Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013

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Expediente

Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo Encalso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agronegócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreendimentos Imobiliários. Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desenvolve e executa loteamentos fechados e condomínios residenciais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e construtiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos que integram padrão diferenciado de moradia, lazer e segurança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das cidades em que se insere. A Damha Urbanizadora conta atualmente com 52 empreendimentos e aproximadamente 20 mil unidades comercializadas e está presente em 16 Estados brasileiros. Em 2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 585 milhões. O land bank total é de aproximadamente 100 milhões de m².

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Expediente DAMHA URBANIZADORA

REVISTA ESTILO DAMHA

José Paranhos Diretor Superintendente

Daniele Globo Editora

Diretores e Gerentes Akira Wakai Amauri Barbosa Junior Carlos Eduardo Meyer Freire Fernanda Toledo Juliana Liberati Luiz Lissner Maurício Cavalheire Nélio Galvão Paulo Montini

Edson Suguihara Nicole Thomaso Assistentes Fotos: Beatriz LVM, Dirlene Ribeiro Martins, Edgard Cesar, Genilson Nunes, Juan Cogo, Kris Tavares, Marcelo Corrêa, Marcos Hermes, Maxizoo, Nilton Santolin, Thatiana Miloso e Vanusa Campo

Textos e revisão: Editora 10 (Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins, Marília Dominicci, Maysa Rodrigues, Patrícia Volpe e Thatiana Miloso), Fabiano Menna, Henrique Fruet, Nicole Tomaso e Rodrigo Brandão Tiragem: 20 mil unidades Foto Capa: Marcelo Corrêa

A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída gratuitamente a todos os clientes e moradores dos empreendimentos Damha.

Auditado pela

SELO FSC

São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637

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Carta do Presidente

Noventa milhões em ação, Pra frente Brasil, Do meu coração...

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s pessoas com mais de 50 anos devem se lembrar do hino da Copa do Mundo de 1970. Eu, à época com 15 anos, ficava emocionado ao ouvir a composição de Miguel Gustavo e ver que todos os brasileiros estavam vibrando com aquele futebol épico da nossa seleção de ouro. Éramos 90 milhões de brasileiros, e nem faz tanto tempo assim, embora hoje já sejamos impressionantes 200 milhões. Muita coisa mudou desde então, é claro, a começar pelo próprio futebol, assim como a televisão, os carros, os hábitos, o conhecimento e até o clima, imagine só! Tudo se intensificou também. O ritmo de vida, a velocidade da informação, as transformações tecnológicas, os problemas urbanos. A despeito da intensificação desses problemas urbanos, onde estão mais de 85% dos 200 milhões de brasileiros, há, ao longo de décadas, um consistente movimento migratório das pessoas do campo para as cidades. Elas têm preferido conviver com o trânsito complicado, a poluição, o alto custo das moradias, entre outras questões, a permanecerem no campo. Afinal, é nas cidades que ocorrem mais intensamente as trocas, é onde estão as estruturas de saúde, é onde há diversidade de trabalho, é onde se encontram os centros de conhecimento. Esses movimentos migratórios, somados ao grande crescimento populacional, têm exigido das cidades, entre muitas outras coisas importantes, a expansão territorial, a construção de um grande número de moradias e a reformulação das vias. Há uma corrente de urbanistas que defende maior concentração populacional, com mais verticalização, para a redução do custo dos serviços urbanos, redução dos deslocamentos das pessoas e diminuição da emissão de poluentes produzida com esses deslocamentos. Faz muito sentido. Entretanto, para além do racional, as cidades têm de servir aos seus habitantes com ambientes humanizados, com bons serviços e espaços públicos, com boa rede de transporte de massa, parques e áreas verdes de dimensões adequadas. Elas foram feitas pelo homem e para o homem, e cabe aos planejadores urbanos trabalhar com a exata compreensão do que é realmente melhor, tendo em

vista essa importante máxima. Afinal, daquelas que figuram entre as melhores do mundo para se viver, entre elas Viena, Berna, Copenhague, Amsterdã, Bruxelas, Melbourne e Estocolmo, nenhuma conquistou esse status pela alta concentração populacional, mas, sim, por atributos que as tornaram mais humanizadas, somados aos serviços públicos de grande qualidade. De um ponto de vista mais amplo, é inimaginável crer que as principais cidades brasileiras continuem no modelo estrutural de hoje, que não é tão diferente do da época da Copa de 70, sob pena de haver colapso muito em breve, não somente pelo aspecto da mobilidade urbana, tema mais latente, como também, ainda que em prazo mais alargado, no uso dos recursos hídricos, dos energéticos, da emissão de gás carbônico e do volume de resíduos. Em menos de um ano nos veremos novamente torcendo pela seleção brasileira, e não mais 90, mas sim 200 milhões de brasileiros estarão em ação, curtindo intensamente o evento histórico, dessa vez sediado em nosso país. Na ocasião, bilhões de reais terão sido gastos no evento, parte em obras de infraestrutura que há muito já deveriam ter sido feitas, parte em obras que não nos serão tão úteis. O que importa é que a Copa do Mundo no Brasil tem a propriedade de trazer para discussão os grandes temas urbanos atuais e se constitui em excelente oportunidade para a melhoria da nossa qualidade de vida na urbe. Vamos torcer pela nossa seleção, sem dúvida, com a esperança de que sejamos vencedores, e vamos torcer, inclusive, e desde já, para que o legado desses jogos não se limite à conquista de um novo título mundial de futebol, mas, também, à conquista de efetivas melhorias na vida das pessoas que habitam as cidades e são influenciadas direta, ou indiretamente, pela Copa do Mundo no Brasil. Todos juntos vamos Pra frente Brasil, Brasil!!!

JOSÉ PARANHOS

Diretor Superintendente Damha Urbanizadora

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Editorial

Um ano, muitos desafios, alegrias imensas

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m ano, 365 dias, sete edições, 140 mil exemplares, 95 mil leitores, 40 profissionais envolvidos diretamente, 36 cidades, 16 estados. Lugares fantásticos, sabores intensos, histórias envolventes, gente do bem, gente que manda bem, casas para inspirar, carros para sonhar, entrevistados incríveis, leitores que entusiasmam. No mês em que a revista Estilo Damha completa seu primeiro ano de vida, temos, sim, muito a comemorar. Primeiro porque se aventurar a fazer uma revista institucional envolve desafios inimagináveis. E fazer uma revista institucional que ultrapasse as barreiras corporativas, incluindo em seu conteúdo informações de qualidade que vão além do dia a dia da empresa, com temas superinteressantes que contribuem com o repertório cultural de nossos leitores, é algo deliciosamente laborioso. É claro que todo esse trabalho só é possível porque a Damha Urbanizadora acredita neste projeto. Porque ela acredita que o relacionamento com seus clientes jamais deve acabar após a conclusão de um negócio. Porque ela tem ciência de seu papel como agente transformador. A cada edição, nos esforçamos para melhorar o que nos comprometemos a fazer. É por isso que ainda estamos experimentando, testando novas fórmulas, novas ideias para transformar a Estilo Damha em uma leitura prazerosa e aguardada. Nesta edição comemorativa, fomos até o Rio de Janeiro para entrevistar o ator Thiago Lacerda, que estrelou uma campanha da Damha Urbanizadora em Campos dos Goytacazes. Esbanjando simpatia

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e simplicidade, ele falou por quase duas horas, num bate-papo delicioso em que contou sobre os rumos de sua carreira, o peso de ser um galã, a vida de homem de família, enfim, tantos temas que nos permitiram conhecer melhor esse grande nome da dramaturgia nacional. E admirá-lo ainda mais. Também estampamos nas páginas desta edição duas cidades que em breve receberão novos lançamentos Damha: Catanduva, a pequena notável, e Araraquara, a terra da laranja que desponta como um dos principais centros econômicos do interior paulista. Entre tantas outras matérias que recheiam esta edição especial, não poderíamos também deixar de falar sobre um projeto que está dando o que falar na Casa Cor Brasília, evento que vai até o dia 5 de novembro na capital federal. Para mostrar aos brasilienses o conceito de “morar bem” em um lote de 390 m² (tamanho médio dos nossos terrenos em Brasília), a Damha levou ao maior evento de Arquitetura e Decoração do Centro-Oeste brasileiro uma casa surpreendente projetada pelo renomado escritório Studio Zuba, de Brasília. Fomos conferir o resultado dessa ação e constatamos que os esforços para fazer o projeto sair do papel valeram a pena: a casa ficou linda e tem arrancado elogios dos visitantes do evento. Por fim, gostaria de parabenizar aqui a todos que participam e colaboram com a Estilo Damha. Contamos com o apoio e participação de vocês para que venham novos aniversários! Boa leitura!

DANIELE GLOBO

Editora

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Índice

42 Turismo: Londres, muito além da terra da rainha

10 33 40 53 58 62 64 67 68 74

Futuros Lançamentos: Catanduva e Araraquara Nossa Capa: Thiago Lacerda Coluna Comportamento: Seja o chefe que você gostaria de ter tido Coluna Automóveis: O maior salão de automóvel do mundo Gastronomia: Esquina Mocotó Coluna Gastronomia: Tirando uma casquinha da sogra Comportamento: Supermulheres Coluna Economia: Seu planejamento vai falhar e não é o fim do mundo Faça o Bem: Remédicos do Riso Coluna Consumo: Chega de branco, a ordem são os coloridos!

76 79 96 100 104 108 112 113 126

Viagem do Leitor: Chapada Diamantina Esportes: Ana Mesquita My Pet: Adoção Música: Milton Nascimento Cultura: Salão Internacional de Humor Varal Cultural: O que vem por aí Coluna Moda: Para vestir-se bem Damha News: O que aconteceu na Damha Coluna Condomínio: Associação de condomínios e loteamentos

84 Arquitetura: Casa Cor Brasília 8 | Estilo Damha

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Colaboradores OPINIÃO DOS LEITORES Parabéns pelo texto da Coluna de Moda! Realmente, quando não estamos bem parece que tudo dá errado. Quando sua autoestima está bem, você se veste melhor, conversa melhor e se torna mais bonita, eu pelo menos penso assim... Janaína Nelli Secretária, Lençóis Paulista (SP) A matéria sobre o filme Elena muito me despertou a atenção para um tema essencial e tabu dos nossos dias: o suicídio. Com afeto e leveza nada apelativos, a reportagem nos mostra com delicadeza os meandros trágicos pelos quais os envolvidos pelo drama se acham enleados e como sublimar/digerir a dor infinita pela perda irreparável por meio de uma perspectiva poética e sensível. Levando-se em conta que no Brasil 26 pessoas se matam por dia, o assunto foi muito apropriado. Ricardo Nascimento Professor de literatura, Ribeirão Preto (SP) A revista está cada vez mais interessante, ainda mais com a coluna sobre automóveis. João Paulo Egídio Desenhista Industrial, São Carlos (SP)

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Ótimas dicas a do Eduardo Amuri (Coluna Economia)! Como profissional do ensino de línguas, ainda agregaria que aulas particulares ou em grupos pequenos são vantajosas pela possibilidade de pagar apenas as aulas, de fato, vistas. As escolas populares chegam a cobrar até mês de férias dos alunos. Stella Dana Pesquisadora, São Paulo (SP) Linda matéria sobre o cinema brasileiro. Casou bem com a entrevista com o Lázaro e a Thais. Aline Jordão Estudante, Belo Horizonte (MG) É muito gratificante ver Feira de Santana, a cidade que administro pela terceira vez, ser destacada em uma publicação nacional de qualidade. São matérias sobre o artista plástico Gil Mário, criador de projetos de monumentos implantados no meu segundo governo, e sobre a comunidade São Francisco de Assis, bairro sustentável com ações da Damha Urbanizadora. Ambas dão visibilidade positiva e elevam a cidade. José Ronaldo de Carvalho Prefeito de Feira de Santana (BA)

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EspecialCidades Catanduva

CATANDUVA, A PEQUENA NOTÁVEL Com elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o município do noroeste paulista se destaca como a 44ª melhor cidade para se viver no Brasil, provando que tamanho não é documento Texto e fotos: Thatiana Miloso

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EspecialCidades Catanduva

Outubro | Novembro 2013 de Julho, no coração de Catanduva: ar de cidade do interior, mas com muitos atrativos a oferecer Estilo Damha | 11 Praça Nove


FuturosLançamentos Catanduva

Com economia pujante e indicadores sociais positivos, Catanduva se destaca no interior paulista

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iajar pelo noroeste paulista pode revelar surpresas que vão muito além das belas paisagens típicas do cerrado brasileiro. No estado que leva consigo o status de mola propulsora da economia nacional, as margens das rodovias são capazes de revelar cidades que nada se parecem ao antigo e ultrapassado conceito de interior que tanto insistimos em ter em mente: nas entrelinhas desta palavra, pequeno não mais significa precário, distante não significa isolado e simplicidade não significa matutice ou timidez. Agora o interior é cool, é o lugar para quem busca a qualidade de vida e o equilíbrio que se perderam pelas ruas e becos das grandes metrópoles. Os dispositivos interioranos de cultura e lazer são bons o suficiente para atrair um número cada vez maior de pessoas que estão deixando o frenesi das capitais para viver a vida tranquila do interior. Para essa gente, cidades como Catanduva (384 Km da capital) tornaram-se ideais de vida. Com apenas 95 anos, o município coleciona atrações e indicadores bons o suficientes para deixar qualquer grande centro urbano com uma pontinha de inveja. O alto IDH avaliado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a 44ª posição no ranking Desenvolvimento Municipal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) são apenas alguns dos indícios de que vale a pena investir, morar ou simplesmente conhecer a “pequena notável” do noroeste paulista. A cidade que emergiu às margens do Rio São Domingos 12 | Estilo Damha

e que cresceu impulsionada pela ferrovia, teve no cultivo do café uma das molas propulsoras para seu desenvolvimento econômico. Até hoje a atividade ainda é um marco de Catanduva, tendo na Cocam sua principal representante. A empresa, que diariamente presenteia a população com o aroma inconfundível da torra dos grãos, é a única fábrica do Brasil a descafeinar café verde, obtendo como subproduto a cafeína anidra purificada. O cultivo da cana-de-açúcar também é popular entre os habitantes, o que coloca a região como um dos principais polos canavieiros do estado. Mas o que os catanduvenses gostam mesmo de contar – com a boca cheia – é que o município é a “Capital Nacional dos Ventiladores”. O título é absolutamente justo: 90% dos ventiladores brasileiros são fabricados lá, e o setor é responsável por empregar 60% de toda mão de obra disponível na cidade. Se a oferta de empregos vai bem, o mesmo se pode dizer em relação à educação. São oito instituições de ensino superior, entre elas a tradicional Faculdade de Medicina de Catanduva (Fameca), que já formou milhares de médicos e contribui decisivamente com a economia local. Essa vocação para a área médica é bastante perceptível quando se anda pelas ruas do município: são tantos consultórios, hospitais (quatro) e outros dispositivos ambulatoriais que, na saúde ou na doença, é sempre bom estar por lá! Outubro | Novembro 2013


FuturosLançamentos Catanduva (SP)

Principal tela de Benedito Calixto na Matriz de São Domingos: delicadeza e sensibilidade ao retratar cenas bíblicas

Nas paredes da igreja, Calixto Matriz de São Domingos guarda maior coleção de telas do artista Benedito Calixto, um dos principais expoentes da pintura brasileira do início do século XX Outubro | Novembro 2013

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FuturosLançamentos Catanduva

Matriz de São Domingos: de arquitetura simples e harmoniosa, igreja integra o roteiro turístico do estado de São Paulo

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aminhar pelas ruas centrais de Catanduva é um exercício capaz de despertar diferentes sensações. Se, por um lado, prevalece o ar de cidade do interior, por outro, a beleza das construções, o comércio com lojas de bom gosto e a limpeza das ruas dão certo quê de lugar incomum, que não se parece nem com as pequenas nem com as grandes cidades que estamos habituados a encontrar pelo Brasil. É bem no meio desse cenário curioso que desponta a Praça da Matriz, local que guarda um dos principais tesouros da cidade: a Matriz de São Domingos. A pa14 | Estilo Damha

róquia integra o roteiro turístico do estado de São Paulo não apenas pela beleza de sua arquitetura, mas também por abrigar o maior conjunto de obras do artista Benedito Calixto, um dos grandes expoentes da pintura brasileira. As 19 telas de Calixto expostas na igreja ilustram os apóstolos de Cristo e algumas das cenas bíblicas mais célebres da história do catolicismo. São verdadeiras obras de arte que saltam aos olhos dos fiéis e que impressionam pela grandiosidade, beleza e leveza dos traços. E não precisa ser expert no assunto para saber que ali encontram-se verdadeiras preciosidades da arte brasileira. Outubro | Novembro 2013


FuturosLançamentos Catanduva (SP) As pinturas começaram a ser produzidas em 1925, ano de inauguração da paróquia, após uma visita de Benedito Calixto ao local. A presença do artista em Catanduva deveu-se a um convite do padre português Albino Alves da Cunha e Silva (1882-1973), primeiro vigário do município e homem muito à frente de seu tempo. Além da devoção às questões religiosas, o padre dedicou toda a sua vida ao desenvolvimento da cidade, contribuindo para a fundação da Santa Casa de Misericórdia (hoje chamada de Hospital Padre Albino), do Lar dos Velhos, além das faculdades de medicina, administração de empresas e educação física. Seu enorme empenho em prol do município lhe rendeu duas belas homenagens: além de ter seu túmulo abrigado na Matriz de São Domingos, padre Albino também ganhou um museu com seu nome, onde estão guardados alguns de seus objetos pessoais.

Vista geral da Matriz de São Domingos, igreja que abriga o maior conjunto de obras de Benedito Calixto Outubro | Novembro 2013

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FuturosLanรงamentos Catanduva

Castelinho, casarรฃo tombado pelo Condephaat e que funciona atualmente como Pinacoteca Municipal

Objetos antigos expostos no Museu Municipal: histรณria preservada 16 | Estilo Damha

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FuturosLançamentos Catanduva (SP)

Biblioteca municipal: mais de 50 mil títulos disponíveis para a população

Os museus, aliás, são uma paixão dos catanduvenses. Além do Museu Padre Albino, a cidade também conta com o Museu da Cachaça (leia texto nas próximas páginas) e com o Museu Municipal – antigo Museu da Imagem e Som –, que reúne desde artigos usados pelos heróis da Revolução de 1932 e da II Guerra Mundial até objetos de comunicação do início do século XX e pertences dos imigrantes que viveram no município. Como uma boa cidade que adora a cultura, Catanduva também sabe dar valor às letras. A Biblioteca Municipal, localizada no mesmo prédio do Museu, abriga um acervo de mais de 50 mil títulos, das mais variadas vertentes da literatura a conceituadas obras das ciências físicas e matemáticas. Esculturas, pinturas, desenhos e exposições de artisOutubro | Novembro 2013

tas locais e regionais também têm espaço garantido na cidade: periodicamente eles são expostos na Pinacoteca Municipal, também conhecida como “Castelinho”. O nome é uma alusão à arquitetura do casarão onde a Pinacoteca está instalada, localizado na Praça da Independência e construído entre 1919 e 1925. Os historiadores da cidade dizem que, ao projetar a imponente residência, o primeiro proprietário, Emílio Barrinuevo, se inspirou nos castelos medievais europeus, com suas torres e recortes monárquicos típicos das moradias dos antigos lordes feudais. O prédio foi tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico (Condephaat) de Catanduva em 2001, garantindo que sua história perdure por gerações e gerações. Estilo Damha | 17


FuturosLançamentos Catanduva (SP)

Jamón e cachaça, prazeres gastronômicos Catanduva é a terra da “Jamones Salamanca”, única empresa brasileira a produzir o jamón serrano, famoso presunto cru espanhol

Pernis em estágio de cura na “Jamones Salamanca”: ousadia ao produzir o jamón serrano em solo brasileiro 18 | Estilo Damha

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FuturosLançamentos Catanduva

Maria Teresa Bernardo Chumah, herdeira de um dos fundadores e hoje responsável pela produção do presunto cru

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ara os amantes da boa comida, Catanduva também é o lugar certo para um roteiro gastronômico peculiar: a cidade é a única do país a produzir o saborosíssimo jamón serrano, embutido espanhol considerado uma das iguarias mais apreciadas da culinária internacional. A ideia de produzir o genuíno jamón foi de três irmãos espanhóis, vindos da região de Salamanca, que imigraram para o Brasil em meados da década de 1960. Depois de alguns anos fabricando embutidos como linguiças, mortadela e salsichas, eles decidiram ampliar os negócios com um plano audacioso: produzir, em solo tupiniquim, o tradicional presunto cru ibérico. O processo é tão artesanal e específico que até hoje, quase 40 anos depois do primeiro jamón produzido pelos irmãos “Salamanca”, nenhuma outra empresa brasileira ousou fabricar o alimento. Maria Teresa Bernardo Chumah, gerente de produção da “Jamones Salamanca” e filha de um dos fundadores, revela que o que torna essa iguaria tão especial é o fato de o processo de desidratação ocorrer Outubro | Novembro 2013

naturalmente. “O tempo mínimo de cura dos pernis é de 12 meses, chegando a 18 meses. Durante esse período, a temperatura das câmaras varia de -2oC até a temperatura ambiente”, conta. Atualmente a fábrica comercializa cerca de três mil peças de pernil por mês, o que equivale a 30 toneladas do produto. Essa respeitável quantia só é possível porque os herdeiros dos imigrantes espanhóis souberam não apenas preservar as raízes do negócio, mas também agregar tecnologia e alta qualidade à produção dos jamones: o processo continua artesanal, mas câmaras frias que armazenam até 5 mil peças e que permitem o controle preciso da temperatura foram fundamentais para a produção em alta escala da “Jamones Salamanca”. Além do jamón serrano, a empresa também fabrica três tipos de salame, lombo, copa e linguiça. O presunto continua sendo o carro-chefe, mas a diversificação também é importante para a expansão dos negócios. Um exemplo perfeito de que a modernização é uma ótima estratégia para manter a tradição. Estilo Damha | 19


FuturosLançamentos Catanduva (SP)

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No engenho ou museu, a cachaça é protagonista

Pintura que retrata a produção da cachaça: história nas paredes do Engenho Santo Mario 20 | Estilo Damha

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utro tour gastronômico imperdível para quem visita Catanduva é o Engenho Santo Mario, que no último mês de setembro completou 30 anos de fundação. O local, situado às margens da Rodovia Comendador Pedro Monteleone, é resultado do sonho de Mario Seghese, mais conhecido como Seo Mario, filho de imigrantes italianos que transformou a fazenda da família em um dos melhores polos produtores de cachaça de alambique do Brasil. A cana-de-açúcar usada como matéria-prima da bebida é produzida na própria fazenda, por meio de técnicas não impactantes ao solo, em uma demonstração clara de respeito ao meio ambiente. A partir dela são produzidas quatro linhas de produtos: as cachaças premium artesanais, as cachaças tradicionais, coquetéis de cachaça e licores. As bebidas são comercializadas no empório que a família Seghese mantém na fazenda. “Ao longo desses 30 anos, o objetivo de toda a família sempre foi o de conquistar o reconhecimento dos nossos clientes quanto à qualidade das bebidas do Engenho.

Hoje, estamos incorporando produtos selecionados de outras marcas, como doces, massas, vinhos e embutidos, de modo a tornar nosso ponto na fazenda uma espécie de empório gourmet, com ampla oferta de sabores”, conta Mario Sérgio Seghese, filho do fundador e um dos herdeiros responsáveis pela direção do negócio. Quem visita o Engenho Santo Mario também tem a oportunidade de conhecer o Museu da Cachaça, construído ao lado do empório para receber a coleção particular de cachaças do “Seo Mario”. São mais de cinco mil garrafas produzidas por alambiques de todo o Brasil. Pitoresco, o local é reconhecido como o maior museu do tipo de todo o país, o que faz do lugar um roteiro obrigatório e imperdível para os apreciadores da mais popular bebida brasileira.

