OPTICAL ART: REVISTA DOS ALUNOS DO CURSO DE GESTÇAO CULTURAL - PUCMINAS

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IEC—PUCMINAS GESTÃO DE PROJETOS CULTURAIS

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PROFESSORA LUCIANA BICALHO PIACENZA

HISTÓRIA DA ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Optical Art

ESTEFÂNIA DALVIT ALEX FERNANDO


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROJETOS CULTURAIS

A Optical Art A obra de Carlos Passos e a Op Art

Trabalho apresentado à disciplina História da Arte Moderna e Contemporânea, do curso de Pósgraduação em Gestão de Projetos Culturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professora Luciana Bicalho Piacenza

Belo Horizonte 2012 2


ANTES, O CINETISMO A energia cinética, que na Física significa o trabalho necessário para colocar um corpo em movimento do zero ao infinito, inspirou os artistas a incorporarem o movimento, a ideia de ou ainda a ilusão de movimento e velocidade à obra de arte, Móbile, de Alexander Calder (1898-1976)

ou seja, na Arte Cinética “o movimento constitui o princípio da estruturação”.

A Op-art surge dentro da Arte Cinética, na medida em que admite os seus princípios, mas, inicialmente, não abre mão do suporte tradicional – a tela e a virtualidade do movimento – para expressar suas ideias. Daí a construção do desenho e da Victor Vasarely (1906-1997)

pintura transmitindo a sensação ou ilusão de movimento contínuo e da ilusão de ótica, pois para Vasarely (1906-1997) “o movimento ótico, ainda que ilusório, não pertence por acaso ao cinetismo?”

Capa: Bridget Riley, Movement in Squares, 1961

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Gerald Laing

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M. C. Escher 1898-1972

“Op-art” é uma abreviação do termo inglês “optical art” que significa “arte óptica” que tem como principio estruturante uma valorização do olho e do olhar exigindo para si “menos expressão e mais visualização”. Não é considerado um movimento, mas apenas uma vertente da Arte Cinética diferenciando da mesma na utilização de “objetos planos e formas geométricas” para sua construção. É uma “forma de arte abstrata caracterizada pela utilização de figuras geométricas, especialmente em padrões de cor preta e branca, cuja repetição exaustiva resulta num dinamismo visual que cria efeitos de ilusão óptica nos espectadores. Estes efeitos são caracterizados por sensações de movimento e sugestões de vibrações que se modificam quando o observador muda de posição, simbolizando a possibilidade constante de transformação da realidade quem o Homem vive.”

Homem com cubo, 1958

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O termo foi usado pela primeira vez em outubro de 1964 pelo Time Magazine

num

artigo

descrevendo este novo estilo de arte cunhando o termo “Optical Art” que depois

se

popularizou

como “Op-art”. O termo foi definitivamente incorporado pela crítica na História da Arte após a exposição The responsive

eye (O olho que responde, no MoMA, em Nova York, 1965).

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Zebra, 1938

Victor Vasarely 1906-1997

A “Op-art” é, em geral, uma arte abstrata que trabalha com padrões de preto e branco criando ilusões de movimentos, clarões, vibrações, deformações e inchaços. Muito próxima da Matemática – pelo uso de padrões geométricos – apresenta-se muitas vezes como uma arte cerebral, sistematizada e exata. Porém, as ilusões e as sensações provocadas, a voluptuosidade das linhas e o pulsar induz o espectador a explorar e reconhecer suas possibilidades e seus limites e consequentemente a sua humanidade. No século XX, a tecnologia cinematográfica e televisiva, com seus suportes planos e a disponibilidade cada vez maior, tornaram-se veículos ideais para a apresentação desta vertente artística. No século XXI, o computador passa a ser a ferramenta ideal e seu principal veículo de expressão.

“A dinâmica da pintura na Op Art é alcançada com a oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras, produzindo o efeito óptico. Diferentes níveis de iluminação também são utilizados constantemente, criando a ilusão de perspectiva. A interação de cores, baseado nos grandes contrastes (preto e branco) ou na utilização de cores complementares são a matéria prima da Op Art. A técnica "moire", aplicada no trabalho "Current", de Bridget Riley, é um bom exemplo. Nela, há a criação de um espaço móvel, produzindo um efeito denominado "whip blast" (explosão do chicote). Esta técnica, assim como a maioria das técnicas utilizadas na Op Art, exploram as possibilidades do fenômeno óptico na criação de volumes e formas virtuais.”

