O VILA MARIANA WWW.OVLIMAMARIANA.COM.BR
SÃO PAULO, JULHO DE 2012
EDIÇÃO N
FRANCISCO RIO MICELI Fundador em 1937
3 ANO I
Calçadas esburacadas, esculturas em abandono e ausência de limpeza pública Não ha dúvida que, a exemplo de outros bairros, Vila Mariana sofre nos últimos tempos de sérios problemas no que concerne à limpeza pública, as calçadas esburacadas, a pixação e o abandono de diversos monumentos.
Acima o “Indio Pescador” sem lança na praça Oswaldo Cruz, na entrada de Vila Mariana e ao lado, aspecto da calçada da Rua Ouvidor Peleja totalmente invadida por ervas daninhas
A crise econômica mundial só tem um culpado: as flores ! Segundo Aristides Campos Jannini Texto na página 14
outrora magnifica estatua do “Indio Pescador”, de Francisco Leopoldo Silva.
Ha anos a estatua, instalada numa praça no início da avenida Paulista, permanece sem a lança e sem que o DPH - Departamento Um exemplo bastante gri- do Patrimonio Histórico tante é o da Praça Oswaldo da Cidade se preocupe em Cruz, suja e abandonada. restaura-la devidamente. Ela hospeda ao centro um chafariz sem água com uma Alias não é o único monumento que se encontra em situação de abandono, poderiamos citar uma série deles entre os 400 existentes na cidade. Aqui fica pois, o nosso apelo ao Senhor Sub-Prefeito de Vila Mariana para que determine aos serviços competentes melhor limpeza na rua Ouvidor Peleja, uma ação rápida do serviço Tapa Buracos e uma gestão a quem de direito para consertar a calçada e o monumento citado.
JARDINS VERTICAIS a solução para aumentar a área verde em São Paulo. A proposta da arquiteta e paisagista Talita Gutierrez. Reportagem na página 5
NO IBIRAPUERA A simbologia do número 9 no Monumento Obelisco aos Heróis de 1932, segundo a concepção do escultor Galileu Emendabili. Reportagem nas págs 10 e 11
Por um bairro compacto Considerações de Marjorie de Queiroz Ito à margem da verticalização de Vila Mariana Texto na página 6
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EDITORIAL
OVILA MARIANA - JULHO DE 2012
Nossos propósitos Por orientação do seu fundador Francisco Rio Miceli em junho de 1937, o jornal “O Villa Marianna” ao iniciar suas atividades editoriais, desfraldava uma bandeira em defesa da democratização do país. Além da politica, paralelamente se preocupava com os problemas do bairro e de suas gentes, criando então seções especificas dedicadas à sociedade, à culinária e uma página feminina especial.
Na sua atual versão, após 75 anos de sua fundação,“O Vila Mariana” deseja continuar com a política editorial desenvolvida em meados do século XX, naturalmente atualizando-a à modernidade. A partir do presente número, publicaremos mensalmente, na 2ª página, uma seção dedicada aos nossos leitores que poderão apresentar sugestões e reclamações no que concerne aos eventuais problemas que, o bairro venha a sofrer.
Outra preocupação será divulgar a história do bairro desde os seus primórdios, relatar as atividades das diversas instituições educacionais, culturais e hospitalares aqui instaladas, sem esquecer a programação do Itaú Cultural, da Cinemateca e do Museu Lasar Segall, referências importantes para a população local. Esperamos assim satisfazer os nossos leitores possibilitando-lhes acesso a informações importantes e úteis. O Editor
O VILA MARIANA A palavra do leitor EXPEDIENTE Diretor
Heber Micelli Jr.
Ontem
Foto da antiga estação de Vila Mariana da Companhia de Carris de Ferro de São Paulo que ligava o Distrito a Santo Amaro nos idos de 1886
Hoje
A partir desta edição este espaço será dedicado aos leitores do jornal que desejarem fazer sugestões, críticas ou alertando para problemas do nosso bairro.
Departamento comercial
Heber Micelli Jr. Direção de arte
Cristiano Cocian Chiosea Revisor
João Soares Colaboradores deste número Adriana Guimarães Aristides Campos Jannini Cristiane Craveiro Emanuel von Lauenstein Massarani Fernando Mello Java Ribeiro João Soares José Titonele Vicente Miceli
Senhor Redator, Há anos passo pela praça Oswaldo Cruz, eminente cientista brasileiro que deveria merecer no local um busto a ele dedicado. Entretando na praça semi-abandonada existe o que outrora deveria ser um chafariz, em cujo centro encontra-se a figura de um Indigena pescador cuja lança
foi, sem dúvida, roubada. É triste ver que ambos os homenageados, Oswaldo Cruz e o Índio o são pela metade. Será que os integrantes do DPH do Municipio de São Paulo passaram alguma vez pelo local ? Aqui fica o convite. Luiz Guilherme Figueiredo Estudante de Design Gráfico
Telefones úteis
Sub-Prefeitura de Vila Mariana Delegacia 16º D.P. Polícia Militar 3ª Cia - 12º BPM-M Disque Denuncia (Sigilo Absoluto) Corpo de Bombeiros Defesa Civil Polícia Civil Polícia Militar Pronto-Socorro Inspetoria Regional de Vila Mariana Central de telecomunicações da GCM
Impressão OESP Gráfica Tiragem: 5.000 exemplares telefone
(11) 9829-7229 (11) 4999-5543 e-mail
contato@ovilamariana.com.br Publicação mensal As opinões e o conteúdo emitidos nas matérias assinadas são de responsabilidade do autor, assim como o conteúdo dos anúncios é de responsabilidade dos anunciantes.
Nenhuma referência existe hoje no local da estação de outrora, tão somente uma praça e uma selva de concreto
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O índio sem lança na Praça Oswaldo Cruz
(011) 9829-7229
5577-3949 5571-0133 5573-7786 181 193 199 147 190 192 55390897 ou 50860711 32665104 ou 32622237
O VILA MARIANA
DIVERSOS Julho e agosto
Eventos no bairro Julho 04, 11 e 18 - Curso: O Despertar da ConsciĂŞncia EcolĂłgica (Turma 2) na UMAPAZ 01- Clamor do Sexo, na Cinemateca 01- HistĂłrias no Jardim / Oficina de Arte no Museu Lasar Segall 07 - Lasar Segall: um percurso poĂŠtico na modernidade. Passeio a pĂŠ e de metrĂ´ 7 - Teatro Ruth Escobar: Jarbas e a Formiga Aurora AtĂŠ 08 - MemĂłria e Transformação: O documentĂĄrio polĂtico na AmĂŠrica Latina Ontem e Hoje Cinemateca Brasileira 15 - Arte em FamĂlia no Museu Lasar Segall
Agosto 02 - InĂcio do curso de laboratĂłrio de fotografia P&B 06 - InĂcio do Curso BĂĄsico de Fotografia Criativa 06 - InĂcio da Oficina de iniciação gravura em metal 08 - InĂcio do Grupo de Estudos de Litografia 08 e 11 - InĂcio do AteliĂŞ Livre de tĂŠcnicas de gravura em metal, litografia e xilogravura 21 e 22 - InĂcio dos cursos de Iniciação ao Texto LiterĂĄrio no Museu Lasar Segall
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CrĂ´nica do mĂŞs
As sincronicidades da vida
Sempre fui curiosa e entusiasta das questþes ambientais e acredito muito nas sincronicidades da vida. Antes mesmo das discussþes da Rio+20, a Conferência das Naçþes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentåvel realizada no Rio de Janeiro e que tomou conta dos noticiårios na semana passada, eu jå estava indagando os meus pensamentos sobre a maneira como eu estava contribuindo em prol de um mundo melhor. E cheguei à conclusão de que eu sabia da importância de açþes sustentåveis relacionadas ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, assim como posturas que devem ser adotadas para zelar pelo mesmo. Mas a consciência estå chegando agora... E Ê ela que transforma pensamentos em açþes. Portanto, quando você diz que tem consciên-
cia de determinada atitude negativa, reflita. Pois a palavra usada deve ser outra, como por exemplo: limitação. E para nĂłs seres humanos atingirmos um nĂvel elevado de consciĂŞncia e responsabilidade social ĂŠ preciso começar a refletir logo sobre nossas atitudes, para converter o pensamento em açþes.