Foto: Divulgaçã

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Museu da Cachaça, no Engenho Santo Mario: coleção particular com mais de 5 mil garrafas. No destaque, o Empório do Engenho Santo Mario, local onde são comercializados todos os tipos de bebidas produzidas na fazenda Outubro | Novembro 2013

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A LISTA DOS

ORGULHOS Araraquara, a cidade onde Mário de Andrade escreveu Macunaíma, foge da preguiça do personagem principal do livro e atinge níveis de desenvolvimento econômico e social sem precedentes em sua história Textos: Rodrigo Brandão Fotos: Kris Tavares 22 | Estilo Damha

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Vista aĂŠrea da cidade Estilo Damha | 23


FuturosLançamentos Araraquara (SP)

O marco central do município. A ocupação urbana de Araraquara se deu ao redor da capela erguida em 1816 em louvor a São Bento, padroeiro da cidade. As feições e dimensões da atual Matriz datam de 1957

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Ferroviária, um dia, foi imponente e gloriosa”, em referência ao período de conquistas do time de futebol. “A terra da laranja”, em alusão à Cutrale, gigante global do setor. “A cidade de Ignácio de Loyola Brandão”, sobre o escritor e cronista e sua relação com a terra natal, relatada e revisitada em livros e crônicas. É com uma dessas saudações que, geralmente, um araraquarense gostaria de ser recebido Brasil afora.. Não obstante a grandiosidade das três menções, a lista de orgulhos de Araraquara (SP) vai além. Os mais recentes aportaram, respectivamente, no final do segundo semestre de 2012 e no primeiro semestre deste ano: o anúncio da instalação de uma unidade da Random em 2017, com investimentos de R$ 500 milhões – a indústria de vagões e semirreboques canavieiros vai gerar 2.500 empregos diretos e indiretos –, e a divulgação do Atlas PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), da ONU, que coloca Araraquara com o sétimo IDH (Índice de Desenvolvimento

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Humano) mais alto do Estado e o 14º mais alto do País. A posição privilegiada é resultado de investimentos consistentes e sistemáticos em Saúde e Educação e da diversificação da economia. Numa leitura mais ampla, é provável que a Embraer seja o símbolo desse movimento. Apesar de implantada em Gavião Peixoto, município vizinho, a companhia aeronáutica impulsionou dois setores: o mercado imobiliário de Araraquara e a abertura de indústrias de TI (Tecnologia da Informação), como a EDS, hoje HP. Na esteira do processo de industrialização, cursos técnicos, superiores e de pós-graduação foram lançados por instituições de ensino. Só a Unesp tem quatro unidades na cidade: a Faculdade de Odontologia (FO) e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), no Centro; o Instituto de Química (IQ), no Quitandinha; e o campus da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), no km 1 da rodovia que liga Araraquara a Jaú, que abriga os cursos de Administração Pública, Economia, Ciências Sociais, Pedagogia e Letras. Outubro | Novembro 2013


FuturosLançamentos Araraquara (SP)

A ferrovia foi decisiva tanto na moldagem urbana da cidade quanto no desenvolvimento econômico do município

Faculdades Logatti, Uniara e Unip completam o universo acadêmico de Araraquara. Em 2011, uma década após o início das atividades da Embraer, a Big Dutchman, líder mundial na produção e comercialização de equipamentos para avicultura e suinocultura, inaugurou seu parque fabril em Araraquara. Nesse ínterim, outras empresas de destaque na geração de empregos e na arrecadação municipal se juntaram às tradicionais Lupo, Nigro, Nestlé, Iesa, Sachs e Heineken. A própria agroindústria se modernizou. A Raízen assumiu o controle da Usina Tamoio e da Usina Zanin, que compõem o setor sucroalcooleiro regional ao lado das usinas Santa Cruz (Américo Brasiliense) e Maringá. O cenário atual abrange ainda a pujança do setor de comércio e serviços (a reformulação do Shopping Jaraguá, focada na expansão, prevê a abertura de 70 novas lojas, salas de cinema de última geração e mais 900 novas vagas de estacionamento), a expressão cultural (uma vocação Outubro | Novembro 2013

inquestionável, da qual os araraquarenses não abrem mão) e um desafio que vai remodelar a cidade: a retirada dos trilhos da região central. Com o novo contorno ferroviário, abre-se uma área de mais de um milhão de metros quadrados para um novo desenho urbanístico, pautado pela ocupação sustentável e a integração do Centro com a Vila Xavier, uma espécie de segunda cidade dentro de Araraquara. Enquanto debate seu futuro urbano e sonha com um novo cartão-postal, para figurar com outros já consagrados, como a Fonte Luminosa, a Igreja Matriz e a Torre da Lupo, da antiga fábrica no Centro, retratada por Loyola em Dentes ao Sol, Araraquara prospera como jamais antes. E o mais importante: sem perder a esperança de que a Ferroviária retornará e brilhará na elite do futebol paulista, sem perder seu amor pela arborização, sem perder a exigência pela manutenção dos indicadores, sempre altos, de qualidade de vida. Estilo Damha | 25


FuturosLançamentos Araraquara (SP)

Arena da Fonte: as mulheres também jogam

Arena da Fonte: um dos orgulhos do araraquarense

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unicipalizado, o estádio “Doutor Adhemar de Barros” – ou Fonte Luminosa, em menção ao bairro – tornou-se o primeiro do País a atender a todas as exigências da FIFA (entidade que controla o futebol mundial). A cidade aguarda com ansiedade o retorno da Ferroviária à primeira divisão do Paulista, chance que a equipe terá a partir de janeiro de 2014, quando disputa a Série A-2. Enquanto o futebol masculino batalha para reencontrar seu lugar ao sol, o feminino tem feito bonito com a camisa da Ferroviária. Em julho deste ano, representando Araraquara nos Jogos Regionais, as “Guerreiras Grenás” conquistaram a medalha de ouro, com vitória sobre Franca nos pênaltis, na Arena. E estão na semifinal do Paulista, com vaga garantida para a Copa do Brasil de 2014, o mais importante torneio nacional de futebol feminino. 26 | Estilo Damha

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As coxinhas douradas de Bueno: a força da palavra

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Foto: Dirlene Ribeiro Martins

ara Ignácio de Loyola Brandão, o caso do Bar e Mercearia Freitas e as coxinhas douradas de Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, revelam na prática uma convicção que o autor mantinha na teoria: a força das palavras. O Caderno 2 do Estadão de 23 de março de 2001 é inesquecível para Sônia e Freitas, proprietários do estabelecimento. Aquela edição trazia um texto que, despretensiosamente, mudaria a vida do casal. Em “As coxinhas douradas de Bueno de Andrada”, Loyola descreve o distrito. “Penso na mania que temos de dizer: ‘Ah, preciso ir à Toscana, a Toscana é linda’. Lindíssima, concordo. No entanto, aquele trecho que conduz [de Araraquara] a Bueno e Silvânia [distrito de Matão] não fica devendo”. E prossegue: “Bueno de Andrada é uma pequena vila, três ou quatro ruas, silenciosa, limpa”. Até que o texto chega à mercearia. “A coxinha me atraía. ‘Quem faz?’. A senhora respondeu, orgulhosa: ‘Eu’. Pedi uma, era saborosa, massa de batata, crocante, recheio generoso, frango desfiado em quantidade, bem temperado. Letícia, minha sobrinha, comeu duas, considerou almoçada.” Se o texto tinha em sua gênese a relação entre a ferrovia e Bueno de Andrada na infância do escritor, terminou como uma dica contra o estresse da semana e o marasmo do domingo. Araraquara, as cidades vizinhas e o Brasil, quando por aquelas bandas, aderiram ao hábito. E, apesar de recente, o passeio se tornou tradicional na região. Passando pelo Bar e Mercearia Freitas, a parada é obrigatória.

Rua Cinco: as copas que se beijam

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pesar do nome oficial, “Voluntários da Pátria”, em homenagem a 30 voluntários araraquarenses na Guerra do Paraguai (1864), prevalece o nome prosaico: Rua Cinco. Inicialmente Rua Alegre, consta do primeiro mapa urbano de Araraquara, datado de 1877. Em 1908, a cidade passa por um processo de reurbanização. Os oitis da Rua Cinco chegam três anos depois, em 1911. São eles que, combinados ao bucolismo e ao charme dos paralelepípedos, conferem à via a beleza que a caracteriza: o “túnel verde” se forma quando as copas dos oitis se encontram, fechando naturalmente a rua. Outubro | Novembro 2013

Um recanto verde em meioEsti aoloconcreto Damha | 27


FuturosLançamentos Foto: Arquivo

Araraquara (SP)

Ao lado de Ruth Cardoso e Zé Celso Martinez, Loyola Brandão é um dos muitos nomes famosos da cidade

Cultura: pensadores e artistas de ontem, hoje e sempre

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lista de araraquarenses célebres na área de humanas ou na cena cultural é vasta. Pio Lourenço Corrêa, por exemplo – que pode ser menos famoso do que seus pares –, foi, além de fazendeiro, um linguista. É autor da obra Monografia do Nome Araraquara, em que defende a tradução de “Araraquara” como “Morada do sol”, e não “Cova (ou buraco) das araras”. Trocou vasta correspondência com o modernista Mário de Andrade. O livro Pio & Mário – Diálogo da Vida Inteira, que compila o conjunto de cartas, foi lançado em 2009, no SESC Araraquara, com a presença de Antonio Candido, que assinou o prefácio. Candido foi casado com Gilda Rocha de Mello e Souza, filósofa, crítica literária, ensaísta e professora universitária, que passou a infância em Araraquara. A apresentação do livro foi escrita por ela. Ruth Cardoso e Heleieth Saffioti são outros dois casos 28 | Estilo Damha

de araraquarenses ilustres no ambiente acadêmico. A primeira dispensa apresentações. A segunda, socióloga, que na verdade é natural de Ibirá, mas que despontou na carreira universitária pela Unesp Araraquara, foi, em 2005, uma das 51 brasileiras incluídas na lista de indicação coletiva “1000 Mulheres” para receber o Prêmio Nobel da Paz. Wallace Leal Valentin Rodrigues foi o principal expoente daquela Araraquara efervescente. “Padrinho artístico” de gente como o escritor Ignácio de Loyola Brandão e os diretores de teatro (e irmãos) Zé Celso Martinez Corrêa e Luiz Antonio Martinez Corrêa, Wallace Leal foi diretor do Teatro Experimental de Comédia de Araraquara (TECA), um dos mais expressivos coletivos artísticos do Estado na década de 1950. Apesar de relacionado à dramaturgia, foi com o TECA que dirigiu o filme Santo Antônio e a Vaca, de 1958. Outubro | Novembro 2013


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Araraquara (SP)

FILOSOFIA E FUTEBOL: O DIA EM QUE SARTRE E PELÉ ESTIVERAM EM ARARAQUARA

Bazzani, maior ídolo da Ferroviária, e Pelé: eles se enfrentaram em 1960, naquele jogo que aconteceu no dia em que Pelé e Sartre estiveram em Araraquara.

Araraquara não foi menos significativa na pintura. Mário Ybarra de Almeida e Ernesto Lia são nomes que a cidade reverencia. O pintor e artista plástico Ernesto Lia foi laureado com a Grande Medalha de Ouro, do Salão dos Artistas Unidos do Brasil, em reconhecimento à sua abrangência dentro da arte brasileira. Lívio Abramo foi um gravador, desenhista e pintor de renome internacional. Morreu em 1992, em Assunção, onde fundou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai. Baluarte da dança contemporânea, Gilsamara Moura foi diretora, coreógrafa e dançarina do espetáculo O Homem Que Odiava a Segunda-Feira, baseado no livro de contos de Loyola. Paulo Martelli foi considerado um Outubro | Novembro 2013

O filósofo francês Jean-Paul Sartre havia acabado de lançar Crítica da Razão Dialética. Interessado em se aprofundar sobre a aproximação entre existencialismo e marxismo, o filósofo Fausto Castilho, professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FFCL), posteriormente incorporada à Unesp Araraquara, enviou-lhe uma pergunta. Sartre considerou-a complexa demais: a indagação só poderia ser respondida numa palestra. Estava organizada “A Conferência de Araraquara”, como ficou conhecida. Na plateia do auditório da FFCL estavam, dentre outros, Simone de Beauvoir, Jorge Amado, Antonio Candido, Gilda Rocha de Mello e Souza, José Celso Martinez Corrêa, Bento Prado Jr., Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso, Jorge Nagle e Luiz Roberto Salinas Fortes, autor da tradução de Sartre no Brasil – A Conferência de Araraquara. Naquele mesmo domingo, 4 de setembro de 1960, o Santos, campeão do Paulista daquele ano, adentrava o campo da Fonte Luminosa com Mauro Ramos de Oliveira, Zito, Dorval, Pagão e Pelé para enfrentar a Ferroviária de Faustino, Dudu, Baiano, Bazzani e Beni. Os anfitriões foram implacáveis com os visitantes: a Ferroviária goleou o alvinegro praiano por 4 a 0.

dos melhores violonistas de sua geração pelas revistas norte-americanas Soundboard Magazine e Guitar Magazine. É apontado como um dos principais especialistas em transcrições de obras do compositor alemão Johann Sebastian Bach para o violão erudito. E, finalmente, Teroca, engenheiro de formação, sambista de vocação, vem, com suas composições, conquistando o reconhecimento da crítica mais exigente do gênero. Em seu segundo e último álbum, Elos do Samba, gravou com bambas como Monarco (da Portela), Chapinha (do Samba da Vela), Zé Luiz (do Império Serrano) e Délcio de Carvalho (autor de “Sonho meu”, composto com Dona Ivone Lara e gravado por Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus). Estilo Damha | 29


FuturosLançamentos Araraquara (SP)

Foto: Arquivo

Os girassóis: uma década de desenvolvimento urbano

Um dos Residenciais Damha na cidade de Araraquara

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uando a Damha Urbanizadora anunciou pública e oficialmente sua chegada a Araraquara, no início de 2004, comunicando o lançamento do Parque Residencial Damha para o primeiro semestre do ano seguinte, a campanha publicitária que divulgava seu ingresso no mercado imobiliário local dizia, por meio de três placas de outdoor, uma ao lado da outra: “Chegamos”. “Para ficar”. “Nossa casa, sua casa”. Antes, porém, das obras de urbanização que a Damha realizou no Jardim Botânico, como a criação da Avenida Dom Carlos Carmelo e a revitalização do Bosque do Botânico, e do próprio empreendimento residencial, chamou a atenção da cidade uma esquina toda de girassóis que a empresa plantou em frente à portaria do loteamento, àquela altura ainda no papel. “A estratégia visava embelezar a região, estabelecendo um link com o próprio nome do bairro, numa preliminar do 30 | Estilo Damha

projeto de transformação que tínhamos preparado para o Botânico”, relembra o diretor de Relações Institucionais do Grupo Encalso, Marcelo Eugênio da Paz, responsável à época pela implantação. Em quase uma década de atividades ininterruptas em Araraquara, a Damha Urbanizadora remodelou a região. Além do Parque Residencial Damha, vieram o Village Damha I, em 2008, e o Village Damha II, em 2011. Nesse espaço de tempo, o Jardim Botânico se tornou o vetor do desenvolvimento urbano de Araraquara. A infraestrutura da Damha beneficiou uma série de incorporadoras e construtoras que empreenderam depois. A Avenida Dom Carlos Carmelo consolidou-se como um corredor utilizado para levar ao Centro. E o Bosque do Botânico, além de dispor do novo Estádio Municipal, funciona abertamente como parque, frequentado por pessoas que praticam corridas e caminhadas. Outubro | Novembro 2013


FuturosLanรงamentos Araraquara (SP)

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Thiago Lacerda,

Foto: Marcelo Corrêa

Thiago Lacerda

um homem de famíl ia

Seja na TV, cinema ou teatro, ele esbanja talento e alça voos cada vez mais altos na dramaturgia brasileira. Em entrevista à revista Estilo Damha, o versátil galã de múltiplas faces (todas lindas) prova que, acima de tudo, é um homem de família Texto: Thatiana Miloso e Daniele Globo 32 | Estilo Damha

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Foto: Divulgação

Thiago Lacerda

Thiago como Hamlet: “Interpretá-lo foi incrível e inesquecível”

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uando Terra Nostra estreou em rede nacional, em setembro de 1999, a empatia dos brasileiros com a novela foi imediata. A história da luta dos imigrantes italianos que vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor fisgou em cheio milhares de telespectadores que viam o drama de seus próprios pais e avós exibido para todo o país, em pleno horário nobre. Mas não foi somente a familiaridade com o enredo que fez o público – feminino, principalmente! – parar diante das telas da TV: o jovem protagonista, interpretado pelo então novato Thiago Lacerda, hipnotizou as telespectadoras com seu romântico Matteo, jovem italiano cheio de sonhos que veio ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café. Com o desenrolar da trama, a atuação do ator convenceu e, rapidamente, ele provou que não era apenas mais um rostinho bonito que emergia em cena. DiretoOutubro | Novembro 2013

res e críticos de TV ficaram à espreita e não demorou muito para perceberem que um nome de peso surgia na dramaturgia brasileira. De lá para cá, 14 anos se passaram e muita coisa mudou na vida de Thiago Lacerda. Interpretar Matteo lhe deu visibilidade e ele soube aproveitar como ninguém cada oportunidade que bateu à sua porta. Hoje, aos 35 anos e com uma serenidade surpreendente, o ator ainda é uma estrela em ascensão. Seja na TV, no cinema ou no teatro, Thiago é absoluto. Garoto-propaganda de um novo produto da Damha Urbanizadora, ele concedeu entrevista exclusiva à equipe da revista Estilo Damha durante os intervalos da gravação da campanha publicitária, gravada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Logo após sua chegada ao estúdio, poucos minutos foram suficientes para perceber que Thiago é daquelas pessoas cujo magnetismo contagia a todos. Estilo Damha | 33


NossaCapa Thiago Lacerda

Ao mesmo tempo em que a beleza incontestável lhe dá certo ar majestoso, o carisma e a simplicidade o fazem parecer um cara comum, como se fosse aquele velho amigo que você não vê faz tempo e que tem muita coisa para contar. Em meio a uma rotina tumultuada, a palavra pressa definitivamente parece não existir em seu vocabulário – ao menos quando se trata de um compromisso profissional: mesmo após um dia intenso de trabalho – que começou às 9h no Projac e terminou por volta das 3h30 da madrugada com as gravações para a Urbanizadora – ele ainda encontrou disposição para conversar com a revista Estilo Damha. Em quase duas horas de entrevista, o ator falou de sua carreira, personagens, aspirações, projetos futuros e família, deixando claro que, como um bom ator, tem muito a dizer.

Muito mais que um galã

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Foto: Marcelo Corrêa

ara surpresa dos fãs, a carreira de ator foi um acaso na vida de Thiago Lacerda. “Meu projeto era trabalhar em banco, nunca havia pensado em fazer teatro. Mas, de tanto as pessoas insistirem, acabei fazendo um teste e foi aí que algo realmente aconteceu comigo. Logo que terminei a primeira cena, foi como um estalo, e então descobri que era isso o que queria para minha vida”, relembra. A grande estreia na TV ocorreu em 1997, no seriado Malhação, e desde então Thiago atuou em mais de uma dezena de novelas, além de acumular no currículo uma longa lista de participações em seriados, humorísticos, minisséries e outros formatos produzidos especialmente para a televisão. Ele não tem problema nenhum em admitir que a beleza é responsável por boa parte de sua química com a TV e, sem falsa modéstia ou culpa, assume que sempre será galã nas telas da televisão. “É um veículo que tem uma estética e é impossível fugir dela. Obviamente, não aceito um papel porque o personagem é ou não galã, mas sim porque ele me desafia e me interessa. Galã é um rótulo que o cinema americano estabeleceu a partir da década de 30, e isso nunca me preocupou.”

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NossaCapa Thiago Lacerda

Thiago enfatiza que é preciso entender a dinâmica de “Hamlet é o personagem mais investigado do mundo. cada meio, e a TV, como um veículo de comunicação de Interpretá-lo foi incrível e inesquecível, transformou demassa, tem um público com necessidade estética, o que finitivamente o ator que eu era. Poderíamos fazer essa dificulta romper com os velhos padrões estabelecidos. peça durante muito tempo, de milhões de formas di“A autonomia que temos na TV é menor, mesmo porque, ferentes, pois Shakespeare permite isso. A cada nova quando um ator atua neste meio, ele passa a fazer parte experiência, saímos diferentes. É o mecanismo shakesde um mecanismo que foge ao seu controle, pois a estrupeariano em que cada palavra te leva a uma próxima, é tura envolvida é muito grande. Mas confesso que, messempre um novo abismo.” mo quando atuo no teatro, onde tenho mais autonomia, A experiência com Hamlet – que saiu de cartaz no últinão procuro romper com minha estética, não tento fugir mo mês de junho – foi tão intensa e profunda que Thiago disso. É por isso que meu Hamlet foi bonito, meu Calígula já tem planos de interpretar nos palcos mais um personafoi bonito. Minha única preocupação é contar histórias gem do dramaturgo inglês. Os detalhes ainda são guarque me interessem, que me deem tesão independente dados a sete chaves, mas o ator adianta que a nova do meio onde elas estejam.” produção também será dirigida pelo renomado Embora o meio não seja o fator crucial na diretor Ron Daniels, responsável por trazer hora de aceitar um papel, a autonomia Hamlet ao Brasil. O projeto ainda não “Interpretar permitida no teatro e a oportunidade tem data para sair do papel, mas ele Hamlet foi de levar para os palcos personagens garante que a peça está de pé. “Por nada convencionais atingiram em o que posso dizer é que incrível e inesquecível, enquanto, cheio o âmago do ator. A investigavou fazer sim este projeto, só precitransformou ção – a qual prefere chamar de “carso organizar minha vida para que o pintaria” – envolvida na construção teatro não atrapalhe a TV e a TV não definitivamente do personagem, a possibilidade de atrapalhe o teatro.” o ator que provocação e interação com o públiA TV, no caso, é a novela Joia Rara, co, além de todo o processo de leitura que estreou na Rede Globo no último eu era.” e experimentação envolvido, seduziram mês de setembro. Na trama de Thelma Thiago. “O que pega de mais maravilhoso é a Guedes e Tuca Rachid, ele interpreta o openecessidade que o ator tem de fazer teatro, é quarário Toni, terceiro personagem italiano de sua carse uma obrigação técnica. Ao mesmo tempo, representar reira. “Embora ele não esteja na trama central da novela, sobre os palcos permite uma autonomia única. Como é é um personagem maravilhoso”, conta Thiago. Além do que eu vou conseguir convencer a Globo de que quero interesse pelo personagem, um dos motivos que levou o interpretar Macbeth, de Shakespeare, por exemplo? No ator a aceitar o convite para atuar na novela é o fato de teatro eu consigo reunir pessoas, elaborar um projeto e ela ser dirigida por Amora Mautner, com quem ele ansialevar isso em cena, o que é maravilhoso.” va por trabalhar. “Para mim, o que a Amora tem feito é E ele provou que realmente tem talento para isso. Nos uma das coisas mais interessantes que acontecem hoje últimos anos, Thiago Lacerda interpretou nos teatros na televisão brasileira. Sua proposta de fazer televisão brasileiros personagens complexos e grandiosos como é revolucionária, e seus dois últimos trabalhos provaram Calígula, em uma readaptação da peça de Albert Caisso. Se Joia Rara tiver a metade do que teve a novela mus, e Hamlet, de William Shakespeare, na obra consiCordel Encantado [também dirigida pela Amora], já fico derada pelo ator o texto mais importante do Ocidente. muito feliz. Ela é realmente uma figura especial.”

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NossaCapa Thiago Lacerda

No cinema, um épico

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estava fazendo para observar o personagem em cena.” O filme recém-chegado aos cinemas conta com um elenco de peso, com nomes como Fernanda Montenegro, Marjorie Estiano, Mayana Moura e Vanessa Loés. Na data da entrevista para a revista Estilo Damha, o ator ainda não havia assistido ao longa-metragem, mas a expectativa era a melhor possível. “Tenho certeza de que será um bom filme, principalmente porque foi fiel à obra de Erico Veríssimo.” Com um rol tão grande de papéis de destaque na TV, cinema e teatro, foram tantos personagens marcantes que Thiago não conseguiria eleger seu preferido. Ele reconhece que o italiano Matteo, primeiro protagonista, mudou sua vida. “Da mesma forma que Irmãos Coragem e Roque Santeiro, Terra Nostra foi um marco para sua época, e a repercussão do Matteo foi algo realmente incrível. Terra Nostra pontuou uma época. Por outro lado, há também outros personagens especiais, como o Garibaldi, que sempre foi o meu hobby.”

