Monografia final

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No meio do caminho tinha um Rio



FIAM-FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO ARQUITETURA E URBANISMO

DANIELA DA PAIXÃO DE MENEZES

PARQUE FLUVIAL ÁGUAS LÚDICAS

SÃO PAULO JUNHO / 2015



DANIELA DA PAIXÃO DE MENEZES

PARQUE FLUVIAL ÁGUAS LÚDICAS

Trabalho final de graduação apresentação à FIAM FAAM centro Universitário como exigência parcial para obtenção do grau de Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Professor Dr. Caio Boucinhas

SÃO PAULO MAIO / 2015



DANIELA DA PAIXÃO DE MENEZES

PARQUE FLUVIAL ÁGUAS LÚDICAS Trabalho final de graduação apresentação à FIAM FAAM centro Universitário como exigência parcial para obtenção do grau de Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Professor Dr. Caio Boucinhas.

Data da aprovação:

Banca Examinadora:

SÃO PAULO JUNHO / 2015


Menezes, Daniela Parque Fluvial águas Lúdicas/ Daniela Menezes - São Paulo: D. Menezes/2015 99f, 29,7cm. Orientador: Caio Boucinhas Dissertação (graduação) - FIAM FAAM Centro Universitário, Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2015. 1. TFG, 2. Rios 3. Parque Fluvial 4. Equipamentos Culturais.


Ofereço este trabalho a Deus e as pessoas queridas, que estiveram ao longo desta jornada ao meu lado, especialmente a minha Mãe, Pai, irmã e Namorado. Aos colegas que fizeram parte desta caminhada , e contibuiram para o desenvolvimento pessoal uns dos outros. Aos Professores que me estigaram, a ter gosto e amor pelo Urbanismo e pelos Rios.



“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o oprimem.” Bertolt Brecht



SUMÁRIO INDRODUÇÃO 1.

CONCEITUAÇÃO

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5

Os Rios e as Cidades As Ocupações irregulares nas margens Parques Lineares: Surgimento e Conceito As categorias dos Parques Lineares e sua Importância na Atualidade Parque Linear e o seu papel na revitalização de rios no espaço urbano

2.

INTERAÇÃO URBANA

2.1 2.2 2.3 2.4

A área de intervenção Histórico do Bairro Atual conformação urbana da região O Córrego do Jardim Letícia

3.

ESTUDOS DE CASO

3.1 3.2 3.3

Linear Canivete Linear do Fogo Linear Perus

4.

PROJETO

4.1 4.2 4.3 4.4

Conceito Partido Arquitetônico Programa de necessidades Peças gráficas ANEXOS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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27 32 36 39

45 49 56

58 63 56 59 85 91 95


INTRODUÇÃO

Percepções, experiências, vivências. A reaproximação do homem ao rio, a compreensão que o mesmo é nada menos que o elemento estruturador de grandes cidades, a forma lúdica de redescobrir o que nunca deveria ter sido coberto. Então propõe-se neste projeto estudar a implantação de um Parque Fluvial com equipamentos, culturais, educacionais e de preservação. A relação com o contexto local da urbanização das várzeas no início do século passado foi profundamente alterada com o Plano de Avenidas do Engenheiro Francisco Prestes Maia, publicado em 1930. Foi esse o primeiro plano que se propôs a pensar a cidade em sua totalidade, considerando também a sua expansão, por meio principalmente do estabelecimento de uma estrutura viária que a apoiasse. As avenidas radiais e perimetrais que compunham esse sistema tinham como base principal as várzeas urbanas da cidade de São Paulo. O plano consolidou um paradigma no tipo de tratamento urbano dado às várzeas: a vinculação da construção de avenidas à já usual canalização de córregos e rios.

Esta prática, a um tempo urbanística e de drenagem urbana, permaneceu como modelo para os diversos planos urbanos que se seguiram. A canalização ou retificação dos cursos d’água e a construção de sistema viário de grande porte sobre suas várzeas drenadas tornaram-se o modulos do poder público para urbanizar fundos de vale e eliminar o extravasamento dos rios. Porém, se em um primeiro momento essas intervenções estavam vinculadas aos planos de estruturação viária, a partir da década de 1970, a canalização de córregos e a construção de avenidas de fundo de vale passaram a integrar programas de melhorias urbanas, dentro do escopo do saneamento de várzeas. Ou seja, onde houvesse um córrego a ser urbanizado, uma nova “avenida” seria construída, independentemente de sua utilidade na estruturação da cidade ou sua importância como acessibilidade. Os que não eram se tornaram moradas irregulares e insalubres, somente agora em 2010 com os projetos córregos limpos e cem (100) parques para São paulo, que a intenção de preservação dos fundos de vales foram retomar com toda força, e com base no contexto atual, fora realizada está intervençaõ.




Conceituação

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[Fig. 1] Tietê e o clube de regatas na São Paulo de 1915.


1.1 Os rios e as cidades Os rios em grande parte das cidades brasileiras corresponde se pelo elemento definidor na história, é o traço mais expressivo de sua paisagem, (GANDARA, 2014), a relação de familiaridade que se constitui entre rios e cidades é muito antiga, tanto que muitas cidades coloniais surgiram às margens dos rios, configurando-se, posteriormente, em núcleos urbanos, transformando paisagens fluviais em paisagens urbanas. Durante o processo de urbanização, os rios nem sempre foram tratados com o merecido cuidado. A ideia de preservação das margens dos rios e da qualidade da água é muito recente. Em meados de 1960, com a o choque urbano da industrialização, as cidades cresceram descontroladamente, ocorrendo uma série de devastações ambientais. Naquele momento, o rio supria as necessidades das cidades e suas pequenas indústrias, porém, cada vez mais a industrialização transformou áreas de características rurais em áreas de grande interesse econômico, destinadas à atividade que degradavam o meio ambiente em que se instalavam, afinal, estavam localizadas em pontos de difícil acesso à fiscalização e à própria população. Aquele rio que antes era suficiente para a cidade, tornou-se ineficaz diante de tanta poluição vinda das indústrias, tornando o quadro dos rios urbanos em um estado crítico e necessitando de atitudes urgentes de requalificação/ revalorização nas cidades. (FIORAVANTI, 2013)