Sei que em muitos momentos queremos desistir de fazer a nossa parte, pela dificuldade de bons exemplos e desestĂmulos gerados pelo cenĂĄrio atual do mundo. PorĂŠm, o pensamento pode ser global, mas atitude ĂŠ individual, querido leitor! Faça a sua parte! Por mais clichĂŞ que seja esta frase, ĂŠ um fato! NĂŁo estou dizendo para vocĂŞ achar que pode mudar o mundo, mas melhorĂĄ-lo ĂŠ possĂvel. Criar responsabilidade pelo meio em que vocĂŞ vive soa atĂŠ como uma obrigação. Tomar consciĂŞncia de suas atitudes e pensamentos, passar a infor-
mação adiante ĂŠ necessĂĄrio! Ou vocĂŞ vai dizer que nĂŁo ouve o mundo desesperado pedindo ajuda? VocĂŞ deve estar perguntando por onde começar !? Eu sugiro que comece por entender melhor o que ĂŠ meio ambiente, sustentabilidade, resĂduos sĂłlidos... E mais, de que maneira nĂŁo fazendo a sua parte vocĂŞ vai estar acelerando o processo destrutivo do planeta. A partir daĂ, vocĂŞ saberĂĄ, dentro de suas possibilidades, como ir, aos poucos, inserindo nos seus hĂĄbitos diĂĄrios uma consciĂŞncia ecologicamente correta. Afinal, quando passamos a entender sobre o assunto, tomando consciĂŞncia da importância de praticarmos pequenas açþes sustentĂĄveis, aumentamos o interesse e a responsabilidade para com a preservação do nosso planeta. Java Ribeiro contatojavaproducoes@gmail.com
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REPORTAGEM
Desde 1997 viabilizando projetos de restauro e conservação de bens culturais
IPH - um instituto que recupera o patrimônio e a memória histórica de São Paulo iniciativa pública e privada, com vistas à recuperação dos seus imóveis e bens de valor histórico, tanto na capital como no interior.
Ha exatamente 15 anos, em em 26 de maio de 1997, nascia no Edificio Júlio Prestes, antiga sede da Estrada de Ferro Sorocabana, o Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo. O IPH, é uma entidade que congrega uma equipe de notória especialização na área de restauro e recuperação de bens culturais, composta por arquitetos, engenheiros, historiadores, museólogos, técnicos em restauro e técnicos em marketing cultural, envolvidos e interessados em colher e compartilhar, da forma mais ampla e democrática possível, o melhor do conhecimento sobre seu objetivo institucional. Resgatar, recuperar e conservar patrimônios históricos e memória cultural.
A revitalização e renovação da Júlio Prestes, da Casa da Solidariedade nos Campos Elisios, o Museu da Estrada O Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico – IPH, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos é reconhecido de Utilidade Pública pelo Governo do Estado, através do Decreto n.º 45.505, de 01 de dezembro de 2000, foi qualificado pelo Ministério da Justiça como OSCIP, - Organização da Sociedade Civíl de Interesse Público - desde 09 de julho de 2002.com sua sede provisória nos Jardins à rua Caconde, 230 em São Paulo.
Conforme explica seu presidente Emanuel von Lauenstein Massarani o IPH foi criado com a finalidade de colaborar para a recuperação do patrimônio histórico, cultural, artístico, ambiental e paisagístico, público ou privado no Estado de São Paulo, para tanto manteve durante oito anos estreita parceria com a extinta Secretaria de Recuperação de Bens Culturais nos governos Mario Covas e Geraldo Alkimim.
Foto de Marcos Cabaleiro
Faxada da Igreja do Valongo em Santos e da Casa da Solidariedade em São Paulo
Museu da Estrada de Ferro Sorocabana em Sorocaba Sua proposta é viabilizar projetos de restauro e conservação desses bens, podendo ainda, executar através de convênios, construções, investimentos de infra estrutura, reformas, ampliações, adequações de espaços e revitalização de áreas verdes, no âmbito cultural, ambiental, esportivo e de lazer, com operações triangulares, envolvendo a participação de empresas e instituições adequadas ao perfil de cada empreendimento. O IPH nasceu embasado na bem sucedida experiência de estabelecer parcerias com a
de Ferro em Sorocaba e o da Companhia Paulista em Jundiai, a Igreja do Valongo em Santos, o Centro da Memória da Contabilidade Paulista e o Centro da Memória da Cavalaria 9 de Julho, a Sede do Horto Florestal e o Museu do Eucalipto em Rio Claro, Grupo Escolar de Itatiba são alguns exemplos marcantes de patrimonios recuperados pelo IPH juntamente com a Secretaria de Recuperação de Bens Culturais, Artisticos e Ambientais do Estado de São Paulo. José Titonele
REPORTAGEM
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Enquanto Rio + 20 debatia o futuro do planeta
Arquiteta paulista desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical Uma solução para uma cidade mais verde
Jardim vertical na fachada do Shopping Plaza Sul, localizado à Avenida Ricardo Jafet, 100 “A idéia de criar Jardins Verticais nasceu da minha paixão por paisagens naturais e pela vida na cidade; do desejo de combinar Natureza e Arte, mesclando cores e texturas numa composição mutante e integrada à arquitetura e ao espaço comum urbano. “ - declara a arquiteta Talita Gutierrez, que depois de alguns anos de pesquisa em Botânica e Ecossistemas desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical. “A inspiração veio da paisagem luxuriante e colorida do Brasil, das esculturas vivas de Roberto Burle Marx, e dos Jardins Verticais - naturais ou criados pelo homem - que conheci durante minhas viagens pelo mundo”. Talita Gutierrez nasceu em São Paulo, Brasil, em uma casa re-
O conceito do jardim vertical - segundo a arquiteta - surgiu da observação e estudo da Natureza, principalmente das zonas tropicais onde a umidade é abundante e as espécies vegetais crescem espontaneamente em superfícies verticais tais como aclives rochosos, montanhas, troncos de árvores, grutas e frestas, sem nenhuma presença de solo, alimentadas apenas por água e pelos nutrientes carregados por ela, além de luz e dióxido de carbono necessários para a realização da fotossíntese.
O sistema funciona sem presença de solo ou qualquer outro substrato orgânico; apenas uma estrutura leve e delgada composta de camadas para aderência, desenvolvimento e sustentação das plantas; e sistema de irrigação e fertilização automáticas. O jardim vertical é projetado de modo a minimizar a manutenção futura com a correta seleção de espécies vegetais e disposição das mesmas, e a utilização de materiais altamente duráveis e resistentes. Possui fertilização e irrigação automáticas que funcionam por gotejamento por alguns minutos ao dia, com baixo consumo de água.
pleta de livros, plantas, materiais coloridos e pais artistas plásticos. Arte sempre fez parte de sua vida e, desde muito cedo descobriu sua paixão por desenho e pintura e pela natureza. Formada em Arquitetura e Planejamento Urbano pelo Mackenzie em São Paulo com foco em Paisagismo, combinou sua criatividade e habilidades para o desenho com senso espacial e funcionalidade, incorporando o mundo natural em seu trabalho. Desde 2005, Talita divide seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos trabalhando como designer de jardins verticais e artista plástica nos seus estúdios em São Paulo e na Flórida, colaborando com importantes arquitetos, paisagistas e designers.
