Duna - Complexo Praiano (TCC FAU - UnB) by Danielle Dantas

Duna Complexo Praiano 2019

Por Danielle Eveline Dantas Mota

Trabalho Final de Graduação

Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Tema: Duna - Complexo Praiano Autora: Danielle Eveline Dantas Mota Professor orientador: Eliel Américo Santana da Silva Professor colaborador: João Pantoja Banca Avaliadora: Professoras Cláudia Garcia e Maria Cecília Gabriele

Brasília 2019

Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, à Deus, por sempre me abençoar com saúde e disposição; Aos meus pais, por me proporcionarem a melhor educação possível e por sempre me incentivarem a estudar e a correr atrás dos meus sonhos; Aos meus familiares e amigos, por todo o apoio emocional dado durante essa jornada; Ao meu professor orientador Eliel, por me acalmar nos momentos de angústia e acreditar no potencial do meu trabalho; Aos meus chefes e ex-chefes, por dividirem comigo suas experiências e conhecimento; E, em especial, ao Henrique lobo, Marcos Afonso, Marcos Paulo, Juliana Dullius, Georgia Durand, Mayara Neres e Bruna Rambo por me auxiliarem a concretizar este trabalho de diplomação.

00 APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL 24

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

2.1 O Turismo em Natal RN 24

3.1 Bayreuth Youth Hostel - Lava Architects 54

1.2 A Industria Turística no Brasil 17

2.2 A Via Costeira (RN301) 34

3.2 Hôtel des Horlogers BIG 61

1.3 A Hotelaria e os Meios de Hospedagem 18

2.3 As Ruínas do Hotel Bra 39

3.3 Outras Referências 65

1.4 Os Hostels (Albergues da Juventude) 19

2.4 O Diagnóstico do Terreno

13 14

1.1 O Turismo: Breve Contexto Histórico

04 DUNA

4.1 O Complexo

4.2 O Partido Arquitetônico

4.3 Desenhos técnicos 80 4.4 Perspectivas

108

4.5 Detalhes e +

122

BIBLIOGRAFIA

135

1.5 O Design no Segmento Hoteleiro 21

Listas

Lista de Imagens Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

1 Vista da cidade de Natal - Fonte: Booking.com ��13 2 Atual identidade visual da marca Hostelling International - Fonte: Site oficial da Hostelling International (2018). ��20 3 Radisson Blu Hotel, Dinamarca - Fonte: Booking.com (2018) ��21 4 Vista da cidade de Natal - Fonte: www.praiamarnatal.com.br ��24 5 Forte dos Reis Magos - Fonte: www.nominuto.com ��24 6 Centro de lançamento da Barreira do Inferno - Fonte: www.praiasdenatal.com.br ��25 7 Praia de Ponta Negra - Fonte: www.wikipedia.org ��25 8 Aquário de Natal - Fonte: www.lagunapirangi.com.br ��25 9 Mapa das praias urbanas de Natal - Fonte: ww.natal.rn.gov.br ��26 10 Perfil do turista que visitou Natal em 2018 - Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do FECOMERCIO - RN ��28 11 Porcentagem dos jovens que visitaram Natal em 2018 - Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do FECOMERCIO - RN ��28 12 Republika Hostel - Fonte: www.tripadvisor.com.br ��30 14 Verdes Mares Hostel - Fonte: www.apontador.com ��30 13 Hostel das Canárias - Fonte: www.aluguepousadas.com.br �� 30 15 Blue Hostel - Fonte: www.reservehotelonline.com.br ��30 17 Jambudvipa Hostel - Fonte: www.tripadvisor.com.br ��31 16 Hostel Lua Cheia - Fonte: www.viagemeturismo.abril.com.br ��31 18 Hostel Rota 37 - Fonte: www.booking.com ��31 19 Get Up Hostel (Antigo Fun Hostel) - Fonte: www.tripadvisor.com ��32 21 Hostel Margo - Fonte: www.hostel-margo.natal-hostels.com.br ��32 20 Che Lagarto Hostel - Fonte: www.tripadvisor.com ��32 22 Visual da Via Costeira - Fonte: www.g1.globo.com ��34 23 isual da Via Costeira - Fonte: www.praiasdenatal.com.br ��34 24 Planta esquemática da Via Costeira (1981-2006) - Fonte: REIS (2014) ��35 25 Perfil esquemática da Via Costeira (1981-2006) - Fonte: REIS (2014) ��35 26 Projeto de duplicação da Via Costeira (2006) - Fonte: REIS (2014) ��35 27 Projeto das vias de acesso à praia (2006) - Fonte: REIS (2014) ��36 28 Via Costeira antes de 2006 - Fonte: www.wikimedia.org ��36 29 Via Costeira após a duplicação de 2006 - Fonte: www.riograndedonorte.net ��36 30 Planta da Via Costeira após a duplicação de 2006 - Fonte: REIS (2014) ��37 31 Perfil da Via Costeira após a duplicação de 2006 - Fonte: REIS (2014) ��37 32 Esqueleto do Hotel BRA - www.blogwilliamvieira.blogspot.com ��39 33 Esqueleto do Hotel BRA - Fonte: fotografia tirada pela autora ��39 34 Proposta de hotel para a gleba 6 - Fonte: www.nominuto.com ��41 35 Proposta de hotel para a gleba 6 - Fonte: www.nominuto.com ��41 36 Esqueleto do Hotel BRA em planta - Fonte: Google Earth ��41 37 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora ��42 38 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora ��43 39 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora ��43 40 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora ��43 41 Planta com dimensões e níveis - Fonte: Elaborado pela autora ��44 42 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora ��44 43 Perspectiva da topografia do terreno - Fonte: Elaborado pela autora ��44 46 Imagem 45: Carta de frequencia de ocorrencia dos ventos - Fonte: Elaborado pela autora ��45 44 Carta solar de Natal (jan - jun) - Fonte: Elaborado pela autora ��45 47 Fatores ambientais no terreno - Fonte: Elaborado pela autora ��45 45 Carta solar de Natal (jun-dez) - Fonte: Elaborado pela autora ��45 48 Imagem 47: Visual Oeste (Parque das Dunas) - Fonte: Fotografada pela autora ��46 49 Visual Leste (Praia Barreira D’água) - Fonte: Fotografada pela autora ��46 50 Visual Sul (Orla de Ponta Negra) - Fonte: Fotografada pela autora ��46 51 Visual Norte (Nível da Via) - Fonte: Fotografada pela autora ��47

Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

52 Visual Norte (Nível da Praia) - Fonte: Fotografada pela autora ��47 53 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora �� 48 54 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora �� 48 56 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora �� 49 55 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora �� 49 57 56 :QR CODE - visual no nivel da via - Fonte: Filmado pela autora �� 50 58 QR CODE - visual no nivel da praia - Fonte: Filmado pela autora �� 50 60 Acesso ao lote (nível da praia) - Fonte: Fotografado pela autora �� 50 59 Acesso ao lote (nível da via) - Fonte: Fotografado pela autora �� 50 61 Acesso à praia - Fonte: Fotografado pela autora �� 50 63 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora ��51 64 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora ��51 62 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora ��51 65 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora ��51 66 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora �� 52 67 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora �� 52 68 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora �� 52 69 Vista do Bayreuth Hostel - Fonte: archdaily.com �� 55 70 Esquema do nível térreo - Fonte: archdaily.com �� 56 71 Esquema do primeiro pavimento - Fonte: archdaily.com �� 56 73 Fotografia do lobby (projeto finalizado) - Fonte: archdaily.com �� 56 72 Imagem especulativa do lounge multimedia e lobby - Fonte: archdaily.com �� 56 74 Fotografia do campo esportivo - Fonte: archdaily.com �� 57 75 Átrio central do Hostel - Fonte: archdaily.com �� 58 76 Terraço do piso superior - Fonte: archdaily.com �� 58 77 Corte esquemático do edifício - Fonte: archdaily.com �� 58 78 Ilustração dos pavimentos e elementos estruturais - Fonte: archdaily.com �� 58 79 Imagem de um dos quartos do Hostel - Fonte: archdaily.com �� 59 80 Ilustração dos quartos do hostel - Fonte: archdaily.com �� 59 81 Ilustração dos quartos do hostel - Fonte: archdaily.com �� 59 82 Gavetas para guardar as bagagens - Fonte: archdaily.com �� 60 83 Vista do hostel - Fonte: archdaily.com �� 60 84 Vista do hotel - Fonte: big.dk �� 61 86 Vista do Museé Atelier - Fonte: big.dk �� 62 85 Maquete do Hotel - Fonte: big.dk �� 62 87 Passo 1 - Fonte:big.dk �� 63 89 Passo 3 - Fonte:big.dk �� 63 88 Passo 2 - Fonte:big.dk �� 63 90 Passo 4 - Fonte:big.dk �� 63 91 Relação entre o museu e o hotel - Fonte:big.dk �� 63 92 Conjunto museu e hotel - Fonte:big.dk �� 63 93 Rampas do hotel durante o inverno - Fonte:big.dk �� 64 95 Rampas do hotel durante o verão - Fonte:big.dk �� 64 94 Último nível do hotel - Fonte:big.dk �� 64 96 The Kayon jungle Resort - Fonte:www.wotif.com �� 65 97 The Kayon jungle Resort - Fonte:www.wotif.com �� 65 98 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com �� 66 99 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com �� 66 100 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com �� 66 101 Coo Boutique e Hostel restaurante - Fonte: www.staycoo.com �� 67 102 Coo Boutique e Hostel fachada - Fonte: www.staycoo.com �� 67 103 Coo Boutique e Hostel restaurante - Fonte: www.staycoo.com �� 67 104 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo.com �� 68 106 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo.com �� 68

Imagem 105 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo.com �� 68

Lista de Diagramas Diagrama 1 Cadeia produtiva do turismo - Fonte: elaborado pela autora a partir de Tomé (2017). ��18 Diagrama 2 Marcos históricos para a hotelaria mundial - Fonte: elaborado pela autora a partir de Gomes (2014). 18 Diagrama 3 Marcos históricosdo movimento alberguista - Fonte: elaborado pela autora a partir de Embratur (1987) e Figueiredo (2018). �� 20 Diagrama 4 Características fa geração Y - elaborado pela autora a partir de Meyer (2018) �� 22

Lista de Gráficos Gráfico 1 Meios de transporte para chegar à Natal - Fonte: FECOMÉRCIO - RN 27 Gráfico 2 Meios de hospedagem escolhidos pelos turistas (anos 2017 e 1028) - Fonte: FECOMÉRCIO - RN �� 28 Gráfico 3 Meios de hospedagem cataglogados no RN - Fonte: IBGE �� 28

Lista de Mapas Mapa Mapa Mapa Mapa Mapa Mapa

1 2 3 4 5 6

Concentração dos meios de hospedagem em Natal - Fonte: Elaborado pela autora 29 Localização dos Hostels identificados em Ponta Negra - Fonte: Elaborado pela autora �� 29 Localização da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora �� 34 Ocupação das glebas da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora a partir de REIS (2014) �� 37 Locação dos hotéis nas glebas da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora a partir de REIS (2014) �� 38 Distâncias e transportes - Fonte: Elaborado pela autora �� 52

Lista de Quadros Quadro 1 Tipos de turismo em relação ao deslocamento - Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo. 17 Quadro 2 Tipos de turismo em relação à motivação - Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo (2018b). ��17 Quadro 3 Classificação oficial dos meios de hospedagem - Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo (2010). ��19 Quadro 4 Diferenças entre hotéis convencionais e hotéis design - Fonte: elaborado pela autora a partir de Oliveira (2012) �� 21 Quadro 5 Atrativos turísticos mais visitados em Natal no ano de 2018 - Fonte: FECOMÉRCIO - RN �� 27 Quadro 6 Identificação dos Hostels de Ponta Negra - Fonte: Elaborado pela autora �� 29 Quadro 7 Situação da Via Costeira ao longo dos anos - Fonte: Elaborado pela autora �� 36 Quadro 8 Usos permitidos na ZET-2 (Níveis) - Fonte: Instrumento de ordenamento urbano de Natal, p.538 �� 38 Quadro 9 Usos permitidos na ZET-2 - Fonte: Instrumento de ordenamento urbano de Natal, p.538 �� 38 Quadro 10 Usos permitidos na ZET-2 - Fonte: Instrumento de ordenamento urbano de Natal, p.538 �� 39

Apresentação

Danielle Dantas

Complexo Praiano

Duna

O projeto “DUNA - complexo praiano” trata-se de um albergue à beira-mar pensado para além de estimular o turismo econômico na cidade de Natal - RN, oferecer espaços públicos e privados de contemplação e lazer à população local e visitantes. O complexo situa-se na praia Barreira D’água, também conhecida como praia da costeira, e propõe-se a ocupar um terreno em que, atualmente, encontram-se ruínas de um edifício abandonado há mais de 20 anos. A praia Barreira D’água é caracterizada por situarse a frente do parque das Dunas (região de preservação ambiental), por possuir difícil acesso - visto que sua orla encontra-se a 18 metros abaixo do nível da rua -, também por ladear a via costeira, avenida expressa responsável por unir a região sul ao centro da cidade, e, principalmente, caracteriza-se como uma praia de caráter essencialmente turístico, uma vez que é ocupada apenas por resorts e grandes hotéis de luxo. Dessa forma, com o intuito de valorizar o visual litorâneo da cidade e estimular a democratização da praia, o complexo surge com os seguintes atrativos: “DUNA Hostel”, com acomodações tradicionais e compartilhadas; “Restaurante DUNA”, aberto para toda a população; “Cabana de praia DUNA”, um espaço privado para turistas e natalenses curtirem a praia Barreira D’água e refrescarem-se do calor; e, por fim, o “Mirante das DUNAS”, um amplo espaço público de contemplação.