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1.2 As ocupações irregulares nas margens Após ocorrer o choque urbano até meados dos anos de 1980, as margens dos córregos eram vistas como um lugar sujo, com mal cheiro totalmente insalubre e impróprio para ocupação ou permanência humana. Porém, com o crescimento populacional desenfreado ocorrido nas últimas décadas, fez com que a paisagem urbana desaparecesse, e assim, a medida que o crescimento populacional foi crescendo muitos córregos tiveram cada vez mais suas margens ocupadas para descarte de lixo, entulho e outros materiais volumosos. O crescimento populacional, econômico e o mercado de terras fez a cidade caminhar em direção aos rios. (JANES, 2014, ONLINE). Quando as tempestades caem sobre a cidade de São Paulo, os rios e córregos voltam a ser vistos e lembrados, pois empurram para as ruas e casas o excesso de água que não conseguem mais transportar, com isso as residências que então ocupa estas margens, são tomadas por inundações, que por muitas vezes devastam tudo, o que há nelas.

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[Fig. 2] Represa Billings cercada por moradias irregulares.


1.3 Parques lineares surgimento e conceito O nome Parque Linear de acordo com Friedrich (2007), é uma das traduções para o português mais usual do conceito de greenways e parkways. Autores como Giordano (2004), Fabos (2004), e Friedrich (2007), atribuem a autoria deste, ao arquiteto norte americano Frederick LawOlmsted, responsável pela criação de uma nova prática no campo da arquitetura, denominada paisagismo. Olmsted introduziu tal conceito em 1865, no projeto para a Universidade de Berkeley, com a transformação do vale do Rio Strawberry Creek em um greenway, com a ligação de Berkeley a Oakland, através de uma rota cênica, aplicando o conceito de conexão entre parques e outras áreas livres, porém este projeto não chegou a ser implantado (GIORDANO, 2004). A criação do conceito foram os boulevares europeus, em especial os criados pelo Barão de Haussman para a cidade de Paris, e os conceitos de cinturão verde e cidade jardim desenvolvidos pelo inglês Ebenezer Howard (TOCCOLINE; FUMAGALLI; SENES, 2006)”. [Fig. 3] Boulevar Paris.

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1.4 As categorias dos Parques Lineares e sua Importância na Atualidade Tendo em consideração a importância das APP’s urbanas, fundos de vale e áreas verdes, tanto para a biodiversidade e para o equilíbrio ambiental das cidades, o Parque Linear tem uma importante função. Segundo Giordano (2004), os Parques Lineares são áreas lineares destinadas tanto à conservação como a preservação dos recursos naturais, tendo como principal característica a capacidade de interligar fragmentos florestais e outros elementos encontrados em uma paisagem, assim como os corredores ecológicos. Conforme Little (1990), Parques Lineares podem ser classificados em cinco categorias gerais: 1 - Parques lineares criados como parte de programas de recuperação ambiental, geralmente ao longo de rios e lagos;

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2 - Parques lineares criados como espaços recreacionais geralmente ao longo de corredores naturais de longas distancias, tais como canais, trilhas ou estradas abandonadas; 3 - Parques Lineares criados como corredores naturais ecologicamente significantes, ao longo de rios ou linhas de cumeada, que podem possibilitar a migração de espécies, estudo da natureza e caminhadas a pé; 4 - Parques Lineares criados como rotas cênicas ou historias, ao longo de estradas, rodovias, rios e lagos; 5 - Rede de parques, baseada em formas naturais como vales ou pela união de Parques Lineares com outros espaços abertos, criando infraestruturas verdes alternativas.


1.5 Parque Linear e o seu papel na revitalização de rios no espaço urbano Os rios e córregos são considerados pela Legislação Ambiental brasileira como Áreas de Proteção Permanentes (APPs) e pela lei não deveriam ser locais de edificações. Porém nas grandes áreas urbanas a realidade tem sido outra pelo modelo de ocupação do solo que vinha sendo adotado até hoje. Habitualmente estas áreas são o que muitas vezes restou à população sem recurso como área para ocupação, mesmo sendo áreas irregulares e sujeitas a todos os tipos riscos ambientais e de saúde imagináveis. (MANUELZÂO, 2013, ONLINE) Uma das formas para recuperar estes cursos d’água nas áreas urbanas de uma maneira sustentável é a implantação de parques lineares. Os lineares podem solucionar o problema a partir de uma nova maneira de ver a ocupação dos fundos de vales, ou seja entendendo que este espaço seja um local onde a água é uma aliada na solução, integrando os aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais. (MANUELZÂO, 2013, ONLINE) Porém não podemos tratar um parque linear apenas como solução para a área com falta de planejamento do uso e ocupação do solo, nem tão pouco compreende-lo como um lugar de linhas retas de concreto pois, quando isto acontece, a água normalmente é en-

carada como o estorvo e não como a solução e o resultado são as conhecidas avenidas sanitárias, tendo as pistas como destaque e o rio fechado, enclausurado em caixas de concreto e similares. O parque linear tem que ser tratado com o conceito de uma área que ladeia os cursos d’água restaurando sua importância ambiental e paisagística e como espaço de convivência com a natureza. (MANUELZÂO, 2013, ONLINE) Esta visão paradisíaca dos parques lineares não é apenas sonho. É uma possibilidade real a partir da mudança da percepção, do imaginário e da mudança de mentalidade dos cidadãos. Um espaço como este irá valorizar o fundo de vale e as áreas do entorno. Criará espaço de convivência agradável e promoverá a manutenção da biodiversidade podendo ainda cumprir a função de corredores ecológicos e ser uma ferramenta para a sustentabilidade da vida no meio urbano. (FRANCO, 2001) “(...) o caso de certo formoso queijo com buracos no qual, ainda que os buracos não alimentem, eles são indispensáveis para a total definição das suas características. (...) o espaço que se deixa é tão importante como o espaço que se preenche.” (FERNANDO TÁVORA, DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO, 1999)

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[Fig. 4] Cheong-Gye-Cheon

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Innteração Urbana

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2.1 A área de intervenção Localizada no extremo sul, da região de são Paulo, mais precisamente no subdistrito do Jardim São Luís, encontra se a área de intervenção. O bairro que também dá nome ao córrego encontra-se a qual faz parte da intervenção, tem como nome Jardim Leticia, que tem como sua sub prefeitura do M’ boi mirim, uma área que no passado ficou esquecida por mais de 200 anos.