Arquiteta Talita Gutierrez
“Sempre que possível, - conclui Talita Guitierrez - o sistema de irrigação será cíclico, recirculando e reusando a água o que é preferível do ponto de vista ambiental. Em ambientes internos sem luz natural o conjunto incluirá iluminação, também automatizada”. Entrada do SPA, boutique e café L’Occitane Rua Bela Cintra 2023 - Jd Paulista
Da redação
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QUALIDADE DE VIDA
Considerações à margem da verticalização da Vila Viver em um bairro movimentado numa cidade grande pode torna-se uma experiência rica pela diversidade de informações, seja pelo contato diário entre as pessoas, seja participando ou observando o ritmo das atividades na rua, em um parque ou numa praça, variados estímulos acontecem quando podemos ir andando para casa depois do trabalho, da academia, das compras entre outras necessidades. Assim ficam as ruas guarnecidas com pessoas caminhando durante o dia e também a noite alegrando a vida no bairro, promovendo a convivência, a segurança e o desenvolvimento sustentável, pois todo este movimento vai gerando recursos para alimentar-se, seja dando suporte para o enriquecimento de pequenos serviços de mão de obra local, comércio local, escritórios,
Por um bairro compacto
tados quanto deveriam, o que é uma pena. O panorama da mobilidade urbana eficiente em uma cidade como São Paulo pode ser um sonho distante, ainda mais depois que nós fomos tão longe com o plano das avenidas, as marginais, o minhocão e todos os nossos viadutos, túneis e a repetição da história no caso das marginais, investindo na prática em um modelo que já se mostrou inviável nas grandes cidades.
consultórios e toda uma gama de oportunidades mais próximas, possibilitando as pessoas não só o deslocamento a pé, mas o resgate da dimensão humana no contexto da energia pulsante da cidade. E embora o poder público venha nestes últimos cinco anos promovendo a melhoria da
mobilidade urbana no passeio público, com o tratamento das calçadas na cidade, com equipamentos de inclusão, sinalização para o pedestre, arborização e embelezamento da paisagem, além da integração, como os parques do programa 100 Parques para São Paulo que foi lançado pela Secretaria do Meio Ambiente em 2008 e hoje já conta com 82 parques instalados, o que intensifica a identificação do habitante com a vida em comunidade e a sensação de bem estar, bem como a criação das ciclovias, em um esforço para promover a bicicleta como meio de transporte e não só opção de lazer. Por outro lado, o mesmo poder público também vem permitindo o adensamento fora da escala do bairro, como tem acontecido em regiões antes configuradas com características horizontais como a Vila Mariana, onde a explosão imobiliária dos últimos anos fincou sua bandeira no topo da verticalização em massa. E aí o mesmo adensamento que dá vitalidade a dimensão
das ruas de forma variada e produtiva, quando praticado sem um planejamento que vise à qualidade do espaço urbano, se desfaz por fora do muro dos condomínios, a paisagem então se degrada com violência, congestionamento, ruído, cheiro de gasolina, fuligem, falta de segurança, o lixo e todos os desmazelos decorrentes da desumanização do passeio público, quando fica restrito ao uso por necessidade. Nestes bairros onde os automóveis particulares dominam o cenário, uma vez que o poder público permite o uso do solo com uma taxa de ocupação que não considera a infraestrutura das ruas e do transporte público, andar torna-se um desafio, seja a pé, de bicicleta ou de carro, e até mesmo a criação de outros mecanismos como o eficiente e pratico programa de parcerias Bike Sampa, desenvolvido entre a Prefeitura e empresas privadas implantando o facílimo sistema de aluguel de bicicletas em pontos estratégicos, a começar pelo nosso bairro, a Vila Mariana, podem acabar não sendo tão aprovei-
Mas quando se pensa na mobilidade dentro da microescala do bairro, é possível promover uma relação com o entorno mais compacta e dinâmica com a proximidade das atividades do cotidiano, o que reduz o fluxo de carros nas ruas e promove um urbanismo sustentável com a limitação espacial, o que tem levado as pessoas a tentar criar possibilidades de organizar a rotina dentro de uma região, de preferência onde se mora. Priorizar e manter a qualidade do bairro e ao mesmo tempo aumentar a diversidade e impregnar de oportunidades e troca de informação para manter as pessoas em atividade no mesmo bairro, é o caminho inverso que pode contribuir para a redução do impacto ambiental da cidade, melhorar o design urbano e gerar estabilidade, no entanto é preciso equilibrar o grau de exploração do entorno com uma relação que mantenha o fluxo do bairro funcionando e ajude a melhorar a qualidade de vida urbana e humana. Marjorie de Queiroz Ito
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MEMÓRIA Faço aqui uma retrospectiva sobre um pequeno quarteirão da Vila Mariana, que me trás muitas recordações. Pequeno em sua extensão, mas grande em minha memória, pois lá vivi metade da minha vida. Após quatro longos anos de ausência, fui resgatada pelo nosso querido bairro. Não mais como moradora, mas como frequentadora. Por força do destino, voltei a frequentar a Vila Mariana duas ou três vezes ao dia. Contagiada por um saudosismo incontrolável, resolvi dar vazão às boas e saudosas lembranças e propor aos nossos amigos e vizinhos que façam o mesmo. Que tal uma viagem de volta ao tempo? Então lá vai: Dia desses passando em frente ao sobradinho geminado onde cresci, confesso, me bateu uma tristeza. Estava tudo tão diferente! Pega de surpresa fiquei espantada com a mudança e com o crescimento do bairro. Foi-se o tempo...De andar de “Caloi 10”, descendo a rua com toda a liberdade e inconsequência próprias de meus 12 anos, sob o olhar sempre atento de meu querido avô que ficava lá no portão, admirando o por do sol. De disputar com meu irmão, quem iria ao banco da frente
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Minha morada, minha memória...
Uma viagem de volta ao tempo encontrava nossos amigos. Por onde será que andam todos? Não me esqueço do barulhinho ritmado e gostoso da máquina de costura. Como era divertido brincar com o giz de marcar os tecidos e com a almofada de alfinetes coloridos.
“Sei que a Rua Bagé, jamais voltará a ser como esta foto” ao lado de minha mãe, para a escola. Lembro-me que dávamos carona para a caçulinha da casa da frente, que mais novinha ficava com os olhinhos arregalados diante de toda aquela discussão, logo cedinho pela manhã. “Banco da frente... Que bobagem!” De conversar com minha vizinha, através da parede geminada de nossos quartos, usando a tecnologia “ultramoderna” que encontramos,
de colocar copos na parede, para que fofocássemos aos sussurros, sob o protesto de ambas as famílias, que já tentavam dormir, há horas! De chegar em casa e sentir aquele cheiro maravilhoso do famoso bolo de chocolate com café de minha avó, acabado de sair do forno, e convidar os vizinhos da frente e do lado, para devorá-lo com guaraná. De me sentir acolhida, ao chegar tarde da noite da faculdade, e na frente de casa encontrar sempre algum integrante da turma, que na esquina da rua se reunia. As horas se passavam e o número de pessoas aumentava.
A Rua Bagé nos dias de hoje
De dormir ao som do violão e da cantoria da querida família grande e festeira da casa da esquina, que tanto me alegrava. Nos fins de tarde, eu sempre
Como era divertido brincar de “Susie e Falcon”, nos nossos quintais. Eu e a minha vizinha montávamos a casa completa de nossas “Susies”, no afã de que por lá, aparecesse algum príncipe para visitá-las, mas, na realidade, o que surgia, era um “Falcon” afoito, descendo lá da janela de cima, por um teleférico,
estrategicamente construído por meu irmão, que subitamente destruía toda a cidade das esperançosas “Susies”. Resultado... Acabávamos jogando futebol de botão (o que confesso, era bem mais divertido) com o “Falcon” e seus amigos da casa da frente que estavam sempre juntos. Apesar do muro, tínhamos um quintal comum. As mães costumavam trocar receitas, e não raro passavam por cima do muro pratos recheados de deliciosos quitutes. É... Foi-se o tempo... Reencontrá-los ou ao menos ouvir falar deles foi muito gratificante. O resgate dessa memória é sempre muito prazeroso. Que saudade desse tempo! Adriana Guimarães
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INFORMÁTICA
É recomendavel acompanhar Do que se trata? O que é isto? Hoje temos três telas: Televisão, Computador e Smartphone (incluo aqui os Tablets). Estas abrangem quase todo o mundo digital. Estamos em processo de grandes mudanças de como interagiremos com essas telas. De que modo convergem essas três telas? Da forma mais completa e abrangente possível. E mais: as três telas são totalmente reversíveis, pois tudo que uma faz as outras também fazem. Assim, a cada dia que passa, a TV mais se transforma e se aproxima de um computador com tela grande. Da mesma forma, pode até exercer as funções de um smartphone. O computador, por sua vez, comporta-se como uma TV ou como um smartphone. E o smartphone assume os papeis de um computador ou de uma TV com tela pequena.
A evolução no campo digital Dentro desta quebra de paradigma foi lançado recentemente, dia 20/05/2012, no evento Windows Phone Summit em San Francisco, na Califórnia, o Windows Phone 8, próxima geração do sistema operacional móvel da Microsoft. Atualmente estamos com a evolução das Tecnologias (por exemplo,semicondutores e conectividade) e dos Sistemas Operacionais. Outro exemplo é do Ubuntu para Android. Agora telefones multi-core com Android conectando-se o Smartphone, monitor, mouse e teclado, torna-se um PC. Em poucos anos, os nossos Tablets serão muito mais do que meros dispositivos de comunicação pessoal, possivelmente substituirão os nossos computadores. Afinal eles já são dispositivos de computação.
