OVILA MARIANA WWW.OVILAMARIANA.COM.BR
SÃO PAULO, AGOSTO DE 2012
EDIÇÃO N
FRANCISCO RIO MICELI Fundador em 1937
4 ANO I
Segundo o Estado, mais ciclistas, mais acidentes enquanto a Prefeitura estimula “Bike Sampa” Entre as duas posições, quase antagonicas, o melhor seria criar mais ciclovias e corredores ou ruas especiais para acolher o transito dos que usam a bicicleta para o seu trabalho diário. A última palavra, pois deve ser dada por uma comissão que reuna especialistas em transito do Governo do Estado, da Prefeitura e da Universidade de São Paulo. A população aguarda uma solução que atenda automoveis, motos e bicicletas. Texto na Pagina 4
PRODUTOS ORGANICOS A importancia de seu uso na alimentação diaria da população brasileira. Alguns dados esclarecedores até agora desconhecidos.
O Instituto Biológico de São Paulo abriga um cafezal em nosso bairro Em pleno 3º Milenio, a capital paulista pode se orgulhar de manter em pleno funcionamento, graças aos cientistas do Instituto Biológico, um cafezal produtivo do melhor nível em Vila Mariana. Trata-se sem dúvida, de uma homenagem ao que representou no passado - e por que não no presente - o café para a economia brasileira, justamente denominado de Ouro Verde.
Texto página 12
Tenis Clube Paulista
Aspecto do cafezal e ao fundo a sede do Instituto Biológico
Texto página 5
EX BIRMANIA: objeto de pesquisa fotografica de Zare Ferragi, professor de Relações Internacionais da ESPM Texto página 15
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O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
EDITORIAL
A proposito da praça Oswaldo Cruz Após ler a reportagem sobre a Praça Oswaldo Cruz no 3º número do Jornal O Vila Mariana, o leitor Antonio ....... nos enviou um e-mail cujo conteudo agradecemos pela oportunidade pois complementa com novas informações: “Complementando o que diz o leitor sobre a Praça Oswaldo Cruz seria interessante acrescentar que a Praça está bastante danificada e segundo
a Prefeitura o chafariz foi desligado devido ao problema da proliferação do vírus da Dengue”.
escultura de uma artista plástica. O certo mesmo seria o busto do eminente médico sanitarista.
E prossegue: “Havia uma torneira no local que foi desligada porque os moradores de rua se levavam no local e penduravam suas roupas nos bancos laterais e carroceiros estacionavam seus “veículos” no espaço.
Completando a situação ha engraxates que “guardam “seus pertences junto às paredes dos prédios vizinhos. O dos Correios está com suas paredes pichadas. À noite não existe iluminação e os totens da CET recentemente pintados já foram pichados e o verde não mais existe”. O Editor
Soube que já existem estudos para tirar a estátua do Índio e colocar no local uma
Ontem
Vista aérea do tradicional Colégio Arquidiocesano em 1954, na Rua Domingos de Morais. (Foto do Arquivo Ralph M. Giesbrecht)
Hoje
OVILA MARIANA A palavra do leitor EXPEDIENTE Diretor
Heber Micelli Jr. Departamento comercial
Heber Micelli Jr. Direção de arte
Cristiano Cocian Chiosea Revisor
João Soares Colaboradores deste número Adriana Guimarães Bruno Alves Cristiane Craveiro Emanuel von Lauenstein Massarani Estela Mª Bulgarelli Penna Chiosea João Soares Maria Clara Carvalho Marilia Costa Marilia Martins Mario Macedo Silva Vicente Miceli
Senhor Redator, Sou estudante de Engenharia Civil e como esportista grande admirador do ciclismo. Acabo de ler no Diario Oficial do Estado de 11 de julho último, um alerta da Secretária de Saúde sob o título, “Mais ciclistas, mais acidentes” e um artigo na Internet sobre a iniciativa da Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Banco Itaú referente ao projeto “Bike Sampa”.
As duas notícias me deixam profundamente preocupado, pois o Governador do Estado tem divulgado a respeito da integração bicicleta ao metro enquanto que especialista da saúde sugere “para não colocar a vida de quem pedala em risco, sobre tudo no transito paulistano”. Enfim, seria oportuno definir de uma vez os espaços destinados aos ciclistas, aos automoveis e às motocicletas. Mário Macedo Silva Universitario
Fachada do Colégio Arquidiocesano, em foto tirada no ano 2000, cercado de arranha-céus no bairro de Vila Mariana.
Telefones úteis Sub-Prefeitura de Vila Mariana Delegacia 16º D.P. Polícia Militar 3ª Cia - 12º BPM-M Disque Denuncia (Sigilo Absoluto) Corpo de Bombeiros Defesa Civil Polícia Civil Polícia Militar Pronto-Socorro Inspetoria Regional de Vila Mariana
Impressão OESP Gráfica Tiragem: 7.000 exemplares telefone
(11) 99829-7229 (11) 4999-5543 e-mail
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Central de telecomunicações da GCM
Ciclistas circulando ao redor do Parque Ibirapuera
5577-3949 5571-0133 5573-7786 181 193 199 147 190 192 5539.0897 ou 5086.0711 3266.5104 ou 3262.2237
DIVERSOS
Eventos no bairro
2 de agosto - Curso de laboratório de fotografia Museu Lasar Segall
4 de agosto - Documentários sobre a história do cinema marginal e a Boca do Lixo, Curtas na Cinemateca 6 de agosto - Curso Básico de Fotografia Criativa - Oficina de iniciação de gravura em metal 8 de agosto - Grupo de Estudos de Litografia Museu Lasar Segall 8 e 11 de agosto - Ateliê Livre de técnicas de gravura em metal, litografia e xilogravura 10 de agosto a 07 de dezembro - Oficina de ini ciação em xilogravura 21 e 22 de agosto - Cursos de Iniciação ao Texto Literário no Museu Lasar Segall ANUNCIE EM
O VILA MARIANA
O JORNAL DE SEU BAIRRO
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3 O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
Crônica do mês
Façamos tudo com amor, pois o amor é uma benção
Acredite sempre em si mesmo, pois assim vencerá. Quando o desânimo chegar devemos ver tudo o que fizemos de bom e o que se passou de maravilhoso em nossa vida. Quando se é pessimista, se é negativo, portanto devemos insistir e acreditar que os dias bons estão chegando. Olhemos para tudo o que é bom e belo e assim tiremos de dentro de nós a energia que nos faz felizes buscando tudo o que é amor. Preenchendo a nossa vida de luz, esta luz destruirá os nossos medos e erros. E assim conseguiremos seguir adiante mesmo que seja por entre lágrimas, mas seguimos e vencemos!
Trabalhemos constantemente e mantenhamos sempre a nossa mente em movimento. Toda a realização é conseguida através do esforço. Não deixemos que a tristeza do nosso coração nos gele, pois o coração é o amor que Deus nos ensinou. Devemos acreditar sempre, e assim conhecer a cada dia a luz da fé e do amor dentro de nós.
que este irmão está doente e o nosso silencio é a melhor medicação. Perdoemos e acreditemos naqueles que não tem mais crédito ensinando a eles o melhor caminho. Ninguém deve ser menosprezado. Caminhemos sempre com fé e com amor.
Façamos tudo com amor, pois o amor é uma benção.
Não devemos contar vantagens nem falar dos nossos fracassos. Devemos aprender que tudo o que fazemos e criamos é para a nossa felicidade.
Não deixemos os desequilibrados destruírem o nosso trabalho e nem apagarem a nossa esperança.
Somos todos uma grande família. Que bom se a humanidade conseguisse enxergar que nós somos uma só família.
Quando alguém nos machucar, tenhamos ciência
Marilia Martins
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REPORTAGEM
OVILA MARIANA - AGOSTO 2012
Duas posiçþes opostas mas ambas em beneficio da população
Segundo o Estado, mais ciclistas, mais acidentes enquanto a Prefeitura estimula “Bike Sampa�
Segundo um especialista da Secretaria da SaĂşde ĂŠ recomendĂĄvel nĂŁo usar a “bikeâ€? no transito de SĂŁo Paulo, para nĂŁo colocar a vida de quem pedala em risco, pois trata-se de uma opção segura de lazer em cidades menores, parques pĂşblicos e em ciclovias instaladas na capital aos domingos. Por outro lado, o prefeito Gilberto Cassab que prometeu construir durante sua gestĂŁo 100 quilĂ´metros
II – São Paulo, 122 (128)
Diårio Oficial Poder Executivo - Seção I
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Geraldo Alckmin - Governador
Volume 122 • Número 128 • São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2012
www.imprensaoficial.com.br
Mais ciclistas, mais acidentes
A
cada dia, no Estado de SĂŁo Paulo, nove ciclistas sĂŁo internados em hospitais pĂşblicos, vĂtimas de acidentes de trânsito. E pelo menos um deles morre. A Secretaria de Estado da SaĂşde informa que, no ano passado, 3,4 mil pessoas foram internadas pelo Sistema Ăšnico de SaĂşde (SUS) paulista, gerando custo de R$ 3,25 milhĂľes Ă administração estadual.
