Revista Dança em Pauta 04 - Especial Forró

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EDITORIAL Falar sobre uma expressão cultural que virou paixão nacional. Este foi o nosso desafio nesta edição especial, retratar o amor pelo forró de pessoas de norte a sul do Brasil e também do exterior. Para isso optamos por abordar a realidade atual do ritmo e a forma com que as pessoas se relacionam com ele. O que apresentamos aqui é apenas uma mostra deste movimento, pois o mosaico cultural do nordeste, montado com peculiaridades de cada canto do país, é composto por muitas formas diferentes de ver e sentir o forró que não caberiam em uma única edição. Procuramos também não tomar partido de uma ou outra linha de pensamento, relatando apenas a experiência pessoal e as opiniões de cada entrevistado.


EXPEDIENTE Apaixonados pelo ritmo e pela cultura nordestina como um todo desenvolvem inúmeros trabalhos de pesquisa histórica, que podem ser encontrados em websites, livros e alguns documentários que fazem referência ao forró e seus personagens da música e da dança. Durante a produção desta revista, conhecemos vários profissionais com uma ligação tão longa e intensa com o forró, que mereciam cada um uma edição especial para compartilhar anos de dedicação e estudo. O espaço foi pouco pra abordar a vivência destes e de outros tantos personagens importantes, que não aparecem aqui, mas esperamos com esta edição especial prestar uma homenagem a cultura brasileira neste 13 de dezembro, Dia Nacional do Forró.

Revista digital Dança em Pauta Ano2 nº4 dezembro de 2011

Editora Keyla Barros – Mtb 3769

Diretora de arte Déborah G. Mendonça

Colaboraram nesta edição Daniel B. Tortora Lúcio Chagas Luiza Xavier Paulinho Rosa Thiago Castilha Thaís Lentz Xeléo Produções

* É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem autorização expressa.

www.dancaempauta.com.br


SUMÁRIO

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06. ARTIGO | Dia Nacional do Forró – Por Paulinho Rosa 16. O RITMO | Um nordeste de música, dança e poesia 22. RAIZ | Contracultura às avessas 30. BRASIL | O jeitinho nordestino que conquistou o País


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52. EVOLUÇÃO | Nos passos do forró universitário 58. MUNDO | Forró pra gringo ver 70. GIRO | Livros

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Por Paulinho Rosa Fotos: divulgação e arquivo pessoal



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Há pouco tempo, uma pesquisa colocou Asa Branca como uma das cinco mais bonitas e importantes canções da história da música brasileira. Se pensarmos na quantidade de grandes compositores e fantásticos músicos que temos no país, e se somarmos isso com a diversidade impressionante que vemos, o feito se torna ainda mais grandioso. A obra completa de Gonzaga, e nela se inclui a Asa Branca, com Humberto Teixeira, não chegou aí por acaso. Ela foi um marco na cultura desse país, um divisor de águas entre o Brasil sudeste e o Brasil com nordeste. Luiz Gonzaga mostrou um nordeste que não era apenas o da seca, que não era o das praias maravilhosas, que não era do cangaço, que não era da miséria e da fome, que não era o do sotaque bonito, nem da profusão de cores e matizes entre o sertão, agreste e litoral, ele mostrou a cultura desse povo e, de quebra, revelou toda uma região de forma poética e musical.


Gonzaga abriu uma porta diferente para que nĂłs, o restante do Brasil, pudĂŠssemos olhar, nos admirar e nos apaixonar. A princĂ­pio, foi pela sanfona, depois, quando o primeiro boi passou e a porteira se escancarou, passamos a conhecer e viver um novo conceito de Brasil.


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Quando pensei em criar o Dia Nacional do Forró, esta data ainda estava relativamente longe. Porém, tal qual o centenário que promete ser um acontecimento no país englobando diversas mídias, a idéia era ter um dia específico para comemorarmos o ritmo e conseguir, de certa forma, o mesmo resultado: aparecer na mídia, ganhar espaço e Ele nasceu a 13 de dezembro divulgar a obra começada por de 1912, em Exu, pequena Gonzaga e continuada por cidade pernambucana tantos e tantos músicos geniais colada no Ceará. Em 2012, de toda a MPB. Nesta obra se portanto, comemorará seu inclui sertanejo, axé, rock, etc, centenário e inúmeros festejos pois o forró é parte integrante pipocarão pelo Brasil inteiro e orgânica do brasileiro, é uma reverenciando sua majestade perna ou um braço e quem o Rei do Baião, o descobridor sabe um bom pedaço do do nordeste musical, cultural e coração. poético. Gonzaga foi o grande responsável e o personagem central dessa nordestinização de nossa cultura. Com seu chapéu de coro, gibão e a sanfona no peito, mandou ver o baião que virou forró, que nos levou ao xote, xaxado, arrasta-pé e permitiu que os demais ritmos nordestinos fossem conhecidos.



O forró hoje é nordestino sim, mas é do Brasil e tem sotaques distintos em cada região.

