Prémio, edição junho 2013

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verão de 2013 • Ano X

ver ão de 2013 • Ano X • 0,01 Euros • trimestr al • Director Álvaro de Mend onça

PR É MI O

R e v i s t a

de

N e g ó c i o s, E c o n o m i a, M a r k e t i n g

e

L i f e S t y l e

rooftop bars Os melh ores ‘sp ots’ de lisb oa a são paulo

d ossiê p o rtugal co lômbia

a céu aberto 10 puros-sangue

arte online quanto vale?

A história, as datas chave, as conferências e a e xpansão internacional .

teatro são c a r lo s festival ao l a rgo

antónio pa r a í s o marketing de luxo


PUBSilhouette.indd 46

13/06/07 17:51


sumário

D irector

Álvaro de Mendonça E ditora

Sofia Arnaud D irector de A rte

Pedro Góis D esigner

Catarina Monteiro R edacção

Catarina da Ponte, Carlos Renato Teixeira, João Bénard Garcia, Maria Araújo e Miguel Morgado P ublicidade

Jorge Alves Reis Telm.:+351 91 758 53 10 I mpressão

Jorge Fernandes, Lda. P ropriedade

Cunha Vaz & Associados – Consultores em Comunicação, SA S ede

Av. Duque de Loulé, n.º 123, 7.º 1050-089 Lisboa C R C L isboa

13538-01 R egisto E R C

124 353 D epósito L egal

320943/10 T iragem

5000 Exemplares R ev i st a c o r p o r at iv a d a CV & A

4 – EDITORIAL 6 – A ABRIR 10 – ENTREVISTA António Paraíso, Consultor de Marketing de Luxo 16 – DOSSIÊ Colômbia: A Nova Noiva Atlântica 22 – OPINIÃO Luís Osório: A Política Ressuscitará ao Terceiro Dia? 24 – NEGÓCIOS Hotel Tivoli: O Charme discreto de um hotel com 80 anos 30 – INTERCÂMBIO Portugal é um mercado estratégico para a Globo 34 – AICEP PORTUGAL GLOBAL Investimento à la carte 38 – ARTE Chegou a hora do online

40 – ADVOGADOS Em busca de uma nova Ordem 42 – OPINIÃO Pedro Pintassilgo, F&C Os desafios de quem decide 44 – FUNDAÇÕES Os novos reis da filantropia 50 – ESPECIAL 10 ANOS CV&A Cronologia Autárquicas 2013 Conferência CV&A - Magos da Medicina em Lisboa 62 – PERFIL Ricardo Pinto dos Santos, Administrador e Country Manager da MDS Portugal 64 – LIFESTYLE Sono de luxo 70 – TEATRO SÃO CARLOS Histórias da Casa da Ópera 74 – GIN A bebida da moda

80 – LAZER Baía de Luanda 84 – ROOFTOPS Os melhores ‘spots’ de Verão 88 – RESTAURANTE Luanda Grill – Grelhados com assinatura 90 – AUTOMÓVEIS 10 Puros-sangue a céu aberto 96 – SHOPPING Tendências de Verão 98 – OPINIÃO Pedro Rolo Duarte, Uma ‘smart season’

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editorial

álvaro de mendonça

A Colômbia está na moda

D

urante anos, a imagem da Colômbia que passava para o exterior era a de um país sul-americano instável, inseguro e onde os barões do narcotráfico eram os verdadeiros poderes fora da capital Bogotá. Os nomes das cidades de Medellín ou Cali, bases dos maiores cartéis da droga, monopolizavam o espaço nos noticiários internacionais sobre a Colômbia. A reputação do país era má e os capitais estrangeiros evitavam uma região perigosa para os seus trabalhadores e arriscada para os seus investimentos. Tudo começou a mudar com o arranque do novo século. Em 2000, apoiado pelos EUA, o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, iniciou uma ofensiva contra as guerrilhas e os cartéis do narcotráfico, que resultou na normalização do país. O sucessor de Uribe, o actual presidente, José Manuel Santos, foi eleito em Agosto de 2010, prosseguiu a luta pela pacificação do País e deu início a um programa de crescimento e de liberalização da economia, cujos resultados estão hoje bem patentes. Como mercado, a Colômbia é o segundo maior país de língua espanhola, atrás apenas do México e à frente de Espanha, com uma população que deverá atingir os 50 milhões dentro de apenas três anos. Como economia, é uma das estrelas emergentes da América do Sul, com taxas médias anuais de crescimento do PIB, previstas para os próximos dois anos, acima dos 5%. Como destino para investimento estrangeiro, é uma base de imensas oportunidades, com incentivos aos capitais do exterior, uma posição geográfica ímpar entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e grandes projectos públicos. A liberalização, a abertura ao exterior e a aposta em políticas de crescimento resultaram numa economia que disputa com a Argentina o terceiro lugar no ranking da América Latina, atrás do Brasil e México, e que já é maior do que África do Sul. A riqueza dos recursos naturais do país, o enquadramento que oferece aos investidores estrangeiros, a dimensão do mercado e os grandes projectos em curso justificam plenamente o interesse que a Colômbia está a despertar em Portugal. O programa de construção de infra-estruturas rodoviárias, por exemplo, prevê um investimento total de 100 mil milhões de dólares em oito anos, em regime de Parcerias Público-Privadas com a duração de 20 anos. É um dos maiores programas de concessões rodoviárias 4

do mundo, a par com os da Índia e do Brasil. A Colômbia está na moda, e basta ler o dossiê que publicamos nesta edição, para percebermos porquê. O bom exemplo da AICEP A estratégia de relançamento da economia portuguesa passa por uma dosagem correcta entre a necessidade de rigor das contas do Estado, para reduzir a dívida e o défice públicos, com medidas de estímulo ao crescimento. Discute-se neste momento a reindustrialização do país, a necessidade de equilibrar a balança externa pelo aumento das exportações e de combater o aumento do desemprego com novos investimentos portugueses e estrangeiros. Neste último campo, a AICEP, a agência governamental que tem por objectivo promover Portugal no exterior, fez bem o seu trabalho de casa. Depois de um profundo diagnóstico, arrolou alguns sectores de elevado potencial para a economia e preparou dossiês completos sobre cada um deles, que serão agora divulgados junto de potenciais investidores estrangeiros. O trabalho não apenas promove a qualidade e a excelência de Portugal em algumas áreas de actividade, como descomplica os processos de decisão nos projectos de investimento estrangeiro. Cruzado com o pacote de incentivos ficais ao investimento que o Governo está a ultimar, os dossiês da AICEP são um bom exemplo do que Portugal pode fazer para melhorar a sua imagem no exterior e combater a crise.

CV&A: Os primeiros dez anos A CV&A, proprietária da revista Prémio, está a celebrar dez anos. É impressionante seguir o registo de uma empresa que começou com apenas cinco pessoas e é hoje uma das maiores e mais influentes agências de comunicação do País. Esta saga de sucesso, que contamos num trabalho especial publicado nesta edição da revista, é mais um exemplo de que, com trabalho, liderança, uma boa equipa e uma visão estratégica, se conseguem obter resultados. A pequena equipa de há dez anos é hoje uma empresa com mais de 70 pessoas, que trouxe a Lisboa alguns dos mais importantes oradores mundiais, com um registo de clientes que inclui as maiores empresas do país, e que está presente em sete países de três continentes. Daqui a dez anos cá estaremos para revelar onde chegou a CV&A na sua segunda década. l



a abrir

TURISMO

Novo Guia “Lisboa Convida Brasil”

cONFERÊNCIAS DO PALÁCIO A economia sob o olhar dos grandes economistas Já está a decorrer o 4.º ciclo das Conferências do Palácio, subordinado ao tema “A Economia sob o olhar dos Grandes Economistas” que se realiza até ao final de 2013, no Palácio da Bolsa do Porto, contando com a intervenção de reputados economistas e com a moderação de jornalistas do sector com ligação à cidade invicta. A conferência inaugural ocorreu no passado dia 23 de Maio e contou com a presença de Miguel Beleza e Alberto Castro, com moderação do jornalista de televisão Júlio Magalhães. A 6 de Junho, foi a vez de Fernando Freire de Sousa e João Duque, com moderação de Paulo Baldaia, director da rádio TSF. A 20 de Junho, António Nogueira Leite e Rui Moreira moderados, por António Costa, deram as suas perspectivas sobre o estado da economia. l 6

Foi lançado em Junho o novo guia de compras “Lisboa Convida Brasil”, um guia da capital portuguesa especialmente concebido para turistas brasileiros. Lançado pela produtora Café Pessoa e a editora dos Guias ConVida, este guia tem como objectivo refrescar a imagem que os turistas brasileiros têm de Lisboa enquanto destino de férias, provando que a cidade tem todos os ingredientes para tornar-se no destino ideal de compras. O guia dá um forte relevo às compras na capital portuguesa, sem esquecer os principais roteiros, atracções culturais e a melhor oferta a nível de hotelaria e restauração. É gratuito, e será distribuído e comunicado no Brasil, contribuindo desse modo para que o turista tenha acesso a uma informação de qualidade sobre Lisboa ainda antes da decisão da sua viagem à Europa. Os brasileiros foram, entre os turistas estrangeiros que visitaram Lisboa em 2012, os que mais gastaram em consumo, com uma média de 1009 euros por quatro dias de estadia, de acordo com o observatório do Turismo de Lisboa. l

MODA

Miguel Vieira assina sobremesa Bolo de chocolate, 70% húmido, com cobertura de ganache de chocolate negro, recheado com frutos vermelhos e acompanhado de um sorbet de menta e crocante de caramelo. Esta é a mais recente criação do estilista Miguel Vieira.“25 Years of Dreams” é nome desta iguaria idealizada em jeito de comemoração do 25º aniversário da sua marca para

participar na iniciativa “Fashion Pastry by…”, organizada pelo Hotel Intercontinental Porto Palácio das Cardosas, que está a convidar vários designers portugueses para criarem uma sobremesa, em parceria com o chef Pedro Sequeira. A sobremesa “25 Years of Dreams” faz as delícias dos paladares mais requintados no restaurante Astória, no Porto. l


PASSAPORTE

Hermès Internacional com novo Co-CEO

70% peso das exportações de azeite

no volume de negócios da Gallo Worlwide

O conselho de administração da empresa familiar Emile Hermès SARL, parceiro activo da Hermès Internacional, nomeou Axel Dumas Co-CEO da Hermès Internacional. Axel Dumas, de 42 anos, licenciou-se em Filosofia pelo Institut d’Etudes Politiques de Paris, da Sorbonne, e em Advanced Management Program, pela escola de negócios americana de Harvard. Desde a sua chegada à Hermès, em 2003, desempenhou inúmeras posições chave na empresa, incluindo os cargos de director administrativo do departamento de Joalharia e, mais tarde, do departamento de artigos de pele. Em 2011 foi nomeado COO (Chief Operating Officer) do grupo. Antes de se juntar à Hermès, trabalhou para BNP-Paribas na China e nos Estados Unidos. Axel Dumas trabalhará ao lado do CEO Patrick Thomas, durante um período transitório, até à aposentadoria deste, no início de 2014. l

R E A B I L I T A ÇÃ O

Casa nova para o vinho de Carcavelos As edições exclusivas e limitadas do generoso vinho de Carcavelos, produzidas a partir de uma pequena vinha de 5,5 hectares encravada entre os concelhos de Oeiras e Cascais, já têm morada onde repousar, antes de deslizarem nos copos dos apreciadores. A Câmara Municipal de Oeiras reabilitou as antigas instalações agrícolas do palácio do Conde de Oeiras, nos jardins do Palácio e da Quinta Pombalina, imóvel

classificado como monumento nacional, e nelas instalou a Adega do Vinho de Carcavelos, conferindo-lhe dignidade e monumentalidade. Devolvida ao seu estado e função original, através da reparação e reabilitação dos elementos danificados, a antiga adega recebeu ainda uma panóplia de inovações tecnológicas que permitem criar as condições de iluminação e climatéricas perfeitas para o envelhecimento deste vinho secular. l

INDúSTRIA

Gallo duplica capacidade de produção A Gallo Worldwide está a investir oito milhões de euros numa nova linha de produção na fábrica de Abrantes, para reforçar as exportações de azeite, que já valem 70% do volume de negócios da empresa, com destaque para o Brasil, Venezuela, Angola e China. O investimento permitirá duplicar a capacidade de produção, actualmente na ordem das 30 mil toneladas. A nova linha de produção “privilegiou a indústria nacional”, uma vez que cerca de 80% dos equipamentos são provenientes de empresas portuguesas. l 7


a abrir

EM ALTA

José Morgado preside à Eugropa

ARTE

Julião Sarmento expõe “Fado (com Carminho)” O Projecto Travessa da Ermida acolhe até 18 de Agosto a exposição “Fado (com Carminho)” de um dos mais conceituados artistas contemporâneos portugueses, Julião Sarmento. A obra foi concebida em colaboração com a fadista Carminho, resultando de um convite que lhe foi dirigido por Julião Sarmento no sentido de escolher um fado tradicional que pudesse ser cantado pela fadista “à capela”. O registo sonoro deste momento é apresentado sob a forma de instalação, articulando-se com um conjunto de outros elementos cenográficos que conferem à totalidade da obra um carácter eminentemente dramatúrgico. A peça “Fado (com Carminho)” integrou a mais completa retrospectiva do artista, “Noites Brancas”, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, e foi criada especificamente para o espaço da Capela da Casa de Serralves. A apresentação da peça “Fado (com Carminho) ” num espaço expositivo como a Ermida Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa, beneficia do carácter intimista e cénico deste espaço. De realçar que em 1995, Julião Sarmento já tinha realizado uma exposição individual na Capela do Palácio Real de Sintra, e agora, 18 anos depois, volta a expor em espaços religiosos. l 8

José Morgado, o actual CEO da Inapa, a quarta maior distribuidora europeia de papel, assumiu a presidência da Eugropa (European Paper Merchants Association), depois de, em 2007, ter sido admitido no Comité Executivo desta organização. A instituição, com sede na Holanda, é a confederação representativa das associações de distribuidores de papel de 21 países europeus e a organização que defende os interesses corporativos de 145 empresas do sector. As suas associadas geraram, em 2012, um volume de negócios superior a 11 mil milhões de euros e deram emprego a mais de 20 mil pessoas. José Morgado foi indigitado para este importante cargo internacional após a Inapa ter sido distinguida, pelo terceiro ano consecutivo, como Best Corporate Governance, pelos World Finance Awards. l

João Figueiredo é o melhor CEO financeiro de África João Figueiredo, presidente do Conselho de Administração e CEO do Banco Único, de Moçambique, foi distinguido como o melhor CEO do sector financeiro em África, pela revista African Banker. É a primeira vez que um CEO moçambicano consegue esta distinção. O Banco Único, com sede em Moçambique, é um banco universal com forte vocação de retalho, inaugurado há menos de dois anos. João Figueiredo, nasceu na cidade da Beira, em Moçambique, e licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa. Iniciou a sua actividade profissional no Banco Totta & Açores, tendo chegado a director-geral da sucursal de Macau, onde esteve nos anos 90. Regressou a Moçambique, em 1998, como administrador-delegado do Banco Standard Totta de Moçambique, tendo mais tarde ingressado no Banco Internacional de Moçambique (BIM), o actual Millennium BIM, onde foi CEO, entre 2001 e 2010. Daí saiu para criar o Banco Único, do qual é também accionista. l



NEGÓCIOS

E N T R E V I STA A N TÓ N I O PA R A Í S O C o ns u lt o r d e M ar k etin g d e L u x o e I n o va ç ã o

“ Um p r o d u t o s ó é d e l u x o se c o ntar h ist ó rias e estim u l ar o inte l ect o ” S e h á p ess o a em P o rt u g a l a q u em p o d em o s p er g u ntar t u d o s o b re o u nivers o d o l u x o é A nt ó ni o Para í s o . O c o ns u lt o r d e mar k etin g d e l u x o e x p l ica - n o s p o r q u e t o d o s o s c o ns u mi d o res am b ici o nam ter p r o d u t o s d e ‘ g ri f f e ’ , mas nem t o d o s c h e g am a e l es .

JOÃO BÉNARD GARCIA

O que mais valorizam e procuram os actuais consumidores nas marcas de luxo? Não há dois consumidores iguais. Valorizam e buscam prazer pessoal e/ou reconhecimento social, procuram ícones que expressem a sua individualidade, tentam pertencer a um mundo que é de poucos. No fundo procuram felicidade. Os produtos e serviços de luxo normalmente não se situam no universo das necessidades, mas sim no dos desejos. Se preferir, o luxo satisfaz necessidades da alma. São esses desejos e necessidades da alma que justificam o efeito magnético, por vezes irracional, que o universo do luxo tem sobre as pessoas? O universo do luxo atrai pelo que tem de qualidade visível e absolutamente irrepreensível, mas sobretudo pelo que tem de intangibilidade, mistério, classe, inovação, história, tradição, exclusividade, sofisticação e prazer para os sentidos. Atrai por aquilo que o torna acessível por poucos e desejado por muitos. Mas também pela beleza, pela inovação que surpreende, pelos detalhes de qualidade extrema. O efeito magnético que refere resulta da combinação 10

harmoniosa de elementos tangíveis e intangíveis que, de alguma forma, lhe conferem magia. Essa dicotomia representa apenas um dos vários paradoxos do luxo. Como se estratifica actualmente o mercado do luxo? Do lado da oferta, existem vários níveis no universo do luxo e há mercado para todos. Na base da pirâmide está o neo-luxo, onde encaixam as marcas de gama alta e também o luxo acessível, normalmente abundante. Depois há o luxo intermédio, que oferece produtos em séries limitadas, normalmente a preços altos. No topo da pirâmide está o luxo inacessível, raro e caro. Do lado da procura, o mercado do luxo tem vindo a sofrer os impactos das mudanças sociais: a ascensão de classes médias em mercados emergentes ou do consumo misto, mais criterioso e despretensioso, das classes altas, combinando aquisição de bens de luxo com compras de produtos básicos de marcas mais económicas. Estes impactos sociais trouxeram novos contornos ao consumo do luxo, exigindo a atenção permanente das marcas. As marcas estudam e trabalham ao pormenor os desejos dos


Fotos fernando piçarra

NEGÓCIOS

A nt ó ni o para í s o , C o ns u lt o r d e M ar k etin g d e L u x o e I n o va ç ã o

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NEGÓCIOS

seus consumidores? Como se processa a construção da oferta desses produtos exclusivos? Há uma série de ingredientes que contribuem para que o desejo se forme. Não há uma receita única, porque senão qualquer um a faria. Desde logo, o principal ingrediente é a escassez. Quando há pouco, as pessoas querem. O universo de paradoxos que o luxo encerra cria mistério e magia à sua volta. O luxo é, simultaneamente, demasia e escassez. É uma dicotomia estranha, mas existe. As marcas de luxo conhecem bem a mente humana e sabem tirar o melhor partido desse conhecimento.

Como explica este fenómeno? Essa questão coloca-se mais ao nível do neo-luxo, aquele que está na base da pirâmide, e tem muito a ver com o fenómeno de emergência de alguns mercados. O luxo era tradicionalmente europeu, muito relacionado com as classes mais altas. Com a emergência de alguns mercados em outras geografias, com necessidades diferentes, deu-se uma viragem. Simultaneamente, com a crise económica mundial, muitas marcas de luxo baixaram um nível na pirâmide de consumo para chegarem às pessoas que antes não tinham acesso a este mercado.

Uma dicotomia, entre várias, que joga com os desejos íntimos do consumidor, despertando sentimentos de pertença, necessidade de exclusividade… No fundo joga com o poder de atracção dos objectos de luxo. Os objectos de luxo têm poder de atracção porque nos remetem para universos de magia, de beleza, de sedução, para algo que é escasso e que não é para todos. Quase todas as pessoas, em determinados momentos da vida, desejaram pertencer a esses universos. O luxo atrai porque conta histórias, envolve a imaginação, proporciona experiências agradáveis e faz-nos sentir especiais. Atrai pelo mistério e exotismo que os paradoxos conferem ao luxo: demasia e escassez, necessidade e desejo, simbologia individual e simbologia social, tangibilidade e intangibilidade. Todos estes opostos convivem em harmonia e tornam um objecto de luxo misteriosamente atraente.

Quando é que as marcas descobriram que havia um público interessado e com poder de compra nos países emergentes? Essa viragem está relacionada com o desenvolvimento das novas tecnologias, como os telemóveis e a internet, que vieram tornar o mercado mais transparente, dando maior visibilidade, em tempo real, a tudo o que se passa no mundo. Com um clique sabemos o que se está a passar nos Antípodas.

Quais são os pilares que sustentam o universo do luxo? Os valores intangíveis que o sustentam – e lhe conferem um poder de atracção único – são: a elegância no trato, porque é bonita, fica bem e nem todos a dominam; a escassez e exclusividade, porque nos fazem sentir parte de um grupo restrito de eleitos; a ligação estreita às artes e cultura, bem como o estímulo do intelecto e dos sentidos, porque dão prazer; as experiências agradáveis, o exotismo e mistério, porque nos fazem vibrar e proporcionam felicidade; a história e as histórias, porque envolvem a imaginação, fazendo-nos sonhar. Quando um produto consegue oferecer tudo isso, para além da utilidade que lhe é inerente, torna-se mais desejado e vale mais. No fundo está a falar-nos do gosto, ou do bom gosto, e a mostrar-nos como esses factores determinam a predisposição para aceder ao luxo. No universo do luxo, o gosto é entendido como a capacidade de apreciar a beleza e normalmente não se fala em bom gosto, mas simplesmente em gosto, que ou se tem, ou não se tem. E o gosto de alguma forma delimita o acesso ao luxo. Quem não o tem, ou não sabe apreciar a beleza de um produto ou momento de luxo, nos detalhes mais ínfimos que possa ter de poesia, música, cultura, história, aspecto, simplicidade, ou tradição, terá mais dificuldade em apreciar e usufruir esse produto na sua plenitude. Actualmente, o tempo de vida de um produto de luxo é quase tão volátil quanto o das restantes marcas de consumo médio. 12

Essa globalização, associada ao aumento do poder de compra nos países emergentes, gerou a conjuntura ideal para o crescimento do mercado do luxo? Os anos 90 trouxeram uma nova luz sobre estes mercados e permitiram que as pessoas descobrissem o que se passa e que antes desconheciam. De alguma forma, quando as marcas de luxo se aperceberam que podiam conquistar uma boa fatia de negócio, chegando a outras camadas da sociedade, não resistiram a esse ímpeto. É apetecível sentir que se pode subir as vendas de forma exponencial. É claro que não há bela sem senão e tudo isso tem um custo. Veja-se o que aconteceu à Burberry, a icónica marca de luxo britânica: banalizou-se de tal forma que vemos o famoso padrão de xadrez que a caracteriza em todo o lado. Perdeu o glamour e quem gostava e podia comprar deixou de o fazer. Hoje a marca está arrependida e está a redefinir a sua estratégia. Não seguiu o princípio da exclusividade, não criou escassez… ... Claro. Uma situação semelhante ocorreu, também em Inglaterra, com a construtora automóvel Jaguar. Era uma marca de luxo, do dinheiro antigo britânico, de prestígio, que passou por uma grande dificuldade e, em desespero, decidiu massificar-se. Baixou os níveis de exigência e teve à porta um protesto de um grupo de lordes que, de forma simbólica, foram entregar as chaves dos carros à fábrica. Tinham comprado automóveis de luxo para se sentirem especiais e haviam perdido a confiança da marca. É possível uma marca de luxo que se massifica reposicionar-se como ‘griffe’? É muito difícil retornar. São movimentos que têm que ser muito bem pensados, com muita calma para não caírem em erros estratégicos que podem destruir o que demorou anos a construir. Fundamentalmente quem adquire um produto de luxo fá-lo porque se identifica com a sua história ou com a sua simbologia?


NEGÓCIOS

as marcas de luxo vir am a hip ótese de ganhar uma boa f at i a d e n e g ó c i o c o m o s pa í s e s e m e r g e n t e s e não resistir am a esse ímpeto.

QUEM É António Paraíso?

Apaixonado pela diversidade cultural, afirma ser por natureza uma pessoa contida e sem grandes desejos de objectos exclusivos, excepção feita para um bom relógio, uma caneta elegante ou um belo caderno preto de notas. Mais do que objectos de luxo, aprecia “momentos de luxo” e, por isso, sempre investiu em viagens. Estudou em Espanha e Inglaterra. Fala cinco idiomas e conhece mais de 40 países, onde aprendeu tudo o que sabe sobre vendas, luxo e inovação, ao longo de mais de 25 anos de carreira profissional.

Adora estadias memoráveis em hotéis e, se pudesse, vivia num. E até lá trabalhava… a proporcionar experiências felizes e exclusivas aos clientes mais ricos e exigentes. Enquanto esse dia não chega, vai ensinando futuros gestores a desenvolverem planos eficazes de negócios, a cuidarem dos clientes e das vendas, a aprenderem a criar e gerir marcas, especialmente no segmento do luxo. Dá aulas na universidade, orienta cursos de formação em empresas, participa em seminários e palestras sobre marketing, motivação e inovação. Abriu recentemente consultórios em Braga, Porto e Lisboa, onde, pelo preço de uma consulta médica, diagnostica onde dói no negócio de cada um. Outra das suas grandes paixões são os relacionamentos sociais. As pessoas que o conhecem dizem-lhe que é um relacionador, um conversador e um exímio contador de histórias. Confirmamos. l 13


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O produto de luxo só o é se conseguir reunir muito intangível. Tem que contar histórias. Tem que provocar. Tem que estimular os sentidos, cativando e surpreendendo. Tem que apelar Ou seja, quando ouvimos falar na Avenida ao intelecto. O verdadeiro Reportando-nos a Portugal, o nosso do Luxo, com referência à Avenida da consumidor de luxo sente mercado de luxo é mesmo tão pequeno Liberdade em Lisboa, estamos muito aquém muito prazer quando concomo se diz? do que realmente é um espaço segue identificar determinaMinúsculo. Costumo dizer que em Portugal de consumo verdadeiramente luxuoso. dos pormenores ou detalhes não existe mercado de luxo. E quando afirmo A Avenida da Liberdade está a ser construída, de cultura, de história isto, a frase não pode ser tomada ao pé da letra. ainda não acabou. Como a Montaigne, em Paris, e de tradição num objecto. O que quero dizer é que, a existir, é tão ou a Calle Serrano e agora a Ortega y Gasset, A Montblanc, por exemplo, pequeno, tão pequeno, que não tem significado em Madrid, e como muitas outras avenidas continua a criar edições ou relevância. Primeiro porque Portugal é conhecidas pelo luxo em outras cidades que limitadas e numeradas de um país pequeno, com pouca gente. E depois foram sendo construídas ao longo dos anos. canetas que atingem preços porque as pouquíssimas pessoas que tem poder Acredito que a Avenida da Liberdade ainda tem incalculáveis no mercado de compra despreocupado e gosto apurado muito para crescer no luxo. Está a ser construída de coleccionadores, com para apreciar o luxo contam-se pelos dedos. e ainda não vai nem a meio. Provavelmente o edições sempre associadas E normalmente essas pessoas viajam ritmo vai ser mais lento, dada a má conjuntura a factos históricos ou a e consomem luxo lá fora, não cá dentro. em toda a Europa, mas a Avenida da Liberdade personalidades da história. está a ser construída, sobretudo, para o visitante Um coleccionador que tem estrangeiro, não tanto para quem cá vive. É para intelecto apurado, que tem os consumidores africanos, brasileiros, russos, um nível cultural muito acichineses e colombianos que agora começam ma da média, conhecimento a frequentá-la. l da história e das artes, sente maior prazer ao possuir e usufruir dessa peça rica e só depois à sociedade em geral. O facto de estarem associados em detalhes. As marcas de luxo têm equipas fortíssimas a trabalhar a elites, por si só, torna-os apetecíveis. Isto para dizer que um constantemente inovação para surpreender. produto de luxo é um ícone que expressa individualidade e personalidade à qual a pessoa se associa. Há de facto estilos de vida muito Há espionagem entre as marcas? requintados e há estilos de vida muito expostos. Há pessoas que têm Acredito que sim, embora não tenha provas disso. É um tema tabu, não se fala nisso, mas existe. Haverá uma categoria de produtos que um poder de compra impressionante, mas não gostam de o ostentar – são os donos do dinheiro antigo. Depois temos outras pessoas que se presta mais a isso e ocorrerá em certas marcas subsidiárias. gostam da vida social mundana, que gostam de aparecer, de viajar, de consumir luxo por prazer pessoal, com uma componente maior Existe alguma marca nascida nos últimos vinte a trinta anos de simbologia social. Nas questões do luxo não há respostas simples, que daqui a 100 perdurará bem enraizada no universo do este universo é uma amálgama de conceitos e de estilos. luxo, tal como aconteceu com algumas no século XIX? A marca italiana Bottega Veneta está a fazer um percurso muito Como caracterizaria o consumidor actual do mercado do luxo? sóbrio, seguro e interessante e recomenda-se vivamente a sua O consumidor do luxo tem vindo nos últimos anos a tornar-se cada descoberta. É uma marca relativamente recente que tem feito um vez mais jovem. Antes eram o homem e a senhora bem-postos na percurso muito sustentado, coerente e que veio para ficar. Há tamsociedade, acima dos 50 anos. O novo consumidor do luxo tem 30 bém uma marca espanhola muito conceituada, a Loewe, que tem um percurso muito interessante no mercado internacional, embora anos, trata as novas tecnologias por tu e é originário de países emergentes, onde se faz dinheiro muito rapidamente. Trazem para esta mais cimentada na hispanidade e nos mercados da América Latina. equação um consumo mais regulado pelo estilo de vida e menos Pode-se considerar que no universo do luxo não há uma única pela classe social ou de rendimento económico. Gostam de saltitar e são cada vez menos fiéis às marcas. forma de o viver, mas antes uma amálgama de estilos e experiências? Consegue identificar marcas que sejam ostentatórias, Tradicionalmente os produtos de luxo eram consumidos exclusivaaspiracionais, competitivas ou que sejam sinónimo de gosto? mente pelas classes altas: pela nobreza, realeza e burguesia. Só mais Luxo que choca? O que me vem logo à memória é Roberto tarde se começa a fazer uma ligação forte às artes e aos intelectuais

“Em Portugal não existe mercado de luxo”

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NEGÓCIOS

Agradecimentos ao Hotel Pestana Palace

Jantares à mesa com os chefs, refeições temáticas em casa e pacotes de experiências exclusivas

Cavalli. O que ele gosta de provocar na moda e na decoração. A Louis Vuitton está a tornar-se cada vez mais aspiracional: toda a gente quer, mas nem toda a gente chega lá. E agora cada vez menos, porque eles tomaram a decisão de propositadamente criar escassez. Quanto às marcas da competição social vejo talvez a Prada e a Gucci. As que alimentam o gosto? Vou indicar duas mais conhecidas e outra menos: a Hermès e a Ermenegildo Zegna e a Loro Piana, uma marca italiana de qualidade irrepreensível e gosto impecável, pouco conhecida cá, mas que está no topo da pirâmide do luxo. Há produtos de luxo que nem sequer são divulgados aos olhos dos comuns mortais? Ou seja, que são vendidos directamente a um grupo restrito de clientes? Há. Há na área do produto, do bem tangível, mas sobretudo na área dos serviços. Estou a recordar-me de hotéis de luxo verdadeiramente asiático, alguns deles com uma capacidade muito limitada, e que não se divulgam. Conhecem muito bem o seu target, o seu mercado, e comunicam discreta e directamente com ele. O meio de comunicação por excelência no mundo do luxo não é a publicidade é o trabalho de relações públicas. As marcas de luxo comunicam através dos seus profissionais: é um trabalho de charme, simpatia, sinceridade e contacto directo com o seu público. O consumidor de luxo está cada vez mais exigente e privilegiará as marcas que lhe fornecerem soluções à sua medida. l

É verdade que assistimos actualmente a um boom da procura de experiências exclusivas de luxo na gastronomia, seja em restaurantes ou na casa dos clientes? É verdade. Pratos exclusivos e personalizados com experiências fora do habitual. Menus temáticos complexos feitos por chefs com estrelas Michelin em casa dos clientes, serviços que custam pequenas fortunas. As experiências gastronómicas exclusivas estão ao rubro. Uma outra tendência, que está a surgir lá fora, a preços exorbitantes, é a de se poder jantar na mesa do ‘chef’. Há multimilionários amantes da gastronomia que ligam para o restaurante a dizer que querem lá ir jantar com o chef. Este recebe-os, prepara menus de degustação à frente deles, explica-lhes como os pratos são confeccionados e no final janta com eles. Essa é a verdadeira experiência de jantar com uma estrela ou com uma estrela com várias estrelas.