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Lothar Charoux 1912-1987 Lotar Charoux. Vibrações ,1972

Se pensarmos a ideia de movimento podemos ir até a pré-história, às grutas de Lascaux para percebermos que o homem já construía tal ideia a partir do traço. Porém, a ilusão criada pela “Op-art” explode em 1965 e tem seu auge nesta década, apesar de já ser traduzido desde o início do século XX com Escher e Vasarely. Nas décadas de 1950-60, a popularização da vertente se deu, como já dissemos, pela televisão e o cinema, mas principalmente pela moda com a estamparia de tecidos e sua consequente exposição pública.

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A exposição em Nova York, em 1965, reuniu 123 pinturas e esculturas de 100 artistas de 15 nações. Os principais expoentes desta vertente são: Victor Vasarely, Richard Anuszkiewicz, Bridget Riley, Ad Reinhardt, Kenneth Noland, Larry Poons, Alexander Calder, Youri Messen-Jaschin, Julian Stanczak, Patrick Hughes, Julio Le Parc, Marta Boto, Luis Tomasello, Yvaral (filho de Vasarely), Carlos Cruz-Diez, Jesús -Raphael Soto. No ressurgimento dos anos 1980, destacamos Philip Taaffe e Peter Schuyff. No Brasil, destacam-se Lothar Charoux, Almir Mavignier, Ivan Serpa, Abraham

Op Art iPhone wallpapers

Palatinik e Luiz Sacilotto.

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Grupo Ruptura, 1952.

Ivan Serpa 1923-1973

Luiz Sacilotto 1924-2003

Jesus-Raphael Soto 1923-2005

Kenneth Noland 1924-2010

Ivan Serpa, Geometrias,

JesĂşs-Raphael Soto Horizontal Movement, 1963

Luiz Sacilotto,1980

Kenneth Noland Blue Extend, 1962

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Almir Mavignier 1925-

François Morellet 1926-

Abraham Palatinik 1928 Julian Stanczak 1928Yaacov Agam 1928-

François Morellet - Répartition Régulière De Carrés. Original 1971

Marvignier, Two Squares, 1967

Palatinik, 2000

Stanczak, 1966

Yaacov Agam, s/d

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Templo de Amarelo Radiante, 1958

O principal nome da “Op-art” no Brasil foi o escultor, pintor e desenhista Luiz Sacilotto (1924-2003). Além dele, “realizaram experiências óticas em seus trabalhos: Lothar Charoux (1912-1987), Almir Mavignier (1925), Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatinik (1928), entre outros.”

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AS INFLUÊNCIAS DA OP ART NAS OUTRAS ARTES

MODA Na década de 1960, Larry Aldrich encomendou uma coleção de estampas inspirada nas obras da pintora britânica Bridget Riley. Mais tarde, em 2009, Pierre Cardin cria uma coleção com a mesma inspiração. Para 2012 os grandes estilistas claramente se inspiram nessa vertente, tanto no exterior quanto no Brasil com marcas como Amapô, Neon e André Lima.

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Claude Tousignant 1932-

Guido Molinari 1933-2004

ARQUITETURA E URBANISMO

Claramente inspirado na “Op-art” são as sensações de ondulações das calçadas de Copacabana no Rio de Janeiro. Compare esta obra de Bridget Riley com o traçado de Burle Marx para os calçadões de Copacabana. A Op Art estava no ar nos anos 1960. Anterior à obra de Riley, os contornos de Copacabana já existiam desde o início do século, porém, Burle Marx deu-lhe maior sinuosidade e “o desenho ondulatório, como o mar, fica até hoje demarcado no incons-

Bridget Riley, Current, 1964

Burle Marx, Copacabana, 1970

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Lawrence Poons 1937-

Aix-en-Provence, France --- Victor Vasarely Foundation Building

Tel Aviv, Israel—Monumento à Água, Yaakov Agam

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atrocapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubrimendimultipliorgani

MÚSICA E POESIA O diálogo com a poesia concreta se dá neste poema de Augusto de Campos, poeta paulista do movimento denominado Poesia Concreta. Neste poema, o autor vai criando a sensação de passagem e transformação provocando uma ilusão de inchaço e mudança apenas com as letras “e” e “o”. Perceba: Caetano Veloso experimenta a sonoridade do poema criando novas sensações onde o movimento é construído a partir dos graves e agudos lançados sobre as letras “e” e “o” e o volume do som.