FERNANDES DIAS PEREIRA
Enquanto o Governador Geraldo Alkimim ressalta, em diversas oportunidades, a integração da bicicleta ao Metro, o DiĂĄrio Oficial do Estado em sua edição de 11 de julho ultimo traz a manchete “Mais ciclistas, mais acidentesâ€?.
Com o aumento do nĂşmero de ciclistas nas ruas, cresce tambĂŠm o Ăndice de acidentes. Saiba como nĂŁo fazer parte dessa estatĂstica “Muitas vezes, os ciclistas sĂŁo atingidos por automĂłveis ou por Ă´nibus, o que torna comum a ocorrĂŞncia de politraumatismoâ€?, diz o doutor Jorge dos Santos Silva, chefe do gru
Especialista do HC recomenda nĂŁo usar a bike no trânsito, mas “sim em parques pĂşblicos e em cicloviasâ€?
NĂŁo seja a prĂłxima vĂtima no trânsito  Â? Â? Â? Â? Â?
�  autorização, a calçada deve ser sinalizada � �  � � qualidade. É obrigatório o uso de refletivos nos pedais, laterais, dianteira e traseira da bicicleta. Recomenda-se o uso de roupas
claras e acessórios refletivos para facilitar a visibilidade por parte dos motoristas €
parados no ‘corredor’ formado entre carros e a borda da pista, mas o ciclista deve saber que, agindo assim, se expĂľe a risco de acidente  ‚  ƒ sinalizar e sair do bordo direito da pista, evitando, assim, ser cortado pelos carros que vĂŁo virar Ă direita „  ‚
Â…  como veĂculo (nĂŁo motorizado), deve se respeitar a sinalização da via
† € ‡  ˆ‡ ‰ Š ‹ ŒŽ„ ˆŠ‹ŒŽ„‰ �
‡ ‘Â? mento cirĂşrgico e pouca probabilidade de sequelasâ€?.  ‡ lesĂľes mais frequentes sĂŁo os traumatismos cranianos e da coluna vertebral, dos ossos do antebraço, do fĂŞmur e da tĂbia. Â? ’“”“ • € ‡ deu 66 ciclistas acidentados no trânsito, oito dos quais necessitaram de internação para tratamento da fratura. No ano seguinte, o hospital notificou 58 pacientes ƒ Â?– ‘… — —  2012, ocorreram nove internaçþes. Esse  deste ano tivemos quase o mesmo nĂşmero de internaçþes que no ano passado intei   gente pedalando e, consequentemente, mais ocorrĂŞnciasâ€?. Parques e ciclovias – Na sua opiniĂŁo, os acidentes ocorrem por causa da pouca estrutura na cidade de SĂŁo Paulo para utilização da bicicleta como alternativa de transporte. Ele explica que o acidente acontece porque o motorista nĂŁo vĂŞ o ciclista, que se desequilibra diante de situação perigosa e tem pouca capacidade de se proteger. Â
“Para nĂŁo colocar a vida de quem pedala em risco, recomendo nĂŁo usar a bike no trânsito de SĂŁo Paulo. É uma opção segura de lazer em cidades menores, parques pĂşblicos e em ciclovias instaladas na capital, aos domingosâ€?. Viviane Gomes
(Fonte Companhia de Engenharia de Tråfego – CET)
Da AgĂŞncia Imprensa Oficial e da Assessoria de Imprensa da Secretaria da SaĂşde
AdesĂŁo ao Saresp encerra no dia 22
de ciclovias na cidade, hĂĄ meio ano do fim de seu mandato, somente pode entregar 18 quilĂ´metros. Paralelamente, em parceria com o Banco ItaĂş lançou o projeto “Bike Sampaâ€? que deverĂĄ espalhar cerca de 3 mil bicicletas em diversas regiĂľes da capital paulista atĂŠ 2014. Vale salientar que a Vila Mariana foi o primeiro bairro a ser aquinhoado como projeto junto Ă s estaçþes do Metro. No final das contas, a preocupação da Secretaria da SaĂşde ĂŠ oportuna tendo em vista o caĂłtico transito de nossa capital, onde o excesso de veĂculos, a imprudĂŞncia dos condutores ou o malabarismo dos motoqueiros tem provocado milhares de mortes anualmente. Na Europa, e de modo especial na Holanda onde atĂŠ mesmo a Rainha Margreta a usa na capital Haia, o numero de ciclistas chega ĂĄ concorrenciar o de automĂłveis. Tanto uns quanto os outros se respeitam e o transito flui normalmente.
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Estamos no Brasil e sobretudo numa regiĂŁo metropolitana de mais de 20 milhĂľes de habitantes. NĂŁo hĂĄ portanto como incentivar o uso de bicicletas num transito como o nosso. Por enquanto sĂł podemos estimular seu uso para fins esportivos e de saude em ciclovias apropriadas e nos parques pĂşblicos tambĂŠm em pistas prĂłprias.
O que ĂŠ “Bike Sampaâ€? Segundo Fabrizio Haas, representante da Samba Transportes SustentĂĄveis “O projeto foi desenvolvido em termo de cooperação no qual a prefeitura permite a exposição da marca desde que a empresa ofereça um beneficio Ă cidade. É algo muito utilizado hoje em vĂĄrias cidadesâ€?. Com relação as bicicletas laranjas que podem ser vistas em varios pontos elas ficam a disposição dos usuĂĄrios todos os dias da sema-
na de 06 ĂĄs 22 horas, e para usar o sistema compartilhado, ĂŠ preciso preencher um cadastro pela internet. A bicicleta pode ser usada por 30 minutos ininterruptos e quantas vezes por dia o usuĂĄrio desejar. O “Bike Sampaâ€? ĂŠ uma iniciativa semelhante ao “Bike Rioâ€? que começou em fins de 2011 e jĂĄ conta com cerca de 70 mil usuĂĄrios cadastrados em mais de 600 mil viagens jĂĄ realizadas.
Mil bikes atÊ novembro e 3.000 atÊ 2013 Segundo informaçþes obtidas junto ao Metro, a capital vai contar com mil bicicletas para emprÊstimo atÊ novembro. A previsão Ê de que atÊ 2013 sejam inaugurados 3.000 novos postos de emprÊstimo em toda São Paulo. As arÊas escolhidas ficaram próximas das estaçþes
das linhas azul, verde e amarela do Metro e da linha esmeralda da CPTM. Viagens de atĂŠ 30 minutos sĂŁo gratuitas apartir disso sĂŁo cobrados R$ 5,00 a cada meia hora, sendo que para obter o emprĂŠstimo, o usuĂĄrio deve fazer o cadastro no site www.bike-sampa.com.br
REPORTAGEM
5 O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
Centro de referência internacional em sanidade vegetal e animal
Mantido pelo Instituto Biológico,Vila Mariana hospeda um cafezal exemplar em centro urbano Desde o início do século 20, o ideal de muitos aristocratas paulistas era a criação de um órgão que cuidasse da sanidade da riqueza vegetal do Estado de São Paulo, o café. Em maio de 1924 apareceu uma praga nos cafezais paulistas, a broca, que pegou desprevenida a administração pública. Isso mostrou a necessidade da criação de uma organização fitossanitária permanente. Em 1928 iniciou-se a construção da atual sede, localizada no bairro de Vila Mariana, na capital. Naquela época, a área do Biológico era muito maior que a atual. Toda a área que ficava além da atual avenida 23 de Maio foi cedida para a construção do parque do Ibirapuera, para a comemoração do 4º Centenário de São Paulo.
lógico (IB) é desenvolver e transferir conhecimento científico e tecnológico para o negócio agrícola nas áreas de sanidade animal e vegetal. Sua meta é consolidar-se, até 2020, como um centro de referência em excelência técnico-científico nas áreas de sanidade animal e vegetal, comprometido com o desenvolvimento sustentável.
Vista do cafezal do Instituto Biológico de São Paulo, no coração de Vila Mariana Finalmente inaugurado em 1945, o prédio é símbolo de um grande combate que atravessou as revoluções de 1930 e 1932
e o golpe de 1937, quando a construção serviu, entre outras coisas, de alojamento de soldados. O edifício principal, com sua característica cor rosa, foi projetado pelo arquiteto Mário Whately, no estilo art déco, e na sua construção forem usados materiais requintados.