Foto: Divulgação

nipresente, não foi só na TV que Thiago Lacerda entrou “em cartaz”. Em setembro ele também chegou às telas do cinema com o filme O Tempo e o Vento, adaptação de Jayme Monjardim da célebre obra de Erico Veríssimo, O Continente. No longa-metragem que narra a história da luta das famílias Terra Cambará e Amaral – e a consequente formação do Rio Grande do Sul – Thiago interpreta o herói Capitão Rodrigo, personagem que até hoje é considerado um dos mais marcantes da literatura brasileira. “Tenho certeza de que qualquer homem que eu conheço gostaria de ser o Capitão Rodrigo; ele é um desses personagens que exercem um fascínio mágico nas pessoas. Quando eu estava no set de filmagem e incorporava o Capitão, desde o figurino até o jeito com que fumava seu palheiro, sentia que todas as pessoas lá presentes estavam comigo. Até o cachorro que visitava diariamente o set [e o qual Thiago acabou adotando] parava tudo o que

Capitão Rodrigo, personagem de Thiago Lacerda em O Tempo e o Vento: herói fascinante 36 | Estilo Damha

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Thiago Lacerda

Antes de interpretar Giuseppe Garibaldi na minissérie A Casa das Sete Mulheres, exibida pela Globo em 2003, ele conta que o interesse pelo general italiano era tanto que houve uma época em que dedicava suas horas vagas para estudar a biografia do herói da Revolução Farroupilha. “Sempre achei Garibaldi fascinante, estudava a vida dele. Mas Hamlet e Calígula também são extraordinários, então, é muito difícil escolher apenas um personagem, pois cada um tem sua especificidade.” Mesmo com um currículo tão vasto e diversificado, a verdade é que Thiago Lacerda nunca se preocupou em se reinventar como artista para se adaptar às particularidades dos diferentes meios e personagens. Ele garante que sua versatilidade é resultado de uma inquietação constante por novas experiências e que sua única preocupação como ator é procurar papéis desafiadores, que o estimulem a estar na frente das câmeras ou mesmo sobre os palcos. “Nunca me conformo com o que já fiz, quero sempre um papel mais interessante, e é assim que encaro meu trabalho. Não se trata de querer me reinventar, mas sim de querer fazer coisas que me instiguem. Não gosto da ideia de me acomodar, e acho que é isso que me leva sempre para frente.” Dono de opiniões fortes e um humor um tanto sagaz, Thiago defende com unhas e dentes que um ator que se recusa a investigar caminhos é um ator que não entende seu papel. “O ator tem que estar em todos os lugares, tem que fazer tudo: dublagem, locução, evento em praça pública. Eu tenho que sair do Projac e fazer uma campanha como esta para a Damha, isto faz parte do meu mecanismo, da minha roda. É assim que entendo a profissão.”

Na novela Joia Rara, ele faz o operário Toni, terceiro personagem italiano de sua carreira Outubro | Novembro 2013

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Thiago Lacerda

Thiago contracena com Fernanda Montenegro no épico O Tempo e o Vento, filme recém-chegado às telas do cinema

Casamento, filhos e fama

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mbora a enorme quantidade de compromissos profissionais torne a rotina de Thiago um pouco caótica, ele consegue encontrar paz e tranquilidade quando está em casa, junto com a família. Casado há 12 anos com a atriz Vanessa Lóes, o ator é pai de Gael e Cora, 4 e 2 anos, respectivamente. Sobre o casamento que já dura mais de uma década – algo um tanto incomum num meio em que os relacionamentos parecem ser tão voláteis – ele é absolutamente sincero ao admitir que nem tudo são flores na vida a dois. “O casamento é maravilhoso enquanto dura, mas é uma loucura como todo casamento. Temos todos os problemas que qualquer casal tem, e acho que, enquanto existir um plano em comum, uma parceria, amor e tudo o mais, as coisas caminham. Mas não acho que as relações no meio artístico durem menos; o que acontece é que estamos na mídia e, quando acontece algo que não é legal, todos ficam sabendo. É um leão por dia e, se não correr atrás, a casa cai.” Num mundo cibernético em que os smartphones permitem a qualquer um fotografar e gravar vídeos de tudo e de todos, Thiago até que consegue, na medida do possível, manter seus filhos e seu relacionamento com Vanessa longe dos holofotes. O segredo para isso? “O grande lance é não fazer da minha vida pessoal o meu negócio, e tem muita gente que faz exatamente isso. Eu vivo de contar histórias e meus filhos não têm nada a ver com isso. Minha preocupação é estar aqui pelos motivos certos, minha profissão é outra, não é exibir ninguém, não é tomar champanhe de roupão e colar de rubi.” Sim, Thiago é avesso à ideia de um mundo supérfluo 38 | Estilo Damha

que muitos tentam associar à vida das celebridades e, com certa pitada de ironia, diz entender esse tipo de trabalho, mas que simplesmente não compactua com ele. E quando se trata de Thiago Lacerda, impossível não perguntar qual o segredo para manter a boa forma, tão apreciada cada vez que ele aparece nas telas da TV, cinema ou mesmo sobe aos palcos. Modesto, parece não concordar com o elogio. “Tenho me cuidado muito mal, não acho que estou em boa forma. Desde que meus filhos nasceram tenho tentado me encaixar na loucura que minha vida se transformou. Quando não estou trabalhando, estou com meus filhos. E quando não estou com eles, estou com minha mulher, então não sobra tempo para me cuidar. É claro que isso não está certo, porque depois dos 35 o buraco é mais embaixo.” Com um tom de culpa, Thiago assume que precisa adotar uma alimentação mais saudável e que voltar a praticar natação, esporte ao qual dedicou boa parte da infância e adolescência, está nos planos. “Às vezes, a responsabilidade que tenho com meu trabalho é maior do que a responsabilidade que tenho comigo mesmo, e isso não é legal. Preciso repensar tudo isso e me cuidar mais.” Com a vida pessoal e beleza colocadas em pauta, finalizamos a entrevista. Ao final de quase duas horas de uma conversa deliciosa, algo ficou bastante claro: dono de uma personalidade intensa e com um profissionalismo que chega a espantar, o ator merece cada degrau que venceu rumo a sua escalada para o sucesso. Que venham mais papéis, mais desafios e mais Thiago Lacerda com bons personagens para encantar o público.

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NossaCapa Thiago Lacerda

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ColunaComportamento Mara Behlau

SEJA O CHEFE QUE VOCÊ GOSTARIA DE TER TIDO Fotos: Divulgação

Encontro com James Hunter

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ive o privilégio de ser palestrante na 15ª CONESCAP, em Gramado (RS), o maior evento dos empresários de serviços, promovido pela FENACON, cujo tema foi “Credibilidade, sensibilidade e visão estratégica”. Para mim, o interesse dessa categoria no poder da comunicação para os negócios foi tanto uma honra quanto um grande desafio. A responsabilidade de falar para essa plateia aumentou ao saber que dividiria o dia com James Hunter, autor de O Monge e o Executivo, best-seller sobre liderança. Conversei mais de duas horas com ele, sobre o desafio, as agruras e a responsabilidade de ser líder em casa e no trabalho. Dr. Hunter tem uma conversa leve, com atitude comunicativa perfeita: fala simples, sorriso nos lábios e olhar de quem já viu de tudo e continua com esperança. Falar difícil é fácil! O difícil mesmo é falar fácil e transmitir uma mensagem clara. Como consultora em comunicação, percebo que muitas vezes as pessoas complicam para parecerem importantes, enquanto o ideal é simplificar! Quero aproveitar este espaço privilegiado na revista Estilo Damha para destacar alguns pontos do que aprendi com James Hunter, nessa conversa que ficará registrada, em minha memória e em meu coração, como um momento especial. Essa foi a 22ª visita do Prof. Hunter ao Brasil, que já fez conferências em 28 cidades brasileiras, desde 2005, logo após seu livro ter sido publicado em português. O Prof. Hunter destacou que nada é mais poderoso do que uma ideia cujo momento finalmente chegou, e este é o momento da liderança servidora. Liderança é um grande problema no mundo atual. As pessoas demandam liderança, e as ideias para resolver esse problema, veiculadas em seu primeiro livro, são conhecidas há mais

de dois mil anos. O Prof. Hunter diz que apenas reuniu ideias de filósofos, pensadores e religiosos em um livro, por meio de uma metáfora, para deixar um legado à sua família, principalmente ao perceber a fragilidade de nossa existência e o fato de ter uma filha pequena. Essas ideias, embora sejam milenares, fazem sentido nos dias de hoje e precisam ser relembradas constantemente. A principal mensagem é a de que não somos perfeitos, não somos os melhores cônjuges, empresários, gerentes, filhos, mas temos de ser melhores a cada dia. A busca pela qualidade humana deve ser um marcador essencial. A liderança servidora é dar ao outro, não o que ele quer, mas, sim, tudo o que precisa. É essencial reconhecer a necessidade de nossos filhos, familiares, amigos, colaboradores e fazer de tudo para contemplar o que é preciso para o desenvolvimento de cada um. Isso exige enorme trabalho, e a maior parte das pessoas tem preguiça de fazê-lo, por esse motivo, são poucos os líderes servidores. Os elementos básicos desse tipo de líder são: respeito, paciência, gentileza, humildade, generosidade, honestidade e dizer a verdade sobre a performance de seus colaboradores. Concordar com isso é fácil, porém, é muito difícil colocar em prática tais qualidades e os princípios de liderança: ouvir melhor, comunicar melhor e agir de forma respeitosa em relação aos outros. Liderança é caráter em ação, é fazer a coisa certa, mesmo quando você não quer. Não se nasce um líder servidor; isso é uma escolha e, para tanto, você tem de ultrapassar as necessidades de seu ego. Gerenciamento é o que você faz, liderança é sobre quem você é. A universidade não o ensinará a ser líder. Um bom gestor não será necessariamente um grande líder, e muitos grandes líderes são gestores muito limitados.

Mara Behlau – Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0. 40 | Estilo Damha

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ColunaComportamento Mara Behlau

Registro do meu encontro com James Hunter

Liderança é diferente de poder, liderança é autoridade. Autoridade é a habilidade de as pessoas realizarem a sua vontade, de bom grado, por sua influência pessoal. Quando alguém com autoridade fala, as pessoas o seguem, por serem inspiradas. Autoridade não é cargo! Liderança é amor, e amor não é algo que você sente, como estar apaixonado. O verdadeiro amor trata do que você faz, sua atitude: é o ato de dedicar-se aos outros, de identificar e atender às necessidades legítimas do outro. Você sabe que foi um bom líder quando deixa as pessoas melhores do que as encontrou. O que nos impede de ser um líder servidor? Principalmente preguiça e procrastinação. James Hunter escreveu Outubro | Novembro 2013

seu primeiro livro em seis semanas, seu segundo, em seis anos e o terceiro, a ser lançado nos EUA e no Brasil no final deste ano, levou oito anos para ser finalizado. Na nova obra os personagens do primeiro livro retornam ao monastério, para serem questionados por Simeon sobre as mudanças que se comprometeram a fazer em suas vidas. Esse livro explora o quanto é difícil mudar, pois ter apenas intenção, sem ação de mudança, não leva a nada. Seja o chefe que você gostaria de ter tido e ajude os que estão à sua volta a crescerem, desenvolvendo uma liderança servidora, independentemente do cargo e posição que ocupa na sociedade. A mensagem é clara, simples e inspiradora!

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Turismo Londres Fotos: Divulgação

Torre que abriga o Big Ben, o relógio mais famoso do mundo

LONDRES, MUITO ALÉM DA TERRA DA RAINHA

A charmosa cabine telefônica que resiste ao tempo e continua sendo um dos principais símbolos de Londres

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Foto: Beatriz LVM

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Turismo Londres

Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II

Com passeios e programas para todos os gostos e bolsos, a cosmopolita capital do Reino Unido é o destino perfeito para uma viagem inesquecível Texto: Thatiana Miloso

Millennium Bridge com a St. Paul’s Cathedral ao fundo: a fusão perfeita do novo com o antigo

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Turismo Londres

O majestoso Palácio de Westminster, que abriga as Câmaras do Parlamento do Reino Unido

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om o nascimento de George Alexander Louis, ou simplesmente bebê real, os holofotes do mundo se voltaram mais uma vez para Londres, a esfuziante capital da Inglaterra. Mas a cidade, cosmopolita por natureza, definitivamente não precisa do (simpático) príncipe William ou de Kate Middleton, nem de toda a pompa da realeza, para ganhar atenção planetária. A cada rua, a cada esquina e, se possível, a cada pub, Londres é capaz de revelar surpresas incríveis, num cenário em que a charmosa arquitetura vitoriana se funde harmoniosamente com os imponentes edifícios pós-modernos, símbolos do poderio econômico inglês. Como dizia Samuel Johnson, um dos principais pensadores britânicos, “quando um homem se cansa de Londres, ele está cansado da vida”. Clichê ou não, a frase traduz perfeitamente o sentimento que a capital do Reino Unido é capaz de despertar em seus visitantes – até mesmo os mais céticos. Se Londres está nos seus planos de viagem e você é daqueles que gosta de bater perna e esmiuçar seus destinos turísticos, é bom reservar ao menos cinco dias para conhecer a joia da coroa britânica. Embora o lado B da cidade seja interessantíssimo, vale muito a pena começar explorando seus principais cartões-postais, até porque 44 | Estilo Damha

muitos deles estão próximos uns dos outros e caminhar entre eles é um exercício delicioso para os olhos e para a alma. Se o metrô for seu meio de locomoção, a estação Westminster é o seu ponto de parada – e, ao mesmo tempo, o ponto de partida para uma jornada inesquecível na terra da rainha! Do lado de fora da estação, é impossível não se impressionar com a grandiosidade do Palácio de Westminster, também chamado de Houses of Parliament, local onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido. O suntuoso prédio milenar de estilo neogótico, com mais de mil salas, cem escadarias e cinco quilômetros de corredores, abriga a Elizabeth Tower, popularmente conhecida como Torre do Big Ben. Todos os dias, milhares de turistas param diante do maior relógio da Inglaterra para ouvir as badaladas do famoso sino, que a cada hora ecoam pela capital inglesa. Muitos britânicos e até mesmo os turistas que visitam a cidade consideram o Palácio de Westminster muito mais majestoso que o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha. Não é para menos: a sede do Parlamento realmente impressiona e se impõe como uma verdadeira obra-prima edificada às margens do Rio Tâmisa . Outubro | Novembro 2013


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A poucos metros dali, está a Abadia de Westminster, principal igreja da Inglaterra e famosa por ser o palco de acontecimentos históricos como a coroação da rainha Elizabeth II e os casamentos da realeza britânica. Com 18 libras é possível visitar o interior do templo gótico e conferir de perto a beleza de suas obras de arte e até mesmo os túmulos dos antigos reis e de personalidades como Charles Darwin e Isaac Newton. Após o tour pela Abadia, vale a pena dar uma esticadinha e caminhar até o Palácio de Buckingham. O percurso é charmoso e há a opção de cruzar o St. James’s Park, um cinturão verde de 23 hectares cravado no coração de Londres e conhecido por ser o mais antigo parque real da capital inglesa. Como é de praxe na cidade, o parque é muito bem cuidado, cheio de flores, cisnes e gaivotas que povoam seu lago central. Você ainda pode ter a chance de tirar uma foto com os exóticos e enormes pelicanos que ficam nas redondezas da lagoa, à espera da generosidade dos turistas que os alimentam com restos de pães e outros quitutes que podem ser comprados no percurso. Mas atenção: alimentar aves e alguns outros animais nas ruas e parques de Londres pode render uma multa salgada. Na dúvida, Outubro | Novembro 2013

melhor deixar os cidadãos londrinos alimentarem os bichinhos. A caminhada pelo St. James é um passeio e tanto, mas se a sua intenção é assistir à Troca da Guarda da rainha, que acontece na frente do Palácio de Buckingham, fique de olho no relógio. Entre os meses de maio e julho, a badalada cerimônia acontece diariamente às 11h30, e a pontualidade é mesmo britânica. Nos demais meses do ano, a cerimônia acontece no mesmo horário, dia sim, dia não. Como esse ainda é o evento de Londres que mais atrai turistas, a dica para garantir um bom lugar é chegar com pelo menos uma hora de antecedência. Terminada a Troca da Guarda, aproveite para apreciar o Palácio e, quem sabe, visitar seus belos jardins e salões de Estado. Para isso é preciso desembolsar a bagatela de 70 libras, com direito a uma taça de champanhe. Claro que não é barato, mas, como diriam muitos por aí, tomar uma taça de champanhe na residência oficial da rainha não tem preço. Tour completado, parabéns, seu batismo em Londres está feito. Agora é organizar os dias de acordo com seus interesses e continuar explorando o que de melhor a capital inglesa tem a oferecer. Pode apostar: a cada novo passeio você vai ficar cada vez mais apaixonado pela cidade! Estilo Damha | 45


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London Eye, o novo cartão-postal

London Eye, a imensa roda gigante que oferece uma das melhores vistas da cidade

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a verdade, a enorme roda gigante situada na margem sul do Tâmisa – bem próxima ao Parlamento – não é tão nova assim, já que foi inaugurada em 1999, como um dos projetos construídos para marcar a passagem do milênio na capital inglesa. Mas o que são 14 aninhos para uma cidade que foi fundada por volta de 43 d.C.? E se você ouviu dizer que essa atração é “apenas” uma roda gigante, com certeza a pessoa que lhe contou isso nunca embarcou nela. Com 135 metros de altura, a London Eye permite ao turista o acesso a uma das melhores 46 | Estilo Damha

e mais exuberantes vistas de Londres. Suas grandes cabines de vidro fixadas à engrenagem se movimentam de acordo com a rotação da roda, oferecendo aos visitantes uma incrível vista em 360o da capital inglesa, com um raio de visão que atinge a respeitável marca de 40 quilômetros. Cada cabine conta com um mapa interativo que ajuda o público a identificar os principais prédios, palácios e museus que podem ser avistados das alturas. A volta completa na roda gigante tem duração de 30 minutos e o valor do ticket para adultos é de, aproximadamente, 20 libras. Outubro | Novembro 2013


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Cores e sabores do Borough Market, mercado de rua mais antigo da capital inglesa

Saindo da London Eye, você pode aproveitar para dar uma caminhada pela margem do Tâmisa até a London Bridge (sentido leste), um passeio cheio de surpresas que muitos turistas acabam não fazendo. Além de inúmeros bares e restaurantes descolados, é possível apreciar no trajeto preciosidades como o Tate Modern Museum e o Shakespeare’s Globe Theatre, construção de 1599 que teve William Shakespeare como um de seus sócios – e onde, fatalmente, foram representadas peças como Hamlet e Rei Lear. Bem em frente ao Tate Modern está a Millennium Bridge, ponte suspensa pedonal inaugurada no ano 2000. Sua estrutura em aço e suas linhas futuristas são um prato cheio para arquitetos, designers e engenheiros que gostam e sabem apreciar as grandes obras da construção civil. Se essa ponte lhe parecer familiar, não estranhe: a Millennium Bridge faz uma ponta no filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, aparecendo nas telas logo no início do filme, quando é destruída pelos Comensais da Morte. Para sorte de todos, tudo não passou de efeitos especiais, e a ponte continua linda e imponente sobre as águas calmas do Tâmisa. Uma vez atravessada a Millennium Bridge, vale a pena dar uns passos a mais e ir até a St. Paul’s Cathedral, igreja Outubro | Novembro 2013

anglicana do século XVII que é a sede do bispo de Londres. Com a segunda maior cúpula do mundo, a catedral foi palco do casamento do príncipe Charles com a princesa Diana e até hoje é considerada uma das construções mais belas da capital inglesa. De volta à margem sul do rio e antes que você pense em se cansar, um pouco mais adiante do Tate Modern está a Clink Street, uma ruazinha estreita e pitoresca que é uma das vias de acesso ao Borough Market, o mercado de rua mais antigo de Londres. Cravado sob um viaduto ferroviário, o mercado de 1276 não é, digamos, glamoroso como Covent Garden, o que (felizmente) mantém a multidão de turistas longe de suas barracas cheias de cores, aromas e sabores incríveis. E se os turistas não são tão comuns por lá, o mesmo não se pode dizer das celebridades do mundo da gastronomia: não estranhe se, entre uma gôndola e outra, você esbarrar em chefs renomados como Jamie Oliver e Nigella Lawson, figurinhas carimbadas que frequentam o Borough Market em busca de ingredientes especiais para seus pratos deliciosos e exclusivos. De cogumelos gigantes a frutas frescas, queijos gourmets a salames e peixes, o mercado é uma atração e tanto para quem pretende explorar um pouco do lado B londrino. Estilo Damha | 47


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No meio do caminho, um castelo

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fortaleza medieval em plena área central de Londres é olhar para a outra margem do Tâmisa e observar os edifícios futuristas que compõem a paisagem, como a sede da prefeitura londrina (The Hall) e o 30 St. Mary Axe (chamado pelos britânicos de “pepino”, graças à sua singular volumetria). É a fusão perfeita entre o novo e o antigo, entre o cosmopolita e o medieval, num cenário que só Londres é capaz de oferecer com tanta intensidade aos seus visitantes.

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erto do Borough Market, ainda no bairro de Southwark, está a Tower Bridge, outro cartãopostal de Londres construído sobre o Tâmisa. Para quem está na margem sul do rio, a ponte báscula e suas duas torres de estilo gótico vitoriano são a porta de entrada para a Tower of London, castelo de 1078 que abrigou antigos reis da Inglaterra e que hoje, entre outras atrações, guarda as Joias da Coroa Britânica. Tão surpreendente quanto se deparar com uma

48 | Estilo Damha Tower Bridge, a ponte báscula com suas torres góticas se erguem imponentes sobre o Tâmisa Outubro | Novembro 2013


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Shop, shop, shop!