Duna

O turismo no Brasil se apresenta como importante fator para a movimentação da economia do país. Mesmo em recessão, segundo estudo disponibilizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o turismo conseguiu injetar 163 bilhões de dólares no Brasil em 2017, o que foi equivalente a 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2018c). Além disso, uma pesquisa realizada pela empresa Ipsos, em maio de 2018, apontou que 68% dos brasileiros já possuem planos para viagem de férias (COBERTURA, 2018). Esse dado revela a importância que é dado ao turismo nas famílias brasileiras uma vez que, mesmo com o orçamento apertado, a grande maioria não abre mão de investir no setor de viagens a lazer. Nesse sentido, pesquisas mostram que a crise econômica presente no Brasil não impediu os brasileiros de viajar, contudo, fez com que as famílias programassem viagens mais curtas, escolhessem destinos mais baratos e meios de hospedagem mais acessíveis. Dentro desse cenário, destaca-se o aumento da procura por hospedagem em Hostels que cresceu, em 2017, 51% em relação ao ano anterior. O crescimento da procura por

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esse tipo de hospedagem também foi acompanhado pelo aumento do número de Hostels registrados no Brasil, que cresceu 533% nos últimos cinco anos. Em tempo, a projeção do mercado é que a indústria de Hostels cresça de 7% a 8% por ano (DINO, 2018). O aumento do setor de Hostels contudo não se deu somente graças a crise econômica. É fato que os preços mais acessíveis desse meio de hospedagem são um grande atrativo, porém não são o único. Uma pesquisa recente feita pela Phocuswright confirmou que a geração Millenials, jovens de 20 a 36 anos nascidos entre 1980 e 1996, tem predileção por esse tipo de hospedagem compondo 70% dos turistas do mundo que costumam reservar Hostels (EVENTOS, 2017). Essa predileção acontece, segundo Giaretta (2003), porque essa geração é questionadora, costuma fugir do tradicional, planejar suas viagens sozinhos, na maioria das vezes com auxílio da tecnologia, gostar de sociabilização além de apresentar relevante preocupação com o meio ambiente. Nesse panorama turístico brasileiro destacase a capital do Rio Grande do Norte, Natal, como um dos destinos mais cobiçados do Brasil para viagens a

lazer. Em 2017 foi a 11ª cidade mais visitada por turistas internacionais (MINISTERIO DO TURISMO, 2018a). Esse grupo de estrangeiros, no verão de 2018, correspondeu a 28,8% dos turistas que visitaram a cidade contra 71,2% de turistas brasileiros (FECOMÉRCIO RN, 2018). Esses dados afirmam não somente a relevância da cidade para o turismo do país, principalmente o de alta temporada (dezembro e janeiro), mas também a sua função como cidade representante do Brasil a muitos visitantes internacionais. A cidade do Sol é destino também de muitos turistas jovens. Segundo o relatório do perfil do turista do RN (FECOMÉRCIO RN, 2018) 34,3% dos visitantes de Natal da alta temporada de 2018, pertenciam a geração Millenials. O documento ainda revela que apesar da procura por Hostels na região ter aumentado 2% em 2018 (em relação ao ano anterior) apenas 2,6% dos turistas optaram por esse meio de hospedagem. Entre outros fatores, esse dado representa a baixa oferta de Hostels, em número e qualidade, presentes na região.

Introdução Imagem 1 Vista da cidade de Natal - Fonte: Booking.com

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Justificativa

O incômodo causado por um edifício abandonado, há mais de 20 anos, em um terreno à beira-mar na cidade de Natal foi o primeiro fator motivador para a escolha do tema. Posteriormente, a ideia de atribuir àquele terreno uma função hoteleira acessível e focada em receber o público jovem fez sentido, uma vez que o trecho de orla em que o “esqueleto” está situado é ocupado majoritariamente por resorts e hotéis de luxo. Dessa forma, o complexo praiano DUNA surge com o propósito de despoluir visualmente a paisagem da orla de Natal e valorizá-la através da criação de um espaço que, além de receber visitantes e incentivar o turismo jovem e acessível na região, seja também um novo ponto de lazer e contemplação disponível aos moradores e visitantes da cidade.

Fundamentação Teórica

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1.1 O Turismo: Breve Contexto Histórico Historiadores relatam que o turismo surgiu como atividade econômica durante a antiguidade clássica, na Grécia, em função dos jogos olímpicos que atraíam atletas e espectadores, a cada quatro anos, para a cidade – estado de Olímpia. Essa movimentação na cidade incentivou os cidadãos gregos a criarem alojamentos, e esquemas de alimentação e transporte para receber os turistas (COLANTUONO, 2015). Paralelo à Grécia, segundo Colantuono (2015), a expansão do Império Romano juntamente com o desenvolvimento das obras viárias e a grande oferta de espetáculos circenses, lutas, teatros e termas, motivou o intercâmbio comercial e incentivou as viagens a lazer. Contudo, o turismo só foi se consolidar, de fato, na Inglaterra durante a Revolução Industrial, no século XIX. A ascensão da classe média juntamente com a modernização (surgimento da indústria comercial aérea) e barateamento dos meios de transporte foram os principais fatores para o surgimento da indústria turística ( MULLER; HALLAL; RAMOS; GARCIA, 2011). No Brasil, o turismo começa a se consolidar na década de 50. Nesse período, segundo Solha (2002) apud Tomé (2017), a hotelaria nacional já tinha razoável proporção nas principais capitais do país. As companhias aéreas começaram a aumentar suas frotas e as agências de viagens brasileiras começaram a se organizar em associações regionais e a frequentarem eventos internacionais. Contudo, apenas em 1958, o governo instituiu a COMBRATUR (Comissão Brasileira de Turismo), o que pode-se considerar a primeira política pública do estado a serviço do turismo brasileiro. Posteriormente, o crescimento do setor turístico no mundo e a promissora movimentação econômica realizada por essa indústria

estimulou, em 1966, a criação da EMBRATUR (Empresa Brasileira de turismo) e do CNTur (Conselho Nacional de Turismo). Ambos responsáveis por discutir e traçar diretrizes para a política nacional do setor turístico, além de coordenar o desenvolvimento do turismo brasileiro e refazer a imagem do Brasil no exterior (MULLER; HALLAL; RAMOS; GARCIA, 2011). A criação da EMBRATUR, de acordo com Muller; Hallal; Ramos; Garcia (2011) foi fundamental para o desenvolvimento do mercado hoteleiro no Brasil. Em 1971 foi criado pela EMBRATUR o FUNGETUR (Fundo Geral do Turismo) juntamente com o FISET (Fundo de Investimentos Setoriais), que atuavam através de incentivos fiscais para a construção e reforma de hotéis. Após a criação desses fundos, estados e prefeituras passaram também a oferecer vantagens para investidores do ramo hoteleiro. Dessa forma, ao longo da década de 70 as empresas hoteleiras brasileiras dobraram sua capacidade e passaram a oferecer estruturas maiores e mais luxuosas aos seus hóspedes. Ainda nesse período, empresas internacionais como a Hilton, a Sheraton e a Holiday Inn instalaram seus primeiros hotéis no Brasil. Hoje, as políticas nacionais referentes à todas as atividades turísticas no Brasil são discutidas e elaboradas pelo Ministério do Turismo. Criado em 2003, esse órgão tem como função desenvolver o turismo como atividade econômica sustentável, com relevância na geração de empregos e divisas proporcionando a inclusão social (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2015). No âmbito global, a responsabilidade por incentivar o turismo acessível e sustentável fica a cargo da agência especializada em turismo das Nações Unidas, a Organização Mundial do Turismo criada em 1925.

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1.2 A Industria Turística no Brasil

De acordo com o Ministério do Turismo, a atividade turística se define pelas seguintes palavras: Atividade econômica representada pelo conjunto de transações compra e venda de serviços turísticos efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2011 apud SANTOS; BERTOLDI, 2012, p.2) Nesse contexto, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, o tipo de deslocamento realizado durante a viagem pode classificar o turismo em: receptivo, emissivo e doméstico, ambos descritos no quadro 1 (TOMÉ, 2017). Em se tratando das razões motivadoras do deslocamento, diversos fatores contribuem para outra segmentação dos tipos de turismo. Nesse sentido, de acordo com Santos; Bertoldi (2012) o turismo pode ser categorizado em: ecoturismo, turismo cultural, turismo a lazer, turismo a estudos, turismo a negócios, entre outros explícitos e descritos no quadro 2.

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Apesar da variedade de fatores motivadores do turismo (quadro 2), segundo as estatísticas feitas pelo Ministério do Turismo (2018a), mais de 60% das viagens realizadas em 2016 e 2017 no Brasil foram feitas a lazer. Esse dado é responsável por direcionar a política nacional de turismo a incentivar investimentos que supram essa demanda específica. Nesse sentido, pode-se destacar o investimento em restaurantes, hotéis de luxo e resorts, a organização de passeios e excursões pelas agências turísticas e a capacitação de profissionais para guiar e atender esses visitantes. A indústria turística contribui não somente para o desenvolvimento sociocultural do Brasil mas também se mostra bastante relevante para a movimentação econômica do país. Em 2017, o turismo representou 7,9% do PIB do ano (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2018c), além de ser responsável por empregar, no mesmo ano, segundo Conteúdo (2018), 2.921.314 pessoas sendo 65,3% do segmento hoteleiro e alimentício. Todavia, é importante destacar que essa movimentação econômica se dá pela realização de diversas atividades que fazem parte da cadeia produtiva do turismo (quadro 3), como por exemplo a atividade hoteleira e a atividade dos meios de locomoção. O Brasil destaca-se ainda, de acordo com o Ministério do Turismo (2017), por ser o 1º país do mundo em recursos naturais e o 8º em recursos culturais. Esses dados fazem com que o país apresente um alto potencial de turismo receptivo a ser desenvolvido. Ainda em tempo, destaca-se também, de acordo com Tomé (2017), o dado de que o Brasil apresenta a 8ª economia turística do mundo além de ser o 3º país com maior número de voos comerciais domésticos. Dessa forma, os pontos aqui apresentados justificam a relevância do turismo para o Brasil de modo geral. E, ainda, demonstram a necessidade de mais investimentos no setor, financeiros e acadêmicos, para que o mesmo se desenvolva e seja valorizado como importante segmento industrial.

Quadro 1 Tipos de turismo em relação ao deslocamento - Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo.

TURISMO EMISSIVO

Quando residentes viajam a outro país, do ponto de vista do país de origem. Exmplo: Italianos visitando o Brasil.

TURISMO RECEPTIVO

Quando não residentes são recebidos por um país de destino, do ponto de vista desse destino. Exemplo: Brasileiros visitando a Itália.

TURISMO DOMÉSTICO

Quando residentes de dado país viajam dentro dos limites do mesmo. Exemplo: Brasileiros viajando pelo Brasil.

Quadro 2 Tipos de turismo em relação à motivação - Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo (2018b).

ECOTURISMO

Utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista.

TURISMO SOCIAL

Atividade que promove a igualdade de oportunidades, a eqüidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão.

TURISMO CULTURAL

Relacionado s à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural. Inclui o turismo gastronômico.

TURISMO RELIGIOSO

Decorrente da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.

TURISMO EDUCACIONAL

Consiste em atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação educacional e profissional.

TURISMO A NEGÓCIOS E EVENTOS

Decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social.

TURISMO A LAZER

Busca o entrenimento, o repouso, e atividades de livre vontade do indivíduo.

TURISMO DE AVENTURA

Decorre da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.

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1.3 A Hotelaria e os Meios de Hospedagem

A hotelaria, tal qual conhecemos, teve sua evolução paralelamente ao desenvolvimento do turismo. De acordo com Andrade; Brito; Jorge (2017), os hotéis se estabeleceram como atividade econômica, com staff padronizado, formado por gerentes e recepcionistas, somente no início do século XIX (revolução industrial). Anteriormente, segundo os autores, a hospedagem era feita em mosteiros e abadias, e depois, era exercida pelo Estado nos palácios da nobreza ou em instituições militares e administrativas. Nessa época, atender aos viajantes era dever moral e espiritual. No Brasil, a hospedagem durante o período colonial se dava nas casas-grandes, nos engenhos, nas fazendas, nos ranchos erguidos na beira das estradas e nos casarões das cidades. Nesse período, era comum as famílias receberem hóspedes em suas casas e, por isso, muitas eram construídas com um quarto exclusivamente para esse fim. Posteriormente, no séc. XVIII, começaram a surgir no Rio de Janeiro estalagens ou casas de pasto que ofereciam, inicialmente, refeições a preço fixo, e, após certo período, passaram oferecer também quartos para dormir. Esses seriam os primeiros embriões dos hotéis no Brasil (ANDRADE; BRITO; JORGE, 2017). Contudo, os hotéis só foram se consolidar como atividade econômica no Brasil, segundo Andrade; Brito; Jorge (2017), em 1808 com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro e a abertura dos portos. Esses dois fatos trouxeram um grande fluxo de estrangeiros diplomatas, aumentando a demanda por alojamentos. Diante desse cenário, as hospedarias, casas de pensão e tavernas passaram a utilizar a denominação “hotel” com intenção de identificar a casa como um meio de hospedagem, independentemente da quantidade dos quartos oferecidos e dos serviços disponíveis. Atualmente, a hotelaria é um dos agentes principais na cadeia produtiva do turismo (diagrama 1). Segundo Tomé (2017), esse ramo tem como principais receitas as diárias de hospedagem, as despesas com refeições e bares, a locação de espaços para eventos e reuniões, lavanderia e atividades de lazer. Já seus custos dividemse em fixos (salários administrativos, manutenção do espaço, etc.) e variáveis (contas de energia, água, telefone, entre outros) conforme a ilustração xx. Com o intuito de regularizar e padronizar os tipos de hotéis e alojamentos, garantindo uma concorrência justa no mercado, o Ministério do Turismo disponibilizou em 2002 depois de algumas versões mal sucedidas, o atual Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem (SBClass), baseado nas simbologias das estrelas para a diferenciação das categorais. Neste documento, é possível encontrar também a definição do termo “meio de hospedagem” conforme descrito a seguir:

Danielle Dantas

Diagrama 1 Cadeia produtiva do turismo - Fonte: elaborado pela autora a partir de Tomé (2017).