Quando pedi a Deputada Luiza Erundina - em uma conversa conseguida através do meu amigo Assis Ângelo (jornalista, escritor e pesquisador da cultura regional brasileira) - fiquei receoso da recusa, pois sabia da seriedade da deputada e temia que ela achasse apenas uma lei sem importância. Mas nordestina que é, paraibana arretada, ela entendeu a necessidade de marcarmos um dia específico para que pudéssemos fazer diversos movimentos e, assim, lembrar das inúmeras obras feitas até aqui e dar possibilidade aos novos talentos de mostrarem que o ritmo está forte, pujante e cada vez mais criativo, através de várias leituras das diferentes regiões do Brasil. O forró hoje é nordestino sim, mas é do Brasil e tem sotaques distintos em cada região.


Comemorar um dia específico permite que falemos do ritmo e possamos conversar a respeito dele, poderemos esclarecer as diferenças óbvias entre o que é forró (criado por Gonzaga) e o que foi chamado de forró erroneamente (“forró” eletrônico como Calcinha Preta, Aviões do Forró, Mastruz Com Leite etc). Quando falei com Luiza Erundina já fui com a data escolhida, 13 de dezembro, pois foi o dia em que nasceu Luiz Gonzaga. Essa idéia vem de muito tempo, desde 1995, quando fui a Exu, terra natal de Gonzagão e participei dos festejos da cidade, feitos anualmente na data, em homenagem ao filho famoso. Achei tão emocionante o que vi que senti que podíamos espalhar, tal qual o forró o fez, para o país todo.


Paulinho Rosa e a deputada Luiza Erundina, o idealizador e a autora do Projeto de Lei que instituiu o Dia Nacional do Forr贸


Lembro-me que, na época, o movimento estava só começando. Não existia nenhuma das bandas cunhadas no início dos anos 2000 como Falamansa, Bicho de Pé e Rastapé, mas a paixão pelo ritmo já era tão grande que o sonho de um dia para a comemoração do forró me parecia mais uma formiguinha ajudando o ritmo a conquistar espaço. A lei só foi promulgada 10 anos depois, em 2005, quando já havíamos conseguido um bom espaço. O forró, hoje, ocupa uma parcela pequena na música, diversão e mídia nacional, mas ainda é parte afetiva de quase todo brasileiro, basta vermos o que acontece em meses juninos, no nordeste com muita ênfase e um pouco menos no restante do Brasil, mas sempre esta lá.

Neste dia 13 de dezembro queremos mais uma vez marcar o nosso espaço, fazer com que as pessoas literalmente ouçam os nossos gritos, melodiosos e acompanhados de um bom fole.


o ritmo

No caldeirão cultural brasileiro, sem dúvida alguma, o forró tem seu lugar de destaque. Democrático, ele não faz distinção de classe, cor, tipo físico ou idade. É fácil de aprender a dançar, gostoso pra dar um chamego ou pra remexer o corpo até cansar. texto: Keyla Barros Fotos: divulgação



o ritmo

Apesar do caráter popular, se no passado o forró encontrou preconceito e foi visto por muitos como simples bagunça – segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo o termo deriva de forrobodó, que significa farra, confusão, desordem –, hoje, é respeitado como gênero musical e como dança de norte a sul do país, assim como no exterior. Merece a pesquisa de estudiosos e amantes da cultura nordestina que resultam em livros, filmes, jornais e sites dedicados exclusivamente ao ritmo. “Antigamente os preconceitos impediam a expansão dessa música, mas felizmente o trio de mentores Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale conseguiram romper essa barreira. Acredita-se que o molejo desses ritmos e a sua forma de dançar, quase colando os corpos, onde os casais se achegam demais, sejam os elementos que mais atraem as pessoas”, comenta Gilberto Teixeira, assessor de comunicação e projetos especiais da Feira de São Cristóvão, reduto da cultura nordestina no Rio de Janeiro. Já o professor Ivan Ribeiro, estudioso do ritmo, proprietário de escola em São Paulo


e organizador da Copa Brasil de Forró declara sem hesitar: “Diante de minhas observações de mais de 16 anos, me permito dizer que do ponto de vista da dança, o Brasil é o País do forró”. A paixão e admiração de tantas pessoas, naturalmente, gera também as controvérsias sobre a origem da palavra, os diferentes gêneros tocados que costumamos chamar apenas de forró, o estilo de dançar, e por aí vai. Nos diversos eventos pelo país, a polêmica também aparece entre os defensores das músicas e dos passos de dança tradicionais e aqueles que gostam das inovações. Mas seja qual for a opinião, todos são unidos pelo amor ao forró e procuram contribuir para a difusão do mesmo.


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Os integrantes da Banda Bicho de Pé: Chica Brother, percussão; Janaína Pereira, voz e percussão; Potiguara Menezes, violão, guitarra e cavaquinho; Daniel Teixeira, contrabaixo


A vocalista da banda Bicho de Pé, Janaína Pereira, conta que o gosto mútuo dos integrantes pelo forró os reuniu: “A gente se conheceu justamente dançando, pois todos freqüentavam forrós”. Completando 13 anos de carreira o Bicho de Pé é um dos grupos de forró de maior destaque no Brasil, tendo inclusive excursionado pelos EUA e por nove países da Europa, mostrando a qualidade do gênero musical. “É o que a gente gosta de fazer, não é a toa que estamos juntos há 13 anos. O mais louco é que quando a gente não está trabalhando, nos encontramos no forró dançando”, disse Janaína à Dança em Pauta.