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Fachada da Selfridges, loja de departamentos que é um dos endereços mais cobiçados da Oxford Street

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esta altura, você já deve estar pensando que o verbo comprar não combina de jeito algum com Londres, já que a moeda londrina vale quase quatro vezes mais que o real. Okay, fique claro que não estamos falando de alta costura, mas a verdade é que a cidade britânica é uma das mais democráticas do mundo quando se trata de compras. Nesse universo consumista conhecido também como o delicioso ponto fraco dos simples mortais, a Oxford Street impera como deusa absoluta, tanto para quem busca preços acessíveis quanto para quem sonha com as marcas de luxo disponíveis nas lojas de departamentos. Logo no início da badalada rua, bem pertinho da estação de metrô Oxford Circus, já é possível ver as fachadas de templos do high street como Topshop, Zara, H&M, Mango e Next, lojas que trazem as principais tendências da estação com preços acessíveis e que frequentemente lançam coleções em parcerias com estilistas tops. Um pouco mais adiante estão outros símbolos do fast fashion inglês: Monsoon, Marks & Spencer, John Lewis, Accessorize (com preços bem bacanas, diferente das lojas inauguradas no Brasil), The Body Shop (produtos incríveis para o corpo), Primark, entre tantas outras. Sobre a última, vale falar que a rede de loja de departamentos, originária da Irlanda, tem preços incrivelmente baratos. Muitos itens fashion custam de 1 a 15 libras, incluindo roupas de bebês, vestidos, blusas, calças, lingerie e acessórios como brincos, anéis, cintos e cachecóis. Obviamente, a loja está sempre lotada, mas se você tem paciência, vale muito a pena. Muito mesmo. Outubro | Novembro 2013

Continuando as andanças pela Oxford Street, a Selfridges é uma atração à parte no endereço consumista mais cobiçado de Londres. Famosa por suas vitrines maravilhosas, a loja de departamentos é o lugar para quem quer (e pode) comprar marcas de luxo como Alexander McQueen, Azzedine Alaïa, Chanel, Céline, Christian Louboutin, Fendi, Givenchy, Hermès, Jimmy Choo e várias outras. Naturalmente, muitas das lojas citadas vendem os néctares dos deuses aos quais chamamos de cosméticos. Mas a dica para pagar menos é comprar cremes e maquiagem em redes de farmácias como a Boots e a Superdrug (ambas presentes na Oxford Street). Nelas é possível adquirir perfumes de todos os tipos e produtos de marcas como Bourjois, L’Oréal, Clarins, Chanel, Max Factor, Maybelline, entre outras, a preços realmente ótimos. Agora se o seu budget é mais alto, vale a pena dar uma esticadinha até a Brompton Road, em Knightsbridge, e dar uma boa olhada na Harrods, a mais luxuosa loja de departamentos não apenas de Londres, mas também do mundo. Suas seções vão desde a moda das passarelas a móveis, brinquedos, enxovais e muita, muita comida boa nos 32 restaurantes espalhados pela megastore. Para quem é ligado em moda, a Harrods recebe coleções exclusivas de nomes como Alexander McQueen, Emilio Pucci, Balmain, Proenza Schouler, Armani, Marc Jacobs, Dior, Dolce & Gabbana e todos os outros “deuses” da alta costura. Se os preços astronômicos não lhe atraem, a loja em si já é uma atração turística à parte, e perambular pelos seus 330 departamentos é um passeio imperdível. Estilo Damha | 49


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Londres

Punks em Camden Town, expressão da contracultura

Camden, o reduto punk

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ão é novidade que Londres foi uma das cidades do mundo onde o movimento punk se fez mais presente, como uma expressão da contracultura e uma reação ao espírito paz e amor dos hippies. Com o tempo, o movimento perdeu força, mas até hoje a cultura punk está estampada na capital inglesa, tendo no distrito de Camden Town seu principal reduto. Em meio a mercados que vendem desde antiguidades a discos de vinil e roupas alternativas, é possível andar lado a lado com jovens munidos de toda a indumentária punk: dos cabelos moicanos aos jeans rasgados e coturnos desbotados. 50 | Estilo Damha

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Londres

Nacional Gallery, obras de Da Vinci, Botticelli, Monet e Van Gogh estão entre as atrações do museu cravado na Trafalgar Square

Efervescência cultural

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oucas cidades no mundo são capazes de proporcionar uma experiência cultural tão intensa quanto Londres. Não só pelo fato de ela ter se transformado numa grande babilônia – onde é comum observar nas ruas desde mulheres vestidas de burca até chinesas ultradescoladas –, mas também porque oferece uma infinidade de atrações culturais da melhor categoria. Para explorar esse lado da capital inglesa, o Piccadilly Circus, praça localizada no cruzamento da Regent Street com a Shaftesbury Avenue e Piccadilly Street, é sua porta de entrada para os teatros do West End londrino. Musicais como Fantasma da Ópera, Billy Elliot, Mamma Mia, O Rei Leão, We Will Rock You e muitos outros ficam constantemente em cartaz, e os preços costumam variar entre 20 e 50 libras. Para quem é fã de museu, Londres também é a cidade certa. São tantas opções e tanta coisa legal para ver Outubro | Novembro 2013

que é difícil fazer uma seleção. No British Museum, os visitantes têm a chance de fazer uma imersão completa na cultura mundial: são mais de 13 milhões de peças históricas de toda a humanidade, e a entrada é gratuita. Para os apreciadores da arte moderna, o Tate Modern é perfeito. Instalado em uma usina elétrica desativada, ele também tem entrada gratuita e abriga grandes obras de Pablo Picasso, Umberto Boccioni e muitos outros artistas. Os turistas que escolherem a National Gallery também não irão se decepcionar. Com um acervo de 2,3 mil pinturas de artistas como Leonardo Da Vinci, Botticelli, Caravaggio, Raphael, Michelangelo, Monet e Van Gogh, o museu de estilo neoclássico é considerado uma das mais importantes galerias de arte do mundo. Ele está cravado na Trafalgar Square, e sua entrada é gratuita. Se quiser esmiuçar melhor esse universo, o site www. reino-unido.net/london/museus.htm pode ser uma boa fonte de consulta. Estilo Damha | 51


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One pint, please!

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ara terminar nosso tour pela capital inglesa, não poderíamos deixar de falar dos charmosos pubs londrinos. Os ingleses a-d-o-r-a-m cerveja; não é a toa que existem cerca de 4.500 pubs espalhados pela cidade. A versão mais comum é, de longe, a pint (copo de 568 ml, valor médio de 3,50 libras), e os estilos larger e ale são os mais consumidos. Se você ficar perdido com tantas opções e tantos nomes diferentes, a Guinness sempre é uma boa opção, e na Inglaterra seu preço é igual ao de qualquer outra cerveja (nos supermercados, inclusive, a lata custa 1 libra). Sugestão de pub? São tantas opções legais e interessantes que é difícil selecionar uma. O Waxy O’ Connor’s (pertinho da Leicester Square) e o Punch Bowl, em Mayfair, são ótimas escolhas. Mas a dica é escolher um gastropub (como os dois citados), pois a cerveja inglesa é mais forte que a brasileira, então, recomenda-se beber com o estômago cheio. Pub combina muito com fish & chips, o tradicional – e delicioso – prato inglês. Para finalizar nosso tour em Londres, uma dica importante: nos pubs da Inglaterra não se pede a bebida para os garçons. Para pegar sua cerveja você precisa ir até o balcão e pagar copo por copo. E não se esqueça: esses tradicionais bares fecham entre meia-noite e uma da manhã, então chegue cedo se quiser apreciar uma típica noite londrina. Boa viagem!

Fish & chips, o tradicional prato londrino 52 | Estilo Damha

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O MAIOR SALÃO DE AUTOMÓVEL DO MUNDO

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Carro que anda sozinho, motores potentes, híbridos e conceitos. Veja as tendências que Frankfurt aponta para o mundo do automóvel

ntigamente, o carro conceito era um simples experimento, uma tentativa, na maioria das vezes frustrada, de prever o futuro; era a criatividade sem limites dos engenheiros e projetistas da indústria automobilística, sem a pressão dos marqueteiros, que reprimem a imaginação dos artistas em prol da viabilidade comercial do produto. Hoje, com a tecnologia avançando com rapidez internética, o carro conceito deixou de ser um sonho. Ele aponta não o futuro da indústria, mas o que o consumidor vai usufruir no momento seguinte. Por isso, por mais ousadas que você possa considerar algumas das ideias apresentadas no Salão de Frankfurt, encerrado no último dia 15 de setembro, saiba que elas

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não serão guardadas para o futuro; poderão se tornar produtos comerciais em pouco tempo. A propósito, sabe quem apareceu, sozinho, no estande da Mercedes-Benz na abertura do salão? O S 500 Intelligent Drive. Ele mesmo: o carro inteligente que já andou 100 km sem motorista e que, na prática, viabiliza a condução autônoma, enfrentando ruas, rotatórias, semáforos, ciclistas, pedestres e outros carros. O S 500 Intelligent Drive é o representante maior de uma tendência que se delineia como a grande proposta para o próximo período: a do carro que anda sozinho, sem a interferência ou com o mínimo de participação do motorista, garantindo a segurança dos ocupantes e reduzindo os acidentes.

Estilo Damha Mercedes S500| 53


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Ferrari 458 Speciale

O maior e mais importante salão de automóvel do mundo indicou ainda algumas tendências que deverão nortear as discussões do setor nos próximos anos. São elas: A melhoria da dirigibilidade, cada vez mais precisa e eficiente. O aumento do desempenho das novas motorizações: menores, mais potentes, mais econômicas e menos poluentes. Frankfurt consolidou a tendência de eliminar, ou reduzir, a dependência do petróleo, elegendo o carro híbrido (mais do que o elétrico) como uma opção palpável para o futuro da mobilidade sustentável. Veja alguns dos mais notáveis modelos que representaram, no salão alemão, essas novas tendências do mundo automobilístico, além de carros que em breve estarão rodando no Brasil.

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UMA FERRARI MUITO SPECIALE! Quando parece que a Ferrari já mostrou tudo, surge mais uma novidade. Com um motor V8 4.5 aspirado de 605 cavalos, a 458 Speciale tem melhor relação peso-potência: pesa apenas 1.270 quilos, por isso acelera de 0 a 100 km/h em apenas três segundos. O controle do ângulo de derrapagem é o diferencial da macchina: distribui a potência entre as rodas de forma a melhorar a estabilidade nas curvas. Como se precisasse! Vai custar cerca de R$ 750 mil. LEXUS LF-NX, A ESCULTURA DO LUXO A marca de luxo da Toyota mostrou o carro conceito LF-NX, um crossover com motor híbrido e acabamento primoroso. O revestimento tem detalhes de metal e estofamento de couro amarelo e preto. Externamente, a cor prata tipo metal escovado passa a ideia de que a carroceria foi esculpida a partir de uma única peça. Outubro | Novembro 2013


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UM CONCEITO PARA AS NOVAS GERAÇÕES Com o Concept Coupé, a Volvo apresentou as linhas que farão parte do novo período da fabricante no quesito carros de passeio. A motorização híbrida alcançará potências antes só encontradas em motores V8. UM ELÉTRICO ESQUISITO O Smart conceito de Frankfurt não tem portas nem vidro traseiro. Funciona com um motor elétrico de 55 kW, e a empresa promete fazer dele um carro de linha já no ano que vem. S-MAX MONITORA O BATIMENTO CARDÍACO Feita sobre a plataforma do Fusion, a minivan S-MAX é um conceito que traz um diferencial inédito: um sistema de conectividade que, entre diversas funções, monitora o batimento cardíaco dos ocupantes com sensores nos bancos. O motor é 1.5 EcoBoost de 180 cavalos. Fotos: Divulgação

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Smart Four

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918 SPYDER: DESEMPENHO DE PISTA Carro conceito no Salão de Genebra em 2010, o 918 Spyder foi a estrela da Porsche em Frankfurt. A montadora garante: o carro terá desempenho e tecnologia de um veículo de pista com baixo consumo.

UM HÍBRIDO A AR COMPRIMIDO O conceito Cactus é o indicador da nova família C3 da Citroën, inovando com um sistema híbrido de ar comprimido, mais barato que o convencional. Todos os comandos do carro são acionados por meio de interface digital. ALTAS VELOCIDADES, BAIXAS EMISSÕES A Jaguar mostra os avanços tecnológicos na produção de estruturas leves, com o C-X17, um crossover totalmente de alumínio. O carro alcança 300 km/h e emite menos de 100 g de CO2 por km rodado.

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Porsche 918 Spyder e Citroën Cactus 56 | Estilo Damha

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CARROS QUE JÁ, JÁ ESTARÃO POR AQUI

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Alguns carros apresentados em Frankfurt são pura fantasia, outros estão restritos a países do Primeiro Mundo, mas algumas boas novidades rodarão por aqui em breve. O Golf novo, sétima geração, já está à venda no Brasil. O carro está 100 kg mais leve e 23% mais econômico. Acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e atinge 212 km/h. Duas marcas de luxo apresentaram carros que os brasileiros vão dirigir em breve: a BMW começa a vender aqui, no ano que vem, o 3i, o elétrico que, de barulho, só o contato do vento com a carroceria e o ressonar do pneu no asfalto. E a Mercedes-Benz mostrou dois modelos da família que produzirá no Brasil a partir de 2015: o sedã CLA e o jipinho GLA, que abrem para o consumidor as portas da categoria do luxo. Também de Frankfurt direto para as ruas brasileiras irão o Peugeot 3008, que começa a ser importado no ano que vem, além do Duster novo e do Captur, da Renault: o Captur chega em 2014 e o Duster, em 2015.

Mercedes GLA e novo Golf GTI

Joel Silveira Leite _ É jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites Autoinforme (carros) e Ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL, e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio. Outubro | Novembro 2013

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Gastronomia Fotos: Divulgação

Trattoria Mamma Gema

O SERTÃO NA COZINHA Boa comida e hospitalidade, ingredientes que moldaram o sucesso do chef Rodrigo Oliveira e dos seus restaurantes Mocotó Texto: Dirlene Ribeiro Martins

Rodrigo Oliveira: satisfação e alegria de receber pessoas e acolher diferentes desejos e sonhos

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chef Rodrigo Oliveira estava na faculdade de Engenharia Ambiental quando conheceu uma colega cujo irmão era chef de cozinha. Até aquele momento, era uma profissão desconhecida para ele, que já ajudava no pequeno restaurante do pai, o pernambucano José Oliveira de Almeida. “A gastronomia para mim era uma ideia tão longínqua e desconhecida quanto a astronomia”, brinca. O irmão em questão era Luiz Emanuel, à época chef do restaurante Alez, em São Paulo, e o primeiro contato com esse mundo, com uma cozinha profissional, é descrito por Rodrigo como uma epifania. “No mesmo momento tive certeza do que queria fazer dali pra frente.” O apoio da família, em especial do pai, não foi imediato. Para Seu Zé Almeida, trabalhar com cozinha signifi58 | Estilo Damha

cava resignação, dedicação integral e, sobretudo, muito, muito trabalho duro, sem a contrapartida financeira. Com o tempo, Rodrigo conseguiu entender a preocupação do velho sertanejo, mas foi em frente, com “a coisa acontecendo aos trancos e barrancos”, como ele diz. Atualmente, ao olhar para trás, Rodrigo acredita que foi a preocupação que ele teve em preservar a casa, a origem e os valores da família o que acabou convencendo o pai. Hoje, o restaurante Mocotó e seu irmão mais novo, o Esquina Mocotó, ambos na Vila Medeiros (bairro em São Paulo), são um grande sucesso. Gente do mundo todo quer experimentar as iguarias, que incluem Caldo de Mocotó, Bolinho de Feijão Branco com Linguiça, Mocofava (mocotó com favada) e Sarapatel, e os deliciosos doces artesanais, todos servidos com queijo coalho. Outubro | Novembro 2013


Gastronomia Esquina Mocotó

Salão do restaurante Esquina Mocotó

A cachaça é outro atrativo do universo Mocotó, isso desde o tempo do pequeno empório do pai. Atualmente, um profissional, o Leandro Batista, que é formado no Mocotó e se tornou um reconhecido especialista em cachaça, desenvolve blends, auxilia produtores e, sobretudo, orienta os clientes sobre esse verdadeiro patrimônio da nossa cultura. “No Mocotó temos orgulho de ter tido uma pequenina parcela nessa maravilhosa evolução da cachaça – de um destilado bruto a um produto com nuances sensoriais absolutamente únicas no mundo”, diz com satisfação. Mas o sucesso e os diversos prêmios que recebeu não subiram à cabeça do chef. Para ele, ser bem-sucedido é terminar o expediente à noite e aguardar o dia seguinte com a mesma expectativa e paixão. Com Ligia, sua esposa e atriz, Rodrigo conta que aprendeu que, mesmo para um ator consagrado, cada noite no palco é uma estreia. “É o que fazemos em nossas casas. Procuramos abrir as portas a cada manhã com o mesmo entusiasmo da melhor noite de todas. A comida é o nosso roteiro, mas o palco é a hospitalidade, a satisfação e a alegria de receber pessoas e acolher diferentes desejos e sonhos”, explica. Outubro | Novembro 2013

Para quem se espanta com a proximidade entre os dois restaurantes, Rodrigo explica que ainda tem muito a realizar em seu antigo espaço, então, para ele foi natural que seu mais recente desafio fosse travado próximo do Mocotó, de preferência na parede ao lado, onde ele pudesse passar de uma cozinha a outra de forma rápida e prática. Além do mesmo sobrenome e origem, os dois restaurantes, segundo o chef, preservam o absoluto respeito pela comida boa, saudável, de origem, justa. Mas, no Esquina, ele tem a liberdade de criar, de apresentar uma visão mais pessoal e autoral da culinária brasileira com um toque do que se faz de mais relevante na cozinha contemporânea ao redor do globo. “Continuaremos partindo de nosso quintal, mas sem dar as costas para o mundo. E nunca é demais lembrar Guimarães Rosa, que ensinou que ‘o sertão é o mundo’.” Para esta edição da Estilo Damha, Rodrigo escolheu uma receita de Nhoca (Nhoque de Mandioca com Polvilho), que é um dos pratos mais pedidos no Engenho Mocotó, um espaço de pesquisa e investigação culinária, sem fins lucrativos, que congrega o pessoal dos restaurantes, cozinheiros da região e estudiosos de diferentes áreas. Estilo Damha | 59


Gastronomia Esquina Mocotó

NHOCA Nhoque de mandioca com polvilho (1,5 kg)

INGREDIENTES DA MASSA mandioca (cozida e salgada) ▪ 13 kgovosdegrandes a gema) ▪ 60 g de polvilho(somente doce ▪ 270 g queijo coalho (ralado) ▪ 150 g requeijão cremoso ▪ Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto ▪

MODO DE PREPARO Misturar e homogeneizar todos os ingredientes até obter uma massa pouco pegajosa. Se estiver grudando um pouco nas mãos, adicionar um pouco de polvilho. Provar o sal. Colocar em um saco de confeiteiro (bico simples de pelo menos 20 mm) e, em uma assadeira forrada com placas de silicones ou papel manteiga, fazer tiras uniformes com espaço para que não grudem. Levar ao forno pré-aquecido por 14 minutos a 120oC. Deixar esfriar, polvilhar com um pouco de polvilho e cortar.

INGREDIENTES DO MOLHO g quiabo ▪ 200 g cebola caramelizada ▪ 150 75 g cereja ▪ 75 g tomate cogumelo ▪ 75 g cogumelo paris ▪ 75 g cogumelo shimeji shitake ▪ 25 g folha de mostarda ▪ 100 g manteiga ▪ 200 ml de tucupi ▪ 250 g de queijo de cabra ▪ 25 g broto de coentro ▪

MODO DE PREPARO Derreter metade da manteiga e dourar as nhocas. Em outra frigideira acrescentar o restante da manteiga, os quiabos e os cogumelos até ficarem macios. Adicionar os tomates, a mostarda e o tucupi, e, em seguida, o sal e a pimenta do reino moída na hora. Juntar o refogado à nhoca e incorporar tudo. Em um prato fundo colocar metade do queijo de cabra, depois a nhoca com os vegetais por cima e finalizar com o restante do queijo e os brotos de coentro.

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ColunaGastronomia Márcio Moreira

TIRANDO UMA “CASQUINHA” DA SOGRA

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ecentemente – e não para o meu espanto – descobri que existe um “dia da sogra”: 28 de abril. Ano que vem ela vai me cobrar presentes com juros e correção, por todo o tempo que eu não soube disso, aposto. Dizem que a história por trás da criação da data envolve um safári na África, uma sucuri chamada Sogra (sim, uma cobra de verdade) e um desastre no qual, dizem, a Sogra devorou a cadela de estimação de um presidente. Cá entre nós: qual homem casado não gosta de falar da sogra? Pois bem, eu não sou diferente! Falo dela porque, na verdade, gostaria de falar da minha mulher, mas não sou louco e não gosto de dormir no sofá. Prefiro então falar da sogra, até porque ela está longe. Como diz o ditado, a distância ideal entre a sua casa e a da sua sogra é: não tão longe, para que ela venha com as malas, nem tão perto, para que ela venha de chinelinho. Se você está se perguntando o que minha sogra tem a ver com esta coluna, saiba que ainda não vou ensinar a cozinhar com veneno de cobra. Acontece que sou uma pessoa justa, e o fato é que, apesar de todo o resto, preciso elogiar a milanesa que ela prepara (apelidada carinhosamente de “bife de casquinha” pela minha filha). Uma dessas delícias que não dá para comer um só – e que faz valer a pena tê-la na família. O segredo da sogra, pasmem, é um bife de coxão mole bem temperado, empanado numa farinha de rosca que ela mesma produz com os pãezinhos duros que ela guarda quando sobra do café da manhã (dei um nome para a filha dela e ela me trata à base de pão duro... isso é que é ingratidão das boas!). Junto com o feijão carioquinha e o arroz fresquinho que só ela sabe fazer, vira um manjar

Fotos: Divulgação

Inspiração simples, rápida e saborosa

dos deuses com casquinha crocante. O filet à milanesa – originalmente cotoletta alla milanese – provavelmente surgiu na cidade de Milão. Embora não haja fatos que comprovem sua origem na cidade italiana, os relatos mais antigos desse prato são do escritor italiano Pietro Verri. Em seu livro História de Milão (Storia di Milano), ele escreve que em um almoço ocorrido na Igreja de Santo Ambrósio (Milão, 1134) fora servido um prato de coteletta impanata, fritta nel burro (carne de vitela empanada, frita na manteiga), citando inclusive o preparo com ovos e farinha. Apesar da origem, o prato provavelmente ganhou fama por causa dos austríacos. O wiener schnitzel, muito similar ao “bife de casquinha”, é um prato típico da Áustria. Provavelmente uma versão do prato aprendida durante o século XVIII, com as disputas internas do Sacro Império Romano-Germânico, quando as tropas austríacas invadiram Milão. Mais uma vez, pura teoria, mas isso não importa: o filet à milanesa já pode ser considerado uma tradição brasileira. Há muitas variações no preparo dessa delícia. Tradicionalmente, na Itália, a milanesa é preparada com carne de vitela, mas o termo hoje é popularmente usado para denominar praticamente qualquer tipo de comida empanada, desde cortes mais nobres de carne até frango e berinjela. Empanou, ganha cidadania italiana! Um ingrediente indispensável é uma farinha de rosca de qualidade. Alguns cozinheiros utilizam farinha de trigo em suas receitas, para que se forme uma crosta mais espessa. Há quem aprecie, mas eu considero um pecado. Brincadeiras à parte, minha sogra – a quem amo muito, acredite quem quiser – é a inspiração da dica supersimples, rápida e saborosa desta edição.

Marcio Moreira – Presta serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em boa parte do país. Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. 62 | Estilo Damha

Outubro | Novembro 2013


ColunaGastronomia Márcio Moreira

Dica do Chef :

BIFE DE CASQUINHA DA SOGRA INGREDIENTES 1 kg de bife (coxão mole, patinho... eu ▪prefiro mignon) temperado com sal, azeite, alho e pimenta do reino a gosto; 4 ovos ligeiramente batidos; Farinha de rosca (feita com sobras de pão raladas) ; Óleo o suficiente para fritar por imersão.

▪ ▪ ▪

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MODO DE PREPARO Cada bife deve ser temperado, imerso em ovos batidos, coberto com farinha de rosca e levado a uma frigideira com óleo quente, para fritar até que fique dourado. Em seguida, deve ser colocado sobre papel-toalha (ou guardanapos) para que o óleo da fritura escorra e o bife fique mais seco, crocante e saboroso.