1927, com o nome de Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal. É um dos institutos de pesquisa vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). A missão do Instituto Bio-
O IB mantém sete unidades de pesquisa, com centros que tratam da Sanidade Animal, Sanidade Vegetal, Proteção Ambiental, Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola (na cidade de Descalvado), Experimental Central do Instituto Biológico (em Campinas), e as unidades de Pesquisa e Desenvolvimento, em Bastos, e a Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas. O Biológico possui em sua sede um Centro de Memória com mais de 340 mil documentos que preservam
a história da sanidade agropecuária paulista. A instituição realiza, em média, 540 diagnósticos nas áreas de sanidade animal, sanidade vegetal e monitoramento ambiental. Esses exames são feitos por um dos três laboratórios no Brasil credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Visitação pública O público que visitar o Instituto Biológico poderá conhecer o único Jardim Zoológico de insetos do Brasil. Informaçoes e visitas pelo site: www.biologico.sp.gov.br ou pelos telefones: 2613-9500 / 2613-9400 A exposição chamada “Planeta inseto”, procura mostrar a importancia desses animais para a vida humana e os visitantes podem presenciar uma corrida de baratas e fatos sobre pragas urbanas.
Na década de 90, o “Jornal Villa Marianna” propunha o tombamento do Instituto Biológico e somente uma década depois, em 2002, o seu Conjunto Arquitetônico foi tombado pelo Condephaat.
85 anos de importantes pesquisas cientificas Vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, o Instituto Biológico foi criado em
Alunos de escola primaria em visita ao Biológico
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O BAIRRO
OVILA MARIANA - AGOSTO 2012
Hoje um centro cultural de grande importância
Antigo Matadouro Municipal de São Paulo abriga a maior Cinemateca Brasileira Cinemateca Brasileira dos demais são equipamentos como o copiador óptico, capaz de processar filmes 35 mm com até 4% de encolhimento, a mesa de comparação com 4 pistas e a moviola-telecine para filmes 35 e 16 mm que, ao contrário de copiadores normais, faz projeção de filmes em estado de alta deterioração. É também um dos poucos que faz controle sensitométrico de cópias em 35 e 16 mm. Faxada principal da Cinemateca Brasileira A Cinemateca Brasileira surgiu a partir da criação do Clube de Cinema de São Paulo, em 1940. Seus fundadores eram jovens estudantes do curso de Filosofia da USP, entre eles, Paulo Emilio Salles Gomes, Decio de Almeida Prado e Antonio Candido de Mello e Souza. O Clube foi fechado pela polícia do Estado Novo. Após várias tentativas de se organizarem cineclubes, foi inaugurado, em 1946, o segundo Clube de Cinema de São Paulo. Seu acervo de filmes constituiu a Filmoteca do Museu de Arte Moderna, que viria a se tornar uma das primeiras instituições de arquivos de filmes a se filiar à FIAF - Fédération Internationale des Archives du Film (www. fiafnet.org), em 1948. Em 1984, a Cinemateca foi incorporada ao governo federal como um órgão do então Ministério de Edu-
cação e Cultura (MEC) e hoje está ligada à Secretaria do Audiovisual. A mudança da sede para o espaço do antigo Matadouro Municipal, cedido pela Prefeitura da cidade, ocorreu a partir de 1992. Seus edifícios históricos, inaugurados no século XIX, foram tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, e restaurados pela entidade. Desde 1978, a Cinemateca Brasileira possui um
Laboratório de Restauração devidamente equipado que foi reconhecido pela FIAF como um exemplo para as cinematecas latino-americanas. Entre as suas atividades permanentes está a restauração de filmes do acervo em estado avançado de deterioração, a transferência de materiais em suporte de nitrato de celulose para suporte de segurança (poliéster) e a confecção de cópias (matrizes ou reproduções para empréstimo). O que diferencia o Laboratório de Restauração da
Projetos atuais Além de cuidar da recuperação de materiais do acervo da Cinemateca Brasileira, o Laboratório de Restauração também está envolvido em projetos externos, que são fruto de parcerias com produtores e pesquisadores Alem da restauração digital da filmografia de Joaquim Pedro de Andrade, a Cinemateca Brasileira, em
parceria com a produtora Filmes do Serro concluiu a restauração de Macunaíma (1969). Coopera também para a restauração do acervo Glauber Rocha sobretudo nos longas-metragens Barravento e A idade da terra e na confecção de cópias e matrizes de preservação de nove títulos da produtora carioca Cinédia.
Revitalizado pela Prefeitura o Largo Senador Raul Cardoso Em parceria com a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego e SPUA – Superintendência das Usinas de Asfalto, a Coordenadoria de Projetos e Obras da Subprefeitura de Vila Mariana, concluiu a obra de revitalização do Largo Senador Raul Cardoso, em Vila Mariana bem em frente a Cinemateca Brasileira. A obra contemplou a execução de 1 .146 metros quadrados de passeio totalmente novo, intertravado, com alargamento de calçada, uma readaquação do traçado geométrico, vagas de estacionamento para idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Foram feitas ainda faixas demarcatórias de estacionamento à 45º e uma lombofaixa redutora de velocidade em frente à entrada principal da Cinemateca. Para contentamento dos fre-
quentadores daquele espaço, foram instalados também 4
postes de iluminação com 4 pétalas cada.
DIVERSOS Acervo geral, especializado em temas artísticos e culturais
Midiateca Itaú Cultural
Mais informações no site www.itaucultural.org.br. O serviço: Midiateca Itaú Cultural Horário de funcionamento: Terça a sexta, das 9h às 20h Sábados e feriados, das 11h às 20h. (não há expediente ao público aos domingos e segundas)
Localização: Avenida Paulista, 149, 2º andar (próximo à estação cam 12.333 livros; 12.539 Brigadeiro do metrô). catálogos de arte; 4.076 títulos de vídeo (dvd + vhs); 6.674 recortes de jornais e revistas; 458 títulos de CD-ROM; 4.026 títulos de CD-Áudio; 772 obras de referência (enciclopédias, dicionários, guias, entre outros); 609 títulos de periódicos; 391 títulos de teses sobre arte brasileira e políticas culturais.
Trabalhos raros e interessantes de cantores de diversas épocas, e dos mais variados gêneros musicais, além de nomes de todas as cenas culturais e artísticas independentes, pouco conhecidos pela grande massa, fazem parte do acervo do Itaú Cultural. Ele é disponibilizado gratuitamente para o público em seu Centro de Documentação e Referência (CDR). Todo esse material se encontra disponível para consulta O acervo geral, especia- local e empréstimo. O catálizado em temas artísti- logo da biblioteca e videotecos e culturais do Brasil, ca, com atualização diária, apresenta 56.885 mil tí- está no site do Itaú Cultural tulos. Deste total, desta- desde 2002.
7 OVILA MARIANA - AGOSTO 2012 Dia dos Pais
Uma data a ser vivida o ano inteiro “Pai tenho em você a figura de um mentor sue exemplo
mudou minha personalidade e me transformou no homem que hoje sou. Desejo saúde e vida longa a ti meu Mestre, meu Senhor, meu Pai”. Com esta frase um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu em argila o primeiro cartão que desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Esta mensagem indica que o Dia dos Pais teve origem, há mais de quatro mil anos na antiga Babilonia. A tradição permaneceu e foi levada adiante por diversos povos e civilizações. Entretanto ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães e em ambas as datas a idéia inicial foi praticamente a
dade acontece a 19 de março no mesmo dia de São José, nos Estados Unidos em 1966 o Presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais. “O Pai” detalhe de obra de Mauricio Takiguthi
mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares, e o respeito por aqueles que nos deram a vida. Naturalmente o comércio aproveitou a data para aumentar suas vendas. Na Itália, Espanha e Portugal, por exemplo, a festivi-
No Brasil, a idéia partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de agosto de 1953 em que se comemora o dia de São Joaquim, o patriarca da família. Sua data foi alterada para o segundo domingo de agosto ficando diferente da européia e da americana.
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CINEMA
OVILA MARIANA - AGOSTO 2012 “(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício” On the Road, Jack Kerouac, tradução de Antônio Bivar.
Dirigido por Walter Salles, o filme “Na Estrada” (que estreou a 13 de julho último), é a adaptação do livro mais marcante da Geração Beat, “On the Road”, de Jack Kerouac, e nos remete a uma reflexão acerca deste movimento cultural que foi um dos mais importantes do século 20. Influenciador desde o movimento hippie a road movies, On the Road também deixou marcas em roqueiros do calibre de Bob Dylan e Jim Mor-
Uma reflexão sobre o clássico “On the Road” de Jack Kerouac
“Eu não sou um beat”
rison. No Brasil, esta geração influenciou escritores e poetas marginais, como Jorge Mautner e Paulo Leminski.
