN, e onde se densificaram os temas de ESG, e os cadernos de encargos progressivamente passaram a incorporar obrigações de relato no âmbito das emissões e requisitos de ESG.
O agravar da situação climática no planeta colocou a descarbonização da economia no centro das atenções. Alinhada com as políticas de União Europeia, a descarbonização das infraestruturas de gás é um dos objectivos estratégicos da política energética portuguesa. A Estratégia Nacional para Hidrogénio determinou uma meta de incorporação de hidrogénio nas redes de gás de 5% até 2025 e de 10 a 15% até 2030.
Novo paradigma
A REN tem participado activamente nesse esforço de transição energética e na descarbonização da economia, dando importantes contributos nas áreas do planeamento e gestão do Sistema Energético Nacional, assim como na procura de respostas a estes desafios através da sua área de Investigação, Desenvolvimento e Inovação.
Enquanto responsável pela rede de transporte de gás, a REN é um dos principais intervenientes na descarbonização das infraestruturas de gás. As infraestruturas nacionais relevantes de gás terão de estar aptas para receber hidrogénio, de acordo com a lei Portuguesa, para permitir misturas de H2 e gás natural até 5%, em 2025 e entre 10-15% em 2030. Para o efeito, a REN criou uma ‘task force’ para identificar e executar as actividades e os investimentos necessários para se certificar que a transmissão de gás, armazenamento e instalações de distribuição, serão compatíveis com misturas de hidrogénio com gás natural de até 10%.
A REN está a apostar também na criação de polos locais, como a Agenda H2 Green Valley. O consórcio, que conta ainda com a REN Gasodutos, Dianagás (Floene), Bosch Termotecnologia, Hylab, Instituto Superior Técnico e Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, reúne um conjunto de projectos complementares que visam desenvolver infraestruturas para transporte, armazenamento e distribuição, com o objectivo de criar o primeiro ‘hub’ de hidrogénio verde, em Sines, até 31 de Dezembro de 2025. O futuro verde está cada vez mais perto.