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Comportamento Supermulheres

SUPERMULHERES DA VIDA REAL: ELAS EXISTEM E DÃO EXEMPLO Com talento e bom humor para driblar a correria do dia a dia, elas provam que é possível conciliar uma carreira de sucesso com o intenso papel de mãe

Foto: Arquivo Pessoal

Texto: Thatiana Miloso

A

s palavras “fácil” e “tranquila” não são exatamente as melhores para descrever a rotina da fisioterapeuta Camila Volland, 33 anos. Depois do nascimento de Laura, em dezembro de 2011, ela precisou adquirir dotes de malabarista para poder dar conta de sua vida. Proprietária, com o marido, de uma clínica de fisioterapia localizada em São Carlos (SP), onde atua como especialista em Pilates e RPG (Reeducação Postural Global), Camila também coordenada o trabalho de seis funcionários e realiza toda a contabilidade do negócio. Se isso tudo já não fosse suficiente para um dia a dia agitado, ela ainda tem sobre os ombros as responsabilidades domésticas comuns a toda mulher casada. Para agravar, seus pais, irmãs e sogros estão a algumas centenas de quilômetros de distância. O dia da fisioterapeuta termina por volta da 1h30 da madrugada, quando desliga o computador de sua casa após cuidar das questões financeiras da clínica. Logo cedo já está de pé para dedicar-se à filha, que completa um ano e dez meses no próximo dia 24 de outubro. Com uma carreira de sucesso – seus horários na clínica são sempre preenchidos e o número de pacientes não para de crescer –, Camila reconhece que a rotina é cansativa, mas que conseguiu se adaptar à correria e ao grande número de atribuições diárias. “Estou seguindo o ritmo das coisas. É cansativo, sim, mas ao mesmo tempo é muito bom. É uma delícia ter a Laura em nossas vidas”, conta. 64 | Estilo Damha

A fisioterapeuta Camila com a filhaOutubro Laura:| organização Novembro 2013 ajuda a lidar com a correria do dia a dia


Comportamento Supermulheres clínica, mesmo que a distância. Mas quando ela completou três meses comecei a voltar aos poucos, atendendo três pacientes por dia. A rotina normal de trabalho só foi retomada quando a Laura completou um ano e entrou na escolinha.” Hoje, Camila optou por passar as manhãs em casa com a filha. Mas as tardes e as noites são dedicadas ao trabalho. Para tornar essa rotina possível, Laura passa as tardes sob a supervisão dos profissionais da escolinha e duas noites da semana com uma babá. Entre segunda e sexta-feira, a fisioterapeuta acumula dezenas de horas de trabalho, sem relaxar nos cuidados com a filha, com o marido e com a casa. Se ela se considera uma supermulher? “Me considero sim, mas só quando consigo levar tudo com bom humor!”

Foto: Robson Trindade

Ela acredita que o fato de ser uma pessoa extremamente organizada facilita sua rotina e a não se deixar abater pelo estresse. Essa organização acaba por reduzir a probabilidade de imprevistos, principalmente no ambiente de trabalho, tornando a vida menos complicada. “Assim eu consigo me programar e dar ritmo às coisas. E, no meio de tudo, tento reservar um tempo para mim, fazendo coisas como ir à academia e à manicure. Acho importante estar bem comigo mesma.” Embora difícil, conciliar a vida de mãe com a carreira profissional também envolveu a questão financeira. Por ser profissional liberal, Camila não teve licença-maternidade e precisou voltar ao trabalho quando Laura tinha apenas três meses. “Na verdade, nunca deixei de cuidar do gerenciamento da

Sintia em ação nos bastidores de uma campanha publicitária: agenda de trabalho concorrida

Entre meninos e makes

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e conciliar uma carreira profissional de sucesso com apenas um filho já é difícil, imagine com três. A maquiadora e designer de sobrancelhas Sintia Gasparini, 31 anos, sabe bem o que é isso. Residente em Campinas (SP), ela trocou a carreira bem-sucedida de modelo por um antigo sonho: atuar nos bastidores do glamoroso universo da moda, como maquiadora de campanhas publicitárias. Com makes incríveis no portfólio e uma agenda de trabalho concorrida, Sintia precisa literalmente se desdobrar para manter o equilíbrio entre a carreira e a vida pessoal: além de ser mãe de três filhos (Gabriel, 13 anos, Felipe, 8 anos, e Rafael, 7 anos), ela ainOutubro | Novembro 2013

da se dedica ao noivo, à casa e aos dois gatos da família. “Conciliar isso tudo não é uma tarefa simples e tranquila. Mas acredito seriamente que minha motivação se resume ao amor. Tudo aquilo que é feito com amor não cansa e não sobrecarrega, principalmente quando ele vem de todos os lados e de todas as formas, é recíproco. Não considero nada como obrigação; não me permito fazer nada dessa forma. Claro que as obrigações existem, mas as encaro com a maior naturalidade possível e com o menor peso existente, como se fosse uns trocados que dou à vida por todos os presentes que ela me deu”, avalia a maquiadora. Estilo Damha | 65


Comportamento Supermulheres Mas conseguir encarar a correria do dia a dia dessa maneira tão positiva não significa que o processo de se tornar mãe e construir uma nova carreira tenha sido fácil desde o início. Modelo desde os 13 anos, Sintia já acumulava uma bagagem profissional respeitável quando engravidou de Gabriel, com apenas 17 anos. Logo que a gravidez foi confirmada, ela foi morar com o então namorado (com quem se casaria quatro anos depois), e um novo ciclo de responsabilidades teve início em sua vida. “O nascimento do Gabriel foi algo mágico e muito emocionante, foi como se eu houvesse ganhado outra vida, crescendo junto com meu filho. A felicidade que ele me trouxe foi tanta que acabei me esquecendo de mim mesma por um tempo. Foi só quando o Gabriel completou dois anos que me lembrei de que, além de mãe, também era uma mulher.” Foi então que, aos 23 anos, a maquiadora engravidou novamente. E um ano e meio depois do nascimento de Felipe, a família ficou completa com a chegada de Rafael, o caçula. Nesse período, Sintia deixou de modelar para poder se dedicar integralmente à criação das crianças. Mas não era só isso. “Havia um sentimento de culpa quando pensava em deixá-los em casa para ir trabalhar. E também não confiava em ninguém para deixá-los tão seguros quanto eles ficavam quando estavam nos meus braços e sob meus cuidados, então não me preocupei em voltar a trabalhar”, revela.

Esse sentimento de culpa mencionado por Sintia é comum nas mulheres que voltam a trabalhar após se tornarem mães. A psicóloga clínica Ana Frederica C. Locilento explica que esse momento delicado tem início muito antes da volta ao trabalho, quando as mulheres começam a tomar decisões como contratar uma babá, enviar o filho à escola, entre tantas outras. “Isso costuma gerar sentimentos ambíguos, como a culpa por ‘abandonar’ o filho e a alegria de retomar a carreira. O sentimento de culpa muitas vezes é acompanhado pelo pensamento de ser uma péssima mãe e que a decisão de voltar ao trabalho pode provocar traumas na criança”, ressalta a psicóloga. Quando o caçula Rafael completou 2 anos, Sintia e o marido se divorciaram e, hoje, dividem a guarda compartilhada das crianças. Aos poucos, ela retomou a vida profissional, projetando-a de forma que fosse possível conciliar a carreira com a maternidade. Em vez de abrir o próprio salão, alternativa que a deixaria complemente sem tempo para os filhos, Sintia encontrou na maquiagem uma forma de continuar no mundo da beleza. Tanto o noivo quanto o ex-marido apoiaram a iniciativa. “Trabalho naquilo que amo e me satisfaz, sou uma mãe presente e uma mulher orgulhosa de todas as escolhas pelas quais lutei e tudo que enfrentei para chegar até aqui e dizer, de boca cheia, que sou realizada em todos os sentidos.”

Menos cobrança, mais leveza

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bviamente, ser uma supermulher não é tarefa fácil. Conciliar tantas coisas e lidar com diferentes responsabilidades é um prato cheio para o bom e velho estresse aparecer. Para a psicóloga Ana Frederica, uma das maneiras de ficar imune a esse novo “mal do século” é não ser tão exigente consigo mesma. Ela explica que muitas mulheres se cobram por quererem ser a melhor mãe, melhor esposa, melhor profissional, o que acaba influindo negativamente na autoestima. “Eu diria que uma boa maneira de driblar o estresse é ser menos exigente consigo mesma e usar todos os artifícios capazes de facilitar a vida. Ter alguém para ajudar nos serviços domésticos e trocar uma janta mais elaborada por um lanche, por exemplo, são coisas que ajudam as mulheres a terem menos trabalho e concentrarem sua energia onde realmente vale a pena.” E isso não é tudo. Ainda que o dia seja corrido e os esforços para manter a harmonia entre a vida profissional e pessoal sejam imensos, a psicóloga recomenda às mulheres reservarem alguns períodos da semana para cuidarem de si mesmas. Seja através da prática de atividade física, de cuidados com a beleza ou simplesmente fazendo algo que lhes dê prazer, o importante é estar em sintonia consigo mesmas para poder lidar com o caos característico da vida de uma supermulher. Pode não ser como receita de bolo, mas as heroínas da vida real estão aí para mostrar que a fórmula para o sucesso pode dar certo.

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Foto: Robson Trindade

Sintia com os filhos Gabriel, Felipe e Rafael: mãe presente e dedicada, ela concilia a criação Outubro | Novembro 2013 dos filhos com uma carreira de sucesso


ColunaEconomia Eduardo Amuri

SEU PLANEJAMENTO VAI FALHAR E NÃO É O FIM DO MUNDO Foto: Divulgação

Vai mais longe quem consegue apanhar sem cair

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uma animação típica de ano novo, inspirados e felizes, montamos um planejamento. Imprevistos acontecerão, inevitavelmente. Vem o primeiro e com ele um pouco da animação vai embora. Mas seguimos. Na semana seguinte, mais dois escorregões, dois fatos não previstos, que não precisavam estar ali. Chegam o mau humor e a frustração. Dias depois, o imprevisto derradeiro. Desencanamos do planejamento, justamente quando mais precisávamos dele. Todos temos um limiar interno. Um balde responsável por armazenar imprevistos e fatos que acontecem contra nossa vontade. Quando esse repositório fica cheio, nosso potencial de foco e atenção míngua, nós “largamos mão” do projeto, seja ele qual for. Basta a quantidade certa de eventos não desejados e pronto, estamos à deriva novamente. Quão cansados precisamos estar para desencanarmos de uma corrida? Quantos chocolates precisamos comer para descartar o regime que começamos na última segunda-feira? Quantos deslizes nosso parceiro pode cometer antes que o acordo em prol de um relacionamento melhor, firmado na última discussão, seja deixado para lá? Não suportamos o fato de persistir sem resultados e, em vez de encarar esse fardo, nos apegamos desesperadoramente a essa justificativa salvadora: não deu certo porque optei por deixar para lá. Mentira. Se não estudamos e vamos mal em uma prova, tudo bem. Era só ter estudado. Mas e se tivéssemos estudado e mesmo assim o resultado final fosse ruim? É um mecanismo bem rebuscado de autossabotagem, que opera em níveis bem sutis, em planos de qualquer tipo. Depois da desistência vem o período de ressaca. Por

umas boas semanas, seguimos ao léu. Por fim, brota novamente uma chama de disposição. Sentamos e montamos uma nova estratégia, um novo planejamento, e assim o ciclo segue. Já que os imprevistos e adversidades continuarão a ocorrer, se quisermos realmente tirar proveito do planejamento, é melhor que a gente se conforme com isso. Não adianta gastar horas e horas tentando prever como as situações vão se desdobrar. Cedo ou tarde erraremos. Além disso, não é grande coisa começar um planejamento financeiro na segunda e não resistir ao shopping na quarta-feira seguinte. O problema é esse deslize ser tão dolorido, mas tão dolorido, a ponto de fazer com que a vontade de avançar desapareça, e chegue a fase da frustração e da ressaca. Precisamos de um misto de resiliência e paciência, com as situações e com nós mesmos. São dois pontos a serem atacados. O primeiro vem na hora de construir o planejamento. Ele precisa ter margens, espaços para vacilos e metas alcançáveis e realistas. Caso contrário, cada pequeno erro trará consigo um grande sentimento de frustração. O segundo se relaciona diretamente com a quantidade de imprevistos com os quais conseguimos lidar sem sentir uma vontade incontrolável de jogar tudo para o alto. Mais resistentes, com esse balde maior, permanecemos estáveis. A tarde de compras vai ocorrer, num dia de cansaço emocional, mas ela não vai nos tirar do prumo em definitivo. Relaxamos, respiramos e seguimos. Parece filosofia barata de filme americano, mas acho que o Rocky Balboa estava certo. Ao contrário do que parece, não é quem bate mais forte que vai mais longe. É quem consegue apanhar sem cair.

Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com). Outubro | Novembro 2013

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FaçaoBem Remédicos do Riso

A ARTE DE FAZER SORRIR

A adolescente Natália ri da atuação do clown: mesmo que por alguns instantes, a dor dá lugar à alegria

Com proposta de resgatar a criança esquecida dentro de cada paciente, grupo Remédicos do Riso leva alegria a um dos maiores hospitais especializados em tratamento de câncer do país Texto e fotos: Thatiana Miloso

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uinta-feira, 21 de agosto, cinco horas da tarde. Acabava mais uma visita do grupo Remédicos do Riso ao Hospital Amaral Carvalho (HAC), localizado em Jaú, interior de São Paulo, e reconhecido como um dos principais centros médicos especializados no tratamento de câncer de todo o Brasil. O saldo da visita? Para o grupo de clowns, maxilares doloridos de tanto rir, pernas e pés cansados de tanto andar pelo enorme hospital e uma sensação indescritível de leveza na alma. Para os pacientes, uma alegria tão intensa que nem mesmo a dor ou o sofrimento causado pela doença são capazes de anular, mesmo que por alguns minutos. O trabalho neste dia começou pontualmente às 13h30, quando a equipe se reuniu em uma salinha improvisada 68 | Estilo Damha

do hospital – transformada em uma espécie de camarim – para dar início ao processo de transformação: roupas formais deram lugar aos trajes coloridos e as caras lavadas receberam maquiagem e nariz característicos dos clowns. Enquanto pintavam os rostos, iam deixando de lado as preocupações do dia a dia para incorporar de corpo e alma seus personagens. E, então, quase como um passe de mágica, as personalidades do designer Roberto Carlos Vanucci, da psicóloga Luciana Lepore e da aposentada Sylvia Guedim saíam de cena para dar lugar aos hilários palhaços Café com Leite, Saraly e Dapavirada, respectivamente. Estavam preparados para mais um dia de trabalho voluntário como integrantes do Remédicos do Riso, prontos para levar alegria e provocar gargalhadas nos pacientes da instituição. Outubro | Novembro 2013


FaçaoBem Remédicos do Riso

Sylvia Guedim, Luciana Lepore e Roberto Carlos Vanucci no momento da transformação: com a maquiagem e as roupas coloridas, os palhaços Dapavirada, Saraly e Café com Leite entram em cena com brincadeiras contagiantes e talento de sobra

O grupo surgiu há 12 anos com o propósito de alegrar as crianças internadas nos hospital, a maioria portadora de algum tipo de câncer e de doenças como leucemia. Com o passar dos anos, o trabalho extrapolou as paredes da ala pediátrica do HAC e a atuação dos clowns também foi levada para o setor de TMO (ala onde ficam jovens e adultos que necessitam de transplante de medula óssea) e para a Unidade Santana (onde ficam internados pacientes com convênio médico). Atualmente, os 25 integrantes da trupe realizam, todo mês, de 12 a 13 visitas nessas alas, sempre divididos em grupos de dois, três ou quatro palhaços. Eles são escalados de acordo com um cronograma em que cada clown é convocado para o trabalho, em média, duas vezes por mês. Tudo é muito bem organizado e seguido à risca pelos “doutores” da alegria, pois o comprometimento de cada membro é o principal elo para manter o grupo vivo e unido. Sob a maquiagem colorida e os trajes chamativos, estão homens e mulheres com idade entre 23 e 61 anos que exercem todos os tipos de profissão: de policial a psicóOutubro | Novembro 2013

loga, escriturário a artesão, assistente social a bancário, mecânico a dona de casa. Pessoas normais que têm em comum a vontade e a iniciativa de fazer o bem ao próximo. “Nossa finalidade é levar alegria ao ambiente hospitalar, resgatando a criança que ficou esquecida dentro de cada paciente em virtude do tratamento. Além das visitas, também participamos de ações promovidas pelo hospital, como campanhas de doação de sangue, tecidos e órgãos”, conta um dos coordenadores do grupo, Rogério César Fabre, conhecido no HAC como palhaço Ligeirinho. Um dos “doutores” mais antigos da trupe, no próximo ano Rogério completará dez anos como integrante dos Remédicos do Riso. Na época em que entrou para o grupo, a vontade de ser voluntário era grande, mas ele não sabia exatamente o que e como fazer. Foi então que, ao assistir ao filme Patch Adams – O Amor é Contagioso (em que o ator Robin Williams interpreta o estudante de medicina que dá nome ao filme, uma espécie de doutor da alegria), ele se encantou com o trabalho retratado nas telas e decidiu que era isso o que queria para sua vida. Estilo Damha | 69


FaçaoBem Remédicos do Riso

Ao ouvir o barulho da trupe no hall da pediatria, criança pediu presença dos doutores da alegria em seu quarto

Mas o coordenador dos Remédicos do Riso explica que, para se tornar membro da equipe, não basta a vontade de fazer um trabalho voluntário. Os candidatos passam por uma entrevista em que são analisadas, principalmente, a capacidade de comprometimento, a disponibilidade e a vontade de ajudar o próximo. “Se a pessoa é selecionada, ela passa por uma fase de treinamento que tem duração de um ano. Nesse período, o futuro clown tem a oportunidade de trabalhar seu lado psicológico nas oficinas de musicoterapia, psicologia e psicoterapia. Há também oficinas de artes cênicas com o objetivo de proporcionar a desinibição e noções de teatro, além de dinâmicas motivacionais e aulas sobre os cuidados com a higiene dentro do hospital”, revela Rogério. Todo esse período de treinamento, fundamental para os candidatos a clowns se autoconhecerem, também é importante pela própria carga emocional envolvida no trabalho. A maior parte dos pacientes que recebe a visita dos Remédicos do Riso, entre eles muitas crianças e adolescentes, encontra-se com a saúde extremamen70 | Estilo Damha

te fragilizada, seja pelo estágio avançado do câncer ou pela própria gravidade de doenças como a leucemia. E fazê-los sorrir muitas vezes pode não ser tão simples. Para sorte dos pacientes e de seus acompanhantes, a atuação dos Remédicos do Riso está prestes a se expandir consideravelmente, já que neste mês de outubro será finalizado o treinamento de mais clowns que há um ano estão se preparando para se integrarem à equipe. Dos atuais 25 voluntários, o grupo passará a ser composto por 59 pessoas, um aumento significativo que reflete o quão inspirador é o trabalho desses doutores da alegria. Embora os pacientes sejam os principais beneficiados com o trabalho dos Remédicos do Riso, Rogério garante que são os voluntários quem mais saem ganhando com as andanças pelo hospital. “Saber que você contribuiu, mesmo que por alguns minutos, para a recuperação do paciente é algo maravilhoso. Não há palavra capaz de descrever o que você sente ao saber que alguém que estava tão triste voltou a sorrir, e que você foi um canal para que isso acontecesse. É algo transformador”, finaliza Rogério. Outubro | Novembro 2013


FaçaoBem Remédicos do Riso

Pelos corredores, alegria contagiante

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cada visita dos Remédicos do Riso, a atuação ocorre em um setor específico do hospital, nunca nas três alas juntas. No dia em que a revista Estilo Damha acompanhou o trabalho da trupe, o setor na escala era a Pediatria, ala onde ficam internados crianças e jovens com idade entre 0 e 18 anos, a maioria portadores de câncer e leucemia. O percurso entre o “camarim” dos clowns e o setor da visita é longo, principalmente porque a equipe interage com todos que cruzam seu caminho: pacientes, acompanhantes, médicos e demais funcionários do hospital. A reação que causam nessas pessoas é realmente incrível: rapidamente, os semblantes sérios e muitas vezes cansados vão dando lugar a sorrisos tímidos que acabam se transformando em gargalhadas. Não só porque a caracterização dos personagens é engraçada, mas também pelas piadas dos clowns, que são realmente boas. Rogério enfatiza que as atuações nunca são ensaiadas e que os doutores palhaços são treinados para serem espontâneos, o que garante a qua-

lidade das atuações. Uma das táticas adotadas pelos integrantes da trupe é tirar sarro uns dos outros, a partir de “pontos fracos” como beleza, peso e idade. “É claro que isso tudo é consentido e feito de uma forma muito leve para não magoar ninguém. Essas brincadeiras são feitas apenas entre os integrantes dos Remédicos do Riso, nunca com pacientes, acompanhantes ou funcionários do hospital”, explica o coordenador do grupo. A tática realmente funciona. Em muitos dos quartos onde a equipe da revista Estilo Damha entrou com os clowns, a primeira reação dos pacientes – muitos com dor e sono – foi olhá-los com certo ar de desânimo, como a jovem Natália, adolescente que aparece na foto que abre esta matéria. Em poucos minutos observando a atuação da trupe, a garota já havia substituído o olhar triste por um belo sorriso. “É para isso que estamos aqui. Conseguir arrancar um sorriso dessas pessoas é tão recompensador que não dá para descrever. É algo tão intenso que nos faz ver a vida sob outra ótica.” Não temos dúvida nenhuma disso.

FORMAS DE CONTRIBUIR Os Remédicos do Riso contam com o apoio de parceiros que os auxiliam com materiais como camisetas e adesivos personalizados, nariz de palhaço, equipamentos para bolas de sabão e outros instrumentos que os ajudam no trabalho com os pacientes. Quem quiser contribuir pode entrar em contato com o e-mail remedicosdoriso@hotmail.com ou diretamente com a Entidade Anna Marcelina de Carvalho, mantida pelo Hospital Amaral Carvalho, pelo telefone (14) 3621-3064.

Fim do trabalho: cansaço nos pés, leveza na alma Outubro | Novembro 2013

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ColunaConsumo Fabiano Menna

Foto: Nilton Santolin

CHEGA DE BRANCO, A ORDEM SÃO OS COLORIDOS!

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s eletrodomésticos e companhia estão mudando e se tornando cada vez mais ousados e inovadores. A tendência de usá-los coloridos voltou com tudo, desta vez, com mais cores e formatos para quebrar o branco tão comum nas cozinhas. Várias marcas estão fabricando produtos diferenciados para você caprichar na decoração de sua casa. Confira as cores e formatos que vão quebrar a chatice do branco e dar mais vida às cozinhas. Veja as novidades! 1

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Fabiano Menna _ Figurinista, produtor de moda e decoração, professor universitário, psicopedagogo e ator. Trabalhou no jornal o Estado de São Paulo, no Suplemento Feminino e Folha de São Paulo, na Revista da Folha e Caderno Vitrine. 74 | Estilo Damha

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ColunaConsumo Fabiano Menna

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6 1 - Chaleiras em várias cores, de aço inoxidável e corpo de silicone, versátil, durável e leve, a primeira chaleira dobrável do mundo, da Taiwan Ecellence.

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2 - Liquidificador vermelho Osterize, 110 V ou 220 V. 3 - Máquina de gelo laranja Elettromec, com visor, 110 ou 220 V, produz até 15 kg de gelo por dia, da Suxxar. 4 - Batedeira amarela da linha kMix, da Kenwood, é a perfeita combinação de design de qualidade e cores vibrantes.

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5 - Aspirador de pó vermelho, modelo Ergoeasy, da Eletrolux, possui agora design funcional, com maior transparência, que facilita a visualização da sujeira armazenada.

Fotos: Divulgação

6 - Minirrefrigerador retrô amarelo Brastemp, 76 litros. 7 - Máquina de biscoito Biscuit de alumínio vermelho Marcato, 18 x 5 x 21 cm, com 20 tipos diferentes de fôrmas, da Suxxar.

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8 - Refrigerador retrô verde, uma porta, é um produto lindo, da Gorenje. 9 - Relógio amarelo de polietileno, para balcão ou geladeira, Timer Duck, assinado pelo designer finlandês Eero Aarnio, da Benedixt.

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10 - Fogão a gás, na cor Cobalt Blue, 30”, linha professional, da Viking, com quatro queimadores em latão e base antiaderente para facilitar a limpeza. 11 - Cafeteira La Cupula, azul e de alumínio polido, assinado pelo designer italiano Aldo Rossi, da Benedixt.

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ViagemdoLeitor Chapada Diamantina

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VIAGEM DO LEITOR

Nesta nova seção, publicamos dicas e roteiros de viagens dos leitores da revista Estilo Damha. A próxima dica pode ser a sua. Fale conosco: estilodamha@estilodamha.com.br

O CAMINHO É O FIM... Quem?