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Contracultura às av texto: Keyla Barros Fotos: Francis Alisson e divulgação


Resgatar as origens do tradicional forró pé de serra reunindo em um único espaço a antiga e a nova geração. Este foi o objetivo principal para a criação do Festival Rootstock, realizado desde 2001 no interior de São Paulo. O nome é uma brincadeira com o histórico Festival de Woodstock - símbolo da contracultura da década de 70 - e parece ter dado sorte ao evento. Da primeira festa com cinco atrações e 300 pessoas, o festival chegou este ano a sua 10ª edição contando com quatro dias de evento, 24 atrações e mil participantes. “Temos também seis DJ’s que comandam a festa tocando somente no vinil, ajudando assim a resgatar o pé de serra”, ressalta Thiago Aquino, o DJ Tick, um dos idealizadores do festival ao lado do também DJ, Ivan Dias.

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DJ Tick discotecando no forró


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Contando com um público de faixa etária variada que vai dos 18 aos 34 anos, além de forrozeiros de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, que são maioria no evento, o Rootstock também recebe excursões de Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco. “Sempre foi nossa proposta reunir em um único lugar amantes do forró pé de serra, mas não tínhamos ideia que isso se estenderia a cantos de todo o Brasil”, relata Tick. Seguindo a mesma linha do Rootstock acontecem em todo o Brasil outros festivais também voltados para as raízes do forró, como o Minasroots e o Rio Roots. Já para os talentosos dançarinos existem disputas como o Congresso Nacional de Forró, em Brasília, e o Campeonato Nacional de Forró, em São Paulo.


Rootstock



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S達o Jo達o de Campina Grande


Mas se o assunto é raiz, nada melhor do que conferir uma das gigantescas festas que acontecem no nordeste. Um exemplo são as festas juninas realizadas em Campina Grande, na Paraíba, e em Caruaru, Pernambuco, duas cidades que disputam o título de “Maior São João do Mundo”. Em uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo e executada pela Fundação Getúlio Vargas e pelo Instituto Marca Brasil, o São João de Campina Grande, que em 2011 recebeu cerca de dois milhões de visitantes em um mês de festividades, foi apontado como um dos quatro maiores eventos turísticos do país.


Brasil

FORROZEANDO PELO BRASIL O jeitinho nordestino que conquistou o País

Em um país com tamanha extensão territorial e diversidade cultural, é de se esperar que, em cada canto do Brasil, o forró revele peculiaridades na música e na dança. O fator comum é, sem dúvida, o amor por esta cultura tão rica que o mestre Gonzaga nos revelou. Confira aqui um pouquinho do forró em diferentes regiões do Brasil.



Natal - RN Por Lúcio Chagas

O forró é a única dança de salão que pode ser encontrada em todas as academias de Natal, em algumas delas é possível ter aulas do ritmo todos os dias. Isso tudo para tentar atender a demanda de procura dos apaixonados pelo estilo, mas, segundo proprietários de academias de dança da cidade, mesmo assim a lista de espera por novas turmas ainda é grande. A faixa etária dos adeptos é bem variada, nas academias predominam os casais apaixonados que levam seus parceiros para ensaiar passos e fazer bonito nas pistas de dança. Mas há também

quem quer aprender para impressionar nas casas de shows tradicionais, que trazem como destaque o chamado forró universitário. Outro público bastante comum de encontrar nessas escolas é o da terceira idade, que busca uma maneira divertida de fugir do sedentarismo. A unanimidade entre esse público é o forró pé de serra, ritmo que tem grande espaço na capital do Rio Grande do Norte. Mário Oliveira, 53 anos, é frequentador assíduo das festas de forró da região, seu primeiro contato com a dança


foi há pouco mais de quatro anos e, para se manter “afiado”, ele frequenta de três a quatro aulas por semana. “Comecei por causa de um projeto na empresa que queria diminuir o stress dos funcionários enquanto trabalhavam, funcionou, agora não consigo mais parar!”, conta Mário.


Brasília-DF O ritmo eleito pela capital federal é sem dúvida o forró, o mais dançado na cidade. De terça a domingo é possível encontrar casas noturnas para o arrasta pé e as aulas do ritmo são o carro chefe de muitas escolas. Alguns dizem que, com exceção de São Paulo, esta seria a capital onde mais se dança o forró. “Brasília se tornou um celeiro do ritmo devido a vinda de nordestinos em massa, trazendo a cultura e a alegria do forró enquanto dança e música”, comenta o professor Junior Brasília, um maranhense proprietário de escola na cidade. Ao lado da parceira, Luciana Alcântara, eles organizam o Congresso Nacional de Forró, que acontece a cada dois anos e, em 2012, terá sua quinta edição. Entre congressistas e visitantes, o evento reúne cerca de 500 pessoas nos workshops e chega a duas mil por noite nos bailes, recebendo participantes de todo o Brasil e também do exterior. Entre outros eventos voltados ao ritmo acontece anualmente o Festival de Forró de Brasília, e “O Maior São João do Cerrado”, que completou cinco anos em 2011. “O forró representa para mim a cara de um povo alegre, um povo cultural. Forró é vida, alma, tradição, suor, raça, cor, é Brasil”, declara Junior.


