Flexibilidade de espaços compactos: Apartamentos para diferentes cotidianos

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2015

Daniela Renzetti de Souza



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DANIELA RENZETTI DE SOUZA

FLEXIBILIDADE DE ESPAÇOS COMPACTOS: APARTAMENTOS PARA DIFERENTES COTIDIANOS

3 Projeto de pesquisa apresentado como requisito para aprovação da disciplina de Introdução ao Trabalho Final de Curso ministrada pela prof. Me. Dariane Bertoni no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Univesitário Moura Lacerda.

RIBEIRÃO PRETO 2015


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DANIELA RENZETTI DE SOUZA

FLEXIBILIDADE DE ESPAÇOS COMPACTOS: APARTAMENTOS PARA DIFERENTES COTIDIANOS

Trabalho final de graduação apresentado a Universidade Moura Lacerda, como parte das exigencias para a obtenção do titulo de bacharel em Arquitetura e Urbanismo Ribeirão Preto - SP, 17 de Novembro de 2015

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Prof. Dariane Bertoni

____________________________________________ Prof. Fabiana Mori

____________________________________________ Prof.

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Gostaria de dedicar este trabalho a meu pai Nilton, à minha mãe Leandra, ao meu irmão Bruno e a todos que contribuíram em minha formação acadêmica.


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AGRADECIMENTOS

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Agradeço a Deus, em primeiro lugar, o possibilitou a conclusão deste trabalho. Aos meus pais Nilton e Leandra, e meu irmão Bruno pelo amor e confiança depositada em mim. Ao Samuel por sempre me incentivar e compreender nos momentos difíceis. Aos meus amigos pelo companheirismo e disponibilidade para me auxiliar em vários momentos. A orientadora Prof. Dariane Bertoni, pelo estímulo, sugestões e críticas sempre muito pertinentes e por ser fundamental na elaboração deste trabalho. Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada. qual


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SUMÁRIO LISTA DE FONTE DE GRÁFICO...................................................................................................13 LISTA DE FONTE DE FIGURA........................................................................................................13 RESUMO.......................................................................................................................................19 INTRODUÇÃO..............................................................................................................................22 1. SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O ESPAÇO DA HABITAÇÃO VERTICAL.....................24 1.1. Habitação vertical......................................................................................................24 1.2. Apartamentos compactos........................................................................................26 1.3. Atividades Cotidianas na habitação.......................................................................30 1.4. Arquitetura Aberta – O caso MaxHaus....................................................................34 1.5. Sistema Estrutural do Apartamento..........................................................................37 2.

MOBILIÁRIO FLEXÍVEL..........................................................................................................39 2.1. Design e flexibilidade..................................................................................................39 2.2. Paredes fixas................................................................................................................48 2.3. Paredes Móveis...........................................................................................................52

3.

PROJETO DE REFERÊNCIA – MIES VAN DER ROHE...........................................................61

4.

PROPOSTA DE PROJETO.....................................................................................................67

5.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................91

REFERÊNCIAS...............................................................................................................................92

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LISTA DE FONTE DE GRÁFICO Gráfico 1- Fonte: censo demográfico 2000, rio de janeiro: ibge, 2001. Gráfico 2 - Fonte: dados EMBRAESP (2013) Gráfico 3 - Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego 2003-

Figura 19 - Fonte: Living Design Figura 20 - Fonte: Living Design Figura 21 - Fonte: A Few Thougnts Figura 22 - Fonte: Galfetti (modificado). Figura 23 - Fonte: Galfetti (modificado) Figura 24 - Fonte: Steven Holl Architects Figura 25 - Fonte: Steven Holl Architects

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Figura 26 - Fonte: Archtendencias Figura 27 - Fonte: Archtendencias Figura 28 - Fonte: Archtendencias Figura 29 - Fonte: Archtendencias Figura 30 - Fonte: Archtendencias Figura 31 - Fonte: Archtendencias Figura 32 - Fonte: Broadacre Figura 33 - Fonte: Ecoargoiania Figura 34 - Fonte: Broadacre Figura 35 - Fonte: Scientific Americna blog Network Figura 36 - Fonte: UOL Economia Figura 37 - Fonte: UOL Economia Figura 38 - Fonte: UOL Economia Figura 39 - Fonte: UOL Economia Figura 40 - Fonte: UOL Economia Figura 41 - Fonte: UOL Economia Figura 42 - Fonte: UOL Economia Figura 43 - Fonte: UOL Economia Figura 44 - Fonte: UOL Economia Figura 45 - Fonte: UOL Economia Figura 46 - Fonte: Galfetti (Modificado) Figura 47 - Fonte: Galfetti (Modificado) Figura 48 - Fonte: Galfetti (Modificado)

LISTA DE FONTE DE FIGURA Figura 1- Fonte: Bild (2014) Figura 2 - Fonte: Comello (2015) Figura 3 - Fonte: Empreendimentos Imobiliários (2012). Figura 4 - Fonte: FONSECA (2011). Figura 5 - Fonte: FONSECA (2011). Figura 6 - Fonte: FONSECA (2011). Figura 7 - Fonte: FONSECA (2011). Figura 8 - Fonte: Ciadearquitetura (2011). Figura 9 - Fonte: Experimental domestic cells. Figura 10 - Fonte: EDIZIONI (2013). Figura 11 - Fonte: MRV Engenharia. Figura 12 - Fonte: Habitissimo Vigas Alvenaria Convencional Figura 13 - Fonte: O Meu Bigode Figura 14 - Fonte: O Meu Bigode Figura 15 - Fonte: Living Design Figura 16 - Fonte: Living Design Figura 17 - Fonte: Living Design Figura 18 - Fonte: Living Design

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Figura 49 - Fonte: Galfetti Figura 50 - Fonte: Galfetti Figura 51 - Fonte: Galfetti (Modificado) Figura 52 - Fonte: Galfetti Figura 53 - Fonte: Galfetti Figura 54 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 55 - Fonte: Enreadados em La Web

Figura 76 - Fonte: O autor (2015) Figura 77 - Fonte: O autor (2015) Figura 78 - Fonte: Suvinil Figura 79 - Fonte: Suvinil Figura 80 - Fonte: Porcelanato Figura 81 - Fonte: O autor (2015) Figura 82 - Fonte: My-deco-shop

Figura 56 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 57 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 58 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 59 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 60 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 61 - Fonte: Enreadados em La Web Figura 62 - Fonte: Bild Desenvolvimento Imobiliรกrio Figura 63 - Fonte: Bild Desenvolvimento Imobiliรกrio Figura 64 - Fonte: Bild Desenvolvimento Imobiliรกrio Figura 65 - Fonte: Bild Desenvolvimento Imobiliรกrio Figura 66 - Fonte: O autor (2015) Figura 67 - Fonte: O autor (2015) Figura 68 - Fonte: O autor (2015) Figura 69 - Fonte: O autor (2015) Figura 70 - Fonte: O autor (2015) Figura 71 - Fonte: O autor (2015) Figura 72 - Fonte: O autor (2015) Figura 73 - Fonte: O autor (2015) Figura 74 - Fonte: O autor (2015) Figura 75 - Fonte: O autor (2015)

Figura 83 - Fonte: O autor (2015) Figura 84 - Fonte: O autor (2015) Figura 85 - Fonte: O autor (2015) Figura 86 - Fonte: O autor (2015) Figura 87 - Fonte: O autor (2015) Figura 88 - Fonte: O autor (2015) Figura 89 - Fonte: O autor (2015) Figura 90 - Fonte: O autor (2015) Figura 91 - Fonte: O autor (2015) Figura 92 - Fonte: O autor (2015) Figura 93 - Fonte: Suvinil Figura 94 - Fonte: Flickr (Modificado) Figura 95 - Fonte: Meu Adesivo Figura 96 - Fonte : Portobello Figura 97 - Fonte: O autor (2015) Figura 98 - Fonte: Divisorias Artflex Figura 99 - Fonte: Divisorias Artflex Figura 100 - Fonte: O autor (2015) Figura 101-Fonte: Fazola Figura 102- Fonte: Imagestack Figura 103- Fonte: O autor (2015) Figura 104- Fonte: O autor (2015) Figura 105- Fonte: O autor (2015) Figura 106- Fonte: O autor (2015)

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Figura 107- Fonte: O autor (2015) Figura 108- Fonte: O autor (2015) Figura 109- Fonte: O autor (2015) Figura 110- Fonte: O autor (2015) Figura 111- Fonte: CASTELATTO Figura 112- Fonte: SUVINIL Figura 113- Fonte: CORAL Figura 114- Fonte: O autor (2015) Figura 115- Fonte: O autor (2015) Figura 116- Fonte: O autor (2015) Figura 117- Fonte: O autor (2015) 17


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RESUMO

Hoje, no século XXI, percebe-se um crescimento populacional diferente quando comparado a cinquenta anos atrás,

as famílias estão se planejando mais e tendo menos filhos e a expectativa de vida aumentou. Essas alterações apontam um desenvolvimento e crescimento populacional e em conjunto com uma economia favorável estimulam o mercado de imóveis provocando um crescimento acelerado na construção civil. Apartamentos denominados compactos, com menos de 50m² de área útil, apresentaram um aumento em lançamentos de 105,5% em 2013 comparado com 2012. Predominantemente construídos utilizando arquitetura tradicional, são poucos aqueles que carregam o conceito de arquitetura aberta, trazendo áreas integradas e livres de divisões. Para o presente trabalho propõe-se o estudo da flexibilidade em ambientes compactos, dos quais carregam o conceito de arquitetura aberta e ainda que sejam preparados para pessoas com diferentes cotidianos. Os estudos foram desenvolvidos elaborando plantas com diferentes disposições do mobiliário para cada perfil de pessoa escolhido, no caso idosos, universitários e casal de jovens sem filhos. Ao fim dos estudos foi possível apontar o papel do design no desenvolvimento de produtos e disposição do mobiliário favorecendo ambientes flexíveis.

Palavras-chave: Compacto. Arquitetura Aberta. Flexível. Multifuncional.

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ABSTRACT

Today, in the the XXI century, we can see differences in population growth compared to fifty years ago, families are planning more and having fewer children and increased life expectancy. These changes point to a development and population growth and, together with a favorable economy, stimulate the real estate market causing an accelerated growth in construction. Styled compact Flats, with living area under 50m², reported an increase in releases of 105.5% in 2013 compared to 2012. Predominantly constructed using traditional architecture, few are those who carry the concept of open architecture, bringing integrated and divisions-free areas. For this paper propose the study of flexibility in compact environments of which carry the concept of open architecture, and even if they are prepared for people with different daily life. The studies were developed developing plants with different arrangements of furniture for each person’s profile selected, if seniors, students and young couple without children. At the end of the studies was possible to point out the role of design in product development and provision of furniture favoring flexible environments.