TURISTAS

AGÊNCIAS DE VIAGENS

OPERADORAS DE TURISMO

MEIOS DE HOSPEDAGEM

MEIOS DE LOCOMOÇÃO

DEMAIS SERIÇOS

Diagrama 2 Marcos históricos para a hotelaria mundial - Fonte: elaborado pela autora a partir de Gomes (2014).

Estâncias hidrominerais isntaladas pelos romanos na Inglaterra, Suíça e Oriente Médio. Pontos de paradas de caravanas.

ANTIGUIDADE

Os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010, p.8).

Surgimento de Hotéis na Inglaterra e EUA, estimulados pela Rev. Industrial.

1790

Abadias e Mosteiros que acolhiam hóspedes. Acomodações junto aos postos de articulação dos correios. Abrigos para cruzadas e peregrinos.

“Boom” de hotéis nos EUA e Europa graças a prosperidade econômica.

1920

1950

IDADE MODERNA

IDADE MÉDIA

1870

Novo surto de construções de hotéis graças a era dos jatos e o incremento do movimento turístico mundial.

Surgimento do quarto com banheiro privativo (apartamento).

1850

Áreas próximas às estações ferroviárias passam a concentrar os hotéis no final do séc. XIX e começo do séc. XX.

1970 Operação dos Boings 747, com capacidade pra grande fluxos de passageiros, impulsionando ainda mais os fluzos turísticos.

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1.4 Os Hostels (Albergues da Juventude)

Dessa forma, o SBClass categoriza os meios de hospedagens nos seguintes tipos: Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama & Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/ Apart Hotel. Cada categoria possui um número mínimo e máximo de estrelas para classificação (quadro 3) que se pauta em três requisitos principais: infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Dessa forma, para que um estabelecimento seja oficialmente cadastrado como meio de hospedagem e classificado pelo Ministério do Turismo, é necessário que o proprietário do local se cadastre no site do Ministério e solicite uma visita de avaliação. Nessa visita um representante legal do Inmetro avalia o estabelecimento e emite um relatório que classifica o meio de hospedagem de acordo com os critérios já determinados pelo SBClass (quadro3) (MINISTÉRIO DO TURISMO,2010). O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem possibilitou a regulamentação dos estabelecimentos hoteleiros. Contudo, ele é falho ao não incluir a categoria dos Hostels, também conhecido como albergues, como opção disponível. Em função disso, os Hostels serão tratados de forma individual no próximo item.

Sabe-se que além dos meios de hospedagem listados no Sbclass, existem outros que ainda não foram incluídos na classificação oficial do Ministério do Turismo. Giaretta (2003) entende que esses meios de hospedagem são uma opção alternativa que atende a um público não tradicional, possuidor de exigências e prioridades distintas do hóspede considerado tradicional ou padrão. Para tanto, a autora define o seguinte conceito para o termo/ categoria “ meio de hospedagem alternativa”

Quadro 3 Classificação oficial dos meios de hospedagem Fonte: elaborado pela autora a partir de dados do Ministério do turismo (2010).

Varia de

HOTEL

Meio de hospedagem com serviços de recepção e alimentação.

Varia de

RESORT

Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que oferece serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento.

Varia de

HOTEL FAZENDA

Hotel instalado em uma fazenda ou outro tipo de exploração agropecuária e que oferece a vivência do ambiente rural.

CAMA E CAFÉ

Meio de hospedagem oferecido em residências, com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, em que o dono more no local, com café da manhã e serviços de limpeza.

Varia de

HOTEL HISTÓRICO

POUSADA

Meio de hospedagem de característica arquitetônica predominantemente horizontal, com até três pavimentos, 30 unidades habitacionais e 90 eitos, com serviços de recepção e alimentação

FLAT/ APART HOTEL

Meio de hospedagem em edifício, com serviços de recepção, limpeza e arrumação, constituído por unidades habitacionais que dispõem de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, com administração e comercialização integrada.

Varia de

Hotel instalado em edificação com importância histórica.

Varia de

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Meio de hospedagem não-convencional que complementa a oferta de leitos nos destinos turísticos, e tem como característica ser mais econômica que a hospedagem convencional, apresentando grande variação quanto sua prestação de serviços. É de propriedade de pequenos empreendedores e conta com um leque composto de: albergues da juventude, camping, acampamentos, residências estudantis, alojamentos esportivos, quartos em residência da população local, pousadas, ônibus-leito, estabelecimentos religiosos, alojamentos de clubes de campo etc. (GIARETTA, 2003, p.85). Nesse sentido, como já dito, esses meios de hospedagem surgem para suprir a demanda de um turismo alternativo, jovem e social, denominado por Giaretta (2003) como turismo da juventude”. Segundo a autora esse esse tipo de turismo se define como um turismo praticado por grupos homogêneos de jovens, com características diferenciadas por período etário, estilo de vida e estado de espírito. Esse grupo é fomentado por meios de hospedagem alternativos como, por exemplo, albergues da juventude, clube de escoteiros e campings. Dessa forma, segundo Giaretta (2003), o público praticante desse tipo de turismo é um público que foge do padrão já que demonstra interesse em sociabilização, contato com a natureza e preocupação com o meio ambiente. Mediante o exposto, os Hostels destacam-se como um interessante meio de hospedagem para suprir a demanda do turismo jovem, principalmente por apresentarem, em sua maioria, diversas tipologias de quarto, o que acaba resultando em preços mais econômicos para os viajantes. É importante ressaltar que o termo em inglês “ Youth Hostel”, primeiro nome dado a esse meio de hospedagem, foi traduzido para o português como “albergue da juventude”. Neste trabalho, os dois termos serão utilizados uma vez que possuem o mesmo significado. Contudo, ressalta-se que, segundo pesquisa realizada por Bahls e Pereira (2017), entre 15 proprietários apenas 1 prefere denominar seu

estabelecimento como albergue. A preferência pela denominação “Hostel” se dá, principalmente, por ser uma palavra conhecida internacionalmente e, logo, de entendimento facilitado. Apesar dos Hostels não estarem na classificação de meios de hospedagem do Ministério do Turismo, a Embratur reconhece esse tipo de estabelecimento e o define da seguinte forma: Meio de hospedagem peculiar de turismo social, integrado ao movimento alberguista nacional e internacional, que objetiva proporcionar acomodações comunitárias de curta duração e baixo custo com garantia de padrões mínimos de higiene, conforto e segurança (EMBRATUR, 1987). Para Joaquim Trotta (1978) apud Gomes (2014), os Hostels exitem para “ajudar os jovens a viajar, conhecer, amar a natureza e apreciar os valores culturais das pequenas cidades e grandes metrópoles”. Ainda de acordo com Gomes (2014), Richard Schirmann, alemão e idealizador desse meio de hospedagem, em uma de suas publicações em 1920, aconselha os jovens a pensarem na serenidade do tempo durante suas viagens, deixando de lado cada coisa que não seja essencial. Esses dizeres traduzem muito do que é considerada a filosofia do movimento alberguista. De acordo com Giaretta (2003) os Hostels se diferenciam dos hotéis em diversos aspectos. O primeiro deles certamente é o público alvo, que não é mais o hóspede tradicional e sim os praticantes do turismo jovem. O segundo é a oferta de tipologias de quarto, que incluem quartos e banheiros compartilhados pelos hóspedes. O terceiro pode-se considerar a existência e a preferência por espaços de convivência social como por exemplo cozinha à disponibilidade do hóspede, refeitório e espaços de interação.. Por fim, a simplicidade das acomodações que, nos albergues mais tradicionais passam longe do luxo, garantindo apenas higiene e segurança básicas. Esse tipo de hospedagem segundo a Hostelling International (2014) nasceu de uma filosofia de viagem que mescla a descoberta de culturas e pessoas com um turismo econômico e acessível. oi idealizado pelo professor alemão Richard Schirmann em 1909, quando, ao passar por uma tempestade durante uma das suas excursões-aula, teve de buscar abrigo em uma escola e começou a se perguntar o motivo pelo qual as escolas não eram utilizadas como alojamento durante as férias. Posteriormente, em 1912 foi inaugurado o primeiro Youth Hostel (albergue da juventude, traduzido

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do inglês) do mundo na cidade de Altena (Alemanha), em um monumento histórico restaurado com cozinha e dormitórios e banheiros coletivos separados por sexo. No ano seguinte, já haviam 301 estabelecimentos espalhados em cidades e vilas na Alemanha. Os anos posteriores foram de expansão do movimento alberguista pelo continente europeu. Em 1926, segundo Heath (1962) apud Gomes (2014), Schirrmann lançou um manual de orientação para a construção de albergues da juventude intitulado “My conception of specially-builty hostel”. Nesse manual, o professor destacava a importância da funcionalidade dos alojamentos que deveriam ser simples, ventilados, confortáveis, bonitos e integrados com a paisagem do local. Em 1932, ainda de acordo com Heath (1962) apud Gomes (2014), ocorreu em Amsterdam a primeira conferência internacional de albergues da juventude. Nesse encontro estavam presentes, além da Holanda, outros 11 países europeus que estabeleceram a criação da International Youth Hostel Federation (Federação Internacional de Albergues da Juventude) que, a partir da década de 90 foi renomeada para Hostelling International. No Brasil, os Hostels começaram a ser conhecidos a partir de 1961. O conceito foi trazido pelo casal de brasileiros Yone e Joaquim Trotta que haviam conhecido o movimento em Paris. Inicialmente, o casal apenas propagava a ideia pelo Brasil através de palestras e conferên cias. Mais tarde, em 1965, O primeiro Hostel brasileiro foi instalado no Rio de Janeiro com o nome Residência Ramos. O estabelecimento continha 36 leitos e funcionou entre 1965 e 1973 (GIARETA, 2003). Nesse mesmo período, em São Paulo, outros dois Hostels foram abertos e em seguida fechados pelo Governo Militar sob a justificativa de que a reunião dos jovens se constituía como uma ameaça ao Estado (SOUZA; LEITE 2013 apud GOMES, 2014). Em 1971, foi criada a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ), no Rio de Janeiro, iniciando a emissão de carteiras de sócios. (HOSTTELING INTERNACIONAL, 2014). Segundo Giaretta (2003) a FBAJ tinha por objetivo fomentar a implantação de desenvolvimento de albergues da juventude (Hostels) no Brasil. Cooperando com as Associações Estaduais de Albergues da juventude, buscando parcerias, assegurando a qualidade da rede brasileira e divulgando-a em encontros internacionais. Hoje, a FBAJ atua em âmbito nacional e representa a Hostelling International no país (é também conhecida como HI Brasil). Em 1980 o movimento conseguiu evoluir, de acordo com Gomes (2014) graças aos incentivos dados pela EMBRATUR e graças à incorporação dos albergues como

projeto de turismo social. A Federação Internacional (atual Hostelling International) participou desse plano pois tinha como meta expandir para a América Latina. Posteriormente, em 1984, o Brasil foi aceito como membro da Hostelling International, e foi criada a APAJ (Associação Paulista de Albergues da juventude). A década de 1990 foi responsável por cosolidar o movimento de albergues da juventude no país. A elaboração do “Manual de abertura e operação de albergues da juventude” pela Hostelling International, a participação do Brasil em encontros internacionais, a implantação do sistema internacional de reserva, a entrada do movimento na era da internet, a crescente conscientização ambiental e a adoção de medidas sustentáveis nos estabelecimentos foram fundamentais para que os Hostel se firmassem no Brasil (GIARETTA, 2003). Hoje, a Hostelling International (imagem 1) antiga International Youth Hostel Federation, é detentora da marca mundial dos Hostels, está sediada na Inglaterra e conta com 4 mil Hostels associados sendo a maior rede de hospedagem do mundo. No Brasil, é conhecida como Hi Hostel Brasil ou FBAJ (Federação brasileira de albergues da juventude). Atualmente a FBAJ dispõe de metas específicas em três áreas: social, ecológica e econômica. No âmbito social, é importante promover a integração cultural de todos os envolvidos no espaço, no âmbito ecológico o objetivo é reduzir a emissão de carbono nos estabelecimentos e alcançar a neutralidade da emissão, já na parte econômica, a meta consiste em garantir que os Hostels possuam independência financeira seguindo a qualidade e os padrões internacionais (HOSTELLING INTERNATIONAL BRASIL, 2018).