Certamente, smartphones/tablets dual ou quad-core têm o poder de processar uma grande variedade de tarefas básicas, como processamento de texto e navegação na internet. Ali-
ás, os atuais Smartphones de hoje já têm GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) suficientemente "forte" para lidar com o funcionamento de um ambiente de desktop. As novas versões dos Tablets nós acompanharão em todos os momento, sendo nosso despertador; ajudan-
do a escolher o que vestir; consultar previsão do tempo; nos acompanhando na academia, aonde fazendo atividades físicas, estaremos verificando emails e ouvindo nossas músicas; nós ajudando a se locomover na cidade; guardando nossas fotos; efetuando videochamadas aonde estivermos; vendo filmes e ainda muito mais. Veremos em poucos anos a popularização da integração destas interfaces (Telas) com a interoperabilidade e maior disponibilização e barateamento de tecnologia como as utilizadas em automação residencial, ainda pouco difundida, diante do seu alto custo. Mas já existe tecnologia avançada o suficiente que permite a total automação residencial, como ligar televisão, rádio, micro-ondas, etc. à partir de Smartphones/Tablests. Não é ficção cientifica, em pouco tempo essas tecnologias se tornarão acessíveis e farão parte da rotina do cidadão comum. João Soares
De 16 de julho a 14 de outubro
Os processos de criação de Lasar Segall em exposição Com obras e fotografias do acervo do Museu Lasar Segall, será inaugurada no proximo dia 16 uma exposição que cobre toda a trajetória do grande artista lituano, que dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram rotineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação.
Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possível acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias linguagens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alemanha até a última produção da década de 1950, no Brasil.
Museu Lasar Segall Rua Afonso Celso, 437
TECNOLOGIA
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Para se obter cópias perfeitas
Giclée: nova técnica para a arte Fazer reprodução de uma obra de arte é trabalho para artista. Não pode ficar a cargo de curiosos. Ela exige conhecimento técnico e equipamentos adequados. Foi por este motivo que o fotógrafo Rogério Bucci resolveu montar um ateliê para atender
artistas e decoradores que necessitam de cópias perfeitas. Segundo Bucci, a reprodução fiel de uma obra de arte exige conhecimento técnico, mas também equipamentos de ponta. “Neste sentido, a HP disponibiliza um software de
Réplica de quadros saindo do “forno”
calibração de cores precisa e uma impressora com perfil de impressão extremamente fiel às cores que aparecem no monitor. Com este conjunto é possível reproduzir o trabalho com 100% de precisão”, explica. É claro que nada disso seria possível se Bucci não tivesse montado um estúdio fotográfico adequado para fotografar as obras. A partir das fotos em alta resolução é que são feitas as reproduções, que podem ter como material base: tecido, filme, lona e vários tipos de papel, ficando a critério do artista o material a ser usado. Bucci acrescenta que, por sua fidelidade cromática, esta téc-
Rogério Bucci em seu estudio em Vila Mariana nica de reprodução, mais conhecida como fine arts, também é uma importante aliada para fins didáticos. “Ela possibilita a reprodução fiel de telas de artistas renomados. Desta forma, professores e artistas podem recorrer à técnica para aulas e workshops sem a necessidade de levar o
original, que implicaria em riscos e custos altíssimos com seguro”, finaliza. Os interessados em conhecer ou utilizar a técnica podem ligar para os telefones 2803.1179 ; 3867.0929; 5081.7210; 3057.2803 e 3884.8449.
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A DATA DO MÊS
Inaugurado no IV Centenário de São Paulo
O Monumento Mausoléu aos Heróis de 1932 Conseqüência de uma iniciativa de civismo e de justiça concretizada pela força de vontade dos que vêem na figura de seus heróis um simbolismo da fé e da grandeza de nossa terra, o Monumento Mausoléu aos heróis de 1932, ergue-se no Ibirapuera, ao lado da sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, como um marco das lutas e vitórias de um povo forte, bravo e idealista.
a iluminação da cripta do Monumento vinda do chão, como a lembrar a luz dos mortos vinda da terra.
De 1933, quando nasceu a idéia de perpetuar no mármore um monumento histórico na vida de São Paulo, até 1954, ocasião em que a terra bandeirante completava seu IV Centenário, quando para lá foram trasladados os despojos dos Heróis da Revolução Constitucionalista, Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo e Paulo Virgínio " ainda antes da inauguração " várias foram as dificuldades enfrentadas, os obstáculos a serem vencidos na luta para a realização do projeto do grande escultor Galileo Emendabili.
Bem no centro da cruz localiza-se o túmulo com a estátua em mármore do Soldado Desconhecido que repousa sobre um bloco maciço com os nomes escritos dos primeiros caídos pela Revolução.
Neste ano em que se comemoram 66 anos da Revolução de 32 e numa homenagem aos heróis paulistas, símbolo de um poder de um povo na
"São três as portas de bronze que conduzem do exterior do Monumento ao interior da cripta e vale ressaltar que todas elas abrem-se para o exterior, para o mundo, tal como os portais do cemitério da velha Europa, terra natal de meu avô".
Visão aerea do Monumento Obelisco em frente ao Parque Ibirapuera luta por seus ideais, nada mais justo que se lembre um pouco da história do Monumento que perpetua no granito a grande epopéia.
Nove são os degraus que conduzem à cripta do Monumento; a altura do Obelisco da base até o topo é de 72 metros (7+2 =9) e da cripta até o topo a distância é de 81 metros (8+1=9, Paulo Emendabili Carvalho- além do que 81 é o quadrado sa, neto do escultor, recolheu de 9). Se fizermos à soma aritalguns anos antes do faleci- mética desses valores (72 e 81) mento do autor do projeto teremos 7+2+8+1=18 (1+8=9). alguns pormenores curiosos Por outro lado, cada face do sobre o monumento cuja mís- Monumento está orientada tica reside na simbologia, toda para os quatro pontos cardeela representada pelo número ais e cada uma delas com suas 9, data máxima da Revolução. respectivas esculturas em alto relevo, representa 100 anos da
história de São Paulo. A praça onde emerge o Monumento em frente ao Parque do Ibirapuera simboliza um coração, coração na terra que no seu interior abriga a cripta em forma de cruz grega sustentada por arcos que lembram as tradicionais arcadas da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, berço do Movimento de 32. Foi por esta razão " explica Paulo Emendabili Carvalhosa " que o escultor concedeu
O VILA MARIANA Anuncie no jornal do seu bairro (011) 9829-7229
Esse bloco de mármore por sua vez está sobre uma bandeira paulista em preto e vermelho, que obviamente não se vê e sob ela estão depositados os restos mortais de Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo além de Paulo Virgínio. Vale salientar ainda que a base do Obelisco cai a prumo sobre o centro da cruz e, portanto, o Soldado em mármores está no centro tanto da cruz quanto da circunferência traçada imaginariamente pela própria base do Obelisco. Segundo costuma detalhar Galileo Emendabili, o Soldado em mármore vela por seus Heróis, por sua Bandeira e pela Constituição, motivo principal da epopéia de 1932. Seu olhar fixa a base do Obelisco, que internamente tem a forma de um obus de canhão
A DATA DO MÊS
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9 de Julho de 1932
A simbologia do 9 na concepção de Emendabili "Aos épicos de julho de 32, que, fiéis cumpridores da sagrada promessa feita a seus maiores - os que moveram as terras e as gentes por sua força e fé - na lei puseram sua força e em São Paulo sua Fé." “Viveram pouco para morrer bem morreram jovens para viver sempre.” Guilherme de Almeida caso de violação a Constituição, enquanto externamente representa a lâmina de uma espada que atravessa o coração de São Paulo, acolhendo os filhos mortos em terra paulista por tão nobre causa".