Keywords: Compact. Open Concept. Flexible. Multifunctional.

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INTRODUÇÃO Este trabalho final de conclusão de curso apresenta um estudo na área de Arquitetura e Urbanismo, trabalhando no assunto de Arquitetura de Interiores, e tem como tema a

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flexibilidade de espaços compactos em apartamentos para diferentes cotidianos. Antes de pensar no projeto em si, existe uma justificativa do porque foram criadas tais espaços compactos. A especulação imobiliária provoca um crescimento acelerado na construção civil, e junto com esse crescimento vêm mudanças constantes. No séc. XXI, os empreendimentos priorizavam imóveis com ambientes amplos, para que pudesse acomodar um número maior de pessoas. Normalmente eram em torno de seis pessoas, mas atualmente este cenário sofreu mudanças. Assim, ELY(2010, SEM NUMERAÇÃO) afirma: “O na

reflexo

construção

unidade se

dessas

transformações

civil

habitacional,

entre

uma

é

um

cujo

tipo

sociais

novo

projeto

micro-arquitetura

de

definee

um

macro-design e deve integrar edificação e mobiliário garantir

em

soluções

condições

diferenciadas,

mínimas

de

para

moradia.”

A população vem crescendo menos, ano após ano. As famílias estão

se planejando mais e tendo menos filhos. O número de pessoas que compartilham a mesma residência diminuiu, e as novas famílias estão em média com um a três filhos, isso faz com que as construtoras imobiliárias vendam projetos de residências com proporções menores, para atender esse novo mercado. LIMA(2013, p. 2)complementa que : “O alto custo do metro quadrado construído tornou

as

habitações

cada

vez

menores,

dessa forma mais acessíveis para boa parte do

público

por

ambientes

enxergarem

consumidor. reduzidos um

Essa fez

promissor

procura

construtoras nicho

no

mercado; sendo assim, pode-se construir mais apartamentos por edifícios e ainda resolve-se o problema da falta de espaço para construir nas grandes cidades, o que ocasionou o fenômeno da verticalização das moradias.”

Com a facilidade de compra desses novos empreendimentos, a venda de apartamentos pequenos no Brasil vem crescendo gradativamente, pois além destes fatores, de que o número de pessoas que moram nas residências caíram, os jovens querem sua independência, preferindo morar sozinhos. A média de idade destes jovens esta entre 17 e 24 anos, pois é nesse período que os mesmo estudam em universidades fora de suas cidades natal. Não exclusivamente os


jovens estudantes que estão à procura dessas residências, mas também existe um interesse muito alto dos recém-casados, casais sem filhos, que querem morar em um apartamento menor, além das pessoas mais maduras (usualmente tratado como terceira idade) também estão

os objetos a que se destina, sem que sejam danificados.” (ELY, 2010, SEM NÚMERAÇÃO). Atualmente as novas ideias, desejo de modernidade e a crescente demanda de móveis são facilitadores para o aumento do desenvolvimento de móveis. A rotina das pessoas precisa de algo que

preferindo apartamentos compactos. A partir disso, para atender esses empreendimentos, o design de móveis também desenvolve produtos que atendam esse tipo de moradia. Então o design também se volta para esta problemática desenvolvendo mobiliário para esse uso. A busca de móveis com mais de uma função cresceu muito nos últimos anos, pois esses móveis atendem grandes necessidades de ambientes compactos. Por isso a importância de utilizar o espaço que esses imóveis oferecem, como diz LIMA (2013, p.2). “Porém, o fator espaço reduzido aliado à falta de móveis adequados podem comprometer o uso dos espaços e objetos, restando ao morador a tarefa de reorganizar esses espaços conforme suas necessidades e condições.”. Umas das atribuições de um designer pode ser o desenvolvimento de armário eficaz e funcional. Ou seja, cumpre com suficiência. e segurança sua função principal, armazenando adequadamente

seja ainda mais prático, VASCONCELOS (2009, p. 17) complementa que: “Actualmente de

objectos

existe que

da vida actual.

se

No

uma

grande

adaptam

à

variedade mobilidade

entanto estes objectos

constituem, muitas vezes, variantes estilísticas de uma mesma solução.

Haverá

ainda muito por

fazer, na procura de soluções mais funcionais e versáteis, que nos simplificam o dia a dia.”

Cada morador tem a sua vida, e a sua rotina. Por exemplo, um jovem estudante não tem o mesmo dia-a-dia de uma pessoa recém- casada, ou até mesmo de uma pessoa de terceira idade. O designer reúne essas e outras ideias antes de projetar qualquer móvel, como diz VASCONCELOS (2009, p.16) “Os objectos que compõem as nossas casas podem acarretar fórmulas criativas e versáteis de funcionamento.” ou seja, independente de qual for o morador, sempre terá um objeto que seja do seu desejo e necessidade.

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O design esteve sempre presente na vida das pessoas, VASCONCELOS (2009, p.16) ressalta que : “Ao

Design, designers como: o casal Charles e Ray Eames; os irmãos Castiglioni; Joe Colombo e outros, dedicaram longo da história do

grande parte da sua obra a este tema do design multifuncional e flexível, por ideologia, por engenho, ou ainda por previsão de um futuro, em que a mudança é o mote central.”

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Para estudar o objetivo central desse trabalho, que é projetar espaços compactos para diferentes cotidianos, vamos buscar recordes no design que nos permite aprofundar no conhecimento de experiências referentes ao tema. 1. Sociedade Contemporânea e o Espaço da Habitação Vertical 1.1. Habitação vertical A estrutura etária brasileira, quando visto no período das últimas décadas, percebe-se transformações na constituição brasileira e na forma de habitação. Esta estrutura passa por mudanças, pois o índice de urbanização é crescente, a idade mediana está mais elevada, existe uma diminuição na mortalidade infantil, e uma maior esperança de vida para os

mais idosos. Essas alterações apontam um desenvolvimento e crescimento da população. Hoje, século XXI, nota-se um crescimento populacional diferente quando comparado a cinquenta anos atrás, como foi dito, existem diversos aspectos que marcam esse crescimento, como as altas taxas de natalidade e o aumento da esperança de vida dos idosos. O gráfico 1 apresenta esse aumento da população em diferentes décadas. A pirâmide etária está dividido em três partes : a base, composta pelo grupo de jovens (0 a 19 anos), o corpo, composto pelo grupo de adultos (20 a 59 anos) e o ápice, composto pelo grupo de idosos( 60 anos ou mais). Gráfico 1 – Evolução da estrutura etária brasileira referente aos anos 1980, 1990, 2000 e 2020.


Nota-se que a pirâmide de 1980 possuía uma base larga, isso quer dizer que a proporção de jovens é numerosa no país e o topo estreito, o número de pessoas falecendo é maior que nos outros dois grupos, porém as idades acima de 70 anos, tem um aumento em relação

ter mais de dois filhos. O grupo de adultos e idosos é notório o rápido crescimento, a velocidade desse crescimento está relacionada à expectativa de vida dos brasileiros, pois é oferecido uma maior infraestrutura na área da saúde, e avanços na medicina. De acordo com o valor

aos outras idades de idosos. O ano de 1990, sofreu uma leve alteração em comparação com a pirâmide de 1980, a taxa de natalidade e a expectativa de vida aumentaram. A pirâmide de 2000, os destaques maiores são nas idades de 15 a 19 anos, considerados jovens, e nos grupo de idosos de 70 anos ou mais, pois esses grupos citados apresentam um maior crescimento na população em comparação com os outros grupos. Em 2020, a base está equilibrada com o corpo, entre 0 e 29 anos, mantém o mesmo ritmo de crescimento, 30 a 39 anos, os números de habitantes sobem, entre 40 a 69 e cai gradativamente e as idades de 70 ou mais, continuam sendo destaque na faixa dos idosos, por terem mais perspectiva de vida. De acordo com a análise da evolução da estrutura etária brasileira, a população tem como característica a diminuição do grupo de jovens, pelo fato de que a população está fazendo um planejamento familiar, uma reeducação em relação a

numérico dos dados extraídos de pesquisa do instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE), o Brasil em 1872 possuía 9.930,478 milhões de habitantes, em 2010 as estatísticas informaram 190.755.799 milhões e atualmente no ano de 2015 passa de 204.059.269 milhões de habitantes no Brasil. Nota-se um aumento aproximado de 2000% referente ao ano de 1872. Todo aumento vem acompanhado de transformações, e o crescimento populacional não poderia ser diferente. O aumento de pessoas habitando um mesmo ambiente, necessita-se de uma organização no espaço habitacional. O conhecimento dessas transformações proporcionam maior clareza na definição do programa habitacional, sendo assim a base para qualquer projeto habitacional. Os projetos de apartamentos compactos são uma possibilidade para a organização do espaço urbano. A partir de uma concepção diferente de

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uma casa térrea, o apartamento possui um desenho repetitivo de suas unidades, em forma verticalizada comportando um número maior de pessoas quando comparado com habitações horizontais. Grande parcela da população residente nas grandes metrópoles, vivem em

de membros diminui por família, acentua-se aumento nas uniões conjugais sem vínculos legais, de pessoas morando sozinhas, casais planejando ter no máximo dois filhos, além de que existem casais que não pretendem continuar com o ciclo familiar. Desta maneira, apartamentos verticais

habitações com esse formato. Uma das justificativas para o aumento de interesse em habitações verticais, são os custos elevados dos lotes para as construções de residências horizontais, e não apenas os lotes, mas o custo da execução da obra. Além da questão do reduzir custo, os apartamentos proporcionam locais como áreas de lazer comuns para convívio social dos moradores, essas áreas são clubes que oferecem piscina, quadras para esportes, academias, e entre outros espaços. Assim o morador economiza dividindo com o condomínio os gastos, a manutenção com estes espaços e também possui maior segurança em relação a uma casa de bairro. Diversas pessoas procuram esse tipo de lugar para morar próximos ao local de trabalho, à escola dos filhos, shopping, entre outras. Por essas razões, a tendência do processo de verticalização é intensificar-se cada vez mais nas grandes cidades. A respeito do ciclo familiar, o número

com metragem de 50m² já adequam a esse público, pois com um número menor de pessoas residindo em um apartamento, não é mais preciso grandes ambientes. 1.2.