O manuscrito original de On the Road foi escrito por Kerouac em apenas três semanas em 1951, baseado em suas anotações das viagens que fez com seu amigo Neal Cassady (outro ícone da Geração Beat) nos 4 anos anteriores. De forma intensa, em meio a sessões de jazz, drogas e amor livre, Jack e Neal atravessaram algumas vezes os E.U.A em uma viagem em busca de liberdade, auto conhecimento e espiritualidade nas estradas do continente norte-americano.
Jack Kerouac e Neal Cassady Este manuscrito passou por cinco anos de edição para ter sua publicação aceita e se tornar a obra popularmente conhecida, perdendo com isso muitas partes polêmicas, ou, segundo o autor do livro, perdendo “as curvas da estrada”. Porém, isto não afetou seu sucesso de público e crítica.
Na obra editada, são utilizados itinerários fictícios para representar a peregrinação real do autor e a maioria dos personagens - se não todos - levam nomes também fictícios que representam os personagens reais. Desta maneira, Jack Kerouac e Neal Cassady se tornam, respectivamente, Sal Paradise e Dean Moriaty. Muitos outros amigos são citados no livro mas, os mais presentes, são o poeta Allen Ginsberg (outro fundador do movimento) e a ex mulher de Neal, “imensos cabelos encaracolados num mar de tranças douradas” LuAnne Henderson, que levam os nomes de Carlo Marx e Marylou. No filme de Walter Salles, Sal Paradise e Dean Moriaty são interpretados, pelos atores Sam Riley (Control) e Garrett Hedlund (Tróia, Tron – O legado), enquanto Carlo Marx e Marylou recebem a interpretação de Tom Sturridge (Piratas do Rock) e Kristen Stewart (Crepúsculo, The Runaways).
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A beleza da película não consiste na adaptação exata do romance, pelo contrário, Walter Salles se utiliza da liberdade incita no livro para contar sua própria história.
Outro ponto positivo do filme fica por conta dos jovens atores que, com liberdade total de interpretação, confundem ficção com realidade ao se passarem por “adolescentes bêbados, cabelos revoltos, excitados”, como cita Kerouac em seu livro. Não à toa ouvimos jazz em muitas cenas do filme: On the Road é considerado o único livro com trilha sonora. Para Jack Kerouac, assim como os amigos e a estrada, o jazz é uma importante fonte de inspiração. O estilo musical dita o ritmo e a improvisação da prosa espontânea do autor. Talvez a contemporaneidade deste manifesto da Geração Beat possa ser explicado pelo convite à liberdade oferecida aos leitores de várias gerações. O romance é escrito no pós guerra, quando os jovens buscavam uma saída para os sentimentos de medo e conformismo que pairavam sobre a América. Talvez os leitores de hoje estejam se utilizando deste mesmo sopro de liberdade para lidar com temas que infelizmente ainda hoje são considerados tabú: o livro é um precursor dos
movimentos de libertação homossexual e feminista, além de já naquela época apoiar a ecologia. Longe dos estereótipos designados ao termo Beatnik, sempre associados a jovens cabeludos, boêmios ou desprezados, Kerouac busca com sua obra - apesar de todos os excessos vividos por ele - passar uma mensagem de paixão pela própria vida, a qual deve ser intensamente experiênciada a cada segundo; e faz isso por meio de uma escrita espontânea e louca, com a qual rompe com conhecimento e elegância cada regra gramatical. Quando questionado e cobrado em meio a agitação do surgimento da Geração Beat, Kerouac respondeu: “Eu não sou um ‘beat’, mas sim um estranho e louco místico católico”. Sobre isso, Allen Ginsberg foi categórico: “(Os Beatniks) não foram criados por Kerouac, mas pela indústria das mídias massivas que continuam a fazer lavagem cerebral”. Ginsberg também foi um personagem decisivo para a contracultura, sua obra mais polêmica foi o livro Howl, mas isso é assunto para outro filme, ou melhor, para outro texto. Bruno Alves alvsbruno@gmail.com
CULTURA Artista do bairro usa surrealismo e hiperrealismo
As “aparições” de Davi Ubiratã Morador de Vila Mariana onde instalou seu atelie, Davi Ubiratã ,nasceu em São Paulo em 1987, acaba de expor no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
massa sobre madeira como pintura, a partir de então tomou gosto pela arte e depois de realizar sua primeira exposição em 2006, saiu desse atelier para tentar a vida como pintor.
Iniciou suas atividades artísticas aos 14 anos de idade num atelier de velas decorativas em São Bernardo do Campo onde trabalhava. Formou-se em desenho e pintura na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, onde estudou de 2006 a 2008.
Segundo o crítico Emanuel von Lauenstein Massarani:
Ao tentar desenvolver técnicas diferenciadas para lograr melhor êxito no mercado, o artista desco-
briu que dava para pintar com as ceras que usava e logo começou á modelar parafina com um pouco de tinta á óleo tendo em vista que os pigmentos para velas que usava perdiam rapidamente a cor. Resolveu então testar essa
“Ao que consta, Davi Ubiratã iniciou sua atividade artística com critérios geométricos espaciais, entretanto aprofundou sua experiência numa pesquisa que o levou a uma espécie de introspectivo expressionismo com chamamentos surrealistas em seu conteúdo”.
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Galerias de arte e centros culturais da região de Vila Mariana Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207 Tel: (11) 3512-6111 www.cinemateca.com.br
Museu de Arte do Parlamento de São Paulo Av. Pedro Álvares Cabral, 201 CEP 04097-900 Tel: 3886-6432
Centro Cultural São Paulo Rua Vergueiro, 1.000 Tel: (11) 3397-4002 www.centrocultural.sp.gov.br
Museu de Arte Moderna de São Paulo Parque do Ibirapuera, portão 3 CEP 04094-000 Tel: 5085-1300 - Fax: 5549-2342
Museu Lasar Segall Rua Berta, 111 Tel: (11) 5574-7422 www.museusegall.org.br
Museu de Arte Contemporânea USP Ibirapuera Antigo Edificio DETRAN CEP 04094-000 Tel: 5573.9932
Galeria Jacques Ardies Rua Morgado de Mateus, 579 Tel: 5539-7500 Email: jacques@ardies.com www.ardies.com
Museu Belas Artes de São Paulo Rua Dr. Álvaro Alvim, nº 76, CEP 04018-010 Tel: 5576-7300 - 5576-5773
Galeria Vicente Di Grado Rua Dr. Álvaro Alvim, n 76, Piso térreo
Galeria do Núcleo de Design Rua José Antonio Coelho, nº 879 Piso térreo
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O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
BAIRRO
Um exemplo de simplicidade e atendimento
Dona Preciosa deixa grandes saudades ao fechar as portas de seu empório começa a se lamentar pela partida de Preciosa: “Não sei mais o que fazer sem ela por aqui. Preciosa é mais do que uma amiga. Sempre conversamos muito cada vez que eu vim aqui comprar alguma coisa. Ela é uma pessoa especial e estou completamente perdida só de pensar que ela não estará mais por aqui”.