Na área da hotelaria de luxo está a surgir uma nova função, a de director de experiências, também apelidado de Chief Hapiness Officer (CHO). Qual a importância desta figura no campo dos serviços de luxo? Na hotelaria e nos Spas cada vez mais existe a figura de director de experiências. Algumas cadeias de hotéis chamam-lhe o “Aura Manager”. É a pessoa que tem capacidade de ler a aura do cliente, é o director de experiências. Pessoalmente gosto da expressão norte-americana CHO, que no fundo mais não é do que o director da felicidade, alguém com talento e formação para cuidar da felicidade do hóspede enquanto ele estiver no hotel ou no Spa. É uma pessoa com formação e talento para receber o cliente, conversar com ele, interpretá-lo, perceber o que é que ele gosta, e oferecer-lhe um pacote de experiências diferenciadas que seja exclusivo, surpreendente e memorável, adequado ao perfil do cliente. l 15


DOSSIÊ

Co lômbia: a n ova noiva at l ântic a J e r ó n i m o M a r t i n s , P r e b u i l d , G r u p o P e s ta n a , M o ta - E n g i l , T e i x e i r a D u a r t e , S o a r e s da C o s ta , S o n a e S i e r r a e a i n d a a n t e s d e t e r m i n a d o o a n o , m u i t o p r o vav e l m e n t e o BES . A l i s ta d e g r u p o s p o r t u g u e s e s q u e j á i n v e s t i r a m - o u t ê m a C o l ô m b i a n a m i r a d o s s e u s i n v e s t i m e n t o s n o e x t e r i o r - , n ã o pá r a d e a u m e n ta r . S e r á a C o l ô m b i a O n o v o “ E l d o r a d o ” pa r a a s e m p r e s a s p o r t u g u e s a s ?

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Álvaro de Mendonça

D

urante anos, falar de investimento português no lado oposto do Atlântico era resumir a geografia da América do Sul ao Brasil, o maior mercado da região e o único de língua portuguesa. Razões de afinidade histórica, a dimensão do país e a vantagem da língua comum justificavam este quase monopólio, onde a Venezuela, com a forte presença de emigrantes portugueses, era uma ocasional excepção. Mas algo mudou entretanto. Fruto de um laborioso trabalho diplomático cruzado entre Lisboa e Bogotá, que incluiu em Abril último uma visita oficial do Presidente português ao país, à frente de uma delegação com mais de

cinquenta empresários, as vias do investimento abriram-se em direcção à Colômbia. O país que leva o nome do descobridor das Américas entrou definitivamente na moda em Portugal. E os dados que vão sendo conhecidos parecem justificar a aposta. Os principais parceiros colombianos são os EUA, a China e os países da América Latina. Entre os grandes fornecedores, apenas a Alemanha é da Europa. E entre os principais clientes a Holanda figura na segunda posição, normal para quem tem em Roterdão e Amesterdão dois portos de entrada das suas exportações para a Europa. Mas é no ranking do investimento estrangeiro que Portugal quer subir. Com uma economia doméstica em recessão, os grandes

grupos portugueses procuram no exterior um contrapeso para a quebra dos seus lucros. E neste campo, a Colômbia é uma excelente opção. Mercado da dimensão de Espanha É preciso saber, antes de mais, que a Colômbia é o terceiro mais populoso país da América Latina, depois do Brasil e do México, prevendo-se que possa atingir 50 milhões de habitantes dentro de apenas dois anos. Um mercado da dimensão do espanhol e onde as oportunidades de investimento abundam. Mais importante é o facto de 26% da população ter menos de 14 anos, confirmando o potencial de crescimento no futuro. A capital Bogotá alberga 7,5 milhões de habitantes,

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NO D EG SÓ S ICÊI O S

mas há três outras cidades com mais de um milhão de pessoas: Medelin (2,5 milhões), Cali (2,3) e Barranquilha (1,1 milhões). Qualquer uma delas maiores do que Lisboa, a capital portuguesa. A Colômbia é também a quarta maior potência económica da América Latina, batida apenas pelo Brasil, México e Argentina, e a 33ª maior do mundo, em ternos de Produto Interno Bruto (PIB). A economia tem crescido a um ritmo superior a 3,9% ao ano e, segundo as projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), deverá acelerar para valores acima dos 5,0%, pelo menos até 2015. O país tem uma excelente localização geográfica, fazendo fronteira a norte com o Panamá e tendo também acesso por terra à Venezuela, a leste, ao Equador, Perú e Brasil, a Sul. Tem costas em dois oceanos, o Atlântico e o Pacífico e uma moderna infraestrutura portuária. O fuso horário é o mesmo da costa leste dos EUA, facilitando as actividades de ‘call center’ e de ‘business process outsourcing’. Talvez por isso o investimento estrangeiro esteja a afluir, com o país a figurar já no ‘Top 30’ mundial. Mais de 700 empresas multinacionais já investiram na Colômbia, incluindo a Procter & Gamble, Johnson & Johnson, 3M, SAM Miller, Telefónica e a Nestlé, refere a AICEP, num relatório sobre a Colômbia. Mais recentemente, além das portuguesas Jerónimo Martins e Prebuild, foram registados investimentos da Kimberly-Clark. HP, 18

A C o lô m b i a é a q ua rta m a i o r p o t ê n c i a e c o n ó m i ca d a a m é r i ca l a t i n a , b at i d a a p e n a s p e l o b r a s i l , méxico e argentina. Unilever, Renault e General Motors. Em termos de recursos naturais, refere ainda a AICEP, a Colômbia “é um dos países mais ricos da América do Sul”, sendo o terceiro maior exportador de petróleo para os EUA, dispondo também das maiores reservas de carvão da região e de gás natural. É o primeiro produtor mundial de esmeraldas e exporta também ouro, prata, platina, níquel, cobre e minério de ferro. Sendo sobretudo conhecido pela produção de café, o sector agrícola é no entanto bastante diversificado, com culturas de cana-deaçúcar, banana, milho, tabaco, algodão, frutas e flores, todas elas com um peso crescente no total das exportações do país. Não é apenas em Portugal que a Colômbia está na moda. Desde que o anterior presidente Álvaro Uribe derrotou os cartéis do narcotráfico, que a violência interna se reduziu a praticamente nada. O actual presidente Juan Manuel Santos manteve a política de segurança do seu antecessor a que juntou um empenho muito forte na redução da pobreza e das desigualdades sociais. A Colômbia

é aliás reconhecida como a democracia mais antiga e mais estável de toda a região. “A nova Polónia” O presidente Juan Manuel dos Santos definiu cinco motores principais para estimular o crescimento da economia: indústrias extractivas, agricultura, construção de habitações, inovação tecnológica e infraestruturas. Nestes três últimos campos são inúmeras as empresas portuguesas interessadas. A Mota-Engil fez uma parceria com um grupo local para concorrer às concessões rodoviárias, enquanto a Prebulid está lançada na área da construção e tem uma ‘joint-venture’ com o grupo colombiano Santo Domingo para a construção de um complexo industrial. As construtoras Teixeira Duarte, Soares da Costa, Opway e Edifer, aproveitando a vaga de construção de infraestruturas públicas no país, são outros grupos interessados. O grupo farmacêutico Bial está em negociações para entrar na Colômbia e no Perú, já em 2014. Pedro Vargas é o presidente da Prebuild Colômbia. Aos 28 anos, lidera toda a ex-


b o g o tá p r o p o r c i o n a u m c l i m a d e n e g ó c i o s f á c i l e p o u c o b u r o c r át i c o

Turistas portugueses descobrem a Colômbia pansão da empresa para a América Latina. É ele quem explica onde Bogotá lave vantagem: “Queríamos apostar na internacionalização e expandir para um mercado em desenvolvimento. A América Latina era a escolha óbvia e tentámos o Brasil. Mas o país tem uma política mais proteccionista do que a Colômbia e mudámos a agulha para aqui”, explicou em entrevista. acrescentado ter Bogotá “um clima de negócios menos burocrático e mais favorável ao investimento estrangeiro”. Esta é a década da América Latina, um tempo no qual a Colômbia está pronta para oferecer ao mundo o que este mais precisa: alimentos, água, biodiversidade, energias alternativas e mão-de-obra jovem e talentosa, prometa a Proexport Colombia, a correspondente portuguesa da AICEP de Portugal. Será a Colômbia mais um caso de sucesso para a internacionalização de empresas portuguesas, à semelhança do que aconteceu na Polónia há uma década atrás? Pedro Vargas não tem dúvidas. “A Colômbia é a nova Polónia”, garante. l

Os portugueses estão a descobrir o destino Colômbia, um país com uma localização estratégica, que se posiciona internacionalmente como um paraíso turístico durante todo o ano. Aliando ao clima tropical uma biodiversidade única, complementa os seus recursos naturais com uma riquíssima oferta cultural e de lazer. Os avultados investimentos portugueses em curso neste país – nomeadamente da Jerónimo Martins, Grupo Pestana e Prebuild – são os grandes responsáveis pelo aumento de 20,2% de turistas portugueses em 2012, revela a Proexport Colombia. Atenta a esta tendência, a Colômbia traçou como objectivo afirmar-se, até 2016, como o sexto destino das férias dos portugueses. A estratégia consiste em captar turistas portugueses que escolhem destinos de sol e praia na América Latina (como México, a República Dominicana ou Cuba), e redireccioná-los para alternativas em território colombiano. O reforço das relações turísticas entre os dois países está também no mapa de prioridades do Turismo de Portugal, que definiu que o seu grande desafio para 2013 é abrir uma missão na Colômbia. Em 2012 visitaram a Colômbia 4923 portugueses, um crescimento de 20,2% face a 2011. Embora este valor represente mais do dobro dos turistas portugueses

do que há uma década, a Colômbia acredita no potencial de Portugal enquanto país emissor de turistas em crescimento a médio-prazo. María Claudia Lacouture, Presidente da Proexport Colombia, afirma: “a Colômbia é o nono destino na América Latina para os portugueses, mas estamos a trabalhar para que em 2016 possa vir a ser o sexto”, enfatizando que a entidade que dirige abriu uma delegação em Lisboa para explorar o potencial de mercado e promover o comércio, o investimento e o turismo entre os dois países. A abertura de um voo directo entre os dois países, que deverá acontecer em breve, na sequência de um acordo de aviação assinado em Lisboa, durante a visita de Estado do Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em Novembro passado, em muito contribuirá para esse aumento do fluxo de turistas entre os dois países. Também os operadores turísticos portugueses estão atentos a esta tendência de reforço das relações entre os dois países e, de acordo com a Proexport Colombia, surgirão para comercialização pacotes especiais de viagens para o destino Colômbia já no Verão de 2013. l 19


DOSSIÊ

Os pontas-de-lança O programa de construção de infraestruturas do Governo colombiano está a atrair os maiores grupos de construção portugueses para projectos que vão movimentar milhares de milhões de euros. Num país onde a população e o nível de vida progridem a um bom ritmo, o potencial de crescimento do consumo das famílias está também a despertar o interesse da Sonae Sierra, especialista no desenvolvimento e na gestão de centros comerciais, e da Parfois - a rede de lojas de acessórios e complementos de moda. Para já, o maior investimento é da Jerónimo Martins, no lançamento da cadeia de supermercados ARA.

PREBUILD O grupo português comprou a construtora colombiana Ekko, especializada na construção e comercialização de edifícios para habitação e vai juntar-se ao gigante colombiano Grupo Santo Domingo para construir um complexo industrial de trinta hectares. O investimento, de duzentos milhões de euros, criará 1600 empregos directos nos arredores de Bogotá. A criação de um parque industrial é o epicentro de um plano de ataque a toda a América do Sul e Central.

JERÓNIMO MARTINS O grupo Jerónimo Martins inaugurou, em Março, o primeiro supermercado de proxi midade da cadeia Ara (diminutivo de Arara), que, de acordo com as previsões, deverá atingir uma rede de 150 lojas até 2015. O investimento de 400 milhões de euros significa um dos maiores projectos privados estrangeiros em curso na Colômbia. O objectivo, a médio prazo, é ser a maior (ou a segunda maior) cadeia de retalho deste país.

MOTA-ENGIL O Grupo português está a analisar vários projectos na Colômbia, tanto de obras públicas como privadas, nas áreas de infraestruturas de transporte, mini-hídricas e equipamentos sociais, entre outras. O primeiro projecto do grupo Mota-Engil na Colômbia, recentemente iniciado, é uma obra para o Exército colombiano, no valor de quase 20 milhões de dólares, e cujos trabalhos compreendem a construção de um centro de reabilitação, em Bogotá.

Em consórcio com a colombiana Odinsa, está também a concorrer a quatro concessões rodoviárias, num total de 547km e com um valor global de 2.239 milhões de dólares. O consórcio já anunciou que está interessado em concorrer a nove concessão que fazem parte do novo pacote de concessões de quarta geração da Colômbia, em regime de Parcerias PúblicoPrivadas. A Mota-Engil e a Odinsa formaram uma primeira parceria, no ano passado, no âmbito da privatização da gestora

estabilidade política, e cada um deles tem um futuro brilhante. Qualquer empresa com ambições globais deve actuar prontamente nestes mercados”, disse Michael Geoghegan, Ex-presidente do HSBC, a 26 de abril de 2010, num discurso na Câmara de Comércio Americana de Hong Kong.

Economia robusta Em 2009, enquanto o PIB mundial em plena crise decresceu 2,1%, a economia colombiana cresceu 1,5% e, em 2010, aumentou 4,3%, um resultado superior ao da economia mundial. Neste e nos próximos dois anos, o PIB deverá crescer a um ritmo superior a 5%, segundo o FMI.

A agenda contempla 18 Acordos Internacionais de Investimento com 50 países e 16 acordos para evitar a dupla tributação com 18 países.

10 argumentos fortes No campeonato mundial pela captação do investimento directo estrangeiro, a Colômbia dispõe de alguns argumentos fortes, como os contratos de estabilidade jurídica, que colocam os investidores a salvo de alterações adversas e que vigoram por períodos de 3 a 20 anos. Bogotá é a cidade mais atractiva para fazer negócios em toda a região Andina. Veja algumas das vantagens que a Colômbia tem para oferecer.

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Futuro líder Segundo o relatório do Hong Kong Shanghai Banking Corporation (HSBC) sobre as projecções de crescimento das economias mundiais para e 2050, a Colômbia estará entre as 30 melhores, posicionando-se no 26º lugar. O relatório estima que o PIB colombiano em 40 anos seja de 725 mil milhões de dólares, o que significa um aumento de 155%. “Os novos BRIC são a Colômbia, Indonésia, Vietname, Egipto, Turquia e África do Sul (CIVETS). São países com grandes populações, com economias dinâmicas e diversas,

Bom para investir Segundo um relatório publicado pelo The Independent, no Reino Unido, a Colômbia é um dos dois novos países da América Latina com melhores expectativas para investimento e desenvolvimento.

Plataforma internacional A Colômbia tem onze Tratados de Livre Comércio com 48 países, obtendo um acesso preferencial para mais de 1.500 milhões de consumidores.

Mercado interno atractivo A Colômbia é a 28ª maior economia do mundo e a quarta maior da América Latina em termos de PIB ajustado pela Paridade de Poder de Compra. O PIB per capita mais do que duplicou em seis anos, passando de 2.482 dólares, em 2004, para 6.136, em 2010.


aeroportuária portuguesa ANA. No entanto, o consórcio formado pelas duas empresas acabou por não apresentar uma oferta final de compra ao Governo português e este escolheu a francesa Vinci. PARFOIS A empresa portuguesa de acessórios e complementos de moda abriu uma primeira loja no centro comercial Tesouro, em Bogotá. Hoje tem três espaços, dois na capital e um em Meddellin, a segunda maior cidade do país. A Colômbia é um dos eixos principais da estratégia de entrada da Parfois na América do Sul, a par com o Brasil e a Venezuela BANCO ESPÍRITO SANTO O processo de entrada do

Sector externo dinâmico O Investimento Directo Estrangeiro na Colômbia mais do que triplicou em sete anos, passando de 1.720 para 6.760 milhões de dólares, de 2003 para 2010. As exportações triplicaram, passando de 13.158 para 39.820 milhões no mesmo período. Destino turístico mundial Em seis anos, o número de visitantes internacionais triplicou. Em 2010, enquanto o turismo mundial cresceu 6,7%, na Colômbia aumentou em 8,9%, chegando a 1,88 milhões de visitantes. No mesmo ano, o número de cruzeiros foi cinco vezes maior ao registado em 2005 e o número de passageiros aumentou em oito vezes.

Grupo BES na Colômbia está numa fase preliminar, não estando ainda definido se será pela banca de investimento ou pela banca comercial, disse no final de Abril, ao jornal colombiano La Republica, Pedro Caldeira da Silva, administrador da holding ESFH, que controla o banco português. O objectivo é estar a operar no prazo de um ano. O BES já está a financiar algumas empresas portuguesas com interesse em entrarem no mercado colombiano. A instalação do banco neste país fará sentido, num momento em que muitas empresas portuguesas estão a investir no país. GRUPO PESTANA O grupo hoteleiro português inaugurou, em Julho de 2012,

o Pestana Bogotá 100, um dos hotéis mais luxuosos da capital colombiana. Com 82 quartos e localizada no centro da cidade é a primeira unidade do grupo Pestana na Colômbia, mas não será a última, que está interessado em gerir estruturas que já existam e que está a analisar possibilidades em Medellín, Cali, Bucaramanga e Cartagena de Índias, as principais cidades da Colômbia. SONAE SIERRA A Sonae Sierra, que em Portugal gere os maiores shoppings do país, está presente no mercado Colombiano desde Junho de 2010, através da Sierra Central, uma empresa de prestação de serviços na área dos centros comerciais, incluindo o desenvolvimento e a gestão. A Sierra Central é

País seguro Segundo o IMD - International Institute for Management Development, a Colômbia está classificada em segundo lugar na América Latina no que diz respeito à segurança pessoal e à protecção da propriedade privada, atrás apenas do Chile. Mão-de-obra qualificada A Colômbia é o segundo país com a maior disponibilidade de mão-de-obra qualificada, com as relações laborais mais efectivas e a regulamentação laboral que menos cria obstáculos às actividades comerciais na região, segundo o IMD.

detida em 50% pela Sonae Sierra e em 50% pela Central Control, uma empresa colombiana que já presta serviços de gestão no Jardín Plaza, um dos maiores centros comerciais em Cali, a 3ª maior cidade do país. Os proprietários da Central Control foram os responsáveis pelo desenvolvimento deste centro e do Centro Chipichape, na mesma cidade. Em Janeiro, o CEO da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, disse que “a Colômbia tem 20 cidades de dimensão relevante e outras oito de grande dimensão, pelo que muitas delas oferecem oportunidades para o desenvolvimento de novos centros”, acrescentando que gostaria de anunciar o investimento num centro comercial no país, ainda em 2013. l

Incentivos a investidores Compromisso governamental na oferta de incentivos para o investimento e estabilidade para os investidores: Está entre as Zonas Francas mais competitivas da América Latina, onde o imposto sobre rendimentos é de 15%, são permitidas as vendas no mercado local, não se pagam impostos indirectos e tributos alfandegários (IVA, tarifa aduaneiras) e permite os benefícios dos acordos comerciais internacionais (excepto com o Peru). Além disso oferece contratos de estabilidade jurídica para garantir os projectos de investimento, uma dedução de 125% de investimentos em desenvolvimento científico e tecnológico no imposto sobre

rendimentos e de 200% dos pagamentos laborais, realizados a funcionários portadores de necessidades especiais. l

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opinião

luís osório

A política ressuscitará ao terceiro dia?

A

derradeira batalha de Mário Soares provou que a Política, tal como a reconhecíamos, já não existe. O que temos ouvido, a começar pelos discursos de Sampaio da Nóvoa, à esquerda, ou pelos textos de Adriano Moreira, à direita, é apenas a celebração de um velório. O velório de uma Política não subordinada à economia, não dependente dos mercados e motor de um mundo onde o poder é visível e estratégico, não virtual. Nesse sentido, os idealistas de esquerda e direita estão, talvez pela primeira vez na História, no mesmo lado da barricada. Mas uns e outros, extraordinário paradoxo, são os pais da “criatura” que ganhou músculo e inteligência e se tornou auto-suficiente – em “2001 Odisseia no Espaço”, de Kubrich, um computador criou a ilusão de que passara a ter o poder, loucura que pagou com a “morte” às mãos de um astronauta que, apesar das súplicas da máquina, o desligou da corrente. Afinal a máquina não morreu, não há astronautas à vista e Stanley Kubrich já não nos pode salvar. Sempre nos ocupámos com guerras e diplomacia. Entre bom tabaco e mortandade entretivemo-nos num mundo previsível na sua imprevisibilidade. E após a Segunda Guerra Mundial, com a Europa devastada e o mundo em agonia, criámos condições para um longo período de paz que provou a incapacidade de vivermos desligados da necessidade de estarmos animados em permanência. Uma necessidade que nos acompanhará para sempre. Todas as sociedades estão organizadas em castas. Portugal tem as suas particularidades, mas não é uma excepção. Sem tradição democrática, habituados a ser governados por reis, nobres ou déspotas iluminados, ainda não nos adaptámos à negociação e ao equilíbrio de poderes que são a face mais visível de um regime centrado nos partidos. Somos tudo menos revolucionários. Uma revolução a sério, com cabeças de ricos em cadafalsos e “Antonietas” a suplicar em palácios, é aqui uma perfeita impossibilidade – só uma minoria de alucinados a poderia levar à prática e, mais tarde ou mais cedo, seria chacinada por uma larga maioria em fúria. A nossa marca está-nos incrustada, somos estes e não outros. Não somos espanhóis, alemães, russos ou chineses. A ascensão social é ambicionada por quase todos. Queremos ter estatuto, passar a ser o que criticamos antes de ter. Ser ricos. Termos poder. E quando temos os de poder à nossa frente, cara a cara, tratamo-los

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com doçura e servilismo. Só em grupo somos capazes de lhes gritar e amaldiçoar, mas se fossem visita de nossa casa faríamos com que fosse especial. E faríamos para que todos os vizinhos o percebessem. É um pouco como a ideia de que esta esquerda democrática, conceito em que me revejo, pode resolver os paradoxos principais do sistema. Um enorme equívoco. Porque nada será feito isoladamente que não seja conjuntural pois todos os políticos no activo, no poder ou na oposição, “Hollande’s” ou “Seguros”, são filhos de um mesmo pacto de não agressão, que não coloca em causa o essencial da organização social, do mercado, das políticas regulatórias e da promiscuidade entre o dinheiro e o poder político. Os partidos socialistas europeus nunca colocarão em causa o essencial deste edifício, por muito que as suas paredes ameacem desabar de iniquidades e injustiça. A maioria das suas medidas, na redistribuição da riqueza, no papel do Estado ou na reforma do Estado Social, serão feitas em partilha com os donos do capital. A esquerda não está refém dos poderes invisíveis e não declarados, ela é filha desse sistema. Um pouco como aquelas pessoas que à custa de tanto se terem habituado a usar máscaras, se esquecem um dia da sua cara original e se transformam na própria máscara que as protegia. Se quiséssemos provas disso bastaria ver os olhos embevecidos de António José Seguro quando os jornalistas lhe perguntaram sobre o convite para assistir a uma reunião da Bilderberg – parecia uma criança encantada por poder sentar-se à mesa dos poderosos. Não lhe passou pela cabeça de que, mesmo instrumentalmente, deveria ter recusado aquele convite e publicitá-lo com estrondo. Poderia dizer ao país: nunca poderia sentarme numa mesa onde estão sentadas as pessoas que assumi combater. Não o fez. Compreendo que não o tenha feito. Seria quase tão mau como alguém que se propõe fazer uma dieta de fruta e legumes, ter um convite irrecusável para jantar em casa de Ferrán Adriá. O fim do Estado Social caminha a par do fim da Política. Porque os políticos, economistas, burocratas, empresários com dimensão e académicos de referência, não foram capazes de “inventar” novas palavras que, a partir deste “Welfare State”, pudessem ajudar a reformar o que hoje parece irreformável. Num mundo virtual, em que não temos dinheiro, mas apenas a informação que o temos, tudo é aquilo que parece e não aquilo que é. E todas as ideologias que defendem o fim deste estado de coisas estão velhas, gastas e já tiveram a sua oportunidade de mudar o mundo. Os comunistas transformaram-se em seres


pragmático e burguês poderia ter na presidência, até ao ano passado, duplos: por um lado, gente adaptada e dependente do jogo democrátialguém como Almeida Santos. Digo-o sem qualquer juízo de valor. co, mas por outro, na “clandestinidade”, a continuar a fazer planos de Todos têm muito a perder. E se todos têm muito a perder pouco preparação para o nascimento de uma vanguarda revolucionária. Os se fará para alterar o que sustenta o poder de que se faz o poder dos outros, trotsquistas ou libertários, em Portugal ou fora daqui, são mais homens. Esquerda e direita não terão outra alternativa e não hesitapublicitários do que arquitectos. Defendem rupturas de civilização, rão, com retóricas diferentes, em multiplicar o número de excluídos. algumas importantes, mas pouco ou nada dizem de novo em relação à De desempregados. A insegurança aumentará e as velhas palavras e criação de riqueza, emprego e bem-estar social. São válvulas de escape movimentos revolucionários, mais conservadores do que nunca, tenaceites e por vezes financiadas pelos satélites dos partidos de poder. tarão mais uma vez a sua sorte. Aqui e fora daqui. A Europa poderá À falta de novas ideias e ideologias, a esquerda democrática explodir ou poderá ser o fiel da balança e catalisar mudanças essentalvez pela primeira vez na história, centraliza o seu discurso e ciais. Porque começa a não existir mercado para a democracia – os ‘modus vivendi’ na conservação do que existe e não na transformamovimentos de bolsa, as agências de ratings e bancos de investimenção daquilo que existe – é também um jogo de palavras, mas não é to definem políticas, economia, emprego apenas isso. A manutenção do Estado e ciclos de poder. Social é defendida, não a transformação Ainda assim continua a existir um dos mecanismos que levaram que o sentido para se ser de esquerda e não de Estado tenha deixado de ser sustentável. O f i m d o E s ta d o direita, e vice-versa. Para a esquerda as Não é uma discussão nova na So c i a l c a m i n h a a p a r pessoas são mais iguais do que desiguais, esquerda. O ideólogo Anthony Giddens d o f i m d a Po l í t i c a . para a direita exactamente o oposto – nós, repensou o estado das coisas e nessa Po r q u e o s p o l í t i c o s , os primeiros, acreditamos na igualdade terceira via, abraçada politicamente por e c o n o m i s ta s , acima de todos os valores; a direita acreTony Blair, manteve-se o essencial da dita na liberdade e na autodeterminação legislação de Thatcher que flexibilizava os b u r o c r ata s , humana, pessoa a pessoa. A esquerda é contratos de trabalho. Assumia-se que toempresários optimista sobre o ser humano e a direita dos os paradigmas da esquerda se tinham com dimensão e profundamente pessimista, por isso acrealterado. O mesmo pensou e executou académicos de ditamos na possibilidade de transformao social-democrata Gerard Schroeder referência, não ção e a direita na conservação. na Alemanha – flexibilização das leis do Não existem proletários, afirmei. Os trabalho, enfraquecimento do peso dos f o r a m c a pa z e s d e lugares onde nasceu o comunismo ou o sindicatos, criação de riqueza à custa do “ i n v e n ta r ” n ova s capitalismo transformaram-se nouvalor do trabalho e da multiplicação de pa l av r a s q u e , a tros lugares. Os nossos antepassados, trabalhadores pobres em cidades alemãs pa rt i r d e s t e W e l fa r e trabalhadores nas fábricas, sabiam que como Leipzig, Dortmund, Bremen ou S tat e , p u d e s s e m tinham de partir quando o fumo das Colónia que têm uma franja de excluídos chaminés não cobria o céu de negro. superior a um quinto da população. A ajudar a reformar Não existiam sombras porque cada ironia é que o Estado Social alemão, cujo o q u e h o j e pa r e c e um sabia o lugar que ocupava. A única precursor foi o conservador Bismark, i r r e f o r m áv e l . coisa que os unia era o fumo negro que acabou desmantelado por um Schroeder matava nuvens e pássaros. A riqueza e teoricamente à esquerda. o direito ao trabalho, o progresso, baseaRegresso a Portugal. Ao contrário do ram-se no que hoje ninguém deseja. que se possa pensar, o Partido SocialisNão há operários, sobram as nuvens ta, a esquerda democrática, tem estado onde antes existiam as chaminés e os mesmos que reivindicam o sempre ao lado dos que defendem o mercado, a iniciativa privada, direito ao trabalho desejam um mundo despoluído e sustentável a não “diabolização” do lucro e a tentativa de adequação do valor do Sentámo-nos aos computadores, fugimos dos campos e dissetrabalho aos novos tempos. Qualquer reforma do Estado Social enferram-nos que, depois de tanto sofrimento, a comida nos seria levada mará da defesa destes pressupostos. Imaginar que do PS possa partir à boca. É como eu vivo, não sei fazê-lo de outra maneira. Nunca trauma política de redistribuição de riqueza que combaterá os que mais balhei numa fábrica, numa alanquei com pedra bruta ou “temperei” têm, é não conhecer a essência do partido fundado por Mário Soares o aço. Tudo passou a ser informação, números, chips, impressões, na Alemanha – um partido mais aristocrata do que o PSD e que lida links. O mundo tornou-se global e estreito. O que é uma mentira. com o dinheiro de uma maneira natural e não, como aconteceu com o “cavaquismo” ou com este governo, de forma complexada. Se virmos os Porque estando mais próximos de chineses e indianos, estamos mais longe dos nossos filhos e vizinhos. E mais longe da democralíderes socialistas (Soares, Sampaio, Guterres, Constâncio e até Sócracia e da defesa patriótica do Estado. As pessoas mexem-se e falam tes) vemos aristocratas como os três primeiros, um filho do sistema na sua máxima perversidade como Constâncio, e um homem que utilizou como se estivessem por sua conta. Talvez estejam mesmo. O que fazer então? Voltarei ao tema. l o Estado como parte de um jogo de controlo de poder. E só um partido 23


NEGÓCIOS

T i vo l i

L i s b oa

O

cha r me di screto d e u m ho t e l c o m 8 0 a n o s de história s O H o t e l T i v o l i L i s b o a c e l e b r a 8 0 a n os . A h i s t ó r i a c o m e ç a n u m a p e n s ã o , n a Av e n i da da L i b e r d a d e . r e s i s t i u a d o i s c o n f l i t os b é l i c os n a E u r o pa , pa sso u p e l a m u da n ç a d e r e g i m e p o l í t i c o , a c o l h e u h ó s p e d e s e r e s i d e n t e s fa m osos . D e s d e e n tã o , a m a r c a T i v o l i e x pa n d i u - s e . Fo i at é S i n t r a , A l g a r v e , Co i m b r a , M a d e i r a e at e r r o u n o B r a s i l .

