^ conhece o Voce ' Do BrasiL? BeaBa
Leia agora a edição especial do dia das crianças!
Daniel Batista
1ª Edição Bauru-SP 2017
Agradecimentos Ao imaginário popular brasileiro, que é espontâneo e inspira grandes histórias. Aos autores que foram referências para esse #Folktober, principalmente o Luís da Câmara Cascudo, Januária Cristina Alves, Cezar Berger e o Andriolli Costa. Aos amigos que motivaram a produção deste projeto que só foi possível por causa desse incentivo.
Prefácio O ano era 1917 quando o escritor Monteiro Lobato – sempre ele – publicou pela primeira vez na imprensa brasileira a foto de um saci. Tratava-se de uma escultura em barro feita por Manequinho Lopes, que plasmava em imagem o duende brasileiro que há mais de um século já habitava o imaginário no país. Como resposta, o artigo que acompanhava a imagem recebeu por um lado a nostalgia, mas por outro a revolta. Alguns leitores reclamaram que um jornal sério daqueles desperdiçasse espaço de página com “tamanha bobagem”, uma crendice popular daquelas que fazia o país não ser levado a sério ante os povos “mais civilizados”. Provocador como sempre, Lobato insistiu no tema. Naquele mesmo ano, faria o chamamento que se tornaria o “Inquérito sobre o Saci”, um livro resultante das histórias enviadas pelos leitores do jornal envolvendo o perneta. Mas ainda não era suficiente. Pouco tempo depois, em março daquele ano, abre uma nova convocatória: Era o chamado para a Exposição do Saci. Até aquele momento, folclore brasileiro era tema completamente ignorado pela arte clássica – tão influenciada que era pelos motivos europeus. No final do século XIX, cada vez que um jornal falava do tema, investia vários parágrafos com um pedido de desculpas antecipado aos leitores. Lobato preparou o terreno, abriu as portas das galerias. A primeira vez que, na terra do Saci, o mesmo penetraria triunfalmente no ramo das artes. E com ele, todos os outros mitos tupiniquins. Hoje, 100 anos depois, encontramos o lastro desta inspiração. O preconceito ainda não foi vencido, isso é verdade. Muitos ainda torcem o nariz quando se fala em folclore nacional. Ainda assim, aqueles que se permitem mergulhar na alma do povo, encontram no imaginário uma fonte inesgotável de inspiração para o constante recriar dos nossos mitos.
Daniel Batista faz este mergulho e faz emergir toda a riqueza da cultura brasileira. Ao longo de todo o mês de outubro, em mais um desafio de sketches do #inktober, ele trouxe diariamente sua versão de monstros e personagens de narrativas folclóricas em um trabalho consistente e carregado de referências. Tive a felicidade de ser uma de suas fontes, e acompanhava com grande interesse a sua tentativa de dar visibilidade ao invisível. De dar um rosto àquilo que, por definição, não tem uma forma – mas várias. Um desafio que Daniel abraçou com interesse e afeto. Uma das coisas mais interessantes ao se investir na arte de inspiração folclórica é entender aonde está a autoria da obra. Daniel traz uma visão extremamente autoral, carregando suas marcas a cada novo sketch. No entanto, o coautor de todas as obras é o povo, e nele encontramos a identificação que ultrapassa mesmo o traço mais estilizado. Percorra neste livro a galeria pessoal deste jovem artista que se permitiu viver o encantamento. Escute os mitos, ouça o que eles têm para contar. Eles podem nos dizer muito sobre o mundo, sobre os outros e principalmente sobre nós mesmos. Cabe a você decidir se quer ouvir.
Andriolli Costa Jornalista e saciólogo sul-matogressense, editor do blog O Colecionador de Sacis, fotógrafo do projeto Folclore Nu e apresentador do podcast Popularium, todos dedicados a divulgação e valorização da cultura popular brasileira.
Dia do FOlclore Comemorado no dia 22 de agosto, o Dia do Folclore foi essencial para chegarmos no #Folktober. Começar a ter interesse no folclore foi um processo. Sempre abri meus olhos a cultura brasileira, mas só agora foquei no imaginário folclórico do Brasil. Só agora vi o quão vasto ele é. Para o Dia do Folclore, resolvi fazer uma matéria principal da minha Revista Soleira, destinada a questão “Por que a mitologia brasileira não atravessa a infância?”. Foi assim que comecei a ver que essa lendas, mitos e histórias para assustar criancinhas vão muito além, falam sobre nós mesmos e que têm um potencial tão grande que viria a ser explorado mais para frente no #Folktober. Na matéria foram feitas ilustrações de seis personagens: a Cuca, o Mapinguari, a Mula Sem Cabeça, a Mãe de Ouro, o Curupira e o Saci. Foi o pontapé inicial que você pode conferir no QR code a seguir, onde você conhecerá as lendas com maiores detalhes e poderá ler a Revista Soleira.
danielbatista.com.br/soleira
Cuca
Mapinguari
Mula sem cabeรงa
Mãe de ouro
Curupira
Saci
#Folktober Finalmente chegamos ao #Folktober, não só um inktober, mas uma imersão necessária no mês de outubro ilustrando o folclore brasileiro. Criado pelo artista Jake Parker, o Inktober se trata de um desafio para o crescimento pessoal e o incentivo do hábito positivo de fazer e postar nas redes sociais um desenho por dia durante o mês de outubro. Mas quis levar além do desenho despretensioso. Queria fazer uma exploração do folclore brasileiro em ilustrações que buscam o potencial que os personagens carregam, mostrando histórias tão fortes e tão pouco exploradas na cultura pop. Nesse desafio conheci muitas lendas que não fazia ideia que teria trabalho para escolher diante de tantas histórias do nosso folclore. Assim, foram 30 personagens e uma HQ que você verá logo a seguir. A ideia aqui é trazer apenas as ilustrações, procurando a sua curiosidade em saber do que se trata cada personagem. Fica o convite para saciar sua dúvida entrando no QR code que traz todos os textos e detalhes referentes as postagens do #Folktober.
danielbatista.com.br/folktober
Capelobo
Chibamba
Cabra Cabriola
Teiniaguรก
Quibungo
Iara
Bumba meu boi
Vitória Régia
Boitatรก
Jacy Jateré
Anhangรก
Arranca lĂnguas
Icamiabas
Muiraquitã
Macunaima
Boto
Urutau
Cabeleira
Caipora
Barba Ruiva
Onรงa da Mรฃo Torta
Negrinho do Pastoreio
Fogo-fรกtuo
Labatut
Papa figo
MinhocĂŁo
Lobisomem
Jurupari
Carranca
Matinta Pereira
Dia do Saci Por Daniel Batista
Ah, o Saci! quem não conhece o perneta mais simpático e brasileiro de nosso folclore, não é?
Mas será mesmo que você conhece o saci?
já deve ter ouvido falar sobre suas traquinagens...
fazer tranças nas crinas dos cavalos...
... ou, mais atualmente, dar nós nos fones de ouvido.
Mas sabia que há histórias de que o saci é um demônio?
... ou que há mais de uma figura associada a ele? Matinta Pereira
Jacy Jateré
Tapera Naevia
se há 100 anos atrás Monteiro Lobato levantava o “Inquérito sobre o Saci”, é porque ele é importante para o Brasil.
Então, peguem seus capuzes vermelhos...
Os ventos estĂŁo soprando no sacizal!
danielbatista. com.br fb.com/betoeabahq