Dona Preciosa Oliveira em plena ação Manhã de sábado dia 14/07/2012. Fomos ao encontro de Dona Preciosa Oliveira, proprietária, junto com sua família, de um Empório instalado na Vila Mariana desde o ano de 1.966 na esquina das ruas Rio Grande com Morgado de Mateus e que, agora, está fechando suas portas. Dona Preciosa está de partida, mas não sua história, nem tão pouco o grande grupo de amigos leais que adquiriu durante todos esses anos. O Empório Rio Grande, que foi mais do que um comércio de “secos & molhados”, funcionou também como um verdadeiro ponto de encontro das donas de casa da região. A história do Empório começou quando, Dona Preciosa,após o rompimento de um contrato de trabalho que mantinha com uma empresa para a qual trabalhou muito tempo, decidiu aplicar no
comércio o valor da indenização recebida. Negócio esse que começou juntamente com seu marido, Sr. Lamartine. Já tinha conhecimento do ramo, por influência de seu pai, o qual acompanhou durante muitos anos e relembra que “fazia palavras cruzadas” enquanto o observava trabalhar, quando menina. Considerada a “mãezona do bairro”,Dona Preciosa não só atendeu às famílias de Vila Mariana como se transformou em grande amiga de quase a maioria delas. Ao iniciarmos a entrevista, nos deparamos com sua leve timidez. Desconversou, comentou sutilmente que chegamos “rápido demais”, saiu de perto, deu voltas pelo local e foi logo avisando que “não sabia o que dizer”. Dona Yolanda, amiga de Dona Preciosa que estava por ali na hora em que chegamos, rapidamente
Outra de suas freguesas (amiga), Dona Nanci, moradora do bairro há mais de dez anos, nos disse que “Preciosa é um símbolo do bairro, não dá para imaginar aquele pedaço de Vila Mariana sem a simpática e acolhedora presença daquela que foi mais do uma comerciante e sim uma grande amiga”. Durante anos e anos o Empório foi um ponto de encontro das amigas do bairro, onde permaneciam por longo tempo trocando informações, receitas e confidências, sempre sob o olhar acolhedor de Dona Preciosa, que também participava com sua experiência de vida. Dona Preciosa nos revelou que, mesmo feliz em fazer o que fazia,a atividade comercial nem sempre foi fácil. Relembrou épocas em que sentia que o movimento estava fraco e nessas ocasiões sempre procurou alternativas de mercadorias que pudessem reavivar em seus fregueses o interesse pelo consumo no local. Decla-
rou que passou por dificuldades, como todo mundo, mas ajudou e foi ajudada pelos seus fregueses, tendo boas recordações, resultando em “agenda telefônica cheia”. Há alguns anos atrás não havia tantos supermercados e hortifrutis na região, de modo que empórios como o de Dona Preciosaeram muito procurados. Hoje, reconheceDona Preciosa, existem grandes supermercados na região, que trabalham muito bem e têm excelente condição
rio de Dona Preciosa não tenha resistido às mudanças do tempo! Um lugar que “exala” memória, a começar pela data em que foi construído o prédio (1916). Ali ainda existem armários altos de madeira que revestem toda a parede e que devem ter aproximadamente a mesma idade do prédio, com uma diferença de poucos anos, ou seja, mais de 85 anos! Sem se dar conta do valor que tem para o Bairro, em sua extrema simplicidade, Dona Preciosa diz que não
se precipitaram um pouquinho e me pegaram de surpresa. Ainda tinha uns seis meses pela frente para me acostumar com a ideia de fechar o Empório, mas as coisas são como devem ser“. Quando questionada sobre seus planos para o futuro, com um sorriso que em nada demonstrava qualquer tipo de tristeza, disse: “quero ler muito, quero cuidar de minhas coisas e me dedicar mais à vida religiosa (SEICHO NO-IE), além, é claro, de retomar a diversão com
O Empório Rio Grande na esquina da Morgado de Mateus com Rio Grande de fornecimento. Mas, sorridente e serena diz: “sempre teve lugar para todos aqui”. Relembrou com certa nostalgia do tempo em que o bairro era constituído de casas e não tinha tantos prédios. Época em que havia mais proximidades entre ela e as famílias, que se reconheciam na rua. Intimidade essa que foi ficando cada vez mais difícil com a modernização e verticalização das moradias operada ao longo dos anos. É uma pena que o Empó-
trabalhou no intuito de ficar rica e sim de atender o freguês e ser amiga dele. E, a julgar pelo carinho que presenciamos entre os fregueses e Dona Precisosa, ela angariou muitos amigos. Dona Preciosa, mulher forte e espiritualizada, não se mostra aborrecida pelo fato de deixar o local onde trabalhou por tantos anos. Assegura: “eu fui muito feliz aqui, e pensei que talvez fosse hora de parar mesmo, no final deste ano, as coisas
as palavras cruzadas!” -que confessou adorar até hoje. Dona Preciosa, O Vila Mariana deseja um feliz aniversário (03/08/2012) e agradece a sua história de vida no Bairro e tudo o que entregou com tanta dedicação aos seus moradores: “De ouvido te havia escutado, mas agora meus olhos te veem e o meu coração te sente...” (autor desconhecido)
Cristiane Craveiro criscrav@terra.com.br
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CULTURA
O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
Primeira edição do Seminário de Ação Poética
Casa das Rosas organiza debates dedicados ao tema Poesia ção da poesia e também estimular o acesso ao estudo e prática desta forma de arte na sociedade.
Dia 14 de agosto, às 17h, acontece a abertura do evento. Na ocasião, entre outras atividades, serão discutidas as premissas para redação da “Carta Aberta: Em Defesa da Poesia”.
Profissionais ligados à área literária participam de atividades gratuitas no espaço cultural dedicado à difusão da poesia e da literatura bem como no Centro Cultural São Paulo, entre 14 e 17 de agosto
Ciclo de Saraus
Fruto de parceria com o Centro Cultural São Paulo, a primeira edição do Seminário de Ação Poética na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura terá debates, lançamentos de livros e revistas, mostra de videopoesia, recitais e shows para incentivar a discussão de estratégias de divulga-
A PLENOS PULMÕES Sábados, 4 de agosto, 19h, e 8 de setembro, 19h30. As inscrições começam uma hora antes.
No decorrer do Seminário, que termina em 17 de agosto, renomados nomes da cena poética nacional abordam o papel da poesia no Estado, na imprensa e nas instituições culturais. O Seminário terá transmissão on line pela Rádio Web do Centro Cultural São Paulo no decorrer dos dias de realização. Confira abaixo a programação completa do evento na Casa das Rosas.
Blog: www.casadasrosas-sp.blogspot.com Twitter: www.twitter.com/casadasrosas Facebook: http://www.facebook.com/casadasrosas
Chama Poética
CHAMA POÉTICA Sábados, 11 de agosto e 15 de setembro, 19h30. A proposta do Chama Poética é difundir e fomentar a arte por meio da poesia, da literatura e da música.
Endereço: Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Avenida Paulista, 37 (próximo à Estação Brigadeiro do Metrô). Horário: de terça-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 18h. Convênio com o estacionamento Patropi: Alameda Santos, 74. Tel.: (11) 3285-6986 (11) 3288-9447.
14 DE AGOSTO
17 DE AGOSTO
17h – Inauguração da Feira do Livro de Poesia
17h às 21h - Feira do Livro de Poesia
OS QUATRO ELEMENTOS 11 de agosto.
17h30 às 19h – Debate Público: Do que precisa a poesia hoje?
O MENOR SLAM DO MUNDO Terças-feiras, 21 de agosto e 25 de setembro, 19h30.
19h - Mesa: Como a poesia contemporânea brasileira é tratada pelo Estado?
VIA VEREDA Sextas-feiras, 24 de agosto e 21 de setembro, 19h30.
20h30 – Performance: Ricardo Aleixo 21h – Show de Abertura: Péricles Cavalcanti
17h às 18h30 – Como a poesia brasileira contemporânea é tratada pelas instituições culturais 18h30 às 20h - Mesa: Como a poesia brasileira contemporânea é lida nas escolas?
SARAU DAS BREJEIRAS E FEIRA DO LIVRO LGBT Sábado, 25 de agosto, 14h às 21h30.
15 DE AGOSTO
20h às 21h - Debate Público: Afinal, do que mesmoprecisa a poesia hoje?
QUINTA POÉTICA Quintas-feiras, 30 de agosto e 27 de setembro, 19h.
17h às 21h - Feira do Livro de Poesia
21h às 22h – Show: Rodrigo Garcia Lopes
16 DE AGOSTO
30 de agosto – 50ª edição
17h às 21h - Feira do Livro de Poesia
PATUSCADA! Sextas-feiras, 31 de agosto e 21 de setembro, 19h30.
17h às 19h - Mesa: Como a poesia brasileira contemporânea é publicada?
De 14 a 17 de agosto Programação do 1º Seminário de Ação Poética
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OVILA MARIANA - AGOSTO 2012
ALIMENTAÇÃO
Cada vez mais precisam ser divulgados
Alimentos organicos não se limitam aos vegetais Sugestão de receita Frango e ervas organicas Os produtos orgânicos são melhores que os convencionais. O diferencial está no sabor e na textura dos alimentos aqui citados. Eis aqui um exemplo a ser testado:
Ingredientes:
Tendo em vista uma alimentação mais saudável e um estilo de vida mais natural, os alimentos orgânicos vêm se difundindo cada vez mais. O primeiro fator diferencial desses produtos é o modo como são cultivados. Verduras e legumes que
são cultivados em água (chamados de hidropônicos) dependem totalmente da inserção de nutrientes artificiais. No cultivo convencional sabemos que, são utilizadas grandes quantidades de agrotóxicos e adubos de origem animal.