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[Fig. 5] Vista área da área envoltória da intervenção


2.2 Histórico do Bairro M´Boi Mirim, que na língua indígena significa rio das cobras pequenas, teve seu primeiro processo de ocupação em 1607. Nessa época, foram instalados, à beira do rio Pinheiros, próximo à aldeia indígena do M’Boi Mirim, o Engenho de Nossa Senhora da Assunção de Ibirapuera e a primeira extração de minério de ferro da América do Sul. (NAVARRO, 2005) A experiência com a extração de minério de ferro durou cerca de 20 anos. Depois disso a área da antiga aldeia dos índios Guaianases ficou praticamente esquecida por 200 anos, servindo apenas como ponto de passagem para os viajantes em direção ao Embu e Itapecerica da Serra. (NAVARRO, 2005) Foi só em 1829 que se deu o segundo processo de ocupação do M´Boi Mirim, com a chegada de um grupo de 129 imigrantes alemães, trazidos por D. Pedro I, para colonizar essas terras. Três anos depois a região de Santo Amaro, que incluía a antiga aldeia do M´Boi Mirim, foi elevada à categoria de município. A história de M’Boi Mirim Jardim Ângela e Jardim São Luís está diretamente ligada ao desenvolvimento de Santo Amaro. (NAVARRO, 2005) [Fig. 6] Vista do caminho a santo amaro

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No início do século 20, a The São Paulo Tramway, Light & Power decidiu represar o rio Guarapiranga, afluente do Pinheiros, para regularizar a vazão do Tietê nos meses de seca. O fato de existir transporte regular nas proximidades colaborou com a escolha do local para a construção da represa Guarapiranga. Durante o período de estiagem, as águas do Guarapiranga deveriam ser represadas e descarregadas no Rio Pinheiros para, assim, alimentar as turbinas da Usina de Parnaíba. (Com isso, um novo tipo de pessoas passou a ser atraído para essa região. Eram principalmente alemães e italianos que vinham para cá nos finais de semana praticar caça, pesca e esportes aquáticos. A área onde hoje fica o Jardim Ângela ficou conhecida como a Riviera Paulista, devido à beleza das margens da represa. Com a inauguração do Aeroporto de Congonhas, em 1934, o município de Santo Amaro foi extinto por determinação do governo do Estado. Por volta da década de 50, porém, a região do M´Boi Mirim inicia um processo de ocupação muito mais intenso. Ele começou com o desmembramento dos antigos sítios e chácaras em lotes. No auge do processo industrial, diversas vilas começaram a surgir na zona sul. Eram,

na maioria, moradias dos operários que estavam chegando de vários estados e do interior paulista para trabalhar nas fábricas que se instalaram em Santo Amaro. Eles foram chegando lentamente até a grande explosão que aconteceu a partir do fim da década de 60, quando a ocupação tornou-se desordenada, inclusive em áreas de preservação, como na região dos mananciais. (MARCILDO, 1973) Nesse período, a região cresceu também em aspectos positivos. Em setembro de 1974, ganhou o Parque Municipal Guarapiranga, com projeto elaborado pelo escritório Burle Marx e Cia. Posteriormente, em 1977, foi inaugurado outro ícone da região: o Centro Empresarial de São Paulo, localizado no Jardim São Luís. (MARCILDO, 1973) Jardim São Luís é um distrito da zona sul da cidade brasileira de São Paulo. Pertence administrativamente à subprefeitura do M’Boi Mirim, juntamente com o distrito de Jardim Ângela. Os distritos de Jardim São Luís e Jardim Ângela faziam parte anteriormente do Capão Redondo; com o novo plano diretor da cidade na gestão Marta Suplicy, ambos os bairros ganharam certa autonomia. (MARCILDO, 1973)

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[Fig. 7] Mapa do caminho a santo amaro

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2.3 Atual conformação urbana da região As inundações, provocadas pelas cheias dos Córregos da região põem em risco a segurança e a saúde, bem como acarretam prejuízos e transtornos às pessoas que moram, estudam e trabalham nessa região, são problemas bastante antigos e recorrentes em todas as temporadas de chuvas. A solução para esses problemas vem sendo reivindicada há bastante tempo pela população da região, foi objeto das discussões do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e consta do Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de M’ Boi Mirim onde, registra as áreas e ações a realizar. Neste item é prevista a recuperação, e o saneamento de córregos onde, entre outros locais cita: O jardim Letícia, que está localizado naw área do presente projeto. O reconhecimento do problema pela Prefeitura e a intenção de revitalizar o córrego, também é bastante antiga. Já em meados da década de 1990 havia sido desenvolvido um primeiro projeto para os córregos desta região, porém não foram implantados. Posteriormente, em 2000/2001, foi desenvolvido outro projeto que por sua vez também não teve êxito. Um terceiro projeto foi desenvolvido, em 2005, que mais uma vez, não houve sucesso, e agora em 2013 a região do córrego do Jardim Letícia foi interditada e por sua vez. (RIMA, 2013) [Fig. 8] Vista do jardim São Luis

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[Fig. 9] Vista das ocupações irregulares no Jardim Letícia

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[Fig. 8] Vista das ocupações irregulares no Jardim Letícia

