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CLASSIFICADOSVEÍCULOS
ROLIMÃ FOTOS: PAULO CIBIN/TMC/DIVULGAÇÃO
A REDENÇÃO DA FOLHINHA Os calendários com modelos e atrizes ladeando automóveis, ou mesmo trajando mínimas peças do vestuário de frentistas e borracheiros, deixaram há tempos de resplandecer nas paredes das borracharias e oficinas brasileiras, principalmente nas grandes cidades. O politicamentecorreto,combinadocom o aumento das mulheres motoristas, espantou esse ícone para dentro dos armários ou em rincões impenetráveis, como o banheiro masculino. Nas paredes das biroscas de beira de estrada e nosrecintosemqueasimplespresença feminina geraria alarde, ainda restam as folhinhas, que, além de mostrar a data pelo sorriso, curvas e poses mais do que insinuantes revelam que uma segunda-feira pode ser muito melhor que um tedioso começo de semana. O bom gosto dessas folhinhas resistentes é discutível, mas aquela que levantar o indicador para questionar os calendários da Pirelli, por exemplo, pode ser, no mínimo, acusada de falta de sensibilidade artística. Pois as fotos que reúnem desde Penelope Cruz, Hilary Swank, Naomi Watts até o símbolo do desejo – mesmo que já septuagenário – Sophia
Loren são revestidas de glamour, que trespassa o machismo.
CONCEPT GIRL A preparadora Tarso Marques Concept (TMC) decidiu juntar a experiência de modificar veículos e transformá-los em obras exclusivas com as mulheres brasileiras, que, sem nenhuma modificação, são suficientes para agradar todo o universo. Chamada de Concept Girl, a união começa a vigorar dia 15 no site www.tmconcept.com.br. “A idéia inicial foi unir os carros preparados pela empresa com modelos que representassem bem o tema e o estilo do carro para produzir um calendário”, explica Garcez Marques, o idealizador do projeto e responsável pelo marketing da TMC. INTERESSE Dez veículos, sendo duas motos, foram selecionados para iniciar o projeto. Para acompanhar as máquinas, foram selecionadas nove modelos. “Todas se interessaram pelo projeto e quiseram participar”, explica Garcez. Ele diz que cada moça deve ter algo que remeta ao veículo. “Não exatamente pelas curvas, mas deve ter um estilo que represente a proposta do veículo”, detalha.
PREFERIDAS Se a relação das curvas dos carros e das modelos fosse direta, Garcez ficaria insatisfeito, pois a namorada dele, Cláudia Albertotti, acompanha o tosco e militar Hummer (acima). HARMONIA Mas nem a brutalidade do jipão diminuiu a graça do conjunto, estrelado em primeiro plano pela modelo. Mesmo tendo a namorada entre as modelos, Garcez titubeia no momento de escolher sua preferida e, além de informar sua relação com a dupla Hummer/Cláudia, diz que a dupla Ana Gequelim/Buik lilás (abaixo), e com imensas rodas, se aproxima do resultado que ele considera ideal. REPRODUÇÃO INTERNET FIGURATION - NARRITVE - 4/10/07
RABO-DE-PEIXE Além dessas, tem
também Isadora Bicalho e um Chevrolet Bel-Air 1959, no melhor que o estilo Hot Rod permite (acima à esquerda). Nesse caso, destaque para a traseira do automóvel, conhecida como rabo-depeixe, que encontra linearidade nas longas pernas de Isadora.
NA FRANÇA A ligação entre mulheres e automóveis não se restringe ao metiê lambuzado de graxa das borracha-
LANTERNAGEM E PINTURA
rias nem às oficinas badaladas de preparação automotiva. Na galeria Crid’art, em Paris, a exposição de Peter Klasen mostra as colagens, pinturas e trabalhos figurativos do artista. Muitos deles fazem a função de partes do corpo feminino, com elementos automotivos (no centro da página). A exposição vai até dia 28. Informações: www.cridart.com. Klasen tem experiência no ramo. Em 2000, ele foi um dos cinco artistas convidados para o Salão de Paris, pela Opel, para transformar um Corsa em obra de arte. Ele adornou um veículo com cores e luzes, fazendo uma alusão à cidade-sede do Salão.
ERÓTICO O psicanalista Daniel Sibony, no prefácio do livro Nowhere anywhere, chamou as ligações que o artista fez de “maquinações eróticas”. O livro traz série de fotografias com vagões, eixos, caminhões, canos e contêineres, registradas por Klasen, Sibony observa que o artista se coloca como voyeur para captar nas máquinas "um evento do corpo, pulsional, erótico, que nos diz respeito".
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