O escultor Galileo Emendabili Galileo Emendabili, pseudônimo artístico de Galileo Ugo Emendabili nasceu em Ancona (Itália) em 1898 e faleceu em São Paulo, em 1974. Em 1915 matriculou-se no curso especial de escultura da Academia Real de Belas Artes de Urbino (Italia). Detalhes externos da face norte do Obelisco situado em nível superior. Suas paredes são incrustadas de mosaicos representativos da história de São Paulo e com duas portas de bronze que se abrem de fora para dentro com esculturas que contam a epopéia revolucionária, estas portas são voltadas, uma para a avenida 23 de Maio e outra para o Parque
do Ibirapuera em cuja frente pontifica a estátua de Ibrahim Nobre, o grande tribuno da Revolução. Paulo Emendabili Carvalhosa lembra com emoção que "Galileo Emendabili quis ainda que o Obelisco representasse internamente um canhão a ser acionado pelo herói no
1923, de Gênova, num navio que chegou em Santos no dia 3 de julho, estabelecendo-se na cidade de São Paulo, onde passou a trabalhar como entalhador no Liceu de Artes e Ofícios. Contando com o auxílio da numerosíssima coletividade italiana - tornou-se rapidamente num dos artistas mais conhecidos, tendo vencido diversos concursos. Em 1925, ganha o primeiro prêmio no Concurso Internacional para o Monumento a Pereira Barreto, inaugurado em 1928, na Praça Marechal Deodoro. No ano seguinte, vence o concurso para o Monumento a Ramos de Azevedo, inaugu-
rado em 1934, e que atualmente encontra-se na Cidade Universitária. Nesse mesmo ano, ganha os primeiros dois prêmios no concurso para o Monumento aos Heróis Constitucionalistas de 1932. A partir de 1933, trabalha com a colaboração de Fulvio Pennacchi, que elabora desenhos para alguns de seus projetos. Diversas de suas obras podem ser apreciadas em mausoléus dos Cemitérios da Consolação e do Araçá ou na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Inicia, a partir de 1969, trabalhos em desenho e pintura. Em 1982 a Rádio Televisão Italiana realiza o vídeo “Ancona - San Paolo solo andata” (Ancona “ São Paulo somente ida). Em 1997 a Pinacoteca do Estado de São Paulo organiza a exposição Monumento a Ramos de Azevedo: do concurso ao exílio, na qual é publicado um livro organizado pela historiadora e crítica de arte Annateresa Fabris. Emanuel von Lauenstein Massarani Historiador e diplomata
Foi aluno do escultor Domenico Jollo e estudou desenho com Ludovico Spagnolini. Freqüentou o ateliê do escultor Arturo Dazzi e entrou em contato com a obra dos escultores Ivan Mestrovic, Adolf Wildt e Arturo Martini, entre outros. Autor de diversas obras, Emendabili tornou-se célebre. Já casado com sua patrícia Malvina Manfrini, partiu em
Mosaico de Fulvio Pennacchi na capela central do Monumento
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CRÔNICA
Degustando “O Arroz de Palma” de Francisco Azevedo
Familia , a mais deliciosa das receitas ! Por que a família é tão importante em nossas vidas? Ainda que estejamos passando por muitas transformações nos últimos anos o fato é que familia é uma instituição fundamental e desempenha uma papel decisivo na educação informal e informal de todos os indivíduos. É através da família que aprendemos a nos relacionar e trocar as mais diversas experìências. Ela é um "conflito cooperativo" que garante nossa sobrevivência, nosso bem-estar e proteção que vem através de incansáveis aportes afetivos.
Ainda que saibamos disso tudo, a vida familiar se modificou. Vem passando por momentos decisivos, sempre desafiando conceitos e provocando estudos.
“Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema... Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade No meio dessa rotina atribu- de desistir...Mas a vida sempre lada que todos temos hoje, arruma um jeito de nos entuainda é possível vasculhar siasmar e abrir o apetite. algumas livrarias e encontrar materiais divertidos e muito O tempo põe a mesa, determiinteressantes sobre diversos na o número de cadeiras e os temas, inclusive sobre familia. lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana Saboreie o texto abaixo, ex- sai a mais inteligente de todas. traído do livro "O Arroz de Beltrano veio no ponto, é o mais Palma", da autoria de Fran- brincalhão e comunicativo, cisco Azevedo. Bom apetite ! unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 10:00 às 18:00hs sábado das 10:00 às 14:00hs. estacionamento no local R. Joinville, 141 - Vila Mariana - SP - Tel: 3854-2009 www.eglantine.com.br
E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e
Capa do livro “O Arroz de Palma”
Escritor Francisco Azevedo
as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre.
você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Manière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que
Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete." Cristiane Craveiro
O VILA MARIANA Rua: Morgado de Mateus, 638 CEP - 04015-051 Vila Mariana - São Paulo
GASTRONOMIA O restaurante do mês
“Casa da Comida” um ano de sucesso Na hora do almoço, quantas vezes não bate a vontade de comer algo simplesmente caseiro, com gosto de família?
Alguns restaurantes da região A região de Vila Mariana conta com restaurantes que agradam os mais variados públicos e paladares. Dentre os cardápios estão comidas italianas, espanholas, japonesas, arabes, brasileiras, baiana e mineira e demais combinações que são bem vindas em qualquer momento. Entre os inumeros restaurantes selecionamos os seguintes endereços: 1900 Pizzaria
O restaurante Casa da Comida é um cantinho especial, pois além de oferecer esse privilégio aos moradores e aos que trabalham no bairro Vila Mariana, ele nasceu recheado de histórias temperadas com muito humor, carinho e dedicação. O restaurante foi inaugurado no dia 13 de junho de 2011 e está localizado na rua Tutóia, 964, sob o comando da proprietária Ana Maria Marra, e do seu sócio, Mario Joaquim Moreira, com uma aceitação muito boa do público. Ana Maria recebeu o jornal “O Vila Mariana” com muita simpatia e contou um pouco sobre sua trajetória no mercado da gastronomia e sobre sua paixão pela culinária. Nascida em Atibaia, mãe de três filhos e avó de três netos, a empresária tem uma história de determinação, realizações e sucesso. Ana foi proprietária, durante nove anos, de um restaurante co-
Mario Joaquim Moreira e Ana Maria Marra dirigem o restaurante operativado de um grupo fa- A inspiração e paixão pela comoso de varejo, também na zinha veio do seu avô César capital paulista. O seu atual Memolo. “Meu avô é a minha restaurante, Casa da Comida, referência. Ele era um ótimo é aconchegante, acolhedor e anfitrião e sabia cozinhar conta com um buffet rico em muito bem”. Questionada socores e variedades de pratos, bre o que ela considera imtodos preparados rigorosa- prescindível num restaurante, mente com ingredientes sele- ela afirmou que além da boa cionados e frescos. apresentação tanto da casa quanto dos pratos, o acolhiAs verduras e legumes são mento faz toda a diferença, hidropônicos e chegam to- “atender é algo básico e simdos os dias às vésperas do seu ples, já o acolhimento é um preparo. O intuito é oferecer algo a mais”, explicou. uma refeição saudável e saborosa, que garanta a satisfação A casa tem capacidade para do cliente. Há uma preocupa- 150 pessoas e atende de seção com a diversificação dos gunda-feira à sexta-feira, serpratos. “Toda quinta-feira vindo pratos tradicionais da servimos uma massa diferen- culinária brasileira. te, sem que esse prato se repita por todo o mês”, conta a Fernando Mello (Fernandomello03@hotmail.com) empresária.
CASA DA COMIDA - Rua Tutóia 964 - Tel: 3052-3862 Segunda a sexta 11:30 às 15:30hs Estacionamento conveniado no Banco Bradesco Vila Mariana - São Paulo - SP
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R. Estado de Israel, 240
5575-1900
As Mineiras Coz. Brasileira R. França Pinto 965
5083-5835
Carlitos Pizzaria
R. França Pinto, 1347
5579-7385
Casa da Comida
R. Tutóia, 964
3052-3862
Casa na Praia
R. Amâncio Carvalho, 329
5082-5002
Chaplin Piz. e Coz. Variada R. Luis Góis, 1231
5585-9466
Charles Pizzaria
Av. J. Maria Whitaker, 1785 5585-9000
Daisho Coz. Japonesa
R. Joaquim Távora, 1235
5574-7195
Dr. Tchê Churrascaria
R. França Pinto, 489
5575-9625
Flying Sushi Coz. Japonesa R. Botucatu, 693
5084-0066
Fricco Coz. Italiana
R. Cubatão, 837
5084-0480
Gendai Coz. Japonesa
R. Borges Lagoa, 245
5083-6011
Graça Mineira
R. Machado Bitencourt, 75 5579-9686
Jacob Coz. Arabe
R. Rafael de Barros, 91
3227-5536
Khan El Khalili Coz. Árabe R. J. Queiróz Aranha, 320
5575-6647
Leonnardo Coz. Variada
R. Loefgreen, 1400
5575-5700
Lilló Coz. Variada
R. Borges Lagoa, 1321
5572-3177
Sobaria Coz. Brasileira
R. Áurea, 343
5084-8014
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OVILA MARIANA - JULHO DE 2012
ECONOMIA
A crise econômica mundial só tem um culpado: AS FLORES !