600g de sobre-coxas de frango orgânico 1 colher (chá) de orégano desidratado 1 colher (chá) de alecrim desidratado 1 colher (chá) de tomilho desidratado 2 folhas de louro fresca 1 colher (chá) de gengibre fresco ralado 2 galhos de salsa fresca Sal a gosto 50g.de manteiga temperatura ambiente
Preparo: Tempere o frango com metade da quantidade dos temperos e deixe repousar por mais ou menos 2 horas. Misture o restante dos temperos na manteiga.
refratário e besunte com manteiga e leve ao forno até dourar, espete com um garfo e verifique se não sai mais o liquido, o que indicara seu cozimento. Sirva quente e bom apetite!
Depois do frango já repousado coloque em um
Estela Bulgarelli P. Chiosea
Tabela de grau de contaminação de alimentos (percentual de contaminação acima do pemitido pela ANVISA) Laranja ______ 14,85% Pimentão _____ 64,36% Abacaxi ______09,47% Morango ______36,05% Repolho ______08,82% Uva _________32,67% Arroz ________04,41% Cenoura ______30,39% Maçã ________03,92% Alface _______ 19,80% Feijão ________02,92% Tomate ______ 18,27% Cebola _______02,91% Mamão ______ 17,31% (Fonte O Globo, 16 de abril de 2009)
Existem inclusive aves, bovinos e suínos também criados com produtos orgânicos, gerando por conseqüência carnes orgânicas. O problema é que estes sub-produtos são finan-
CASA DA COMIDA - Rua Tutóia 964 - Tel: 3052-3862 Segunda a sexta 11:30 às 15:30hs Estacionamento conveniado no Banco Bradesco Vila Mariana - São Paulo - SP
ceiramente inviáveis para a população em geral. Entretanto com o crescimento de seu consumo e das plantações, a tendência é que se tornem mais acessíveis ao bolso do consumidor.
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TECNOLOGIA
13 O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
Integração de dispositivos computacionais com o corpo humano
Da ficção cientifica direto para a realidade Veremos cada vez mais os computadores pessoais mudarem de cara e assumirem a forma de roupas, óculos, tênis, jóias, acessórios e dispositivos conectados ao corpo humano.
disponíveis a venda em grande escala. A Google divulgou em abril deste ano um vídeo mostrando um protótipo de um óculos, que está
vídeo acessível na internet através do link que se encontra em nosso site: ovilamariana.com.br Apesar de relativamente pequeno é dotado de processador, memórias, câ-
do. No começo de julho deste ano a Apple registrou patentes de óculos futuristas. E a Olympus não ficou atrás, a Olympus anunciou o lançamento de óculos que buscam informações.
No mercado esportivo já estão disponíveis alguns produtos, como roupas e pulseiras. A Adidas, na linha BRA TECHFIT, por exemplo, já comercializa uma espécie de sutiã
Aconteceu em Newcastle, UK, no período de 18 à 22/06/2012 o 16º Simpósio Internacional sobre Computadores Vestíveis (ISWC). Este é o principal fórum sobre computação de vestíveis, dispositivos atachados ao corpo humano, enfim, sobre tecnologia móveis, que interajam com o corpo humano. As novas tecnologias nessa área que estão chegando ao mercado, ainda timidamente, mais parecem filme de ficção cientifica, mas é pura realidade. Os meios acadêmicos, algumas empresas e, à margem, os hackers, já estão trabalhando para desenvolverem produtos e soluções voltadas a esse novo mercado, que é conhecido como WEARABLES, ou computadores vestíveis. Apostam em cerca de 10 anos essas novas tecnologias estarão
feira de eletrônicos do mundo, diversas empresas apresentaram produtos como jaquetas e relógios com computadores integrados. Atualmente, a categoria é estudada e implementada em situações especiais, como na reabilitação de deficientes ou como acessórios militares. Forças Especiais do Exército Americano já usam óculos que exibem informações, como localização. O foco para o consumidor final deverá ser a comunicação e o entretenimento. Imagine como seria útil se os seus óculos identificassem alguém que você conhece mas não lembra do nome e nem de onde!
sendo por ela desenvolvido, tão sensível que bastará usá-lo para o usuário ter acesso à previsão do tempo, tirar foto, enviar e-mail, dentre outras funcionalidades, através de um eficiente sistema de reconhecimento de voz. Vale a pena dar uma espiada no
mara digital, GPS e uma pequena tela que exibe as informações diretamente para os olhos do usuário. Outras empresas como Nokia, Apple, entre outras, enxergam grandes oportunidades de negócios nesse novo merca-
A fabricante Finlandesa, Nokia, patenteou um material magnético capaz de alertar os usuários sobre ligações telefônicas e mensagens eletrônicas. Este produto seria usado na superfície da pele ou através de tatuagem com tinta ferromagnética.
para atletas com sensores embutidos, que capta batimentos cardíacos e calorias perdidas. As informações são enviadas para o smartphone. Em janeiro deste ano, durante a CES (Consumer Electronics Show), maior
Após os “computadores” vestíveis, o próximo passo será o desenvolvimento de computadores implantados no corpo, o que ainda é de difícil aceitação. Mas, como a tecnologia caminha a passos largos, não duvidem em breve assistiremos a essas transformações. João Soares
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O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
CULTURA
Projetando a figura feminina
Elizabeth Almendra conquista 1º Prêmio de pintura na Bienal Internacional de Roma Tanto os vultos quanto os corpos constituem um condensado plástico de psicologia e concentram valores pictóricos em perfeita coerência com o contexto. Envolvidas por véus de luzes e sombras, as figuras de Elizabeth Almendra vivem na sua maioria solitárias, na plenitude de uma graça linguística e cromática. Trata-se de uma pintura de luz, às vezes plena, fugitiva, trêmula, frágil, tenra como o amor.
“Senhora” recente obra de Elizabeth Almendra Elizabeth Almendra foi homenageada recentemente com a entrega do 1° Prêmio da IX Bienal de Arte Internacional de Roma, em cerimônia realizada no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo em cujo acervo está presente
uma de suas mais recentes obras. A artista foi convidada para expor suas obras em outubro próximo no Espaço Candido Portinari, no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
Visíveis vibrações das cores e da alma Quando a visão se faz etérea impalpável, transparente, Elizabeth Almendra se realiza integralmente na sua dimensão humana e artística pois escreve e pinta seus sonhos com a universal linguagem da arte onde a presença da cor se sintoniza em lírica vibração com o canto da poesia. Através da textura do desenho e da cor com um
respiro metafísico as figuras delineadas pela artista, parecem decantadas do peso da realidade para assumir a mensagem de um mundo perdido e poeticamente reencontrado com uma perspectiva repleta de esperanças. O seu centro temático é a figura feminina colhida através de seus vários aspectos e atitudes de vida.
Em suas obras nasce uma indefinível sensação de movimento, de força e de vida onde são visíveis as vibrações de suas cores e de sua alma. A carreira da artista Elizabeth Almendra, pseudônimo artístico de Elizabeth Almendra Andrade nasceu em São Paulo onde especializou-se em art. Noveaux, biscuit, vitral, além de técnicas em acrílico e estamparia em tecido (1980).