S

e contasse ao leitor que de uma pensão na Avenida da Liberdade, construída nos anos 20 do século passado, viria a nascer uma das mais importantes e distintas cadeias hoteleiras portuguesas, com presenças em Portugal e no Brasil, estou certo que pensaria tratar-se de um conto de fadas. Mas a história não só é bem real, como está umbilicalmente ligada a uma Rainha e cenas de espionagem, tem toques de política e de artes diplomáticas, envolveu grandes romances e negócios, serviu de palco a um filme e deu argumento a um livro. O actor principal desta história tem um nome: hotel Tivoli. Nos anos 20 do século XX, José Francisco Cardoso e Joaquim Machaz, dois jovens bei24

Miguel Morgado

rões oriundos de Almaceda, lançam-se numa aventura empresarial em Lisboa, cuja primeira pedra foi a construção de uma pensão. Esta respondia não só às necessidades de uma crescente procura, mas também aos sonhos e espírito dos seus mentores. O estabelecimento ficava a meio da Avenida da Liberdade, vizinho da propriedade de Frederico Lima Mayer onde estava em construção o Cine-Teatro Tivoli, ao qual pediu emprestado o nome e o primeiro logótipo: o ramo de flores evocativo dos Jardins Tivoli, os Parques de Recreio dos séculos XVIII e XIX de Copenhaga, Madrid e Paris e que buscaram, por sua vez, inspiração em Roma. É assim que, no final de 1927, nasce a Pensão Tivoli. Enquanto a governanta Salomé, com a sua

comida “pura, saborosa e doméstica” alimentava aquela que era “a melhor casa de Lisboa”, conforme anunciava a publicidade feita, os dois sócios tratavam de engordar o seu empreendimento, ganhando mais quartos e conquistando novos espaços, arrendados num edifício ao lado. O sucesso do negócio levou os dois sócios a procurar um novo espaço, mais de acordo com as suas ambições. Do outro lado da Avenida da Liberdade descobrem um imóvel, propriedade do comendador António Duarte Martins, também ele beirão, com fortuna feita no Brasil e que no regresso nos anos 30 comprara aquele que era conhecido pelo Palacete Rosa Damasceno, uma actriz de renome nessa época. Foi aí que nasceu o hotel Tivoli. A inauguração e abertura de portas, a 19 de


25


NEGÓCIOS

Março de 1933, foi notícia dos jornais da época. O Jornal “O século” dizia que a inauguração “reuniria o que há mais distinto na nossa sociedade”, a “A Voz” escrevia que “o novo hotel reúne um conjunto de predicados que talvez nenhum outro estabelecimento possua” e o “Diário de Lisboa” punha em título “Conforto de um Palace a preços acessíveis”. O hotel foi classificado como de 2ª categoria, tendo como concorrentes o Hotel de L’Europe, na Praça Luís de Camões e o Grande Hotel de Inglaterra, nos Restauradores. Mas a sua ambição era jogar no mesmo campeonato do Hotel Aviz, construído oito meses depois, o primeiro hotel de Luxo da cidade. Com o traço do arquitecto Nobre Júnior, o Tivoli contemplava 10 apartamentos, um jardim interior, bar, salão de jogos e cabeleireiro, 45 quartos e oito casas de banho privativas. Faltava-lhe uma para ascender à 1.ª categoria, um esquecimento reparado meses depois. Em Maio de 1934 são construídos dois novos andares, a cave é ocupada e o pátio interior transformado em jardim de inverno. Dois anos depois a porta principal passa a ser giratória. E é por ela que começa a entrar uma vaga de hóspede estrangeiros, refugiados da Guerra Civil Espanhola e, mais tarde, da II Guerra Mundial. A desgraça de uns era a sorte de outros, em especial de Portugal, país neutral e geo-estrategicamente colocado no epicentro da saída de refugiados europeus para os Estado Unidos, do comércio mundial de volfrâmio e da espionagem mundial. 26

O T i v o l i Pa l ác i o fa z pa rt e d e u m g r u po d e c i n c o h ot é i s q u e i n t e g r a A tivoli collection.

Em meados de 1936, o hotel Tivoli apresenta-se com 70 quartos, 20 dos quais com casa de banho privativa. Um excelente cartão-de-visita que os “corretores”, vestidos a rigor e com a inscrição de hotel Tivoli no chapéu, anunciavam nas principais entradas da cidade. Nas estações de comboio, nos portos e na aerogare dos hidroaviões que chegavam e partiam de Lisboa, esta rede de angariadores garantia a promoção da unidade hoteleira, já então classificado como de 1.ª categoria. Fosse no bar, que ganhara uma porta de acesso para a rua em 1942, fosse no seu interior, para conspirar, comprar e vender informações, ou simplesmente para serem vistos, personagens dos mundos da política, da espionagem, da economia e da alta sociedade cruzavam-se entre as paredes do hotel Tivoli. Uma verdadeira torre de Babel deambulava pelos corredores, atraída também pela cozinha afamada do chefe Armindo Teixeira. Com o negócio a correr de feição, a firma Duarte, Cardoso & Machaz, que reunia os dois amigos beirões e o Comendador Duarte Martins, financiador e dono do edifício do

Hotel, lícita e compra, em Junho de 1941, um imóvel contíguo: o palacete do Conde de Sucena. Estava aberta, em 1942, a via da expansão do hotel, que viria inicialmente a esbarrar na burocracia camarária. O projecto de ampliação, que deveria juntar os palacetes Rosa Damasceno e do Conde de Sucena, e para o qual é chamado o arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, é indeferido numa primeira fase. Entre respostas camarárias e propostas foram necessários 13 anos até que o projecto pudesse avançar. Em Junho de 1949, a Sociedade Hotel Tivoli, onde Machaz e Cardoso eram sócios, compra o palacete Rosa Damasceno, onde eram inquilinos de Duarte Martins. Resolvida a questão da propriedade dos imóveis, agora sob controlo da sociedade, os dois sócios avançam com novas obras e um novo acrescento nas dependências traseiras, onde surgem mais quartos com casa de banho privativa e mais andares, acoplados a um terraço. Com os anos 50 surge a necessidade de dar resposta a um turismo de um novo tipo.


d a e s q u e r d a pa r a a d i r e i ta : T i v o l i S ã o Pa u l o - Mo f a r r e j ; S PA d o T i v o l i V i c t o r i a , e m V i l a m o u r a ; át r i o d o T i v o l i L i s b o a À Es q u e r d a e m b a i x o : R e s i d e n c e s at V i c t o r i a C l u b e d e Go l f e , e m V i l a m o u r a

Hotelaria de Excelência Com 12 unidades em Portugal e duas no Brasil, o grupo Tivoli Hotels & Resorts é umas das principais cadeias hoteleiras portuguesas, com cerca de 3000 quartos, em unidades de quatro e cinco estrelas.

Uma unidade hoteleira que se prolonga, sem ligação, por dois antigos prédios de habitação, parece ter os dias contados. Novos tempos impunham outro modelo. Exigiam a construção de raíz de um novo hotel, em lugar dos dois palacetes. Em Julho de 1952, Pardal Monteiro faz o primeiro esboço. Dois anos depois, e enquanto o novo hotel não vê a luz do dia, é acrescentado um novo corpo nas traseiras do palacete de Rosa Damasceno, que resulta num conjunto que se distribui por um unidade de cinco pisos e outra de quatro. A 24 de Maio entra nos serviços camarários o projecto final para o novo hotel, que seria aprovado em Janeiro do ano seguinte. Ainda em 1955, a sociedade aceita o convite para assumir a exploração do Palácio de Seteais, em Sintra, concessionado pelo Estado por 30 anos. Este facto assinala o nascimento do Grupo Hotéis Tivoli. O novo hotel nasce por ocasião do 25.º aniversário do hotel Tivoli e 30 anos após a pensão e a actividade empresarial de Joaquim Machaz e José Francisco Cardoso terem visto a luz do dia. A inauguração da primeira fase

Ainda antes de integrado na Espírito Santo Turismo, os Hotéis Tivoli iniciaram uma expansão que acrescentou ao original Hotel Tivoli Lisboa situado na Avenida da Liberdade, a mais emblemática artéria de Lisboa, o Tivoli Jardim, o Tivoli Palácio de Seteais, o Tivoli Sintra e o Tivoli Coimbra. Com a sua aquisição pelo Grupo Espírito Santo, em 2000, a marca Tivoli vê substancialmente reforçada a sua presença no segmento dos congressos e diversifica a sua oferta turística com as áreas de Lazer e Golfe. Em 2001, abre o Tivoli Oriente, localizado no Parque das Nações, em Lisboa. Três anos depois, é adquirido o Tivoli Marina Portimão, no Algarve. Em 2006, o grupo Tivoli Hotels & Resorts inicia um processo de internacionalização, adquirindo a sua primeira unidade no Brasil: o Tivoli Ecoresort, na Praia do Forte, em Salvador da Bahia. Em Fevereiro de 2009, o grupo abre o seu segundo hotel no Brasil, o Tivoli São Paulo – Mofarrej. Em Portugal, no mês seguinte, abre o sumptuoso Tivoli Victoria, na marina de Vilamoura, no Algarve. Ainda em 2009, o grupo assina com o empresário luso-brasileiro André Jordan, um acordo de gestão das Residences at Victoria Clube de Golfe, os luxuosos apartamentos localizados à frente do Tivoli Victoria. “O facto de 75% dos clientes da Tivoli serem internacionais permite reduzir o impacto da quebra no mercado nacional”, garante Alexandre Solleiro, CEO da Tivoli Hotels & Resorts. Num mercado

competitivo e cada vez mais imaginativo, com “a nossa aposta permanente na excelência e na diferenciação, destaca-se por proporcionarmos experiências únicas”, adianta. Para tal nasceram nos últimos anos parcerias com marcas reconhecidas internacionalmente que trazem valor acrescentado aos serviços prestados. “Estamos a falar da parceria com a Banyan Tree, ao nível dos spa (Elements Spa e Angsana Spa), com o Grupo Flo, ao nível da restauração (Brasserie Flo e Hippopotamus), com o Sergi Arola, no Arola Vintetres, em São Paulo, e ainda com o Purobeach, no Tivoli Marina Vilamoura”. A Tivoli Collection integra cinco hotéis seleccionados, focados na hotelaria de excelência. São eles o Tivoli Lisboa, Tivoli Palácio de Seteais e Tivoli Victoria e as unidades brasileiras da rede, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte e Tivoli São Paulo – Mofarrej. Ao integrar a Global Hotel Alliance, a maior aliança mundial de marcas de hotéis de luxo independentes das grandes cadeias internacionais, a Tivoli Hotel & Resorts tem à disposição dos clientes o programa de fidelização GHA Discovery, que atingiu, “ao fim de pouco mais de três anos, um número recorde de três milhões de membros”. No caso específico da Tivoli Hotels & Resorts, o crescimento tem sido exponencial, com “70 mil membros angariados até ao final de 2012, um aumento de cerca de 48% face ao ano anterior”. A GHA Discovery proporciona, através de um programa de pontos, experiências locais, que vão de “um ‘workshop’ de cozinha com o ‘chef’ do restaurante em Lisboa, a uma saída para o mar com pescadores do Algarve, ou um romântico passeio de charrete com um piquenique na serra de Sintra”. l 27


NEGÓCIOS

Es p l a n a d a d o T i v o l i V i c t o r i a , e m frente à marina de Vilamoura

Passeio da Fama Como qualquer hotel que se preze, apesar da discrição e privacidade garantida, o Tivoli gosta de acolher nos seus aposentos celebridades das mais diversas áreas. Do cinema à música, passando pela literatura e política, o hotel Tivoli assistiu e assiste ainda hoje a um contínuo desfilar de gente que se destaca. O Dalai Lama e Fidel Castro são alguns nomes que constam do livro de honra, numa lista que inclui ainda o ex-premier britânico Tony Blair, o antigo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso e muitos outros políticos e líderes mundiais. Na música, o rol de clientes inclui Aznavour, Piazzola, Rubinstein e Caetano Veloso. Também por lá passaram as actrizes Bo Derek e Geraldine Chaplin e os actores Gregory Peck, Roger Moore e Henry Fonda. A galeria de artistas e escritores é igualmente famosa, incluindo Jorge Amado, José Saramago ou José Cardoso Pires, os pintores Henrique Medina e Vieira da Silva e muitos outros nomes famosos. Entre um rol interminável de VIPs, dois merecem destaque, pela sua singularidade: a actriz Beatriz Costa, que dali fez sua casa, no quarto 600 a partir de 1967, e o bilionário António Champalimaud, que aí viveu uma longa temporada. l 28

ocorre em Julho de 1957. No número 185 da Avenida da Liberdade, no lugar do antigo Palacete Conde de Sucena, ergue-se agora um novo edifício, paredes meias com o velho Tivoli, com os seus oito pisos e 201 quatros equipados com todas as comodidades modernas. Do projecto, assinado por Pardal Monteiro, destaca-se o monumental átrio de entrada ladeado por colunas de mármore, inspirado no hall do Grand Hotel de Paris. Uma das novidades é o restaurante ‘dancing’ no terraço, ao nível do 9.º andar. Novo e velho Tivoli coabitarão, lado-a-lado, durante dois anos. A segunda fase é projectada já não pelo risco de Pardal Monteiro, mas pelo do seu sobrinho, António Pedro Pardal Monteiro, a que se junte Anselmo Fernandez, futuro treinador do Sporting e co-autor do antigo Estádio José de Alvalade. Inaugurada em Abril de 1961, acrescenta uma segunda ala de 7 pisos e 151 quartos, no terreno do antigo palacete Rosa Damasceno. Os dois palacetes do século XIX davam lugar a um hotel moderno do século XX, com um total de 302 quartos, 15 dos quais suites, distribuídos por 13 pisos: oito, de quartos para avenida da Liberdade e sete com frente para uma rua lateral. Tudo somado o novo Tivoli oferece 302 quartos, 15 dos quais suites. Em 1964, o capital social da Sociedade, que se mantinha desde a fundação, há 30 anos, em 15 contos, é actualizado para 5 mil contos. Os sócios e as quotas mantinham-se: 50% para cada um dos dois sócios fundadores. O Tivoli Jardim, um hotel de 2.ª classe nas traseiras do Tivoli original nasce em Abril de 1969. Em paralelo avança a terceira e última fase de expansão e modernização do hotel. Iniciada em meados de 1971 e concluída em Janeiro de 1974, acrescenta mais oito pisos e 42 quartos. Ainda em 1972, a 13 de Setembro, o hotel consegue a classificação de 5 estrelas. A revolução de Abril de 1974 traz uma nova ordem política. E é na democracia que um novo quadro jurídico da empresa nasce com um novo pacto social, com a entrada em cena dos filhos dos dois sócios fundadores. António Gonçalves Machaz, terceiro filho de Joaquim, e Manuel Mergulhão Cardoso, o quinto filho de José Francisco, já se mantinham em contacto permanente com o hotel Tivoli Seteais e o hotel Tivoli Jardim, desde 1969. A sucessão procedeu-se assim de uma forma natural. Com a morte de Joaquim

Machaz, em Maio de 1980, quando José Francisco Cardoso contava já com 84 anos, concretiza-se a passagem do testemunho. Com 50 anos, o hotel Tivoli rejuvenesce com o Clube Tivoli, aberto a 23 de Junho 1983. Escondido por detrás da fachada na avenida ergue-se uma piscina, um ‘court’ de ténis, loja de desporto, bar, esplanada e, numa segunda fase, um health club com sauna, solário e ginásio. Por esses anos, com Portugal a preparar o caminho da Europa Comunitária, dá-se remodelação de quartos e do hall e o falecimento de José Francisco Cardoso. Era o fim de uma era e nascimento de outra, que marcaria a entrada de novos sócios no capital da empresa. A 1 de Abril de 1985, a Mague, sociedade controlada pela família Vaz Guedes, toma 50% do capital, que é reforçado, no mês seguinte, para 1 milhão de contos. No Conselho de Administração, além da Mague, mantém-se os dois filhos dos sócios fundadores, em representação de 25% do capital, cada um. Em 1987, o capital é de novo aumentado, para 1,7 milhões de contos. Cinco anos depois, em 1992, as famílias dos fundadores abandonam o Tivoli, aceitando vender os seus 50% no capital à Mague, que fica assim como única accionista dos hotéis Tivoli, entretanto transformada em Sociedade Anónima e numa cadeia hoteleira com cinco unidades: Tivoli Lisboa, Tivoli Palácio de Seteais, Tivoli Jardim, Tivoli Sintra e Tivoli Coimbra É um intricado jogo de participações sociais que acaba por encurtar a presença da Mague como accionista da empresa. Dono de uma posição de 10% na Mague, o Grupo Espírito Santo aceita, a troco de uma participação na Espírito Santo Internacional Holding, e a pouco dias de fechar 2000, integrar os hotéis Tivoli na Espírito Santo Turismo. Depois de novas remodelações (poucos hotéis sofreram tantas mudanças de cara como o hotel Tivoli Lisboa), a inauguração da Brasserie Flo de Lisboa, em 2008, marcou as celebrações do 75.º aniversário do hotel. Período que ficou registado para a eternidade com a edição do livro do historiador Carlos Alberto Damas “Hotel Tivoli Lisboa”, que passou a pente fino todos os episódios que decorreram no mítico hotel da Avenida da Liberdade nesses 75 anos de história. l


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I n t e rc â m bi o

P o rt ugal é um m e rc a d o estr atégico pa r a a Glob o

Catarina da Ponte

O t e r c e i r o m a i o r g r u p o d e t e l e v i s ã o d o m u n d o fa l a p o r t u g u ê s e e x p o r ta c o n t e ú d o s pa r a m a i s d e u m a c e n t e n a d e pa í s e s . H á m a i s d e 3 0 a n o s q u e a s n o v e l a s da G l o b o s ã o e m i t i da s e m Po r t u g a l . E m 2 0 0 7, a e m i s s o r a b r a s i l e i r a l a n ç o u u m c a n a l p o r c a b o e m Po r t u g a l e , n o a n o pa s s a d o , i n s ta l o u a s u a s e d e e u r o p e i a n o c o r a ç ã o d e L i s b o a .

S

e nas palavras de Fernando Pessoa “a minha Pátria é a minha língua”, hoje, mais de 200 milhões de pessoas têm como pátria a língua portuguesa. Os laços existentes entre Brasil e Portugal perduram há cinco séculos e, no que concerne às sinergias na teledramartugia, esta é uma parceria de sucesso. Prova disso são o Emmy Internacional ganho pela telenovela “Laços de Sangue” ou as audiências da “Dancing Days”, co-produzidas pelos brasileiros da Globo e pela pelos portugueses da SIC. Com dois canais no cabo em Portugal, um em sinal aberto da Zon (Globo) e um premium nas restantes operadoras (TV Globo Premium), a emissora brasileira quer apostar cada vez mais no mercado português. “A nossa relação com o público português já vem desde os anos 70 e continuamos a manter essa ligação, com um intercâmbio cada vez maior de actores e outros profissionais ,ou através de co-produções com a SIC que se têm revelado um enorme sucesso de audiên30

cias”, afirmou recentemente ao site “A Televisão”, Ricardo Pereira, o director da Globo Portugal. Com cerca de 40 mil assinantes, a TV Globo Premium já é uma aposta ganha. “A Globo tem verificado uma dinâmica muito positiva na televisão por assinatura em Portugal, através da diversificação de ofertas, funcionalidades e abertura de novos canais e conteúdos. Queremos ser a melhor opção de conteúdo brasileiro no cabo, em Portugal”, explicou Ricardo Scalamandré, director da Central de Negócios Internacionais da Globo, ao portal brasileiro “Povo Online”. O grupo de comunicação social brasileiro está focado em tornar-se um sólido player internacional e Portugal é uma aposta estratégica para chegar não só ao mercado europeu, mas também a África. Para Ricardo Scalmandré, a abertura da sede em Lisboa colocou a empresa mais próxima de Angola, um mercado muito valioso para o grupo, onde conta com mais de 220 mil assinantes. No Brasil, a Rede Globo alcança actual-


Foto fernando piçarra

mente 99,50% de telespectadores, praticamente toda a população brasileira. A rede detém 28 grupos de comunicação e 9.600 profissionais. No mundo, a Globo TV International distribui programas para mais de 130 países, oferecendo mais de 300 títulos de dramaturgia. O canal TV Globo Internacional, lançado em 1999, conta com 500 mil assinantes ‘premium’ no mundo, em 114 países nos cinco continentes. O canal é transmitido por dois sinais de satélite, o primeiro abrange a Europa, o Oriente Médio e África, com sinal adptado para a TV Globo Portugal, e o segundo cobre a região das Américas e Oceania, com adaptação para o Japão. O sucesso da receita está espelhado nos números apresentados pela Globo Comunicação e Participações, a holding e o braço financeiro das Organizações Globo, que fechou 2012 com um lucro de 1,06 mil milhões de euros, um aumento de 36% em relação ao ano anterior. O volume de negócios acompanhou a tendência dos resultados, subindo 34,4% para 4,53 mil milhões de euros, em vendas de publicidade e serviços a terceiros. l

ENTREVISTA R i c a r d o P e r e i r a a c t o r p o r t u g u ê s c o n t r ata d o p e l a G l o b o

“É muito importante que Lisboa seja a base internacional da Globo” O actor português Ricardo Pereira, foi o primeiro protagonista estrangeiro a participar numa novela da rede brasileira e foi o embaixador do Ano Brasil Portugal. Ricardo Pereira foi o primeiro protagonista português a entrar numa novela da rede Globo? Como é que surgiu esta oportunidade? No início achava que tinha sido o primeiro português a participar numa novela da rede Globo, mas depois descobri que fui também o primeiro

estrangeiro a desempenhar um papel principal nesta rede televisiva. Nos finais de 2004 fui contactado pela TV Globo para participar numa novela que se chamava “Como uma Onda”, escrita pelo Walther Negrão, em que me cabia protagonizar o papel do açoriano Daniel Cascaes. É nessa pele, que aparece 31


NEGÓCIOS

Foto fernando piçarra

“a G l o b o i n s t a l o u - s e em p ortugal, não só pa r a t e r u m a b a s e n a e u r o pa , m a s ta m b é m pa r a d i f u n d i r c o n t e ú d o s pa r a o s pa í s e s d e l i n g ua p o r t u g u e s a”.

pela primeira vez na TV Globo um cidadão não brasileiro numa novela, situação que causou bastante impacto na altura. As telenovelas no Brasil têm muita força e o facto de um cidadão não-brasileiro estar num lugar de destaque numa produção de teledramaturgia causou muito “burburim”. Entrei “com o pé direito” num novo mercado, com o qual trabalhava apenas nas áreas da publicidade e festivais, mas no qual nunca tinha tido uma experiência em teatro e cinema. Portanto, 2004 foi para mim um ponto de partida importantíssimo no mercado brasileiro, numa televisão como a TV Globo, que é a terceira maior do mundo, no paraíso das novelas (à data, já fazia muitas novelas aqui em Portugal).

Exposição: “A História da

Telenovela Brasileira – Viagem ao Mundo da Ficção” Este ano, celebra-se o sexagésimo aniversário da novela brasileira e, como tal, a sede da TV Globo europeia, sedeada no número14 da Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, vai acolher entre os dias 24 de Junho e 30 de Agosto a exposição “A História da Telenovela Brasileira – Viagem ao Mundo da Ficção” de entrada gratuita. Esta mostra pretende dar a conhecer objectos que fizeram parte da história das novelas, nomeadamente objectos de época, guardaroupa e painéis com informações e fotografias relevantes. Esta exposição que já foi mostrada anteriormente em várias zonas do Brasil, em Lisboa terá uma área específica dedicada às co-produções e sinergias na teledramartugia entre Portugal-Brasil. l

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A qualidade produção novelística portuguesa fica aquém da brasileira? As novelas portuguesas ganharam os maiores dois prémios internacionais a nível de conteúdo televisivo, o que atesta a nossa qualidade. A grande diferença é o volume de investimento nas produções. O Brasil é o país das novelas e a Globo é o canal das novelas. Quando se compara uma novela portuguesa com uma brasileira, o que se sente é sem dúvida uma diferença no investimento do produto, e isso é visível no retorno publicitário. Mas as novelas portuguesas têm também muita qualidade e têm sido exportadas. Tem havido sinergias entre Portugal e o Brasil? Sim, isso já acontece há muito tempo. Lembro-me que a minha primeira novela

para a RTP, em 1999, foi a “Senhora das Águas”. Nessa novela o meu padrasto era o Oscar Magrini e a minha namorada era a Juliana Maroni, ou seja, já trabalhava com dois brasileiros. Sempre houve uma troca cultural entre os dois países, não só em televisão, mas também no teatro e no cinema. Se calhar, hoje, para além da parte cultural, exportamos também muitos outros conteúdos. Houve um período em que a cultura brasileira nos chegava de uma forma mais fácil e a nossa cultura chegava ao Brasil em menor escala. Hoje, Portugal exporta de tudo: teatro, cinema, actores, música, escritores… O facto de termos a sede da Globo Internacional em Lisboa, pode ajudar a exportar conteúdos portugueses? Sim, acho que ajudará também a trazer muita interacção com o nosso público. A Globo instalou-se em Portugal não só para ter uma base na Europa, de notícias, de conteúdos e de programação feita em Portugal, mas também para difundir conteúdos para os países de língua portuguesa, para trazer actores, técnicos, directores para organizar workshops, promover encontros culturais, etc. É esse o papel da Globo: difundir as suas mais-valias, que são inúmeras. Eu tenho integrado muitos projectos da TV Globo em Portugal, no Brasil, e noutros pontos da Europa. A Globo quer estar perto de toda a gente e tem conseguido fazê-lo através dos encontros culturais que proporciona. É muito importante que o nosso país tenha sido escolhido para essa base da TV Globo Internacional. l


há um banco que está a ajudar o país a dar a volta. SOMOS UMA FORÇA COM MAIS DE 4 MILHÕES DE CLIENTES. Nunca teve aquela sensação de que o seu mundo estava a mudar? Talvez nunca tanto como agora. É precisamente nestas alturas que é importante saber que há um banco que o apoia nos seus projetos e investe no seu país.

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NEGÓCIOS

I n v e st i m e n to à l a c a rt e Q u e r i n v e s t i r e m P o r t u g a l , m a s fa lta - l h e i n f o r m a ç ã o ? N ã o s a b e o n d e e s tã o a s g r a n d e s o p o r t u n i d a d e s ? Pa r a r e s o lv e r o p r o b l e m a , a AI C E P, o r g a n i s m o d e p r o m o ç ã o d e P o r t u g a l n o e x t e r i o r , p r e pa r o u d o s s i ê s e s p e c i a i s s o b r e c at o r z e s e c t o r e s e s t r at é g i c o s pa r a i n v e s t i d o r e s e s t r a n g e i r o s .

JOÃO BÉNARD GARCIA

Porquê Portugal? Foi com base nesta pergunta simples que a AICEP criou um vídeo promocional onde revela, aos potenciais investidores, como Portugal é um país moderno, cheio de vantagens competitivas e onde vale a pena apostar. A agência nacional que puxa pelas exportações e pelo investimento não se ficou todavia pelas constata-

Aeronáutica

Automóvel

É considerado um dos principais sectores para captação de investimento. Depois do mega-investimento do gigante aeronáutico brasileiro Embraer em Évora, tudo aponta para o desenvolvimento sustentado de um ‘cluster’ aeronáutico. l

A unidade da VW Autoeuropa, em Setúbal, continua a investir de forma sustentada e é uma das mais modernas fábricas de automóveis europeias. Mas não está sozinha, por cá continuam a apostar a Continental Mabor, a PSA Peugeot Citroen, a Renault e muitas multinacionais de componentes. l

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ções: escolheu agora os 14 sectores estratégicos onde vale mesmo a pena investir. Elaborou dossiês completos, que serão distribuídos a escritórios de advogados, a consultoras e a fundos nacionais ou estrangeiros. Uma espécie de menu para quem lida directamente com investidores interessados em Portugal. Conheça as apostas da AICEP.