facilitar e desonerar a contratação de funcionários. Bom, mais gente empregada com dinheiro, adivinha: o preço sobe. Em 1998, o então primeiro- Na verdade triplicou. Aqui -ministro espanhol Aznar, temos um detalhe importante criou uma lei chamada “Nova o salário se manteve igual. Ai Lei do Solo”. O objetivo era entraram os bancos empresincentivar o numero de ter- tando e facilitando o credito. renos taxando os nãos utili- Você tinha 30 anos para pagar, zados. Qual o objetivo? Fácil, passaram para 40 anos. aumentar a oferta de terrenos, construindo, pois senão eram Em 2008, estoura a crise dos Vamos tentar mostrar rapida- taxados e isso converteu o Estados Unidos da America, mente o mecanismo que nos mercado imobiliário em um muito parecida como a espalevou ao problema, usando a negocio super-rentável. A nhola. Acaba o credito bancáEspanha como exemplo. Por oferta de imóveis disparou e rio e o efeito dominó surge. O que a Espanha? Simples, é os preços poderiam baixar e PIB (Produto Interno Bruto) a bola da vez e praticamen- todos comprariam suas casas. despenca, famílias empobrecem do dia para a noite e daí te todos os países usaram o mesmo padrão para gerar o Em 2002, veio à reforma tra- para frente é onde estamos. buraco que o mundo está. balhista com o objetivo de Não sei se expliquei a primeira pergunta, o que aconteceu. Mas será está a pior crise da historia? Vamos voltar ao século XVII, na Europa. Totalmente comandada por reis e rainhas. Alguém começou a plantar uma flor, a tulipa. A flor caiu no gosto dos reis e rainhas, eles adoram e começam a plantar nos seus jardins, todos começam a ser interessar por tulipas, afinal se meu rei ou rainha gosta, eu também tenho que gostar. Podemos chamar de status, inveja, desejo, ou o que for, mas basicamente é o desejo louco do ser humano em parecer igual aos superiores e superior ao que está ao seu lado. Na HoCentury Paulista Hotel landa todos plantavam, comUm espaço do tamanho dos seus sonhos pravam e vendiam tulipas. Todos sabem ou já ouviram que o mundo passa por uma crise muito grande. Normalmente em períodos iguais a esse, sempre existe alguém diz que esta é a pior crise da historia da humanidade. Normalmente aparecem sempre duas perguntas: a primeira: como chegamos a isso? A segunda: será mesmo a pior crise da historia?
Algumas variações de país para país, mas de uma forma geral o mecanismo se repete.
Rua Teixeira da Silva, 647 - Paraíso Tel: (11) 3882-9977 - ramal 14 - Reservas www.centuryflat.com.br
Acredite se quiser, mas com uma única tulipa dava para comprar uma casa. Imagine
Plantação de Tulipas Negras na Holanda hoje você trocar uma rosa por um apartamento, era isso. O que aconteceu? Alguns venderam casas e compraram flores. Outros foram mais espertos compraram bulbos para plantar, afinal eram mais baratos que as tulipas, era só plantar uma quantidade maior e ter um lucro maior.
nomistas, mas sim por historiadores e psiquiatras. Tudo se resume a ambição humana, a tentativa de dinheiro fácil, a jogadas de gênios que querem enriquecer do dia para a noite.
Você pode achar que os plantadores de tulipas eram pessoas loucas de séculos atrás, que não sabiam o que estavam faFoi criado um imenso siste- zendo, eram inferiores. Certo, ma de negociação de flores. pois bem pense um pouco o Alguns plantaram e não con- que os futuros habitantes do seguiram tirar flores bonitas, planeta Terra, daqui a quatro outras não eram bonitas, o in- séculos acharão de nós que teresse diminuiu pois a oferta ficamos semanas acampados aumentou e o que ouve? O numa fila para comprarmos mesmo da Espanha de hoje: um celular que está sendo famílias empobreceram do lançado, aquele que você esta dia para a noite e daí pra fren- desesperado para comprar. te… Este evento é conhecido como a crise das Tulipas e foi Detalhe a pior crise da histórelatado como a primeira crise ria sempre será a que estamos econômica que se tem noticia. vivendo. Crises econômicas não deveriam ser explicadas por eco-
Aristides Campos Jannini
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CULTURA
O VILA MARIANA - JULHO DE 2012
Encerrando as manifestações do Momento Italia - Brasil
“Italia - Brasil Arte 2011-2012” um livro que destaca novos talentos e artistas consagrados Encerrando as centenas de eventos realizados de outubro de 2011 a fins de junho de 2012 do “Momento Itália-Brasil”, a Assembleia Legislativa de São Paulo acolheu o lançamento de um importante livro de arte editado pelo Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo, pela Galeria Spazio Surreale e pelo Istituto Italiano di Cultura di San Paolo. “Itália-Brasil Arte 20112012” de autoria do critico Emanuel von Lauenstein Massarani é na realidade o 4º volume de uma série idealizada por Livia Bucci representante no Brasil das Bienais Internacionais de Florença e Roma e da Feira de Arte de Padova e deseja ser um instrumento de registro do intercâmbio artístico que a mais de vinte anos iniciou entre a Itália e o Brasil nos dois sentidos.
Autoridades italianas, parlamentares brasileiros e centenas de artistas presentes no lançamento A solenidade presidida pelo Deputado Barros Munhoz, contou com a presença do Ministro Mauro Marsili, Cônsul Geral da Itália em São Paulo, do Ministro Barry Bystedt, Cônsul Geral da Suécia em São Paulo, do Diretor do Istituto Italiano di Cultura di San Paolo, Professor Attilio De Gasperis, representantes do Circolo Italiano, o empresário italiano Luciano Radici, da FIESP de São José dos Campos, o diretor do jornal O Vila Mariana, Heber Micelli, parlamentares e centenas de artistas.
consagrados, seja de italianos no Brasil quanto de brasileiros na Itália.”
O empresário Luciano Radici homenageado pelo Deputado Barros Munhoz com um Diploma de Reconhecimento
lidade e o percurso de uma idéia editorial que deseja contribuir no conhecimento das profundas transformações também ocorridas no campo artístico, entre o século XX e o Novo Milênio, influenciando sem dúvida pintores, escultores e fotógrafos. O caminho percorrido com este projeto tem como fi“O lançamento de “Itália- nalidade maior descobrir e -Brasil Arte 2011-2012” – divulgar novos talentos padestacou – confirma a uti- ralelamente ao de artistas já
Usando da palavra, o Ministro Mauro Marsili salientou que a publicação do livro coincide de modo significativo com o desenrolar da grande manifestação de amizade ítalo-brasileira objetivo do Momento Itália-Brasil que enfocaram a contribuição dada pela Itália ao desenvolvimento do Brasil e da profunda integração existente entre as duas culturas e evidenciada em cada setor.
Encerrando a solenidade o Presidente do Legislativo Paulista fez questão de ressaltar a contribuição de Emanuel von Lauenstein Massarani na criação do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, cujas obras além de constituírem uma atração importante para os visitantes do Palácio 9 de Julho, são uma excelente demonstração da criatividade de nossos artistas.
Capa do livro comemorativo Ao final da cerimonia, a Senhora Livia Bucci e o critico Emanuel von Lauenstein Massarani autografaram para os presentes o livro lançado.