“Brasília se tornou um celeiro do ritmo devido a vinda de nordestinos em massa, trazendo a cultura e a alegria do forró enquanto dança e música”, Junior Brasília


Campo Grande-MS Na capital do Mato Grosso do Sul, a cada três meses é realizado um encontro de famílias nordestinas que reúne cerca de 1500 pessoas. A cidade também sedia uma das etapas da Copa Brasil de Forró, competição com final em São Paulo, aberta a dançarinos profissionais e amadores. “A idéia principal é valorizar os dançarinos do Estado e também promover uma grande confraternização entre os apaixonados pelo forró”, comenta Dani Barilli, organizadora da etapa ao lado de Ivan Souza.

Segundo Ivan, o forró é o ritmo preferido pelos alunos nas academias de dança de salão de Campo Grande e, por isso mesmo, ensinado em quase todas. ”O que mais me atrai no forró é o fato de ser um ritmo descontraído e divertido”, declara o funcionário público Felipe Rodrigues Garcez, 25 anos, que há cerca de três anos faz aulas. Já para a estudante de arquitetura Nicole Gudin, 18 anos, há dois frequentando as aulas, a saúde foi uma motivação, uma vez que o


forró está entre as danças a dois de maior intensidade aeróbica. “Procurei por uma academia pra descontrair e entrar em boa forma física”, diz Nicole. Contando com forrozeiros com idades que variam de 17 a 65, existem duas casas noturnas na capital com programação voltada ao ritmo e os gêneros preferidos são o pé de serra e o xote.


Itaúnas-ES Distante 270 km da capital do Espírito Santo, encontramos a Capital do Forró, como ficou conhecida a pequena vila de Itaúnas, ao norte do Estado, próximo a divisa com a Bahia. A beleza natural de suas praias e dunas por si só já faziam dela um ponto turístico garantido, mas o forró acabou trazendo mais fama para a região.

pé de serra encontrado na vila, que agradou principalmente o público universitário.

Em 2001, para somar ao forte movimento cultural do forró em Itaúnas, os proprietários do Bar Forró criaram o Festival Nacional Forró de Itaúnas (FENFIT), único evento do Brasil que promove a revelação de novos valores e talentos musicais do forró pé de serra, Tudo começou quando em através de premiação em 1985 foi criado na vila o dinheiro e gravação de CDs. Bar Forró. Os proprietários Grandes ícones do ritmo chamaram o sanfoneiro Luiz como Marinês, Dominguinhos, Geraldino para tocar no Mestre Zinho, Geraldo local e a moda pegou. Com o turismo crescendo na região, os Azevedo, Arleno Farias e visitantes se encarregavam de Xangai, já marcaram presença espalhar a notícia sobre o forró no evento e citam Itaúnas


como o local responsável por um dos maiores movimentos de resgate da música regional nordestina. ”Fiquei conhecendo Itaúnas através do meu filho. Itaúnas levantou a história do forró”, declarou Geraldo Azevedo em uma das edições do festival. O FENFIT acontece todos os anos, no mês de julho, durante 10 dias, iniciando suas atrações sempre às 23h e se prolongando até o dia clarear. Em 2011, em sua 11ª edição, reuniu mais de 30 mil pessoas em uma única noite, nos diversos pontos de forró distribuídos pela vila. Ao todo foram 50 mil pessoas visitando o festival.

Em breve será lançado o documentário “Um lugar chamado Itaúnas”. Confira o vídeo de divulgação em nosso site na seção “Vídeos Indicados”.


Belo Horizonte-MG “Em Belo Horizonte tem forró todos os dias, em casas noturnas diversas, com peculiar estrutura e público, privilegiando o forró, o xaxado, o arrasta-pé, o baião e o xote”, relata Osanam da Costa Jr, um dos criadores do site mineiro Agenda do Forró, ao lado dos sócios Renato Magno e Fernanda Cristina. O site nasceu quando o trio percebeu a necessidade dos forrozeiros, como eles, de uma agenda semanal com informações sobre as baladas e eventos voltados ao ritmo na região. Tão fácil quanto encontrar baladas na cidade é aprender

a dançar, já que todas as academias de dança de salão ensinam o forró, bem como algumas escolas estaduais e municipais, nos finais de semana, em projetos como o “Fica Vivo” e a “Escola Aberta”. Também é possível ter aulas do ritmo em algumas academias de ginástica. “Contamos com professores conceituados no cenário nacional, como César Almeida, vice-campeão da Copa Brasil de Forró 2011, Mestre Ronald e Victor Maykmer”, ressalta Osanam. Eventos voltados ao forró também não faltam em Minas Gerais, o principal é o Minas Roots, seguido pelo Esquenta


Roots e, em abril de 2012, será realizada a primeira edição do Viva O Baião. São apaixonados pelo ritmo como Fernanda Cristina que garantem o sucesso do movimento no Estado. “O sentimento vem da alma, fecho os olhos e esqueço-me dos problemas. Lá encontro a paz e a felicidade. A vontade que dá é de nunca mais sair de um forró. Ver o dia clarear, o sol raiar e não parar de dançar”, diz. Renato Magno complementa: “Forró para mim é um estilo de vida, uma filosofia que me faz sentir bem”