RAJAN ALEX O que faz? Jornalista, editor-assistente da Panrotas 76 | Estilo Damha

Fotos: Arquivo Pessoal

Morro do Pai Inácio, um dos principais cartões postais da Chapada

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ViagemdoLeitor Chapada Diamantina

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ira e mexe algum amigo vem a mim dizendo que vai começar a planejar as próximas férias e que gostaria de uma dica sobre um bom lugar para onde poderia ir. Como trabalho com viagens, muitas vezes acaba-se criando a expectativa de que assim, instantaneamente, eu tire um coelho da cartola capaz de satisfazer plenamente os anseios do futuro viajante. Ocorre que nosso país e nosso planeta são tão vastos e diversos, e as pessoas tão diferentes entre si, que não me sinto confortável de, no bate-pronto, sugerir que o cara vá para o lugar X, como se houvesse um “destino-commodity” capaz de agradar a todos os paladares. Quando esses amigos vêm a mim, pergunto do que eles estão a fim: de conhecer uma praia linda, neve, uma imersão na natureza, praticar algum esporte de aventura, se estão na pegada de um mochilão. E pergunto também qual é o estado de espírito do cara no momento: se ele está querendo viajar para ficar sozinho e dar um tempo para si, se quer badalação, conhecer gente, se vai viajar com a namorada, os pais. Dessa forma, com um pouco mais de calma, sem pressa, geralmente se chega à viagem ideal que a pessoa busca. Por outro lado, é comum também que a “melhor viagem” apareça de sopetão, meio sem querer. Foi o que aconteceu comigo em relação à Chapada Diamantina, em 2008. Na época, eu estava em um trabalho do qual não gostava, que não me fazia bem, quando num belo dia fui celebrar o aniversário de alguém e encontrei um amigo recém-chegado da Chapada, um lugar que até então talvez eu nunca nem tivesse ouvido falar. Ele comentou brevemente sobre o lugar e, de repente, num estalo, me dei conta de duas coisas: estava trabalhando direto há quase um ano e meio sem férias e que viajar sozinho para longe, para uma imersão na natureza linda de floresta, trilhas e cachoeiras, era do que eu precisava. Já no dia seguinte, pedi férias, comprei as passagens e contatei o hostel sugerido pelo meu amigo.

Cachoeira da Fumaça, vista de baixo

Fui

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mbarquei pra Chapada na semana seguinte. Para chegar lá, é preciso voar até Salvador, ir para rodoviária e pegar um ônibus até Lençóis, a principal porta de entrada da Chapada, em uma viagem de quase seis horas. Cheguei à cidade tarde da noite e fui direto dormir. No dia seguinte, conheci um grupo de holandeses e brasileiros no café da manhã e saímos para uma trilha leve, rápida e próxima. A Chapada Diamantina tem uma característica interessante: é um lugar tão privilegiado em termos de natureza que há diversas opções de passeios e trilhas, com diferentes durações, sem que necessariamente as mais longas sejam as mais bonitas. Então há passeios e trilhas que duram uma manhã, um dia todo, três dias, cinco dias – como o Vale do Pati, um dos trekkings mais famosos do Brasil. Os passeios são organizados por agências de viagens ou pelo próprio meio de hospedagem, como foi o meu caso. Outubro | Novembro 2013

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ViagemdoLeitor Foto: Arquivo Pessoal

Chapada Diamantina

Amena, queda d’água se transforma em “escorregador” para turistas da Chapada Diamantina

Aos Passeios

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o primeiro dia fui a cachoeiras mais próximas, sem a necessidade de grandes deslocamentos, só com um guia e mais uma pessoa que havia conhecido no café da manhã. No segundo fiz parte de um grupo que reunia talvez umas 10, 12 pessoas e passamos o dia visitando diferentes atrações, como cavernas, o Morro do Pai Inácio – o cartão-postal da Chapada –, além de umas cachoeiras que serviram de pano de fundo para algumas cenas da novela Pedra sobre Pedra. Já no terceiro dia embarquei numa senhora aventura: uma trilha com duração de três dias e pouco mais de 30 quilômetros para conhecer a parte debaixo da Cachoeira da Fumaça, outro ícone da região. Fomos em quatro: eu, outro paulista, uma espanhola das Ilhas Canárias e o guia, Flor, cara campeão. Começamos a jornada caminhando para ver a Fumaça de cima – demos sorte porque havia chovido nos dias anteriores e o volume de água era intenso. Lá você pode deitar numa pedra, bem na ponta do penhasco, para ver aquela queda d´agua linda. Em seguida, começamos a descer a trilha, e dali para frente foi só o deleite de vivenciar intensamente a natureza, de estar imerso nela. Fazer uma trilha com essa característica é praticamente uma meditação, não tem passado, não tem futuro, e a atenção é total no que você está fazendo agora, ali no momento: desvia do buraco aqui, sente o esforço de subir uma pedra ali, ajuda o outro a subir também, sente o prazer de 78 | Estilo Damha

estar em boa companhia, conversando sobre assuntos despretensiosos, leves e simples. A cada hora na caminhada você se vê em um contexto mais bonito, no meio de um vale, em cima de uma montanha, mergulhando numa cachoeira. Quando baixou a primeira noite, o Flor arrumou o lugar onde iríamos dormir (sacos de dormir, tipo em uma pequena caverna envolta por uma lona que ele montou), bem ao lado de um rio. Na manhã seguinte, seguimos viagem e chegamos ao objetivo principal do passeio: a parte debaixo da Cachoeira da Fumaça. Uma queda d´agua gigante com um poço abraçado por penhascos, tão altos quanto a cachoeira. Fui nadar no poço e vivi ali um dos momentos Top 5 da minha vida, sentindo-me parte daquela natureza grandiosa, imponente, ao mesmo tempo doce e acolhedora. A segunda noite foi ainda mais incrível: dormimos literalmente ao lado de uma cachoeira, desta vez só com o saco de dormir, sem lona, sem caverna, nada. Sabe com o que eu acordei na manhã seguinte? Com um chuviscar fininho tocando meu rosto com a maior suavidade do mundo. Chamei de chuviscar, mas daria para dizer que era a própria mão de Deus me dando bom dia. Mais algumas horas de caminhada e estamos de novo em Lençóis, vivendo a sensação boa da chegada, ou do retorno, aquele cansaço delicioso... Chegar é bom, mas, no caso da trilha da Fumaça, “o caminho é o fim mais do que chegar”, como diz a música do Little Joy.

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Esportes Ana Mesquita

ANA MESQUITA

Atleta brasileira celebra 20 anos da travessia do Canal da Mancha

Texto: Décio Junior Fotos: Juan Cogo

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á 20 anos, uma brasileira conseguiu um feito histórico. Atravessou o Canal da Mancha entre a Inglaterra e a França a nado. Na época, a jovem Ana Mesquita, com 23 anos, entrou para a história por ter sido a terceira brasileira a realizar tal façanha. E mais, por ter batido o recorde latino-americano feminino e o brasileiro absoluto. Vinte anos depois, e ainda sustentando o recorde entre as mulheres, Ana se prepara para o lançamento da segunda edição do seu livro A Travessura do Canal da Mancha. E em meio a essa expectativa, a atleta brasileira conversou com o jornalista Décio Junior, em entrevista exclusiva para a revista Estilo Damha.

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Esportes Ana Mesquita

Ana Mesquita em sua relação de harmonia com a piscina do Pinheiros

Quando ela era pequena, “reclamava que não tinha nada para fazer”. Agora, “tento não reclamar da falta de tempo para fazer tudo: o que preciso e o que quero (e quero fazer tanta coisa!)”. E faz. Entre uma braçada e outra nas piscinas do Clube Pinheiros, local de treino desde que deixou as piscinas de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, para morar na capital paulista, ainda na adolescência, Ana divide seu tempo. Ora para cuidar da filha Clara, ora para fotografar (sua profissão, apesar de ter se formado em Educação Física pela USP), ora para colaborar como voluntária nos projetos da Fundação Gol de Letra e para escrever em seu blog. Mas antes que tivesse uma vida cheia de compromissos, a menina do interior gostava de travessuras, de abraço, cafuné, chocolate e mexerica. “Agora gosto de abraço, cafuné, chocolate e mexerica, igualzinho”, escreveu certa vez, antes de confessar em seu livro que o maior de todos os medos era o da água fria do Canal da Mancha. “Eu imaginava que aquela temperatura de água (16oC) era impossível de se suportar por 11 ou 12 horas, que era o tempo esperado para a travessia”, lembra. Mas, quando passou a treinar com o argentino Claudio Plit, Ana finalmente enfrentou as águas geladas em um treino de oito horas em Mar Del Plata. “Depois deste treino aconteceu a convocação para a Copa do Mundo no Canadá, e lá fiz a prova mais difícil da minha vida. De 13 nadadoras só 6 terminaram. E, ao final da prova, a campeã mundial na época, a australiana Shelley Taylor-Smith, que pela primeira vez havia abandonado uma prova, no caso por hipotermia, chegou pra mim e disse: ‘Parabéns, com isso você não vai ter problemas para atravessar o Canal da Mancha’. Eu era a maluca brasileira que queria atravessar o Canal.” 80 | Estilo Damha

Mas, antes do feito, Ana precisou superar duas frustrações. A primeira foi a morte da atleta Renata Agondi, enquanto tentava realizar a travessia em 1988. “Eu via a Renata na condição de fã. Ela era referência, uma das melhores nadadoras do mundo, e havia sido vice-campeã mundial antes de tentar o Canal.” A segunda etapa a ser superada foi a primeira tentativa de travessia, frustrada. “Em 1992, eu tentei atravessar. Peguei um dia péssimo com chuva, muito vento, o mar muito bravo e nadei até a metade do Canal. Comecei a passar mal, me sentia péssima, muito pior do que estava realmente. O Cláudio tentou me incentivar, mas meu tio, que acompanhava a travessia, disse: ‘se ela quer sair, ela vai sair’, e foi o que eu fiz.” “Arregona?” – como diria o amigo e também nadador do Pinheiros, Ricardo Ogata – que nada! Ana treinou por mais um ano e, com maior confiança no técnico, entregou a ele a responsabilidade de tirá-la da água, sob qualquer sinal de hipotermia. “Isso porque, quando você entra nesse estado, antes de perder os sentidos, você perde a consciência e continua nadando, e aí é tarde. Então, eu tinha certo medo, e eu disse a ele: quero muito atravessar o Canal da Mancha, mas não acho que ele valha a minha vida. Então, cuida de mim, porque eu não vou pedir pra sair.” Dito e feito. Na manhã de 23 de setembro de 1993, precisamente às 5h32, Ana Mesquita entrou na água em Shakespeare, na Inglaterra. Acompanhada pelo barco de apoio, nadou, durante 9 horas e 40 minutos, os 36 quilômetros que encontrou pela frente, enfrentando o frio, as correntezas (ora vindo do Mar do Norte, ora do Atlântico), as embarcações e as inúmeras águas-vivas. E, às 15h12, tocou as pedras às margens do Cap Griz-Nez, na França. Outubro | Novembro 2013


Esportes Ana Mesquita

A Travessura do Canal da Mancha

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oda a aventura da travessia de Ana Mesquita está registrada em seu livro (A Travessura do Canal da Mancha), editado pela Grua. Lançado em 2009, ela comemora os 20 anos da travessia (e do recorde) com a segunda edição, que já está nas livrarias e no site da editora. “Espero inspirar outras pessoas”, diz, relembrando que na primeira edição recebeu diversas mensagens de leitores desconhecidos. “É muito gostoso e gratificante, e isso só aumenta a expectativa para a próxima edição.” Na obra, ela resgata um pouco da sua infância, fala da

sua preparação e compartilha os devaneios que passavam por sua cabeça durante a travessia. Admite o medo da água fria e das águas-vivas, muito maior do que do tráfego de petroleiros que passa pelo Canal – cerca de 250 embarcações por dia. “Eu conto um pouco de tudo e tem muitas das minhas reflexões. Mas a ideia do livro surgiu quando minha filha, ainda pequenina, achou uma fita VHS com as minhas entrevistas e depois de assistir passou a contar pra todo mundo, do jeitinho dela. Então, decidi que eu deveria escrever, e eu estava escrevendo para a minha filha a história que virou livro.”

BRASILEIROS QUE ATRAVESSARAM O CANAL DA MANCHA Abílio Couto, em 1958 (12h45m) e duas vezes em 1959 ▪(12h49m e 11h33m – recorde brasileiro durante 34 anos) France, em 1979 (11h36m) ▪ Kay Rogério Lobo, em 1989 (13h47m) ▪ Dailza Damas Ribeiro, em 1992 (19h40m) ▪ e 1995 (10h48m) Mesquita, em 1993 (9h40m) ▪ Ana Rodini, em 1994 (12h14m) ▪ José Igos de Souza, em 1996 (11h06m) e 1997 (ida e ▪ volta - 18h33m, sendo 9h31m na ida e 9h02m na volta) Chistiane Fanzeres, em 2001 (10h14m) ▪ Percival Milani, em 2003 ▪ Marcelo Augusto Lopes, (10h14m) em 2004 (11h21m) ▪ Marta Izo, em 2006 (12h13m) ▪ Paulo Maia, em 2007 (13h49m) ▪ Luciana Mesquita, em 2009 (11h44m) ▪ Edison Peinado, em 2010 (12h29m) ▪ Marcello Collet, em 2010 (10h06m) ▪ Tiago Sato, em 2010 (9h51m) ▪ Alfredo Araújo, em 2012 (11h38m) ▪ Harry Finger, em 2012 (12h40m) ▪ Max Steinhart, em 2012 (12h30m) ▪ Adriano Passini, em 2013 (11h10m) ▪

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NOVAS PERCEPÇÕES, NOVOS CONCEITOS

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Com proposta arrojada, a Damha Urbanizadora leva para a Casa Cor Brasília uma residência projetada para os empreendimentos da empresa na capital federal, mostrando como é fácil morar bem em um lote de 390 m² Texto: Thatiana Miloso Fotos: Edgard Cesar

Fachada da “Casa sob Medida”, projeto de Denise e Juliana Zuba para a instalação da Damha Urbanizadora na Casa Cor Brasília Outubro | Novembro 2013 Estilo Damha | 85


Arquitetura Casa Cor Brasíl ia

No living, a integração de ambientes dá um ar moderno à casa. A sensação de amplitude é favorecida com o uso abundante de vidros; a escolha de materiais naturais, tanto nos móveis quanto nas peças de design exclusivo, potencializam o estilo rústico chic dos ambientes. No destaque nesta parte do living, as paredes de vidro permitem a integração do momento relax com a área externa da casa, dando a sensação de estar em uma varanda.

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arquitetura de uma casa é capaz de revelar muito sobre seu morador. Estilo de vida, gostos peculiares, bagagem cultural e até mesmo sua personalidade podem ser traduzidos em formas, traços, texturas e cores que compõem o projeto arquitetônico. Mas o que um lote, um espaço vazio destituído de qualquer construção, pode dizer sobre si mesmo e sobre seus futuros proprietários? O que é possível construir, por exemplo, em uma área de 390 m²? Essa metragem é suficiente para abrigar uma residência ampla e confortável? É possível ter a casa dos sonhos em um terreno desse tamanho e, ainda assim, ter espaço para um belo jardim e uma área de lazer aconchegante? Para muitas pessoas, um espaço vazio não diz absolutamente nada e visualizar o que pode ser construído nele não é tarefa fácil. A partir desse diagnóstico, a Damha Urbanizadora decidiu inovar. Inspirada no conceito Um olhar muda tudo, tema da Casa Cor 2013, a empresa levou para a etapa brasiliense do evento uma instalação inusitada: um lote de 390 m² – em tamanho real – e uma casa completa projetada sob medida para os empreendimentos da empresa na capital federal. Com essa estratégia, a proposta da Damha na Casa 86 | Estilo Damha

Cor Brasília – um dos eventos de Arquitetura e Decoração mais esperados do ano e que vai até o dia 5 de novembro – é proporcionar aos visitantes uma experiência real sobre o “morar bem” em uma área de 390 m², apostando na experiência do olhar como ponto de partida para alterar as percepções de espaço. Ao chegarem ao Espaço Damha, os visitantes da mostra se deparam com um lote vazio de 390 m² ocupado por apenas três placas informativas que os instigam a refletir sobre as possibilidades de construção no terreno. A saída do lote dá acesso a uma espécie de labirinto com enormes front lights que ilustram áreas comuns do Residencial Damha I – que está sendo construído no Distrito Federal – como quadras esportivas, jardins e piscina. Após fazer esse percurso, o público chega à casa de 214 m² projetada sob medida para o lote visitado. “Em Brasília é comum as pessoas morarem em terrenos acima de 1.000 m². Isso faz com que muitos vejam um lote de 390 m² como uma área pequena, sem ter uma noção real de que o espaço é suficiente para abrigar uma casa confortável e funcional. Nossa ideia na Casa Cor Brasília é mostrar justamente que isso é possível”, explica Edio Moraes, gerente de Implantação da Damha Urbanizadora. Outubro | Novembro 2013


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Espaços amplos, conforto garantido

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casa do Espaço Damha na Casa Cor Brasília foi projetada pelas renomadas Denise e Juliana Zuba, sócias do Studio Zuba. Para aumentar a sensação de amplitude dos espaços, as profissionais mesclaram materiais tradicionais como aço, tijolos e madeira com o uso abundante de vidros, espelhos e artifícios como pé direito duplo. “Essa é a casa do futuro. A intenção é proporcionar conforto em espaços funcionais e muito bem aproveitados”, comenta a designer de interiores Denise Zuba. A escolha por materiais naturais, tanto na estrutura quanto no design, conferiu um ar rústico chic à casa, com o despojamento característico da arquitetura brasileira. A integração com a natureza também é outro ponto alto do projeto, com o domínio do conceito casa-varanda valorizando ambientes. “Fizemos uma casa para que o

O mesmo living, visto sob outro ângulo: porta de entrada imponente, pé direito alto e espelho (ao lado do sofá) são artifícios que embelezam a casa ao mesmo tempo que aumentam os espaços. No destaque, a tela com tons de laranja alegra o ambiente e prenuncia a cor escolhida para estampar outras surpresas da casa; no espelho ao lado do sofá, reflexo da enorme parede de vidro adornada por vasos com diferentes tipos de suculentas, plantas Outubro | Novembro 2013 que vão bem com pouca água.

morador possa se comunicar com a natureza, mostrando que o bom de morar em uma casa é justamente esse convívio com o verde”, destaca Denise. A combinação da arquitetura com os objetos de design, mobiliário e acabamentos escolhidos a dedo para a casa foi tão surpreendente que selecionamos alguns dos ambientes do projeto “Casa Sob Medida” para ilustrar as páginas seguintes, revelando detalhes desta instalação que está dando o que falar na Casa Cor Brasília.

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A sala de jantar é integrada ao living e a uma pequena sala “reservada” – com poltronas exclusivas em cor laranja – que serve de apoio para esses dois ambientes. Novamente, o vidro usado no lugar da parede de alvenaria permite visão total da área de lazer, trazendo o verde para dentro da casa. O primeiro destaque: mesa para seis lugares com design clean não sobrecarrega o ambiente, que é delimitado com um grande espelho sobre a parede; vaso com bambu mossô é outro elemento que permite a comunicação com a natureza. Segundo destaque: também no piso térreo, escritório integrado ao living principal tem paredes texturizadas e objetos únicos que dão ar de sofisticação ao espaço.

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No primeiro piso, os tons claros da suíte do casal conferem leveza ao ambiente. As portas de vidro dão acesso à varanda, que funciona como uma extensão do quarto. No primeiro destaque: sob outro ângulo, a suíte do casal é integrada ao closet. Assim como em outras áreas da casa, a madeira e as paredes texturizadas formam uma combinação charmosa e contemporânea. O segundo destaque: requintado, o banheiro da suíte mescla materiais sofisticados como o limestone com elementos naturais como as pedras que estão sob a Damha chic. | 89 banheira, ilustrando mais uma vez o conceitoEsti delorústico


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O design clean se mantém no “quarto dos meninos”; o destaque vai para o armário, feito com vidro argentato bronze diamantado, conferindo um ar futurista ao espaço dos adolescentes. No destaque: a varanda pode se tornar um espaço de convívio no “quarto dos meninos”, perfeito para os adolescentes que gostam de privacidade.

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Semi-suíte que divide o banheiro com o “quarto dos meninos” foi transformada em sala de TV e leitura; o vermelho da poltrona e de alguns elementos decorativos se sobressai e dá vida ao espaço. Destaque: as plantas do banheiro compartilhado pelas duas semi-suítes dão uma sensação de frescor ao ambiente; o ar contemporâneo fica por conta do design moderno da cuba e torneira, além das grandes placas de mármore arabescato usadas como piso.

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Na cozinha, as bancadas são feitas com as mesmas placas usadas como piso em todo o pavimento térreo da casa, dando um efeito moderno ao ambiente; a sofisticação fica a cargo das gavetas da ilha, que receberam mármore italiano com espessura mínima. No destaque: a adega com elementos em cor laranja e as pimenteiras naturais não apenas colorem o ambiente como também mostram como aproveitar melhor os espaços da casa.

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A área de lazer é perfeita para receber amigos. Seja no deck da piscina ou no espaço gourmet, a ideia das arquitetas foi criar um ambiente funcional com o aproveitamento máximo dos espaços. No primeiro destaque: elementos da arquitetura balinesa inspiraram a criação do espaço gourmet; dos objetos decorativos à cobertura do ambiente em palha sapé, a intenção foi criar um espaço relaxante, ideal para receber amigos. No segundo destaque: sob outro ângulo, a cobertura em pérgula permite a criação de uma área de apoio para jantares e churrascos, que também abriga um lavabo. Outubro | Novembro 2013

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Arquitetura Casa Cor Brasíl ia

No gran finale, a arquitetura moderna nas linhas do estande Damha Tour pelo Espaço Damha na Casa Cor Brasília termina com visita ao estande da empresa, espaço projetado especialmente para mostrar ao público os empreendimentos da Urbanizadora

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pós ter os sentidos aguçados pela “Casa Sob Medida” e poderem se inspirar em seus espaços, o público da Casa Cor Brasília finaliza o tour pelo Espaço Damha com um gran finale: uma visita ao estande da Urbanizadora, estrutura que foi construída logo ao lado da casa projetada para o evento. Neste espaço que leva a assinatura das arquitetas Tanara Machado e Andrea Nomura, da Quadratti Arquitetura e Interior, os visitantes da Casa Cor podem conhecer detalhes dos dois empreendimentos da empresa na capital federal. Como a proposta do estande é voltada ao atendimento ao público, as arquitetas optaram por projetar um ambiente amplo e confortável. Dentro desse espaço, uma enorme maquete do residencial Damha II permite aos visitantes da Casa Cor conhecerem melhor as dimensões do empreendimento e detalhes de sua infraestrutura. Dispositivos de lazer como piscina, quadra poliesportiva, quadra de tênis e salão de festa, além de elementos

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como projeto paisagístico, podem ser visualizados através da maquete. Durante toda a Casa Cor, corretores das imobiliárias parceiras ficarão no estande da Damha Urbanizadora para fazerem um atendimento personalizado aos clientes ou qualquer pessoa interessada em obter informações sobre os empreendimentos da empresa. Na fachada do estande, a dupla da Quadratti optou pelas linhas retas, símbolos da arquitetura contemporânea. “A volumetria da fachada em estilo reto, com bastante vidro integrando o espaço interno ao jardim externo, marca a modernidade do projeto”, complementa a arquiteta Tanara Machado. Seja no lote vazio, na “Casa Sob Medida” ou no estande, o Espaço Damha é uma das grandes atrações da Casa Cor Brasília. A cada detalhe, o estilo Damha de “morar bem” aparece como protagonista da instalação, proporcionando uma experiência única aos visitantes do maior evento de Arquitetura e Decoração da capital federal.

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MyPET Adoção

Foto: Maxizoo

BEEEEEEM DELÍCIA!