Apartamentos compactos

A palavra compactus, do Latim, significa unir ou juntar-se, vem do termo compacto, e em termos gerais, é usado para definir um elemento que seja apertado, denso, aglomerado, etc. Apartamento compacto segue com o mesmo raciocínio, é uma moradia com área reduzida. Apartamentos até 48m² são considerados compactos, acima deste valor são considerados convencionais ou luxuosos. Segundo estudo realizado pela imobiliária Lopes em dezembro de 2013, com 644 entrevistados, na cidade de São Paulo, 68% acreditam que apartamentos compactos serão a nova tendência, e 58% dos entrevistados afirmaram que comprariam um apartamento


com metragens menores. Esse tipo de construção civil está crescendo nos últimos anos e esse reflexo é percebido pelo aumento de lançamentos desses empreendimentos imobiliários. O gráfico 2 apresenta a porcentagem de lançamentos de acordo

Apartamentos compactos podem ser divididos internamente de diversas maneiras, a partir das possibilidades espaciais e de acordo com a necessidade do cliente. Abaixo seguem três variações de apartamentos compactos instalados em algumas localidades no Brasil,

com

representados pelas figuras 1, 2 e 3.

a quantidade de dormitórios. De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Estudo de Patrimônio (Embraesp) o que obteve o maior destaque de vendas em 2013 foram os apartamentos com um dormitório, aumento de 105,5% em relação ao ano anterior. O aumento de vendas deuse pelo valor de venda atrativo para os compradores. Entretanto, mesmo com o destaque de vendas do apartamento de um dormitório, os mais procurados são de dois dormitórios, pois comportam melhor a necessidade de muitos moradores. Gráfico 2 – Porcentagem de lançamentos imobiliários de acordo com número de dormitórios

Figura 1 - Planta do apartamento Ibiza Residence.

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Ficha técnica Nome: Ibiza Residence Empreendedor : Bild desenvolvimento imobiliário Localização: Ribeirão Preto - SP Metragem: 47m² N° de dormitórios: 1 Integração: home, jantar e dormitório Integração: cozinha e lavanderia Ligação entre área de serviço e área social Área isolada com porta


Figura 2 - Planta do apartamento Ed. Belleville.

Figura 3 - Planta do apartamento Santa Mônica

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Ficha técnica Nome: Edifício Belleville Empreendedor : Comello Engenharia Localização: Caruaru - PE Metragem: 40m² N° de dormitórios: 1 Área isolada do dormitório com porta Área de Integração: cozinha e lavanderia Área de integração entre home theater e sala de jantar Ligação entre área de serviço e área social Área isolada do banheiro com porta

Ficha técnica Nome: Edifício Santa Mônica Empreendedor : Empreendimentos Imobiliários Localização: Guarulhos – SP Metragem: 40m² N° de dormitórios: 2 Área isolada do dormitório com porta Área de Integração: cozinha e lavanderia Área de integração entre home theater e sala de jantar Ligação entre área de serviço e área social Área isolada do banheiro com porta Área de circulação

Todas as plantas representadas nas figuras 1, 2 e 3 são exemplos de apartamentos compactos. Estas mostram que mesmo com metragem menores, o apartamento pode ser bem


organizado internamente, e comportar confortavelmente o morador. A procura para este tipo de empreendimento tem a tendência de crescer gradativamente. A justificativa para o aumento das vendas é que estes são impulsionados pelo crescimento do acesso ao crédito e

questionamentos para a compra de casas e apartamentos de grandes áreas. A maior dificuldade para a compra de terrenos é conseguir obtê-los em locais nobres, pois o valor de aquisição é muito alto, e o mesmo acontece para apartamentos convencionais. Para

da massa salarial. Os compradores para esse tipo de habitação são na grande maioria investidores, jovens solteiros, jovens casados sem filhos, divorciados e viúvos que moram sozinhos. Quando falamos de investidores, nem sempre estão associado à pessoas que possuem grande poder aquisitivo (os clássicos investidores), para um investimento como esse, normalmente trata-se de uma pessoa que financia o imóvel e pretende pagar as prestações com receitas de aluguel. Este grupo de pessoas, pretendem morar em um lugar que esteja a alguns passos de distância de restaurantes badalados, universidades, trabalho e lugares frequentados no dia a dia para cada um deles, além de que esse tipo de empreendimento possui preços atrativos, menor custo para mobiliar, praticidade para limpar e organizar e se houver a necessidade de gastar com manutenção e reforma o custo será reduzido. Existem inúmeras justificativas para a compra de um apartamento compacto, e vários

atender a essa dificuldade pensou-se em apartamentos menores, construídos com menos materiais de construção, fazendo o custo cair chamando a atenção de consumidores em potenciais. A facilidade de financiamento nos últimos anos com juros mais baixos, prazos de pagamentos maiores e prestações menores, tornam-se atrativos. Como analisado nas imagens anteriormente, apartamentos compactos possuem, cozinha americana integrada com a lavanderia, home theater integrado com sala de jantar, banheiro isolado e no máximo dois dormitórios. Por esse motivo o número de pessoas que residem nesses apartamentos são menores que os convencionais ou de luxos. Mesmo compacto, existem diversas maneiras para aproveitar o espaço, e um bom design, adequado para espaços pequenos, pode ser um luxo! Por exemplo um jovem casal que ainda não tem filhos, ou até mesmo um jovem solteiro, que possui um apartamento com dois

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dormitórios não precisam necessariamente usar o segundo ambiente como espaço de dormir, podem utilizar como um escritório, um home theater, uma sala de jantar, ou simplesmente ampliar os espaço existentes. Para que os ambientes sejam ainda mais aproveitados, existem os fabricantes, arquitetos e designers criando produtos e materiais adequados para habitações compactas. Assim, a baixa metragem acaba não sendo um motivo de estresse e desconforto para os habitantes, a praticidade se torna realidade no cotidiano do morador. Além da criação dos tais produtos, a orientação do profissional é fundamental para que o apartamento fique do gosto do cliente, pois o mesmo terá todo o cuidado para que o apartamento não fique de uma maneira que pareça ainda menor. Cada detalhe é essencial para qualquer projeto sendo implantado, o conforto e a satisfação do cliente serão de extrema importância. 1.3. Atividades Cotidianas na habitação Uma habitação, seja qual for, deve oferecer ao morador, espaço para suas atividades básicas do cotidiano, independente de ser um profissional ou um aposentado, cada um têm suas particularidades, seu ritmo de vida e suas preferências. Como diz Barbosa (2008, p.181)

Algumas referências seguem subitens como de asseio, criação de animais, criadagem, descanso, festas, hospitalidade, refeição, religiosidade, reunião, trabalhos manuais, e são apropriadas para uma análise do cotidiano, histórico ou mesmo atual.

O ato de dormir, descansar, comer, trabalhar, cozinhar, estudar e entre muitas outras ações cotidianas são muitas vezes desenvolvidas na própria residência. Como o estudo principal é apartamento compacto, essas atividades devem ser possíveis de serem desenvolvidas no espaço, com funcionalidade e conforto. Ernst May foi um arquiteto alemão que no início do século XX ocupou por cinco anos o cargo de assessor do município de Frankfurt. Fez construções de novas moradias após a 1ª Guerra Mundial, dentre esses construções, foi solicitado para a execução de um grande número de moradias mínimas. Em 1926, Ernst May, encarregou Margarete ScutteLihotzky para desenvolver uma cozinha sob os princípios de eficiência e economia, apropriada para apartamentos compactos. Essa cozinha possuía um espaço de 3,50m x 1,90, pequena porém funcional, onde conseguiu resolver todas as tarefas na área de preparação de alimentos e área de serviço. Shutte Lihotzky realizou um estudo detalhado com todos os movimentos necessários para realizar as tarefas dentro de uma cozinha. A figura 4, representa a cozinha de Frankfurt, projetada em 1926.


Figura 4: Cozinha de Frankfurt - 1926

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A cozinha de Frankfurt, segue os princípios de eficiência e economia, apropriada para apartamentos que contêm uma cozinha pequena, mas que pode ao mesmo tempo ser confortável. Este espaço consegue resolver todas as tarefas do cotidiano doméstico. A figura 4 enumera equipamentos, e cita as principais funções de cada um deles. Com média de 6,40m², o projeto foi pensado em cada detalhe. Observa-se que o banco (número 6 da figura 4) e a mesa (número 7 da figura 4) para trabalhar são propositalmente encaixados sob uma janela para receber luz. A cozinha possui uma mesa de passar roupa (número 4 da figura 4) que podia abrir-se em frente a pia. O fogão (número 1 da figura 4), situado justamente em frente as gavetas dos ingredientes (número 11 da figura 4), para facilitar o processo de cozinhar, fazendo o movimento circular para pegar os alimentos. A figura 5, representa a cozinha de Frankfurt reformada recentemente, prevalecendo o estudo racional dos movimentos e deslocamentos para realizar atividades. A cor da cozinha azul era derivada de um estudo, no qual dizia que esta cor repelia os insetos.

Figura 5 – Foto Cozinha Frankfurt

As gavetas, são resultados de um cuidadoso estudo que calculava os movimentos da mão para colocar o alimento na panela. A figura 6, explica o movimento simplificado, representado do lado direito, e o movimento mais complexo para abertura de um pote de tempero representado do lado direito esquerdo.


Figura 6 – Utilização das gavetas de alimentos

As gavetas são fáceis de manusear, pois retirar-se, usa-se o ingrediente e volta ao lugar. A figura 6 mostra o design do armazenamento e também a forma como se fosse um funil para verter o conteúdo facilmente. Cada uma delas são armazenados os alimentos para uso, facilitando os movimentos para cozinhar, reduzindo o tempo de preparação de alimentos na cozinha. Figura 7 – Gavetas de alimentos

O argumento utilizado na cozinha de Frankfurt, é factível para a um apartamento de menor metragem, oferecendo vários ambientes sem precisar de muito espaço, e em um único espaço podese sobrepor mais de uma atividade. Considerando as atividades cotidianas, os jovens casados sem filhos, normalmente utilizam seus apartamentos no período pós trabalho por curtos períodos, mas mesmo em pouco tempo de uso, são realizadas as tarefas do cotidiano. O mesmo vale para os jovens solteiros, muitas vezes morando por tempo determinado, saíram da sua casa natal para ir atrás de estudos, ou mesmo trabalho, e o interesse é ficar por pouco tempo. Considera-se também jovens, homens e mulheres que se separa ou são viúvos. Desde a década de 70 verifica-se o avanço das mulheres no mercado de trabalho e a tendência de aumentar este perfil e resultar em um crescimento de ocupação em infinitas áreas pelas mulheres no meio profissional, como mostra o gráfico 3, dados do IBGE.