Representando o Presidente da Bienal de Roma, o cristico Emanuel von Lauenstein Massarani entrega à Elizabeth Almendra o diploma e a medalha do 1º Premio na categoria de pintura Atelier de Pintura e Galeria, Casa da Cultura pela Abra (1996), III Salão Vinhedense de Artes Plásticas (2002), “Dia das Mães” na Casa da Fazenda, (2008), “Quanto mais gente mais quente”, no Clube Paineiras do Morumbi, (2008). “Bossa Nova 50 anos” no Café Journal, SP, em Santos, na Aliança Francesa do Brooklin e do Butantã, e no Metrô Ana Rosa (2008), “Férias na
Estudou óleo sobre tela no atelier Anna Wilma (1990) e participou de curso de desenho no SESC de Taboão da Serra (1993) e pintura especifica em óleo sobre tela e desenho anatômico no Atelier Anna Wilma (1997 “ 2001). Formou-se em artes plásticas e design na Escola Panamericana de Arte (2008). A partir de 1992 participou de exposições no Arts
Almendra incluida na série “Brazil Colection”
Fazenda” (2008), “Novo Tempo... Novo Olhar...”, Galeria Mali Villas Boas (2008), “Amigos da Arte”, Ilha Porchat Clube, (2008), “Mistérios da Alma Feminina”, Galeria Mali Villas Boas (2008), “I Exposição Nacional de Artes Plásticas”, Jockey Clube S.P (2008), “Referências da Arte Contemporânea no Mundo Atual”, Café Journal (2008), “21ª Exposição de Artes de Pinheiros”, (2008), Feira Internacional de Arte, Lisboa (2008), “Arte Mundial” no Jacob Javits Center, Nova York, EUA (2009) e Artmar Navio Ópera da MSC. Premios Por suas participações recebeu inúmeros premios e medalhas, entre elas: Medalha de ouro- Art Mar - Argentina, Uruguai, Porto - 2009; Medalha de Prata - Artexpo Internacional New York-2009;
Medalha de ouro- 44º Salão de Maio - Rio de Janeiro 2009; Medalha de Prata- I° Integração Artística e Cultural - Pioneiros de Brasília- 2009; Menção honrosa-Centro Cultural de Araras – 2010; Menção Honrosa- XXIV- Salão de Artes Plásticas de Acemburgo- M.G.- 2010; Menção Honrosa - 59º Salãnew York– EUA – 2010; Medalha de Prata- Associação Cultural Tao Sigulda - Campo Limpo Paulista; Medalha de ouro-Arte Contemporânea- Granja Vianna- 2011; Primeiro Prêmio- Arte Brasiliana- Anzio - Italia- 2010; Primeiro Prêmio- Bienal de Arte Internacional de Roma- 2012. Emanuel von Lauenstein Massarani Critico de Arte
beth.aandrade@gmail.com elizabethandrade.com Tel: 3743.7114 / 7152.1771
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CULTURA
O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
A pesquisa fotográfica de Zare Ferragi sobre a antigamente conhecida por Birmania
Professor de Relações Internacionais da ESPM pesquisou em Myanmar as vozes que escutam caladas Um precioso documentario fotográfico Zare Ferragi que foi professor de Inglês voluntário em uma escola de línguas, em Mandalay, no centro de Myanmar, possibilitou-lhe visitar alguns monastérios e conversar com inumeros monges.
O Monge e o Monastério de Ouro
Antes de nascer no Brasil, nasci para o Mundo “Antes de nascer no Brasil, nasci para o Mundo”, costuma dizer Zare Ferragi, um jovem professor paulistano, nascido em 1980 de pais nômades que até hoje migram pelas possibilidades do mundo. Passou a infância no pantanal sul-mato-grossense, no interior de Rondônia e nas capitais de Brasília e Lima (Peru). Completou seus estudos em diversos países, cursando Administração Pública na Fundação Getulio Vargas e Turismo na USP. Concluiu estudos no México, em Cuba, na Estônia e nos Estados Unidos, onde se especializou em políticas públicas pela Universidade do Texas. Em 2006 mudou-se para o Japão, onde concluiu um mestrado em estudos
“Era nítido na ocasião o descontentamento da população local, onde os civis proibidos de se expressarem, tinham medo. O governo militar usou muita propaganda e forte repressão. Os jornais censurados precisavam passar uma im-
pressão de que tudo estava bem. O espancamento e assassinato de monges nos últimos meses de 2007 provaram que os generais não mediam esforços para conseguirem se manter no poder. Por outro lado, os monges curiosos questionavam o “mundo lá de fora”, incluindo o Brasil. Eles queriam saber sobre nosso estilo de vida, nossos sonhos e nossas esperanças.
importante na vida diária da sociedade. Os monges estão em uma posição de aprendizado e ensino, estudando muito e ajudando aos outros. Eles são as vozes que escutam caladas. São monges que acreditam nos fundamentos da democracia e têm consciência de seu papel ativo em exigir um governo melhor. Ao que tudo indica uma luz apareceu no fim do túnel neste ano de 2012, com as eleições parlamentares recentemente realizadas.
A religião tem uma função
Acredita em relações de paz harmoniosas entre indivíduos, grupos, nações e países. “Nosso mundo precisa de mais entendimento cultural”, diz. “E mais fotografia”, pensa.
da Paz e Resolução de Conflitos e desenvolveu o gosto pela fotografia em suas viagens pelo continente asiático – Coréia do Sul, Tailândia, Cambodia, Myanmar (antiga Birmania), China e Taiwan. Fez um curso de foto-jornalismo no International Press Shinbum, fotografa por conta própria e gosta de observar o ambiente a sua volta, com uma proposta de soma, multiplicação e transformação.
Ao regressar ao Brasil, através de exposiçoes em Vinhedo e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo nos ofereceu um olhar sobre os monges budistas do Myanmar (antiga Birmânia), a quem batizou de “Vozes que Escutam Caladas”. Zare Ferragi compartilha a visão de que uma simples fotografia pode mudar o curso de uma nação. E foi o que aconteceu a partir deste ano quando o regime militar local abrandou sua repressão e liberou a Prêmio Nobel da Paz, senhora San Suu Kyi, que acaba de ser eleita ao Parlamento.
ESPAÇO YEHOSHUA FENG SHUI (harmonização do ambiente) NUMEROLOGIA Av. Turmalina, 21 - Aclimação tel: (11) 5575-9275
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TEATRO
O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
Para o desenvolvimento e a evolução da cultura e da arte
Fletir: um projeto cultural que rompe paradigmas e aponta novos caminhos O Projeto Fletir, sob a gestão de Luis Cury, completa quatro anos de existência no Brasil com muito trabalho e realizações ao longo deste percurso. Fletir é um projeto cultural que rompe paradigmas e aponta novos caminhos para o desenvolvimento e a evolução da cultura e da arte. A iniciativa tem como uma de suas ferramentas de atuação a Fletir Cia de Dança, ambas concebidas pelo bailarino, coreógrafo e diretor cênico Luís Cury, em 1998, na Alemanha, onde concretizou a mon-
iniciei a busca por recursos para colocar o projeto em movimento. Desde o início idealizava uma companhia de dança subsidiada por uma equipe médica de alto nível para cuidar preventivamente dos bailarinos.
Bailarinos encenando “Esperando Godot” tagem do espetáculo “O Diário de Anne Frank”. A experiência em solo alemão tornou-se referência e pedra fundamental para a estruturação do projeto no Brasil.
De que forma o Projeto Fletir foi estruturado no Brasil? Luís: Retornei ao Brasil em 1999 com o embrião do projeto em mãos. Em 2006,
O Projeto foi se concretizando a partir do momento em que parceiros começaram a abraçar a ideia, ortopedista, fisioterapeuta, acupunturista, odontologista esportivo, psicólogo, entre outros profissionais. Enquanto isso, trabalhava dias e noites na elaboração do conceito filosófico do projeto. Em 2008 formou-se o primeiro elenco da Fletir Cia de Dança, que fez sua estreia nacional no Teatro Alfa com o espetáculo “Esperando Godot”, obra homônima de Samuel Beckett. Já foi vista por cerca de 20.400 pessoas em mais de 120 apresentações em temporadas do Circuito Cultural Paulista, Virada Cultural, Viagem Teatral SESI, CEUs (Centro Educacional Unificado), Teatro Alfa, Teatro Coletivo, Galeria Olido, contemplando 25 municípios de São Paulo.
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Além de prevenir lesões, quais são os demais benefícios da equipe médica? Luís: A Fletir Cia de Dança é a única do Brasil, arrisca-se a dizer do mundo, que possui uma equipe médica de alto nível com o objetivo de prevenir, diag-
nosticar e curar lesões dos bailarinos. Além disso, tem uma equipe de preparadores físicos que olham para o profissional da dança como um atleta que leva seu corpo a condições de extrema exigência, funcionando muitas vezes além do limite físico e até mesmo mental. Isso tudo de forma humanizada.
Luís: Tem como objetivo intervir, por meio da arte e do movimento, na evolução do comportamento humano e nas suas relações em busca de um mundo mais harmônico, justo e feliz. Para isso, a equipe artística passa por um processo de capacitação, participa de seminários, palestras, workshops, vivências, pesquisas, leituras e encontros com estudiosos como Roberto Crema, Tasso Scaff, Ruth Scaff, além bibliografias de Pierre Weill e Jean Yves Leloup. E de onde vem o conteúdo do projeto?
Luis Cury É um orgulho termos em nosso bairro uma companhia de dança com uma proposta audaciosa. Emociona-me imaginar que a Fletir seja somente a primeira de um futuro de companhias que se preocupam com a saúde física e emocional do bailarino, que se doa integralmente para realizar seu trabalho. Com o apoio do Ginásio do Ibirapuera, e por meio da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, o Projeto Fletir esteve locado por dois anos dentro do Ginásio, e no momento, devido suas obras estamos temporariamente locados em espaços alternativos. O Projeto Fletir vai além da companhia de dança, qual o principal propósito do projeto?