Agricultura, Pesca e Agroindústria A Nestlé conhece as potencialidades do país e por isso continua a investir num sector onde o investimento estrangeiro marca uma presença forte, com particular destaque para os grupos de origem espanhola, como a Campofrio, e francesas, como a Danone, entre muitas outras. l

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) A empresa chinesa de tecnologias e soluções de comunicação Huawei e a norte-americana Cisco Systems sabem como Portugal é competitivo na prestação de serviços públicos electrónicos. l


p e d ro presidente

da

r eis

AI C E P

P o rt u g a l

“Há uma floresta burocrática que é preciso desbastar” Pode afirmar-se que a burocracia continua a ser o maior problema e o pior entrave ao investimento estrangeiro em Portugal? Têm sido efectuados avanços significativos no sentido de implementar várias medidas de simplificação de procedimentos administrativos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer no sentido de fazer um ‘upgrade’, determinante à proposta de valor do nosso país como destino atractivo de investimento. Concretamente, quais são os principais custos de contexto que desmotivam os investidores? Não serei exaustivo, mas posso referir algumas áreas onde é decisivo actuar: ao nível do ambiente e ordenamento do território, há que diminuir a complexidade e a morosidade nos licenciamentos; ao nível

do licenciamento das actividades industriais, comerciais e turísticas há ainda avanços que podem ser feitos para ganharmos celeridade; mas também no que diz respeito às autorizações camarárias, tornando-as mais rápidas e previsíveis, ou ainda em tudo o que diga respeito ao tema da justiça económica. Há toda uma floresta de burocracia administrativa que é preciso desbastar. Medidas como o ‘supercrédito fiscal’ para investidores estrangeiros, por exemplo, podem ser vistas como boas alavancas para estimular o investimento? É justo afirmar que vejo com bons olhos a sinalização do ‘supercrédito fiscal’ como algo que está a mudar na política em relação à fiscalidade em Portugal. Leio a entrada em vigor desta medida como um sinal 35


NEGÓCIOS

Indústria Mineira É a grande redescoberta do início do século XXI. O sector está ao rubro com elevada procura internacional. Portugal está dianteira com investimentos como o da empresa canadiana Colt Resources. l

Centros de Serviços Partilhados

Indústria Química e Petroquímica

A multinacional Xerox foi uma das empresas que acreditou em Portugal e por isso apostou num Global Delivery Centre em 2010, um investimento total de três milhões de euros. l

A HIKMA, um grupo farmacêutico multinacional de origem jordana investiu mais 12 milhões de euros, em 2012, e muitas mais são as multinacionais interessadas em investir em Portugal. l

Outras áreas estratégicas Além destes oito sectores supra-referidos, o relatório da AICEP destaca como boas apostas o investimento em biotecnologia, construção e reparação naval, energias renováveis e a mobilidade eléctrica, papel e pasta de papel, moldes, materiais de Construção, têxtil e vestuário. l

trunfos geoestratégicos de portugal

Rede viária O país possui uma das redes mais desenvolvidas da Europa, com mais de 13.200km, fruto do fomento de grandes obras públicas na década de 90 do século passado. Todos os anos passam nas suas vias de perfil rápido cerca de 200 milhões de toneladas de mercadorias, essencialmente rumo à Europa. l

36

Telecomunicações

Portos A localização geográfica privilegiada de Portugal, por muitos considerado a porta atlântica do continente europeu, oferece condições ímpares Rede ferroviária aos nove portos nacionais para se tornarem os Atravessa neste eleitos da entrada de momento um dos mercadorias na Europa. maiores desafios à sua O porto de águas existência: o de melhorar profundas de Sines o serviço prestado pelos é considerado pelos seus quase 2.850km, de se operadores mundiais afirmar como alternativa como uma das economicamente infraestruturas europeias viável face à rodovia e com mais elevado o de se integrar na rede potencial. l Ibérica, assegurando a intermodalidade e a ligação às redes transeuropeias. l

Aeroportos O país está dotado de três aeroportos internacionais, doze nacionais, 38 aeródromos e onze heliportos certificados e recebe todos os anos uma média de 30 milhões de passageiros. l

A liberalização do mercado de redes fixas, móveis e de serviços de dados (internet) agilizou a modernização das redes, reduzindo o custo dos serviços e generalizando a sua utilização. Portugal é um dos países europeus com maior taxa de penetração de telefonia móvel, um dos primeiros a introduzir a quarta geração destes serviços e um país onde 35% da população está ligada à internet em banda larga móvel. A maioria dos serviços públicos está disponível por via electrónica. l


muito importante para a reforma do imposto sobre as empresas (IRC), que deve merecer – e faço esse apelo – um consenso partidário tão amplo quanto possível. Temos que garantir estabilidade e previsibilidade, o que é essencial para os investidores. Num contexto de complexa crise mundial, Portugal continua a ser um destino atractivo para investir? Apesar da crise internacional, Portugal continua a ser um destino bastante procurado para projectos de investimento directo no âmbito de estratégias globais de internacionalização. A prová-lo, estão os contratos de investimento que a AICEP celebrou no ano passado no valor de 1,3 mil milhões de euros e, já neste primeiro trimestre, no valor total de 400 milhões. À margem da crise da dívida e da assistência financeira internacional, no campeonato das Nações, Portugal está, ou não, relativamente bem posicionado em termos de factores de atractividade? Os factores de atractividade que os promotores de projectos de investimentos produtivos têm em consideração nas suas tomadas de decisão, relativamente à escolha dos países que consideram atractivos para a respectiva localização dos seus investimentos, têm a ver com posicionamento geoestratégico, competitividade fiscal, celeridade da justiça, flexibilidade laboral, nível de burocracia, entre outros. Qual o impacto que a crise da dívida, mais o facto de Portugal ser normalmente referenciado negativamente na imprensa internacional, tem na imagem externa que os decisores e investidores têm do país? O país, continuando a ser uma democracia estável, um país pacífico e a restabelecer gradualmente a sua posição e a sua imagem como país cumpridor e comprometido em honrar os seus compromissos internacionais – e que está a fazer reformas estruturais importantes – mantém a possibilidade de competir com outros destinos atractivos no que se refere às vantagens competitivas e comparativas para o estabelecimento de negócios internacionais. Como pensa a AICEP reposicionar a proposta de valor do país, trabalhando e melhorando a mudança de imagem de Portugal? A AICEP trabalha diariamente na construção da imagem do país junto dos decisores internacionais, não só promovendo o que temos de melhor, mas apoiando de forma pragmática e orientada para resultados as empresas interessadas em investir em Portugal – ou apostadas em ter como parceiras de negócios as empresas portuguesas – mostrando-lhes como, apesar das adversidades, há tantos e tão bons exemplos de sucesso. Os 14 sectores de investimento agora eleitos como estratégicos pela AICEP são o resultado de consultas e de um exaustivo estudo preliminar. Como se concluiu serem estas, e não outras, as áreas eleitas como prioritárias para captação de investimento internacional? Considerando que a apresentação de áreas de actividade onde Portugal detém já competências comprovadas ou grande potencial

para instalação de projectos produtivos. A abordagem a potenciais investidores beneficiará da customização de propostas e da identificação de oportunidades de produção, numa perspectiva de substituição de importações e de integração da cadeia de valor do produto/sector. Porque motivo foram excluídos alguns sectores considerados importantes para a economia nacional, como por exemplo a hotelaria e o turismo? O primeiro conjunto de sectores para os quais foram produzidos dossiês temáticos específicos teve em linha de conta essa circunstância, apesar de, em particular em relação ao turismo, termos os activos identificados e de os divulgarmos amplamente no exterior, através da nossa rede e em particular no âmbito das missões empresariais que temos realizado. Referi a hotelaria e o Turismo, mas poderia enunciar o imobiliário, os transportes, os portos e a logística, áreas em que Portugal, nos últimos anos, perdeu alguma, ou mesmo muita, capacidade de captar investimento produtivo? Não se esgotam neste grupo que agora propomos os sectores onde Portugal pode, e deve, procurar atrair mais investimento e estamos por isso em fase de debate sobre o próximo conjunto de sectores a trabalhar. Pretende-se, obviamente, atrair mais projectos de actividade produtoras de bens ou serviços, criadoras de emprego e de exportação, a partir das competências que o país detém a vários níveis. l 37


NEGÓCIOS

AR T E

C h e go u a h o r a d o o n l ine O s m e r c a d o s a lt e r a r a m - s e e o c o m é r c i o d e a r t e online é uma realidade cada vez mais presente, g a n h a n d o q u o ta a o s c a n a i s t r a d i c i o n a i s . O s novos compradores dispensam intermediários e t ê m a a q u i s i ç ã o d e u m a o b r a - d e - a r t e à d i s tâ n c i a de um clique.

A

Catarina da Ponte

pesar de o mercado de arte tradicional se basear eminentemente na transacção do objecto físico, estamos a assistir a uma mudança de paradigma na venda e aquisição de obras de arte. Um estudo sobre as tendências do mercado de arte, publicado em Abril pela seguradora internacional Hiscox e pela

38

ArtTactic, uma empresa londrina especializada na investigação e análise do mercado da arte, revela que as plataformas de venda online têm permitido aos artistas venderem directamente a coleccionadores, sem a intermediação de galerias ou marchands. O estudo revela também que as iniciativas que tinham lugar habitual nas galerias ou num contexto museológico estão a ser transpostas para o online. A Saatchi Online,

que em 2011 foi pioneira neste campo e que conta já com mais de 100 mil artistas em carteira, é o melhor exemplo. Em 2012, Rebecca Wilson, directora da Saatchi Gallery, em Londres, e membro da administração da Saatchhi Online, conseguiu reunir um grupo considerável de curadores de várias instituições para seleccionar dez trabalhos de artistas, entre os mais de 100 mil em exibição no site. Do elenco de convidados fizeram parte profissionais do MoMa, o Museum of Modern Art de Nova Iorque, do LACMA, o Los Angeles County Museum of Art, do Palais de Tokyo (Paris), do Kunsthalle Vienna, do Hirshhorn Museum and Sculpture Garden (Washington) e da Manifesta 8 (Espanha), entre outros, demonstrando que o mercado de arte online também pode ser legitimado pelo ‘expertise’ de grandes nomes mundiais da curadoria. As novas plataformas online estão também a gerar uma nova audiência para artistas, galerias e museus. Artsy, VIP, Artspace, Artfinder e Exibition A, são exemplos do mundo digital que garantem para as obras das galerias e dos artistas uma audiência que dificilmente conseguiriam atingir com uma mera exposição. Outra tendência detectada pelo estudo indica que os leilões online estão ganhar importância face aos leilões tradicionais. Quando a Sotheby’s lançou, em 1999, o primeiro leilão


mercado online

players

O mercado de arte online está a crescer e a ganhar quota aos canais tradicionais.

Mercado global de arte 2012

€42 mil milhões

As mulheres preferem comprar arte em galerias online. Já os homens apostam mais nos leilões online.

quem compra online Já comprou arte online?

22% Site online

64%

€658 milhões

36%

Sim Não

+19%

72%

taxa de crescimento ao ano

€1,6 Mil Milhões

online de arte, em parceria com a Amazon, as casas de leilões tradicionais aperceberam-se imediatamente do potencial da internet como plataforma de venda. Em 2010 começaram a surgir, inclusivamente, aplicações para iPhone e iPad para a licitação de obras de arte. Por outro lado, e ao mesmo tempo que as leiloeiras tradicionais estão a ganhar presença online, começam também a surgir leiloeiras exclusivamente online como a Artnet Auctions, a Artprice e a Paddle8, que dispensam os espaços físicos. Um novo consumidor O comportamento do consumidor de arte também sofreu alterações. Dos coleccionadores inquiridos pelo estudo, quase dois terços afirmaram comprar arte online sem verem o objecto físico e com pouca ou nenhuma interacção com o vendedor. Mais impressionante ainda é o facto de cerca de 71% dos compradores fazerem as suas aquisições com base numa imagem digital. No entanto, a reputação e a confiança ainda são aspectos críticos no mercado online, o que dá vantagens às galerias de arte tradicionais, sobretudo no que concerne à proveniência e autenticidade das obras. Um aspecto valorizado por quatro em cinco dos inquiridos pelo estudo. E se neste campo os ‘players’ do mercado offline levam um avanço significativo, ao capitalizarem com a sua reputação e ‘know-how’, o certo é

Leilão online

31% 26%

Site online

2017

Estima-se que em 5 anos as vendas virtuais crescam 19% ao ano.

Galeria online

52%

quem vende online

2012

48%

56%

1,6% de vendas online

estimativa de vendas online

Galeria online

Leilão online

28%

que a maioria das galerias tradicionais está a despertar para a nova realidade e tenciona implementar uma estratégia ‘e-commerce’ nos próximos meses. O preço não é uma barreira no mercado de arte online. Mais de um quarto dos coleccionadores afirma ter gasto mais de 50 mil dólares em leiloeiras e galerias online. Edições limitadas e fotografia estão no topo dos trabalhos mais vendidos nestes canais, mas cerca de 45% dos coleccionadores inquiridos compraram originais de pintura sem verem

10 plataformas para comprar online 1. Artsy (www.artsy.net) 2. VIP (www.vipart.com) 3. Artspace (www.artspace.com) 4. Artfinder (www.artfinder.com) 5. Exhibition A (www.exhibitiona.com) 6. Saatchi Online (www.saatchionline.com) 7. BidNow, Sotheby’s online (www. sothebys.com) 8. Artnet Auctions (www.artnet.com) 9. Artprice (www.artprice.com) 10. Paddle8 (www.paddle8.com)

novos clientes clientes existentes

41%

das galerias ainda não têm estratégia de vendas online

as obras fisicamente. Quase metade dos compradores na faixa dos 25 a 29 anos já adquiriu arte através da internet e afirma ser provável repetir a experiência nos próximos tempos, o que sugere que está a nascer uma nova geração de investidores e coleccionadores que privilegia estes canais. E a diferença de comportamento entre gerações neste mercado não é tão evidente como noutros, pois mais de metade dos inquiridos com idade superior a 65 anos comprou arte directamente em plataformas online e 82% afirma ter comprado um trabalho de arte baseado numa imagem digital. Já o género desempenha um papel fundamental nos padrões de comportamento de compra de arte online: 70% de homens versus 55% de mulheres. As mulheres preferem comprar arte através dos sites das galerias convencionais ou de galerias online, enquanto os homens se mostram mais inclinados para comprar em leilões online. A relação entre clientes e vendedores está a mudar. Mais de 30% das galerias confessam que as suas vendas têm pouca interacção com o comprador, o que pode querer indicar que se está a assistir a uma mudança de paradigma no tradicional relacionamento entre comprador e galeria. Os novos compradores dispensam intermediários e têm a aquisição de uma obra-de-arte à distância de um clique. l 39


NEGÓCIOS A dvo ga d o s

Em b u s c a d e u m a n ova O rdem S ã o s e t e o s c a n d i d at o s à s u c e ss ã o d e M a r i n h o P i n t o , o b a s t o n á r i o da O r d e m d o s A d v o g a d o s p o r t u g u e s e s , u m a d a s m a i s p o d e r o s a s d o Pa í s . S e i s d e l e s q u e r e m v i r a r a pá g i n a , f r e n t e à c a n d i d at u r a d e E l i n a F r a g a , q u e a ss u m e a c o n t i n u i da d e da e s t r at é g i a d o a c t u a l b a s t o n á r i o n e s t e ú lt i m o s s e i s a n o s . As e l e i ç õ e s e s tã o p r e v i s ta s pa r a o i n í c i o d e D e z e m b r o .

A

primeira particularidade destas eleições, as mais concorridas de sempre para a Ordem dos Advogados (OA), é que seis dos candidatos à sucessão de Marinho Pinto, o actual bastonário, o acusam de querer continuar no poder por interposta pessoa, através da candidatura de Elina Fraga. Marinho Pinto é criticado pelo que dizem ser uma lógica sindicalista, pela utilização da Ordem em função da sua agenda particular e, sobretudo, pelas várias frentes de guerra que abriu na sociedade e na relação com as outras profissões da arquitectura jurídica.

Carlos Renato Teixeira

Apesar deste consenso, vários são os factores que dividem as candidaturas. Do percurso de cada um dos candidatos, às propostas e linhas mestras com que se apresentam a votos. O candidato António Raposo Subtil, lançou o primeiro grande tema de campanha, ao apontar baterias a Elina Fraga pela sua

responsabilidade na aprovação do Estatuto do Advogado, que abriu campo a que profissões não jurídicas entrem nas Sociedades de Advogados. Uma realidade que abrirá caminho ao que António Raposo Subtil garante ser uma privatização da justiça, com todas as consequências que daí podem advir: desvalorização do valor do trabalho e degradação da qualidade da advocacia. Elina Fraga defende-se, argumentando que a abertura das Sociedades a profissões não jurídicas é uma orientação incontornável fruto da imposição do governo. Todos os candidatos se alinham na crítica ao Estatuto, sobretudo pela multidisciplinariedade, que abrirá campo à liberalização da Justiça. No entender

Quem é quem na corrida?

António Raposo Subtil

António Elina Fraga Pragal Colaço Licenciada pela Universidade de

São sete os candidatos a bastonário à Ordem dos Advogados: António Raposo Subtil, António Pragal Colaço, Elina Fraga, Guilherme Figueiredo, Jerónimo Martins, Jorge Neto e Vasco Marques Correia.

Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, exerce na António Raposo Subtil e Associados. Foi presidente do Conselho Distrital de Lisboa no mandato do bastonário Rogério Alves. l

Pragal Colaço está inscrito na Ordem desde 1992, depois de se licenciar na Universidade Internacional. Ficou conhecido pela sua oposição a Vale e Azevedo, quando este era presidente do Benfica. Exerce na Antonio Pragal Colaço e Associados. l

40

Coimbra é actualmente vice-presidente da Ordem e Vogal do Conselho Geral. Exerce a sua sactividade na Sociedade Hernâni Moutinho & Elina Fraga. l


dos críticos do estatuto, esta profissão, apesar de liberal, deve ser exclusivamente exercida por advogados, seja em prática individual ou em Sociedade. Uma realidade que garantirá que a justiça não seja tratada como um qualquer serviço comercial, mas sim como o garante do Estado de Direito, alegam. Elina Fraga, assume-se como a candidata da continuidade. Afirma ser a candidata dos “advogados proletários” contra os advogados “das grandes associações”, instituições que critica abertamente por se comportarem como empresas. Apresenta-se como o garante dos advogados de prática individual. Mas a sua responsabilidade directa na aprovação do Estatuto e na multidisciplinariedade significam que foi a que mais contribuiu, no passado recente, para prejudicar a condição dos advogados, respondem os restantes candidatos. António Raposo Subtil apresenta-se como o candidato que quer rever o Estatuto e recuperar para a Ordem o crédito que, segundo ele, foi perdido ao longo dos dois mandatos de Marinho Pinto. Aposta na juventude e nas provas dadas quando foi presidente do Conselho Distrital de Lisboa. Quer uma

Ordem capaz de representar todos os advogados e diz-se apostado em restabelecer as pontes com as demais profissões jurídicas. Critico também da gestão financeira recente da Ordem, assume que se consegue fazer melhor com menos recursos, à imagem do que foi feito pelos bastonários anteriores a Marinho Pinto. Jerónimo Martins, outro dos candidatos, chegou a fazer parte da equipa de Marinho Pinto, e aborda esta eleição com solenidade. Centra o seu discurso na dignidade da profissão e apela à concórdia e à unidade da classe, refutando a ideia de que há advogados de primeira e de segunda. Vasco Marques Correia veste a pele do candidato profissional, estratégia que o deixa algo refém para apresentar as suas ideias com o desassombro que uma eleição exige. Excepção no ataque à candidatura de Elina Fraga, que também responsabiliza pelos seis últimos anos de mandato. É visto como o candidato das grandes sociedades fruto da sua ligação histórica à PLMJ. No arranque das eleições, foi dos que mais correu atrás das críticas ao

Guilherme Figueiredo

Jerónimo Martins

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, é actualmente Presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados, no Porto, e presidente da Fundação Júlio Resende. Exerce na Guilherme Figueiredo, J M Goiana Mesquita & Associados. l

Vice-Presidente do Conselho Geral da Ordem e Presidente da Comissão dos Direitos Humanos, no primeiro mandato do actual bastonário, Marinho Pinto. Exerce em regime de prática individual. É licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. l

Estatuto do Advogado, não o facto de estar a integrar uma das sociedades que mais tem a ganhar com a multidisciplinariedade. Gilherme Figueiredo é, de todos os candidatos, o que mais se aproximou da crítica de António Raposo Subtil ao Estatuto e à Multidisciplinariedade. É visto como um candidato do Norte, com uma crítica bem articulada do ponto de vista dos seus fundamentos. Tem como cartão-de-visita o seu trabalho à frente do Conselho Distrital do Porto. Jorge Neto avança sobretudo pela dignificação da profissão que entende ser “a mais nobre profissão do mundo”. Ao contrário de todos os outros, é único candidato sem passado na Ordem. Procura transmitir a ideia de que é a candidatura com mais frescura, e defende que o bastonário deve ser uma fonte de consensos e não de conflitos, como tem vindo a ser prática nos últimos anos. António Pragal Colaço, por seu lado, defende que não faz sentido uma multiplicação tão grande de candidaturas, e entende que elas têm mais pontes a unificá-las do que rios a dividi-las. Quer uma Ordem capaz de recuperar o seu prestígio e mais focada nos temas que preocupam os advogados. Até ao fim do ano muitas serão as oportunidades de debate e depois das primeiras ideias e declarações de intenções, cada uma das candidaturas terá seis meses para convencer os cerca de trinta mil advogados de que o seu projecto é o melhor para representar a classe. l

Jorge Neto Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra é sócio fundador da Sociedade Jorge Neto & Associados. Foi deputado à Assembleia da República entre 1999 e 2009, pelo Partido Social Democrata. l

Vasco Marques Correia Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa é actualmente o Presidente do Conselho Distrital da Ordem em Lisboa. É Sócio da PMLJ onde exerce actividade. l

41


análise

Pedro Pintassilgo Director de Gestão de carteiras da F&C Portugal

Os desafios de quem decide

H

á quem diga que a história se repete ou, pelos menos, que se repetem alguns dos seus padrões de comportamento. Seria assim na vida dos povos, como também nos mercados financeiros globais. Novos máximos a serem atingidos nos Índices seriam bons presságios de continuação de tendência no futuro próximo. Contudo, o futuro não está encerrado no passado, pelo que nunca será totalmente previsível. O que é um facto é que os Índices norte-americanos de acções estão muito suportados por um sentimento positivo da alargada comunidade de investimento. Os indicadores macro-conómicos e a comunicação de resultados das empresas vêm reforçando o apetite por risco, apesar de, em algumas comparações históricas ou múltiplos de mercado, se poder dizer que o mercado accionista já não está barato. É tudo uma função de concretização (ou não) de expectativas racionais de agentes investidores financeiros. E aqui assume especial relevância a força efectiva da economia, para suportar revisões em alta de resultados empresariais, num contexto de progressivo abandono da política ultra-expansionista prosseguida pela Reserva Federal. A capacidade de secar a liquidez global excedentária a um ritmo adequado, que não ponha em causa nem o crescimento económico sustentável nem a estabilidade de preços, constitui um desafio sem precedentes para os banqueiros centrais. Os decisores políticos na vertente fiscal e orçamental enfrentam desafios não inferiores, como os de conduzirem reduções da dívida e do défice em paralelo com iniciativas mobilizadoras da flexibilização dos mercados e promotoras da produtividade e eficiência económica. Uma boa gestão do orçamento público e do chamado ‘sequestro’, é fundamental para a sustentabilidade futura da economia norte--americana. Na Europa, a questão-chave ainda é a reconquista da confiança para o efectivo relançamento do investimento produtivo e, por essa via, do aumento do emprego e do consumo privado. Para isso o projecto Europeu tem que aprofundar-se e dar um salto de maturidade. l 42

N a E u r o pa , a q u e s tão - c h av e a i n d a é a r e c o n q u i s ta da co n f i a n ç a pa r a o r e l a n ç a m en t o d o i n v e s t i m en t o e, por essa via, d o a u m en t o do emprego e do consumo p r i va d o . Pa r a isso, o projecto Europeu tem que aprofundar-se e d a r u m s a lt o d e m at u r i d a d e .


A CV&A celebra 10 anos de existência, um marco na vida de uma empresa que nasceu com a ambição de se afirmar no mercado pela adopção de padrões de exigência e rigor, de acordo com as melhores práticas internacionais. Hoje, com escritórios em 7 países, uma equipa de 78 colaboradores e uma carteira de clientes nacionais e internacionais que nos orgulha, estamos prontos a enfrentar novos desafios, que nos aproximem sempre mais da excelência que temos por horizonte.

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FUNDAÇÕES

co m p ro m i ss o

O s n ovos reis da f i l antropia B i l l G at e s e Wa r r e n B u f f e t a r r e c a da r a m a o l o n g o da v i da u m a f o r t u n a c o l o s s a l . A f i l a n t r o p i a g l o b a l t e m be r ç o n a A m é r i c a , m a s e s pa l h a - s e p e l o m u n d o E g a n h a a d e p t o s n a s ge r a ç õ e s m a i s n o va s . H o j e , u m n o v o d e s a f i o é c o l o c a d o a e s t e s “ f i l a n t r o - c a p i ta l i s ta s ” - d o a r , s i m p l e s m e n t e , o u a s s u m i r a F i l a n t r o p i a c o m o u m a Pa r c e r i a P ú b l i c o - P r i va da c o m G o v e r n o s , c o m o u m f u n d o d e ‘ p r i vat e ’ e q u i t y o u d e c a p i ta l d e r i s c o .

Miguel Morgado

E

m 2004, António Champalimaud, o homem mais rico de Portugal, surpreendeu o País ao dedicar parte da sua herança à criação de uma instituição dedicada à investigação e ciência. A Fundação Champalimaud nasceu com cerca de 500 milhões de euros, segundo dados divulgados na época, um terço do que se estimava ser a sua fortuna. Nessa altura, a filantropia não era um tema na agenda nacional. A nível internacional, Warren Buffett, era já um veterano no topo da lista dos multimilionários. Ganhava milhões, investia na Bolsa, comprava empresas. O seu sucesso nos negócios valeu-lhe o cognome de “Oráculo de Omaha”, seguido atentamente pelos mercados quando dava dicas de investi44

mentos. E apesar das suas preocupações sociais e das suas doações, não era ainda reconhecido pela sua filantropia. Tudo mudou em 2006. Neste ano, o investidor e industrial americano, nascido em Omaha, no Estado do Nebraska, surpreendeu o mundo, ao anunciar a doação de grande parte da sua fortuna à Fundação Bill e Melinda Gates. O equivalente a 85% da Berkshire Hathaway, a holding que ainda hoje controla os interesses de Buffett, teria como destino cinco fundações diferentes, sendo que a maior contribuição seria para a Fundação criada pelo patrão da Microsoft e pela sua mulher. Desde então, Buffett não parou de investir na filantropia e hoje estima-se que cerca de 99% da fortuna será doada para causas sociais. A filantropia é praticada há quase um

século nos Estados Unidos da América, mais a doação de Buffett foi o passo decisivo para a filantropia se tornar moda à escala global. Hoje, o multimilionário lidera a lista dos maiores filantropos do planeta: em 2012 doou 2,3 mil milhões de euros à Howard G. Buffett Foundation, à NoVo Foundation e à Sherwood Foundation, lideradas pelos seus filhos e ligadas à resolução de conflitos no Congo e ao combate do tráfico sexual na Índia. Não há Óscares para o Melhor Filantropo, nem tão pouco é atribuído o Prémio Nobel da Filantropia, mas se existisse iria para Warren Buffett. Mas já lá vamos à massa, por agora expliquemos os ingredientes. Cada vez mais global A filantropia apoia causas sociais, que vão da pobreza à saúde pública, passando pelo


F i l a ntropia Vem do grego (amor) e (homem), e significa “amor à humanidade” 45


NEGÓCIOS

aquecimento global e pela extinção de espécies animais, mas que passa também por incentivos fiscais e por uma competição entre multimilionários mundiais, que procuram deixar o seu nome ligado a um museu, a uma sala de Ópera, um hospital ou uma universidade. Actuando debaixo de uma bandeira de causas diversificadas, e curiosamente, sendo os maiores contribuintes indivíduos que acumularam imensa riqueza, os filantropos manifestam uma elevada preocupação com problemas de desigualdade social. George Soros, que fez uma fortuna imensa com especulações cambiais e no mercado de capitais, apoia os estratos mais pobres da sociedade americana. O seu apoio jurídico a arguidos que não têm capacidade para pagar a advogados, por exemplo, já evitou algumas condenações de inocentes. Apesar da abundância de exemplos de grandes filantropos de origem americana, o fenómeno não escapa à tendência de globalização. Alemanha, Espanha, Reino Unido, Itália ou França, são exemplos de países com fundações de grande dimensão e intensa actividade social. Amâncio Ortega, dono da Inditex, que detém a Zara e outras marcas e que é hoje o terceiro homem mais rico do mundo e o primeiro da Europa, com uma fortuna avaliada em cerca de 40 mil milhões de euros, doou recentemente, através da sua Fundação, 20 milhões de euros à Cáritas. Foi a maior doação privada alguma vez feita à instituição, nos seus 55 anos de vida. Este é apenas um exemplo de um ges46

E m 2 0 1 0 , B i l l g at e s , a s u a m u l h e r Me l i n d a e W a r r e n B u f f e t t d e c i d i r a m a p r e s e n t a r a i n i c i at i v a “ T h e G i v i n g P l e d g e ”. to individual que se tem multiplicado, numa Europa em crise, na medida oposta ao corte de ajudas e apoios sociais do Estado. Os BRIC’s, o conjunto de novos países ricos que integra o Brasil, Rússia, Índia e China e onde há dinheiro fresco, também já abraçaram a causa da filantropia. A nova elite indiana da informática, com base em Bangalore, tem uma intensa actividade neste campo. Na China e no leste da Europa, uma geração de novos ricos reparte o seu dinheiro entre as malas Gucci, os vinhos Petrus e as causas sociais, demonstrando que, além do bom gosto, também têm bom coração. No Brasil, entre muitos exemplos, Elie Horn, que fez fortuna na construtora Cyrela, e Renata Camargo, a herdeira do império Camargo Corrêa, estão entre os maiores doadores. África surge igualmente neste mapa-mundo das boas causas. De generais a políticos, de embaixadores a empresários, muitos procuram compensar o atraso do continente no domínio do desenvolvimento humano, dos cuidados de saúde, da educação e da protecção social. Se no final do século XIX e início do sécu-

lo XX, os fundos dos filantropos provinham da extracção de matérias-primas, petróleo ou da indústria do aço e dos caminhos de ferro (casos de Andrew Carnegie ou de John D. Rockfeller), os beneméritos de hoje são magnatas da informática ou da internet, como Jeff Skoll, primeiro presidente da leiloeira online eBay e actualmente empreendedor social com a Fundação Skoll, ou Gordon Moore, fundador da Intel. E há ainda os que nasceram na alta finança, como Lorde Stanley Fink, conhecido como o padrinho dos Hedge Funds, com uma fortuna calculada em 150 milhões de euros e que desde 2007, quando lhe foi diagnosticado um tumor cerebral, se passou a dedicar à filantropia. O desafio do casal Gates Em 2010, Bill Gates, a sua mulher Melinda e Warren Buffett, decidiram apresentar um desafio inédito aos senhores do PIB norteamericano. A iniciativa “The Giving Pledge” era um compromisso-bandeira no âmbito da qual os subscritores milionários americanos se comprometiam a doar grande parte das suas fortunas a causas filantrópicas ou a organizações sociais. Era um compromisso