Para ficar por dentro do forró em Minas Gerais acesse: www.agendadoforro.com.br


São Paulo - SP Por Thiago Castilha

Na capital paulista, principal reduto de nordestinos fora de sua terra natal no Brasil, existem dezenas de casas noturnas especializadas no ritmo que vão do forró tradicional, passando pelo universitário e eletrônico. A cidade oferece opções de segunda a segunda, 365 dias por ano. Vasculhando São Paulo em busca do forró perfeito, descobrimos que esse ritmo “arretado” não tem barreiras. Está presente nos bairros nobres e na periferia. Tanto em um quanto em outro local a regra é a mesma: alegria! O forró é democrático, de

fácil aprendizado, não faz diferenciação de idade, cor, credo, raça ou classe social. O ingresso mais caro não passa de R$ 25,00 e nunca falta companhia para dançar. Portanto, é muito difícil ter desculpa para deixar de ir ao forró. Nas baladas freqüentadas pelos universitários rola muita paquera e o gênero preferido é o “forró universitário” ou “pé de serra”. O estilo tradicional, que é o mais representativo da cultura nordestina, pode ser encontrado em restaurantes famosos entre o público forrozeiro, em que além de


dançar é possível degustar as especialidades da cozinha do nordeste. Já o forró eletrônico, um estilo mais frenético, rola no Centro de Tradições Nordestinas e nas demais grandes casas de shows, localizadas principalmente em bairros periféricos. Nestas casas, acontecem apresentações com as bandas de forró eletrônico que atraem multidões, recebendo em algumas ocasiões mais de 15 mil pessoas. Nas academias de dança, o ritmo é o que mais gera movimento, sendo considerado por muitos como porta de entrada da dança. Na maioria das academias da cidade acontecem aulas do

ritmo e, segundo Ivan Ribeiro, professor de dança há 15 anos, os gêneros preferidos são o xote e o baião. “A maioria dos professores se especializa em um único estilo e se limita a isso, eu busco estudar todos e propor aos meus alunos uma dança sem limitações, na qual o aluno pode misturar todos os estilos de forma musical e criativa”, explica Ivan.


Rio de Janeiro - RJ Por Luiza Xavier

Na cidade do samba o forró também faz muito sucesso. Além de aulas do ritmo nas escolas de dança e diversas opções de casas noturnas para forrozear, a cultura nordestina encontra uma acolhida mais do que especial na Feira de São Cristóvão. São cerca de 700 barracas fixas onde encontramos gastronomia, música, dança, artesanato e outras formas de arte típicas do nordeste como os repentes e a literatura de cordel. Ponto turístico da cidade, cujo nome oficial é Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, o local recebe mensalmente uma média

de 500 mil pessoas, entre nordestinos, cariocas e pessoas vindas de todas as regiões do Brasil e também do exterior. Explorar os restaurantes da feira, que abrem para almoço de terça a quinta, pode ser uma aventura para o paladar. Das moquecas, sopas e cozidos de frutos do mar, a pratos mais exóticos elaborados com carne de porco, boi, cabrito e carneiro, sem esquecer dos famosos acarajés baianos e dos doces e refrescos feitos com frutas típicas da região, a culinária nordestina é riquíssima, e um capítulo a parte que vale a pena provar.


A partir de 10h de sextafeira, até 22h de domingo, todas as barracas funcionam, ininterruptamente, animadas por trios, bandas de forró e shows de repentistas e cordelistas espalhados pelos sete Núcleos Culturais no interior do Pavilhão. Do forró com letras e instrumentos mais atuais até o chamado pé de serra, com o forró tradicional, tem apresentações para todos os gostos e idades. “Além de inserir os seus grupos nativos no cenário musical, a feira abre espaço para as atrações oriundas do nordeste e de outras regiões. No exterior, é conhecida como um reduto

autêntico das representações culturais”, afirma Gilberto Teixeira, assessor de comunicação e projetos especiais da Associação dos Feirantes. Giberto relata que, na cidade com aproximadamente dois milhões e meio de nordestinos, a Feira de São Cristóvão emprega uma média de cinco mil pessoas e bate recorde no consumo de carne de sol, macaxeira e queijo coalho.


Curitiba - PR Por Keyla Barros

“O forró tá amadurecendo na cidade, tem mais gente gostando, mais gente aprendendo a dançar”, comenta o músico Renato Rocha, integrante do grupo Areia Branca, que anima uma já tradicional noite de forró em uma casa noturna curitibana, aos domingos, recebendo uma média de 200 a 300 pessoas por noite. Há quatro anos, Renato também organiza o Festival de Forró de Curitiba, uma noite dedicada ao ritmo que começou com apenas duas bandas e, em 2011,

contou com cinco grupos de forró locais tocando até raiar o dia. “A ideia é futuramente também trazer bandas de fora para o Festival”, relata. Apesar de não contar com muitas casas que ofereçam o forró em sua programação semanal, é possível encontrar o ritmo de quarta a domingo na cidade. Mas nem sempre foi assim, como lembra Jefferson Macena, da Xeléo Produções, que, este ano, trouxe grupos de forró de outros estados para se apresentarem na capital paranaense. Filho de baianos,


ele nasceu e cresceu em São Paulo e há seis anos mora em Curitiba. Jefferson conta que quando chegou à cidade só havia uma casa com programação regular de forró. “De lá pra cá o ritmo foi crescendo, outras bandas surgiram e mais casas abriram espaço pro forró”, diz. O ritmo é ensinado em quase todas as academias da cidade, mas não está entre os mais procurados, já que, atualmente, a “moda” na capital é o sertanejo, como explica o professor goiano Kelson Costa, em Curitiba há cinco anos. “Quando comecei a dar aulas na cidade, cheguei a ter turma de forró com quase 50 alunos. Mas aqui eles procuram aulas do ritmo da moda, que tem mais casas noturnas para dançar”, conta o dançarino, que tem especial interesse no estudo das danças folclóricas.