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Gráfico 3 - A participação das mulheres no mercado de trabalho.

34 Em 2003, 43% da população feminina, eram ocupadas, e em 2011, 45,4% de mulheres ocupadas, observa-se um aumento de 2,4 pontos percentuais. Em 2003, 44,4% de mulheres economicamente ativa, e 46,1 % de mulheres economicamente ativas em 2011, nota-se também um aumento de 1,7 de pontos percentuais. As razões pra esse aumento são diversas e associam-se ao crescimento do número de separações e divórcios, assim, com a independência da mulher, e a entrada no mercado de trabalho gera um aumento na procura de empregos, portanto, o tempo de permanecia na residência assemelhase entre homens e mulheres. E igualmente como os jovens solteiros, os jovens divorciados ou viúvos utilizam seu espaço

de habitação após o termino de trabalho. No caso da terceira idade, estes também têm sua rotina, o próprio apartamento pode ser o lugar onde se passa a maior parte do tempo, assim então, a habitação compacta deve se tornar confortável e prático. Nota-se que apartamento de menor metragem é considerado uma solução para esse grupo de pessoas, pois atendem suas expectativas e suas necessidades diárias. 1.4. Arquitetura Aberta – O caso MaxHaus Ano após ano, são lançados novos empreendimentos, tudo o que é novo e de alguma maneira pode ser visto por dois lados, o lado positivo e negativo. Positivo para aquelas pessoas que gostam sempre de atualizar-se e conhecer novos assuntos mantendo sempre a diversificação de suas ideias. Negativo para aquelas que não se abrem para o mundo e para a novidade, ficam imóveis sempre no que é tradicional e não buscam se interessar por algo mais atual. A Arquitetura Aberta é aceita por muitos por facilitar a vida de diversas pessoas e não aceita por outros que preferem apartamentos convencionais ou de luxo, podem pensar que essa arquitetura não seria funcional, por já terem o costume de obter grandes espaços para cada ambiente da residência. A Arquitetura Aberta é a integração de vários ambientes, é uma ideia de espaço vazio onde pode fazer o que bem entender,


como montar e desmontar os ambientes e diversificar a colocação dos móveis. Como diz o conceito da MaxHaus (2012, p2): “Diferentemente tradicionais,

de

dos

apartamentos

arquitetura

fechada,

dirigidos a um público com necessidades iguais as que forem pré-determinadas, pelo projeto específico, MaxHaus é uma plataforma aberta, já pensada para ser configurada de inúmeras maneiras.”

Essa nova tecnologia de construção, em que os espaços ficam livres para que os moradores optem como seja seu interior, é comum no exterior, mas no Brasil é algo relativamente novo. Um projeto desse porte possui uma construção inteligente, onde se aplica mais tecnologia à engenharia, possibilita o posicionamento das paredes em qualquer lugar desejado, a estrutura não precisa coincidir com o posicionamento das vigas pois as lajes suportam as cargas. Com o conceito de organizar o espaço de habitação de maneira desprendida, permite ao usuário montar seu programa de necessidades livremente. “O brincar de casinha sempre esteve presente em qualquer um de nós. Foi pensando nisso que resolvi permitir este sonho. Nossa missão é que cada apartamento transmita o reflexo da personalidade do morador”, explica José Paim de Andrade Jr., presidente da

MaxCap Real Estate Investment Advisors, em outras palavras, o morador pode conquistar um “espaço para chamar de seu”. Na arquitetura tradicional se fala em apartamentos todos iguais, não oferecem um programa de necessidades particular, para cada perfil de morador oferece o padrão com pequenas variações entre um e outro. A proposta de uma arquitetura aberta é voltada para pessoas que querem exclusividade. Existem inúmeras opções de divisões para o espaço aberto oferecido, cabe o morador decidir onde colocar paredes divisórias para separação de ambientes. Um imóvel como este garante agilidade em sua construção por não se preocupar em construir paredes internas, isso é um recurso para população que necessita de prontidão. Outro tópico merecedor de atenção, é que não será necessário reformas, pois o consumidor do apartamento montará de acordo com seu gosto e necessidade, diferente dos pavimentos tipos que sempre há uma reforma ou adaptação. A figura 8, é um exemplo de apartamento Max Haus- Basic com 72m². Nota-se um espaço amplo, no qual permite ao morador flexibilidade para a escolha de sua planta. Com janelas extensas, possibilitando uma generosa entrada de luz, reduzindo consumo de energia. Os itens fixos são as instalações hidráulicas, no banheiro e cozinha, mas o restante da área deixa a liberdade ao cliente.

35


Figura 8 – Apartamento Max Haus-Basic com 72m².

atividade cotidiana. Esta proposta permite a implantação em qualquer espaço construído, como mostra a Figura 10. Os módulos podem ser divisórias que servem para armazenamento entre outras atividades diárias. Figura 9 – Azoni a scomparsa, blocos moldados para várias atividades diárias.

36

Instalações hidráulicas da cozinha Instalações hidráulicas do banheiro

A arquitetura aberta inclui diversas maneiras de utilização de espaço, a equipe de designers Donegani e Lauda criam projetos longe da lógica cheio de originalidade. O projeto Azioni a scomparsa (ações retráteis) é um exemplo de um projeto conceitual. Os designers utilizaram a arquitetura aberta ao seu favor, projetaram blocos moldados para várias atividades diárias. A observação do comportamento do ser humano em uma habitação torna-se fonte de inspiração para a definição do projeto. A figura 9, mostra módulos com dimensões padrão, mas internamente cada um possui um vazio caracterizado com uma


Figura 10 - Azioni a scomparsa em uma Arquitetura Aberta.

1.5. Sistema Estrutural do Apartamento Na história da construção civil brasileira, as estruturas convencionais de concreto armado ou aço surgiram, no inicio do século XX, com a evolução da siderurgia e surgimento do concreto armado. Antes disso, a construção por alvenaria estrutural já era utilizada na construção de casas, porém há relatos de que na década de 1960 surgiram os primeiros prédios em alvenaria estrutural. A tecnologia intensificou-se nos anos 1970, fortaleceu-se, e de 2009 em diante com o surgimento do programa Minha Casa Minha Vida, este sistema construtivo tornouse oficial para esse programa. (IBDA). Atualmente a especulação imobiliária tem como um dos objetivos finalizar a obra em menor tempo e menor custo,

utilizam a alvenaria estrutural. Este tipo de alvenaria pode ser feita de blocos de concreto estruturais ou de blocos cerâmicos estruturais, possuem peso menor, reduzindo a estrutura, aumentando a velocidade da execução, e possibilitando conforto térmico 3x melhor do que o bloco de concreto. O Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (DAER) enfatiza que a alvenaria estrutural é o processo de construção que se caracteriza pelo uso de paredes como a principal estrutura suporte de edificações simples ou dispositivas complementares em substituição ao concreto. A figura 11 ilustra um projeto de habitação vertical construído por alvenaria estrutural. Desta forma deve-se evitar ao máximo o recorte nos blocos, e por esse motivo este sistema é chamado de racionalizado. LUNARDI, (2010 p. 30) cita que “uma vez construídas, não poderão ser removidas, porque poderão afetar a segurança da construção”. A racionalização evita que as medidas das paredes fujam do padrão dos blocos e deve-se executar a hidráulica e elétrica junto com o assentamento dos blocos para evitar cortes futuros.

37


Figura 11 - Planta Santa Inês, Guarulhos - SP

A figura 12 ilustra uma planta de projeto com alvenaria convencional. A alvenaria convencional permite então uma maior liberdade para execução da arquitetura de interiores, pois não há limites para futuras reformas. A área não possui divisórias internas, por isso deixa um grande espaço para montagem do mobiliário e paredes, de forma livre. Figura 12 - Planta Max Haus, São Paulo.

38 Alvenaria Estrutural A alvenaria convencional com concreto armado é o método mais adotado nas construções civis no Brasil, para as obras residenciais. Esta alvenaria funciona como um tipo de esqueleto, formado a partir da combinação de pilares, lajes e vigas. As paredes são necessárias para o fechamento e separação de ambientes, mas o peso todo é absorvido pelo sistema de pilares, lajes e vigas, portanto, pode-se dizer que as paredes não possuem função estrutural. Com essa informação, a Arquitetura Aberta se encaixa perfeitamente. A mesma é estruturada pelos outros sistemas citados, por esse motivo não são necessárias a utilização de paredes.

Para o projeto em questão deste trabalho, estruturas que permitem uma livre disposição do mobiliário, paredes e ainda oferecem facilidades de reformas, serão preferencialmente escolhidas. Diante dos fatos apresentados as estruturas convencionais são as que melhor atendem aos requisitos desse projeto.


2.

Mobiliário Flexível 2.1. Design e flexibilidade

No Brasil o termo deriva da palavra inglesa que é usada como um substantivo: design. A função do design é criar, projetar, desenvolver projetos. O design não possui um significado e uma história certa, pois engloba vários elementos, fazendo a junção de história com material. Alguns historiadores do design costumam enfocar as várias profissões que compõem a atuação dos designers, considerando a sua tradição e história antiga. É raro que um historiador do design se dedique à história do design como um todo, considerando que o termo é muito abrangente. Para esse trabalho, o design se encaixa na função de projetar soluções para que um ambiente compacto aproveite todo o seu espaço, além de se preocupar com a funcionalidade, preocupa-se também com a imagem. Quando se fala design em uma parede, pode-se pensar em papéis de parede. O estúdio de design russo Prokk, cria papéis de parede que servem para decoração e possuem uma variedade de produto imenso. Possue uma sensação de profundidade e movimento, uma característica diferencial. Com originalidade, estilo e inovação, o papel de parede é uma opção simplificada para uma decoração. As figura 13 e 14, mostram o uso de papel de parede do estúdio do designer russo.

Figura 13- Papel de parede em um escritório.

Figura 14- Papel de parede de um restaurante.

O papel de parede pode ser usado em qualquer espaço da residência, e a estampa pode ser escolhida de acordo com o gosto do cliente ou com orientação profissional. Existe também um conceito comum na Europa, Estados Unidos e Canadá, e está começando a criar interesse no Brasil também. São as camas retráteis, conhecida também como cama

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armário ou até mesmo cama de embutir. É um sistema muito procurado para ambientes compactos.

Figura 17 – Foto da cama retrátil totalmente

Nas figuras 15, 16 e 17 mostram como é o funcionamento dela em um dormitório. Figura 15 – Foto da cama retrátil em sua posição fechada.