Mais jovens também sabem partilhar Warren Buffett foi o maior filantropo de 2012, doando três vezes mais que qualquer outro bilionário, num valor equivalente a cerca de 2,30 mil milhões de euros. Mas não se pense que a lista reúne somente homens de cabeça branca e mulheres de sorriso higiénico. Há cada vez mais jovens entre eles, com Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, que tal como a empresa que criou decidiu partilhar neste caso, não fotografias, mas fundos para causas sociais. Um gesto que merece um “like” e envolveu a doação à Silicon Valley Community Foundation de cerca de 18 milhões de acções do Facebook, num valor de 500 milhões de dólares. Da lista dos filantropos americanos do ano passado, constam três casais com idades abaixo dos 40 anos. John Arnold, especialista em Hedge-Funds de 38 anos e a sua mulher Laura, de 39, doaram 423 milhões de dólares. O co-fundador da Google, Sergy Brinn e Anne Wojcicki, ambos de 39 anos, doaram 229 milhões. Em 2012, a verba total doada pelos 50 maiores filantropos americanos foi de 7,4 mil milhões de dólares, um valor inferior aos 10,4 mil milhões doados no ano anterior. Daquele total, 6 mil milhões saíram dos bolsos de Margaret A. Cargill, herdeira da fortuna Cargill. l

moral e não formal, para cumprir em vida ou depois da morte dos signatários, e cujas causas e instituições seriam de escolha livre. A iniciativa teve adesão imediata, juntando nomes como os de Michael Bloomberg, mayor de Nova Iorque e fundador da agência noticiosa que leva o seu apelido, David Rockefeller, o cineasta George Lucas, Ted Turner (CNN), Bill e Karen Ackman (da Fundação Pershing Square), Paul Allen (co-fundador da Microsoft e chairman da Vulcan Inc.) ou Elon Musk (PayPal). À centena de multimilionários americanos, que encherem até aos dias de hoje um mealheiro de mais de 400 mil milhões de dólares para causas humanitárias, o “The Giving Pledge” somou mais de uma dezena de beneméritos provenientes de mais de uma dezena de países, incluindo magnatas da Índia (Azim Premji), China, Formosa (Samuel Yin), Rússia (Vladimir Potanin), Arábia Saudita, Grã-Bretanha (Ricard Brason, Jonh Caudwell, Chris e Jamie Cooper-Hohn, David Sainsbury e Lord Ashcroft), Malásia (Vincent Tan), Austrália (Andrew e Nicola Forrest), África do Sul (Patrice e Precious Monsepe), Sudão (Mo Ibrahim), Alemanha (Hasso Plattner) e Ucrânia (Vitor Pinchuk). A iniciativa reúne hoje 114 bilionários. Juntos pelo compromisso, os filantropos escreveram uma carta explicando o que levou cada um deles a aceitar esta acção. Warren Buffet foi taxativo: “Se utilizar em proveito próprio 1% da minha fortuna, os restantes 99% podem ter um impacto enorme na saúde e no bem estar dos outros. Esta realidade faz-me a mim e à minha família seguir um percurso óbvio: manter tudo o que possamos precisar e distribuir o restante à sociedade, para as suas necessidades”, escreveu. Michael Bloomberg encontrou a inspiração no seu negócio, Barron Hilton quis fazer um tributo ao pai, o magnata hoteleiro Conrad Hilton, e a resposta a um chamamento religioso foi a razão invocada por Thomas Monaghan da cadeia Domino’s Pizza. Para Victor Pinchuk, solucionar “problemas globais é tão importante quanto ter lucros”, explicou. Clinton e Blair de braço dado com a elite africana A Fundação Bill & Melinda Gates, a Fundação Elton John, a Fundação Children’s Investment Fund, a Unitaid das Nações Unidas, que combate a malária, tuberculose e a SIDA, o filantropo e gestor Frank Giustra, Tom Golisano, fundador da Paychex

Inc., os governos da Noruega e da Arábia Saudita, ou o bilionário mexicano Carlos Slim, da Fundação Telmex, são alguns dos contribuintes da fundação William J. Clinton, instituição sem fins lucrativos do antigo presidente dos Estados Unidos da América, criada em 2001. Além desses pesos pesados o grosso dos donativos surge pela mão de cidadãos anónimos. “Cada um deles ajudounos a melhorar as vidas e as comunidades em todo o mundo, mostrando que ofertas de qualquer valor podem ter um impacto significativo”, disse recentemente Clinton, numa declaração à Bloomberg. A iniciativa levada a cabo pela Clinton Foundation, conhecida pela Clinton Global Iniciative juntou chefes de estado com o CEO de sucesso, chefes de ONG e filantocratas como Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico. Fazendo a ponte entre patrocinadores ricos e causas merecedoras, caminhando entre a opulência e a pobreza com a sagacidade de um político, até Setembro de 2012, a CGI mudou a vida a mais de 400 milhões de pessoas de 180 países tendo mobilizado 70 mil milhões de euros.O desenvolvimento de África tornou-se uma causa inexoravelmente ligada a nomes ocidentais como Clinton e Tony Blair, Gates e Buffet, ou o cantor Bono Vox. Seguem as pisadas da Fundação Ford. O braço solidário da marca de carros celebra meio século de presença constínua em África, onde investiu perto de 300 milhões de dólares, apoiando, entre outras, causas ligadas à democracia e aos direitos civis. Com sede em Dakar, a TrustAfrica, fundada pela Ford e por outros grupos americanos, está focada em criar organizações com raízes em África para ultrapassar a desconfianças com que são olhadas as fundações estrangeiras. A elite africana, ela mesmo, tem vindo a assumir um papel cada vez mais activo na flantropia. O sudanês Mo Ibrahim, os nigerianos Aliko Dangote, Theophilus Danjuma e Tony Elumelu e os sul africanos Patrice Motsepe e Tokyo Sexwale criaram as suas próprias fundações actuando em causas locais e internacionais. Se a Fundação Ibrahim apoia a boa governação e liderança africanas (o Prémio entregue desde 2007 supera em termos monetários o Nobel da Paz, tendo distinguindo Joaquim Chissano de Moçambique e Pedro Pires de Cabo Verde), Aliko Dangote, juntou forças com a fundação Gates para combater a pólio na Nigéria. Por outro lado, Theophilus Danjuma, general retirado e barão do petróleo, focou a 47


FUNDAÇÕES

Mega doadores

sua Fundação na saúde e educação, sendo o maior filantropo nigeriano. Patrice Motsepe criou um fundação assente em três vectores e em que se destaca o desporto e Tokyo Sexwale, ministro sul-africano dos Assuntos Humanos e homem de negócios, conhecido lutador anti-apartheid e fundador do Grupo Mvelaphanda com interesses no sector mineiro, assume-se como grande promotor da “economia negra” . Raymond Okudzeto, filantropo de 70 anos, apoiou diversos projectos agrícolas e criou centros tecnológicos para jovens na região do Alto Voga. A Fundação Tony Elumelu’s, que anda de braço dado com a Private Equity Heirs Holding, tem como foco o sector privado nigeriano: meter dinheiro em PME’s com potencial de crescimento e alto retorno financeiro, promovendo o afro-capitalismo e encorajando empreendedores para

influenciarem as políticas governamentais e apoiarem novos projectos. Tal como outras organizações do género, aliou-se à fundação de Tony Blair na AGI – Iniciativa Governativa Africana – que dá apoio técnico de acção governativa, em especial na Libéria, Guiné, Serra Leoa, Sudão do Sul e Ruanda. Entre o doar por doar e o Filantrocapitalismo A necessidade da filantropia se tornar mais parecida com um mercado, visando o lucro e apoiando empresas e negócios com elevadas margens de crescimento é um tema cada vez mais comum no seio de novos filantropos e especialmente entre aqueles que fizeram fortuna na Finança. Esta vertente de “investimento de impacto”, como se lhe referiu Steve Case, significa investir para obter lucro e fazer o bem. Um caminho que David Rubenstein,

Warren Buffet Buffett é o autor da maior doação filantrópica de todos os tempos: foram 10 milhões de acções da Berkshire Hathaway entregues à fundação Bill & Melinda Gates. Quando a doação foi feita , em 2006, os títulos valiam 30 mil milhões de dólares. Buffett já anunciou que vai doar 99% da sua fortuna e em 2012 liderou a lista dos maiores filantropos do mundo, com 2, 3 mil milhões de euros destinados às Fundações Howard G. Buffett Foundation, NoVo Foundation e Sherwood Foundation.

Bill e Melinda Gates A Fundação Bill & Melindra Gates financia escolas públicas e pesquisas para a cura de doenças. Gates já doou 28 mil milhões de dólares à sua fundação, de longe a maior entidade filantrópica do mundo.

Amâncio Ortega Dono da Inditex, que detém a Zara e outras marcas, é o homem mais rico de Europa. Doou recentemente, através da sua Fundação, 20 milhões de euros à Cáritas

Mark Zuckerberg Fundador do Facebook, doou à Silicon Valley Community cerca de 18 milhões de acções do Facebook. 48

A filantropia com alma lusitana

A filantropia portuguesa não é uma moda passageira. António Champalimaud e António Mota são dois exemplos de Filantropos de alma lusa que constituíram Fundações. Empresários (muito) bem sucedidos decidiram, num dado momento do seu percurso de vida, ou após a morte, por via testamentária, doar à comunidade parte da sua riqueza, sob a forma de apoio à educação, ao conhecimento e à investigação científica. Uma tem sede em Lisboa, com vista para o Rio Tejo, a outra foi construída a partir da Invicta. Ambas evocam os progenitores, instituíram um Prémio e têm uma mulher à frente dos seus destinos. l

FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD Depois de ter deixado uma marca inquestionável no panorama industrial e financeiro português, e independentemente da beneficência promovida em vida, António de Sommer Champalimaud deixou, por via testamentária, uma herança que ganhou o nome oficial de Fundação D. Anna de Sommer e Dr. Carlos Montez Champalimaud (pais do falecido empresário). Ao todo 500 milhões de euros para que a Fundação possa desenvolver, apoiar e promover a ciência em Portugal. Para presidente foi escolhida Leonor Beleza, uma ex-ministra da Saúde. A fundação Champalimaud, como é conhecida, é um dos melhores exemplos da filantropia portuguesa. Vive de recursos próprios, atingiu dimensão internacional, quer angariar financiamento junto do sector privado, aproximando-se mais do modelo americano (na Europa há uma mão invisível dos Estados) e tem um prémio associado. Criada em 2004, com sede em Lisboa, com vista privilegiada para o rio Tejo um oceano que a liga ao resto do mundo, 450 pessoas trabalham em prol da investigação científica na área da biomedicina, em


um magnata dos private-equity, salientou passar pela necessidade crescente de instituir Parcerias Público Privadas para resolver os mais sérios problemas da sociedade. D.K. Matai, empreendedor indiano do software que chefia a Philanthropia Trinity, uma network international de filantropos, descreve a nova abordagem como “Filantropia de Risco”. Inicialmente usada nos anos 60 do século passado por Rockefeller, voltou a estar em voga. Tem como melhor exemplo a Venture Philanthropy Partners dirigida por Mario Morino. Com um fundo angariado através de uma Fundação comunitária, Morino comporta-se como uma empresa de capital de risco, trabalhando com organizações não lucrativas, ajudando-as a desenvolver um business plan para crescer. Outro exemplo é a bolsa de Pierre Omidyar, fundador do site e-Bay. Em 2004, fundou

especial nas áreas do cancro e neurociências, além do tratamento clínico. Em 2012, foram lá realizadas 4500 consultas e 10 000 exames. Considerada, em 2012, pela revista The Scientist, como um dos melhores sítios para trabalhar fora dos Estados Unidos, a Fundação instituiu, em 2007, o “Prémio de Visão António Champalimaud” atribuído a instituições de qualquer país do mundo que se destaquem no combate às doenças que afectem a visão. É atribuído nos anos ímpares e tem o valor de um milhão de euros, maior prémio atribuído nesta área, alternando entre a investigação científica na área da biomedicina e instituições com efectivo contributo no alívio de problemas visuais, sobretudo nos países em desenvolvimento. Para o fim, as crianças. Porque uma Fundação também ela se quer perpetuar no futuro, em 2008 nasceu o conceito inovador do Champimóvel, uma emocionante e interactiva viagem tridimensional pelo corpo humano. Alia a parte lúdica do simulador, do vídeo 3D e do jogo à aprendizagem de conceitos complexos - células estaminais, nanotecnologia e DNA - transmitidos de forma simplificada para inspirar as futuras gerações de cientistas e médicos. l

a Fundação Omidyar que se encaixou na Omidyar Network, uma empresa de capital de risco na qual metade dos fundos vai para empresas lucrativas e a outra metade para não lucrativas, mas em que todos os investimentos são guiados para o desenvolvimento sustentável e uma missão social. A Omidyar doou 100 milhões de dólares à Universidade Tufts para investir em micro-finanças dos pobres, através da qual espera atrair capital privado para transformar um campo largamente subsidiado num negócio lucrativo e em maior escala do que actualmente. A Google Foundation, parte da Google.org, braço da Google para esta Filantropia Corporativa, também ela mistura investimentos lucrativos e não lucrativos. Com este filantro-capitalismo a pedir emprestado a linguagem das finanças e a sabedoria do mundo corporativo, os doadores de carteira cheia questionam-se nos últimos

anos sobre os resultados que obtêm com a aplicação dos seus activos. No limite, há quem defenda que as fundações se devam comportar como bancos filantrópicos, oferecendo um largo espectro de produtos financeiros, empréstimos e garantias. Traçam datas e definem objectivos. E há até quem pilote novos modelos, para projectos de estado Social que, uma vez provada a sua viabilidade, possam ser tomados pelos governos e disponibilizados de forma mais alargada. Os novos filantropos são ainda novos suficientes para darem uma olhadela pelas suas fundações nos anos vindouros. Deverá a nova geração de filantropos tentar algo diferente das fundações tradicionais? A resposta está do lado dos homens da massa... homens livres de fazerem o que bem entenderem com o dinheiro que ganharam. l

FUNDAÇÃO MANUEL ANTÓNIO DA MOTA Tal como Champalimaud, António Mota decidiu homenagear o seu progenitor. Mas ao contrário do industrial, o senhor construção decidiu criá-la em vida. Em 2009, a Fundação Manuel António da Mota ergueu-se para honrar o legado de Manuel António da Mota, fundador da Mota & Companhia, falecido em 1995. Constituindo o contemporâneo e natural corolário da matriz e tradição filantrópicas do Grupo Mota-Engil é o seu braço armado da política de responsabilidade social, apoiando iniciativas de solidariedade. O apoio à educação e saúde, ambiente e artes é realizado em Portugal e nos países onde o negócio está presente (Cabinda e Teté locais que a título de exemplo beneficiaram dos projectos). Os trabalhadores da Mota têm entrada garantida recebendo apoio social. Manuela Ramalho Eanes, ex-primeira Dama, foi a personalidade escolhida para presidir à Fundação. Rui Pedroto é o administrador executivo da Fundação Manuel António da

Mota. A sede é no Porto. Com uma dotação inicial de um milhão de euros a Fundação é financiada através da empresa que afecta parte dos lucros (até 5% do resultado líquido do exercício anual do conjunto das entidades instituidoras de pessoas coletivas), o que tem dado um milhão de euros anuais, um valor que tem-se mantido constante. A Fundação institui anualmente o “Prémio Manuel António da Mota” distinguindo organizações e personalidades que se destaquem nos vários domínios da sua actividade, sociais e culturais. Em 2013, a 4ª edição do “Prémio Manuel António da Mota”, em linha com a matriz inspiradora dos anos anteriores, irá premiar instituições que se destaquem na promoção da cidadania europeia e da concretização dos objectivos nacionais inscritos na estratégia Europa 2020. l 49


especial

UMA D É CA D A D E A F I R MAÇ ÃO D e 2 0 0 3 m u i t o m u d o u . S e , p o r u m l a d o , n o s t o r n á m o s u m a r e f e r ê n c i a n o se c t o r da s r e l a ç õ es p ú b l i c a s e a ssess o r i a m ed i át i c a , p o r o u t r o , a b r i m o s o l e q u e da s n o ss a s a c t i v i da des a o s g r a n des e v e n t o s , à c o m u n i c a ç ã o e m a r k e t i n g p o l í t i c o e e l e i t o r a l , à q u e l a a c t i v i da de q u e o s m a r k e t ee r s c h a m a m de a c t i va ç ã o de m a r c a .

E

antónio cunha vaz

m final de Maio de 2003 escriturámos o nascimento da Cunha Vaz & Associados. O Armandino Geraldes foi quem comigo decidiu o arranque deste projecto, que hoje é uma empresa feita, e fomos acompanhados de início pelo David Seromenho, hoje accionista, vice-presidente e presidente da Cunha Vaz & Associados Brasil, pela Cristina Godinho, pela Inês Santos e pela primeira estagiária, hoje pilar da empresa, a Cristina Ramos. A todos agradeço e este agradecimento é ainda mais sentido quando penso naqueles que comigo continuam este desafio que é, em Portugal, construir uma empresa. De 2003 para cá muito se passou e muito mudou. Se, por um lado, nos tornámos uma referência no sector das relações públicas e assessoria mediática, por outro, abrimos o leque das nossas actividades, inicialmente pensadas para se centrarem na comunicação financeira, aos grandes eventos, à comunicação e marketing político e eleitoral e, ainda, àquela actividade que os marketeers chamam de activação de marca. Descobrimos novos mundos para trabalhar e estamos hoje em mais sete países – Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde e Londres, com escritórios próprios, bem como em Espanha e na Colômbia, fruto da Associação com o Grupo Albion. A multigeografia tem-se revelado uma boa opção e a não concentração de actividades em um só país estrangeiro também. A fidelização de Clientes é forte e mesmo alguns que deixámos de ter por incompatibilidade de interesses têm com a CV&A uma relação de respeito e reconhecimento pelo trabalho que realizámos. Claro que pelo caminho foram ficando algumas divergências, 50

quem sabe insanáveis, mas é a vida de quem toma decisões e não verga apenas porque há uma avença em jogo. Temos a consciência de ter feito sempre tudo bem feito no que toca ao comportamento enquanto empresa e, mesmo, enquanto indivíduos. Com serenidade temos sabido suportar ataques que qualificam quem os faz, ser punidos por responsabilidades que cabem a terceiros, que cobardemente agem usando o nosso nome, e temos visto a complacência de muitos, que julgávamos correctos, perante os favores do estado central e autárquico a empresas concorrentes cuja ética nos escusamos de comentar. Não é necessário falar da diferença dos tempos que vivemos e daqueles que estão para vir, quando comparados com os passados dez anos. Mas, mesmo em crise, que é mais séria do que muitos imaginam - Portugal não deve setenta mil milhões de euros, deve cento e noventa e oito mil milhões de euros -, continuamos a contratar e, se começámos a cinco, somos hoje mais de cinquenta, só em Portugal, tendo recrutado dez pessoas no último ano e meio. Aos que começaram e aos que à CV&A se foram juntando só posso deixar o meu enorme agradecimento. Aos clientes que nos honraram desde o início, àqueles que saíram, aos que entraram e aos que estão para entrar, o mesmo agradecimento sincero e a promessa da dedicação incondicional dos quadros da CV&A. O futuro é já ali, alguém disse. Com a experiência que acumulámos do passado e com empenho no presente sei que vamos alcançar sempre as nossas metas. Na CV&A acreditamos no destino daqueles que, como todos nós, tomam as providências necessárias – leia-se, acreditamos no trabalho - para ter sorte. Amanhã, apesar dos obstáculos todos, é outro dia. Vamos, pois, comunicando! l


a n t贸 nio c u n h a va z , PRE SI D ENT E da CV &A

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especial

Dez anos de conquistas e sucessos Fundada em Maio de 2003, a CV&A conheceu ao longo destes dez anos um crescimento forte e sustentado, tanto em número |de clientes como em volume de negócios, tendo diversificado a sua actuação em áreas conexas com o seu core business. A empresa, que iniciou a sua actividade em Lisboa, com o

fundador, António Cunha Vaz, e cinco colaboradores – Armandino Geraldes, David Seromenho, Cristina Godinho, Cristina Ramos e Inês dos Santos -, conta hoje com cerca de 78 pessoas, escritórios em sete países e uma vasta carteira de clientes. As conferências com assinatura CV&A fazem parte do ADN da

D esde a s u a f u n d a ç ã o , a CV & A já realizou 15 conferências que trouxeram a portugal n o m es q u e c o n t r i b u í r a m pa r a m u d a r o m u n d o

organização dos Sub21 e Futsal. Primeira conferência com Filipe Pinhal, à data presidente do Millenium bcp.

cronologia

2003 A Cunha Vaz & Associados inicia a sua actividade, tendo como primeiros clientes a Optimus e o Millennium bcp. À data, a empresa estava instalada na Rua Augusto Rosa, junto à Sé de Lisboa, e integrava seis pessoas: o fundador António Cunha Vaz, Armandino Geraldes, David Seromanho, Cristina Godinho, Cristina Ramos e Inês dos Santos. Ainda neste ano, a equipa iniciou os trabalhos de arranque para o Euro 2004. 2004 Com a passagem para novas 52

instalações na Av. João Crisóstomo, em 2004, a Cunha Vaz & Associados foi a consultora de comunicação do Euro 2004, numa importante parceria com a UEFA, que viria a revelar-se um verdadeiro pilar para outros serviços entretanto prestados na área do desporto. O acompanhamento estratégico do Sport Lisboa e Benfica constituiu, em paralelo, um dos importantes marcos nos serviços de relações públicas e de aconselhamento estratégico da empresa. A Cunha Vaz & Associados continuou a acompanhar nos anos seguintes a UEFA na

2005 Presença em Espanha, através da constituição de uma holding, na qual a Cunha Vaz & Associados detém 50% do capital. Esta empresa assessorou a comunicação financeira e de marketing no processo de aquisição, pela Ferrovial, da British Airport Authority, que gere os aeroportos britânicos de Heathrow e Gatwick, entre outros. Conferência “As Relações Ibéricas e o Contexto do Diálogo Transatlântico”, pelo ex-primeiro ministro espanhol José Maria Aznar.


empresa. Ao longo da sua existência realizou 15 eventos deste tipo, trazendo a Portugal nomes que contribuíram para mudar o mundo, como o antigo presidente norte-americano Bill Clinton, os ex-primeiro-ministros britânico Tony Blair, e espanhol José Maria Aznar, Al Gore ou Colin Powell, entre outros.

As “Conferências do Palácio” fazem também parte do código genético da CV&A. Realizadas desde 2009, em parceria com a Associação Comercial do Porto, as conferências foram palco de centenas de participantes que passaram pelos salões do Palácio da Bolsa, no Porto. l

com 10 anos de existência, a c v & a c o n ta hoje com escritórios em 7 pa í s e s e u m a e q u i pa d e 7 8 colaboradores.

a c t u a i s i n s ta l a ç õ es d a c v & A , n o N . º 1 2 3 d a Av. D u q u e de Loulé.

Conferência “Leadership: Taking Charge”, com o general norte-americano Colin Powell, o homem que comandou as tropas americanas na Guerra do Golfo e Secretário de Estado do antigo Presidente americano George W. Bush . 2006 Conferência “The International Economy Today: Challenges and Opportunities” por John W. Snow, antigo Secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Abertura de escritório no Porto, Palácio da Bolsa. 2007 Mudança para as actuais instalações, ocupando três andares do n.º 123 da Av. Duque de Loulé. Conferência “Uma Verdade Inconveniente”, pelo antigo

vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. Conferência“Economic Development and World Peace”, pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. 2008 Início da internacionalização nos mercados africanos, nomeadamente em Angola, Cabo Verde e Moçambique. Conferência “Embracing our Common Humanity”, pelo antigo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Conferência “Chanllenging Poverty: The Growth of Microcredit”, Muhammad Yunus, banqueiro e professor de Economia indiano. Considerado o pai do microcrédito, o que lhe valeu a distinção como Nobel da Paz.

2009 Cunha Vaz & Associados é contratada pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé para coordenar todas as actividades de organização, logística e de comunicação referentes à visita apostólica de Sua Santidade, Papa Bento XVI, a Angola. Acompanhamento da visita do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, a Portugal. Conferência “Building a Grassroots Movement in the 21st Century” com David Plouffe, estratega de marketing, politico norte-americano e o homem que comandou a primeira campanha para a eleição do actual Presidente Barak Obama. Início do I Ciclo das Conferências do Palácio: “O Mundo visto do Porto: a política externa de alguns dos grandes 53


especial

à d i r e i ta : V i a g e m A p o s t ó l i c a d o Pa pa Be n t o XVI a A n g o l a , M a r ç o de 2 0 0 9

cronologia

protagonistas da diplomacia mundial explicada pelos próprios”, que trouxe à cidade Invicta embaixadores de alguns dos principais parceiros externos de Portugal. Cunha Vaz & Associados recebe o prémio de Melhor Agência de Comunicação atribuído pela Marketeer. 2010 Abertura dos seus escritórios em São Paulo, no Brasil.Cunha Vaz & Associados foi escolhida, pelo Estado Angolano e pelo Comité Organizador do Campeonato Africano das 54

Nações, para a realização das cerimónias de sorteio, abertura e encerramento desse mega evento desportivo. Agência responsável pela organização de todo o evento de Apresentação da Convocatória da Selecção Nacional para o Mundial 2010 e consultora responsável pela comunicação e assessoria mediática da Viagem Apostólica de Sua Santidade, o Papa Bento XVI a Portugal. Integração na Worldcom Public Relations Group, líder mundial de parcerias entre agências de relações públicas

e aconselhamento de empresas, com 107 parceiros em todo o mundo que lidam com clientes nacionais e internacionais em 93 mercados dos cinco continentes. Início II Ciclo das Conferências do Palácio: “A Economia vista pelos Empresários” que contou com a participação dos presidentes dos conselhos de administração de algumas das mais importantes empresas do tecido empresarial português. António Cunha Vaz recebe o prémio Personalidade de Comunicação da Meios&Publicidade.


e m 2 0 1 1 a c u n h a va z & a s s o c i a d o s e n c o r p o r o u a p r o p o s ta venced or a da promoç ão d os jogos africanos moçambique 2011.

2011 Abertura dos escritórios em Moçambique, em Maputo, e em Londres, no Reino Unido. Cunha Vaz & Associados presta assessoria ao MpD (Movimento para a Democracia) de Cabo Verde, que vence as eleições autárquicas, reforçando o número de mandatos e o número de votos expressos. A Cunha Vaz & Associados integra proposta vencedora do concurso de promoção dos Jogos Africanos Moçambique 2011. Conferência “The rise of the South American emerging markets”, Álvaro Uribe, ex-Presidente da Colômbia e visto como o homem que recolocou o País no mapa mundial. Conferência “Portugal: ameaça ou Oportunidade”, com a participação de Raphael Minder (Herald Tribune), Wolfgang Münchau (Financial Times) e Raul Llores (Folha de São Paulo),

jornalistas de três dos mais prestigiados jornais mundiais. Inicio III Ciclo das Conferências do Palácio: “A Economia Portuguesa Vista pelos Reguladores”, contando com a presença dos responsáveis máximos de alguns dos principais reguladores nacionais. A Cunha Vaz & Associados recebe o prémio de Melhor Agência de Comunicação da Marketeer. Relançamento da Revista Prémio como revista corporativa da agência.

2012 ‘Renaming’ e ‘rebranding’ da Cunha Vaz & Associados que passa a designar-se CV&A e adpta um novo logotipo, mais facilmente pronunciável e reconhecível para uma empresa em fase crescente de internacionalização. Conferência “A Crise Europeia e as Reformas Necessárias” com o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder. Início IV Ciclo das Conferências do Palácio: “A Economia sob o olhar dos Grandes Economistas”.

2013 Conferência “A Nobel Day”, com presença de talentos mundiais da medicina juntos pela primeira vez em Portugal no âmbito da comemoração do 10º aniversário da CV&A. l 55


ESPECIAL

e m vá r iasfrentes n a s próximas e l e i çõ e s autárquic as

ricardo rio

Juntos por Braga Ricardo Rio é o candidato da Coligação “Juntos por Braga” (PSD-CDS/PP-PPM) nas próximas Eleições Autárquicas. Nasceu e vive há 40 anos na cidade de Braga, tendo concluído a Licenciatura em Economia e a Parte Curricular do Mestrado em Economia da Faculdade de Economia do Porto e o Curso Avançado de Estudos Políticos do IEPUniversidade Católica de Lisboa. É casado e pai de três filhas, numa vertente pessoal que vive de forma apaixonada. Tem uma vasta actividade profissional nos domínios do ensino superior, da consultadoria e da formação, que conjuga com o exercício de uma cidadania activa, em ligação a diversas associações e ao cargo de Vereador na Câmara Municipal de Braga, eleito pela primeira vez em 2005. Ricardo Rio assume o compromisso de liderar os destinos deste Concelho que, desde 1976, está nas mãos do Partido Socialista (PS). Por ter atingido o limite de mandatos decorrente da actual Lei, o actual Presidente, Mesquita Machado, está impossibilitado de se candidatar. O Partido Socialista apresenta, assim, o VicePresidente da Câmara, Vítor Sousa. Os restantes candidatos são Carlos Almeida (CDU), a independente Inês Barbosa (“Cidadania em Movimento”) e Luís Lima (PCTP/MRPP). l

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Luís filipe menezes

Um líder forte para um Porto forte Luís Filipe Menezes descreve-se a si mesmo como “um social-democrata no sentido nórdico”. É alguém que não desistiu nunca de prosseguir um caminho político cujas balizas são formadas pela garantia da protecção social aos cidadãos e pela acção concreta na melhoria das suas vidas. “Um Porto Forte” é o lema da sua candidatura à presidência da Câmara Municipal. O seu elevadíssimo índice de notoriedade equivale à sua experiência política. Todos o conhecem e sabem, até pela recente obra executada na autarquia de Gaia, a capacidade que detém e o empenho que coloca em tudo o que faz. O seu programa político é claro e assertivo. Para o Porto pretende uma concertação de acções que transformem a cidade e lhe dêem o devido protagonismo face a Lisboa e ao centralismo, o qual não se coíbe de criticar sempre de forma construtiva. As pessoas estão no epicentro das suas propostas. São essas pessoas que pretende captar para a cidade, tornando-a habitável e desejável, investindo forte na requalificação urbana. Luís Filipe Menezes é um líder nato. Um autarca que alia a experiência política ao conhecimento profundo da dimensão humana das pessoas. Na sua campanha à presidência da CMP, não abdicará em momento algum daquilo que acredita ser o melhor para os cidadãos. Um líder forte para “Um Porto Forte”. l

fernando seara

De Sintra para a capital Fernando Seara é o candidato da coligação PSD-CDS/PP-MPT à Câmara Municipal de Lisboa. Nasceu há 56 anos em Viseu, mas veio cedo, aos dez anos, para Lisboa, cidade onde se licenciou em Direito pela Universidade Clássica. Autarca em Sintra desde 2001, por convite do então Presidente do PSD, José Manuel Durão Barroso, surpreendeu tudo e todos ao, nessas eleições autárquicas, derrotar a então popular autarca do Partido Socialista (PS) Edite Estrela, que se recandidatava à liderança da cadeira sintrense. Benfiquista assumido, Fernando Seara é um apaixonado por Lisboa.Ex-aluno do Colégio Militar, foi graças a esta instituição que conheceu a cidade onde hoje é candidato. Por só ir a casa nas férias escolares, aos fins-de-semana o jovem Seara calcorreou à descoberta as ruas e avenidas de Lisboa, a pé ou de eléctrico, experiência que o ajuda agora a conhecer a fundo uma cidade que hoje está a ser recriada nos seus bairros mais típicos. Fernando Seara elege mesmo Alfama, que conhece bem, como um dos mais emblemáticos bairros históricos da capital. Nesta disputa eleitoral, Fernando Seara terá como principais adversários António Costa (PS), actual presidente da edilidade, João Semedo (BE) e João Ferreira (CDU). l


A c o r r i d a à l i d e r a n ç a d a s c i d a d e s e v i l a s p o r t ugu e s a s e s tá à p o r ta e a C V & A é a c o n s u lt o r a q u e va i c o m u n i c a r o s va l o r e s , a s i d e i a s e a m e n s a g e m d e , n o m í n i m o , s e i s f o r t e s c a n d i d at o s à c o n q u i s ta d e e d i l i d a d e s d e p e s o n a c i o n a l . D e B r a g a a Fa r o , d a e s q u e r d a à d i r e i ta , o s c a n d i d at o s j á e s tã o n a ‘ p o l e p o s i t i o n ’. C o m e c e a c o m p e t i ç ã o .