O escritor Massarani abriu a sessão saudando os presentes e ressaltando que a passagem dos 150 anos da Unificação Italiana e da realização do Momento Itália-Brasil constituíram um excelente incentivo às relações culturais e comerciais entre os dois países. Ministro Mauro Marsili da Itália discursando
Na presença do crítico e diplomata Emanuel von Lauenstein Massarani, o presidente do Legislativo Paulista cumprimenta o Consul Geral da Itália, Ministro Mauro Marsili
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CULTURA
OVILA MARIANA - JULHO DE 2012
Em boa hora idealizadas pelo Itaú Cultural
Para dar luz à origem, vida e obra de seu pai, Maria Lúcia optou por colocar na Ocupação Nelson Rodrigues as palavras do próprio dramaturgo para ele mesmo desenrolar o fio da meada, contar suas experiências, transmitiras suas opiniões sobre a vida que viveu e as opções que fez. “Queremos que ele diga como era pequena, mesquinha e hipócrita a sociedade de seu tempo e como ele fez a opção de ser livre; e para ser livre e poder opinar com a sua consciência, ele tinha que optar pela solidão intelectual”, observa ela. Ainda nas palavras da curadora, apresenta ao público aspectos pouco conhecidos do “Pierrot do Meier“, como ele se denominou já no fim da vida. Assim, a curadoria foi atrás de suas origens, conta como era Recife, a cidade
Nelson Rodrigues por ele mesmo em mostras e apresentações Nova mostra da série Ocupação homenageia o dramaturgo trazendo as suas palavras registradas em memórias, experiências e opiniões; além de fotos de diversos acervos, jornais, pôsteres, revistas, entrevistas sonoras, visuais e impressas em que ele nasceu, e de onde vem a sua família. Também traz à cena a família Rodrigues formada por intelectuais e artistas, uns moradores em Pernambuco, outros no Rio de Janeiro. “Mostramos a sua origem pernambucana, sua família, e sua grande humanidade que fizeram de si, por toda a vida, o outsider decidido que se recusava a aceitar o inaceitável”, continua Maria Lúcia. “Creio que a particularidade dessa exposição, em meio a tantos projetos para o ano de centenário do autor, é o fato de não estar apoiada nas análises que foram feitas da obra e na personalidade Nelson Rodrigues. A exposição foi pensada para dar voz a sua consciência”, observa Sonia Sobral, gerente do Núcleo Cênicas do Itaú Cultural, que organiza a mostra.
Uma exposição bem original Em 120 m2, a produção do Itaú Cultural opera novo milagre e ergue o espaço expositivo idealizado por Lopes Jn entre véus, mobília, espelhos d ‘água. Eles abrigam 10 projetores com jornais, frases de Nelson, fotos pessoais, da família, dos amigos, imagens feitas em Recife especialmente para a exposição. Mais fotografias e entrevistas são exibidas em quatro monitores.
CONHEÇA O LADO FAMÍLIA DE UM MENINO QUE PENSAVA EM TRAGÉDIAS, ADULTÉRIOS, INCESTOS, PERVERSÕES E OUTRAS HISTÓRIAS CABELUDAS.
Foto: Autoria desconhecida. Acervo família Rodrigues
Uma exposição que revela as origens, as histórias, a família e a trajetória de um dos maiores dramaturgos brasileiros que, aos 8 anos, já escrevia sobre adultérios que acabavam em mortes.
ATÉ �� JULHO ���� � ENTRADA FRANCA estacionamento conveniado, com entrada pela rua leôncio de carvalho classificação livre /itaucultural itaucultural.org.br/ocupacao fone 11 2168 1777 atendimento@itaucultural.org.br avenida paulista 149 são paulo sp 01311 000 [estação brigadeiro do metrô]
Na mesa que estiliza o momento de reunião da família, 10 tablets trazem jornais que se impregnaram na vida do dramaturgo, como A Crítica, de seu pai, e onde ele começou a escrever a suas primeiras crônicas. Durante meses, Maria Lúcia e Sonia vasculharam arquivos de imagens. Somente para esta ocupação reuniram mais de 150 resgatadas entre o acervo da família, da Funarte, da Fundaj, do fotógrafo Silvestre Silva, e outros. Entre jornais, revistas e pôsteres, pelo menos 80 itens relacionados à vida, produção e criação de Nelson Rodrigues saíram da Biblioteca Nacional para esta ocupação. De Cândido Portinari, amigo dos Rodrigues desde a sua mudança
A Cabra Vadia. Elas estão impressas, pintadas e projetadas naquele espaço como se fossem a voz do autor.
Desdobramentos
PILAR COMUNICAÇÃO
A Ocupação Nelson Rodrigues, segue a vocação desta série que já está na 13ª edição, e convida o visitante a mergulhar na vida e obra de um dos autores mais célebres do Brasil. Desde 20 de junho e até 29 de julho, a mostra com curadoria de Maria Lucia Rodrigues, uma de suas filhas, cocuradoria de Sonia Muller, cenografia de Valdy Lopes Jn, e organização do Núcleo Cênicas do Itaú Cultural revela um perfil pouco conhecido do autor. Além da exposição, o instituto programa apresentações de peças rodrigueanas, no seu teatro na Avenida Paulista e também no palco do Auditório Ibirapuera, que está sob sua administração. No segundo semestre, a ocupação é exibida em itinerância única na Torre Malakoff, em Recife.
para o Rio de Janeiro, tem três retratos em imagens digitalizadas – um de Mario Rodrigues, pai do dramaturgo, outro de Maria Esther, sua mãe, e mais um de Roberto, um de seus irmãos. A mostra apresenta, ainda, quatro áudios realizados pelo Museu da Imagem e do Som, em 1967,com depoimentos de Nelson, Fernanda Montenegro, Augusto Rodrigues e Ziembinski, além de mais de uma hora de trechos gravados pela TV Cultura, uma crônica de Carlos Heitor Cony e uma entrevista feita por Clarice Lispector ao dramaturgo. Para arrematar, pairam por toda a exposição, 100 frases de Nelson Rodrigues retiradas dos livros Menina Sem Estrela, O Óbvio Ululante e
Desta vez, a ocupação é embalada também por uma série de eventos paralelos programados até o segundo semestre. No começo de julho, o Itaú Cultural apresenta a peça Os Sete Gatinhos, com direção de Nelson Baskerville, que também dirige 17 X Nelson, no mesmo mês. Na ocasião, o instituto promove Encontro Com Nelson ao Pé da Cena. Com curadoria de Valmir Santos, o evento reúne três mesas com pares de diretores que rememoram seus percursos criativos diante de uma peça comum de Nelson Rodrigues – entre eles, Cibele Forjaz e Ana Kfoury. Encerrando a programação em São Paulo, o Auditório Ibirapuera, agora sob administração do Itaú Cultural, apresenta Elas Não Gostam de Apanhar, um recital rodrigueano, dirigido por Marcos Antônio Braz, com Cleyde Yáconis e Denise Fraga. Na sequência, a Ocupação Nelson Rodrigues é montada em Recife na Torre Malakoff. Um hotsite produzido pela equipe do Itaú Cultural funciona como extensão da exposição. A conferir, a partir da abertura da mostra, em www.itaucultural.org.br/ocupacao
Itaú Cultural Avenida Paulista, 149 Estação Brigadeiro do Metrô Fones: 2168-1776/1777 www.itaucultural.org.br
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CULTURA
OVILA MARIANA - JULHO DE 2012
Marilda Dib: de 26 de julho a 5 de agosto no museu de San Marco Argentano na Italia
Escultora brasileira homenageada na terra de seus antepassados Premiada nas Bienais de Roma e Florença e após ter exposto suas obras em Anzio e Nettuno (Itália), e em museus e galerias brasileiras a escultora Marilda Dib será homenageada no dia 27 de julho na terra de seus antepassados italianos, em San Marco Argentano, na provincia de Cosenza (Calabria). Por ato do conselho municipal daquela cidade a artista foi incluida no Livro de Ouro dos cidadãos célebres que reune cidadãos ou descendentes de “Sanmarchesi” que tiveram sucesso no mundo. Por outro lado, o Museu Civico Mario Morelli apresentará até 5 de agosto uma exposição de suas obras, incluida nas manifestaçoes da “Estate SanMarchese”. Ainda este ano, também graças às gestões de Livia Bucci, representante no brasil das Bienais de Florença e de
Marilda Arcuri Dib Sculture
Desde então vem realizando uma série de atividades de divulgação da arte contemporânea italiana e brasileira conquistando destaque e visibilidade em espaços públicos e privados, do cenário cultural do Brasil, França, Itália, Principado de Monaco, Kuwait e Bélgica.
Museo Civico Mario Morelli
San Marco Argentano dal 26 luglio al 5 agosto 2012
A escultura “Chama da Liberdade” de Marilda Dib e o convite para sua exposição Roma, Marilda Dib participará ainda da Mostra Efeito Bienal de Florença na Cidade de Assis, de 22 a 30 de setembro, na Feira Internacional de Padova de 9 a 12 de novembro e em Nettuno no Castelo Sangallo no quadro das manifestações do “Gemellagio Nettuno - Jaguariuna” de 15 a 25 de novembro.
atual é patente uma decisiva vontade de liberação do narrativo para assegurar às formas um valor somente intrínseco.