Florianópolis - SC Por Thais Lentz

Segundo o professor Ricardo Vasques, o forró nunca saiu de moda em Florianópolis, embora tenha ocorrido uma queda em sua popularidade. "Acho difícil que vire novamente a febre que foi há dez anos na nossa cidade, mas também acredito que nunca vá cair em desuso", comenta.

miudinhos para que todos consigam dançar. A casa tem promovido shows com alguns dos maiores nomes do forró, como Rastapé, Trio Virgulino, Bicho de Pé e Guaypeka, esta última, uma banda florianopolitana que conquistou projeção nacional.

A maioria das escolas de Florianópolis e região trabalha o forró entre os gêneros da Para ele, o grande apoio para dança de salão, sem turmas que o forró continue vivo específicas. Rafael Ribeiro, em Florianópolis e região é a existência do La Pedrera, única que há menos de um mês matriculou-se para fazer aulas casa específica do gênero na junto a sua esposa, procurava região, cujo espaço parece pelo forró, mas como a escola pequeno nos dias de super lotação, quando o forró tem não oferecia a modalidade com que ficar com passos mais exclusividade, acabou optando


pela dança de salão. "Hoje, aprendo além do forró, samba e bolero. Mas continuo gostando muito de forró e quero ir ao La Pedrera com a minha esposa para praticar os passos que aprendi em aula", comenta. Ricardo explica que a grande diferença do forró dançado na região é basicamente o jeito de se movimentar o tronco e os braços que, na maioria das vezes, são mais evidenciados que os quadris. Ele relata que, hoje, os passos são ensinados de modo mais padronizado pelas escolas de dança locais, que não excluem do método de ensino as características do forró dançado em casas noturnas.


Porto Alegre - RS No Rio Grande do Sul, extremo oposto a região de origem do forró, ele também tem seu espaço. “O que me atrai no ritmo é a musicalidade, a poesia, a facilidade para dançar, e o envolvimento causado pela relação corpohomem-mulher”, diz o professor gaúcho Lélio Santos da Silva. Ele recorda que, na década de 90, com a grande repercussão através de bandas como o Falamansa, Porto Alegre chegou a contar com casas especializadas em forró.

Hoje, o ritmo é encontrado em dias específicos em algumas casas noturnas da cidade, mas ainda mantém adeptos fiéis entre os alunos de dança de salão, já que o forró é ensinado na maioria das escolas da capital e sempre aparece nos bailes promovidos pelas mesmas. O forró pé de serra predomina nos salões da capital, com aparente preferência dos casais pelo xote.


“O que me atrai no ritmo é a musicalidade, a poesia, a facilidade para dançar, e o envolvimento causado pela relação corpo-homem-mulher”, Lélio Santos da Silva


Evolução

Nos passos do forró univer Texto: Keyla Barros Fotos: Daniel Tortora e divulgação

Forró, baião, xote matuto, xote chorado, arrasta-pé, xaxado. Assim como na música, também existem diferenças na forma de dançar forró, mas o estilo chamado “forró universitário” foi o responsável por popularizar e atrair a juventude na década de 90, quando o ritmo nordestino conquistou o Brasil. O professor Marinho Braz acompanhou este momento da história do forró de perto. Nascido em Feira de Santana, na Bahia, mas criado no Rio de Janeiro, ele começou seu envolvimento com a dança aos 10 anos como passista da escola de samba Beija Flor e, em 1994, aos 18 anos, ingressou na escola de Jaime Arôxa para aprender as danças a dois. Em 1996, assistindo a um tradicional concurso de dança de salão carioca, ficou intrigado ao notar que o único ritmo não representado na competição era o forró.


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“Perguntei ao produtor porque não tinha forró e ele respondeu: ‘porque forró ninguém quer saber, é coisa de Paraíba’. Isto mexeu com minha veia nordestina e decidi estudar o forró para depois ensinar no Rio”, relata Marinho. Com o apoio do dançarino pernambucano Jô Passos, uma referência do ritmo na época, em janeiro de 1997, ele embarcou em uma viagem de seis meses pelos nove estados do nordeste, estudando as peculiaridades do estilo de dançar forró em cada região. Na volta ao Rio de Janeiro, ofereceu seu trabalho em várias academias sem êxito, até receber o convite de Regina Vasconcelos para dar aulas em sua escola. E ele não desperdiçou a oportunidade. Começou dando aulas para dois casais, em pouco tempo tinha turmas quatro vezes por semana e logo surgiram os convites para abrir novas turmas em outras escolas. Em 1998, o interesse dos jovens pelo forró revelava um estilo de vida e de consumo que chamou a atenção de alguns empresários. Eles procuraram Marinho e pediram que ele desenvolvesse um estilo de dança que agradasse o sul e sudeste. “Eles chegaram pra mim e disseram que estavam preparados para invadir o mercado com o forró. Tinham a moda, indiana; a bebida, xiboquinha; as gravadoras, Deckdisc e depois Sony e outras; contatos na mídia e nas casas de show no sudeste; mas faltava uma referência para dança”, relata.