João Nunes

Futuro com confiança João Nunes é o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Loures. Tem 44 anos, é casado, pai de duas filhas, e é licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa.Inciou a sua actividade política em 1993 no Partido Socialista, organização que o escolheu, nas Eleições Autárquicas de 2001, para ser candidato a Presidente da Junta de Freguesia de Loures, cargo que exerceu com dedicação e paixão nos últimos doze anos. Em 2013, o PS volta a lançar-lhe um novo desafio:o de suceder a Carlos Teixeira, actual Presidente da Câmara de Loures e candidato agora à Presidência da Assembleia Municipal local, mantendo a Autarquia sob a alçada do Partido Socialista. Em Loures, o desafio é enorme e aliciante. João Nunes irá disputar as eleições, tendo como principais adversários o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, que se candidata pela CDU, e Fernando Costa, actual Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, impedido pela actual Lei de limitação de mandatos de se candidatar por este município. Nestas eleições, o Partido Socialista apresenta-se ao eleitorado de Loures, pedindo aos seus munícipes para acreditarem num “Futuro de Confiança”. l

Pa u l o V i s ta s

pa u l o n e v e s

Oeiras ainda mais à frente

Gostar de Faro é mudar para melhor

Como candidato à presidência da Câmara Municipal de Oeiras pelo Movimento “Isaltino, Oeiras Mais à Frente”, Paulo Vistas é o homem certo para garantir a continuidade do trabalho que, juntamente com o anterior presidente Isaltino de Morais, tem vindo a desenvolver à frente da Autarquia. De acordo com estudos recentes efectuados, a quase totalidade dos oeirenses considera como “muito boa” ou “boa” a gestão camarária tal como tem vindo a ser prosseguida até à data. Com onze pelouros sob a sua responsabilidade no passado recente, Paulo Vistas é um gestor que conhece em detalhe desde 1997, data em que ingressou no Departamento de Habitação da CMO, as particularidades do concelho e as necessidades de quem nele reside. O trabalho de Paulo Vistas e da sua equipa, trabalho esse bem à vista e conhecido de todos os oeirenses, é pois o principal argumento de uma campanha orientada para a continuidade da obra feita, bem como para o reforço dos valores que tornaram Oeiras uma vila sustentável e um exemplo nacional. Em equipa que faz, não se mexe. E o que Paulo Vistas já fez comprova que como presidente de Câmara manterá o rumo e trabalhará para apoiar quem mais necessita, não desistindo de uma Oeiras ainda mais à frente na promoção de tudo o que garanta melhor qualidade de vida aos seus munícipes. l

“Nós Gostamos de Faro”. É esta a assinatura da candidatura socialista à capital algarvia, encabeçada por Paulo Neves. Nascido na cidade, o candidato é alguém que tem dedicado a sua vida profissional como gestor ao desenvolvimento social e humano nas suas diferentes dimensões. Presidiu às principais instituições ligadas ao turismo da região, trabalhou com entidades apostadas no reforço da inovação e da economia algarvias, envolveu-se na vida cultural da autarquia e lidera, como administrador da HPP Algarve, a principal unidade de saúde privada algarvia. Tendo sido deputado da Assembleia da República e exercido vários cargos públicos a nível local, Paulo Neves alia o conhecimento político à sua vasta experiência na actividade privada. Agora, coloca todas as suas energias numa campanha cujo objectivo central é o de dar a Faro o papel e o estatuto que merece como capital algarvia, contrariando o desvirtuamento que se tem verificado até aqui. Fá-lo com emoção. Reunindo uma equipa que com ele partilha o amor pela cidade e pela região. Envolvendo os cidadãos que, como ele, se identificam com Faro como foi, com tudo o que de bom que ainda possui, com aquilo que poderá vir a ser no futuro. É um candidato em que se revêem todos os que, como ele, gostam de Faro. E que são certamente muitos. l

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especial

M ag o s da Medicina e m L isboa É u m v e r d a d e i r o ‘ m e e t i n g p o i n t ’ d e ta l e n t o s m u n d i a i s da M e d i c i n a . R e f e r ê n c i a s n a c l o n a g e m , n a g e n é t i c a , e s p e c i a l i s ta s n a n e u r o c i ê n c i a o u n a b i o l o g i a c e l u l a r q u e , p e l a p r i m e i r a v e z , s e r e ú n e m e m P o r t u g a l n a q u e l e q u e é “A N o b e l Day ”. U m e v e n t o d e d i m e n s ã o i n t e r n a c i o n a l , o r g a n i z a d o p e l a CV & A , n o â m b i t o da c o m e m o r a ç ã o d o s e u 1 0 º a n i v e r s á r i o .

Maria Araújo

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O

repto começou por partir da investigadora portuguesa Renata Gomes que foi já premiada duas vezes consecutivas pela British Heart Foundation (BHF). A cientista portuguesa, com apenas 26 anos, foi distinguida graças a um vídeo sobre o batimento de células cardíacas produzidas em laboratório a partir de células estaminais isoladas de coração. E foi precisamente Renata Gomes quem desafiou a CV&A a organizar uma conferência onde juntasse a ‘nata da nata’ da Medicina e Fisiologia. O resultado é não um, mas três prémios Nobel da Medicina reunidos de uma só vez, a quem se juntam três nomes dos mais promissores investigadores mundiais. Estarão assim presentes na mesma sala sete dos maiores crânios da Medicina e da Fisiologia do mundo, num encontro que se quer de partilha e troca de informações raras sobre a área da Medicina e Fisiologia. Mais precisamente, Oliver Smithies, Prémio Nobel de 2008 pelos seus estudos em ‘gene targeting’; Paul Greengard, Prémio Nobel de 2000 por ter descoberto a transmissão de sinais entre neurónios e o seu papel na doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas; Richard J. Roberts, Prémio Nobel em 1993 pelos seus estudos sobre biologia molecular, mais concretamente sobre os intrões, fragmentos de ADN não relacionados com a informação genética; e John Gordon, Prémio Nobel 2012 pela descoberta de que células maduras podem ser

reprogramadas de modo a tornarem-se pluripotentes. A estes quatro Nobel, a CV&A decidiu juntar mais três oradores que se afirmam a nível mundial como fortes apostas na investigação e que são já considerados potenciais premidos com o galardão Nobel. Serão eles nada mais e nada menos do que Karin Schallreuter, conhecida investigadora pela descoberta do tratamento da Vitiligo; Paul Riley, especializado em regeneração cardíaca; e Clemens van Blitterswijk, um dos maiores especialistas em biologia celular e responsável pela invenção da maioria das próteses médicas da actualidade. Depois de ter trazido ao nosso País nomes sonantes como: Al Gore, Bill Clinton, Tony Blair ou Gerhard Schröder, entre outros, a CV&A associa-se agora, e pela primeira vez, a um evento científico da área da Saúde. “Apesar da actual conjuntura política, económica e social, a CV&A decidiu organizar uma conferência diferente das habituais. Esta conferência é o resultado da aposta da CV&A na área da ciência, investigação e saúde, uma área de extrema relevância para a economia, crescimento e desenvolvimento do nosso País, tendo como principal objectivo impulsionar a investigação e inovação em Portugal e, essencialmente, estimular e alertar os portugueses e profissionais da área para a importância deste tema. Será, pois, um dia para expor, partilhar e reconhecer avanços científicos e culturais com pessoas vindas de todo o mundo”, conforme anunciou publicamente a consultora em comunicação. l 59


especial

Professor Paul Greengard

Professor Sir Richard J. Roberts

Prémio Nobel 2000

Prémio Nobel 1993

Neurocientista dos EUA, Paul Greengard foi agraciado, juntamente com o sueco Arvid Carlsson e o austríaco Eric Kandel, com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 2000, pelas suas contribuições para um entendimento melhor do funcionamento molecular do cérebro. O seu percurso académico passou pela Matemática, Física e Engenharia. No entanto, acabou por se licenciar em Biofísica, dando início a uma promissora carreira na investigação. Em 2000 ganhou o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia por ter descoberto a transmissão de sinais entre neurónios e o seu papel na doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas. Além do Nobel, conta ainda com outros prémios na sua carreira, como o Dickson Prize e a Medal in Medicine da Universidade de Pittsburgh, em 1977; o CIBA-Geigy Drew Award, em 1979; o Pfizer Biomedical Research Award, em 1986, o Robert and Adele Blank Award Lecture da Universidade de Nova Iorque, em 1988; o National Academy of Sciences Award em Neurosciences, em 1991; a Thudichum Medal, em 1996; e o Ellison Medical Foundation Senior Scholar Award, em 1999. Actualmente, Paul Greengard é professor na área da neurociência molecular e celular na Universidade Rockefeller e director do centro para investigação de Alzheimer Fisher. l

Quis ser detective mas falhou os testes psicotécnicos na entrada para a faculdade. A partir daí, Richard Roberts dedicou toda a sua vida à biologia molecular. É um verdadeiro “advogado” do ADN e das funções genéticas, sendo responsável por muitas das técnicas actuais que permitem a clonagem. Em 1977, Roberts e os seus colegas observaram com um microscópio de electrões que os genes podiam estar presentes em diversos segmentos de ADN separados. Os seus estudos e descobertas foram reconhecidos pela Assembleia dos Prémios Nobel e considerados fundamentais para a investigação biológica dos dias de hoje e para a evolução da investigação médica relativamente a variadas doenças, como o cancro. Esteve sempre um passo à frente do seu tempo, de tal forma que o próprio “pai” do ADN, Jim Watson, chegou a defender que as ideias de Richard Roberts não mereciam ser investigadas e desenvolvidas. Num trabalho de determinação e crença, essas ideias acabariam por revolucionar e servir de base para o famoso New England Biolabs. l

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Professor Clemens van Blitterswijk

Nascido a 7 de Julho de 1957, em Haia, Clemens van Blitterswijk tem dedicado grande parte da sua investigação à medicina regenerativa e à construção de próteses. Licenciou-se como biólogo celular da Universidade de Leiden, em 1982, e seria na mesma universidade que viria a defender a sua tese, em 1985, sobre implantes de ouvido em cerâmica artificial - pela qual recebeu o prémio Jean Leray, o prémio Marie Parijs e o prémio Klein. Ao longo dos anos tem vindo a trabalhar ao nível da investigação, em particular do transplante ósseo, de cartilagem e de pele, tendo angariado mais de 120 milhões de euros para desenvolver novas próteses. É o rei das próteses médicas e um dos investigadores mais interessantes da sua geração. Hoje, a maioria dos seus trabalhos desenvolve-se em torno de aplicações de engenharia de tecidos. Responde por numerosas patentes, é autor e coautor de mais de 200 ‘papers’ e é frequentemente convidado para conferências internacionais. Até à data já fundou quatro empresas biomédicas, tendo ainda sido CEO da IsoTis, entre 1996 e 2002. Clemens van Blitterswijk é presidente do departamento de regeneração de tecidos na Universidade de Twente, onde dirige uma equipa de estudantes. Publicou recentemente um livro sobre o tema. l


Professor Paul Riley

Professor Oliver Smithies

Professor Karin Schallreuter

Prémio Nobel 2007

Paul Riley, professor da Universidade de Oxford, apresentase como um dos principais investigadores associados aos estudos sobre regeneração cardíaca. Investigou, entre outros, o potencial do epicárdio enquanto fonte de células cardiovasculares progenitoras no coração adulto, capaz de iniciar a neocascularização e a reparação do miocárdio. Em 2008 foi premiado com o Outstanding Achievement Award da European Society of Cardiology Council on Basic Sciences e em 2011 foi distinguido pela British Heart Foundation como Personal Chair of Regenerative Medicine. l

Aos 88 anos, Oliver Smithies continua a ser um cientista activo, fazendo as suas experiências todos os dias, testando continuamente as suas ideias. Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia em 2007, geneticista de renome, Oliver Smithies viveu desde sempre fascinado pela Ciência. Doutorado em Bioquímica, abandonou a Faculdade de Medicina para se dedicar à Química. É conhecido pelos seus estudos em ‘gene targeting’, um método de gerar ratos com características mais humanas e, desta forma, mais úteis para a sua utilização na pesquisa. Em 2007, foi laureado juntamente com mais dois investigadores pelas suas descobertas na modificação de genes nos ratos através de células estaminais embrionárias. É casado com Nobuyo Maeda, professora de Patologia e Medicina Laboratorial. l

Professor Sir John Gurdon Prémio Nobel 2012

Aprisionada durante a II Guerra Mundial na Alemanha, Karin Schallreuter, uma jovem cientista, foi forçada a produzir químicos para os rebeldes que a mantinham presa. Seria o início de uma profunda carreira na área da Ciência. Hoje, Karin Schallreuter reclama para si a responsabilidade da descoberta do mecanismo da Vitiligo - doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele -, desenvolvendo um tratamento revolucionário para a doença. E entre os seus pacientes famosos com Vitiligo está, por exemplo, Abdullah II bin al-Hussein, rei da Jordânia. Mais recentemente, Karin Schallreuter foi notícia ao anunciar a possibilidade de tratar os cabelos brancos da mesma forma que o Vitiligo. Depois de um estudo internacional junto de 2411 pacientes com esta doença, a conclusão foi que o tratamento não só resultava na atenuação dos pigmentos da pele como na redução dos cabelos brancos. l

Sir John Bertrand Gurdon é um biólogo desenvolvimentista britânico, reconhecido por investigações pioneiras em transplante nuclear e clonagem. Foi laureado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2012, juntamente com Shinya Yamanaka, “pela descoberta de que células maduras podem ser reprogramadas de modo a tornarem-se pluripotentes”. Em 1958, então na Universidade de Oxford, conseguiu com sucesso clonar um sapo usando núcleos intactos de células somáticas. O trabalho foi uma extensão do já desenvolvido por Briggs e King em 1952, mas só viria a ficar concluído em 1975 por um grupo de trabalho no Basel Institute for Immunology, na Suíça. As suas experiências cativaram a atenção da comunidade científica e tanto as suas ferramentas como as suas técnicas continuam, ainda hoje, a ser usadas. l

Mais informações em:

www.anobelday.com 61


perfil

Ri c a r d o a dm i n i s t r a d o r

e

P i n to

Coun t ry

d o s

M anag e r

Sa n to s da

M D S

P o rt u g a l

“Jogar pelo seguro”

Catarina da Ponte

N o G r u p o M D S d e sd e 2 0 1 0 , R i c a r d o P i n t o d o s S a n t o s o c u pa a c t u a l m e n t e o s c a r g o s d e a dm i n i s t r a d o r e d e C o u n t r y M a n a g e r d a M D S P o r t u g a l .

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trabalho: “Lembro-me desde pequeno dizer sem hesitação que queria ontinuo todos os dias encantado com o que aprendo, tirar o curso de gestão e ser corretor”, afirma. pois estamos permanentemente sujeitos a novas À medida que começou a trabalhar e foi ganhando experiência, realidades: diferentes empresas, múltiplos sectores, apercebeu-se da riqueza da indústria da corretagem e do importante concentração, expansão e desenvolvimento”. Este é o papel que esta desempenhava na actividade económica. admirável mundo da corretagem a que Ricardo Pinto Na MDS há três anos, o dos Santos está habituado desde novo. administrador faz um balanço positivo Tendo frequentado o Curso de Gestão e destes primeiros anos e acredita que é Finanças da Empresa do IESF, no Porto, nas conjunturas menos favoráveis que Ricardo iniciou a sua actividade no sector há maior oportunidade de crescimento. da corretagem, em 1994, na Contacto NOME: Ambição para o futuro? “Consolidar Corretores de Seguros, a actual Patris Ricardo Pinto dos Santos negócio em carteira e crescer, Seguros. Acumulou funções como gerente ESTADO CIVIL: procurando essencialmente desenvolver com pelouro comercial, responsável pela novos mercados ou novas abordagens, área de Informática e, mais tarde, como Casado potenciando assim o nosso modelo”. coordenador da qualidade da Contacto, DATA DE NASCIMENTO: O Grupo MDS surgiu inicialmente dando continuidade à tradição familiar e ao 03/02/1973 como corretor cativo do Grupo Sonae. trabalho iniciado pelo seu pai, fundador da Hoje, a MDS SGPS é a holding para corretora e um dos históricos corretores da N.º DE FILHOS: a área de seguros e gestão de risco da cidade do Porto. Dois rapazes de 4 e 7 anos ‘joint--venture’ entre os grupos Sonae Abraçou esta área profissional porque o NACIONALIDADE: e Suzano e está presente em três fascina o contacto com diferentes pessoas continentes: em Portugal, onde é líder e perspectivas: “A partilha permanente Portuguesa destacado de corretagem de seguros; no de conhecimento aliada ao racional de HABILITAÇÕES LITERÁRIAS: Brasil, onde é o terceiro maior broker; parceria e proximidade com outras pessoas Frequência do ensino superior e diversa e em Angola, uma aposta forte com e/ou entidades é o que mais me satisfaz”. grandes ambições. Apesar de ter estado ligado a outras formação profissional A empresa está também na origem actividades pontuais, Ricardo Pinto dos HOBBIES: da BrokersLink, uma das maiores redes Santos “apostou no seguro” e nunca Desporto, essencialmente ginásio mundiais de corretagem de seguros. l ponderou enveredar por outra área de

BI

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LIFESTYLE

S O N O

D O

D E

LU XO

P LEASE, N OT DISTURB!

S A B I A Q U E A E U R O PA É O B E R Ç O D A C O L C H O A R I A D E L U X O M U N D I A L E Q U E B R I TÂ N I C O S E S U E C O S , C O M A L E M Ã E S B E M C O L A D I N H O S À P E R N A , T R AVA M U M A D U R A B ATA L H A PA R A C O N Q U I S TA R O T Í T U L O D E M E L H O R C O L C H Ã O D O P L A N E TA ? S E J A B E M - V I N D O A U M F O F O U N I V E R S O D E R E Q U I N T E Q U E D E S C O N H E C E , M A S Q U E E S TÁ P R E S T E S A D E S V E N DA R .

JOÃO BÉNARD GARCIA

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olchões há muitos, mas sabendo à partida que a qualidade da nossa cama é ‘quem’ dita a qualidade do nosso sono, será lógico desperdiçarmos a oportunidade de passar um terço da vida a viver em primeira classe? Claro que não. Um sono repousante, a par de uma boa dieta alimentar e do exercício físico correcto que fizermos, ditarão sobremaneira o nosso bem-estar físico, mental e emocional diário. Quando chega a hora de escolhermos o colchão onde vamos passar aproximadamente 25 anos da nossa existência, surgem sempre muitas incógnitas: valerá a pena pagar 10, 30, 90 mil euros, ou mais, por um 64

colchão com enchimento exclusivo, fabricado integralmente à mão com materiais naturais raros? Quando quase todas as marcas de colchões de luxo anunciam possuir a melhor cama do mundo, como podemos saber que tomámos a decisão acertada? Se iniciarmos uma discussão sobre a escolha da cama perfeita para o sono perfeito, muitas serão as opiniões e, regra geral, não se restringirão somente ao tipo e nível de dureza de colchão eleito. No conjunto essencial para um bom sono, ou para um sono de luxo, pesam factores tão díspares quanto a boa estrutura da cama, as almofadas adequadas e de qualidade, os lençóis fabricados com materiais de primeira linha, as velas aromáticas mais ou menos relaxantes ou a menor, ou nula,

incidência de luz no quarto. Devemos ainda acrescentar a esta lista o imprescindível creme de noite para a pele, a orientação do mobiliário na divisão, a temperatura adequada, o silêncio absoluto obrigatório. Como a premissa basilar deste artigo é procurar criar o santuário perfeito para obter um sono confortável, reparador e luxuoso, vamos dar início ao desfile de alguns dos melhores colchões do mundo. Neles poderemos deslizar como príncipes e descobrir boas regras para dormir como verdadeiros reis. Como gostamos muito dos nossos leitores, até criámos, com a ajuda preciosa do conceituado ateliê da designer de interiores Felipa Magalhães Cunha, um ambiente sofisticado e de luxo que o ajudará a cair, rapidamente, nos braços de Morfeu. l


Foto fernando piçarra

mer g ulhe nas pr ó ximas pá g inas numa aventura pelos se g redos dos mais luxuosos colch õ es do mundo

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LIFESTYLE

Tudo o que deve saber antes de comprar um bom colchão

A escolha acertada

1 – Colchões com maior firmeza são ideais para pessoas mais pesadas. 2 – Pessoas que dormem de lado devem escolher colchões mais macios. 3 – Pessoas que dormem para cima ou de barriga devem optar pelos mais firmes. 4 – Colchões de molas geralmente ventilam melhor. 5 – Colchões de espuma proporcionam estabilidade para quem se mexe muito. 6 – As camadas superiores e as almofadas de colchões devem usar espuma de alta tecnologia. 7 – Colchões de alta qualidade devem ter sete zonas de conforto. 8 – Zonas de apoio do tronco mais firmes, nos ombros e cintura mais suaves. 9 – As bases de alta qualidade dos colchões de molas são estáveis e ajustáveis. 10 – As bases para os colchões de espuma têm 20 a 25 ripas laminadas, flexíveis e ajustáveis.

HÄSTENS

Os colchões idolatrados

SAVOIR

A cama dos famosos se dormir n u m a s av o i r beds é como e x p e r i m e n ta r “ u m a n u v e m”, d e i ta r - s e n u m hypnos ou num HÄstens é u m a s e n s aç ão do outro mundo...

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Uma das mais mediáticas marcas de colchões do mundo é a britânica Savoir Beds. O fabricante, que em 1905 começou a produzir camas de primeira classe para o londrino e sofisticado Hotel Savoy, cedo ganhou fama mundial. As suas camas mais luxuosas são personalizadas, construídas com rigor e até ao mais ínfimo pormenor, custam entre 58 mil (modelo N.º 1) e 145 mil euros (Royal State Bed, edição especial). Os seus colchões têm sido os favoritos de figuras mundiais como Giacomo Puccini, Winston Churchill, Marilyn Monroe, Madonna, Elton John e Oprah Winfrey. Todos os clientes Savoir garantem que dormem “como numa nuvem”. A Savoir Beds produz mil camas por ano, com preços médios que oscilam entre 6 e 60 mil euros. Está à venda nos armazéns Harrod’s e na King’s Road, em Londres. As suas edições limitadíssimas já ganharam estatuto de investimento rentável. l www.savoirbeds.co.uk

O fabricante Hästens especializou-se, em 1852, em selas para cavalos, mas foi nos colchões relaxantes que ganhou fama por toda a Europa. Tanta, que hoje a familiar marca sueca é sinónimo de indesmentível conforto e durabilidade. A garantia de 25 anos das suas camas e colchões são a prova de fé de sábios artesãos que as concebem ao milímetro, sem recurso a máquinas, e que vão até à Nova Zelândia buscar a melhor lã pura para compor as suas obras de arte. Fornece camas à Casa Real sueca desde 1952, o seu modelo Vividus é o preferido do rei Carlos XVI Gustavo da Suécia e as suas criações, com padrões quadrados exclusivos, tornaram a marca idolatrada e sinónimo de luxo supremo. A cama mais cara, feita por encomenda, é a “Continental Bed” Vividus King Size (a partir de 60 mil euros). O modelo de entrada na marca é o Naturally e pode ser adquirido a partir de 2200 euros em cerca de 330 lojas espalhadas pelo mundo. l www.melhorcamadomundo.com

HYPNOS

Sonhos de rainha Há cem anos, o rei Jorge V, avô da actual soberana Isabel II, atribuiu ao fabricante de colchões Hypnos o Selo Real e exclusividade para fornecer todos os palácios da realeza britânica. O fabricante retribuiu com alguns dos “colchões e camas mais confortáveis e luxuosas do mundo”, como elogiava o falecido tenor lírico Luciano Pavarotti, um fã da marca. O grupo editorial Condé Nast, dono da Vogue e da Vanity Fair, é parceiro desta marca e recomenda os seus colchões em milhares de hotéis no mundo, seguindo a pista opinativa de milionários clientes-mistério. Em Lisboa, a marca está à venda na Dormire Store, com exclusividade para os Palop. O modelo Majesty, acolchoado com caxemira, lã de alpaca e de camelo e filamentos de prata, com cama, cabeceira e colchão idêntico àquele em que se deita a rainha Isabel II e o presidente russo Vladimir Putin custa 7600 euros, aumentando de valor consoante o tamanho, extras e personalização. l www.dormirestore.com


TIVOLI

Gostar do colchão e levar para casa Nos últimos anos, a preocupação com a qualidade das camas de hotel evoluiu de tal forma que a escolha acertada e exclusiva das mesmas se transformou em “conceitos”. A cadeia portuguesa Tivoli Hotels & Resorts não ficou insensível a esta realidade e por isso criou a loja online T/Store, espaço virtual onde os clientes que dormem nas 14 unidades hoteleiras do grupo em Portugal e no Brasil podem comprar, não só o tecnologicamente avançado colchão Luxury Spa Tranquillity, mas também a cama completa, os lençóis, o edredão e as almofadas. O preço das camas individuais começa em 1 699 euros e uma cama de casal T/Bed pode ser adquirida por 2 899 euros. l http://webdote.ipapercms.dk/TivoliHotels/BrochureLeisure/

DUX

SCHRAMM

“As nossas camas são o melhor lugar do mundo para recuperar forças”. Esta é a frase emblemática de Efraim Ljung, o empresário sueco que, em 1926, fundou a segunda mais importante marca escandinava de colchões. Os tecnologicamente sofisticados colchões Dux, da firma Duxiana, vêm com 20 anos de garantia, possuem modelos complexos – incorporando, por exemplo, na estrutura das camas um inovador sistema de apoio lombar, um esquema de molas inteligentes com 2,3 quilómetros de fio de aço por colchão ou até um pequeno extintor para apagar fogos – e podem facilmente atingir preços que variam entre os 4 e os 15 mil euros. Esta marca de culto e de luxo é um sucesso de vendas no mercado norte-americano.l www.duxiana.com

Começou por ser uma pequena oficina artesanal de colchões em 1923 e durante várias décadas produziu bons mas escassos exemplares de camas. Na década de 60 do século passado, a empresa Schramm Werkstätten já era considerada como uma das mais conceituadas colchoarias da Europa, sublinhando e explorando ao limite o conceito de colchões ‘taylor made’. No início do século XXI dá-se a viragem e o ‘boom’ da empresa, que constrói a sua nova “fábrica de sonhos”, aumenta a produção e expande-se pela Alemanha e por toda a Europa e Ásia, até se tornar líder no fabrico de colchões e estruturas para camas de luxo no velho continente. O preço dos seus luxuosos e cobiçados modelos varia entre o Divina (12 mil euros) e o Grand Cru (30 mil euros). l www.schrammwerkstaetten.de

As camas tecnológicas

Alfaiates do sono

LE LIT NATIONAL Colchões ao nível da moda

Fundada em 1909 por François Péjaudier, Le Lit National é a mais prestigiada fábrica gaulesa de camas e colchões e também sinónimo de luxo refinado, elevada qualidade e inovação tecnológica. A firma apostava nos anos 20 do século XX em campanhas publicitárias agressivas para a época, abriu elegantes showrooms no pós-guerra, tratou os colchões como obras de alta-costura para o sono e é da sua autoria a criação, em 1958, do conceito de cama dupla. Actualmente, a empresa aposta, como imagem de marca, na construção de luxuosos colchões enchidos com 95% de produtos orgânicos e ecológicos. Uma cama biológica desta marca atinge facilmente os 8 mil euros. Estará em breve disponível em Portugal através da Dormire Store, nas Amoreiras, em Lisboa. l www.litnational.com

VI-SPRING

Colchões à medida do freguês Fundada há 112 anos em Plymouth, a fábrica VI-Spring tornou-se rapidamente tão famosa que acabou sendo a fornecedora oficial das cabines de luxo de paquetes como o Queen Mary ou das do malogrado transatlântico Titanic. Em 1914, as suas camas, produzidas artesanalmente com materiais naturais seleccionados, eram muito procuradas em hotéis e utilizadas por milionários em barcos de luxo. A marca britânica ainda produz por encomenda todos os objectos necessários para equipar um quarto de luxo e aposta descaradamente no luxo supremo. Produzem colchões e camas com formatos únicos, feitos à medida do cliente e rivalizam com a Hästens argumentando que o design das famosas camas nórdicas prejudica o sono. O topo de gama da marca é o Master Piece que tem um preço base de 32 mil euros. l www.vispring.eu

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LIFESTYLE C

A nossa escolha para UM sono de luxo

Deixe de sonhar e passe à realidade. Por algumas largas dezenas de milhares de euros pode ser dono de um cobiçado conjunto de quarto com colchão de griffe, daqueles bem-feitos à mão, F e rodear-se de uma panóplia de objectos de luxo. Como queremos que tenha sonhos de príncipe e sono de rei, criámos um ambiente requintado e luxuoso, E com tudo o que precisa para se sentir um soberano na hora de dormir.