Imagem 2 Atual identidade visual da marca Hostelling International - Fonte: Site oficial da Hostelling International (2018).

1909

1912

1956

Primeiro Hostel na América do Sul (Uruguai)

1961

Estagnação do movimento (Primeira Guerra Mundial) Primeira Federação (Youth Hostel Association)

1914

1919

1944

1939

Estagnação do movimento (SegundaGuerra Mundial)

1965

Casal Trotta passa a divulgar o movimento no Brasil

Primeiro Hostel Brasileiro no RJ

Schirmann lança manual para construção de Hostels

Primeiro Hostel no continente Americano (EUA).

Criação da Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ)

Diagrama 3 Marcos históricosdo movimento alberguista - Fonte: elaborado pela autora a partir de Embratur (1987) e Figueiredo (2018).

1926

1932

1934

1971

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Richard Schermann começa a divulgar o movimento pela Alemanha

Implementação do primeiro Hostel em Altena (Alemanha)

Criação da International Youth Hostel Federation (12 associações na Europa 2600 Hostels).

1984

1990

Brasil é aceito na International Youth Hostel Federation A International Youth Hostel Federation passa a se chamar Hostelling International (HI). O movimento alberguista começa a se consolidar no Brasil

O diagrama acima destaca os marcos históricos mais relevantes para a trajetória do movimento albeguista no Brasil e no mundo. No Brasil, os Hostels não são reconhecidos pelo sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem e por isso não são classificados pela simbologia das estrelas. Todavia, em 2008, a Hostelling International adotou um sistema de gerenciamento de qualidade com o objetivo de padronizar o atendimento e as estruturas dos Hostels cadastrados. O documento é chamado de Hi Quality ™ Management System (HIQ) e funciona como um selo de qualidade atribuindo aos melhores Hostels um certificado de excelência. O título pode ser conseguido através de visitas de agentes da HI ao estabelecimento. As visitas também funcionam como forma de inspeção acontecendo sem agendamento marcado. (HOSTELLING INTERNATIONAL, 2014 apud GOMES, 2014). Atualmente, no Brasil, existem cerca de 95 Hostels cadastrados pela FJAB. Para se hospedar em um deles é necessário ter a “carteirinha de alberguista”

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da Hostelling International. Essa pode ser feita online mediante pagamento de uma taxa anual (hoje no valor de 30 reais) e apresentação de documento de identidade. (HOSTELLING INTERNATIONAL, 2018). Contudo, notase também a existência de muitos Hostels independentes no mercado, ou seja, que não são associados à Hostelling International.Esses Hostels podem ser reservados através de diversas plataformas de reserva de hospedagens, inclusive no maior site online de reservas de albergues o Hostel World. A plataforma de reservas Hostel World conta com 649 estabelecimentos disponíveis para hospedagens em 106 cidades brasileiras. O Rio de Janeiro se apresenta como o estado com o maior número de Hostels, 92 unidades, seguido por São Paulo com 68 estabelecimentos (HOSTEL WORLD, 2018). Esse número se mostra bastante contrastante em relação aos 95 Hostels cadastrados pela Hostelling International. Percebe-se, dessa forma, a preferência, por parte dos proprietários de Hostels no Brasil, a não se tornarem membros da Hostelling International. As plataformas online de reserva se tornaram o meio mais usado para agendamento de diárias. Acredita-se que em função disso, e também, graças aos recursos de avaliação dos estabelecimentos por parte dos usuários, a grande maioria dos proprietários de albergues preferiram tocar seu negócio de forma independente.

1.5 O Design no Segmento Hoteleiro

Diante de um mercado globalizado e competitivo, alguns estabelecimentos do setor hoteleiro viram no design uma oportunidade para destacar-se frente aos seus concorrentes. Os denominados Hotéis Design (em inglês Design Hotels) segundo Otto (2014) apud Gomes (2014) surgiram no mercado com a proposta de surpreender o cliente esteticamente, inovando na estrutura e oferecendo serviços diferenciados no mercado hoteleiro. Klumbis (2005) apud Gomes (2014) afirma que os Hotéis Design se mostram como estabelecimentos mais completos por terem como objetivo oferecer ao hóspede não somente uma boa estadia, mas também uma experiência memorável. Em 1960, segundo Kaminer (2009) apud Gomes (2014), o Radisson Blu Royal Hotel localizado na Dinamarca (imagem 2) destacou-se no cenário hoteleiro por conter uma arquitetura luxuosa coma a presença de cadeiras e mobiliários assinados por designers e por trazer, a esse mercado, “ares inovadores”. A partir dessa época começou a se falar em Hotéis Design. Mais tarde, em 1993, de acordo com Kazcor (2018),

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Imagem 3 Radisson Blu Hotel, Dinamarca - Fonte: Booking.com (2018)

foi criada a Design Hotels, associação que reúne cerca de 270 hotéis do segmento de luxo distribuídos em mais de 50 países. Para o fundador da marca, Claus Sendlinger, o conceito design empregado aos hotéis não é mais uma vantagem competitiva, é uma exigência mínima para que o hotel seja cadastrado na associação. Segundo ele, os itens avaliados são: personalidade, atmosfera arquitetônica única, gastronomia marcante e serviços personalizados. Nesse sentido, percebe-se, conforme o quadro 4, que os hotéis tradicionais se diferenciam em vários aspectos quando comparados aos Hotéis Design. No Brasil, segundo Moraes (2000) apud Gomes (2014), o primeiro hotel que pode ser considerado um hotel design foi o Hotel Pergamon, localizado em São Paulo, reinaugurado em 1999 nos moldes dos hotéis design da Europa. Outro exemplo de pioneirismo desse segmento no país é o Normandie Design Hotel, também localizado em São Paulo e reformado em 2003 inspirado também nos hotéis design do exterior. Ambos não fazem parte da rede Design Hotels. Paralelo ao mercado de hotéis, os Hostels também foram atingidos por essa “onda” de design. De acordo com Abreu (2014) o conceito de Design Hostel ou Boutique Hostel surgiram na Europa durante os anos de 2009 e 2010 em resposta criativa à crise econômica instalada no continente. De acordo com o autor, os Design Hostels são uma nova tendência mundial e se caracterizam por priorizarem a experiência do hóspede através de ambientes bem decorados, criação de atmosferas e serviços inovadores. É importante destacar que não existe uma associação denominada Design Hostels assim como a Design Hotels. Classifica-se o Hostel nesse nicho quando o mesmo possui as mesmas características que são atribuídas aos Design Hostels, conhecidas de maneira popular. Alguns empreendimentos se auto intitulam como Design Hostels (mas nem sempre possuem claramente as características desse segmento) e outro são categorizados dessa forma por sites de reserva na internet e blogs que falam sobre o mercado hoteleiro. Sendo assim, percebe-se a informalidade com a qual essa categoria é tratada no mercado.

Quadro 4 Diferenças entre hotéis convencionais e hotéis design - Fonte: elaborado pela autora a partir de Oliveira (2012)

HOTEL CONVENCIONAL

HOTEL DESIGN

ARQUITETURA

Clássica

Inovadora

DESIGN

Convencional

Único

DECORAÇÃO

Harmoniosa

Moderna e Funcional

RECEPÇÃO

Formal e Padronizada

Diferentes e estilosas

AMENIDADES

Produtos com marca própria e qualidade mediana

Produtos de marca de alta qualidade

QUARTOS

Padronizados

Diferentes entre si

CONCIERGE

Dá dicas de tudo que ocorre na região

Faz roteiros personalizados de acordo com o hóspede

É possível notar também, de forma empírica, que muitos Hostels que se encaixam nesse nicho apresentam um trabalho conciso de Branding (gestão de marca). Isso pode ser percebido pelas identidades visuais dos mesmos que, comumente, são estruturadas por um conceito bem definido. Dessa forma, os Hostels conseguem atrelar, na mente do hóspede, o estabelecimento a uma marca que reflita seus valores. Ou seja, a arquitetura do local, todos os materiais gráficos expostos, as publicidades e a atmosfera do espaço, com todos os seus elementos, transmitem uma única mensagem. Como dito anteriormente, tanto os Hotéis Design como os Design Hostels são focados na experiência do hóspede. Nesse sentido, Gomes (2014) ressalta que além da estética do espaço como um todo, serviços como roupa de cama inclusa, toalhas inclusas, Wifi gratuito, armários dentro dos quartos, tours gratuitos e personalizados, bar anexo, café da manhã, restaurante, espaço para eventos, áreas comuns, comunicação online, entre outros, são muitos dos serviços que acabam por diferenciar os Design Hostels dos Hostels tradicionais. Ainda nesse sentido, eventos como lançamento de marcas, pocket shows, eventos corporativos e exposições de artes também se tornam um atrativo. Outra característica tanto dos Hostels contemporâneos como dos Design Hostels segundo Abreu (2014) é a opção de se reservar, como nos hotéis, quartos e suítes individuais (duplas, triplas e quádruplas) e não somente os leitos como antigamente. Essa possibilidade veio para atender tanto aos viajantes jovens e adultos que, apesar de terem um estado de espírito parecido com o perfil do jovem alberguista, não abrem mão da privacidade em ambientes íntimos. Tanto para os grupos que desejavam permanecer juntos durante a hospedagem. Além dos Design Hostels, é possível encontrar outras categorias de albergues menos populares. Segundo Saraiva (2013) apud Silva; Köhler (2015) podem ser podem ser percebidos no mercado os seguintes nichos de Hostels: Hostels independentes, ecológicos,

sempre conectados

01 sociais e comunicativos

06 preocupação com o meio ambiente

GERAÇÃO Y “Millennials”

02 habilidade com tecnologia

05 alto nivel de escolaridade

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03 habilidade multitarefas

Diagrama 4 Características fa geração Y - elaborado pela autora a partir de Meyer (2018)

Hostels de surfe e Hostels móveis. Foram incrementados, por Silva; Köhler (2015), à lista, ainda, os Hostels de negócios e Hostels LGBTQ. Os que se encaixam nesses nichos apresentam um trabalho conciso de Branding (gestão de marca). Isso pode ser percebido pelas identidades visuais dos mesmos que, comumente, são estruturadas por um conceito bem definido. Dessa forma, os Hostels conseguem atrelar, na mente do hóspede, o estabelecimento a uma marca que reflita seus valores. Ou seja, a arquitetura do local, todos os materiais gráficos expostos, as publicidades e a atmosfera do espaço, com todos os seus elementos, transmitem uma única mensagem. Percebe-se que a modernização dos albergues e a categorização dos mesmos veio para atender à demanda da geração jovem atual: a geração “Y”, também conhecida como “Millenials” (diagrama 4). Esse grupo é composto por jovens nascidos entre 1980 e 1996 e, de acordo com uma pesquisa realizada pela Phocuswright, esse público corresponde a 70% dos turistas que costumam reservar Hostels no mundo (EVENTOS, 2017).

Mediante o exposto, percebese que os Design Hostels apareceram como uma alternativa contemporânea aos albergues tradicionais. A evolução desse meio de hospedagem vem tanto para suprir as demandas da juventude atual quanto para conquistar novos hóspedes. Dessa forma, essa categoria de albergues se posiciona no mercado de forma mais comercial e destaca-se não só pela sua estética mas também por oferecer serviços inovadores.

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2.1 O Turismo em Natal - RN

A capital potiguar Natal sempre teve destaque no setor turístico brasileiro. De acordo com dados do Ministério do Turismo (2018b), em 2017 ela ficou como a 11ª cidade mais visitada por turistas internacionais, principalmente, em função de eventos sediados na região. Ainda no mesmo ano, foi a 4ª cidade do nordeste mais visitada por turistas brasileiros durante a alta temporada (dezembro a fevereiro), ficando atrás apenas de Salvador, Fortaleza e Recife. Em se tratando de atrativos turísticos, segundo a Fecomércio (2018), a maioria dos turistas que visitam a cidade procuram por sol e praia. No entanto, além dos seus recursos naturais, Natal apresenta também alguns pontos de interesse histórico como o forte dos Reis Magos, o aquário de Natal e o centro de lançamento da barreira do inferno.

Imagem 4 Vista da cidade de Natal - Fonte: www.praiamarnatal.com.br

Caracterização do Local Imagem 5 Forte dos Reis Magos - Fonte: www.nominuto.com

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Imagem 6 Centro de lançamento da Barreira do Inferno - Fonte: www.praiasdenatal.com.br

Imagem 8 Aquário de Natal Fonte: www.lagunapirangi.com.br

Dentre as praias urbanas, a mais visitada e também cartão postal da cidade é Ponta Negra (imagem 8), onde está situado o famoso Morro do Careca. Seguindo a orla natalense na direção norte tem-se, em seguida, a praia da costeira (ou praia barreira d’água), onde estão situados os hotéis mais luxuosos da cidade, a praia de areia preta, a praia dos artistas, a praia do meio, a praia do forte e, após a ponte Newton Navarro, a praia da Redinha. É possível entender a sequência de praias urbanas observando o mapa ilustrado na imagem 9. Imagem 7 Praia de Ponta Negra - Fonte: www.wikipedia.org

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Imagem 9 Mapa das praias urbanas de Natal - Fonte: ww.natal.rn.gov.br Danielle Dantas

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Em se tratando das outras praias e atrações, mais afastadas do centro da cidade, destacaram-se no verão de 2018 principalmente os seguintes locais: Pipa/ Tibau do Sul (litoral sul), Genipabu/Dunas (litoral norte), Parrachos/ Maracajaú (litoral norte), a Lagoa de Pitangui (litoral norte), São Miguel do Gostoso (litoral norte), Pirangi/Cajueiro (litoral sul), Barra do Cunhaú (litoral sul) (FECOMÉRCIO RN, 2018) Analisando o quadro anterior, percebe-se que o transporte é essencial para que os turistas conheçam as riquezas de Natal e seu entorno, uma vez que os pontos turísticos mais cobiçados estão afastados da cidade. No quesito meio de transporte utilizado para chegar à Natal, percebe-se, conforme o gráfico 1, que o mais utilizado desde 2012 é o avião, seguido dos automóveis particulares e, logo, os ônibus (FECOMÉRCIO - RN, 2018). Dessa forma, destacase a importância da proximidade entre o aeroporto e os meios de hospedagem.