Evolução

“O Jô Passos só me apoiou na criação do forró universitário porque prometi preservar a pegada e o bate coxa, que são a essência do forró”, Marinho Braz


Marinho aceitou o desafio e viajou para Itaúnas, no Espírito Santo, conhecida como a capital do forró pé de serra, para estudar a dança. Lá teve aulas com Vevéio, segundo ele o criador do estilo Itaúnas de dançar, e Juruna. Com base nisso, desenvolveu os passos do forró universitário. “Coloquei os giros que eu tinha conhecimento de soltinho e salsa e cuidei da postura que o Jaime Arôxa sempre ensinou. Muita gente na época disse que esse forró não chegaria a lugar nenhum, pois era forró de laboratório, mas o pessoal gostou e começamos a apresentar a dança em programas de TV”, conta. Mas ele lembra: “O Jô Passos só me apoiou na criação do forró universitário porque prometi preservar a pegada e o bate coxa, que são a essência do forró”. As escolas tiveram uma resistência inicial ao novo estilo de dança, mas acabaram cedendo devido a grande procura dos alunos. Marinho conta que chegou a ter turmas com 200 alunos. Na época, assim como as músicas para dançar forró com letras que retratavam a realidade do sudeste e grupos com cantores jovens conquistavam o público, a dança mais elaborada e próxima de outros ritmos já ensinados nas escolas de dança, também agradou e, hoje, continua conquistando adeptos no Brasil e no exterior.


Mundo

FORRÓ PRA GRINGO VER

Texto: Keyla Barros I Fotos: divulgação

Que os “gringos” são fãs do nosso samba a gente já sabia, mas show de forró em praça pública na Espanha? Festival de Forró na Alemanha? Dançarina francesa dando aula de forró em Paris?! Isso mesmo! Estes são apenas alguns dos acontecimentos que revelam a nova paixão dos estrangeiros: o forró.


“O forró é encantador, é como fazer parte de uma família”, Marion Pigeard

No início de 2010, o jornal The New York Times trouxe a seguinte manchete: “Forró faz parisienses vibrarem”. A matéria falava das casas noturnas que dedicam uma ou mais noites ao forró na cidade e descrevia o ritmo como “uma dança tão terrena quanto é etérea”. A francesa Marion Pigeard, 33 anos, foi uma das entrevistadas pelo veículo. Ela já havia estudado jazz, sapateado e salsa, mas quando um músico brasileiro a apresentou ao forró e lhe ensinou os primeiros passos, Marion foi fisgada pelo ritmo. Em 2008, ela deixou o emprego para trabalhar como professora de forró em Paris. Sua preparação para a nova carreira incluiu aulas com professores brasileiros na Europa e viagens ao Brasil para aprender o ritmo em sua raiz. “O forró é encantador, é como fazer parte de uma família”, declara ela.


Em junho deste ano, Marion integrou o quadro de professores da quarta edição do Festival Forró de Domingo, em Stuttgart, na Alemanha. Maior evento voltado ao ritmo na Europa, o festival reuniu cerca de 800 participantes, sendo 90% estrangeiros não só da Alemanha, mas vindos também da Áustria, Bélgica, Espanha, França, Finlândia, Holanda, Inglaterra, Itália, Portugal e Suíça, entre outros. Durantes os quatro dias de evento, eles puderam escolher aulas em um dos 40 workshops, ministrados por nove professores, além de curtir quatro noites de festa regadas a muita dança ao som de grupos de forró atuantes na Europa e músicos brasileiros convidados. “O típico participante do festival tem entre 20 e 40 anos de idade, é comunicativo, interessado em outras culturas, e encantado pelo


Os irmãos Jiordano, Jian e Jidu Pasqualini, organizadores do Festival Forró de Domingo.

Brasil. Já esteve pelo menos uma vez no Brasil, ou então despertou através do forró interesse em viajar ao País, vivenciar a cultura em sua origem e adquirir outras maneiras de ver o mundo”, relata o paulista Jiordano Terra Pasqualini, professor e um dos criadores do evento ao lado dos irmãos Jian e Jidu, e da alemã, que também é sua parceira de dança, Henni Brockmann. A Alemanha não é a única a fazer sucesso com o forró. Atualmente, em diversos países da Europa é possível encontrar aulas, casas noturnas e eventos voltados ao ritmo, com destaque para Londres, Paris, Lisboa e Roma.