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[Fig. 9] Mapa sensitivo

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O mapa sensitivo (fig.08) analisa uma área periférica e ao mesmo tempo conformada por dois grandes eixos viários, tal como a Avenida M’ boi mirim, que é o principal eixo viário de toda a população que reside nos bairros abrangidos pela Subprefeitura de M’ Boi Mirim, bem como grande parte de alguns municípios vizinhos como Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra, para acessar a região de Santo Amaro (principal centro polarizador da zona Sul) e, também, outras partes do Município de São Paulo. Além do grande índice de congestionamento esta avenida também tem um alto índice de poluição sonora por com do fluxo intenso de veículos. Esta situação resulta num volume de tráfego bastante grande, muito acima da capacidade desta via e que é agravada pela circulação de grande quantidade de ônibus que, muitas vezes, ocupam duas das três faixas corredor de ônibus na faixa da esquerda e ônibus comuns que operam apenas na faixa da direita restando apenas a faixa do meio para a circulação dos demais veículos. Nesta situação, o trânsito na Estrada do M’ Boi Mirim nos horários de pico fica totalmente congestionado. Tal como a Avenida Guarapiranga, que além de ser um grande eixo estruturador também dos bairros que abrangem a Subprefeitura da M’ boi mirim, ela faz ainda por sua vez a interligação de grandes outros eixos viários como a Ponte do Socorro sobre o Rio Pinheiros.

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Nos horários de pico, o trânsito neste trecho fica totalmente paralisado e se propaga ao longo de praticamente toda a Avenida do M’ Boi Mirim. O alto índice de congestionamento desta avenida também tem um alto índice de poluição sonora por com do fluxo ainda mais intenso de veículos. A análise feita para esta área compete principalmente na identificação do potencial da área, e sua atual necessidade de receber um parque. Nesta área podemos identificar nove escolas, que necessitam de algum equipamento cultural, que pela mesma análise e possível o compreendimento da escassez de qualquer equipamento cultural e até mesmo de áreas verdes de caráter de lazer cultural, pois a região abriga um dos grandes cemitérios públicos, o mesmo considerado área verde, porém sem com outros serviços. É evidente neste estudo o potencial da área para receber tal equipamento, tal como preservação da APP (área de preservação permanente), tal para o desenvolvimento pleno de suas atividades de cultura, lazer e esportes.


Pode se verificar (fig. 09) a predominância de uso residência com densidade alta, com edificações muitas vezes construídas irregularmente, ocupando a área máxima do lote, Regiões compostas por edificações unifamiliares de até 3 pavimentos, permitindo algumas casas geminadas e comércio e serviços de âmbito local.

[Fig. 9] Mapa de uso e ocupação do solo do entorno imediato à área de intervenção

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No mapeamento elaborado sobre o ponto de vista das alturas das edificações lindeiras à área de intervenção, pode se verificar a mesma predominância encontrada no levantamento de uso e ocupação do solo. Ou seja, a predominância é a máxima no trecho levantado.

[Fig. 9] Mapa de Gabarito

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Estudos de Caso

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3. ESTUDOS DE CASO 3.1 Linear Canivete Ficha Técnica Localização: Jardim Damasceno, Brasilândia. Principais vias de acesso: Avenida Deputado Cantídio Sampaio e Avenida Hugo Ítalo Merigo. Parcerias: SEHAB, SVMA, Subprefeitura Freguesia do Ó/Brasilândia. Projeto: HABI-SEHAB e SVMA Obra: HABI–SEHAB, Programa de Urbanização de Favelas. Área de intervenção: 60.000 m² Extensão do córrego recuperado: 1 km Calçadas arborizadas: 2 km. Equipamentos: Quadra poliesportiva, playgrounds, caminhos, gramados, áreas de estar e pista de skate. [Fig. 12] Vista geral do parque do Canivete. Paisagismo: Predominantemente arborização (300 árvores entre nativas e exóticas) e gramado.

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O Parque do Canivete foi analisado em sua totalidade por se assemelhar ao programa do projeto. O diálogo existente entre os equipamentos esportivos, a área verde do parque, e a cidade, possibilitam uma ocupação plena do espaço nos mais variados horários e com público muito distinto. Verifica se no projeto a sutileza na implantação dos equipamentos no terreno, e o cuidado que houve com recuperação de um quilômetro do córrego Canivete (afluente do Bananal qual segue para o Cabuçu de Baixo, que desemboca no Tietê) e de suas margens. Além dos serviços de proteção das margens com gabião, de readequação do sistema de esgoto e de iluminação pública, de pavimentação das ruas e construção de passeios e calçadas com biovaletas e plantio de árvores, a intervenção inclui ainda a estabilização dos taludes da encosta e a continuação das calçadas. A melhoria urbanística promovida pelo Parque Linear Canivete é visível, oferecendo à população não apenas um espaço de lazer e convivência, mas também, especialmente, uma recuperação urbanística e ambiental do bairro e, através do morar com dignidade, a consolidação da cidadania. Na área onde está sendo implantado o parque, antes ocupada por dois grandes assentamentos irregulares.

[Fig. 13] Vista geral do parque do Canivete em relação as comunidades locais.

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A análise aqui também vai além da concepção do projeto, o envolvimento com o público, pois ainda que de grande importância ambiental, a implantação deste Parque teve efeito negativo junto à população. Hoje para eles, há somente o sentido da “remoção”. Esse sentimento explicita-se principalmente durante as entrevistas realizadas por Angileli (2012) com moradores da ocupação Fazendinha, comunidade localizada próximo ao parque já implantado e que deve ser parcialmente removida para a continuidade da obra. Ao serem questionados sobre o Parque, todos os entrevistados disseram que “não o conhecem”, mesmo morando aproximadamente a cerca de 500 metros desta área. As pesquisas também apontaram para uma falta de reconhecimento do parque como uma questão simbólica, de dificuldade de apropriação desse espaço público voltado para atividades de lazer e cultura. Nesse contexto, podemos dizer que espaços públicos de grande importância como os parques sofrem uma distorção em seus valores essenciais, principalmente quanto ao acesso. Tornam-se por vezes, instrumentos de valorização imobiliária, e em programas de requalificação urbana, caracterizam-se como elementos higienizadores. Após a análise geral do parque enquanto organismo urbano, é necessário analisar cada equipamento isoladamente, com o objetivo de compreender a conceituação do projeto, assim como sua funcionalidade.