Os dados disponibilizados pela FECOMÉRCIO - RN (2018), mostraram também a preferência dos turistas que visitaram Natal em relação a escolha do meio de hospedagem. Em 2018, como mostra o gráfico 2, 63,7% preferiram ficar em hotéis, 10,8% em pousadas, 4% flats e 2,6% escolheram os albergues. Essa baixa porcentagem direcionada aos albergues pode ser compreendida em razão da baixa oferta desse meio de hospedagem na cidade e da alta concorrência do mercado hoteleiro em Natal. É válido ressaltar, entretanto, que em relação ao ano anterior (2017), a escolha pelos hostels cresceu 2%. Dado que pode indicar um crescimento do setor, apesar de lento.

Quadro 5 Atrativos turísticos mais visitados em Natal no ano de 2018 - Fonte: FECOMÉRCIO - RN

Gráfico 1 Meios de transporte para chegar à Natal - Fonte: FECOMÉRCIO - RN

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35 A 44 ANOS EM COMPANHIA BRASILEIROS DA FAMÍLIA MORAM NO SUDESTE ESTADIA DE 9 DIAS POR LAZER, SOL E PRAIA CHEGAM DE AVIÃO FICAM EM HOTÉIS

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TURISTAS JOVENS 2018 18 A 24 ANOS

HOMENS

10,2% gerais

dos turistas

25 A 34 ANOS

turistas 24,1% dos gerais Imagem 10 Perfil do turista que visitou Natal em 2018 - Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do FECOMERCIO - RN

Apesar da pesquisa feita pela FECOMÉRCIO RN ter identificado o perfil do turista natalense como o caracterizado na imagem 9, a juventude representou 34,3 % dos turistas que visitaram Natal em 2018 (imagem 10). Ou seja, percebe-se que o público alvo do mercado alberguista representa uma parcela significativa dos turistas interessados pela cidade.

Imagem 11 Porcentagem dos jovens que visitaram Natal em 2018 - Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do FECOMERCIO - RN

Contudo, os números mostram que essa parcela jovem não vem sendo amparada o suficiente quando se trata de estabelecimentos hoteleiros que atendam ao seu perfil. Segundo o IBGE (2016), existem apenas 14 Hostels no Rio Grande do Norte, o que corresponde a apenas 1,4% dos meios de hospedagens catalogados. O gráfico abaixo representa a fração de cada meio de hospedagem no estado do RN.

Gráfico 3 Meios de hospedagem cataglogados no RN - Fonte: IBGE

Gráfico 2 Meios de hospedagem escolhidos pelos turistas (anos 2017 e 1028) - Fonte: FECOMÉRCIO - RN

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Saindo do âmbito do estado do RN e entrando no âmbito da capital, percebe-se que a maior concentração de meios de hospedagem está no bairro de Ponta Negra, e na região da Via Costeira (mapa 1). Em relação aos albergues na cidade, não se tem um número oficial de empreendimentos registrados. Contudo, puderam ser identificados, em Ponta Negra, 10 Hostels localizados conforme o mapa 2 e identificados conforme o quadro 6.

Mapa 2 Localização dos Hostels identificados em Ponta Negra Fonte: Elaborado pela autora

Mapa 1 Concentração dos meios de hospedagem em Natal Fonte: Elaborado pela autora

REPUBLIKA HOSTEL

HOSTEL DAS CANÁRIAS

VERDES MARES HOSTEL

BLUE HOSTEL

HOSTEL LUA CHEIA

JAMBUDVIPA HOSTEL

HOSTEL ROTA 37

GET UP HOSTEL

CHE LAGARTO HOSTEL

HOSTEL MARGO

Quadro 6 Identificação dos Hostels de Ponta Negra - Fonte: Elaborado pela autora

Percebeu-se através de uma pesquisa pelos sites desses Hostels, que grande parte deles são empreendimentos familiares de pequeno porte. Na maioria dos casos, estruturas residenciais foram adaptadas para abrigar os albergues e por isso possuem estética simples e não comercial. Além disso, nenhum dos Hostels identificados está situado em área beira-mar. Dentre esses Hostels identificados o que mais se destaca é o Hostel Lua Cheia, tanto pelo fato de possuir uma estrutura diferenciada em forma de castelo, o que chama atenção e desperta cuiosidade, como pela maior oferta de número de leitos em relação ao demais concorrentes. Todavia, a distância em relação a praia pode ser um fator que prejudica o estabelecimento uma vez que a conexão com o mar, de acordo com a pesquisa da FECOMÉRCIO - RN, é um dos elementos mais buscados pelos turistas que visitam a cidade. As imagens a seguir são referem-se aos Hostels identificados. Pode-se perceber através da análise delas o caráter familiar e caseiro da maioria dos estabelecimentos.

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Imagem 12 Republika Hostel Fonte: www.tripadvisor.com.br

Imagem 13 Hostel das Canรกrias - Fonte: www.aluguepousadas. com.br

Imagem 15 Blue Hostel - Fonte: www.reservehotelonline.com.br

Imagem 14 Verdes Mares Hostel Fonte: www.apontador.com

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Imagem 16 Hostel Lua Cheia Fonte: www.viagemeturismo. abril.com.br

Imagem 17 Jambudvipa Hostel Fonte: www.tripadvisor.com.br

Imagem 18 Hostel Rota 37 Fonte: www.booking.com

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Imagem 20 Che Lagarto Hostel Fonte: www.tripadvisor.com

Imagem 19 Get Up Hostel (Antigo Fun Hostel) - Fonte: www. tripadvisor.com

Dessa forma, mediante o exposto, é possível afirmar que existe um mercado pouco explorado que atenda aos turistas jovens em Natal. Esse fato deve-se, entre outros fatores, a baixa oferta, em números e qualidade, de Hostels e a falta de um empreendimento jovem mais atrativo na cidade que estimule esse tipo de turismo na região.

Imagem 21 Hostel Margo - Fonte: www.hostel-margo.natal-hostels. com.br

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2.2 A Via Costeira (RN-301)

PONTA NEGRA VIA COSTEIRA

Imagem 22 Visual da Via Costeira - Fonte: www.g1.globo.com

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PRAIA BARREIRA D’ÁGUA

A Via Costeira, ou Av. Senador Dinarte Mariz, é uma das vias expressas mais importantes da cidade de Natal. Com 8,89 Km, a rodovia é responsável por conectar a região central da cidade à zona sul. De acordo com o Plano Diretor da cidade ( Natal, 2007), a Via Costeira e seu entorno não fazem parte de nenhuma região administrativa. A Zona é delimitada ao sul pelo bairro de Ponta Negra, ao norte pelos bairros Mãe Luiza e Areia Preta, ao oeste pelo Parque das Dunas (e outras zonas de proteção ambiental), e ao leste pela faixa da praia Barreira D’água (ou praia da costeira).

PARQUE DAS DUNAS

Imagem 23 isual da Via Costeira Fonte: www.praiasdenatal.com.br

AREIA PRETA

Mapa 3 Localização da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora

VIA COSTEIRA PARQUE DAS DUNAS

PRAIA BARREIRA D’ÁGUA

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Imagem 24 Planta esquemática da Via Costeira (1981-2006) Fonte: REIS (2014)

O Projeto da via foi elaborado, segundo Reis (2014), pelo escritório paranaense Luiz Forte Netto (1979) e complementado, posteriormente, pelo escritório do paisagista Burle Marx (1981). O projeto fez parte de um plano político ambiental que pretendia implantar e incrementar o turismo norte-rio-grandense, ocupando parte do litoral de Natal com infraestrutura hoteleira (obtendo assim um melhor aproveitamento do potencial turístico e de lazer da faixa litorânea), conter a ocupação desordenada e predatória da área, urbanizar a favela de Mãe Luiza, assegurar a preservação do patrimônio ambiental estadual Parque das Dunas além de promover a interligação litorânea de Natal, Dunas e Ponta Negra (SILVA, 2010 apud REIS, 2014). A Via Costeira foi inaugurada em 1981 com duas faixas de rolamento em sentidos contrários, acostamentos, ciclovia e calçada (imagem 22). Contudo, houveram divergências entre execução e projeto. A urbanização do bairro de Mãe Luiza e o projeto de Burle Marx, que definia acessos à praia e as glebas a serem destinadas a hotéis, a equipamentos públicos e livres, preocupandose com o impacto do projeto na paisagem, nunca foram realizados. Já o projeto de Netto foi modificado em obra, o que causou diversos conflitos na área uma vez que a modificação do traçado da via ocasionou a sobreposição de lotes, influenciando na ocupação de áreas verdes destinadas à preservação (REIS, 2014).

Mais tarde, em 2006, a Via Costeira sofreu outra intervenção urbana. O projeto intitulado de “Pojeto de adequação e implantação de melhorias da Via Costeira” foi executado pela empresa Thenge engenharia e tinha como objetivo o aumento da capacidade de tráfego de automóveis através da duplicação da via além de prever execução de 15 acessos públicos à praia (imagens 23 e 24). O projeto foi entregue em 2010 após a conclusão da duplicação sem a realização dos acessos e sem a locação das paradas de ônibus com abrigos previstos. Em função dessa obra, hoje a Via Costeira possui uma velocidade de 70km/h, o que dificulta a travessia de pedestres e facilita acidentes veiculares (principalmente em função das curvas sinuosas) (REIS, 2014).

Imagem 25 Perfil esquemática da Via Costeira (1981-2006) - Fonte: REIS (2014)

Imagem 26 Projeto de duplicação da Via Costeira (2006) - Fonte: REIS (2014)

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Imagem 28 Via Costeira antes de 2006 - Fonte: www.wikimedia.org

Imagem 27 Projeto das vias de acesso à praia (2006) - Fonte: REIS (2014)

O quadro a seguir aponta as mudanças sofridas pela Via Costeira ao longo dos anos: antes de 2006 e após a duplicação de 2006 até 2014.

Imagem 29 Via Costeira após a duplicação de 2006 - Fonte: www.riograndedonorte.net Quadro 7 Situação da Via Costeira ao longo dos anos Fonte: Elaborado pela autora

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Atualmente, a Via Costeira segue o desenho da planta esquemática (imagem 30) a seguir e o perfil representado na imagem 31.

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Imagem 30 Planta da Via Costeira após a duplicação de 2006 Fonte: REIS (2014)

Imagem 31 Perfil da Via Costeira após a duplicação de 2006 Fonte: REIS (2014)

A ocupação das glebas ao longo da via, segundo Reis (2014), começou em 1984 com a construção do primeiro hotel, Natal Mar Hotel, localizado na gleba 1. Atualmente, a situação de ocupação segue como descrita no mapa 4 ao lado. Como observado anteriormente, grande parte dessas glebas estão ocupadas por hotéis de luxo e resorts. A identificação dos hotéis nas glebas ao longo da via está representado no mapa 5 juntamente com a classificação por estrelas de cada hotel.

Mapa 4 Ocupação das glebas da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora a partir de REIS (2014)

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Sehrs Natal Grand Hotel

Hotel Porto do Mar

Imirá Plaza Hotel e Convention

Hotel Marsol Beach Natal

Ocean Palace Beach Resort

Hotel Vila do Mar

Hotel Parque da Costeira

Ocean Palace Bungalows

Ruínas Hotel Bra

Wish Natal

Aram Natal Mar Hotel

Hotel Rifoles

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Hotel Blue Tree Park

Mapa 5 Locação dos hotéis nas glebas da Via Costeira - Fonte: Elaborado pela autora a partir de REIS (2014)

USOS PERMITIDOS NA ZET-2 1.Âmbito Local

Segundo o Plano Diretor, essa área é denominada como Zona especial de interesse turístico 2 (ZET-2), e nela são permitidos os usos descritos nos quadros 8 e 9 e os afastamentos descritos no quadro 10.