A felicidade pode estar à sua espera em uma rua qualquer Textos: Marília Dominicci

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uem tem animal de estimação sofre menos com estresse, ansiedade, solidão, depressão e outros males cada vez mais frequentes na vida das pessoas. Com tanto amor e benefícios, ter um companheiro de quatro patas para a vida inteira é uma ideia cada dia mais interessante, e fica melhor ainda se o escolhido for adotado em alguma ONG ou resgatado das ruas. Nesse caso, todos os envolvidos – pessoas e animais – acabam tendo suas 96 | Estilo Damha

vidas mudadas para melhor e para sempre. Entre as muitas pessoas que encontraram seus “filhos” em instituições ou em situação de abandono estão nomes como Isis Valverde, Alexia Deschamps, Sheron Menezzes, Bianca Byington, Danilo Gentili, Marcelo Sebá, Xuxa, Daniel del Sarto, Penélope Nova, Laerte Coutinho e muitos outros. Apaixonada pelos animais, a revista Estilo Damha traz nesta edição três declarações de amor. Outubro | Novembro 2013


MyPET

Fotos: Arquivo

Adoção

“Eles me fizeram ser uma pessoa muito melhor e mais feliz”, Luisa Mell (apresentadora de TV) Minha vida mudou completamente depois da adoção da Dino, minha primeira cachorra. Passei a enxergar o mundo sob outra ótica. A adoção do Marley e da Gisele também foi um marco na minha vida. Independentemente da raça, a situação deles me chamou a atenção. Viviam em péssimas condições de abandono. Quase todos os dias eu visitava o local onde eles ficavam e, quando eu ia embora, era um drama. O Marley chegou a escalar um muro de três metros para ir atrás de mim. As pessoas pensam que eu os salvei, mas a verdade é que eles me salvam todos os dias. Quando você adota um animal com uma história assim, ele tem gratidão eterna por você. Outubro | Novembro 2013

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MyPET Adoção “Sou mais feliz, mais tolerante e me sinto mais amada. Tudo por causa deles”, Piky Candeias (escritora e assessora de imprensa) Quando adotei meus gatos, Pituca e Fellini, na Adote um Gatinho, oito anos atrás, não imaginava a transformação que eles me trariam. O tipo de amor que nasce de uma relação com um animal de estimação é tocante, sensível e muito particular. A convivência com dois seres vivos que miam, soltam pelos, arranham, bagunçam e quebram coisas fez de mim uma pessoa mais tolerante, mais paciente e mais compreensiva. Esses dois bichinhos, que pedem colo, acariciam, ronronam e reclamam quando eu saio, fizeram de mim uma pessoa mais amada, mais divertida e mais feliz. Meus gatos me fizeram mais humana e hoje não imagino minha vida sem eles.

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Fotos: Arquivo

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MyPET Adoção

“Somos pessoas-gato”, Chuck Hipolitho (VJ MTV e guitarrista da banda Vespas Mandarinas) Temos quatro gatos em casa. Só um é de raça. O Patê é um Bengal lindo e lorde que ganhei faz tempo. Os outros são adotados e ‘vira-latas’. A Meianoite é a princesinha da casa. Pelo lindo, meiga... e rabo todo quebrado. A Jesebel é a dona da casa, toda preta. O Vidigal ganhou o nome em homenagem ao morro lá do Rio. Quase se chamou Alemão ou Rocinha. Os gatos, além de terem personalidades completamente diferentes, trazem uma tranquilidade aqui para casa. São legais porque mantêm algo de selvagem e misterioso, isso atrai o pessoal que vem nos visitar. Somos pessoas-gato. Eu e Gaía (minha mulher) teremos um canal no YouTube chamado “Gato e Gata”, porque é assim que chamamos um ao outro. O desenho do logo foi feito pelo Laerte – cartunista –, inspirado nos “Gato e Gata” dele.

Fotos: Juan Cogo

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Música Milton Nascimento

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50 ANOS E MUITO SORRISO “Tomara que isso não acabe” Texto: Nicole Thomaso

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Especial Foto: Vanusa Campo

Milton Nascimento

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Música Milton Nascimento

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ompletamente à vontade de óculos de sol e calça jeans, Milton Nascimento, com ótimo humor e muita conversa, lançou, em São Paulo, seu DVD e CD duplo comemorativo dos 50 anos de carreira: Uma Travessia. Gravado em novembro de 2012, no Rio de Janeiro, a discografia é composta por 23 músicas que divulgou em turnê por cem cidades do Brasil, Europa e América Latina até ser lançada. Um presente para os fãs, patrocinado pela Natura Musical com o apoio da Universal Music. O processo de escolha das músicas para o repertório durou dois anos, e a seleção foi muito bem pensada e peneirada. Em seguida, cada canção foi trabalhada com novos arranjos, gerando versões leves e encantadoras. “Mais do que fazer novos arranjos, é fazer com que eles apareçam para as pessoas. Queremos que elas entendam o que realmente escrevemos, na época que fizemos”, explica Milton. “Morro Velho” e “Canção da América”, preciosidades de sua carreira que não interpretava há tempos, fazem parte da seleção. Canções simbólicas como “Maria, Ma-

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ria”, “Amor de Índio”, “Trem Azul”, “Nos Bailes da Vida” e “Para Lennon e McCartney” também entram no setlist. Milton diz que a escolha foi muito complicada e que o mais importante é sempre incluir grandes sucessos, pois são esses sons que o público aguarda ouvir. Sobre o começo da sua carreira, Milton conta que, antes de ser reconhecido por sua música, fez teatro e que adora representar, mas parece que essa sua vocação não ganhou credibilidade. “Tem ator precisando de diretor”, brinca. Acrescenta que sua vontade era fazer astronomia, porém, não havia essa opção na faculdade que cursou. Acabou se inscrevendo em um curso aleatório a pedido da família. Quando saiu da faculdade, Milton botou fogo em toda aquela papelada e gritou: “Viva a música!”. E a partir daí a música popular brasileira nunca mais seria a mesma. Milton destaca o quanto as viagens e as diferentes pessoas que passaram por sua vida foram importantes na realização dos últimos DVD e CD. Ele acredita que, quanto mais se mistura com outras pessoas, mais ganha

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Música Milton Nascimento na cabeça das pessoas e se tornou histórico. Milton revela que arte e religião se completaram no início de sua carreira. “Fui criado em religião católica, em Três Pontas, mas um dia a Nana Caymmi me levou a um centro espírita de candomblé. Lá, um pai de santo me disse: ‘Nunca fuja, porque você também vai ter um terreiro’. Fiquei com aquilo na cabeça, sem entender nada. Mas aconteceu uma coisa em uma cidade pequena. Tinha um ginásio e cantei até que, de repente, percebi uma luz amarela na plateia. Olhava nos olhos das pessoas e estavam brilhando. Parei e pensei: ‘Como eu pude ser tão burro, meu terreiro é o palco!’.” O cantor, que é sempre contido, divertido e tranquilo, muda o tom quando o assunto é idade. Milton diz que sua idade é aquela que as pessoas que o estiverem ouvindo acreditem que ele tenha. Para ele, não se tem idade para a música, e conta de um menino de apenas seis anos que dançou e cantou ‘Maria Maria’ para ele. Sobre seu futuro, diz não pensar no que há de ser, mas que “tomara que isso não acabe”. E cai na risada.

Fotos: Marcos Hermes/divulgação

força para continuar com suas canções. Assim, quando questionado sobre sua inspiração, ele diz que o único segredo é manter a casa cheia e revela que, em suas músicas, família e amizade são as grandes inspiradoras. Milton não gosta de ficar sozinho nem do silêncio. Ele tem 136 afilhados de batismo e algumas tartarugas que, sem saber, apadrinhou quando as levou para o mar. Ao perguntarmos se tem predileção por alguma música, ele responde que todas são muito importantes, que não tem como selecionar uma. Seu real xodó é o Wagner Tiso: “Ele é o xodó, e também Lô Borges”. Aliás, quando o Clube da Esquina vem à tona, ele cai na risada ao contar que vem gente do mundo inteiro para conhecer o tal ‘clube’ e que é uma dificuldade provar para as pessoas que não existe um clube. Lembra também o quanto foi complicada a aprovação daquele disco, pois a gravadora não acreditava no trabalho e a crítica também não foi favorável. Mas eles só estavam preocupados em tocar, assim, não se abalaram com a situação. Por fim, algum tempo depois, o disco entrou

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Cultura Salão Internacional de Humor

UMA FESTA DE

CARICATURAS, CHARGES E QUADRINHOS Um dos mais importantes encontros do humor gráfico do Brasil e exterior Texto e fotos: Patrícia Volpe

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m um período em que o Brasil era marcado pela presença de militares na política e os brasileiros carregavam palavras presas à garganta implorando para que se afastassem os ‘cálices’, algumas pessoas traziam em si o poder do riso. Durante a passagem da Ditadura pelo Gigante Brasil, um regime caracterizado por supressão de direitos constitucionais, censura e repressão política, eis que um grupo de amigos piracicabanos – jornalistas, artistas e intelectuais – tem uma iniciativa corajosa e inovadora: inserir uma mostra de humor gráfico no Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba. A primeira, não deu certo. Após algumas decepções, confusões, conversas e risadas, o grupo, agora com mais integrantes, resolve criar o Salão de Humor de Piracicaba. Para isso, foram até o Rio de Janeiro, buscar apoio do jornal O Pasquim. Conseguiram! E foi assim que, no meio de uma cidade interiorana, tradicional, e em uma época de censura, surgiu a grande amizade entre Piracicaba e os cartunistas mais festejados do Brasil, com alta dose de humor e crítica. O I Salão de Humor de Piracicaba foi realizado no ano de 1974 e, a partir da terceira edição, o evento se tornou internacional, trazendo artistas do mundo todo a Piracicaba. Hoje o Salão Internacional de Humor de Piracicaba se tornou um evento de sucesso e um marco na história das artes gráficas, do quadrinismo e do humor gráfico nacional 104 | Estilo Damha

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Cultura Salão Internacional de Humor

“Eu conheço e participo do salão desde 85. O salão funcionou para mim como uma escola, como um aprendizado, principalmente pelo contato com outros artistas que o Salão proporciona.” – Eduardo Ferreira Grosso , diretor do Centro Nacional de Humor Gráfico de Piracicaba

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COMO FUNCIONA?

Conhecidos cartunistas brasileiros contribuíram para a transformação do Salão de Piracicaba num dos mais importantes encontros do humor gráfico do Brasil e exterior, entre eles: Ziraldo, Fortuna, Millôr, Zélio, Henfil, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, Paulo e Chico Caruso, Miguel Paiva, Angeli, Laerte, Glauco, Edgar Vasques, Jaime Leão, Gual e Jal. “O Salão participou de uma forma marcante na luta pela redemocratização do país. Por causa da ditadura, grande parte dos cartunistas e artistas daquela época encontrou aqui um espaço para expor suas ideias, debater e repensar como se iria transformar o Brasil”, diz Eduardo Ferreira Grosso. Neste ano, o Salão Internacional de Humor está comemorando, com alegria, sua 40ª edição.

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Há uma seleção antes do evento, e os artistas inscritos ficam hospedados em um hotel enquanto seus trabalhos são analisados e selecionados para participar do Salão. Não existem pré-requisitos para se inscrever, é aberto para profissionais e amadores. “Este ano recebemos 4.180 trabalhos de 966 artistas, vindos de 64 países diferentes. São selecionadas 422 obras que participam da mostra principal, na qual encaram o júri de premiação, que selecionam um vencedor em cada categoria”, explica José Silva Junior, programador cultural do Salão de Humor. Além da exposição principal, acontecem cerca de 40 eventos paralelos, como oficinas de desenhos e exposições espalhados pela cidade.

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Cultura

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Salão Internacional de Humor

A OUTRA COISA “Não foi combinado, ninguém planejou, mas acho que todos sentiram. Lançado em plena ditadura militar, o Salão de Humor de Piracicaba seria um salão de humor e seria outra coisa. Essa outra coisa nunca teve um nome exato. Barricada? Resistência? Válvula de escape? Travessura heroica? O fato é que desde os primeiros salões lá estavam, em Piracicaba, o Millôr, o Jaguar, o Ziraldo, o Henfil, o Zélio, os Caruso – todos levados pelo instinto e pela necessidade da outra coisa. A ditadura acabou, o Salão cresceu e a outra coisa hoje é outra coisa. Mas seja o que for, continua. É o que distingue o Salão de Piracicaba dos seus imitadores e da concorrência, e nos faz voltar ano após ano. A ideia de que, além de uma celebração do talento brasileiro e um dos grandes eventos do humor mundial, a festa em Piracicaba é… é… assim… como dizer? Outra coisa.” Luiz Fernando Veríssimo, escritor e cartunista. (Imprensa Oficial do Estado, 2003)

ÚTIL: Entrada gratuita em todos os eventos, inclusive nas oficinas De 24 de agosto (às 19h30) a 20 de outubro De terça a sexta-feira, das 14 às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 20h Local: Parque Engenho Central Armazém 14 Os acervos e a programação completa você encontra no www.salaodehumor.piracicaba.sp.gv.br

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“A expectativa para esse ano é de 200 mil visitantes durante os 50 dias de salão.” – José Silva Junior, Programador cultural do Salão de Humor 106 | Estilo Damha

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Cultura Salão Internacional de Humor

Papo rápido: Zélio Alves Pinto

Ilustrador, pintor, jornalista, cartunista, escritor, Zélio Alves Pinto é irmão do também cartunista Ziraldo – o criador do célebre personagem Menino Maluquinho

ED: Você é considerado o ‘Pai’ do Salão de Humor de Piracicaba. Por quê? Zélio: Creio que seja porque eu fui o primeiro cartunista profissional a aderir à proposta nascida entre estudantes e intelectuais piracicabanos que me procuraram buscando orientação pra se fazer o que se fez. ED: Tratando-se de humor, quem se inspirou em quem, Ziraldo em Zélio, Zélio em Ziraldo, ou houve alguma outra inspiração para os dois? Zélio: Por ter chegado antes, acho que o Ziraldo se inspirou na mamãe e no nosso avô. Eu, sendo muito pequeno, não me lembro muito bem, mas deve ter sido no Ziraldo mesmo. Desde menino, me recordo, a gente fazia teatro cobrando entrada – dois palitos de fósforos – num antigo paiol que tinha no fundo do quintal de nossa casa em Caratinga. O Ziraldo era o palhaço, o Ziralzi, o apresentador e administrador – era ele quem fechava o caixa e Outubro | Novembro 2013

negociava as entradas. E eu, o menor, era o trapezista. Caí várias vezes, me lembro, justificando as apreensões da mamãe. Mas era tudo muito divertido. Acho que daí a coisa chegou aos nossos corações e invadiu nossas almas. Como não tinha circo, nós, que gostávamos de rabiscar, agarramos a desenhar piadas. Mas o Ziralzi, que sempre foi o mais sério, é hoje diretor na Casa da Moeda. ED: Por que conhecer o Salão de Humor de Piracicaba? Zélio: A história do Salão começou com uma utopia múltipla que tinha como proposta despertar um melhor entendimento entre homens e mulheres sobre a convivência em harmonia. Continuou num evento alegre e criativo, em um lugar privilegiado – no velho Engenho abandonado e hoje recuperado –, na cidade de Piracicaba. Vale à pena vir ver e se integrar nessa expectativa de um mundo a produzir seres humanos aperfeiçoados a cada leva e cada vez mais bem-humorados.

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VaralCultural

LER e OUVIR

O que vem por aí

Dicas de quem faz parte do dia a dia da Damha.

DIÁRIO DE UM BANANA JEFF KINNEY

Gostaria de sugerir este livro que, para minha surpresa, minha filha de 9 anos me pediu de presente de aniversário. Despertou minha curiosidade e não me arrependi. Retrata a visão da criança sobre a sua vida infantil, em especial do autor do livro, Jeff Kinney, que apresenta um herói improvável, com uma vida nada fácil. Na escola, ninguém o acha legal ou impressionante, por mais que ele se esforce. Em casa, pai, mãe e irmão mais velho parecem viver para fazê-lo pagar mico. Não espanta ele começar um diário onde colocar as caraminholas da sua cabeça. Vale a pena ler e conhecer!

LIGHT AND SHADOW: THE BEST OF VANGELIS

Ana Paula Ferronato Novos Projetos

Foo Fighters é minha banda favorita, e Skin And Bones (tanto o CD quanto o DVD) é meu álbum preferido da banda. CD e DVD contam com sucessos do álbum In Your Honor, lançado em 2005 e que estreou como o mais vendido da Billboard e foi disco de ouro no Brasil. O DVD traz cinco faixas que não foram incluídas no CD. São 21 músicas em versões acústicas. Confira o primeiro álbum ao vivo do Foo Fighters em DVD! Se o CD já era fantástico, o DVD é ainda melhor! Edson Suguihara Marketing

A REVOLUÇÃO: CONVERSAS SOBRE KABIR OSHO

A Revolução conta histórias e traz exemplos simples e cotidianos. Ao longo de nossas jornadas vamos percebendo como, desde muito cedo, nos distanciamos de nossas próprias necessidades, de quem realmente somos e, principalmente, da tão almejada paz de espírito. O livro nos auxilia a romper com certas condutas que contrariam nossa natureza, como a caça incessante por algo que na verdade está dentro de nós. Um livro para todos que buscam expansão de consciência. Eu indico! Aline Vieira Marketing 108 | Estilo Damha

Fotos: Divulgação

SKIN AND BONES FOO FIGHTERS

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onsiderado por muitos o maior compositor de música eletrônica de todos os tempos, Vangelis escreveu e criou muitas trilhas de filme e televisão, além de vários álbuns solo de sucesso. Seu trabalho inclui as trilhas sonoras dos aclamados filmes: Blade Runner, de 1982, de Ridley Scott, Alexandre e 1492: A Conquista do Paraiso, de Oliver Stone, e o vencedor do Oscar Carruagens de Fogo, que recentemente foi sucesso num espetáculo teatral em Londres. Esta compilação contém algumas das melhores músicas do impressionante repertório do músico grego. Música para lavar a alma. Outubro | Novembro 2013


VaralCultural O que vem por aí

THE WALKING DEAD

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s fãs da premiada série The Walking Dead, exibida no Brasil pela Fox, já podem comprar a pipoca e se preparar para altas doses de adrenalina. A 4ª temporada estreia no dia 13 de outubro, com 16 episódios que prometem intrigar ainda mais o público com novos tipos de zumbis. Como é de praxe, eles farão de tudo para atrapalhar as tentativas de Rick Grimes e seu grupo de sobreviver num mundo pós-apocalíptico dominado pelos mortos-vivos. O seriado é baseado na história de quadrinhos homônima de Robert Kirkman e seu enredo vai muito além de uma simples historinha de zumbis. Se você ainda não conhece a série, vale a pena alugar as temporadas anteriores e correr para a TV no dia 13.

CONFISSÕES DE UM CAFAMÂNTICO RICARDO COIRO

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onfissões de um Cafamântico é o livro de estreia de Ricardo Coiro, colunista dos blogs “Casal sem Vergonha” e “Entenda os Homens”. Dividido em 18 blocos e ambientado na metrópole (não especificamente São Paulo), as Confissões giram em torno de temas como Vaidade, Mentira, Tesão, Paixão, Saudade, Alegria, Amor, Egoísmo, entre outros. Voltado principalmente para as mulheres, engana-se quem pensa que o livro é só para elas. Discutir os relacionamentos, as sensações e as emoções pode ser uma tarefa a dois, num ato romântico, regado a taças de vinho, ou mesmo numa mesa de bar com os amigos, acompanhado de uísque e boas risadas.

BLUE JASMINE

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pós uma longa passagem pela Europa, Woody Allen volta aos EUA com Blue Jasmine, comédia dramática que conta a história da nova-iorquina Jasmine (Cate Blanchett), esposa do rico investidor e clone do golpista Bernard Madoff (Alec Baldwin). Com o marido preso por fraude, ela perde sua fortuna e parte para São Francisco a fim de tentar uma nova vida ao lado da irmã (Sally Hawkins), de quem sempre manteve distância. Entre flashbacks que mostram como era a rotina glamorosa de Jasmine em NY e cenas hilariantes de seu novo e fracassado way of line, Blue Jasmine vale principalmente pela riqueza que Cate Blanchett dá ao papel. O filme chega às telas brasileiras em 11 de outubro. Outubro | Novembro 2013

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TALENTO DE SOBRA! “Teatro é bruxaria, é encanto” (Marcos Damigo)

Foto: Divulgação

Texto: Fabiano Menna

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arcos Damigo trocou a Agronomia pela arte de atuar. Começou com seu grande mestre, escritor e psicanalista Roberto Freire, num grupo de teatro-terapia. Assim surgiu o teatro na vida deste talentoso e querido ator, que já trabalhou com grandes diretores, como Francisco Medeiros e Zé Rubens Siqueira. Apesar da carreira impecável no teatro, protagonizou a novela Fascinação, do SBT, e fez uma participação importante em Insensato Coração, de Gilberto Braga, exibida no horário nobre da TV Globo. Damigo está rodando o Brasil com o incrível espetáculo Deus é um DJ, um mix de música eletrônica e teatro, do alemão Falk Richter, dirigido por Marcelo Rubens Paiva, ao lado da atriz Guta Ruiz. Depois de longas temporadas da peça no Rio de Janeiro e em São Paulo, o ator tem planos para um monólogo e pode ser visto também em Joia Rara, novela das 18h da TV Globo, dirigida por Amora Mautner. ED – Quais espetáculos marcaram profundamente sua vida? MD – Breviário – Gota D’Água, com Georgette Fadel, e Os Sertões, do Zé Celso. Deste eu saí de alma lavada. 110 | Estilo Damha

ED – Pode falar da sua arte de ser espectador? MD – Vejo tudo, vou porque gosto, nunca saí na metade de um espetáculo por não estar gostando. ED – Como você chegou a este texto? Com foi ser dirigido por Marcelo Rubens Paiva? MD – Através de uma amiga alemã, Annette Ramershoven, que também traduziu a peça. Em 2006, o Marcelo me convidou para ler a peça no (projeto) Letras em Cena, no auditório do MASP. Foi aí, na presença de uma plateia, que entendi realmente o poder desse texto. Ser dirigido nesse importante processo criativo por Marcelo Rubens Paiva me fez amadurecer muito como ator, exigiu muito mais sabedoria, me senti mais livre para criar, mais à vontade. ED – Quais os seus medos e desejos em relação ao futuro? MD – Medo saudável de não me mobilizar, de ficar parado, de não trabalhar, de não fazer o que eu mais gosto, que é atuar. Desejos são muitos, não que seja questão de ego, mas é relevante nos dias de hoje ter desejos. Desejo o respeito com os artistas, desejo dizer o que tenho para dizer e com isso conseguir tocar as pessoas, para fazê-las pensar, se divertir e ser feliz. Outubro | Novembro 2013


VaralCultural O que vem por aí

PRIMEIRO MOVIMENTO EM CORES Texto e foto: Nicole Thomaso

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poiado pela Damha Urbanizadora, Fernando Dassan apresentou seu trabalho em um vernissage, na cidade de São Paulo, no mês de setembro. Cheio de cores, movimentos e sorrisos, ele conta que sua inspiração vem das paisagens e da natureza de sua cidade de origem, Presidente Prudente. A apresentação traz, além das telas, sua adoração pela fotografia, com alguns dos seus melhores cliques. Fernando mostra-se realizado ao falar do apoio em sua exposição. “Fiquei muito feliz e honrado com o patrocínio da Damha Urbanizadora. Antes de qualquer empresa, quis a Damha ao meu lado nesse momento tão especial, já que sempre tive o estímulo da Dona Márcia e do Doutor Anwar Damha (fundador do Grupo Encalso Damha). Queria agradecer-lhes, e também ao seu filho Marco Aurélio, por este presente e pela confiança”, diz. Ele usou a tecnologia a favor de suas obras, por meio de vídeos que mostram do começo ao fim o processo de criação de suas telas. Vale a pena conferir suas obras e as gravações, que estão disponíveis em seu site: http://fernandodassan.com.br Outubro | Novembro 2013

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ColunaModa Juliana Cordeiro

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inspiração para este texto vem da minha experiência pessoal e de uma prática que tenho divulgado e incentivado no meu blog Sem Espartilhos desde o mês de fevereiro. Tudo começou com minha experiência como figurinista da Lara Monteiro de Barros, do programa Escolhas da Vida, da Rede Vida de Televisão. Como o tempo era curto para atender à demanda das gravações e do programa ao vivo, eu precisava preparar o figurino da apresentadora para no mínimo cinco dias, e foi quando me dei conta de que era possível programar o meu guarda-roupa também. Foi assim que surgiu a arara da semana. Todo domingo à noite, dedico de 40 minutos a uma hora para separar todas as roupas e sapatos que usarei de segunda a sexta. Por que funciona? 1. Não precisamos pensar de manhã: você já pensou na roupa na hora em que a escolheu e sabe que funciona. Agora é só vestir e pronto. 2. Economia de tempo: vestir a roupa e sair é muito mais rápido do que escolher a roupa, provar, decidir se deu certo e só depois sair, não é mesmo? 3. Economia de energia: evite esse stress em suas manhãs. O planejamento funciona. O que eu faço e recomendo é sempre pensar em alternativas para dias mais frescos ou de chuva. Olhar a previsão do tempo antes de elaborar a arara é fundamental. 4. Conhecimento profundo do guarda-roupa: este exercício faz a gente fuçar no armário com mais tempo do que temos de manhã antes de ir para o trabalho ou outros compromissos e, com isso, a gente redescobre o que há

Foto: Divulgação

PARA VESTIR-SE BEM É PRECISO ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO

guardado nele. 5. Criatividade: o ato de vestir-se passa a ser também uma brincadeira criativa de olhar para as peças, pensar com quais outras ela pode ser novamente usada e de que forma. Quando as primeiras araras foram postadas no blog, comecei a receber perguntas questionando se realmente funcionava, se eu usava tudo o que separava, se não mudava de ideia no meio da semana e se os meus hormônios não me faziam querer buscar outras roupas no armário. A resposta para as perguntas são: 1. Funciona: se você tiver disciplina para repetir o exercício semanalmente, vai conhecer muito bem seu guarda-roupa, vai aprimorar sua capacidade de montar combinações e de ampliar suas opções. 2. Eu uso tudo, sim, a não ser quando a agenda da semana de trabalho muda, um compromisso mais ou menos formal aparece e eu preciso adaptar o que vou vestir. 3. Mulheres tendem a mudar de ideia o tempo todo. Eu também estou sujeita a isso, mas me policio para seguir minhas escolhas e ficar menos sugestionável às mudanças de humor. Você vai se vestir em cinco minutos e verá que é uma delícia acordar e não ter de se preocupar com qual roupa usar. Você pode!!!! Vai treinando. Se não conseguir montar os cinco looks, monte dois, depois três, quatro e, quando se der conta, CINCO. E aí a semana estará toda à mão. Além disso, vai ficar com a sensação gostosa da sexta-feira se aproximando a cada cabide vazio. É fluidez. Organize-se.