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periodiplastipublirapareciprorustisagasimplitenaveloveravivaunivoracidade

AlÊm disso, vejam as sensaçþes de movimento e velocidade provocadas pelos poemas de Augusto de Campos:

Augusto de Campos

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BATE-PAPO COM CARLOS PASSOS

Como foram seus primeiros contatos com a arte? Acho que arte não é algo fácil. Das pessoas que estudaram comigo apenas eu e mais dois viramos artistas. Ninguém segue a profissão. É extremamente difícil ser artista. Eu ia para as aulas de desenho com 10 anos. Na minha turma todas eram bem mais velhos e mulheres. Foi preciso muita força de vontade para me manter. O que queria era poder jogar bola com meus amigos. Estes por sua vez pegavam muito no meu pé. Era duro ouvir quando eu ia com a pastinha debaixo do braço para a aula coisas do tipo ei “viadinho” tá indo pintar? . “Você pinta com meu pinto ?”. Era dose para leão. Tinha que gostar demais de pintura para aguentar aquilo e o que eu fazia era me dedicar ainda mais ao desenho.

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Que artistas o inspiraram? Tive vários artistas que me inspiraram. Cito por exemplo Carravaggio, Salvador Dali, Magritte e Rubens, mas Caravaggio é a grande inspiração em termos de técnica. A sua noção de claro de escuro é que inspirou outros artistas tais como Velásquez, Renoir e vários impressionistas. Ele foi um mestre de mestres. Há de se imaginar as obras belíssimas que foram feitas por estes artistas do passado trabalhando com materiais ruins, comparando-se como os de hoje.

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Quando você começou a pintar? Eu tinha 11anos quando comecei a pintar . É uma estória interessante. Com 9 para10 anos eu fui mandando para o colégio interno. Meu pai era advogado. Pessoa muito culta e que gostava de pintura e música . Quando eu estava no colégio interno eu fiquei revoltado. Eu era um menino com 10 anos num colégio interno fora de Belo Horizonte. Eu criei então uma estória em quadrinhos chamada: a faca. Nela alguém saía matando todo mundo da minha casa; minha família inteira. Toda carta que eu mandava para meu pai ia um capítulo da estória em quadrinhos. Por incrível que pareça, ao invés do meu pai ficar preocupado com a ideia expressa na estória em quadrinhos, ele ficou fascinado foi pelos desenhos. Ele me tirou do colégio interno, pois ficou com dó. Fiquei lá apenas um ano e fui mandando para o colégio Arnaldo. Meu pai, ao invés de me levar para o psicólogo, me levou a um colega do palácio das artes que se formou com ele em direito - PIERRE SANTOS - casado com Iara Tupinambá. O mesmo o aconselhou a me matricular numa escola de arte, pois achava que eu tinha jeito. Fui então estudar com o Bracher, tio do atual Carlos Bracher. Eu achava estranho, pois ele não me deixava pintar, apenas desenhar. Ele dizia que o mais importante era o desenho. A pintura você consegue consertar, o desenho não. Demorou, mas eu entendi que ele tinha razão. O desenho é tudo. Após deixar o Bracher estudei com um artista chamado JOÃO PONTES mais uns 3 a 4 anos e passei a pintar sozinho. Pintar na minha concepção é tão importante como fazer música, embora ache que a musica é mais complexa. Pintura para mim é 90 % ralação e 10 % inspiração. 20


Qual a importância da técnica em relação à pintura? Sempre procurei seguir parâmetros na minha profissão. Trabalhar com materiais ruins é impensável. É preciso escolher bens os materiais e fazer o preparo adequado da tela. A técnica é o mais importante. Por exemplo, não se pode usar o acrílico em cima do óleo, pois o acrílico irá se soltar. O contrário é possível. Vejo por exemplo nas exposições na feira hippie pessoas apenas pintando sem nenhuma preocupação com a técnica. É o caso de pintar apenas por pintar. Se eu pusesse um quadro meu numa feira eu não conseguiria expor meus quadros numa galeria. Como artista profissional tenho que me ater a parâmetros.

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Quando começa sua carreia profissional? Eu fiz meu primeiro vestibular para psicologia, depois administração de empresas, porque meu irmão trabalhava na Andrade Gutierrez. Fui para os EUA e fiquei lá um ano em Los Angeles na UCLA – Califórnia. Lá conheci o design e me encantei. Era misturar pintura, desenho e arte com algo técnico. Queria aprender a fazer um desenho técnico misturando com isso arte. Na volta me matriculei na