“O típico participante do Festival Forró de Domingo tem entre 20 e 40 anos de idade, é comunicativo, interessado em outras culturas, e encantado pelo Brasil. Já esteve pelo menos uma vez no Brasil, ou então despertou através do forró interesse em viajar ao País, vivenciar a cultura em sua origem e adquirir outras maneiras de ver o mundo”, Jiordano Terra Pasqualini



Mundo

“FOR ALL” Forrozeando pelo mundo

Existe uma interpretação popular que diz que a origem da palavra forró vem da pronúncia do nordestino para o inglês “for all” (para todos), termo usado por britânicos que promoviam festas abertas ao público em Pernambuco, no início do século XX. Embora esta versão já tenha sido desmistificada por estudiosos, o fato é que o forró se apresenta cada vez mais aberto a todos, prova disso é o trabalho intenso do professor carioca Marinho Braz, que tem circulado pelos continentes da Ásia, Europa, África, Oceania e Américas ensinando os estrangeiros a dançar forró. Desde sua primeira aula na Europa, em 1999, mais especificamente em Paris, Marinho não passou um só ano sem ser requisitado para aulas no exterior. Em 2011, não foi diferente, mas nos últimos meses, além de viajar dando aulas, ele também começou a divulgação do Congresso Mundial de Forró, evento que será realizado em 2013, no Rio de Janeiro, reunindo forrozeiros de todo o Brasil e exterior em workshops, apresentações e bailes.



Entre os grupos de forró que estarão se apresentando no Congresso está o Baião Brasil, liderado pelo carioca Denis Ferreira, que há três anos mora em Barcelona, na Espanha. “Este congresso vai levar forrozeiro alemão, de olho azul e cabelo louro pro Brasil”, brinca o músico que engrossa o movimento de divulgação do forró na Europa. Em 2010, graças ao patrocínio do Banco La Caixa, o Baião Brasil excursionou por mais de 35 cidades da Espanha levando a magia do forró.


Formado por mais dois brasileiros, um chileno e um mexicano, o grupo está prestes a lançar seu primeiro CD que trará clássicos do forró e também composições inéditas do próprio Denis. Entre os destaques deste trabalho estão um xote que fala da paixão por uma catalã, uma faixa com influência da música flamenca, e uma versão da música “Morena mia”, sucesso na Espanha na voz de Miguel Bosé, regravada como um xote e cantada em castelhano. Assim como para muitos outros músicos e dançarinos o Congresso Mundial de Forró será a primeira apresentação do grupo no Brasil e, para os dois integrantes estrangeiros, o primeiro show de forró em seu país de origem. “O evento vai unificar as pessoas que estão envolvidas com o forró, brasileiros ou não, de todas as partes do mundo”, ressalta Denis.

Será que algum dia Luiz Gonzaga imaginou que a poesia e a música nordestina atravessariam o mar?

Confira vídeo exclusivo do grupo Baião Brasil na seção “Ver e Ouvir – Minha dança em Pauta é...”




giro

Etsedron – Contos & Cantos da Feira de São Cristovão Fotos: Juliana Rodrigues

O Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, do Rio de Janeiro, será eternizado na série Etsedron. O nome é a escrita da palavra “nordeste” ao contrário e foi escolhido pelo autor para brincar com a questão da Feira de São Cristóvão ser a maior feira cultural nordestina fora do Nordeste. Serão cinco livros escritos pelo assessor de Comunicação e Projetos Especiais da Feira de São Cristóvão, Gilberto Teixeira. O primeiro, lançado em novembro, “Contos e Cantos da Feira”, conta a história de 12 personagens históricos do lugar, e vem com um CD com 12 canções inéditas, alusivas ao Nordeste e à Feira, com destaque para a participação especial de


Livro

Zé Ramalho na faixa Origem. Entre os personagens retratados destacam-se: Mestre Azulão, o cordelista mais antigo da Feira; Zé da Onça, o primeiro sanfoneiro da Feira; e Tia Maria das Garrafadas, especialista em plantas medicinais e exóticas. O segundo livro da série, “A Arte da Feira de São Cristóvão”, tem lançamento previsto para 2012. Ele vai mostrar os aspectos

culturais da Feira, como a música, a xilogravura, o repente, o cordel e o artesanato. Os outros três livros, sem previsão de lançamento, são: “As Mulheres da Feira de São Cristovão”, “A Essência da Culinária na Feira” e “A Gênese da Feira”. Este último trará um resgate da história dos quatro fundadores: João Gordo, Índio, Seu Dorge e Macaco, todos nascidos na Paraíba.


giro


Livro 200 Anos da Dança de Salão no Brasil O forró também mereceu espaço neste livro organizado por Marco Antônio Perna, uma coletânea de artigos, crônicas e poesias, de 16 autores diferentes, que procuram registrar um pouco da história brasileira da dança de salão. O livro integrou as ações em comemoração aos 200 anos de ensino da Dança de Salão no País, que teve por base a mais antiga publicação de anúncio de aulas de dança que se tem conhecimento. No capítulo “O Forró e a Forroda”, Solange Gueiros fala mais sobre a história do ritmo e seus gêneros. A publicação é, com certeza, um importante registro das danças de salão no Brasil, que merece ser lido tantos por estudiosos e profissionais do meio quanto pelos adeptos das danças a dois.


Venha curtir o praze

R. Desembargador Clotรกrio Portugal, 274 - Centro


er da dan莽a a dois! Domingo Forr贸 com o grupo Areia Branca Abertura da casa 20h30 Ingresso: at茅 21h30 fem R$ 8,00 / masc R$ 10,00 ap贸s fem R$ 10,00 / masc R$ 13,00 Curitiba PR Fone: (41) 9938-9510 / 9198-6607 / 8415-3619


www.dancaempauta.com.br


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