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[Fig. 14] Implantação geral do parque do Canivete.


3.2 Linear do Fogo Ficha Técnica Localização: Principais vias de acesso Estrada de Taipas e Rua Camilo Zanotti Subprefeitura Pirituba / Jaraguá DGD Norte-1 Parque da Administração Parque Pinheirinho d´Água Área de intervenção 35.445 m² Extensão do córrego recuperado 590 m Equipamentos: Quadra poliesportiva, quadras de areia, playgrounds, caminhos, gramados, áreas de estar e pista de skate. Paisagismo: Predominantemente arborização e gramado.

[Fig. 15] Vista geral do parque do Fogo.

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O principal propósito do projeto parque teve como objetivo a recuperação ambiental do Córrego do Fogo e suas margens, a implantação de equipamentos esportivos e lazer e a relocação da população em área de risco. Sua vegetação é composta por gramados, arborização esparsa, áreas ajardinadas, além de vegetação ruderal nos taludes do córrego. Destacam-se aroeira-mansa, Butia sp., leucena, paineiras plantadas em linha, seafórtia, sibipiruna e suinã.

[Fig. 16] Implantação geral do parque do Fogo.

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Por estar localizado em área próxima ao Parque Pinheirinho d`Agua, é possível observar o mesmo perfil de espécies de fauna, com destaque para as borboletas e aves típicas de áreas úmidas e descampadas como a saracura-sanã, curutié, piá-cobra, filipe, joão-teneném, joão-botina-do-brejo (endêmica da Mata Atlântica), garibaldi, choca-de-chapéu-vermelho, avoante, quero-quero, pica-pau-do-campo e aos cuculídeos, anu-branco e anu-preto. Assim como, o Linear do canivete, o parque tem como sua primeira necessidade a recuperação e preservação do córrego e a área de preservação permanente (APP), e em segundo plano, porém não menos importante a inclusão de equipamentos que atendam a população que reside em seu entorno, em grande parte os parques são projetados em locais que houveram remoções, então os equipamentos que aqui são demostrados, são pensados conforme a população do seu entorno que e geralmente é periférica, este parque assemelha se ao programa do projeto, pelo perfil de espécies de fauna, paisagismo e equipamentos que nele estão implantados. Todo seu espaço público, fruto de um projeto que estuda sua implantação, a ocupação do solo do seu entorno, público frequentador da região e público alvo, o que torna se que o parque seja não mais que uma extensão da residência do frequentador.

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3.3 Linear Perus

Núcleo junção - área 117.280,00m²

Ficha Técnica

Situação área localizada em vazio urbano tendo o Rodoanel e a via férrea como elementos limites. A região abrange um encontro entre o Ribeirão Perus e o Córrego do Areião. Vocação, eventos esportivos, culturais e sociais A área em forma de grande várzea representa um forte potencial paisagístico de utilização para grandes manifestações coletivas.

Localização: localizado na região noroeste do município de São Paulo, no distrito de Perus Área de intervenção: 999.450m² e é dividido em 5 núcleos Núcleo areião - área 120.700,00m² Situação Área situada na entrada do distrito, caracterizada como várzea do Córrego do Areião que foi utilizada como lavra de areia descaracterizando a paisagem. Vocação lazer e esportes A área apresenta forte potencial paisagístico com caráter integrado com o ambiente urbano proporcionando espaços voltados ao lazer e esportes. Com a característica especial que poderá se tornar o portal de entrada de Perus.

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Núcleo reserva - área 691.900,00m² Situação área isolada em função de ser limitada por todos os lados (Rodoanel, via férrea e comunidade de Jaraguá) Vocação lazer contemplativo e integração do homem com a natureza.


Núcleo girassóis - área 21.770,00m² Situação área fortemente urbana comprimida entre a via férrea e a ocupação urbana com o Ribeirão do Perus passando ao meio. Vocação eixo de lazer a área visa a minimização do impacto da paisagem urbana, hoje caótica, via tratamento de massas arbóreas localizadas. Apresenta potencial de uso para escala local proporcionando espaços de convivência.

Núcleo centro - área 47.800,00m² Situação área localizada em ponto central, densamente urbanizada e com presença de polos geradores de tráfego apresentando poucos resquícios históricos do antigo centro de Perus. Vocação melhoria urbana área com circulação intensa de pessoas e veículos que faz parte do principal eixo de conexão da cidade. Busca de melhoria urbana através do mobiliário urbano e arborização local

Equipamentos: O Programa contém uma ciclovia, passeio, bicicletário, biovaleta, revitalização do campo de futebol existente e inserção de arquibancada, estacionamento esplanada, edifício Administrativo/ Cultura, passarela de transposição do Córrego Areião − guaritas de fechamento da trilha, trilha de caminhada Edifício administrativo, com passarela de transposição do rio, estacionamentos portarias acessos com palmeiras, campinho de futebol quadra poliesportiva, circuito de ginástica, circuito de skate, playground, deck de contemplação, mirante lago em esplanada ciclovia trilha de caminhada estar bosque, espaços para ginástica

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[Fig. 17] Implantação geral do parque Perus.