NÍVEIS

3.Especial

USOS PERMITIDOS NA ZET-2 (ZONA ESPECIAL DE INTERESSE TURÍSTICO 2)

USOS PERMITIDOS NA ZET-2 1.Âmbito Local

NÍVEIS

2.Âmbito Setorial 3.Especial

Quadro 8 Usos permitidos na ZET-2 (Níveis) - Fonte: Instrumento de ordenamento USOS PERMITIDOS urbano de Natal, p.538 NA ZET-2

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO “S” COMÉRCIO VAREJISTA “CV”

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO “S”

COMÉRCIO VAREJISTA “CV” (ZONA ESPECIAL DE INTERESSE TURÍSTICO 2)

S2-1: hotéis, hospedarias, hotéis residência, apart-hotel,flat-service, entre outros

INSTITUCIONAL S2-2: casas de shows, danceterias, locação de automóveis, boates, entre outros “INS” S2-3: postos bancários de pequeno porte CV1: lojas de artesanato, quiosques, bancas de jornais, bares, restaurantes, entre outros. CV2: grupo de atividade comercial varejistas de âmbito local CV1+ S2-3 CV3: lanchonetes drive-in, shopping center

2.Âmbito Setorial

S2-1: hotéis, hospedarias, hotéis residência, apart-hotel,flat-service, entre outros

Quadro 9 Usos permitidos na ZET-2 - Fonte: Instrumento de ordenamento urbano de Natal, p.538

S2-2: casas de shows, danceterias, locação de automóveis, boates, entre outros S2-3: postos bancários de pequeno porte CV1: lojas de artesanato, quiosques, bancas de jornais, bares, restaurantes, entre outros. CV2: grupo de atividade comercial varejistas de âmbito local CV1+ S2-3 CV3: lanchonetes drive-in, shopping center INS.1: postos de correio, postos de serviço, praças, quadras, sedes de ONG’S, entre outros INS.2: museus, planetários, pinacotecas e similares INS.3: pavilhão de festas, drive-in, área de campings, anfiteatros e similares

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Quadro 10 Usos permitidos na ZET-2 - Fonte: Instrumento de ordenamento urbano de Natal, p.538

Mais tarde, a Lei Complementar n° 082/07 (NATAL, 2007) estabeleceu que os equipamento propostos pra área da ZET 02 não poderiam ultrapassar o nível da pista da Via Costeira – a fim de proteger a paisagem da área (REIS, 2014). Os empreendimentos propostos para as áreas situadas na ZET - 2 não poderão possuir gabarito máximo que ultrapasse o nível da Avenida Dinarte Mariz; ressalvadas as áreas em que a localização e as características topográficas do terreno já impeçam a visualização da paisagem, ficando nesses casos limitado em 7,5m (sete metros e meio) o gabarito máximo das construções (NATAL, 2007, pg. 9). A gleba 8, antigo vale das cascatas, hoje está em obras para receber o “Parque Urbano da Costeira”. O governo do RN, de acordo com Giovanni (2018), está investindo R$ 11,7 milhões de reais em um espaço público para a prática de esportes com quadras de areia, pista de cooper, academia pública para idosos, pistas de skate, playground para crianças, espaço pet e estacionamento. Robinson Farias, ex governador do estado, declarou que a intenção é socializar a via costeira oferecendo opções para os moradores de natal terem acesso direto à praia. A gleba 11, tema de estudo desse trabalho, hoje está ocupada pela obra de um hotel inacabada. Mais detalhes acerca dessa ocupação e encontram no próximo item: “As Ruínas do Hotel Bra”.

2.3 As Ruínas do Hotel Bra

A gleba 11 da Via Costeira, alvo de estudo deste trabalho, atualmente está ocupada pelas ruínas de um empreendimento embargado. O “esqueleto” é conhecido popularmente como hotel BRA por ser propriedade da antiga empresa BRA transportes aéreos. Hoje, a empresa se chama Nathwf Empreendimentos S/A, e aguarda decisão judicial para tomar providências em relação à sua obra paralisada. O hotel BRA, segundo a Tribuna do Norte (2016), está com suas obras paradas desde julho de 2005 quando o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública pedindo a paralização imediata da construção com a justificativa de desrespeito à legislação urbanística vigente para a área. De acordo com Reis (2014), o MPF alegava que a construção extrapolava, em 1 pavimento¹, o gabarito máximo permitido para a região (ZET 2). A Lei Nº 4.547/94 (NATAL, 1994 apud REIS, 2014) define que o gabarito máximo permitido para esse tipo de uso (hoteleiro) na área é de 15 metros ou 4 andares, o hotel estava sendo construído com 8 andares. Posteriormente, a Lei Complementar n° 082/07 (NATAL, 2007 apud REIS,

2014), reforçou essa diretriz urbanística estabelecendo que os equipamentos propostos para a ZET 2, construídos a partir daquela data, não poderiam ultrapassar o nível da pista da Via Costeira a fim de proteger a paisagem da área. Em 2016, 11 anos após a paralização das obras, o processo envolvendo a construção do hotel BRA foi sentenciado. De acordo com a Tribuna do Norte (2016), o juiz federal Magnus Delgado determinou no despacho que o município providencie o licenciamento da obra e que a empresa (hoje Nathwf) apresente o projeto corrigido e faça a demolição do que ultrapassar o limite permitido por lei, à época da concessão da licença de instalação. Ou seja, a continuidade das obras pode seguir de acordo com a Lei Nº 4.547/94 que estabelece o gabarito máximo de 4 andares ( ou 15 metros). Segundo Bulhões (2014), a Nathwf apresentou em 2014 um novo projeto de adequação para o hotel (imagens 34 e 35). O projeto trazia inovações, pretendendo ser o primeiro hotel no Nordeste com Selo Verde aprovado pelo Inmetro além de sugerir um espaço aberto aos turistas e uma praça com mirante. É importante ressaltar que durante esses 10 anos de processo, uma das sugestões do MPF era que o empreendimento transformasse o pavimento irregular em um mirante para a população. O advogado da empresa, Kaleb Farias, afirma ainda que o hotel está com 70% das obras já executadas, que foram R$ 50 milhões já investidos, e que a estrutura do “esqueleto” não foi danificada.

Imagem 32 Esqueleto do Hotel BRA - www.blogwilliamvieira. blogspot.com

Imagem 33 Esqueleto do Hotel BRA - Fonte: fotografia tirada pela autora

Grupo vence na justiça e obra de hotel paralisada na Via Costeira será retomada O Blog recebeu a informação importante que o “hotel da BRA”, aquela obra paralisada desde 2005 na via costeira vai ser retomada. O Grupo que começou a obra, e teve a paralisação decretada pela Prefeitura Municipal de Natal “por irregularidades” no projeto conseguiu sob a forma de tutela de urgência a retomada da obra do patamar que se encontra sem ter que destruir duas lajes como o próprio grupo propôs ao prefeito Carlos Eduardo em uma eventual acordo, rejeitado pela Prefeitura. O Hotel ficou conhecido como da “BRA”, porque na época, a HWF Empreendimentos S.A, proprietária do hotel também era dona da empresa aérea com o mesmo nome. Mais informações ao longo do dia.

Projeto do Hotel BRA será retomado

Datanorte quer de volta terreno do “Hotel BRA”

Em dezembro de 2005, a construção foi paralisada por possuir um andar a mais do que o limite permitido pela lei à época. Processo que envolve a construção se arrasta desde dezembro de 200 As obras do Hotel BRA na Via Costeira, embargado desde 2005, devem retornar em breve. Depois de

Empresário afirma que obra de ampliação foi autorizada pela Semurb. MPF aponta irregularidades no licenciamento. Secretaria nega.

MPF quer demolição de obra de hotel na Via Costeira, em Natal

uma disputa jurídica que durou 11 anos, a empresa Nathwf conseguiu liberação para finalizar o hotel com a readaptação da construção à legislação. Segundo o advogado da empresa, Kaleb Freire, a empresa está terminando o projeto com base na legislação da época. Serão mais de 500 leitos no local. Ele não detalhou o projeto em andamento.

Embargo à obra da BRA na via costeira ganha apoios Na manhã desta quarta-feira,8, o deputado Fernando Mineiro participou de entrevista coletiva, em que foi lançada uma Nota de Apoio à Prefeitura do Natal, na defesa ao embargo dado a construção do hotel do grupo HWF, pertencente a empresa BRA, na Via Costeira. O documento foi assinado por representantes do Ministério Público Federal, Estadual, Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema) e Organizações não-governamentais. O ato marcou a entrada da sociedade na defesa da manutenção do gabarito (altura máxima) desenvolvido na orla.

BRA acena com novo projeto arquitetônico para hotel da Via Costeira

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Imagem 34 Proposta de hotel para a gleba 6 - Fonte: www. nominuto.com

Imagem 36 Esqueleto do Hotel BRA em planta - Fonte: Google Earth

Imagem 35 Proposta de hotel para a gleba 6 - Fonte: www. nominuto.com

Apesar da Nathwf afirmar que a estrutura do edifício não foi prejudicada, a tribuna do Norte (2016) afirma que a estrutura do hotel está completamente deteriorada, fato que se pode comprovar durante visita ao local. Notou-se diversas corrosões na estrutura e armações enferrujadas em função da maresia como pode ser visto nas imagens 37 a 40.

Imagem 37 Estrutura das ruĂnas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora

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Imagem 38 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora

A Nathwf mesmo com licença para readequar o projeto e seguir com a construção do empreendimento ainda não iniciou nenhum tipo de obra no local, o “esqueleto” do hotel BRA continua poluindo visualmente a orla da cidade. Dessa forma, percebe-se que a empresa foi beneficiada pois além de conseguir o aval para continuar seu edifício com pequenas readequações, não terá que se adequar ao gabarito permitido pela legislação vigente (Lei Complementar n° 082/07).

Imagem 40 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 39 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora

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O terreno escolhido para dar lugar ao projeto do Duna Hostel & Beach Club é composto pela gleba 11 da Zona Especial de Interesse Turístico ( ZET - 2). Situado ao longo da Via Costeira, entre o parque das Dunas e o mar da praia Barreira D'água, hoje o terreno dá lugar a estrutura abandonada do empreendimento embargado Hotel Bra (imagem 40). De acordo com a legislação do plano diretor de Natal (2007), são permitidos no terreno diversos usos que atendam à demanda turística, dentre eles o uso hoteleiro em questão. Ainda no quesito legal, as prescrições urbanísticas para o local exigem que as construções possuam 15m de afastamento da via, 20m de afastamento lateral ( 10m de um lado e 10m de outro ou 20m de um lado só), e 15cm de afastamento em relação à orla. O gabarito máximo permitido no local se define pela altura da via costeira, ou seja, o topo da construção não pode ultrapassar o limite da via. O terreno em questão é caracterizado por seu formato retangular comprido, possuindo assim uma área total de 32.308m² e uma área útil de 16.202m² (conforme a imagem 40). Além da grande dimensão longitudinal, outra característica que chama atenção no local é o caimento de 18m em direção ao mar (imagens 41 e 42). Percebe-se também a presença de uma contenção (muro de arrimo) ao redor da estrutura abandonada e de um plator na parte sul do terreno.

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2.4 O Diagnóstico do Terreno

Imagem 41 Planta com dimensões e níveis - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 42 Estrutura das ruínas do Bra - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 43 Perspectiva da topografia do terreno - Fonte: Elaborado pela autora

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Em se tratando de questões cimáticas e ambientais, percebe-se, ao analisar a carta solar da cidade de Natal (imagens 43 e 44), que as altas temperaturas são predominantes durante a maior parte dos dias e na maioria dos meses do ano. Esse dado aponta que dificilmente consegue-se conforto térmico em ambientes fechados sem o auxlio de aparelhos de refrigeração. Contudo, a localização do terreno a beira mar faz com que o mesmo receba diretamente os ventos litorâneos do leste, sudeste e sul, que podem auxiliar na diminuição de calor dentro de espaços fechados se forem bem utilizados. Para resumir, o esquema representado na imagem 46 ilustra o funcionamento dos condicionantes ambientais no terreno (percurso do sol e indicência dos ventos).

Imagem 44 Carta solar de Natal (jan - jun) - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 46 Imagem 45: Carta de frequencia de ocorrencia dos ventos - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 47 Fatores ambientais no terreno - Fonte: Elaborado pela autora

Imagem 45 Carta solar de Natal (jun-dez) - Fonte: Elaborado pela autora

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Imagem 50 Visual Sul (Orla de Ponta Negra) - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 48 Imagem 47: Visual Oeste (Parque das Dunas) Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 49 Visual Leste (Praia Barreira D’água) - Fonte: Fotografada pela autora

Outro possível condicionante de projeto interessante de se analisar é a relação entre o terreno e a paisagem já que o local possui um visual privilegiado da orla de Natal. Ao sul pode-se ver a praia de Ponta Negra e o Morro do Careca, ao norte encontra-se a vista do hotel vizinho Vila do Mar e coqueiros, ao leste encontra-se o horizonte do mar da praia Barreira D'água e ao oeste tem-se a silhueta dos montes do Parque das Dunas.

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Imagem 52 Visual Norte (NĂvel da Praia) - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 51 Visual Norte (NĂvel da Via) - Fonte: Fotografada pela autora

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Imagem 54 PanorĂ˘mica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 53 PanorĂ˘mica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora

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Imagem 55 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora

Imagem 56 Panorâmica do terreno - Fonte: Fotografada pela autora

Os QR-CODES a seguir possibilitam o passeio pelo terreno através de um vídeo. O primeiro (Imagem 56) mostra o visual do terreno no nível da via e o segundo (imagem 57) mostra o visual do terreno no nível da praia.

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Imagem 59 Acesso ao lote (nível da via) - Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 57 56 :QR CODE - visual no nivel da via - Fonte: Filmado pela autora

Imagem 58 QR CODE - visual no nivel da praia - Fonte: Filmado pela autora

Ainda em tempo, é valido ressaltar a a conexão entre o terreno e a cidade. Não existe nenhum acesso público veicular ao terreno, contudo é possível acessálo, com permissão do vigia que trabalha hoje no local, a pé, pela entrada superior (imagem 58) ou pela entrada da praia, uma vez que o lote não possui cerca nessa área (imagem 59). Outro elemento que chama atenção é o acesso público à praia que existe entre o lote de trabalho e o Hotel Vila do mar ( imagens 60 e 61). Percebe-se que ele é improvisado, não pavimentado e que a vegetação veem avançado sobre ele desordenadamente.