Juliana Cordeiro – Consultora de estilo pessoal e especialista em compras personalizadas. Escreve diariamente no blog Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br). 112 | Estilo Damha

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116 Damha ĂŠ Top Sustentabilidade ADVB

117 Damha Urbanizadora celebra acordo com a prefeitura de Feira de Santana (BA)

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Damha Golf News Outubro | Novembro 2013

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O melhor conceito de urbanismo do Brasil está conquistando o País

Com 52 empreendimentos e mais de 19 mil unidades comercializadas em todo o país, a Damha Urbanizadora está em plena expansão. Atualmente, a Urbanizadora tem empreendimentos lançados em 16 cidades. Em breve, as áreas já negociadas em Araçatuba (SP), Arapiraca (AL), Assis (SP), Camaçari (BA), Campinas (SP), Caruaru (PE), Catanduva (SP), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP) e Taubaté (SP) marcarão uma nova fase

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de expansão da empresa. E muito mais vem por aí. Neste espaço que criamos na Estilo Damha, você vai poder acompanhar passo a passo o nosso crescimento. A cada edição da revista, o mapa será atualizado com novas cidades e novos estados para onde estamos levando a marca Damha, para que o nosso sucesso seja compartilhado com pessoas que, como você, são a razão de estarmos aqui.

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Concurso “PROFISSÃO: FOTÓGRAFO”

Foto: Arqui

Você mora num Damha, gosta de fotografar e não sabe onde expor o seu talento? Então, a Estilo Damha vai te dar uma forcinha... A partir dessa edição, vamos promover uma disputa entre os moradores de todos os nossos empreendimentos, e que tem na fotografia um hobby. A cada edição vamos propor um tema para que os fotógrafos de plantão busquem o seu melhor clique para retratar o desafio apresentado. A única regra é: a foto precisa ser tirada dentro de um empreendimento Damha. Todas as fotos recebidas sobre o tema serão analisadas pela equipe da Estilo Damha e as 5 melhores serão publicadas na sessão Damha News da edição seguinte, quando será apresentado o novo tema. E o primeiro assunto proposto é: “Pôr-do-Sol no Damha”. Escolha aquele ângulo diferenciado, aquela paisagem especial do seu condomínio, aquele ponto de Outubro | Novembro 2013

vo

vista que é só seu, enfim, libere o fotógrafo que existe em você e mostre a todos o seu pôr-do-Sol favorito. Você tem até as 23h59 do dia 15 de novembro para enviar sua foto de até 5MB para o email estilodamha@estilodamha.com.br. No corpo do email você deve informar: · Seu nome completo · Sua idade · O residencial em que a foto foi tirada · A data em que a foto foi tirada Fotos recebidas após a data limite, bem como as que não tiverem todas as informações solicitadas não serão consideradas. Participe e mostre seu talento. Estamos esperando pela sua foto! Estilo Damha | 115


Fotos: Genilson Nunes

Damha realiza encontros com a imprensa de Campos dos Goytacazes (RJ)

José Paranhos, Luis Azeredo, Daniele Globo, Paulo Montini e Thiago Bellotti

A Damha Urbanizadora recebeu, no dia 30 de agosto, a imprensa de Campos dos Goytacazes para apresentar a implantação de mais um importante projeto da ABS (Associação Bairro Sustentável), que pretende, em parceria com a Prefeitura, iniciar o desenvolvimento de um Parque Linear na cidade. Fernanda Toledo, presidente da ABS, comandou a reunião.

Jornalistas e equipe da Damha no evento do dia 30 de agosto

Já no dia 17 de setembro, para dar continuidade ao relacionamento com a imprensa da cidade, foi realizada uma coletiva, que reuniu mais de 60 pessoas, entre jornalistas, radialistas e repórteres convidados, que puderam ouvir a apresentação de José Paranhos, diretor superintendente da Damha Urbanizadora.

Damha é Top Sustentabilidade ADVB

Vanessa Peterka, Ricardo Benitez, Fernanda Toledo e Marcelo Martins 116 | Estilo Damha

Em 18 de setembro, o case “Damha Urbanizadora: Transformação para o bem”, que relata a iniciativa realizada pela Damha, em conjunto com a comunidade local da Vila dos Pescadores, em São Luís (MA), através da Associação Bairro Sustentável (ABS), recebeu o prêmio Top Sustentabilidade 2013, da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADBV). É o 4º prêmio recebido pela Urbanizadora em menos de 3 meses. Em julho, o reconhecimento veio através dos prêmios Top de Marketing 2013, também oferecido pela ADBV, Benchmarking Brasil e Marketing Best 25 anos. Outubro | Novembro 2013


Foto: Arquivo

Damha Urbanizadora celebra acordo com a prefeitura de Feira de Santana

(BA) Na data de comemoração da emancipação da cidade, 18 de setembro, foi assinada a autorização para o início das obras entre as avenidas Nóide Cerqueira e Artêmia Pires, em Feira de Santana. A Damha ficará responsável pela construção de um trecho de 3,8 km que deverá receber o nome de Silvio Antônio de Santos Matos, médico conhecido na região por suas ações em prol da comunidade. O prefeito José Ronaldo de Carvalho e José Paranhos, Diretor Superintendente da Damha, estiveram presentes ao evento – além do ex-governador do Estado da Bahia, Nilo Coelho, corretores de imóveis, representantes da imprensa e demais membros da sociedade.

O prefeito José Ronaldo de Carvalho e José Paranhos durante o evento

Jornalistas de Campos de Goytacazes (RJ) e Birigui (SP) visitam empreendimentos Damha

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Foto: Arquivo

Nos dias 5 e 6 de setembro, a Damha Urbanizadora recebeu representantes dos principais veículos de comunicação de Campos dos Goytacazes e Birigui, para uma visita aos empreendimentos Damha em São Carlos e São José do Rio Preto, no interior paulista. Durante a press trip, os convidados puderam conhecer os residenciais Damha nas duas cidades, além do complexo formado pelo Parque Eco Esportivo e o Parque Eco Tecnológico, pioneiro no país. Estilo Damha | 117


Fotos: Arquivo

Visita ao Villas Damha

Nos dias 20, 21 e 22 de setembro, foi realizada uma visita monitorada dos clientes ao Villas Damha, Campo Grande (MS). Na ocasião, foram visitadas 110 unidades. Durante as visitas foi apresentado aos clientes e suas famílias a área comum (já mobiliada e com paisagismo) e esclarecidas dúvidas sobre o cronograma de entrega. Eles puderam também visitar a sua própria unidade adquirida, acompanhados por um dos técnicos da equipe Damha, e também a casa modelo, com nova decoração. Todos os clientes receberam um kit contendo um pen drive com a planta da sua casa, uma trena e um bloco de anotações para os próximos passos que antecedem a mudança. Vale ressaltar que mesmo recebendo visitas, as obras não pararam nem mesmo nestes dias. O evento foi um sucesso, pois trouxe aos clientes a

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tranquilidade que a Damha quer transmitir, de que a obra está caminhando de acordo com as últimas informações transmitidas. A grande maioria expressou enorme satisfação com o que estará recebendo e com a qualidade do nosso produto. Os demais clientes que não compareceram poderão visitar em outra data, a ser agendada junto ao nosso escritório local (Escritório Campo Grande: (67) 3383.6100).

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Fotos: Arquivo

Feijoada e confraternização marcam lançamento da Damha em Marília (SP)

A Damha Urbanizadora promoveu, em 17 de agosto, uma confraternização em comemoração às vendas do seu primeiro empreendimento na cidade de Marília (SP). O evento, que reuniu clientes, parceiros e convidados, contou com cerca de 700 pessoas para celebrar o sucesso de vendas do Village Damha Marília, que, aliás, teve

todos os seus 430 lotes comercializados em menos de 24 horas na fase de pré-lançamento. Os presentes curtiram uma feijoada, além de música ao vivo, barzinho de caipirinhas e playground para as crianças. Uma grande tenda climatizada garantiu o requinte e a comodidade dos convidados.

Damha São José do Rio Preto (SP) promove 3ª Corrida Damas no Damha

A Damha Urbanizadora e a ALCER (Associação de Lazer, Cultural e Esportiva Rio-pretense) promoveram no Damha, dia 25 de agosto, a 3ª edição da Corrida Damas. Aproximadamente 300 mulheres vestiram-se de rosa para enfrentar o circuito de 5 km da prova. Todas as participantes receberam kit premiação contendo medalha e camiseta do evento. Na chegada, a organização Outubro | Novembro 2013

ofereceu ainda alimentação e hidratação adequadas para as corredoras. As três primeiras colocadas receberam também troféus. No dia 8 de dezembro, a Damha promove, também em Rio Preto, a 5ª edição da Corrida de Rua Damha, que já é uma das mais tradicionais provas na cidade e deverá contar, este ano, com percursos de 5 e 10 km. Estilo Damha | 119


Foto: Google Earth

Damha Urbanizadora e ABS definem criação de Parque Linear em Campos dos Goytacazes (RJ)

Uma área próxima aos bairros Parque Esplanada e Julião Nogueira dará lugar ao novo projeto, que beneficiará os moradores e população da cidade. A ação foi definida em conjunto com lideranças locais.

A Damha Urbanizadora, por meio da Associação Bairro Sustentável, em parceria com a Prefeitura da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) e o apoio da comunidade, será responsável pela implantação de mais um importante projeto, desta vez na área de influência de seu empreendimento na cidade carioca: o Parque Linear Valão do Esplanada, localizado próximo aos bairros Parque Esplanada e Julião Nogueira. O projeto, iniciado no começo de outubro, trará benefícios para os moradores de diversos bairros da região. Entre os principais objetivos da ação estão: a preservação e recuperação das margens do corpo hídrico; melhoria da qualidade de vida, saúde e segurança dos habitantes locais; a reversão do quadro de degradação da área e potencialização do processo de recuperação e melhoria das condições ambientais; a valorização estética e visual do espaço público para recreação; a integração da comunidade; e a preservação ambiental. A implantação do Parque Linear é fruto de um trabalho realizado pela ABS desde o mês de junho de 2013, quando foi feito o diagnóstico de identificação das lideranças locais e principais prioridades dos moradores do território. Então, foi constatada a preocupação com a saúde pública e segu120 | Estilo Damha

rança. Com o crescimento dos bairros que margeiam o valão da antiga fazendinha, assim denominado pelos moradores, o local se tornou vetor de doenças, descarte de resíduos domiciliares e da construção civil, ou seja, uma área potencialmente perigosa e pouco explorada. O projeto envolve uma série de etapas de execução, entre elas: a criação do projeto “Meu Olhar Cuidando do Meu Ambiente” para alunos do colégio Clóvis Tavares, Parque Esplanada e Escola Municipal Walter Siqueira, no bairro Julião Nogueira; a limpeza do 1,5 km de margens do corpo hídrico do futuro parque, por meio de roçagem, retirada de entulhos e outros resíduos; a instalação de caminhos, áreas verdes, ciclovias e áreas de convívio; o plantio de espécies arbóreas nas margens, caracterizando mata ciliar; e a criação de grupos que utilizem o espaço para diversas práticas. De acordo com Fernanda Toledo, presidente da Associação Bairro Sustentável, “a criação de um Parque Linear na região é um passo decisivo para atendermos às prioridades da área de influência direta do empreendimento, que compreende vários bairros. Sem contar a importância da conscientização ambiental para as crianças e jovens e a otimização do espaço público”. Outubro | Novembro 2013


Fotos: Arquivo

Participantes do Programa de Qualificação de Mão de Obra em Barra dos Coqueiros (SE) recebem certificados

O programa de qualificação de mão de obra organizado pela Damha Urbanizadora, através da Associação Bairro Sustentável, em parceria com o Centro Comunitário Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros, promoveu, conforme previsto, cursos profissionalizantes de garçom, camareira, auxiliar de cozinha e informática básica, com todo o material didático necessário. Iniciados no dia 16 de junho e concluídos em 6 de agosto,

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os cursos contaram com professores que ministraram aulas teóricas e práticas, por meio das quais os alunos puderam aperfeiçoar suas habilidades. Ao final dos cursos, os participantes receberam os certificados em um evento de confraternização. As 80 vagas oferecidas foram preenchidas por pessoas na faixa etária de 20 a 30 anos que estavam fora do mercado de trabalho.

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Taça Gocil: golfe e festa no Damha Fotos: Arquivo

Texto: Henrique Fruet

Otávio Mesquita, Washington Cinel (Gocil), Álvaro Almeida, Carlos Gonzalez, Felipe Almeida e Giovane Gávio

A sétima edição do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe, que aconteceu na metade de setembro, manteve a tradição do clube de São Carlos (SP) de misturar esporte, música e atrações variadas num só evento, que movimentou perto de R$ 2 milhões na economia local. O torneio, que é considerado o melhor do País pela imprensa especializada, mais uma vez surpreendeu os convidados e deixou marcas no golfe nacional. Grandes empresas ligaram seu nome ao evento, com destaque para a Gocil, uma das líderes no mercado de segurança empresarial, eletrônica e pessoal, com quase 30 anos de atuação e presença em São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e a Damha Urbanizadora, presente no cenário nacional desde 1979 e atualmente com 52 empreendimentos e mais de 19 122 | Estilo Damha

mil unidades comercializadas em 16 estados brasileiros. Os copatrocinadores foram: a Stéfani Motors, que expôs e promoveu test drives com veículos da Toyota; a Auxter, uma das principais distribuidoras de máquinas e equipamentos novos e usados para a construção, indústria, limpeza e movimentação de materiais do Brasil; a Saccaro, uma das mais famosas e respeitadas marcas de móveis do país, que expôs alguns de seus produtos no evento; e a Allianz Seguros, que, há 107 anos no Brasil, está presente em todo o território nacional. O evento começou na quinta-feira, dia 12/09, data reservada para o treino dos golfistas inscritos e para a distribuição do kit de brindes, que incluía de camisas pólo de golfe e toalhas a uma inédita capinha para iPhone personalizada com o logo do clube e a cachaça Damha. Outubro | Novembro 2013


Com patrocínio da Gocil, Damha Urbanizadora, Stéfani Motors, Auxter, Saccaro e Allianz Seguros, a sétima edição do Aberto Damha Golf Club foi mais um marco no golfe nacional

Washington Cinel, a campeã Carla Ziliotto, Carlos Gonzalez, o campeão Glen Boggini e Mário Múcio Damha

Após o treino, o palco do evento foi inaugurado com um show de jazz da cantora carioca Nanny Soul, que atualmente faz parte da Banda Altas Horas, do programa do Serginho Groisman na TV Globo. Os convidados puderam beber drinques da Blue Label, Itaipava e TNT, iniciar a degustação de azeites e vinagres especiais da Oil & Vinegar e apreciar grand crus da Nespresso. A festa só não avançou noite Outubro | Novembro 2013

adentro porque o torneio começava no dia seguinte. Os primeiros grupos entraram em campo às 6h39 da sexta-feira, quando aconteceu a primeira rodada da competição. Os golfistas tiveram à sua disposição um brunch das 6h às 17h e, depois disso, puderam se servir à vontade de hambúrgueres do Trem Bão (famosa lanchonete de São Carlos). Estilo Damha | 123


Cinel, Dr. Anwar Damha e Gonzalez; no destaque, Mesquita e a banda Ambervision

No cair da noite, o palco recebeu um show da Ambervision, uma Big Band bastante animada e irreverente que traz em seu repertório os maiores hits de todas as épocas. O apresentador Otávio Mesquita, da Band, subiu no palco e deu uma canjinha junto com o grupo. No sábado, dia da final da competição, aconteceu o já tradicional churrasco de carneiro no rolete, realizado desde a primeira edição do torneio – desta vez, foram 25 carneiros. Após a final, o grupo Cantando na Chuva promoveu a primeira flash mob (aglomerações instantâneas de pessoas para executar ações previamente combinadas) num clube de golfe do Brasil: artistas que estavam misturados ao público começaram a cantar o melhor da MPB. Logo em seguida, uma escola de samba entrou em cena e colocou todos os convidados para dançar. Foram distribuídos tamborins personalizados com o logo do Damha para que o público pudesse interagir com os músicos. Na parte esportiva, o americano Glen Boggini e a pau124 | Estilo Damha

lista Carla Ziliotto foram os campeões das principais categorias do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe. Boggini somou 147 tacadas, contra 150 de Marcelo Muritiba, de Itu, e 151 de Marcos Negrini, do próprio Damha. “Conheci o Damha há alguns anos e disputei o Aberto em 2012. Este ano consegui me programar para vir novamente ao torneio, um dos mais animados que conheço”, disse o campeão, que vive em Connecticut, nos EUA. “Fiquei muito feliz com o título”, completa. Já Carla, líder do ranking paulista de golfe, somou 140 tacadas, contra 156 de Lucia Guilger e 157 de Ruriko Nakamura. “Este é um evento que tem feito história no golfe brasileiro”, disse o empresário Washington Cinel, presidente da Gocil. O empresário Dr. Anwar Damha, fundador do Grupo Encalso Damha e idealizador do Damha Golf Club, esteve presente na cerimônia de premiação e foi aplaudido por todos. Outubro | Novembro 2013


O bicampeão olímpico de vôlei Giovane Gávio foi uma das atrações do torneio. Ele terminou em 16º lugar em sua categoria. O apresentador Otávio Mesquita também participou da competição. Os patrocinadores oficiais da sétima edição do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe foram a Gocil e a Damha Urbanizadora. Os copatrocinadores foram a Stéfani Motors – Toyota, Auxter, Saccaro e Allianz Seguros. O evento teve como parceiros o Banco Alfa, Facchini, Lig Veículos, SPA Água Santa, Constantini, Blue Label, Itaipava e TNT e apoio de Toalhas São Carlos, Tapetes São Carlos, Fibras Mil, Tulha Restaurante, Trembão, Nespresso, Oil & Vinegar, Nascimento Turismo, Club Med, São Bento Golfe, Corretora de Seguros Almeida Budoya e Vila Fonte Água Mineral. A realização foi do Damha Golf Club, 4Dot e Federação Paulista de Golfe.

Sede do Damha Golf Club e exposição de veículos da Stéfani Motors/Toyota Outubro | Novembro 2013

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ColunaCondomínio Marcio Rachkorsky

ASSOCIAÇÃO DE CONDOMÍNIOS E LOTEAMENTOS

C

ada condomínio ou loteamento é um ente jurídico independente, com administração própria e autonomia plena de gestão. Do portão pra dentro, os moradores rateiam as despesas e discutem os problemas e soluções nas assembleias gerais ordinárias e extraordinárias. Certamente, um dos temas mais debatidos é a segurança, e os condomínios costumam gastar fortunas com vigilantes, equipamentos e sistemas. E os problemas comuns aos condomínios referentes a uma rua, a um bairro, como são tratados? Infelizmente, não há união e integração entre os condomínios e loteamentos, o que fatalmente dificulta a discussão e solução de problemas crônicos e graves, tais como iluminação pública, trânsito, conservação de calçadas e, naturalmente, segurança. E por falar em segurança, de que adianta morar num verdadeiro forte, com guarita blindada e vigilantes bem treinados, se o entorno é completamente ermo e inseguro? No caso de condomínios vizinhos, vale a máxima: “a união faz a força”! Integração é a palavra de ordem para que os síndicos possam encontrar soluções mais efetivas e econômicas, bem como fiquem mais fortes para pleitear melhorias dos serviços públicos. Em recente visita à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, conheci um sistema muito interessante de Associação de Condomínios e Loteamentos, congregando síndicos e diretorias dos empreendimentos de um quadrilátero, para implementação de soluções integradas de segurança, transporte, iluminação, manutenção de áreas verdes e praças, dentre outros temas relevantes para os moradores do bairro. Lá, as construtoras e incorporadoras participam da associação e já inserem nas convenções dos futuros condomínios a adesão à associação, como forma de garantir a unidade e a integração. Em

Foto: Divulgação

O mercado imobiliário pode e deve contribuir para um crescimento sustentável, seguro e equilibrado das cidades

São Paulo, felizmente, as associações de condomínios já começam a surgir e representam um avanço social grandioso, sobretudo no quesito segurança. A constituição de uma associação de condomínios e loteamentos é um procedimento relativamente simples e barato e depende da iniciativa de alguns síndicos e diretorias de uma mesma rua ou bairro, mediante os seguintes passos: Reunião inicial para definição do escopo e objetivos da associação. Elaboração de um estatuto social, com todas as regras, direitos e deveres dos associados e da diretoria. Assembleia para eleição da diretoria. Elaboração de ata e registro perante o Cartório de Títulos e Documentos Inscrição na Receita Federal e obtenção de CNPJ. Elaboração, discussão e aprovação de previsão orçamentária.

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Importante contar com a assessoria de um advogado, bem como de um contador ou administrador, uma vez que a associação de empreendimentos e sua diretoria possuem obrigações legais e devem prestar contas aos associados, com total transparência. Os projetos DAMHA representam um ótimo case, uma vez que a preocupação com o entorno dos empreendimentos, e até mesmo com a comunidade lindeira, já surge na concepção do projeto, sob o conceito de “Bairro Sustentável”. O mercado imobiliário pode e deve contribuir para um crescimento sustentável, seguro e equilibrado das cidades, o que requer planejamento, investimento e dedicação. No final das contas, todos ganham, sobretudo com a valorização do seu patrimônio.

Marcio Rachkorsky – Advogado especializado em condomínios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo/SP e comentarista na Rádio CBN. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de São Paulo, aos domingos. 126 | Estilo Damha

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GolfNews Novidades do Damha Golf Club

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