A opinião da crítica
A incentivadora Livia Bucci
dos, ocasião em que fundou a Galeria Spazio Surreale, à rua Caconde 238 -Tel. 3884-8449.
Segundo o crítico de arte Emanuel von Lauenstein Massarani: “ Marilda Dib faz da escultura um organismo potenciado pela participação humana. Se inicialmente o figurativo se constituía na matriz insubstituível da linguagem plástica da escultora Marilda Dib, na sua produção
A obra “Fenix” Trata-se de um caminho não fácil o escolhido e percorrido com humildade pela artista,
mas feito com o detalhismo do artesão e o coração do poeta. O volume ocupa para esta escultora uma posição preeminente. Artista respeitosa da tradição, Marilda Dib molda suas peças até definir o fato plástico num sistema de volumes diversamente articulados nas suas relações espaciais e vinculados pela continuidade de superfícies diferenciadas por um extremo contraste, mas prontas a colher o fluir da luz e, em conseqüência, vivificar”.
Antes de qualquer coisa, deve se salientar que a ação desta intusiasta promotora é uma veradedeira hostória de amor as artes e de respeito aos artista com o objetivo de promove-los. Com adimiravel tenacidade, Livia Bucci prossegue sua caminhada como uma verdadeira “Embaixadora das Artes” contribuindo através da cultura na aproximação de Nações.
Promotora e Embaixadora das Artes Há mais de 20 anos Livia Bucci desenvolve um intercambio cultural e artistico entre a Italia e o Brasil nos dois senti-
A artista Marilda Dib
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CINEMA
Na Cinemateca Brasileira
Homenagem a Jorge Amado, cinema marginal, memorial do esporte olímpico e novos curtas 27 de julho
07 de julho de 2012
CURTA CINEMATECA ESPECIAL
UNIVERCINE Fruto de parceria entre a Cinemateca Brasileira, a UNIFESP e a FAP – Fundação de Apoio à UNIFESP, o UNIVERCINE é uma atividade educativa voltada à formação de público e à discussão de temas relativos ao campo das ciências humanas. Exibe mensalmente, aos sábados, filmes brasileiros, e promove debates com a presença de professores da UNIFESP e convidados. Nesse mês, a atração é o longa Dona Flor e seus dois mari-
dos, de Bruno Barreto. Baseado no romance homônimo de Jorge Amado, que completa neste ano seu centenário de nascimento, o filme é uma das maiores bilheterias da história do cinema brasileiro. A projeção é seguida debate com a presença de Michel Delon, professor da Sorbonne Paris IV-Diderot e especialista em história da literatura libertina francesa do século XVIII. A mediação é de André Luiz Barros e professor de Letras da UNIFESP.
03 de julho a 04 de agosto
CURTA CINEMATECA
Acompanhando a mostra A Boca em Roterdã, o projeto Curta Cinemateca apresenta uma série de documentários sobre a história do cinema marginal e a Boca do Lixo, reunindo filmes sobre algumas de sua principais personalidades como os cineastas Ozualdo Candeias, Ody Fraga e Tony Vieira.
marca presença em diversas produções.
20 a 22 de julho
MEMÓRIA DO ESPORTE OLÍMPICO BRASILEIRO Realização do Instituto de Políticas Relacionais, o projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro fomenta a produção de documentários que resgatam a história dos atletas olímpicos brasileiros. Parte do Programa Petrobras Esporte e Cidadania, o projeto conta com patrocínio da Petrobras e da ESPN Brasil, e apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e da Cinemateca Brasileira.
A seleção conta ainda com ficções de diretores que es- Neste mês, o público poderá creveram a história do ci- conferir os filmes vencedores nema da Boca e documen- do edital para o projeto 2011. tários sobre personagens da famosa região do centro paulistano.
Espaço de exibição permanente para o curta-meCarlos Reichenbach, a tragem brasileiro, o Curta quem a Cinemateca rende Cinemateca acontece às suas homenagens, também terças e sábados, às 18h00.
Destaque para a projeção do longa México 1968 – a última olimpíada livre, de Ugo Giorgetti, que trata da primeira edição latino-americana das Olimpíadas, um marco na história dos Jogos por conta das tensões políticas que a atravessam, e Ouro, prata, bronze e… chumbo!, de José Roberto Torero, curta sobre a conquista das primeiras medalhas para o Brasil nas Olimpíadas de 1920, realizadas na Bélgica. No dia 21/07, Giorgetti e Torero conversam com o público sobre a realização de seus documentários.
Dedicado à projeção de curtas-metragens de novos realizadores brasileiros, o projeto Curta Cinemateca Especial apresenta neste mês os filmes All you need is love, de Wagner Depintor, Aquém das nuvens, de Renata Martins, Livraria Ornabi, de Camilo Cassoli, Nuanças, de Geraldo Blay, e Susana, de Rodrigo Chevas e MC Fernandes.
CINEMATECA BRASILEIRA Largo Senador Raul Cardoso, 207 próximo ao Metrô Vila Mariana Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215) www.cinemateca.gov.br ENTRADA FRANCA em todas as apresentações
SAÚDE
19 O VILA MARIANA - JULHO DE 2012
Devo procurar uma Psicoterapia?
A psicoterapia não é para todo mundo - Emboratenha descoberto até então muitas “leis” desconhecidas da vida psíquica, não transformou em dogmas essas descobertas, mas mantém uma confiança sem preconceitos a todas as manifestações da psique humana.
A psicoterapia não é para todo mundo. A terapia analítica, como diria Jung, é um “confronto com o inconsciente”, e exige muita coragem.
eliminação de sintomas com orientações pelo desenvolvimento de potenciais criativos ou a se fazer descobrir novas possibilidades de vida.
Do ponto de vista junguiano, a análise é essencialmente um diálogo entre duas pessoas - o analista e o analisando. Seu objetivo é ajudar o analisando a entrar em contato com as suas próprias fontes internas de cura e crescimento e, assim, chegar a respostas e soluções individuais, porque a análise junguiana é adaptada para as necessidades e objetivos de cada indivíduo expondo, na prática, uma série de coisas.
A terapia junguiana é caracterizada por muitas polaridades, onde: - Ela enfatiza que não pode haver saúde psíquica sem o reconhecimento do lado escuro da natureza humana, mas também sustenta que uma forma ética de vida é, em última análise, essencial para a realização individual, bem como o bem comum.
A curto prazo o aconselhamento poderá ser sobre um problema específico, tratado sempre com carinho e apoio nos períodos difíceis, ajudando na resolução de conflitos e
- Ela vê o encontro criativo com o mundo interior de sentimentos e imagens simbólicas como o coração da terapia, mas nunca se esquece da necessidade de colocar a experiência interior à prova no mundo cotidiano.
Assim, a análise Junguiana não se contenta com o mero alívio dos sintomas, mas tão sério quanto essa tarefa, também procura evitar a sua recorrência ao lidar com suas causas mais profundas, que são geralmente uma questão de dificuldades básicas e de longo alcance: que é a falta do auto-conhecimento, da incapacidade de desenvolver o potencial criativo, das dúvidas sobre o sentido da vida, ou mesmo da ausência de um orientação espiritual. A perspectiva básica da Terapia Junguiana torna possível oferecer ajuda nestas áreas, não na forma de uma ideologia específica ou doutrina da salvação, mas por ajudar o indivíduo a descobrir o significado pessoal do seu eu / da sua própria alma. Como Jung enfatizou muitas vezes, é finalmente dentro do indivíduo, e não no nível de medidas sociais coletivas, que os problemas do nosso tempo devem ser resolvidos como bases para uma sociedade de-
OVILA MARIANA
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mocrática saudável preservada e fortalecida. E assim, para saber se este tipo de terapia faz parte da sua busca de vida, é preciso estar
preparado para sofrer uma descida às profundezas da psique e encontrar as imagens no inconsciente, em um esforço para se tornar consciente.
A Psicoterapia junguiana pode ser um recurso para você, caso: - Você acredite que o inconsciente existe e que o propósito a que este serve é para exercer uma influência profunda, potencialmente muito valiosa sobre as atitudes do ego. - Você sinceramente queira se tornar mais consciente. - Você seja honesto e curioso o suficiente para enfrentar a verdade do inconsciente e experimentar uma transformação da psique. Vicente Miceli
vicentemiceli@gmail.com