FUMA e me formei em desenho industrial e programação visual. Passei então grande parte da minha vida trabalhando na Andrade Gutierrez fazendo perspectivas em plantas. Eu levantava as plantas das obras em perspectiva. Eu não podia errar. Não é como hoje com os programas, tal como o AUTOCAD, no qual basta inserir as medidas da planta. Eu precisava criar o desenho das plantas de obra que seriam feitas tais como barragens e plantas de prédios. Trabalhei na Andrade Gutierrez por 35 anos e ao sair levei minha prancheta. Em muitas vezes precisei pregar minha prancheta para aumentá-la de modo a conseguir achar a linha do horizonte, estabelecer pontos de fuga e, deste modo, conseguir criar a arte da obra. Era muito trabalhoso. Assim eu iniciei na pintura aliando-a a área técnica. Depois de muitos anos resolvi deixar a Andrade Gutierrez e me dedicar apenas à pintura. Ainda na empresa eu fazia, nos momentos de folga, pinturas artísticas, comecei a participar de leiloes e comecei a ganhar um bom dinheiro nas galerias. As discussões de preços eram difíceis no início, pois eu era um artista desconhecido. Uma das minhas maiores alegrias foi um dos meus quadros, que incialmente estava cotado a 500,00, ser arrematado por 1200,00, com disputa de preço. Foi uma das minhas maiores alegrias. Meus quadros nunca chegavam ao preço mínimo . Do preço inicial, por exemplo 500,00, chegavam a muito em 300,00. Quando os preços começaram a passar do valor mínimo notei então que eu passava a ser conhecido.

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Passei a vender muitos quadros e, a partir disso, me dedicar somente à pintura. Quando trabalhava na Andrade Gutierrez eu me dedicava à pintura apenas nos momentos de folga e nas madrugadas. Eu estava infeliz e minha família estava ficando muito sozinha. Cheguei a perder um torneio de peteca, pois tive que me apresentar às pressas na empresa, pois ela precisava urgente de uma arte na planta para participar de uma concorrência pública. Eu estava muito triste. Passei a trabalhar somente com pintura. Montei meu atelier, fiz cartões e expus em várias galerias. A partir dai são tempos de vacas gordas e tempos de vacas magras. Tenho trabalhos importantes como por exemplo fazer todos os retratos dos ex-presidentes da FIEMG, dos vereadores da câmara de belo horizonte, fiz painéis que estão expostos no hall do hotel Ouro Minas e vários outros projetos. 23


Quais são seus principais temas que você utiliza ao pintar? A nossa tendência é abstrair, porém eu não me abstraio completamente. Sempre há espaço para a figuração na minha arte. Não consigo apenas “jogar tinta”. Eu preciso desenhar antes. Fazer um estudo preliminar. É um vicio Trabalho muito com o nu, com animais, flores e natureza morta . Eu trabalho muito com decoradoras. Várias delas veem ao meu atelier . Há pessoas que compram meus cavaletes sujos de tinta, pois acham que há neles alguma forma de arte. Eu era muito desleixado com meu atelier.

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Sujeira e tinta para todo o lado. Gosto mesmo é de fazer abstratos com volume. Alguns dos meus quadros serviram de inspiração para a produção de joias. Naqueles desenhos havia uma forma que alguém gostou e gerou joias com formas bem bacanas. Meus quadros iniciais tinham enfoque na figura e meus traços foram pouco a pouco caminhando para a abstração, porém ainda com o desenho. Além da pintura também trabalho com escultura e com materiais diversos

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FEZ-SE ESTA REVISTA COM AS SEGUINTES CONSULTAS:

DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1983. FIGUEIREDO, Laura Villas Boas; FARIA, José Neto de; MEIRELLES, Junia C. J. Parreira; NAVALON, Eloize; Design e arte durante os anos 60 e 80: Pop, Op, Psicodelismo, Anti-Design e Radical Design. MARTNEZ, Amanda; MONTEIRO, Danielle; CABRAL, Felipe; CIRNE, Rodrigo. O calçadão de Copacabana Branco no preto ou preto no branco? Eclética, Puc-Rio Julho/Dezembro 2006 MYERS, David G. Introdução à Psicologia Geral. RJ: LTC Editora, 1999. Revista ENJOY, São José do Rio Preto, SP http://carlospassos.com.br http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_cin%C3%A9tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Op_art http://www.opartcafe.com/index.php/optical-art-principal52.html http://www.artcyclopedia.com/history/optical.html http://www.osnatfineart.com/optical-art.jsp http://arthistory.about.com/cs/arthistory10one/a/op_art.htm http://painting.about.com/od/artglossaryo/g/defopart.htm http://educacao.uol.com.br/artes/op-art.jhtm http://www.arthistory.net/artstyles/opart/opart1.html http://lalaismo.wordpress.com/2010/02/11/optical-art/ http://www.comunicandomoda.com http://biofashion.blogspot.com.br/ http://msritterperrysstudio344.blogspot.com.br http://www.op-art.co.uk/ http://kodekopolkadot.com/public/ http://www.itaucultural.org.br/ http://www.youtube.com/watch?v=BfO6r1t0E9Q http://www.youtube.com/watch? v=yC3e7rmSYM4&feature=related

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