40

Figura 16 – Foto da cama retrátil antes de ser totalmente aberta.

aberta A figura 15 mostra o quatro com um suposto armário, fisicamente não notase diferença de um armário comum de dormitório, na figura 16, o armário já aberto com a cama descendo e por fim na figura 17, a cama está instalada perfeitamente. Um projeto inteligente e interessante para apartamentos que possuem problemas com espaço. Durante o dia o espaço utilizado para cama pode ser usado para outras atividades, e no período noturno o espaço é preenchido pela cama. Outro projeto que se encaixa em apartamentos compactos é o do arquiteto Kitoko, um espaço multifuncional de 8m², localizado em Paris. Esse projeto tem como desafio adequar os espaços de acordo com as necessidades do morador. Foi colocado em prática um estudo arquitetônico aliado com a experiência em


design de interiores para conseguir criar o ambiente, valorizando a entrada da luz solar. Apesar de compacto, o local atende as necessidades básicas como dormir, cozinhar, comer, trabalhar, lavar, armazenar itens. O conceito de multifuncionalidade foi usado em armários embutidos, tudo é armazenado, as figuras 18 e 19, mostram como funciona o armazenamento dos itens e a figura 20 mostra onde se localiza o banheiro.

Figura 19 – Espaço para alimentação

Figura 18 – Demonstração do uso de armários embutidos. 41

Figura 20 – Localização do armazenamento do banheiro


42

Existem diversas maneiras de usar o design a favor do uso de paredes. A parede retrátil também é uma opção que serve como divisória de ambientes, a figura 21 mostra o projeto Single space house for four people – Casa espaço único para quatro pessoas de Gio Ponti,

A figura 22, mostra a planta do apartamento com a indicação das aberturas pantográficas, indicadas na cor vermelha, as paredes fixas indicadas na cor preta, a indicação da passagem de luz e ar no apartamento é representada na cor verde e o ponto de visão representado

localizado na Itália, projetado em 1957, desenvolve a ideia de espaço único, cercado por serviços. As paredes desse projeto permitem a criação de diferentes conexões entre diferentes áreas. As áreas podem ser conectadas umas com as outras, ou também o ambiente pode ser isolado quando é fechada a parede.

pela cor amarela, essa circulação deixa o apartamento arejado e sem dificuldades de utilização de luz natural. Esse ponto de visão é interessante, pois a pessoa consegue visualizar grande parte do apartamento sem sair do lugar.

Figura 21- Single space house for four people (Casa espaço único para quatro pessoas)


Figura 22 – Planta Single space house for four people (Casa espaço único para quatro pessoas)

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paredes pantográficas Parede fixa Ponto de visão Passagem de luz e ar


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A criação de um projeto deve ser pensado em cada detalhe de utilização de espaço. O projeto de Gio Ponti, estuda a residência e a divide em ambientes de acordo com a necessidade do morador, podendo fazer mudanças a qualquer instante,

locomoção devido aos pontos hidráulicos. Determinando esses pontos permite a liberdade dos espaços, tornando-o flexível. A partir dessa definição, os ambientes passam a ter grande potencial por abrigar as atividades humanas com maior adequação e necessidades individuais.

exceto o banheiro e cozinha por possuir instalações hidráulicas que não permitem mudanças. Esse mesmo projeto segue o conceito de flexibilidade, esse conceito será explicado ao longo nesse capitulo. Influenciado pela chegada do automóvel flex, o mercado imobiliário vem trazendo para suas campanhas de marketing o pretexto de flexibilidade. A ideia central sobre flexibilidade remonta no início do século XX, quando se difunde com a arquitetura moderna, a construção se torna independente a estrutura de pares, permitindo então a maior liberdade de organização nos espaços internos. Por conta dessa liberdade, a utilização de divisórias leves que podem ser removíveis, de painéis, móveis, portas de correr e paredes móveis, são equipamentos que integram o ambiente. Para esse tipo de arquitetura aberta, é importante determinar as estruturas e as instalações como sanitários e cozinhas, pois são ambientes que não tem condições de

A ideia moderna de flexibilidade decorre o conceito dos espaços arquitetônicos híbridos, ou seja, podem ser utilizados para mais de uma atividade, independente se forem tempos distintos ou simultaneamente. Ao analisar a evolução dos espaços internos dos apartamentos, verifica-se que há décadas tem a mesma organização, ou seja, todos os apartamentos se dividem em três setores claramente diferenciados: área íntima, área social e área de serviço. No século XX, essa organização atendia a maioria das famílias, pois a composição era padronizada. Hoje, no século XXI, as exigências aumentaram, existe um número maior de adaptação e reformas nos apartamentos para atender as necessidades do morador. A flexibilidade seria uma ferramenta para acompanhar as incertezas imprevisíveis do futuro, ”mantendo os distintos estilos de vida dos seus ocupantes” (KRONENBURG,2007,p.49). Um aspecto importante que vem


crescendo é a inclusão do trabalho no ambiente doméstico, isso exige disposições espaciais mais híbridas, em que a relação entre o privado e o público se relacionem na residência. Nota-se portanto, que os apartamentos tipo oferecido pelas

“Embora a flexibilidade não seja uma

construtoras imobiliárias, não estão atendendo plenamente as necessidades do morador, isso é percebido pela quantidade de paredes que são necessárias desfazer e a cada apartamento que passa por reformas para atender as exigências dos moradores. Um ser humano não tem o mesmo ritmo diário que o outro, são vidas diferentes e necessidades diárias opostas, ele transforma-se a cada etapa da vida, e busca no espaço doméstico um lugar que atenda suas necessidades essenciais cotidianas. A flexibilidade não se encontra nesse apartamento tipo, isso faz com que os impactos sejam fortes no custo do cliente, o valor do apartamento pode duplicar, pois é pago o apartamento e a reforma precisa. A partir do momento que a oferta por apartamentos flex for apreciada pelo mercado, o número de pessoas satisfeitas inteiramente pelas suas residências serão maiores, por terem a liberdade de criar seu próprio espaço. Como afirma LISIANE(p.41):

um tema inovador de investigação.”

novidade, no ramo da arquitetura, sua

aplicabilidade,

contemporânea,

na

habitação

restringe-se

a

exemplos pontuais ou inesperados, sendo

pouco

explorado

pelas

empresas construtoras, configurando

A flexibilidade nada mais é que a representação do bem estar do morador, isso significa que o espaço habitacional seguirá o prazer e a satisfação em habitar. A arquitetura é capaz de acomodar qualquer mudança no apartamento, desde que siga a característica do flexível. A atitude conservadora em relação à residência, como a rotina dos ambientes, especificamente o layout, o mesmo mobiliário, parece ser um obstáculo para uma vida libertadora que pode ser preenchida de mudanças constantes sem cair na rotina. Essa atitude faz com que as pessoas busquem constantemente novas residências. Uma das soluções para esse tipo de problemática é a flexibilidade no apartamento, assim o projeto pode ser mudado frequentemente, sem a preocupação de entrar em uma rotina e de que não atenda as necessidades diárias, mantendo-se constantemente ativa, a vida útil da habitação

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garante um maior tempo possível. Segundo Hamdi (MESQUITA, 2000, p.202), o conceito de flexibilidade pode ser definido como “Liberdade de escolha entre opções existentes ou a criação de programas que atendam às necessidades e aspirações específicas dos indivíduos

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em relação as edificações que ocupam “.Hamdi refere-se as necessidades individuais de cada pessoa do grupo familiar em relação à moradia. É esperado uma habitação capaz de incorporar a satisfação através da transformação do espaço. O projeto de Steven Holl, é um apartamento flex espacial, através de paredes e armários rotacionados, conforme atividades e necessidades. O conceito para o interior do apartamento parte de uma interpretação contemporânea do “fusuma” tradicional japonês. Fusuma são painéis verticais opacos que deslizam para redefinir espaços dentro de uma divisão, são translúcidos e medem 91cm por 1,83cm. Nesse apartamento, as portas, painéis e armários são pivotantes e deslizantes, a figura 23 mostra a planta do apartamento de Steven Holl.

Figura 23- Planta do apartamento de Steven Holl

Pontos fixos Painéis volantes Conforme ilustrado acima, a planta do apartamento tem uma flexibilidade nos espaços, os painéis e armários representados na cor laranja mostram que são rotacionados, por um ponto fixo representado pela cor preta. O objetivo dessa movimentação é adequar as necessidades das atividades do morador. Quando os painéis estão todos fechados, o espaço é dividido em três quartos de dormir ou de trabalho, uma sala, um hall e uma casa de banho. Quando os painéis estão todos abertos o espaço transformase numa enorme sala onde o ar e a luz abundam e circulam livremente. Nas figuras 24 e 25 mostram imagens do apartamento com os painéis abertos e fechados.


Figura 24 - Apartamento de Steven Holl om painĂŠis abertos

47


Figura 25 - Apartamento de Steven Holl com painéis fechados

48 2.2. Paredes equipamentos

fixas

como

A parede na construção civil é feita de alvenaria ou tijolos. São destinadas a separar o interior do exterior, ou também para separar internamente os cômodos entre si. A parede fixa como equipamento tem o mesmo objetivo de dividir os ambientes, mas sua construção não é de alvenaria e tijolos, ela é composta por materiais que não sejam de construção civil. O apartamento do paulista Houssein Jarouche, projetado pelo escritório Triptyque, é um exemplo de parede como equipamento, pois o maior destaque da residência, é a Tremetreme, uma estante monumental que percorre praticamente

todos os ambientes da casa, a estante comporta também as coleções de Houssein, objetos colecionados resultantes de suas viagens, livros, lembranças e obras de arte. A estrutura da Tremetreme envolve o núcleo técnico do prédio, incluindo elevadores e escada de serviço. A partir da estante que se faz a entrada do elevador para dentro do apartamento, com a ideia de entrar em uma caverna, “da escuridão até o fim” diz os arquitetos do Triptyque. A figura 26, mostra a planta do apartamento com 300m². Figura 26 – Planta do apartamento indicando a entrada


Nota-se na residência que não há divisões nos espaços, funciona como um grande corredor, seguido por elementos como: armários, banheira, cama, cozinha, sala, etc. Os arquitetos utilizaram materiais, entre eles o concreto bruto, assoalho em madeira de demolição e inox, e as paredes

Figura 28 - Estante monumental ao longo da residência

brancas valorizam o mobiliário, as peças de arte e trás a sensação de amplitude. Na figura 27, mostra a imagem no interno do apartamento. Figura 27 - Estante monumental Tremetreme Figura 29 - Vista geral da sala

Percebe-se na planta e nas figuras seguintes 28 e 29, que a estante está presente em quase todos os ambientes do apartamento. Com espaços amplos, projetados para que interajam entre si, o espaço privilegia o design e a inovação.