Imagem 61 Acesso à praia Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 60 Acesso ao lote (nível da praia) - Fonte: Fotografado pela autora

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Em visita ao local, pode-se perceber o impacto visual que a estrutura abandonada do Hotel BRA tem sob a paisagem da Via Costeira. Notou-se também a degradação da estrutura, exposta há mais de 10 anos à maresia direta, assim como diversos entulhos de construção civil que, atualmente, poluem o local de forma irresponsável e prejudicial ao meio ambiente. As fotos abaixo illustram a situação das ruínas do Hotel Bra.

Imagem 62 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 65 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 63 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 64 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

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Imagem 68 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora Danielle Dantas

Imagem 67 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

Imagem 66 Imagem 62: Estrutura do BRA - Fonte: Fotografado pela autora

Por fim, vale a pena analisar a distância do terreno para os pontos de chegada da maioria dos turistas: aeroporto e rodoviária. O aeroporto de Natal fica, na verdade, no município de São Gonçalo do Amarante, situado mais próximo à zona narte da cidade. Em função disso, infelizmente todas as zonas turísticas de maior potencial de Natal estão a muitos kilômetros distantes do aeroporto. Já a rodoviária interestadual está mais próxima do local de projeto, possibilitando um maior conforto para os hóspedes durante os trâmites de locomoção.

A partir dessa análise, foi possível traçar diretrizes para a implantação do projeto que é apresentado no capítulo 04.

Mapa 6 Distâncias e transportes - Fonte: Elaborado pela autora

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Referências Projetuais

3.1 Bayreuth Youth Hostel Lava Architects

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O Bayreuth Youth Hostel está localizado na cidade Baryreuth na Alemanha e pode ser considerado um bom exemplo de arquitetura hoteleira contemporânea. Projetado pelo grupo LAVA architects, o empreendimento é voltado, principalmente, para a recepção de times de diversos esportes e, em função disso, assumiu o tema esportivo em seu conceito arquitetônico. Uma das características que mais chama atenção no projeto é a forma escolhida para abrigar o programa de necessidades. Seguindo um desenho semelhante ao da letra “Y”, o edifício se desenvolve em um partido radial possibilitando a criação de 6 fachadas e, através de aberturas, uma maior interação entre o meio externo e o interno. O Projeto do hostel buscou, segundo Descroll (2014), atender aos anseios da geração dos Millenials, oferencendo, dessa forma, um design inovador, uma identidade, espaços interativos que estimulem a sociabilização e promovam uma experiência única. Essa busca justifica a escolha de aplicações gráficas no interior dos epaços que remetem ao mundo esportivo, e a adoção de cores fortes em tons amarelados e esverdados para dar personalidade ao projeto. A arquitetura do Hostel, de acordo com os arquitetos, busca oferecer não somente uma experiência boa mas uma experiência inesquecível, por isso, os espaços foram projetados com o intuito de promover encontros entre os hóspedes ( sociabilização). Para tanto, o edifício dividese em um átrio central ( lobby + lounge multimídia) que se ramifica em três braços como mostram as imagens a seguir:

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Imagem 69 Vista do Bayreuth Hostel - Fonte: archdaily.com

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Imagem 72 Imagem especulativa do lounge multimedia e lobby Fonte: archdaily.com Danielle Dantas

TERRAÇO

LOUNGE/ESPAÇO MULTIMÍDIA

SALA DE SEMINÁRIOS QUARTO DA FAMÍLIA SALA DE SEMINÁRIOS

SALA DE SEMINÁRIOS

SALA DE EVENTOS

TERRAÇO

SALA DE SEMINÁRIOS

SALA DE SEMINÁRIOS TERRAÇO

ESCADA/ARQUIBANCADA

Imagem 70 Esquema do nível térreo - Fonte: archdaily.com

LOUNGE/ESPAÇO MULTIMÍDIA

LOBBY

REFEITÓRIO

TERRAÇO

ESCADA/ARQUIBANCADA

Imagem 71 Esquema do primeiro pavimento - Fonte: archdaily.com

Imagem 73 Fotografia do lobby (projeto finalizado) - Fonte: archdaily.com

No pavimento térreo, mais especificamente compondo o átrio central, estão a recepção (lobby) e o lounge multimídia (átrio central). Já nos "braços" (ramificações do átrio central) estão a cozinha, o refeitório, quartos acessíveis a pessoas com deficiência, demais espaços administrativos além de quadras de esporte.

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Imagem 74 Fotografia do campo esportivo - Fonte: archdaily.com

No segundo pavimento do edifício, como pode ser visto na imagem 78, se encontram a maioria dos quartos, salas de seminário, espaço para eventos e terraços. O Projeto do hostel buscou, segundo Descroll (2014), atender aos anseios da geração dos Millenials, oferencendo, dessa forma, um design inovador, identidade, espaços interativos que estimulem a sociabilização e promovam uma experiência única. Essa busca justifica a escolha de aplicações gráficas no interior dos epaços que remetem ao mundo esportivo, e a adoção de cores fortes em tons amarelados e esverdados para dar personalidade ao projeto. A estrutura do edifício, ao que parece, se dá através de pilares em concreto embutidos nas paredes que delimitam os espaços. Porém, o que mais chama atenção (no âmbito estrutural) no projeto é a treliça espacial de madeira que sustenta o telhado do pavimento superior e faz papel de forro no átrio central (como pode ser visto nas imagens 82 e 83).

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Imagem 75 Átrio central do Hostel - Fonte: archdaily.com

Imagem 77 Corte esquemático do edifício - Fonte: archdaily.com ENTRADA DE LUZ NATURAL

MEMBRANA BRANCA

TRELIÇA DE MADEIRA REFLETOR SUBSISTEMA ESTRUTURAL

LAJES E PAREDES DE CONCRETO

Imagem 78 Ilustração dos pavimentos e elementos estruturais - Fonte: archdaily.com

Imagem 76 Terraço do piso superior - Fonte: archdaily.com

MÓDULOS DE MADEIRA FACHADA DE MADEIRA

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Outros elementos de destaque no projeto são os quartos. Diferente de outros Hostels, o Bayreuth Youth Hostel foi projetado apenas com suítes. Cada quarto tem dois reservados, um contendo o vaso e outro contendo o chuveiro. A pia fica na área comum do quarto sendo acessível a qualquer hora. Os quartos possuem tipologias diferentes e abrigam até 4 pessoas. As paredes dos quartos abrigam nichos de armazenamento e dão espaços a mesas retráteis, assentos e beliches ( uma ou duas camas). Dessa forma, a configuração da parede personaliza cada quarto.

Imagem 79 Imagem de um dos quartos do Hostel - Fonte: archdaily.com Imagem 80 Ilustração dos quartos do hostel - Fonte: archdaily.com

Imagem 81 Ilustração dos quartos do hostel - Fonte: archdaily.com

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A utilização de materiais naturais traz charme ao projeto. A combinação da madeira + cimento + vidro + concreto pintado de branco contrasta com as cores amareladas e esverdeadas aplicadas em pontos estratégicos do edifício. Essa mistura traz identidade e personalidade aos ambientes além dar unidade aos espaços. Dessa forma, o Brayeuth Youth Hostel se impõe como um projeto contemporâneo que conseguiu se adequar as necessidades das novas gerações. A inovação pode ser vista tanto na ousadia de seus espaços como nos mobiliários criativos. O partido arquitetônico que propõe e estimula o encontro dos hóspedes também é uma das razões pelas quais o projeto merece destaque.

Imagem 83 Vista do hostel Fonte: archdaily.com

Imagem 82 Gavetas para guardar as bagagens - Fonte: archdaily. com

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Imagem 84 Vista do hotel - Fonte: big.dk

3.2 Hôtel des Horlogers BIG

O hotel de 7000 m² situado em Le Brassus, na Suíça, é mais um dos projetos de destaque do grupo dinamarquês Bjarke Ingels. O empreendimento, que é vizinho do Musée Atelier, projeto do mesmo escritório, buscou estabelecer uma linguagem semelhante à linguagem utilizada na arquitetura do museu proporcionando, assim, uma unidade e sintonia ao conjunto. Partindo do desnível topográfico, o musée atelier se desenha através de diferentes níveis que conectam, em curvas, o nível mais baixo ao nível mais alto do terreno. A elegância das inclinações se transformam em caminhos a serem experimentados pelos visitantes, conferindo, dessa forma, um uso útil às cobertura do edifício.

No caso do Hotel des Horlogers a ideia utilizada foi semelhante. O edifício, segundo o grupo de arquitetos BIG(2018), é uma evolução da tipologia básica de um hotel tradicional. A diferença está na delicadeza com que ele interage com a paisagem, aproveitando respeitosamente o declive do terreno, mas ascendendo um pavimento a mais com o intuito de proporcionar uma vista exclusiva aos hóspedes. Dessa forma, o edifício desloca-se em um “zig-zag” de níveis que formam 5 terraços, sendo 4 desses um percurso a ser desbravado pelos visitantes, a pé ou de esquis.

Imagem 85 Maquete do Hotel Fonte: big.dk

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Imagem 86 Vista do MuseĂŠ Atelier - Fonte: big.dk

Duna

As imagens a seguir demonstram, a partir de ilustrações, o raciocínio criativo utilizado para chegar até a forma final do hotel. Primeiramente partiu-se de um retângulo simples (imagem 94), em seguida as lâminas empilhadas que davam altura ao retângulo foram deslocadas no sentido do caimento do terreno (imagem 95). Logo, assumiu-se a ideia de utilizar o desenho em zig-zag como rampas, atribuindo função às coberturas de cada pavimento (imagem 96). Por fim, definiuse as inclinações corretas para cada lâmina definindo a forma, oficialmente, do empreendimento (imagem 97). O empreendimento ainda está em obras, contudo, apesar de não terem sido desponibilizadas as plantas do projeto, percebe-se que as janelas

dos quartos acompanham o desenho das rampas. Essa solução causa um problema de privacidade uma vez que o indivíduo que está fora do edifício, em certos momentos,fica no mesmo nível dos quartos, como se estivesse em suas varandas, podendo ter acesso visual a tudo que acontece em seu interior. Dessa forma, é provável que grande parte dos quartos fique com cortinas fechadas na maior parte do tempo, uma vez que isso garante intimidade ao usuário. Um ponto positivo do projeto foi a locação de espaços comuns ou recreativos nos encontros das “lâminas”. Essa solução garante maior fluidez de pessoas no local além de promover uma interação próxima com a paisagem ao redor

Imagem 87 Passo 1 - Fonte:big.dk

Imagem 88 Passo 2 - Fonte:big.dk

Imagem 89 Passo 3 - Fonte:big.dk

Imagem 90 Passo 4 - Fonte:big.dk

Complexo Praiano

Imagem 91 Relação entre o museu e o hotel - Fonte:big.dk

Imagem 92 Conjunto museu e hotel - Fonte:big.dk

Complexo Praiano

Duna

Danielle Dantas

Imagem 93 Rampas do hotel durante o inverno - Fonte:big.dk

Imagem 94 Último nível do hotel Fonte:big.dk

Assim, o projeto apresenta-se arquitetonicamente como um destaque em função da construção de sua forma e da interação entre a arquitetura e a paisagem. Apesar da identificação de problemas pontuais, a ideia de agregar função à cobertura do edifício concebeu ao projeto um diferencial admirável.

Imagem 95 Rampas do hotel durante o verão - Fonte:big.dk

Duna

Complexo Praiano

3.3 Outras Referências

Imagem 96 The Kayon jungle Resort - Fonte:www.wotif.com

Ademais dos dois projetos anteriores, outras referências serviram de inspiração para esse trabalho. Por isso, serão abordados brevemente, de forma pontual, abaixo. 1) The Kayon Jungle Resort, Bali - Nengah Sarjana O projeto destaca-se principalmente pela sua implantação e arquitetura sinuosa que se mescla com a topografia. Os materiais naturais utilizados também chamam atenção.

Imagem 97 The Kayon jungle Resort - Fonte:www.wotif.com

Complexo Praiano

Duna

Danielle Dantas

2) Hotel Rifoles, Natal - Tásia Neves O projeto do hotel Rifoles é interessante pela proximidade com o terreno de trabalho. A semelhança na topografia e na paisagem fazem desse projeto uma boa referência de implantação.

Imagem 99 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com

Imagem 98 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com

2 2

Imagem 100 Hotel Rifoles - Fonte: www.tripadvisor.com

Duna

Complexo Praiano

Imagem 102 Coo Boutique e Hostel fachada - Fonte: www.staycoo. com

3) Coo Bistro & Boutique Hostel, Sociatel (Singapura) - Ministry of Design Esse Hostel serviu de fonte de inspiração para este trabalho pelo seu conceito jovem e high-tech. O design de interiores temático e de forte identidade assim como a conectividade dos ambientes se relacionam diretamente com o público alvo do empreendimento. A instalação de um restaurante aberto ao público no programa de necessidades aribuindo outro tipo de uso ao edifício também chamou atenção. Além da arquitetura, o Hostel possui uma unidade em todos os seus meios de publicidade. O seu site, seu logotipo, e todo o material gráfico referente ao empreendimento mostram que houve um acertivo trabalho de branding que confere um conceito único e próprio ao meio de hospedagem.