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Foto fernando piçarra

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Camas W iguais às de Nova Iorque Dormir numa de camas dos quatro oásis de cinco estrelas plantados no meio dos arranha-céus que o conceituado grupo hoteleiro W possui em Nova Iorque pode agora ser uma experiência replicada em casa. Por um valor que oscila entre 1.700 e 2.200 euros, acrescidos de taxas de envio, pode comprar o conjunto na “W The Store” ou online e disfrutar de uma cama completa W Hotels Extreme Signature Bed, concebida exclusivamente para esta rede com mil boutique-hotéis espalhados pelo mundo. l www.whotelsthestore.com

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B – Colchão + Cama + Cabeceira Hypnos Majesty, Dormire Store, 7 600 euros C - Biombo francês do século XIX, pintura a óleo com motivos florais em 4 folhas. Preço sob consulta, disponível no antiquário Miguel Arruda Antiguidades. D - Carpete Persa Tabriz, 3.11 x 2.50, na Tricana, 16.724 euros E – Mesas de cabeceira ovais com madeira de mogno polido no tampo e pés folheados a ouro. Preço sob consulta, disponível no ateliê Felipa Magalhães Cunha Interior Design. F – Candeeiros de latão cromado com aplicações de talha dourada do século XIX. ‘Abat jours’ de vários tamanhos em seda e organza em tons creme. Preços sob consulta, ateliê Felipa Magalhães Cunha Interior Design. G – Banqueta grande 870 euros, banqueta pequena 750 euros (ambas Designers Guild) H – Boite Bouteiles – Louis Vuitton, 3 350 euros I –Pegase 55 Personalizado (Mon Monogram) – Louis Vuitton, 2 910 euros J – Scented Candle, Ralph Lauren, El Corte Inglés, 95 euros K - Conjunto combinado pequeno-almoço, Colecção Borboletas Christian Lacroix, Vista Alegre, 7 peças, 570,20 euros.

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Dicas para um sono perfeito Sabendo ser possível dormir melhor – e porque as insónias não são uma inevitabilidade –, aprenda todos os truques para escapar às noites em branco.

1 – Criar um ambiente calmo, fresco e escuro no quarto. Ir desligando as luzes duas horas antes de adormecer. Isso estimula a hormona do sono. A temperatura média ideal do quarto deve situar-se nos 18 graus. O quarto deve ficar totalmente às escuras. O silêncio deve ser absoluto. 2 – Não comer, ver televisão, falar ao telefone ou escrever em computadores e ‘laptops’ no quarto, nomeadamente na cama. Ler é um velho truque para adormecer e a única actividade extra aceitável numa cama. A leitura ajuda-nos a focar a mente e estimula o sono. 3 – Ir para a cama a horas certas e planeadas. Seguindo essa premissa consegue-se que o organismo ajuste as horas de sono às nossas necessidades de descanso. Evitar dormir sestas durante o dia.

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4 – Não fazer exercício e esforços físicos nas três horas anteriores a ir para a cama. Excluem-se as caminhadas tranquilas, o ioga, o chi kung, o shiatsu ou o tai chi, actividades aconselhadas para relaxar o corpo e transmitir bem-estar mental.

7 – Beber poucos líquidos antes de se deitar para evitar acordar várias vezes para ir à casa de banho. Estas interrupções do sono podem despertá-lo irremediavelmente. 8 – Tentar não pensar nos problemas por resolver pelo menos 90 minutos antes de ir para a cama. Não fazer tarefas que induzam ansiedade, como verificar a caixa de e-mail ou ver as notícias da noite. Ler, ouvir música calma ou tomar um banho ajudam a desligar o cérebro. 9 – Levante-se se não consegue dormir. Se após 20 minutos de se deitar não consegue adormecer, então saia da cama e tente ir para um local com pouca luz. Proibitivo receber a forte luz emitida pelos ecrãs de computador que estimula e desperta o nosso sistema nervoso. 10 – Compre uma cama nova, confortável e adequada às suas necessidades fisionómicas. Mude a posição do colchão para garantir que as zonas mais usadas não fiquem moles ou estragadas. A mudança regular de colchão permite evitar a proliferação de ácaros, o aparecimento de alergias e pode ajudar a reduzir dores corporais. l

5 – Não ingerir hidratos de carbono e bebidas estimulantes nas três horas anteriores a ir para a cama. Comer e dormir de imediato pode provocar congestão e/ou insónias.

u m b o m c o lc h ão é a b a s e de um sono de excelência. conseguiremos equilíbrio s e p e n s a r m o s o ac to de dormir conjugado n u m a t r i a n g u l aç ão co m a l i m e n ta ç ã o e e x e r c í c i o

6 – Evitar ingerir cafeína, barras e bebidas energéticas, vitaminas e anabolizantes, aspirinas e nicotina de cigarros nas duas horas antes de se deitar.

agradecimentos à Dormire Store e aos modelos Sofia Aguiar e Bernardo Holstein

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LAZER

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H i s tórias da C a s a da Ó per a O T e at r o N a c i on a l d e S ã o C a r l os , no h i st ó r i c o b a i r r o l i s b o e ta d o C h i a d o , c o m p l e ta e st e a no d u z e ntos e v i nt e a nos d e h i st ó r i a . É o ú n i c o t e at r o p o r t u g u ê s q u e a p osta h o j e n a s Ó p e r a s e n a m ú s i c a c o r a l e s i n f ó n i c a . N o f i n a l d e c a da t e m p o r a da , o T e at r o e st e n d e a s u a p r o g r a m a ç ã o pa r a a r u a d u r a nt e c e r c a d e u m m ê s , n u m e v e nto q u e a n u a l m e nt e r e ú n e m u lt i d õ e s no l a r g o e m f r e nt e À s u a p o r ta p r i n c i pa l .

C a t a r i n a d a P o nt e

F

undado a 30 de Junho de 1793, o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) foi construído num edifício arquitectónico único em Portugal, com uma traça neoclássica de inspiração italiana. É tecto de patrimónios valiosos, como os cenários e guarda-roupa que testemunham as suas vivências. De notar também que a única estrutura coral profissional existente em Portugal é o Coro do Teatro Nacional de São Carlos que interpreta o grande repertório operístico e coral-sinfónico. Este, foi criado em condições de efectividade em 1943, tendo conhecido várias direcções entre as quais Mário Pellegrini, Antonio Brainovitch, Gianni Beltrami e o português João Paulo Santos que registou diversos êxitos como Mefistofele (Boito), Blimunda e Divara. O maestro actual é Giovanni Andreoli.

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Uma das estrelas desta Casa é a orquestra sinfónica portuguesa (OSP) que há dez anos se constituiu como um dos corpos artísticos residentes do Teatro com uma programação regular de concertos e participações em festivais de música dentro e fora de portas. Para além disso, a OSP colabora regularmente com a RTP através dos seus concertos e óperas transmitidos pela Antena 2 e RTP 2. No âmbito das temporadas líricas e sinfónicas, a OSP tem-se apresentado sob a direcção de notáveis maestros, tais como Rafael Frühbeck de Burgos, Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry Christophers, George Pehlivanian, Michel Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate e Iuri Ahronovitch, entre outros. Resta saber onde tem lugar toda esta programação musical. No

emblemático espaço do TNSC, a Sala Principal transforma-se no palco das grandes produções líricas e dos sublimes concertos sinfónicos mas também de bailados. O Salão Nobre acolhe recitais e concertos de diferentes formações instrumentais, leituras de ópera e apresentações mais intimistas. O Foyer é o espaço privilegiado para concertos de câmara e breves recitais de entrada gratuita que se prestam ao convívio mais informal. A beleza arquitectonica do edifífico, bem como a qualidade musical de excelência que têm pautado os 220 anos de vida do TNSC fazem dele um ícone da cena artística e cultural portuguesa. O São Carlos é actualmente, uma casa viva de música e cultura, sempre de portas abertas para o mundo, oferecendo uma programação capaz de atraír quer os melómanos mais exigentes quer os espectadores mais pontuais. l


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LAZER

E s t e a n o , o S ã o C a r l o s v o lt a a a b r i r a s p o rta s e a i n s ta l a r- s e n o l a r g o , com uma progr amaç ão diversific ada e g r at u i ta

Festival ao Largo 2013 O espectáculo sai para a rua Todos os anos, no final de cada temporada, o Teatro Nacional de São Carlos organiza o Festival ao Largo, trazendo uma série de eventos para a rua, como se de uma extensão da programação musical se tratasse. O nome dofestival deriva do facto dele ter lugar no Largo de São Carlos, em frente à porta principal do teatro. Durante cerca de um mês realizam-se espectáculos de ópera, teatro, música sinfónica, coral-sinfónica e bailado, entre outros. Este ano, o Teatro de São Carlos volta a abrir as portas e a instalar-se no largo, com uma programação diversificada e gratuita, naquela que será a quinta edição do Festival. Veja a programação. l

28 e 29 de Junho

5 e 6 de Julho

CONCERTO SINFÓNICO

Concertos de Câmara

21h30 Direcção musical: João Paulo Santos Orquestra Sinfónica Portuguesa Solistas vencedores do Concurso de Interpretação do Estoril / Prémio El Corte Inglês Coprodução com o Festival Estoril Lisboa

20h00 “Carnaval dos Animais” de Camille Saint-Saens Pianos: João Paulo Santos e Nuno Margarido Lopes/ Joana David. Narração: Nuno Pólvora e Jorge Rodrigues OSP Bailarinos da Escola de Dança Ana Koler- EDAK 22h00 Ensemble de Metais e Percussão da OSP Direção Musical: Pedro Neves

12 e 13 de Julho

19 e 20 de Julho

ÓPERA EM VERSÃO CONCERTO

CONCERTO CORAL-SINFÓNICO

21h30 “Candide” Música de Leonard Bernstein Libreto de Hugh Wheeler baseado no obra de Voltaire Textos de Richard Wilbur Direcção musical João Paulo Santos Coro do TNSC e OSP

21h30 “Richard Wagner” Direccção musical: Rui Pinheiro Coro do TNSC e OSF 24 , 27 e 28 de Julho COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO

21h30 “O Lago dos Cisnes” Coreografia Fernando Duarte; Música Piotr Ilitch Tchaikovski; Libreto original Vladimir Begitchev, Vasili Geltzer; Filme Edgar Pêra; Figurinos José António Tenente; Desenho de Luz Nuno Moreira CNB

Mais informações em: www.festivalaolargo.com

220 anos de história 1793 É inaugurado o TNSC a 30 de Junho de 1793. 1828 a 1834 Encerramento motivado pela Guerra Civil.. 1854 O Teatro é comprado pelo Estado aos accionistas privados. 1887 Instala-se a iluminação eléctrica. 1888 Integração de um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa. 1880 a 1889 Instala-se no Teatro o cenógrafo Manini. 1890 É colocada uma cortina de ferro entre o palco e

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a sala. 1894 Estreia-se Puccini com a ópera Manon Lescaut. 1912 a 1920 O Teatro permanece quase sempre encerrado não se realizando espectáculos de ópera. Os Ballets Russes de Diaghilev realizaram em 1918 os únicos espectáculos apresentados no TNSC durante estes anos. 1935 O Teatro é encerrado 1940 Reabertura do Teatro com a ópera D. João IV de Rui Coelho (1 de Dezembro). 1946 O Teatro é integrado na Direção-Geral do Ensino

Superior e das BelasArtes do Ministério da Educação. 1976 Dá-se início à criação de uma companhia residente que realiza também digressões pelo País. 1977 Criação da Companhia Nacional de Bailado. 1980 O S. Carlos passa a Empresa Pública. 1986 É criada a revista São Carlos, órgão oficial do Teatro. 1992 É extinta a Empresa Pública do Teatro Nacional de S. Carlos. 1993 Comemorações do

bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos. É criada a Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de S. Carlos. É criada a Fundação de São Carlos. 1998 É extinta a Fundação de São Carlos. O Teatro Nacional de São Carlos passa a Instituto Público. 1999 O Teatro Camões passa para a tutela do Teatro Nacional de São Carlos. 2006 Estreia da tetralogia O Anel do Nibelungo numa encenação de Graham Vick expressamente pensada para o Teatro Nacional de São Carlos para a qual se transformou toda a

plateia do teatro num palco. 2007 Christoph Dammann, exDiretor artístico da Ópera de Colónia, assume a direcção artística do Teatro. É criado o OPArt – Organismo de Produção Artística, EPE com o objectivo de gerir o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. 2009 Primeira edição do festival de Verão no Largo de São Carlos, Festival ao Largo. 2010 No âmbito das comemorações do centenário da República Portuguesa, é apresentada, em versão

de concerto, a ópera Dona Branca do compositor português Alfredo Keil. Christoph Dammann é substituído por Martin André na direção artística do teatro. Realiza-se a segunda edição do Festival ao Largo. 2011 Realiza-se a terceira edição do Festival ao Largo. 2012 Realiza-se a quarta edição do Festival ao Largo.



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JOÃO BÉNARD GARCIA

É A BEBIDA D OS NEGÓCIOS E D O CONVÍVIO. OS BLENDS MULTIPLICAM-SE, DAND O A CADA MISTUR A DE GIN COM ÁGUA TÓNICA UM SABOR E XCLUSIVO. A SOFISTICAÇÃO É TANTA QUE ATÉ AS MARCAS DE água TÓNICA SÃO MOTIVO DE CONVERSAS ACALOR ADAS. O GIn ESTá NA MODA E A REVOLUCIONAR MOMENTOS DE LAZER.

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opo grande de balão, gelo de água mineral até ao topo (preferencialmente a temperaturas polares), uma dose de gin de qualidade com muitos botânicos, água tónica ‘premium’ seleccionada – servida com cautela para não perder a bolha – e… magia. Estes são os ingredientes base da renascida bebida hedonista da moda. O gin tonic, outrora associado a bebida de velhos e à Era Colonial, voltou a estar na moda e tornou-se transversal à idade, estilo e classe social, revolucionando os momentos de convívio nas modernas metrópoles. Degustá-lo com colegas e amigos num bar, numa esplanada ou em casa ao final de tarde, combiná-lo com uma refeição, ou simplesmente bebê-lo como digestivo após um jantar, está a tornar-se numa das mais desejadas e acessíveis experiências sensoriais dos nossos dias. Só que o gin, bebido como hoje se serve, nada tem a ver com aquelas doses mal elaboradas, encharcadas em limão ou com afogadas rodelas de laranja e suave travo a terebintina que os nossos avós faziam, literalmente, deslizar goela abaixo nas décadas de 60 ou 70 do século passado. O bom gin tónico tem segredos de confecção. Muitos. Tantos, que as receitas exclusivas de cada barman quase os elevam a uma nova categoria: a que mescla inovação e arrojo de um Chef de Cuisine com mestria e delicadeza de um ‘Sommelier’. O acto de beber gin tónico mudou tanto nos últimos cinco anos que seria curioso observar as reacções de Ernest Hemingway, o jornalista e escritor, galardoado Nobel da Literatura em 1954, ao ver homens de barba rija a colherem delicadamente folhas de manjericão de um vaso, a apertarem suavemente uma baga de zimbro, a descas-

carem pelo vidrado uma laranja, a cortarem em cruz um tomate cherry ou a pegarem com pinça uma vagem de baunilha. “Safa” – pensaria (a ferver de impaciência) Hemingway – “com tantos ritos e experiências nunca mais consigo tragar a minha primeira dose de gin”. O que também não seria difícil para o laureado autor do ‘best-seller’ “O Velho e o Mar” era encontrar em Espanha, a sua pátria do coração, alguém que num restaurante, bar ou tabierna lhe servisse um gin com preceito. Segundo revelou à Prémio Pedro Santos Costa, empresário e um dos quatro sócios do Gin Club de Lisboa, o país vizinho

“não ligava nenhuma ao gin até há três anos me ter cruzad o com ele em Madrid. Apaixonei-me e a minha opinião mud ou r adic almente ”, diz pedro santos costa.

assistiu nos últimos dez anos a uma “verdadeira febre do gin”, tendo-se tornado num dos seus maiores consumidores europeus e a Nação-mãe do emblemático “Gin Mare”. Neste momento, segundo dados disponíveis, quando quase todas as bebidas espirituosas reduzem vendas e perdem quota de mercado em terras espanholas, o consumo de gin cresce sustentadamente a um ritmo anual que oscila entre 12 e 14%. Espantado com estas

informações? Mais espantado ficará ao saber que o país europeu onde o consumo de gin mais cresceu nos dois últimos anos não foi a Espanha, mas a Grécia. Sobre Portugal ainda não há dados concretos, mas a tendência é de crescimento do consumo desta bebida, difundida em larga escala há 400 anos pelo médico holandês Franciscus de la Bõe como tónico medicinal (feito à base de zimbro e com o nome “Geniévre”), que os ingleses adoptaram mais tarde como bebida nacional. A talhe de foice e por curiosidade, sabe-se que a maioria dos consumidores portugueses tem entre 30 e 50 anos, que Leiria é a cidade onde se bebe mais gin e que 60% dos seguidores mais fervorosos online em sítios, blogues e murais de Facebook sobre gin são mulheres. “Hoje as pessoas experimentam um gin e depois pedem receitas, trocam ideias, partilham informação e sugerem truques nas redes sociais”, confirma Pedro Santos Costa, revelando como descobriu as virtudes desta bebida espirituosa: “eu próprio não ligava nenhuma ao gin até há três anos me ter cruzado com ele em Madrid. Apaixoneime e a minha opinião mudou radicalmente. Comecei a importá-lo particularmente e a fazer experiências como hobby. Quando dei por mim tinha 25 marcas de gin em casa e não resisti a abrir um espaço na rua Barata Salgueiro, no Shushi Café”, adianta, com um sorriso nos lábios, o profissional de Marketing que, em meados de 2012, desafiou os amigos Luís Cabral, Francisco Marvão e Pedro Krupseki para, juntos, abrirem o primeiro Gin Club de Lisboa. O sucesso foi imediato e hoje o Gin Club já tem um novo corner na Doca de Santo, em Lisboa, e prepara-se para ir à conquista do país e do mercado brasileiro. l 75


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Saiba tudo sobre a bebida da moda, mas sem ter que apanhar uma seca A mistura fermentada de cevada maltada, trigo, milho e centeio, à qual são mais tarde adicionadas bagas de zimbro, é a essência de todos os gins do mundo. Os segredos mais refinados vêm depois, resultantes das destilações e das variadas combinações de centenas de elementos botânicos que a natureza dá. E é ai que residem as diferenças: haverá ao todo no mundo 250 marcas oficiais de gin e mais de 65 marcas de água tónica. Quando os fiéis seguidores desta bebida de culto querem obter mais informações vão espreitar à “Wine Enthusiast”, uma das melhores publicações do planeta sobre as temáticas de Baco. Em Portugal, os apaixonados por gin agregaram-se no grupo “Gin Lovers”, que já soma mais de três mil adeptos, e - nas redes sociais - tem sido a loucura total com dicas, workshops e troca de receitas. A Prémio também quer dar sugestões e por isso deixamos-lhe aqui a selecção de Pedro Santos Costa e do seu barman Nuno Teixeira, do Gin Club, para os dez gins premium. Dez receitas de sucesso, dez águas tónicas de eleição e dez acessórios para confeccionar um gin… sem errar. l

Martin Millers 40% Vol. O britânico pai deste gin (e também quem lhe dá o nome) propôs-se a criar “o melhor gin do mundo” em convívio num pub com três amigos milionários. Contratou os melhores especialistas, seleccionou os melhores botânicos e demorou dois anos a concluir a receita perfeita. Dupla destilação, separação dos ingredientes e finalização com água pura e suave da Islândia transformaram-no na bebida mais inovadora deste segmento. Marca líder no mercado, bateu recentemente em vendas a Hendricks, o tradicional gin da escocesa William Grant & Sons. Receita Gin Club Lima, Limão e Zimbro c/ Tónica Fever Tree Indian. Preços: Copo: 10 euros | Garrafa (0,70cl.): 27,5 euros

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Gin Mare 42,7% Vol.

Nasceu numa vila piscatória catalã, em Espanha. No seu ADN, além dos botânicos comuns num gin, tais como zimbro, casca de laranja (neste caso citrinos de Sevilha) e de limão, cardamomo e sementes de coentro, adicionaram-lhe alecrim, azeitona arbequina (a melhor de Península Ibérica), manjericão, e tomilho, todas elas essências que lhe dão um toque de exotismo mediterrâneo . Receita Gin Club Tomate Cherry e Manjericão c/ Tónica Fever Tree Mediterranean. Preços: Copo: 11 euros | Garrafa (0,70cl.): 31 euros

P ly m o u t h N av y Strengh 57% Vol. O Plymouth Gin é uma bebida produzida no sudoeste de Inglaterra, na cidade de Plymouth, Condado de Devon, onde a destilaria tem exclusividade. Protegida por lei, esta marca ganhou pergaminhos de bebida elitista ao ser consumida por figuras com Winston Churchill, Alfred Hitchcock e Ian Fleming. Apesar do seu grau alcoólico, é um gin suave, produzido a partir de uma combinação de casca de limão e laranja, raiz de angélica, cardamomo, raiz de Florença e sementes de coentro. Preço: Garrafa (0,70cl.): 34 euros


Fifty Pounds 43,5% Vol.

Nome originário no imposto de 50 libras que o Rei George II foi forçado a decretar em 1736 para travar excessos alcoólicos. Produzido numa lendária destilaria no sudeste de Londres, Inglaterra, continua, quase 300 anos depois, a ser triplamente destilado, para obter a pureza extrema, no alambique do lendário John Dore. A sua receita combina onze elementos botânicos, três deles são considerados altamente secretos. Receita Gin Club Amora, Mirtilos e Framboesa c/ Tónica 1724. Preços: Copo: 9 euros | Garrafa (0,70cl.): 30 euros

M ay f a i r 40% Vol. Produzido em Londres pela Distillery Tamisa, é muitas vezes comercializado com a designação Palladium. Engarrafado numa garrafa elegante, possui botânicos marcados pelo zimbro, coentro, grão do Paraíso, casca de laranja e limão, alcaçuz, satureja e raiz de angélica. Apesar destas plantas serem clássicas nos gins, o fabricante recusa-se a revelar a totalidade da composição. Preço: Garrafa: (0,70cl.): 37 euros

Ta n q u e r ay T e n 47,3% Vol. Ninguém consegue tirar a esta clássica marca inglesa a fama de produzir os melhores gins do mundo. O “tiny ten”, como é carinhosamente apelidada esta edição especial, foi idealizado com um lote de dez botânicos seleccionados de frutas frescas, muito cítricas, integradas na sua destilação. Os especialistas recomendam-no como gin iniciático. Receita Gin Club Maçã Verde (Granny Smith) e Zimbro c/ Tónica Fever Tree Indian. Preços: Copo: 9 euros | Garrafa (0,70cl ou 1lt.): 25 euros

Monkey 47 47% Vol. As opiniões dividem-se, mas já começam a ser muitos os apreciadores que consideram este gin – com edição limitadíssima e feito a partir de quase cinco dezenas de botânicos colhidos a rigor na germânica Floresta Negra – como sendo o melhor do mundo. Ao complexo processo de destilação é adicionada uma infusão de ameixas bravas que lhe confere um tom avermelhado e o deixa com um toque muito aromatizado. Receita Gin Club Laranja e Vagem de Baunilha c/ Tónica Thomas Henry Ederflower. Preços: Copo: 15 euros | Garrafa (0,50cl.): 40 euros

Nº 209 46% Vol. Produzido numa casa vinícola norte-americana especializada em vinhos de excelência, o zimbro do 209 é colhido na Toscânia e ainda se lhe adicionam mais oito a onze plantas e raízes diferentes. A prova de que a Rudd Oakville Estate Winery procura criar um gin “único e moderno” está na quádrupla destilação feita com água oriunda do degelo das neves da Sierra Nevada. A designação 209 surge como referência ao número existente numa antiga adega que a família adquiriu. Receita Gin Club Abóbora e Cravinho c/ Tónica Q Tonic. Preços: Copo: 13 euros | Garrafa (1Lt.): 40 euros 77


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G’Vine Floraison 40% Vol. Este gin francês com edições numeradas apresenta-se como sendo o primeiro e único feito com uvas. Produzido a partir da floração primaveril da videira (mais tarde misturada com zimbro) caracteriza-se por ser uma bebida suave e transparente. É o mais floral de todos os gins e normalmente é combinado na destilação com cardamomo, gengibre e outras especiarias. Receita Gin Club Uva Branca e Framboesas c/ Tónica Fever Tree Lemonade. Preços: 12 euros | Garrafa (0,70cl.): 36 euros

Blue Ribbon 40% Vol. Destilado por cinco vezes e produzido a partir de 14 botânicos diferentes, este gin de origem francesa nasce da infusão de extractos de plantas como tomilho, citrino, anis, pimenta da Jamaica, pimentas, canela, um suspiro de moscada e um ligeiro travo a zimbro.

Acessórios pa r a f a z e r um bom gin

1. Coador de dois apoios (Strainer) 2. Doseador (Jigger) 3. Pelador (Zester) 4. Saca-rolhas 5. Raspador 6. Colher entrançada de cocktail (bailarina) 7. Pinça

Receita Gin Club Laranja e Pimenta da Jamaica c/ Tónica Schweepes Original Heritage. Preços: Copo: 10 euros | Garrafa (0,70cl.): 33 euros

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8. Pegador 9. Colher tipo gelado 10. Faca


Tónicas de l uxo

1724 1,55 euros (Uni.) Com uma explosão de sabores cítricos, nomeadamente a yuzu (laranja do Japão), esta água tónica deve o nome ao facto de a sua quinina ser colhida de uma fonte a 1724 metros acima do nível do mar, no mítico caminho dos Incas, na Argentina.

S c h w e pp e s P r e m i u m P i m e n ta R o s a 1,60 euros (Uni.) É a tónica mais pessoal e versátil da nova gama. O aroma a pimenta intensifica os botânicos menos usuais dos gins e realça os seus toques doces ou herbáceos. Ideal com gins Hendricks e Martin Millers.

S c h w e pp e s P r e m i u m Original 1,60 euros (Uni.) Uma água de borbulhas finas acompanhada por aromas cítricos e toques de lima. Excelente para casar com zimbro e para acompanhar todo o tipo de gins e vodkas premium.

Indi

Q Tonic

1,75 euros (Uni.)

2,5 euros (Uni.)

A Indi é uma água tónica que se destila sem fogo directo. Este processo assegura uma aromatização suave. Classificada como uma água fenomenal, está presente nos melhores e mais caros bares e restaurantes do mundo.

Fabricada nos Estados Unidos, é elaborada com ingredientes oriundos dos andes peruanos, como a quinina, e contém agave mexicano ao invés de frutose de milho como as restantes águas tónicas.

Fever Tree Indian 1,50 euros (Uni.) Está no top das águas tónicas e é considerada pelos especialistas como uma das melhores do mercado. A sua elaboração artesanal e os seus ingredientes naturais tornam-na na água ideal para acompanhar um gin. É a favorita do mítico chef espanhol Ferrán Adriá.

Britvic 1,60 euros (Uni.) Esta tónica foi criada em 1971 pela British Vitamin Product Company e caracteriza-se por possuir um carbónico com efervescência média e notas cítricas. Por não ser uma água tónica muito agressiva preserva o sabor dos botânicos do gin. Muito apreciada na Grã-Bretanha.

Fever Tree Mediterranean 1,50 euros (Uni.) Esta tónica, além dos ingredientes habituais, conta com uma selecção de ervas e plantas aromáticas típicas mediterrâneas como o alecrim, tomilho, gerânio, limão e mandarim, acrescentando os aromas dos azeites essenciais. Tem apontamentos intensos de doce e amargo.

Thomas Hennry Ederflower 1,65 euros (Uni.) Conhecida desde há séculos pelas suas capacidades curativas, tem um aroma floral que harmoniza e contagia o ‘cocktail’ de gin e nunca passa despercebido. Acompanhante perfeita para gin e vodka.

Abbondio 1,60 euros (Uni.) A sua fórmula antiga é um dos segredos mais bem guardados de Itália. Com um carbónico superdelicado, é a solução perfeita para unir os aromas botânicos dos melhores gins do mundo.

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LAZER

Lua n da

U m a Baía q u e dá um p ostal E d i f í c i o s d e e s c r i t ó r i o s , c e n t r o s d e c o n v e n ç õ e s , r e s ta u r a ç ã o e h o t e l a r i a , c a m p o s d e b a s q u e t e b o l e 4 m i l pa l m e i r a s i l u s t r a m a n o va pa i s a g e m e x p r i m i n d o u m a v o n ta d e d e e n q u a d r a r a m o d e r n i d a d e a r q u i t e c t ó n i c a c o m a b e l e z a da B a í a .

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A Miguel Morgado

s cidades fazem-se de ruas, ruelas, becos e grandes avenidas, caminhos que lhes dão nome e fama mundial. A Gran Via de Madrid, Avenida Paulista de São Paulo, os Campos Elísios de Paris ou a 5ª Avenida de Nova Iorque, são exemplos. Em Luanda, a capital angolana, é a baía que funciona como ‘ex-libris’ da cidade. Totalmente remodelada em Agosto de 2012, a Baía de Luanda reflecte a imagem de

modernidade e desenvolvimento da segunda maior economia da África subsahariana e um país com uma das maiores taxas de crescimento do mundo. A obras de recuperação urbanística e paisagística da baía implicaram um investimento de 36 mil milhões de kwanzas, o equivalente a cerca de 300 milhões de euros na construção de 147 mil metros quadrados de espaços pedonais, 3,1 quilómetros de passeio marítimo, três parques infantis, cinco campos de street basket, cinco espaços

A B a í a d e lua n da é o e x- l i b r i s da c a p i ta l a n g o l a n a

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para eventos culturais e 10 novas praças e um circuito de manutenção. O projecto tirou partido da vasta área entre marginal e o mar, onde foi criado um parque que acompanha toda a extensão da baía, com áreas ajardinadas entrecortadas por zonas pavimentadas. Foram criados um passeio arborizado junto à via, um passeio marginal contínuo ao longo da baía e uma ciclovia. A recuperação da Baía não foi apenas uma operação de cosmética. Os trabalhos invisíveis foram de grande importância, dotando a baixa da capital angolana de modernas infra-estruturas urbanas de água, electricidade e saneamento, completadas com um aterro sanitário. À superfície, foi construída uma larga avenida e reforçados os espaços para estacionamento. A qualidade do projecto valeu aos ateliês Costa Lopes, de Angola, e TPA - Território, Paisagem e Arquitectura, de Portugal, o Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista 2013. Fase imobiliária ainda este ano Como contrapartida deste investimento público, a Sociedade Baía de Luanda obteve uma concessão do Governo de Angola para criar novas parcelas de terreno, parte deles conquistados ao mar, para aí desenvolver novos espaços imobiliários. Edifícios de escritórios, centros de negócios e de convenções, restauração e hotelaria pintarão esta nova paisagem exprimindo uma vontade de enquadrar a beleza natural da Baía com exemplos de modernidade arquitectónica de classe mundial. Os primeiros espaços para edifícios deverão ser comercializados ainda este ano, mo âmbito da 3ª fase de requalificação da zona. São terrenos com entre 2.500 a 50 mil metros quadrados, ao longo da baía, e que ficarão à disposição dos promotores, investidores institucionais, pequenas e médias empresas. As áreas localizadas na Ilha do 82

F o t o s c e d i d a s p e l o a t e l i ê TPA

LAZER

O p r o j e c to d e r e c u p e r aç ão da Baía de Luanda esteve a c a r g o d o s at e l i ê s Co s ta L o p e s , d e A n g ol a , e TPA -T e r r i t ó r i o , Pa i s a g e m e A r q u i t e c t u r a Pa i s a g í s t i c a , d e Po r t u g a l .