A cozinha fica instalada no centro do apartamento, em frente a estante Tremetreme, formada por uma grande pedra de concreto e funciona como elemento de encontro e convivência. As figuras 30 e 31, mostram a cozinha do apartamento.

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Figura 30 - Cozinha com vista para estante Tremetreme

50


Figura 31 - Vista da cozinha do apartamento

Shigeru Ban é um arquiteto japonês que realizou um projeto com o mesmo conceito do escritório Triptyque, projetar uma residência ampla, dividida por equipamentos e não paredes de alvenaria ou tijolos. Atraído por tubos de papel devido ao baixo custo, facilidade de relocação, conservação da cor natural e produzindo pouco resíduo, Shigeru Ban explorou mais do material como função estrutural. Antes de qualquer construção, o papelão é passado pelo processo de impermeabilização, tratamento de resistência ao fogo, o uso do reforço estrutural no oco dos tubos e também análise da capacidade de isolamento acústico e térmico, para que tivesse toda a segurança necessária. A Casa de Papel foi construída em 1995 em

Yamanashi, Japão. Essa residência utilizou para sua construção 110 tubos de papel estruturais, todos eles eram parafusados em sua base por uma junta de madeira. Com o formato em “S”, a planta cria dois espaços circulares, como mostra na figura 32, o circulo maior possui 80 tubos que abriga o dormitório, cozinha, sala de estar, armário móvel, todos divididos por fusuma, que são divisórias ou paredes que possuem corrediças, muito frequente na arquitetura japonesa, principalmente no interior das casas. E o circulo menor, os tubos não fazem parte da estrutura, existe um banheiro e um jardim. O círculo externo representa uma coluna com espessura maior, abriga um lavabo. Existe uma relação entre os ambientes internos e externos, pois ao mesmo tempo que está dentro da casa pertence ao externo, e o mesmo acontece para a visão de quem está fora da casa, isso acontece devido a amplitude criada pela pouca divisão entre os espaços.

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Figura 32 - Planta da Casa de Papel

Como foi dito, esse projeto possui ambientes discretamente subdivididos por um grande living. Na figura 34, mostra o espaço reservado para atividades relacionadas a alimentação, pois possui mesa e a cozinha. Figura 34 - Vista do interno da Casa de Papel, mostrando a área de alimentação

52 A casa se encontra em um local preenchido por natureza, embelezando ainda mais o projeto, como mostra na figura 33, a vista externa da casa. Figura 33 - Vista externa da Casa de Papel

Os dois projetos mostrados, são de uma arquitetura aberta, e que usam equipamentos que substituem a parede fixa. Com ambientes amplos, a ideia dos arquitetos foi utilizar o máximo do espaço, fazendo a divisão com outros materiais diferentes de alvenaria e tijolos, valorizando o design de cada um. 2.3. Paredes Móveis No dicionário, a palavra “parede” tem sinônimo de divisão, separação. E a palavra “móvel” é sinônimo de portátil,


flexível e movível. Pode parecer complicado pensar na junção dessas duas palavras: “parede móvel”, ou seja, paredes que transferem movimento, mas o resultado dessa união trás projetos incríveis. Um projeto com paredes móveis permite a transição da parede pelo decorrer da residência. As tendências para apartamentos de até 48m² permitem transformar um ambiente em cinco ou até mais ambientes. Isso por conta das tais paredes móveis. A ideia é movimentar a parede de modo a adaptar os cômodos à necessidade do momento. Esse tipo de projeto tem o objetivo de fazer o apartamento mais aconchegante e aproveitamento de cada espaço. Para permitir que todo o espaço livre seja utilizado, em alguns projetos como o apartamento do arquiteto e designer Graham Hill em Nova York., a LifeEdited criado pelo proprietário da residência, projetou um apartamento de 39m², que tem tudo que uma residência maior de 39m² oferece, porém, com mais mobilidade, tecnologia e design. Os usos são escondidos dentro da espessura das paredes, assim, cada metro quadrado serve para diferentes usos ao longo do dia. A figura 35 mostra a planta do apartamento criado pelo arquiteto Graham Hill.

Figura 35 – Planta da LifeEdited

Pontos hidráulicos da cozinha Pontos hidráulicos do Banheiro Trilho Esse apartamento possui vários espaços de armazenamento, o armazenamento inclui camas, armários, objetos entre outros. A marcação em vermelho e amarelo são os pontos fixos, pois são localizados os pontos hidráulicos. A marcação verde representa o trilho da parede móvel que corre no piso. Na figura 36, mostra o espaço do apartamento, e nas figuras seguintes (37, 38, 39 e 40) a utilização deste espaço em formas diferentes.

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Figura 36 - Área comum do apartamento

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Na imagem 37, o sofá é ampliado e o morador usa uma mesa de trabalho que estava acoplada à parede, isso mostra que em um mesmo ambiente pode-se trabalhar na mesa de trabalho e descansar no sofá. Em seguida na figura 38, a parede em frente à cama se move para dar nova configuração ao ambiente, essa é a principal característica da parede móvel, a movimentação da parede sempre que precisar utilizar um segundo espaço. E a movimentação da parede resulta na figura 39, quando o imóvel passa a ter dois cômodos, o quarto principal e um quarto que poderia ser usado para hóspedes. As camas estavam todas embutidas em outra parede. Este projeto acrescenta cortinas que servem para dar privacidade às pessoas, como mostra na figura 40, os ambientes do apartamento ficam reservados.

Figura 37 - Área comum do apartamento utilizando espaço de trabalho

Figura 38 - Área comum do apartamento em transição

Figura 39 - Área comum do apartamento transformada em dormitórios


Figura 40 - Dormit贸rios com fechamentos em cortinas

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A figura 41, ilustra uma foto da cozinha e do banheiro. A entrada do banheiro se localiza à esquerda da foto e a cozinha do lado oposto. Existe uma pequena mesa para refeição, ao mesmo tempo que pode ser uma simples mesa, ela se transforma em uma mesa de refeições

Um apartamento compacto com poucos ambientes se transformou em um apartamento ainda compacto, porém com mais opções de ambientes. Assim, as atividades diárias não ficam limitadas. O apartamento do Graham Hill, é todo modificado para atender as

para até 12 pessoas, que pode ser usada para receber amigos ou familiares. como mostra na figura 42. essa mesa pode ser montada entre os dois espaços.

necessidades do morador, desde salas, dormitórios, até cozinha e sala de jantar. Os eletrodomésticos e utensílios também se incluem na modificação, pois foram pensados para que permitissem o melhor aproveitamento possível do espaço, como mostra a figura 43, esses armários não possuem puxadores, assim apresenta um ambiente mais limpo.. A substituição do forno à gás em cooktop elétrico, a pia ocupa um pequeno espaço. Os alimentos e agregados são armazenados em armários, como mostra na figura 44, A figura 45, mostra como se instala a geladeira, nota-se que fica armazenada em gavetas, e quando fechadas a geladeira não fica aparente. A cozinha na cor branca transmite sensação de luminosidade, limpeza e ainda traz uma impressão de amplitude.

Figura 41- Área da cozinha e banheiro

Figura 42 – Área comum utilizada como sala de jantar


Figura 43 - Utilização de eletrodomésticos na cozinha

Figura 45 - Gavetas que armazenam geladeira

Figura 44 – Gavetas que armazenam utensílios

Para o projeto do arquiteto e designer Graham Hill, a parede é móvel por ter como guia um trilho que está fixado no piso, a espessura da parede faz com que aproveite o espaço, pois com uma espessura suficiente para armazenamento de objetos ou móveis. O pensamento de separar ambientes, aproveitar melhor outros, não são ideia recentes. Entre 1989 e 1991 o grupo Canale 3, compostos pelos arquitetos : Boudon, Michel, Monnot, projetaram uma habitação para jovens trabalhadores, onde nessa moradia havia a capacidade de adaptar a evolução da família, fazendo com que aumente o número de quartos, ao invés de apenas um dormitório, comportaria dois. Na figura 46 e 47, mostram quatro opções de disposição da parede.

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Figura 46 – Planta Habitação trabalhadores dos correios

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Figura 47 – Planta Habitação trabalhadores dos correios

Parede Móvel Parede Fixa Rotação da parede móvel Ponto Fixo Área do banheiro Área da cozinha

para

para

Nota-se que a seta indicada em azul, mostra que a parede faz um movimento circular, e esse movimento é permitido porque existe um ponto, indicado na cor preta, que fica fixado no piso e no teto, a parede circula ao redor dele. A parede representada em verde é fixa. As áreas que possuem instalações hidráulicas não se movem, estas estão representadas pelas cores amarela e laranja, em sequência representa o banheiro e cozinha. Com esse movimento circular, pode-se alterar a disposição interna da residência. A figura 48 ilustra um exemplo de utilização de espaço, uma mesma planta com a parede móvel em lugares diferentes. A disposição da cama não altera, o que trás mudanças é a movimentação da parede. Pois na planta da esquerda, o quarto fica integrado com o ambiente, em frente a cama poderia existir um espaço para trabalho, uma sala de jantar, ou qualquer outra opção, até mesmo um outro dormitório. A movimentação da parede fez com que o dormitório ficasse isolado dos outros ambientes, priorizando a privacidade do morador, como mostra na planta da direita.


Figura 48 – Possíveis disposições internas para dormitórios

Parede Móvel Parede Fixa Rotação da parede móvel Ponto Fixo Área do banheiro Área da cozinha Nas figuras 49 e 50 são apresentadas a mesma planta referente à figura 48, porém em perspectiva e ainda mostrando posições diferentes da parede móvel.