Imagem 101 Coo Boutique e Hostel restaurante - Fonte: www. staycoo.com

Imagem 103 Coo Boutique e Hostel restaurante - Fonte: www. staycoo.com

Complexo Praiano

Danielle Dantas

Duna

Imagem 105 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo. com Imagem 104 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo. com

Imagem 106 Coo Boutique e Hostel quartos - Fonte: www.staycoo. com

O Projeto Duna

4.1 O Complexo

A decisão pelo programa de necessidades atribuído a este projeto foi tomada a partir da análise feita nos capítulos anteriores. Resumidamente, percebeu-se as seguintes demandas no local: - ausência de estabelecimentos de hospedagem jovem e econômica na praia da Barreira D’água e no contexto Via Costeira; - ausência de lanchonete/bares e infraestrutura que atendam aos banhistas da praia Barreira D’água; - ausência de acessos públicos à praia ao longo da Via Costeira; - ausência de espaços públicos de contemplação e lazer na área. Todos esses pontos levantados acabam por contribuir com o esvaziamento da praia e também com seu perfil turístico elitista. Sendo assim, o projeto Duna foi pensado para solucionar, em parte, esses problemas e estimular a democratização do local e o seu uso por natalenses e não somente hóspedes de resorts.

Imagem 107 Praia Barreira d’água - Fonte: www.praias360. com.brr

Sendo assim, o projeto Duna consiste em um complexo à beira-mar composto por um hostel-design com infraestrutura aberta para não-hóspedes (beach club + spa), um restaurante escola e uma ampla praça mirante pública para contemplação do visual.

duna complexo praiano

hostel

spa

+ restaurante escola

beach club

mirante

Diagrama 5 Usos do complexo elaborado pela autora

Uma das premissas utilizadas no projeto é a valorização do visual e a sua utilização como elemento atrativo. Para tanto, optou-se pelo não aproveitamento das ruínas do hotel BRA, uma vez que além de possuir estrutura inapta para utilização ( visto que foi deteriorada pela maresia), o empreendimento desrespeita a legislação vigente em 4 pavimentos no quesito gabarito permitido. Da opção pela demolição do esqueleto presente, somado à legislação atual que não permite que a construção exceda o nível da rua em altura, surgiu a ideia de transformar a cobertura do empreendimento em uma praça mirante. A ideia é que a praça seja um ponto turístico e também um espaço de lazer para os próprios potiguares.

Imagem 108 Visual escondido pelas ruínas do hotel BRA Fonte: elaborado pela autora

Mapa de acessos

duna

O diagrama abaixo exemplifica como foram pensados os acessos dentro do complexo. A praça mirante seria aberta ao público em geral, o restaurante escola seria aberto para pagantes e alunos matriculados, o hostel e sua infraestrutura externa (spa e beach club) seriam abertas à hóspedes e pagantes, enquanto a infraestrutura interna do hostel seria aberta somente à hospedes. A partir dessa lógica foram definidos os fluxos principais a serem considerados no projeto.

complexo praiano

hostel

refeitorio academia quartos redario

alunos

pagantes

spa area para shows

beach club

acesso livre e gratuito

+ restaurante escola

restaurante

hospedes

mirante

salas de aula

hospedes e pagantes

Diagrama 6 acessos dentro do complexo - elaborado pela autora

Principais fluxos e demanda por espaços e rotas

Principais fluxos de origem externa

1 meio externo

praia Barreira d’água

2 meio externo

praça mirante

3 meio externo

cursos culinários (restaurante escola)

4 meio externo

alimentação (restaurante escola)

5 meio externo

alojamento (hostel)

6 meio externo

Duna beach club (piscinas e bares do complexo)

7 meio externo

Duna Spa

espaço público

espaço privado

Veículos de locomoção a serem abrigados no projeto

Fluxos que exigem passagem pelo credenciamento (recepção) bicicletário

hóspedes

estacionamento externo

visitantes Beach Club

estacionamento interno

visitantes Spa

doca de carga e descarga Diagrama 7 principais fluxos do complexo - elaborado pela autora

4.2 O Partido arquitetônico

O partido arquitetônico utilizado no projeto foi definido por dois quesitos conidicionantes: o formato do terreno e a legislação vigente que impossibiliatava uma construção de caráter vertical. A imagem a seguir mostra a forma estreita e alongada do local de implantação, demarca os volumes do hotel BRA a serem demolidos, assim como as suas dimensões gerais,

Imagem 109 Dimensões do terreno - Fonte: elaborado pela autora

A partir desses condicionantes expostos, o partido arquitetônico escolhido para o projeto foi o partido linear. Buscou-se ajuda nos elementos da natureza presentes no contexto, e principalmente, no movimento das Dunas e ondas para a definição da forma. A seguir, estão expostos no Mood board as referências que serviram de inspiração para o desenho arquitetônico do projeto e, em seguida, o processo de criação da forma exposto no Story board.

“Uma forma linear pode ser segmentada ou curvilínea a fim de responder à topografia, vegetação, vistas ou outras características de um terreno.” Francis Ching

MOOD BOARD

STORY BOARD

Nota: Apesar da legislação vigente não permitir que a construção exceda o nível da via (8), uma vez a cobertura do segundo pavimento sendo um espaço público, pensou-se em uma cobertura para que o ambiente fosse mais confortável e melhor aproveitado pelos visitantes.

4.3 Desenhos TĂŠcnicos

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO

1O 5

20 15

PLANTA BAIXA TÃ&#x2030;RREO

31 A 14

1 6 2

15 16 18 19 13 17

25 26 27

7 B

28 29

10 5

20 15

PROGRAMA DE NECESSIDADES TÉRREO IDENTIFICADOR

AMBIENTE

QUANTIDADE

IDENTIFICADOR

AMBIENTE

QUANTIDADE

ESPAÇOS DE ESTAR/LAZER E OUTROS

ESPAÇOS ADMINISTRATIVOS 15

RECEPÇÃO

REDÁRIO

SALA ADMINISTRATIVA

ESTAR E JOGOS

PLAYGROUND

ESPAÇOS DE SERVIÇO 9

COZINHA (BAR DA PRAIA)

17 a 25

DUNA SPA

DEPÓSITO

PALCO PARA SHOWS

12 e 13

VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS

LOJA ESPORTIVA

CASA DE MÁQUINAS

BAR DA PRAIA

CAMARIM

2e3

WC COM VESTIÁRIO

DUCHAS EXTERNAS

CIRCULAÇÃO VERTICAL 14 e 27

ESCADA SOCIAL

ELEVADOR SOCIAL

17 a 19

SALAS DE MASSAGEM

ESCADA DE SERVIÇO

SAUNA SECA

ELEVADOR DE SERVIÇO

SAUNA MOLHADA

RAMPA PÚBLICA

PISCINA TÉRMICA

21 e 22

WC COM VESTIÁRIOS

RECEPÇÃO

GARAGEM 29

DOCA

VAGAS PARA VEÍCULOS

DUNA SPA

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO = 8950m²

PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO

37 31

30 24 30 24

30 29

17 16 15

27 28

26 26 26 26 26 26 25 25 25 25 24 24 24 24

13 12

32 1 11

18 33

20 21

C 35

3 2

5 9 6

7 10 34

10 10 5 5

15 15

PROGRAMA DE NECESSIDADES PRIMEIRO PAVIMENTO IDENTIFICADOR

AMBIENTE

QUANTIDADE

IDENTIFICADOR

AMBIENTE

QUANTIDADE

ESPAÇOS ADMINISTRTIVOS

ESPAÇOS DE ESTAR-LAZER (ABERTO PARA O BEACH CLUB) 01

LOBBY

RECEPÇÃO

12 e 13

WC LOBBY

3e4

WC FUNCIONÁRIOS

18, 19 e 20

WC APOIO PISCINA

GUARDA-BAGAGENS

AMBULATÓRIO

COPA FUNCIONÁRIOS

SALA DE AVALIAÇÃO MÉDICA

BAR DA PISCINA

ELEVADOR DE SERVIÇO

PISCINA ADULTA

ESCADA DE SERVIÇO

DECK MOLHADO

ESCADA SOCIAL

PISCINA INFANTIL

ELEVADOR SOCIAL

27 e 28

VESTIÁRIOS

ESCADA SOCIAL

ACADEMIA

RAMPA PÚBLICA

REFEITÓRIO

33 e 34

ÁREA PARA LOUNGES

GARAGEM

CIRCULAÇÃO VERTICAL

SERVIÇOS 14

LOJA DE CONVENIÊNCIA

CHAPELARIA

DOCA

LAVANDERIA

DESEMBARQUE

DML E ROUPARIA

VAGAS DE CARROS

VAGAS DE MOTOS

DUNA HOSTEL 24

QUARTOS TABATINGA

QUARTOS PONTA NEGRA

QUARTOS PIRANGI

QUARTOS PIPA

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO = 9358,60 m²

PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO

34 32

D 8

2 3

5 4

6 7

9 10 11

15 18 16 17 12

21 22 19

E 24 28

25 29

26 30

27 31

14 13

10 5

20 15

PROGRAMA DE NECESSIDADES SEGUNDO PAVIMENTO IDENTIFICADOR

AMBIENTE

QUANTIDADE

IDENTIFICADOR

DUNA RESTAURANTE ESCOLA

AMBIENTE

QUANTIDADE

DUNA RESTAURANTE ESCOLA REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS

24,25 e 27

SALAS PARA CURSOS

SALA ADMINISTRATIVA

22 e 23

SALÃO DE EVENTOS

SALÃO

VARANDA

30 e 31

WC EVENTOS

HALL CONECTIVO

BAR

ESPERA RESTAURANTE

TOTAL ÁREAS PRIVADAS = 2.313 m²

16 e 17

WC RESTAURANTE

ÁREAS PÚBLICAS

COZINHA

ADEGA

CÂMARA FRIA

DEPÓSITO

TOTAL ÁREAS PÚBLICAS = 5.420 m²

SALA DE LAVAGEM

ÁREA TOTAL DO PAVIMENTO = 7.733m²

18-

DESPENSA

ÁREA DE RECEBIMENTO E CONTROLE

1 2 1

CIRCULAÇÃO VERTICAL 3

ESCADA SOCIAL

ELEVADOR SOCIAL

ESCADA DE SERVIÇO

ELEVADOR DE SERVIÇO

PRAÇA MIRANTE

5e6

WCs PÚBLICOS

34 e 35

RAMPAS PÚBLICA

PLANTA BAIXA TERCEIRO PAVIMENTO - MIRANTE PÃ&#x161;BLICO

10 5

20 15

PLANTA BAIXA DA COBERTURA

10 5

20 15

FACHADAS

OESTE

SUL

NORTE

LESTE

SUL

CORTE A

CORTE B

CORTE C

CORTE D

4.4 PERSPECTIVAS

4.5 DETALHES E +

VISTA EXPLODIDA

COBERTURA

QUARTO PAV MIRANTE PÚBLICO (nível da rua)

rampa pública

TERCEIRO PAV MIRANTE + RESTAURANTE ESCOLA

caixa d’água

garagem G1

caixa d’água

saída de veículos

garagem G2

entrada de veículos

rampa de acesso a praia

SEGUNDO PAV HOSTEL + BEACH CLUB

NÍVEL TÉRREO BEACH CLUB + SPA

TIPOLOGIA DOS QUARTOS

Quarto Tabatinga ESCALA 1 : 75

Quarto Tabatinga ESCALA

TIPOLOGIA DOS QUARTOS

Quarto Ponta Negra ESCALA 1 : 75

Quarto Ponta Negra ESCALA

TIPOLOGIA DOS QUARTOS

Quarto Pirângi ESCALA 1 : 75

Quarto Pirângi ESCALA

TIPOLOGIA DOS QUARTOS

Quarto Pipa ESCALA 1 : 75

Quarto Pipa ESCALA

ESTRUTURA - COMPLEXO A estrutura do complexo foi pensada em concreto armado. A solução pilar + laje nervurada foi utilizada para que fossem suportados vãos mais amplos.

0.8

Planta de forma ESCALA 1 : 25

ESTRUTURA - COMPLEXO

0.8

0.15 3.5

3.87

3.5

3.87

4.42

0.37

0.4

0.55

0.4

4.42

0.37

0.55

0.15

0.8

Corte A ESCALA 1 : 25

ESTRUTURA - COMPLEXO

ESTRUTURA - COBERTURA MIRANTE Para dialogar com a sinuosidade do plano de fundo do projeto e pensando na agressividade da maresia, a estrutura escolhida para compor a cobertura do mirante foi a madeira. Ela é formada por mais de 100 lâminas distintas em madeira laminada colada presas à um sistema de viga invertida + pilar (essse, em madeira bruta).

Vista explodida ESCALA

ESTRUTURA - COBERTURA MIRANTE

Oeste ESCALA 1 : 100

Leste ESCALA 1 : 100

ESTRUTURA - COBERTURA MIRANTE

Planta de cobertura 2 ESCALA 1 : 750

Planta de cobertura ESCALA 1 : 750

Sul ESCALA 1 : 750

Norte ESCALA 1 : 750

ESTRUTURA - COBERTURA MIRANTE

seção 2 ESCALA

seção 1 ESCALA

seção 4 ESCALA

seção 3 ESCALA

4.6 BIBLIOGRAFIA

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