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Embora em fase de implantação, o Parque Linear de Perus, é uma forte fonte de referência e espiração, por ser um projeto bem conceituado onde, une a comunidade e o espaço público, o objetivo é ser um espaço de uso público vivo, democrático, com qualidade, Sócio ambientalmente sustentável, que responda aos desejos e demandas da comunidade envolvida. Ele teve seu foco voltado a atender as particularidades da região, tal esse que refletisse uma união de arte, ciência e tecnologia em harmonia com os aspectos sócio‐culturais da população. Desenvolvendo um projeto com soluções de paisagem voltadas para o equilíbrio da percepção da água e do meio ambiente que buscassem uma ressignificação dos valores dos espaços públicos. O Caminhar dos trabalhos do parque tiveram em paralelo à discussões com a população buscando a conscientização dos valores sociais, urbanos e ambientais com os moradores, para que não ocorra o mesmo que ocorreu no Linear Canivete, especialmente por estar localizado em uma comunidade intensamente urbanizada


Com a diretriz, de acolher as grandes diversidades de usos e frequentadores, os percursos, as edificações, os equipamentos e o mobiliário devem promover, de forma integrada, o convívio de crianças, jovens, idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais, estabelecendo um diálogo com o entorno conectando os dois lados do vale do Ribeirão Perus intensamente urbanizados, por meio de passarelas de transposição da ferrovia e, ao longo do parque, através de ciclovia e passeio que se estenderá futuramente ao Parque Pinheirinho D’água, ao sul, e a noroeste, à APP situada na área da antiga fábrica de cimento Perus (tombada) e ao distrito de Jaraguá, transformando‐o em um parque urbano, integrado, aberto, democrático. O projeto também considera que, no futuro, as águas dos córregos e seus afluentes serão limpas, a recuperação e preservação da diversidade da flora e da fauna com a utilização de espécies nativas do bioma da Mata Atlântica/ Cerrado Paulista/ Floresta. As espécies foram organizados em plantio de mata ciliar, mata de sub‐bosque, mata paisagística, mata

paisagística de pequeno porte e em conjunto de composições paisagísticas (utilizado principalmente nas áreas urbanas). Com todas estas características o foco principal deste parque é estabelecer um forte diálogo com o todo o entorno de acordo com suas características, procurando consolidar as conexões com os fragmentos florestais existentes, levando em consideração o programa de uso sugerido pela população, criando assim uma conscientização e aproximação da população, trazendo novamente aquele conceito de que o parque seja apenas uma extensão da residência do frequentador. Neste estudo além dos equipamentos, oferecidos a comunidade o parque teve a real preocupação e aproximar o homem da natureza, com isto o mesmo foi analisado em sua totalidade por se assemelhar não só ao programa do projeto, mais por sua forma de unir a comunidade com o parque, o que raramente ocorre como foi possível analisar nos outros estudos o que inspira por completo este estudo.

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Projeto

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4. Projeto 4.1 Conceito Em relação a toda a toda abordagem dos aspectos urbanos e sociais que envolvem a área de intervenção – Parque Fluvial – foi elaborada uma pesquisa com os moradores do entorno, com a finalidade de compreender o que realmente as pessoas pensam sobre a área do futuro parque. Desta pesquisa (anexo I) realizada com 30 moradores do entorno, destacou-se que 80% destas pessoas compreendem que um parque na região do Jardim Leticia, uma área periférica, com muitas escolas e poucos locais de cultural, deve possuir equipamentos de caráter cutural, que integrem as crianças da região ao parque, e assim garantir que o local não se torne como muitos parques um local público degradado ou pouco frequentado, tal como o parque linear do Canivete. Estes dados revelam que os entrevistados enxergam a necessidade da população integrar com os espaços públicos, alguns chegaram a citar o parque Ibirapuera e suas multidisciplinaridades dos espaços. Menos de 2% dos moradores optaram por um parque que contenha somente arvores sem nenhum tipo de equipamento de apoio.

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Através desta pesquisa, foi possível elencar, os equipamentos necessários que conformariam o programa do parque. Outro item da pesquisa, relevante foi a relação dos moradores com o córrego, tanto com a degradação que ele encontra se, quanto em relação das enchentes, 99% destes moradores, entende, ser extremamente necessário, a revitalização do mesmo, e a realização de melhorias na drenagem das enchentes, acreditando se que com estas realizações a população criaria uma reaproximação com o rio.


4.2 Partido Arquitetônico A conformação dessa região foi caracterizada pela ocupação irregular, realizada às margens do córrego, resultado dos processos formais de produção da cidade, e da carência de investimentos públicos na urbanização. Um parque fluvial deve ser a configuração final deste espaço, que substituirá as edificações irregulares, por áreas verdes e equipamentos culturais, o que permitirá uma permeabilidade maior, outro ponto será a renaturalização do córrego pelo processo de westland, o que significará em uma melhoria na provisão de área verde, das enchentes e de equipamentos culturais de uso público, considerando a carência na região e o formato linear e não concentrado do parque, que facilitará o acesso a um número maior de frequentadores, ao parque pode o que deverá contribuir de forma significativa para aumentar a qualidade ambiental desejada para esse entorno. A rua entra no parque assim como o parque transborda para a rua, um grande “circuito” é a proposta. Um equipamento público deve conviver em harmonia com o seu entorno, infiltrando na malha urbana e dialogando diretamente com tudo que o toca. Trabalhar o paisagismo e a arquitetura como elo de ligação entre as pessoas e os espaços, resultando na aplicação da disciplina teórica de arquitetura e paisagismo como espaço de encontro.

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A acessibilidade a avenida M’ boi mirim um dos eixos viários mais importantes da zona sul, será feito por um beco será o eixo principal. A área estudada faz divisa com as ruas Orfeu de montiverde, rua Antônio andrelina e a rua Pedro Armani o que promoverá um fluxo intenso e diferenciado de moradores. Nota se ainda que em torno da área existem oito escolas de ensino infantil o que promoverá um fluxo grande de um outro público que será o infantojuvenil. O transporte público, encontra se somente na Av. M’ boi mirim, o fluxo é bem intenso nesta via, a mesma possuiu um corredor de ônibus que interliga a zona sul as áreas centrais. Do estudo destas conexões resultou se no primeiro croqui de implantação (Fig. 19). [ FIG. 18]

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Mapa de permeabilidade física e visual.