Figura 49 – Perspectiva da habitação com opção de uso

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Figura 50 – Perspectiva da habitação com opção de uso


Percebe-se então que a planta vazia contendo apenas a parede fixa e móvel, pode ser organizada de acordo com a necessidade do cliente, O grupo de arquitetos Canale 3, projetou essa habitação com esse objetivo de liberdade na disposição. Outro aspecto importante

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pensado no projeto foi que com a parede móvel, tem a possibilidade de separar as zonas comuns de espaços privados, como mostra na figura 51. Na mesma planta a disposição interna é utilizada diferente. A parede móvel isola um dormitório, consequentemente integra a sala de jantar com a sala de estar. Figura 51- Possível disposição interna para salas e dormitório

Parede Móvel Parede Fixa Rotação da parede móvel Ponto Fixo Área do banheiro Área da cozinha

Diferentemente do projeto do arquiteto e designer Graham Hill, a parede móvel é fixada em um ponto, a partir desse ponto gera a mobilidade da parede, pois ela faz o movimento de círculo em volta de si, como mostra nas figuras 52 e 53. Figura 52 – Foto da parede móvel


Figura 53 – Foto da habitação com a parede móvel

Assim, é notável opções diferentes para a utilização de paredes móveis. Podem ser fixadas a trilhos ou apenas em pontos fixos, mas ambas possuem o mesmo objetivo: adaptar as necessidades do morador, aproveitar o máximo do espaço e separar os ambientes privativos dos comuns. 3. Projeto de referência – Mies Van Der Rohe Um dos principais nomes da arquitetura moderna, é o alemão Ludwig Mies van der Rohe(1886-1969). Ficou famoso por suas obras que possui conceitos fortes, predominando retas, formas geométricas simples, precisão, regularidade, ausência de ornamentos, funcionalidade, rigor e muita beleza, sua concepção de linhas puras na

arquitetura fazia com que os projetos tivessem a impressão de movimento. Ele conseguiu fazer da sua simplicidade sua marca de estilo, tanto é que a frase mais famosa dele é “menos é mais”. Mies Van Der Rohe foi premiado muitas vezes durante sua carreira, foi diretor da famosa Escola de Design Bauhaus. Projetou e construiu em seis países diferente, e grande parte se localizava em Chicago e nos Estados Unidos. Entre 1946 e 1951, Mies projetou e construiu a Casa Farnsworth, uma construção para servir como casa de campo para a médica solteira Edith Farnsworth. Essa obra, tornou-se referência para arquitetura moderna e “ é um dos mais importantes aportes à definição da linguagem arquitetônica do século XX”. (VAZQUEZ F. 1999) A casa está situada em um terreno de 24 hectares, nas margens do Rio Fox, cerca de 90km ao sul de Chicago. A figura 54, mostra a localização da casa.

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Figura 54 - Localização da casa

Figura 55 –Vista da Casa Farnsworth

A casa explora a relação entre o individuo e a natureza, pois “trata-se de uma caixa de vidro transparente” (VAZQUEZ F. 1999) a ideia do vidro é dar a sensação de que o ambiente interno se integra ao externo. A geometria simples, a ausência de peso induzida pelas colunas finas de elevação da estrutura, a limpeza de linhas brancas, da um forte contraste com a cor da natureza. A figura 55, mostra a casa cercada por árvores.

O suporte estrutural rigorosamente concebido, e as paredes totalmente de vidro definem um espaço interno simples e cúbico, permitindo a luz solar. “A estrutura de sustentação das lajes são perfis “H” que se destacam da caixa envidraçada. O prédio todo flutua, já que a laje do piso fica separada do solo.” (VAZQUEZ F. 1999). A construção elevada sobre pilares metálicos causam um efeito estético, mas sua função é proteger a casa de inundações, já que se encontra próxima as margens de um rio. A figura 56, mostra uma perspectiva apontando as estruturas que foi usadas para a construção da casa.

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Figura 56 - Especificação da estrutura

Nota-se pela planta da Casa Farnsworth, uma arquitetura aberta. Na parte central da casa localiza-se o bloco que aloja a mobília de cozinha, banheiro, lareira e os armários. Na figura 57, mostra a planta da residência com área de 140m². Figura 57 - Planta da Casa Farnsworth

Armação de aço A - Balaústres de aço B - Canais de aço , nível do telhado C - Canal de aço formando a armação de perímetro ao nível do piso D - Aço, vigas transversais ao nível do telhado E - Aço, vigas transversais ao nível do piso F - Construção com barras de ferros planas Construção o telhado G - Prova d’água H - Espuma de isolamento de vidro I - Pranchas de concreto pré- moldado Construção do piso J - Lajes de travertino K - Argamassa L - Pedra britada M - Bandeja de metal N - Betão leve para preencher lajes de concreto pré moldado

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A casa possui cortinas do piso ao teto, mostrada na figura 58, disposto por todo o perímetro permitindo a privacidade necessária quando desejada.


Figura 58 – Vista externa da Casa Farnsworth destacando a cortina

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Para o tema desse trabalho, a Casa Farnsworth é um projeto de referência pelo motivo de que a arquitetura da casa é caracterizada aberta, e a divisão interna não é feita por paredes fixas, e sim por móveis que podem ser mudados de lugar constantemente, não

Figura 60 - Utilização de móveis como separação de ambientes

há compartimentação em cômodos, exceto pelo banheiro, como mostra na figura 59, a única parte fechada da casa.

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Figura 59 – Espaço reservado para o banheiro Figura 61 – Espaços preenchidos por móveis com objetivo de mudança de ambientes

Abaixo seguem imagens do interno da residência, deixando evidente a separação dos espaços com móveis e nunca com paredes fixas. A figura 60, mostra os armários como divisórias de ambientes. A figura 61, não apresenta armários, apenas é preenchido por alguns móveis, sinalizando a mudança de ambiente.

A ausência de divisórias tem a ver com o despojamento modernista, mas também com versatilidade, já que o espaço permite rearranjos rápidos. Isso trás flexibilidade ao projeto, e liberdade para criar sempre um novo


design para a casa. O projeto da Casa Farnsworth é elegante, funcional e simples, uma evolução tecnológica da época que pode ser usado no século XXI.

4.

Figura 62 - Foto da obra em Abril 2013

Proposta do projeto

Após o estudo sobre o crescimento das construções civis de apartamentos compactos, este presente trabalho trás três propostas diferentes para uma opção de planta. Para esse estudo, foi analisada uma planta da incorporadora Bild Desenvolvimento Imobiliário com parceria da construtora CP Construplan e o projeto de arquitetura foi feito pela Rivaben Arquitetura. O edifício chama-se Ibiza Residence, localizado na Avenida Caramuru, 2550, na cidade de Ribeirão Preto - SP. O terreno comporta uma área total de 5.390m², com número de pavimento igual a 27, possuindo apenas uma torre. A obra iniciou-se em Abril de 2013, a figura 62 mostra a foto do início da obra.

O edifício possui uma estrutura convencional de concreto armado, ou seja, é formado a partir de pilares, lajes e vigas. Isso permite a possibilidade de trabalhar com uma arquitetura aberta, pois as paredes não possuem uma função estrutural. A figura 63 mostra a construção do edifício Ibiza Residence em Abril de 2014 nela observa-se o uso de uma estrutura convencional. Figura 63 - Foto da obra em Abril 2014

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A entrega do edifício foi em Abril de 2015, a figura 64 mostra a foto do mesmo em Abril de 2015, concluído internamente e externamente.

Figura 65 – Planta com layout do Loft

Figura 64 - Foto da obra em Abril 2015

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O Ibiza Residence possui cinco diferentes tipos de metragem, o Loft de 47m², o apartamento de 56m², 59m², 60m², 71m² e um duplex de 115m². Para esse presente trabalho foi estudado a planta de 47m² onde o dormitório, o home theater e o closet são integrados e a cozinha integrada com a lavanderia. O único espaço isolado é o banheiro. A figura 65 mostra a planta do apartamento citado acima.

Conforme foi discutido durante a pesquisa, a maior procura de vendas para apartamentos compactos são clientes da terceira idade, jovens universitários e jovens casados sem filhos. A primeira proposta de projeto para esta planta é do cliente da terceira idade. Este projeto foi feito com a preocupação maior na circulação, pois para esse perfil de cliente deve ter cuidado com a disposição dos móveis para evitar possíveis acidentes. A figura 66, mostra a proposta do projeto.


Figura 66 - Planta terceira idade

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Nota-se que a planta possui uma arquitetura aberta, mas mesmo sendo esse tipo de arquitetura os ambientes são reservados. Por exemplo, a mesa para alimentação na figura 66, não é possível localiza-la, porém na figura 67 a seguir, a mesa já é representada.

assim do mesmo modo não precisa ficar aparente desnecessariamente. A figura 68 e 69 mostram a flexibilidade da sala de jantar, cozinha e lavanderia. Figura 68 - Cozinha, lavanderia e espaço de alimentação reservados

Figura 67 - Planta terceira idade com mesa

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Figura 69 – Cozinha e mesa de alimentação expostos

O que acontece é que existe uma mesa dobrável presa no móvel, podendo ter a flexibilidade de abaixar somente quando for utilizar, assim não ocupa espaço desnecessário. Além dessa possibilidade de mover a mesa, a cozinha e a lavanderia também são reservadas e possui o mesmo conceito de aparecer somente quando for usada, pois são fechadas com portas sanfonadas

Foi previsto para esse projeto, que um casal de idosos possam receber visitas, sendo assim, a figura 70, mostra a planta


com a mesa estendida. A figura 71 mostra a imagem da extensão da mesa para alimentação, deixando um espaço para acomodar até 7 lugares, o acréscimo da mesa e as cadeiras ficam guardadas no armários atrás da porta de entrada. Figura 70 - Planta terceira idade com extensão da mesa

Continuando com a ideia de receber visitas, foi pensado em um espaço onde possa acomodar duas pessoas para dormirem. A divisão entre o quarto do casal e o home theater é mostrado na figura 72, onde é notável a localização desse novo ambiente. Figura 72 - Planta terceira idade com camas extras

71

Figura 71 - Mesa de alimentação estendida

Esse móvel é usado tanto para divisão de ambiente como para armazenar duas camas, essas camas são flexíveis, podendo ser expostas somente quando for utilizada. As figuras 73 e 74 mostram o movimento que as camas fazem e a figura 75 mostra o móvel dando individualidade para os dois espaços.


Figura 73 – Divisão com camas guardadas Figura 73 - Divisão com camas guardadas

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Figura 74 – Divisão com camas expostas

Figura 75- Divisão dos ambientes 74

Para esse projeto foi utilizado moldura de gesso em torno de toda a parede, a figura 76 mostra uma planta sinalizando onde é localizada a moldura do gesso e a figura 77 mostra um corte da planta mostrando o gesso.

Figura 76 – Planta de representação de gesso

Figura 77- Corte da planta dos idosos

Figura 77- Corte da planta dos idosos

As paredes foram pintadas com tinta da Suvinil, na parede da cozinha foi usada a tinta Sorvete de menta, mostrada na figura 78 e em todas as outras paredes foram usadas a chá de erva-doce, mostrada na figura 79, foram escolhidas essas cores para manter um ambiente acolhedor e com a sensação de seguraça, usando cores leves e neutras.