Luís: Grande parte do trabalho teórico e prático do projeto é resultado da parceria com a Unipaz, Universidade Internacional da Paz. Surgiu em 1987 com o objetivo de desenvolver uma ação educacional para a disseminação da visão holística da cultura de paz e não-violência. Por meio desta parceria, realizamos também um encontro de improviso de arte, dança, música, circo, teatro, artes plásticas, expressão, liberdade e criatividade. Marilia Costa
Quem tiver interesse no projeto, pode entrar em contato pelo e-mail contato@fletir.com.br
ou pelo telefone 011 97855.7899 http://fletir.com.br/blog/
NUMEROLOGIA Aura-Soma, auto cura e auto conhecimento
As cores e seu significado A Aura-soma é um sistema de auto cura e autoconhecimento que reúne os princípios energéticos da aromaterapia, fitoterapia, cromoterapia, cristais e bioenergética, em frascos de óleos balanceados que
no ambiente social ou no esporte. Número 2 O número 2 representa relacionamento. Pode ser associado a uma tendência para pensar muito nas coi-
do sistema AURA-SOMA. Número 6 Na Aura-Soma o número 6 representa a descida ao espírito. Visto de outra maneira, o 6 representa as quatro direções, a que
Número 9 O número 09 permite àquele que entra em contato com ele reconhecer-se de um novo modo. Tradicionalmente, quem tem o número 9 é um catalisador para mudanças para si e para os outros, mas dificilmente são vistos dessa maneira por si mesmos. Número 0 Nada, tudo e também completude são representados por esse símbolo. O zero representa o que está subjacente a tudo, o que permanece quando tudo o mais foi tirado; é de onde tudo deve surgir. Cristiane Craveiro criscrav@terra.com.br
se apresentam em duas fases bem diferenciadas. Esses frascos são numerados e por isso vale ressaltar que também existe uma ligação fantástica entre os frascos da Aura-Soma e os Números, sendo essa ligação um dos aspectos muito fascinantes do sistema. Para ajudar a fazer a comparação útil, é preciso ter uma leve ideia do significado de cada número: Número 1 O número 1 representa o indivíduo. Sugere a determinação e liderança. O número 1 carrega a energia para ser o primeiro em qualquer situação em que se encontrar, seja nos negócios,
sas ou para dedicar muita atenção e energia a sentimentos.
se somam acima e abaixo. “Assim na Terra como no céu”. É um número místico.
Número 3 É aquele que faz acontecer, que realiza. É um número “bom”, é concreto
Número 7 O número 7 é mágico e místico. O número 7 está associado às misteriosas leis da criação; tradicionalmente existem 7 chakras, 7 cores do arco-iris, 7 notas na escala musical, biblicamente, diz-se que no 7º. Dia deus descansou.
Número 4 Simbolizado por um quadrado, é um número que representa algo estável e permite a construção de estruturas. O número 4 está associado à solidez e ao prático. Número 5 É o número dos humanos: com 1 cabeça, 2 braços e 2 pernas. Com os cinco sentidos, os humanos podem se relacionar com o mundo exterior. É um número muito importante dentro
Número 8 O número 8 é formado por dois círculos que sugerem o princípio. Quando o número 8 é colocado de lado, transforma-se no símbolo do infinito, fluindo sem começo e sem fim. É um número que tem a ver com prosperidade.
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COMPORTAMENTO
Verifique se o filho ou neto estão se tornando zumbis digitadores
Computador: muitas mensagens mas poucas informações ou século é caracterizado por ciclos de desenvolvimento que a caracteriza. Por exemplo, a revolução industrial inglesa ou os anos pós II Guerra Mundial, com ciclos de produção de bens, acelerado. Nossa atual sociedade é marcada pela possibilidade de obtenção de informações, relevantes ou não, a uma velocidade extremamente elevada.
Você acha que está ultrapassado por não saber mexer em um computador? Enganou-se, só está ultra-
passado quem não sabe tratar informações. Todo período, seja década
Seguramente seremos conhecidos no futuro como as pessoas que criaram portas para a obtenção livre de informação, e contraditoriamente também
como, a sociedade que teve o dilema de filtrar ou separar “o joio do trigo” de toda a massa de informações que estamos sujeitos. O que temos que balancear é a quantidade de informação versus o tempo que possuímos. O balanceamento entre os dois itens é o que caracterizará o sucesso ou falha de você, de sua empresa ou de um país. O que interessa será como possibilitar que alguém use seu tempo para analisar o que nós temos a oferecer, vender ou trocar. Montar mecanismos, que vão da concepção e do planejamento até a responsabilidade da atividade, possibilitando a absorção da nossa ideia é o que vale, pois isso é que representa praticamente o sucesso do que queremos, seja um simples produto ou a percepção de como um país se apresenta. Porém, como dito anteriormente o tempo, hoje, é o bem mais valioso. A reflexão que esta implícita é que as informações, bens ou serviços devem tender a ser um processo comercial como era realizado no passado, uma troca.
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Uma troca de informações, uma troca tecnológica, onde comparamos o valor de nossa informação ou bens em contrapartida a informação que poderemos adquirir ou receber no processo.
Hoje em dia, quando compramos um celular ou um computador novo, buscamos uma forma mais rápida e eficiente de buscarmos informações. É muito comum as pessoas de mais idade ficarem admiradas com as gerações mais novas mexendo em computadores, celulares, etc. Muitos acreditam que a atual geração de jovens é um fenômeno, comparada as mais antigas. Analisando a fundo o que eles fazem, é descobrir que eles trocam muitas mensagens. Mas nenhuma informação ou ideia que valha a
pena, todas sem uso prático. Não concorda? Imagine que João Gutenberg, o cara que inventou a impressão em 1450, possibilitando a Renascença e a Revolução Cientifica, decidisse que os livros que ele imprimiria seriam apenas de piadas, receitas de bolo e besteirol. O que teria acontecido hoje? Possivelmente uma geração de zumbis impressores de livros que não sabem o que fazer. Por isso cuidado, veja se o filho ou neto não está tornando-se um zumbi digitador. Aristides Campos Jannini
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SAÚDE
O VILA MARIANA - AGOSTO 2012
O lugar do ser humano no mundo
O que é a individuação ? até que ponto nós promulgaremos as tendências e possibilidades, neste pessoal processo de individuação. A Individuação não tem a intenção de conduzir à total autonomia, muito pelo contrário, ela leva a descobrimos nossas semelhanças com outras pessoas. Como nós nos definimos, reconhecemos as mesmas emoções, anseios, desafios e funções arquetípicas que ocorrem em outras pessoas.
Carl Gustav Jung Individuação é um conceito desenvolvido por Carl Jung, e tem várias facetas.
senvolvimento do ego.” É a realização de nosso potencial e nosso destino.
É o processo pelo qual nos tornamos indivíduos ao reivindicarmos nossa singularidade - nossos gostos e desgostos, valores, personalidade, pontos de vista, interpretações, interesses, objetivos, hábitos, idiossincrasias, filosofia de vida, enfim, nosso lugar no mundo, nossa maneira de fazer as coisas, e nosso estilo.
Quando chegamos a este mundo, nós provavelmente não temos nenhum conteúdo. Somos “uma página em branco”, sem nem um destino totalmente predeterminado, mas, além disso, nós provavelmente temos “tendências” e “possibilidades”, que são como as características do projeto de uma casa a ser construída.
Individuação é essencialmente o mesmo que “o de-
As nossas decisões pessoais é que irão determinar
Assim é preciso desenvolver falas próprias, desenvolver a própria intuição rumo a qualidades mais pessoais, mais originais como um traço particular do que é bom para si mesmo, desenvolvendo e aperfeiçoando o próprio ego ao se questionar, e porque não eliminar ideias e papeis que foram sugeridos por outras forças externas. Desenvolver a persona que é a parte de nós e que apresentamos ao mundo como nossa individualidade na sociedade. Cultivar a coragem. Individuação pode ser um processo difícil e doloroso. O crescimento pode ser difícil, pode ser assustador, mas deve ser experimentado como uma “morte” das nossas maneiras velhas e
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nossos relacionamentos antigos, que vai evocar a solidão existencial de quem não segue junto com a multidão. E isso pode machucar, como disse Jung: “Não há nascimento da consciência sem dor.” Mas ele disse que a dor e as adversidades são necessários porque nos forçam a reavaliar nossos valores, autoestima e coragem. Individuação é uma jornada de conflito, que continuamente afirma nossa individualidade contra a sedução interna para a placidez do psicológico e até mesmo de uma regressão, contra a demanda externa por confor-
midade social e “ajuste”. Nós aprendemos a diferença entre individualismo e individuação. Jung disse que o individualismo é um exagero intencional de diferenças, enquanto
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individuação é uma consumação pessoal dos nossos traços comuns arquetípicos. Vicente Miceli vicentemiceli@gmail.com
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