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ESPORTES

GALO

CAMPEÃO MINEIRO‘2007

CENAS DA CONQUISTA FOTOS: MARIA TEREZA CORREIA/EM

Festa da torcida se espalhou por diversos pontos da cidade, com torcedores na Savassi, na Praça Sete e na Bandeirantes, onde André Malheiros usava camisa para provocar os cruzeirenses, com a frase: “2007. 4 a 0. Eu vi. Eu ri”

CARNAVAL FORA DE ÉPOCA

O hino do Galo e o grito de campeão invadiram ruas e bares de BH antes do fim do jogo DANIEL CAMARGOS Nem a derrota por 2 a 0 foi capaz de jogar água no chope da torcida atleticana, que estava com a garganta seca pela vitória de um Campeonato Mineiro há sete anos. Pouco antes do fim da partida, as buzinas ressoavam nas ruas da cidade e o volume do hino do Galo foi aumentado até o máximo nos bares, casas e sons de carros. A festa se espalhou por vários pontos da cidade, pois os jogadores não desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros e fizeram uma festa privada no restaurante Parrilla del Mercado, no Mercado Distrital do Cruzeiro. Na esquina das ruas São Tomé de Souza

com Pernambuco, na Savassi, o bancário Bruno Quirino se destacava entre os torcedores. Em pé, sobre uma cadeira, com uma crista de galo na cabeça e um copo de cerveja na mão, ele regia os torcedores que gritavam ofensas ao rival e entoavam versos do hino do clube. “Já esperava a derrota. Depois da vitória de 4 a 0, o objetivo era apenas segurar o resultado”, disse Bruno, que veio de Pará de Minas para assistir o jogo. O administrador de empresas André Malheiros, parado ao lado de seu carro na Avenida Bandeirantes, no Bairro Mangabeiras, pulava sozinho como se fosse carnaval. A empolgação contagiou outros atleticanos, que deixaram o bar em frente e se juntaram

a ele para fazer a festa no canteiro central. Além dos gritos e buzinas, a festa também teve a imprudência de torcedores que desfilavam pela via com parte dos corpos de fora da janela dos carros ou atravessavam na frente dos automóveis desrespeitando o sinal fechado para pedestres. André usou uma camisa toda preta, com os seguintes dizeres: “2007. 4 a 0. Eu vi. Eu ri”. Indiferente às provocações, três cruzeirenses se misturavam à festa alvinegra. João Paulo Pádua, de camisa celeste, disse “que nem sempre é o melhor quem vence”. Com a ajuda de Bárbara Lima e Thiago Campos, o trio demonstrou orgulho pela atuação do time na partida final.

RIVAIS EM PAZ A raça demonstrada pelos cruzeirenses foi motivo para aumentar as gozações dos atleticanos, na opinião de Júlio Galvão, que assistiu o jogo em um bar do Bairro Sion. “Foi bom que fez eles (os cruzeirenses) sofrerem mais”, disse. Entretanto, as provocações não atrapalharam a paz. Rivais em campo, os amigos Mateus Araújo, estudante de arquitetura, e Yuri Amaral, aluno de medicina veterinária, bebiam cerveja lado a lado, na Savassi, vestidos de camisas de cores diferentes. O atleticano Yuri, feliz com o título, lembrava que tinha 12 anos na última vez em que o Atlético foi campeão. Já Mateus não escondeu orgulho de vestir a camisa azul, independente da ocasião.

HUMBERTO NICOLINE/ESPECIAL PARA O EM

Reduto em Juiz de Fora RICARDO BEGHINI

Atleticanos comemoram na Avenida Rio Branco, mas evitam confronto com rubro-negros

Juiz de Fora - Um bar da Avenida Rio Branco, a maior de Juiz de Fora, na Zona da Mata, principal reduto atleticano na cidade, ontem se transformou num pedacinho do Mineirão. Cerca de 100 torcedores assistiram à partida e comemoraram com muito barulho o título do Galo, que não foi fácil como se esperava. “As nossas vitórias sempre são sofridas e com muita luta. Mas o que importa agora é o título mineiro, para voltarmos a estabelecer nossa hegemonia no estado”, disse o funcionário público Fabiano Brandão, um dos integrantes da Galoucura de Juiz de Fora. O grupo decidiu permanecer no local, mesmo depois do fim do jogo, para evitar confrontos com torcedores do Flamengo, que conquistou o título carioca em cima do Botafogo. Embora em Juiz de Fora as torcidas do estado vizinho tenham supremacia, os times mineiros começam a ganhar espaço. O braço da Galoucura na cidade é um exemplo. Foi fundada há apenas dois anos e já conta com

um ponto de encontro: o Bar Primor, que pertencia a um atleticano. “A internet e o Orkut facilitaram. Antes, era mais difícil encontrar atleticanos em Juiz de Fora”, disse o presidente da Galoucura local, Danilo Nogueira Vale, de 24 anos. O Cruzeiro também possui uma torcida organizada em Juiz de Fora, a Trem Azul, que já mostrou força em decisões vitoriosas da Raposa. Segundo Danilo, os times cariocas ganharam a preferência do juizforano devido à curta distância com o Rio de Janeiro, mas essa situação começa a mudar com a chegada de estudantes universitários de outras cidades do interior de Minas. “Sempre houve muito atleticano aqui, só que estamos mais organizados”, confirma o representante de vendas Álvaro Pires, um dos empolgados com o título do Atlético. A expectativa é de que a vitória sobre o arqui-rival seja um motivo a mais para agregar os atleticanos da Zona da Mata. Além disso, é possível tirar proveito do convívio com torcidas de outros estados. A festa da Galoucura de Juiz de Fora contou com o apoio dos torcedores aliados da Força Jovem do Vasco.


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