Cabo estão divididos em três parcelas (A, B e C), num total de 39 mil hectares. A parcela A encontra-se no extremo norte da Avenida 4 de Fevereiro, junto ao Porto de Luanda, correspondendo a uma área de nove hectares, que avança para dentro da Baía, no alinhamento da Praça 17 de Setembro, onde será desenvolvido um pólo urbano para o estabelecimento do novo centro de negócios da cidade. O espaço B, com três hectares, está implantado na primeira linha de água entre a Avenida Dr. Agostinho Neto e a entrada da Ilha do Cabo. Esta zona, segundo os promotores, terá acessos rodoviários para a Avenida 4 de Fevereiro, Chicala e Ilha do Cabo. O espaço C, com 27 hectares, deverá

ser transformado numa zona especial de habitação e serviços. Nove anos depois de o projecto ter sido aprovado em Conselho de Ministros e após mais de 30 meses de obras com o cunho das construtoras portuguesas Mota Engil e Soares da Costa, a avenida 4 de Fevereiro, conhecida simplesmente como marginal da Baía de Luanda, mostra-se hoje metamorfoseada, exibindo o contraste entre a beleza natural e as quatro mil palmeiras e acácias rubras plantadas ao longo da costa marítima. Renovada, totalmente reestruturada, constitui o cartão postal do país, fazendo-se comparar às zonas nobres de grandes cidades mundiais.l


MONTBLANC NICOLAS RIEUSSEC

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- Uma história para contar.

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Tão belo tanto por aquilo que revela, como pelo que esconde, este relógio presta homenagem ao homem que inventou o cronógrafo. O característico cronógrafo Rieussec mede o tempo com os seus 2 discos rotativos aos quais se junta um terceiro que indica o fuso horário do local de origem. O novo movimento automático de manufactura Montblanc torna possível o funcionamento destes 3 discos rotativos em conjunto. Cronógrafo monopulsante, discos contadores rotativos de 60 seg. e 30 min., disco rotativo com o fuso horário do local de origem e indicação de dia e noite. Produzido exclusivamente na Manufactura Montblanc em Le Locle, Suíça. *

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lazer

t e n d ê n c i a s

O s melh ores ro oftop s D e L i s b o a a S ã o Pa u l o , pa s s a n do p e l o P o r t o o u L u a n da , o s ‘ r oo f t op s ’, e s s e s fa n tá s t i c o s b a r e s e r e s ta u r a n t e s n o s ú lt i m o s a n da r e s e c o m v i s ta s d e s l u m b r a n t e s s o b r e a c i d a d e , e s tã o n a l i s ta do s m e l h o r e s ‘ s po t s ’ d e V e r ã o , pa r a q u e m v i v e a c i m a do E q u a do r , o u at é m e s m o d e I n v e r n o , pa r a q u e m e s tá m a i s a S u l .

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sofia arnaud

Ro o f to p Ba r , L i s b oa No 9.º andar do Hotel Mundial encontra-se o Rooftop Bar, com o Castelo de São Jorge ali ao lado e vista para a Baixa e para o Chiado. Um espaço que convida não só a tomar um copo ao final da tarde ou uma refeição ligeira com saladas, tapas ou hamburgers, mas também a terminar aqui a noite com um cocktail ao som de música jazz. Praça Martim Moniz, 2 Lisboa 1100-341 LISBOA T: 218 842 000

Terr ace Lounge 360º, Gaia No 4.º e último andar de um edifício do século XVIII reabilitado em 2012, na Ribeira de Gaia, encontramos o Terrace Lounge 360º, no Espaço Porto Cruz. Uma experiência visual que une o Douro e as ribeiras de Porto e Gaia na companhia do melhor vinho. No bar, orientado por Paulo Ramos, da Cocktail Academy, poderá usufruir da vista experimentando inovadoras formas de degustar o vinho do Porto, de acordo com o ambiente, o momento do dia e o seu estado de espírito. É ainda possível experimentar formas inovadoras de experimentar o Vinho do Porto, como os cocktails Spicy Pink, Ruby Chocolate ou Pink Fusion.

S i l k Cl u b , L i s b o a Um dos bares mais exclusivos de Lisboa, situado no glamouroso Bairro do Chiado. Para se entrar é preciso ser membro ou estar na ‘guestlist’. Quem tem este privilégio quando chega ao terraço, depois de uma subida de elevador acompanhado por um funcionário, pode usufruir de uma das mais belas vistas sobre a baixa de Lisboa. Ao jantar, pode optar pelo restaurante SushiFashion at Silk Club.

1 7 º R e s ta u r a n t e & B a r , P o r t o Localizado nos dois últimos andares do Hotel Dom Henrique Downtown, o 17º Restaurante & Bar é um espaço decorado por Paulo Lobo onde a tradição, o requinte e o charme se combinam. A mais de 150 metros acima do nível do mar, o restaurante oferece-lhe a possibilidade de desfrutar de uma vista deslumbrante sobre a

uma meca de sabor e estilo urbano. Espaço Chiado Rua da Misericórdia, 14 1200-273 Lisboa T: 917 961 934

cidade do Porto enquanto experimenta sabores do Mediterrâneo ou da cozinha tradicional portuguesa, preparada pela equipa chefiada por Alexandre Rosa. Rua do Bolhão, 223 T: 223 401 617

E s pa ç o P o r t o C r u z Largo Miguel Bombarda, 23 4400-222 Vila Nova de Gaia T: 220 92 53 40

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LAZER

Z a m b e z e , L i s b oa O Zambeze está instalado no último andar do antigo Mercado Chão do Loureiro, edifício recuperado e transformado num parque de estacionamento. Localizado no centro histórico de Lisboa, entre o Largo do Caldas e o Castelo de São Jorge, o Zambeze oferece uma vista soberba sobre a Baixa lisboeta e o Tejo. A decoração integra elementos emblemáticos da cultura portuguesa, entre os quais peças de faiança

V IP L o u n g e , P o r t o O 19º andar do Hotel Porto Palácio acolhe o VIP Lounge, um espaço com vista panorâmica sobre a cidade,de onde se vislumbra o Douro, a Foz e o Atlântico. A grande aposta deste espaço é a carta de whiskies com 210 opções, além de uma gama variada de cafés, de chás e de vinhos do Porto. Às quartas e

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Bordallo Pinheiro e loiças Vista Alegre. No exterior, dois painéis de azulejos da autoria do artista plástico Paulo Ossião e um terraço com esplanada de 300 m2. Edifício EMEL CALÇAda Marquês de Tancos/Mercado Chão do Loureiro 1100-340 Lisboa T: 218 877 056

quintas-feiras pode ouvir uma actuação de piano ou um dueto de guitarras; às sextas e sábados conte com a animação de um DJ. A não perder o Sunday Brunch. Avenida da Boavista, 1269 4100-130 Porto T: 226 086 600

S k y Ba r , L i s b oa Situado no topo do Hotel Tivoli, em plena Avenida da Liberdade, é um dos principais responsáveis pela moda dos terraços de hotel. Remodelado em 2009, o SKY Bar é o lugar certo para tomar uma bebida ao final da

T o p o f t h e R o o f, Porto O céu é o limite no Top of The Roof, o bar do Hotel HF Ipanema Park, onde os prazeres se conjugam para criar momentos


S k y e B a r , S ã o Pa u l o , B r a s i l Localizado na cobertura do hotel Unique, o Skye possui uma piscina avermelhada e um fabuloso lounge com vista panorâmica para o Parque do Ibirapuera e todo o horizonte dos bairros circundantes, dos Jardins à avenida Paulista. Sob a batuta do ‘chef’ Emmanuel Bassoleil, os maravilhosos sabores e a exuberância visual oferecidos na carta despertam todos os sentidos dos visitantes. Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 4700 Jardim Paulista - São Paulo, Brasil T: (11)3055-4710

H ot e l E p i c Sa n a , Lua n da , A n g o l a Desfrute de um dia à beira da piscina e de todos os caprichos oferecidos no Origami Kaffé. De manhã sumos naturais, ao longo da tarde um cocktail ou um copo de vinho. A cozinha, estilo bistro, é moderada, composta por saladas e pratos ligeiros. O espaço ideal para festas de final de tarde ao som do DJ, com vista para a baía de Luanda. Rua da Missão Luanda, Angola T: +244 222 642 600

tarde e depois do jantar sob o céu estrelado. Com decoração descontraída e confortável, marcada por puffs e almofadas, o difícil será escolher entre os deliciosos snacks, saladas frescas, wraps e hambúrgueres, acompanhados pelos melhores

cocktails, mojitos, caipirinhas, os daiquiris ou bellinis. A não perder: o CD dos sons da dupla de DJ’s residentes do Sky Bar, à venda no Tivoli Lisboa por 15 euros.

inesquecíveis. O privilégio de ver a Foz e o rio Douro de uma posição dominante, a mais de sessenta metros de altura, enquanto saboreia um long

drink, antes de se refrescar na piscina mais alta do Porto.

Avenida da Liberdade, 185 1269-050 Lisboa T: 21 319 8832

‘Spots’ a não perder pelo Mundo Kat, Istambul, Turquia

Rua de Serralves, 124 4150 - 702 Porto T: 225 322 121

Uma das melhores vistas panorâmicas da cidade. O Kat está escondido num edifício discreto de uma tranquila rua de Istambul. Entre no elevador, suba até ao terraço e delicie-se. Hotel Raphaël, Roma, Itália

Está localizado no topo de um encantador hotel coberto de hera, na esquina da Largo Febo, a um passo do centro da antiga Roma (Piazza Navona e Via del Governo Vecchio). Shanghai Hyatt, Xangai, China

O Vue Bar dispõe de dois pisos com terraço onde pode encontrar um jacuzzi de mármore cercado por sofá e poltronas onde pode disfrutar de boa música.

Sky Bar, Banguecoque, Tailândia

Suspenso no céu, no 63 º andar do The Dome do Lebua Hotel, o Sky Bar é o mais alto bar ao ar livre do mundo, com vista panorâmica sobre Banguecoque e o rio Chao Phraya. Num ambiente fascinante, este espaço oferece os melhores vintages, bebidas e cocktails de Banguecoque. Aer, Bombaim, Índia

O Aer ocupa a totalidade do 34º piso do hotel Four Seasons Mumbai, situado numa zona comercial emergente no sul de Bombaim. À tarde opte por um cocktail de champanhe. Para a noite delicie-se com a vista sobre o mar da Arábia, enquanto um DJ toca sons de house e funk. 87


LAZER

Catarina da Ponte

r e s tau r a n t e

G r e lhad os co m a ssinatur a L o c a l i z a d o n a Il h a d o C a b o , o L u a n da G r i ll v e i o r e i n v e n ta r a e x p e r i ê n c i a g a s t r o n ó m i c a a n g o l a n a e m o d i f i c a r a v i s ã o q u e n o r m a l m e n t e t e m o s d o s r e s ta u r a n t e s d e g r e l h a d o s . T o d o s o s p r at o s d a c a s a t ê m a a s s i n at u r a d o ‘ c h e f ’ V í t o r S o b r a l .

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Tipo de cozinha Grill & Gourmet

Contactos: Rua Murtala Mohamed Nº 260 R/C Bairro da Ilha do Cabo, Luanda Município das Ingombotas T.: 00 244 938 181 375 E.: geral@luandagrill.com

Horário: Ter - Qui / 12h30 - 23h30 Sex - Sáb / 12h30 - 24h00 Dom / 12h30 - 22h30

C

om pouco mais de um ano de existência, o restaurante Luanda Grill nasceu na capital angolana pelas mãos do ‘chef’ Vítor Sobral e da sua equipa, com o objectivo de se constituir uma referência gastronómica. Além de ser o único restaurante no País com um conceito Grill & Gourmet, a concepção e organização do próprio edifício do restaurante é inovadora. O Luanda Grill ocupa todo o imóvel de quatro andares na Ilha do Cabo, concebido pelo gabinete de arquitectura Sidney Quintela. A organização do espaço desenvolve-se em harmonia com a filosofia gastronómica da casa. Cada andar é dedicado aos dois principais alimentos proteicos. Assim, o comensal que se queira deleitar com os prazeres da carne tem todo um andar e uma carta a eles dedicada. No Restaurante de Carne pode degustar directamente da grelha farinheira grelhada com salada de laranja e hortelã, umas costeletas de borrego, picanha ou lombinhos de porco preto, entre muitas outras iguarias. Se é um apreciador de peixe grelhado, pode dirigir-se directamente ao Restaurante de Peixe e começar com uma sopa de peixe à homens do mar. Depois, escolha os peixes que mais apreciar, um suculento bife de atum, garoupinhas ou cabeça de peixe. Para adoçar a refeição não pode perder a mousse de chocolate com sopa de ananás e pinhões caramelizados, a mousse de maracujá com creme de maçã e coco ou um toucinho-do-céu com ginguba e ananás. A carta de vinhos do Luanda Grill contempla vinhos das principais regiões vinícolas do mundo. A cuidada selecção de vinhos de Portugal, Espanha, Itália, França,

Argentina, Austrália, África do Sul e EUA é uma perdição para os apreciadores mais exigentes. Degustá-los tendo como companhia o pôr-do-sol, as ondas do mar e o cenário exuberante da Ilha do Cabo no ‘roof’ do Luanda Grill, sobretudo nos dias em que há música ao vivo, “é a cereja no topo do bolo”. Motivos não faltam para fazer uma visita ao Luanda Grill, mas até chegar a este conceito houve uma grande preocupação em estudar os hábitos de consumo e gastronómicos. Inicialmente, o Luanda Grill passou por uma fase de teste que consistiu numa pré-abertura, a cerca de um mês antes da inauguração oficial, na qual a equipa foi testando o serviço e o funcionamento do restaurante. Nesta fase, foram convidadas pes-

soas da alta sociedade angolana, jornalistas e alguns críticos, de forma a recolher opiniões que ajudassem a melhorar a qualidade do serviço. “Quando achámos que estávamos preparados, decidimos abrir portas ao público, a 15 de Abril de 2012”, recorda o ‘chef’ Vítor Sobral. “ Todas as matérias-primas locais, sobretudo o peixe, são de muito boa qualidade”, adianta. Curiosamente, no que diz respeito aos costumes gastronómicos angolanos, as raízes lusófonas fazem com que sejam muito semelhantes aos portugueses. O sucesso desta primeira experiência é para repetir. Vítor Sobral tem outros projectos para África. Ficamos a aguardar novidades que nos adocem o paladar. l

r e s ta u r a n t e l u a n d a g r i ll ; a m b i e n t e s d o e s pa ç o d e p e i x e ( e m c i m a à e s q u e r d a ) e d o e s pa ç o d e c a r n e ( e m c i m a à d i r e i ta )

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lazer

1 0

P u ros -sangue a c é u aberto

Álvaro de Mendonça

S ã o o s d e z c a b r i o s e r o a d s t e r q u e q u a l q u e r a m a n t e d e a u t o m ó v e i s g o s ta r i a d e t e r e s ta c i o n a d o n a g a r a g e m . M a i s c l á ss i c o s , a o e s t i l o d e u m B e n t l e y C o n t i n e n ta l GTC o u d e u m R o l l s R o y c e P h a n t o n D r o p h e a d , o u d e sp o r t i v o s d e e l e i ç ã o , c o m o o A u d i R 8 S p y d e r , o L a m b o r g h i n i Av e n ta d o r o u o P o r s c h e 9 1 1 T u r b o S , s ã o p r o p o s ta s pa r a q u e m g o s ta - e p o d e - t e r o s m e l h o r e s s u p e r c a r r o s d o m o m e n t o . Pa r a o s m a i s t r a d i c i o n a l i s ta s , o e s t i l o d e u m As t o n M a r t i n DB 9 V o l a n t e , o u d o n o v o J a g u a r F -T y p e , é a m e l h o r o p ç ã o . A e s t e l e q u e p o d e m o s a i n d a a c r e s c e n ta r a ‘ e sp é c i e ’ d o F e r r a r i C a l i f ó r n i a , o u d o M e r c e d e s - B e n z S L 6 5 AMG q u e , g r a ç a s a o s s e u s t e j a d i l h o s r í g i d o s r e t r á c t e i s , s e c o n v e r t e m r a p i da m e n t e de coupés em cabrios... ou vice-versa. Es c o l h a s à pa r t e , e s t e é u m s e g m e n t o d o m e r c a d o o n d e l u x o e t e c n o l o g i a s e c r u z a m e o p r e ç o é o q u e m e n o s i m p o r ta .

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LAZER

Aston Martin DB9 Volante Cabrio derivado do extraordinário DB9, que a Aston Martin garante ser o mais elegante Grand Tourer de sempre. Herdeiro de uma linhagem com pergaminhos na marca, foi alvo de um ‘facelift’, há um ano, que lhe alongou os faróis e lhe aprimorou alguns detalhes. O motor V12 de 5.9 litros liberta uns impressionantes 517 Cv. de potência. l ______________________________________ Motor: V12 5.9 litros Potência máxima: 517 Cv a 6500 rpm Binário máximo: 620 Nm a 5500 rpm Caixa: automática, 6 velocidades Velocidade máxima: 295 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 4,6 segundos

Audi R8 Spyder O super-desportivo da Audi é um primo tecnológico do Lamborghini Gallardo, outra das marcas do grupo VW, com quem partilha o motor V10 de 5.2 litros. Com 520 Cv de potência, transmissão integral quattro e uma robotizada S-Tronic, de sete velocidades, o R8 V10 atinge os 100 Km/h em menos de 4 segundos, beneficiando do peso pluma do seu chassis em alumínio. l _____________________________________________ Motor: V10 5.2 litros Potência máxima: 525 Cv a 8000 rpm Binário máximo: 530 Nm a 6500 rpm Caixa: automática S-Tronic, 7 velocidades Velocidade máxima: 311 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 3,8 segundos

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N LAZER EGÓCIOS Bentley Continental GTC Versão Convertible do Continental GT é um dos mais extraordinários Bentley de sempre. Mantendo a tradição de uma capota têxtil e os seus 4 lugares, é um herdeiro directo do R-Type Continental dos anos 50. Debaixo do capot, o W12 6.0 litros duplo turbo de de 575 Cv pode ser alimentado a gasolina, a bietanol E85 ou com qualquer combinação destes dois carburantes. Associado a uma caixa automática e à tracção integral, atinge os 314 Km/h de velocidade de ponta e acelera dos zero aos 100 km/h em 4,8 segundos. l _____________________________________________ Motor: W12 6.0 litros duplo turbo Potência máxima: 575 Cv a 6000 rpm Binário máximo: 700 Nm às 1700 rpm Caixa: automática ZF, 6 velocidades Velocidade máxima: 314 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 4,8 segundos

Lamborghini Aventador LP 700 Roadster A marca de Sant’Agata anuncia-o como uma open-air experience e como o mais excitante Lamborghini de série jamais construído. E basta olharmos para as suas linhas, e para a sua carroçaria bicolor para nos apercebermos que estamos perante um automóvel especial, com o seu perfil muito baixo e anguloso e o seu tejadilho removível em duas peças, feitas integralmente em fibra de carbono e em outros compósitos de última geração. l _____________________________________________ Motor: V12 6.5 litros Potência máxima: 700 Cv a 8250 rpm Binário máximo: 700 Nm a 5500 rpm Caixa: robotizada, 7 velocidades Velocidade máxima: 350 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 3,0 segundos

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NEGÓCIOS Ferrari California O mais pequeno dos Ferrari é um sedutor GT que pode ser transformado em cabrio, bastando para isso recolher o seu tejadilho rígido retráctil. Em Julho do ano passado foi alvo de uma actualização, que mexeu pouco na estética, mas tornou a mecânica mais musculada e do agrado dos clientes habituais da marca. O motor V8 de 4.3 litros foi melhorado, com ganhos de potência e binário que se reflectiram nas performances. A utilização de ligas leves de alumínio resultou num emagrecimento que se reflectiu num ganho de 30 Kg no peso. l _____________________________________________ Motor: V8 4.3 litros Potência máxima: 490 Cv a 7750 rpm Binário máximo: 505 Nm a 5000 rpm Caixa: robotizada CST F1 Trac, de dupla embraiagem, 7 velocidades Velocidade máxima: 312 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 3,8 segundos

Rolls Royce Phanton Drophead Um cabrio de estadão com quatro verdadeiros lugares e que pode ostentar, se for essa a intenção do cliente, um magnífico capot em alumínio escovado. O modelo actual foi apresentado em Março de 2012 l é o segundo da série de berlinas de luxo Phanton, lançada em 2003, a que a marca acrescentou a variante coupé e o cabrio Drophead Coupé. A Rolls Royce classifica este último como uma obra-prima moderna, que ostenta tudo o que luxo e a tecnologia automóvel têm para nos oferecer. l _____________________________________________ Motor: V12 6.75 litros Potência máxima: 460 Cv a 5350 rpm Binário máximo: 720 Nm a 3500 rpm Caixa: automática, 8 velocidades Velocidade máxima: 240 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 5,8 segundos

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LAZER Maserati GranCabrio Sport Juntamente com o GranTurismo S e com o Quattroporte Sport GTS, o GranCabrio Sport integra a família dos modelos mais desportivos da marca, graças a um motor mais potente, uma caixa mais reactiva e um design mais agressivo. A caixa com o sistema MC Auto Shift, que reduz o tempo de passagem das mudanças, e a suspensão activa Skyhook são alguns dos detalhes técnicos pensados para transformar o GranCabrio num GT de elevadas performances. l ____________________________________________ Motor: V8 4.7 litros Potência máxima: 450 Cv a 7000 rpm Binário máximo: 510 Nm a 4750 rpm Caixa: automática ZF, 6 velocidades Velocidade máxima: 285 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 5,2 segundos

Porsche 911 Turbo S cabrio É o topo da gama 911, que este ano festeja o seu 50º aniversátio. Está dotado com o máximo de equipamento, luxo, conforto e tecnologia que a Porsche pode oferecer. É um 2+2 clássico com uma capota têxtil mas de estrutura rígida. O coração deste 911 Turbo é um motor 6 cilindros boxer de 3.8 litros biturbo estreado em 2009 e que veio substituir o anterior bloco, que a marca manteve ao serviço durante 35 anos. As extraordinárias performances deste 911 Turbo S são extrapoladas por uma série de sistemas, como o Sports Chrono Package Turbo, a repartição automática de tracção, ou a suspensão activa. l _____________________________________________ Motor: 6 cilindros boxer 3.8 litros biturbo Potência máxima: 530 Cv a6250-6750rpm Binário máximo: 700 Nm a 2100-4250 rpm Caixa: automática de dupla embraiagem PDK, 7 velocidades Velocidade máxima: 315 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 3,4segundos 94


Mercedes Benz SL 65 AMG Mais uma obra-prima AMG para este roadster de tecto rígido retráctil. Com o seu chassis de alumínio, o SL 65 AMG apresenta um impressionante binário de 1000 Nm para menos de duas toneladas de peso. A velocidade máxima de 250 Km/h está limitada electronicamente. O casamento ente os pergaminhos de qualidade e do luxo Mercedes-Benz, com a performance e a tecnologia AMG. l _____________________________________________ Motor: V12 6.0 litros biturbo Potência máxima: 630 Cv a 4800-5400 rpm Binário máximo: 1000 Nm a 2300-4300 rpm Caixa: AMG Speedshift Plus 7G-Tronic, 7 velocidades Velocidade máxima: 250 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 4,0 segundos

Jaguar F-Type V8 S Herdeiro do mítico Jaguar E, é o primeiro roadster de dois lugares que a Jaguar lança em 50 anos. Compacto, com os seus 4,47 metros de comprimento, o F-Type é 32 centímetros mais curto que o XK e super leve graças à sua estrutura de alumínio. Assinado por Ian Callum, combina a tracção traseira com o motor dianteiro. A versão topo de gama dispõe do motor V8 5.0 turbocomprimido, que lhe garante 495 Cv e está recheada de tecnologia. l _____________________________________________ Motor: V8 5.0 litros turbo Potência máxima; 495 Cv a 6500 rpm Binário máximo: 625 Nm Nm a 2500 rpm Caixa: automática QuickShift, 8 velocidades Velocidade máxima: 300 Km/h Aceleração 0-100 Km/h: 4,3 segundos

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lazer

shopping

casual chic Parecem umas simples Havaianas, mas são muito mais do que isso. O modelo slim “Crystal Poem” tem um toque de requinte ao qual não vai ficar indiferente.

Pa r a a s m a i s C o q u e t e s Conjunto de toalha de praia turca e sandálias rasas da Louis Vuitton. Um ‘must’ da estação.

Funcional e divertido Melissa Odabash criou para a nova estação Primavera-Verão 2013 o modelo de chapéu “Elle”, em ráfia com pedras azuis turqueza, na Fashion Clinic.

A l gum a s sug e s t õ e s pa r a

O l h a r at r e v i d o Óculos de sol Gucci Bamboo. Uma nova reinterpretação do reconhecido ícone da marca.

E l e g â n c i a e x c l u s i va Ideal para uma tarde de piscina. Fato de banho sem alças amarelo, na Fashion Clinic.

“ e n t r a r ” no V e r ã o e m Grande estilo.

ela M o d a e a c e ssó r ios q u e n ã o va i d e i x a r d e l a d o n e s ta e s ta ç ã o .

em grande estilo Saco em lona da Hermès equipado para um piquenique em grande estilo, para a praia ou para o campo. Não vai passar despercebido!

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Com sabor a Brasil Conjunto de biquini e túnica com ramagens da Companhia Marítima. A ‘toilette’ ideal para um fim de praia perfeito.


shopping

Pa r a o q u e d e r e v i e r Conjunto de utensílios da Hermès. Um ‘kit’ fundamental para trazer sempre no automóvel.

Em grande estilo Chapéu em palha azul com faixa da Hackett London. O genuíno estilo londrino.

Sempre consigo Um acessório da Hackett London que não vai querer deixar de lado este Verão.

Pa r a o hom e m d os nossos d i a s , a q ui fic a um a l is ta d os ‘ mus t- h av e ’ d o V e r ã o d e 2 0 1 3 .

ele S ig a os nossos cons e l hos e n ã o s e va i a r r e p e n d e r ! S ó pa r a a l g u n s Cronógrafo Mille Miglia 2013 - Edição limitada da Chopard. Ergonómico, funcional e sofisticado.

Duplamente refrescante Cerveja Sagres com sumo de limão natural e baixo teor de álcool. Uma bebida super refrescante para quando o calor “apertar”.

P r át i c o e e l e g a n t e Polo azul marinho da Ralph Lauren. Para a praia ou para as noites mais quentes de Verão. Fica sempre bem!

C a m i n h a da s Sapatos em lona e corda da Louboutin. Confortáveis para usar no Verão. Indispensáveis em qualquer guarda roupa.

Quem resiste? Calções de banho em poliamida da marca italiana Dolce Gabanna. Quem vai resistir a tanto charme?

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opinião

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Pedro Rolo Duarte

História ajuda a responder a esta questão. Já poucos se lembram, mas houve uma época em que não havia ‘silly season’. Foi um tempo curto, mas intenso: os anos de 1974 e 1975. Em vez desse tempo de moleza e preguiça informativa, Portugal falava de um PREC (Processo Revolucionário em Curso) ou do (escaldante) Verão Quente de 1975. Quem julgue que os tempos eram outros e não tinham qualquer relação com os de hoje, e com a crise actual, pasme-se com os dados que Rui Ramos coligiu na sua excepcional História de Portugal: “Com o PREC, a economia portuguesa entrou numa nova era: o crescimento anual do PIB desceu de 1,2% em 1973 para 1,1% em 1974 e foi negativo em 1975 (4,3%)”. Subiu o desemprego, o défice do Estado e a dívida pública... ... E não vale a pena ir mais longe, para chegar ao ponto de partida: qualquer momento excepcional da vida de um país, positivo ou negativo, faz de uma ‘silly season’ uma ‘smart season’ – ou, se quisermos ser mais objectivos e claros, faz de um tempo morto um tempo vivo.

Uma ‘smart season’ P o r t u g a l e s tá m u i t o c a n s a d o d e m á s notícias, de cortes, de um ambiente c i n z e n t o , at é m e s m o d e u m a m e t e o r o l o g i a p o u c o s i m pát i c a . C h e g a m o s a o V e r ã o e ta l v e z d e s e j e m o s u m a ‘ s i l ly s e a s o n ’ , u m b o c a d o d e pat e t i c e e m c i m a d a r e a l i d a d e , o f o g o fát u o d a s i r r e l e vâ n c i a s – ou mesmo, como o escritor Boris Vian p o p u l a r i z o u , “a e s p u m a d o s d i a s ”. M a s s e r á i s s o p o s s í v e l e m t e m p o s d e tã o profunda crise?

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Portugal vive hoje um período de excepção. Péssimo, ainda assim de excepção. Do ponto de vista jornalístico, é de riqueza que podemos falar – e por isso, temos seguramente um Verão quente, com temas novos, com assuntos polémicos, com Governo e oposição nos antípodas habituais. Mesmo quem entrar pelo ‘fait-divers’ habitual do “onde passam férias os políticos?”, vai confrontar-se com a demagogia que os tempos impõem: não há férias sumptuosas, não há viagens para lugares paradisíacos - haverá contenção, rigor, “vá para fora cá dentro”, e um primeiro-ministro numa praia habitual com o mesmo calção de banho do ano passado. Na verdade, a vida pública, neste caso política, tem uma encenação prévia cujo guião há muito foi escrito: períodos de recessão obrigam a imagens de contenção, períodos de expansão pedem “um nadinha” de exibição. Mas nunca nada mais do que “um nadinha”. Os especialistas em comunicação e os gabinetes encarregam-se de gerir a ‘silly season’ de forma a que tenha o sal e pimenta essenciais, sem que descambem para pratos insonsos ou excessivamente salgados. A tensão é permanente, não pode ser hipo nem hiper... Nos últimos anos habituámo-nos a uma nova “narrativa”, como gosta de dizer José Sócrates: deixou de haver regra para dar ou receber más notícias, mudanças de planos ou notícias ainda piores. Mas esse aparente caos não é mais do que uma velhíssima ideia que Lenine espalhou durante a revolução russa. O velho comunista dizia que a revolução avançava com dois passos à frente, e um atrás. A lição chegou aos dias de hoje – anuncia-se o cataclismo, recua-se um passo e ficamo-nos alegremente pela tragédia. Verão dentro, assim será. Numa ‘smart season’ sem tempo para grandes manobras de diversão. Só um país equilibrado, estruturado, seguro, estável, se pode dar ao luxo de ter uma ‘silly season’ digna desse nome. Dissemos mal dela anos a fio – e agora vamos ter saudades desse tempo em que os jornais se enchiam de irrelevâncias, voavam na praia ao sopro da nortada, e qualquer bola de Berlim pedia e merecia mais atenção... l


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