[ FIG. 19]

Primeiro estudo de implantação.

Este estudo resultou numa ocupação muito grande, nada muito definido, com equipamentos em todo o parque e ainda com uma ciclovia impermeabilizada ao lado do córrego, o que não resultava numa permeabilidade desejada para uma área de APP, neste estudo ainda o córrego não era tratado como interação junto ao parque e sua renaturalização ainda não estava prevista. A intenção da biblioteca já era presente neste estudo porém sua forma ainda era muito densa, além do local onde ela estava locada no parque, sobre o córrego, o mesmo acontece com a administração e a lanchonete que estão locadas em lugares sem muita definição.

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[ FIG. 20]

Num segundo estudo de implantação (fig.2o) percebe se a evolução formal, visando a setorização do parque, por áreas, os volumes construídos, já são menores e mais definidos, porém ainda se encontram muito próximos, deixando áreas vazias, sem apoio. A ciclovia já está locada junto com o passeio e a biovaleta, o que resolve a questão da permeabilidade junto ao córrego e ainda uma pequena parte da drenagem, a questão da desnaturalização do córrego já e presente, nenhuma parte dele deverá ser canalizada, porém ainda, não se tinha formulado como realiza- lá. A massa arbórea e forração aqui já estão pré definidas, porém ainda sem nenhuma definição de espécie.

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Segundo estudo de implantação.


[ FIG. 21]

Terceiro estudo de implantação.

O terceiro estudo (fig.21) já se assemelha com a forma final proposta. Nota se a presença da biblioteca e do edifício de apoio em conjunto com a lanchonete e sanitários, em locais mais estratégicos para atender o parque por completo, ou onde mais seria utilizada no caso da biblioteca, as massas arbóreas agora neste estudo, tem o conceito de planos de teto, parede e piso, um conjunto de espaços estáticos e dinâmicos, definido assim o que cada espaço necessita, a criação de dois eixos principais (norte-sul e leste-oeste), a mistura de caminhos (secundários) e elementos vegetais criando espaços únicos e diversificados, evitando o monótono.

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Os espaços pensados inicialmente, foram depurados, resultando em espaços que criam lugares de permanência e passagem, mais coerentes com cada local, locais lúdicos e interativos, que interligam o aprendizado com a aproximação do rio com os usuários, como pode se notar nas figuras 22 e 23.

[ FIG. 22]

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Croqui de estudo

[ FIG. 23]

Croqui de estudo


A figura 24, costura o céu com o rio, para retratar que o equipamento proposto, (deck mirante), habita dois mundos, o real e o imaginário, este é o poder da cultura nas vidas, incentivar o lúdico e estimular a visão além do horizonte das crianças. Com base em todo o estudo elaborado e visando a implantação de um projeto completo, elaborou se um logotipo que pudesse simbolizar a conexão dos aspectos abordados no projeto: Cultura infantojuvenil, Preservação e Reaproximação da cidade com rio. (fig. 24)

[ FIG. 25]

[ FIG. 24]

Croqui de estudo

Logo

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4.3 Programa de Necessidades Para implantação do projeto estudou se o programa geral de alguns parques, tal como o parque linear de perus, já referido anteriormente nos estudos de casos, juntamente com as reivindicações na pesquisa de opinião dos moradores. Desta forma chegou se no programa de necessidades. • Caminhos • Ciclovia • Biblioteca (acervo adulto / infantil) • Bosque de leitura • Playground Lúdico • Redário • Pomar • Deck mirante • Alongamento • Administração • Lanchonete • Sanitários • Palco / Cine ao ar livre • Quadra de areia • Quadras poliesportiva • Pista de skate

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• Mesas de ping pong • Mesas de Jogos • Área de pic nic com pérgola • Horta Urbana • Paraciclos • Playground comum • Passeio com biovaleta • • • •

Proposta de renaturalização do córrego Mesas de ping pong Mesas de Jogos Área de pic nic com pérgola


Áreas

Área de intervenção

51 971,00

o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o

51 971,00 15000 200,00 3000,00 400,00 200,00 10000 789,00 300,00 200,00 50,00 30,00 700,00 300,00 450,00 300,00 100,00 100,00 200,00 5100 399,00 250,00 15000

Caminhos Ciclovia Biblioteca (acervo adulto / infantil) Bosque de leitura Playground Lúdico Redário Pomar Deck mirante Alongamento Administração Lanchonete Sanitários Palco / Cine ao ar livre Quadra de areia Quadras poliesportiva Pista de skate Mesas de ping pong Mesas de Jogos Área de pic nic com pérgola Horta Urbana Paraciclos Playground comum Passeio com biovaleta

Áreas

o

Proposta de renaturalização do c[órrego

1 971,00

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Memorial Descritivo Estrutura: Lajes convencionais Maciça e Vigas e pilares de concreto armado. Alvenaria: Blocos cerâmicos convencionais: 9x19x19cm/ 11,5x19x39cm/ 19x19x39cm Cobertura: cobertura verde Revestimentos Externos: Concreto aparente e Madeira auto clavada. Pintura: Tinta låtex branca, vermelha, amarela verde, azul, laranja e magenta. Vidros: Temperados do tipo incolor. Caixilhos: Portas e janelas de madeira.