Figura 78 – Tinta da Suvinil , Sorvete de Menta

Figura 79 – Tinta da Suvinil , Chá de Ervadoce

Para a segurança do cliente, foi colocado um piso antiderrapante, um Porcelanato chamado Extra Santome Bold Branco Cecrisa, com a medida de 60cmx60cm, representado na figura 80.

Figura 80 – Porcelanato Extra Santome Bold Branco Cecrisa

Para segunda proposta de projeto os clientes são universitários. O cotidiano de jovens estudantes gira entorno de estudar, comer, divertir-se e dormir. A figura 81 mostra a planta desse projeto

75


Figura 81 – Planta dos jovens com dormitórios

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Sendo assim com essas atividades, foi pensado em uma cozinha onde possam receber amigos, e o home theater fica localizado em um nível 30 cm mais alto do chão, podendo acessar por uma escada na lateral. No home, será usado um NEST futon, criado especialmente para jovens, com um design diferenciado e ainda com valores fundamentais como ergonomia correta e grande conforto, na figura 82 mostra a imagem do NEST futon, na opção de usar sentado ou deitado no caso quando dormir alguma visita. A elevação do home teather foi feita para dividir os ambientes sem precisar de algum tipo de divisória, pois a ideia do projeto não é isolar o lugar com divisória. Para não perder espaço, de baixo do patamar existem armários com portas de correr para armazenamentos, assim como mostra figura 83. Figura 82 – NEST Futon para o home

Figura 83 – Vista para o home theater

Logo após o patamar localiza-se um espaço multiuso, onde nele pode ser fechado com cortinas e utilizado para dormir. As camas são de colchão futon armazenadas de baixo do home, assim não ocupa espaço quando não forem utilizadas, e em cima das camas foi colocado gavetas para armazenamento. As figuras 84 e 85 mostram as camas guardadas e expostas. Figura 84 – Vista para o dormitório com as camas guardadas

77


Figura 85 – Vista para o dormitório com as camas expostas

78

O espaço multiuso também é usado para estudo, a mesa de estudo é dobrável e também é armazenada de baixo do patamar, aproveitando o mesmo conceito de uso, podendo ser guardada caso não esteja sendo usado, e também por ser localizada próxima a porta da sacada, é indicado usar a luz natural. A figura 86 mostra a planta modificada, estando exposta a mesa de estudo, e a figura 87 ilustra a mesa em uso. Figura 86 Planta dos jovens com mesa de estudo

Figura 87 - Vista para sala de estudos

Como o projeto é tratado de universitários, foi planejado um espaço para diversão. A mesma mesa usada para alimentação tem outra função, ao gira-la ela se transforma em uma mesa de bilhar, a planta 88 mostra a opção com mesa de alimentação, e as imagens 89 e 90 mostram as duas utilidades para essa mesa multifuncional. Figura 88 - Planta dos jovens com sala de jogos


Figura 89 - Vista para sala de jogos

Figura 91 – Planta de representação de gesso

Figura 90 – Vista para sala de jantar Figura 92 – Corte da planta dos jovens 79

Para este projeto foi usado sanca de gesso com iluminação em fita de led. A figura 91 mostra a representação de onde se localiza a sanca, e a figura 92 mostra o corte feito a partir da planta, mostrando o gesso.

As paredes foram pintadas pela tinta da Suvinil, com a cor Papel de Seda, a figura 93 mostra a utilização dessa tinta e a 94 a representação da mesma. Exceto a parede da porta da entrada que foi colocado um papel de parede com o desenho que o Grafiteiro Speto fez, mostrado na figura 95 e 96, e a parede da cozinha foi colocado um adesivo de material Vinil e esse adesivo segue no piso, avançando 2 metros como mostra a figura 97, em seguida dele segue o piso da Portobello, chamado concreto cinza, com 60cmX120cm de dimensão, mostrado na figura 98.


Figura 93 – Parede com tinta da Suvinil, cor Papel de Seda

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Figura 94 – Tinta da Suvinil, cor Papel de Seda

Figura 95 – Papel de parede com desenho do grafiteiro Speto 82

Figura 96 – Desenho feito pelo Grafiteiro Speto

Figura 97 – Adesivo colocado na parede e no piso

Figura 98 – Piso da Portobello – Concreto Cinza

Por fim, o terceiro projeto estudado foi de um casal de jovens sem filhos. Esse projeto foi diferenciado pois nele existe parede móvel e divisória de ambientes que correm por um trilho, o motivo para esse sistema é o aproveitamento do espaço e deixar uma arquitetura aberta. Na figura 99 mostra a planta com um espaço aberto para passagens.


Figura 99 - Planta do casal com arquitetura aberta

83


A divisória é de vidro branco para dar uma sensação de leveza e tranquilidade. O trilho para essa divisória é de alumínio com perfil de acabamento para forro, ideal para ser fixado em lajes, vigas de concreto, aço e treliças metálicas em geral. O recolhimento dos painéis de vidro será do

A figura 102 mostra a divisória toda recolhida, assim dando um espaço maior para circulação. Figura 102 – Opção da divisória recolhida

sistema Monoroldana, preso somente no teto, como mostram nas figura 100 e 101. Figura100 – Representação do Sistema Monoroldana 84

Figura 101 – Fixação do trilho pelo teto

A área do dormitório se encontra dentro dos armários, o armário do lado esquerdo possui uma televisão fixada na porta do armário, e o armário do meio é flexível pois ele pode ser guiado por trilhos de alumínio Extraduro, esse trilho suporta grandes dimensões e pesos, e será apoiado apenas no teto, e na parte inferior será instalados rodízios para movimentação do móvel. A figura 103 mostra o trilho utilizado e a figura 104 o rodízio .


Figura 103 – Trilho de alumínio Extraduro

Figura 105 - Opção da planta com closet

Figura 106 closet

Opção da utilização do

Figura 104- Rodízio de silicone com chapa

Caso o cliente queira isolar o dormitório, a divisória de vidro será fechada e a cama descerá do armário, conforme mostra a planta na a figura 107 e nas figuras 108 e 109 mostram como ficaram os ambientes com a divisória toda fechada, vista para o dormitório e para o home theater.

Com essa flexibilidade do móvel, os armários podem ser usados como closet. A figura 105 mostra a planta de como ficaria este armário, e a figura 106 ilustra a movimentação do mesmo.

85


Figura 107 – Planta com opção de dormitório

No home theater foi pensado na ideia de intimidade do casal e ao mesmo tempo uma amplitude do ambiente, utilizando uma sanca de gesso com spots e nesse gesso foi instalado espelhos, dando continuidade no painel da televisão do home, a figura 110 mostra a planta que representa a localização do gesso, a figura 111 mostra o corte e a figura 112 mostra o resultado desses espelhos.

86

Figura 108 – Vista para o dormitório do casal

Figura 109 – Vista para o home theater com a divisória totalmente fechada

Figura 110 – Planta de representação do gesso

Figura 111 – Corte da planta do casal


Figura 112 - Vista para o home, mostrando a utilização dos espelhos

Figura 114 - Tinta da Suvinil, cor Luz de Inverno

Figura 115 - Tinta da Coral, cor Camurça

Para esse projeto, foi utilizado cores fortes e marcantes , na parede da cozinha foi usado um revestimento chamado Castelatto Ecobrick mercure, mostrado na figura 113, a parede que tem a porta de entrada foi pintada com a tinta Suvinil chamada Luz de Inverno, mostrada na figura 114, e a parede que possui a porta do banheiro foi pintada com a tinta da Coral, chamada camurça, representada na figura 115. A figura 116 mostra a imagem da cozinha com todos esses revestimentos. Figura 113 - Revestimento Ecobrick Mercure

Figura 116 – Vista para a cozinha, mostrando a utilização dos acabamentos

Castelatto Além dos espaços citados foi colocada uma mesa multifuncional no home theater, ela é usada como mesa de centro, para apoiar decorações ou objetos, e pode ser levantada uma parte para servir de apoio para leitura ou uma alimentação rápida, a figura 117 mostra a mesa.

87


Figura 117 – Vista para a cozinha, mostrando a utilização dos acabamentos

88


89


Estas foram as três opções de projeto para a planta do Loft Ibiza Residence, assim concluindo que mesmo sendo um apartamento compacto, utilizando o conceito de flexibilidade, movimentação e arquitetura aberta, podem ser feitos diferentes tipos de casos, como de um casal de idosos, dois universitários e um casal de jovens sem filhos. Assim, podese afirmar que os apartamentos menores comportam as necessidades dos clientes. 90


5.

Considerações Finais

O presente trabalho apresentou um estudo da flexibilidade de espaços compactos preparados para diferentes cotidianos através da elaboração e análise da disposição do mobiliário e da inserção de estruturas multifuncionais. O imóvel escolhido apresentava características essenciais ao projeto, compacto com 47m² de área além de ser construído seguindo o conceito de arquitetura aberta. Nelo foi possível desenvolver as três propostas de plantas das quais atendiam o cotidiano de idosos, universitários e casal de jovens sem filhos. A proposta para os idosos apresentou espaços com circulação satisfatória a nível de segurança, espaços reservados e móveis flexíveis como a mesa de jantar e camas para visitas. No caso dos universitários a proposta voltou-se para espaços totalmente abertos e descontraídos favorecidos pelas multifuncionalidades da mesa de jantar que alterna para mesa de bilhar e do patamar que guarda camas e mesas de estudos. E finalmente para o casal de jovens sem filhos a proposta apresentou um ambiente aberto, mas com possibilidade de alternar para privado quando utilizada a divisória de vidro, além de apresentar uma cama de casal retrátil e um closet. A partir das propostas apresentadas percebe-se como o design pode ser utilizado no desenvolvimento de ambientes flexíveis e de mobiliário que atendam diferentes cotidianos. As propostas inicialmente sugeridas foram alcançadas e se mostram importantes para tanto os setores de serviços em imóveis quanto para o cliente final. Sugere-se que em trabalhos futuros seja avaliado economicamente a viabilidade das incorporadoras incluírem em seus projetos design de interiores voltados ao cotidiano de seu cliente. Outra sugestão é a de elaborar projetos como os que foram apresentados voltados para deficientes físicos, auditivos e visuais, casais com filho, divorciados e viúvos.

91


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LISTA DE FONTE DE GRÁFICO Gráfico 1- fonte: censo demográfico 2000, rio de janeiro:ibge,2001. Gráfico 2 - FONTE: dados EMBRAESP (2013). Gráfico 3 - FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego 2003-2011


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