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Peรงas Grรกficas

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IMPLANTAÇÃO S/ESCALA

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IMPLANTAÇÃO ESPECÍES S/ESCALA

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CORTE LONGITUDINAL AA S/ESCALA

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CORTE TRANSVERSAL BB S/ESCALA

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CORTE TRANSVERSAL CC S/ESCALA

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PLANTA BAIXA BIBLIOTECA S/ESCALA

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CORTE LONGITUDINAL BIBLIOTECA S/ESCALA

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PLANTA BAIXA APOIO S/ESCALA

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CORTE LONGITUDINAL APOIO S/ESCALA

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IDENTIDADE VISUAL DO PARQUE

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ILUMINAÇÃO DO PARQUE

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DETALHE GENÉRICO

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DETALHE DECK MIRANTE DETALHE BOULERVAD

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Anexos

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Anexo I Questionário de pesquisa popular Quantidade de respostas colhidas 50

Parque Fluvial Um trabalho final graduação que trata sobre a recuperação de uma área de APP, a reaproximação da população com o rio e clama pela participação pública para compreender o que um parque precisa? Nos ajude a entender um pouco do que a população espera de um novo parque, em uma região carente de quase todos equipamentos. Sua opinião será muito bem vinda caso queira colaborar, dando dicas e sugestões para melhorarmos o questionário. Agradeço desde já apoio e paciência. TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO GRADUANDA: DANIELA DA PAIXÃO DE MENEZES CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO INSTITUIÇÃO FMU FIAM FAAM CONTATO: arqdanielamenezes@gmail.com

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Nome Completo: Idade: De 15 a 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 50 anos De 51 a 60 anos Superior a 61 anos. Escolaridade: 1º grau ensino fundamental (5° a 8° serie) 2° grau ensino médio (1° ao 3° ano) 3° grau ensino superior Nenhuma das opções acima 1° O bairro possui equipamentos culturais/ lazer em quantidade e condições satisfatórias? O que você proporia para melhorá-lo? 2° Qual é a importância deste para o bairro? 3° Qual a importância deste parque para você? 4° Em que aspecto este parque pode contribuir para o bairro? 5º Qual a importância do córrego para você hoje? 6° Você se reaproximaria do córrego caso ele fosse tratado? 7° As enchentes são frequentes? O que proporia para melhoria? 8° Acredita que a ajuda dos moradores em mobilizações de cuidar do espaço pode melhorar os aspectos das enchentes que ocorrem hoje?


Bibliografia Questionário de pesquisa popular Quantidade de respostas colhidas 50

Parque Fluvial Um trabalho final graduação que trata sobre a recuperação de uma área de APP, a reaproximação da população com o rio e clama pela participação pública para compreender o que um parque precisa? Nos ajude a entender um pouco do que a população espera de um novo parque, em uma região carente de quase todos equipamentos. Sua opinião será muito bem vinda caso queira colaborar, dando dicas e sugestões para melhorarmos o questionário. Agradeço desde já apoio e paciência. TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO GRADUANDA: DANIELA DA PAIXÃO DE MENEZES CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO INSTITUIÇÃO FMU FIAM FAAM CONTATO: arqdanielamenezes@gmail.com

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Considerações Finais

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto teve como ponto de partida, a grande crise da água que ocorreu no ano de 2014. A questionavél pergunta que ficou durante esta seca foi, por que temos tantos rios e não temos água potável? As questões que levam ao tratamento limitado da drenagem urbana e a renaturalzação de córregos e rios são muitas. A primeira é a ausência da ideia de bacia hidrográfica, tanto nos programas de reurbanização de favelas, quanto no de parques lineares, porque ela também é pouco considerada no planejamento urbano. mesmo os programas de reurbanização que trataram grandes trechos urbanos muitos não a tiveram como premissa de drenagem. A análise da implantação de alguns parques lineares e de urbanização de favelas permitiu entender como alguns atributos de projetos são tratados em cada contexto da cidade. Tal análise foi essencial para compreender como elaborar o parque. Nesse contexto, ganhou-se a importância tanto a questão da paisagem concebida quanto o atendimento às demandas locais pela urbanificação, como habitação, criação de áreas de lazer e microacessibilidade e diminuição dos riscos de inundação, bem como o envolvimento das comunidades no planejamento, projeto e implantação das intervenções, levando em conta o fato de que a participação da comunidade é mais efetiva nos projetos de parques lineares.

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A São elas: a relação entre os espaços públicos e os cursos d’água, o ganho de mobilidade e conectividade locais promovidos pelo projeto, a criação de áreas de lazer e se sua concepção colabora para o sentimento de segurança, tanto do ponto de vista social quanto aquela relacionada aos eventos naturais, tais como inundações. O projeto visa conceber um outro conceito de parque fluvial, tal que envolva plenamente a comunidade para que ela compreenda que o parque é um bem que o bairro e a cidae ganha, por muitos anos a cidade se afastou do rio deixando suas margens apenas para moradas irregulares, essa aproximação de forma negativa, traz uma negativiade da população quando são retiradas, o que muitas vezes cria um receio ao parque, com a participação da comunidade colocando os equipamentos que seriam uteis na região, envolve plenamente a comunidade com o projeto. Desta forma através de pesquisa no bairro que foi concebido o programa de equipamentos culturais, educacionais e ambientais demostrando que é possível unir a preservação com a cultura. Os objetivos e as diretrizes de projeto analisadas durante todo o processo de estudo, população, conceitos e etc., foram contemplados, a pesquisa de campo realizada reforçou o conceito de participação da comunidade e definiu a concepção do projeto.


ReferĂŞncias

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ANGILELI, Cecília Maria de Morais Machado. Paisagem e Lazer: Representações da Metrópole: Para os Brasileiros de Brasilândia. Rio Claro: OLAM Ciência e Tecnologia, 2005 Chão. Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. 2012. GTA Assessoria Técnica. Diagnóstico - Plano de Ação Habitacional de Urbano para o Distrito de Brasilândia, 2003. MARICATO, Ermínia. “As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias”. In: ARANTES, Otília; VAINER, Carlos & MARICATO, Ermínia. A cidade do pensamento único. Desmanchando consensos. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000. Paisagens Reveladas no Cotidiano da Periferia. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. 2007. TUCCI, C.E.M., Curso de Gestão das Inundações Urbanas. Parque linear sp. Unesco ? Global Water Partnership South América-Associación Mundial Del Água. 2005. Disponível em http://www.vitalis. net. Acesso: 10/04/2015.

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