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ESPORTES

Equipe celeste empata com o Goiás no Mineirão, depois de perder pênalti. Além dos dois pontos, time fica sem a liderança do Brasileiro e o artilheiro do torneio

O ATAQUE CRUZEIRENSE DEPENDEU MUITO DA CRIATIVIDADE DE WAGNER, MAS O ARMADOR CELESTE, MUITO MARCADO PELOS GOIANOS, NÃO CONSEGUIU REPETIR AS BOAS ATUAÇÕES DE PARTIDAS ANTERIORES

Sabor de derrota FOTOS MARCOS MICHELIN

DANIEL CAMARGOS Cruzeiro perdeu dois pontos, duas oportunidades de marcar um gol de pênalti, a liderança do Brasileiro e deixou de ter o artilheiro da competição ontem, no empate sem gols com o Goiás. O time caiu para o segundo lugar e a torcida não poupou principalmente o atacante Alecsandro – que cobrou mal o pênalti, por duas vezes – e o responsabilizou pelo empate. O time celeste começou a partida tocando a bola e tentando romper a forte marcação armada por Antônio Lopes. Mas os laterais não conseguiam passar da intermediária e a equipe dependia da criatividade de Wagner, marcado individualmente por Fábio Bahia. Com isso, a primeira chance foi do Goiás, quando Fábio defendeu belo chute de Cléber, de fora da área, aos 11min. Os goianos contavam com as jogadas do angolano Johnson pela direita e de Jadílson pela esquerda, que limitaram os avanços de Jonathan e Júlio César pelas laterais. Leandro Bomfim e Martinez não conseguiram fazer boas jogadas e o lance do pênalti foi a grande chance da partida. Aos 22min, depois de um passe de Wagner, Alecsandro deixou a bola escapar e trombou com o goleiro Harlei. Apesar de o armador brigar pela artilharia da competição, o atacante pediu para cobrar e bateu no meio do gol, facilitando a defesa de Harlei. O assistente assinalou que o goleiro se adiantou e mandou repetir a cobrança. Apesar do pedido da torcida, que gritava o nome de Wagner, Alecsandro insistiu e errou novamente, batendo para nova defesa de Harlei, que se adiantou mais uma vez. O lance pôs o atacante como pivô da partida. Foi vaiado por parte da torcida e aplaudido por outro grupo. O Goiás continuou atacando com perigo pelas laterais, enquanto o time celeste não conseguia organizar as jogadas de ataque. No último minuto da primeira etapa, Martinez cobrou falta com perigo.

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O segundo tempo começou movimentado, mas os mineiros mal concluíam. O Goiás continuou explorando os contra-ataques com Jadílson e Johnson, que foi deslocado para a esquerda na segunda etapa. Com a entrada de Francismar no lugar de Júlio César, o jogo ficou mais corrido. Francismar partia para cima com velocidade, mas não conseguia ser produtivo. Depois de uma jogada iniciada por ele, Bomfim chutou de fora da área e Harlei defendeu mais uma. Logo em seguida foi a vez de Gil chutar de fora da área, para outra defesa do goleiro da equipe goiana. Antes de ser substituído, Alecsandro desperdiçou mais uma chance, furando na hora de concluir. O atacante foi vaiado ao dar lugar a Carlinhos Bala. No fim da partida, o Cruzeiro partiu para a pressão, mas esbarrou na defesa goiana e no excesso de individualidade e falta de pontaria dos seus atacantes.

Cruzeiro

ATUAÇÕES

0

Fábio; Jonathan, Eliézio, Edu Dracena e Júlio César (Francismar 8 do 2º); Jonílson, Martinez, Leandro Bomfim (Diego 31 do 2º) e Wagner; Alecsandro (Carlinhos Bala 20 do 2º) e Gil Técnico: PC Gusmão

CRUZEIRO

Goiás

0

Harlei; Rafael Dias, Fabiano e Leonardo; Cléber Gaúcho (Almeida 30 do 2º), Cléber, Fábio Bahia, Johnson e Jadílson (Leyrielton 40 do 2º); Welliton (Leonardo 13 do 2º) e Souza Técnico: Antônio Lopes

Estádio: Mineirão Árbitro: Paulo Henrique de G. Bezerra (SC) Assistentes: Carlos Berkenbrock e Alcides Zawaski Pazetto (SC) Cartão amarelo: Fabiano, Cléber Gaúcho, Souza Pagantes: 29.884 Renda: R$ 154.605

FÁBIO (Nota 6) Fez defesas importantes e só se complicou ao tentar sair jogando com a bola nos pés JONATHAN (Nota 5) Discreto no ataque e confuso na marcação de Johnson e Jadilson ELIÉZIO (Nota 6) Bem na marcação, mostrou velocidade e bom senso de colocação em sua estréia como titular EDU DRACENA (Nota 8) Cobriu bem os avanços e falhas dos laterais e foi a principal opção para saída de jogo do goleiro Fábio JÚLIO CÉSAR (Nota 4) Não conseguiu chegar à linha de fundo e sofreu para marcar os ataques goianos Saiu para entrada de FRANCISMAR (Nota 6), que mostrou vontade e partiu para cima da defesa goiana JONÍLSON (Nota 5) Apenas marcou e deu passes para os lados, sem nenhuma criatividade e talento LEANDRO BOMFIM (Nota 5) Se ateve em marcar e não conseguiu

armar as jogadas da equipe. Saiu para a entrada de DIEGO (Sem nota), que jogou pouco tempo MARTINEZ (Nota 5) Foi incapaz de organizar a equipe no lugar de Wagner, que foi marcado individualmente WAGNER (Nota 6) Bem marcado, mostrou criatividade para escapar dos adversários e foi responsável pelos melhores lances da equipe celeste ALECSANDRO (Nota 3) Só correu e não mostrou categoria para tabelar com Gil e Wagner, além de desperdiçar o mesmo pênalti duas vezes e perder um gol após uma furada. Saiu para entrada de CARLINHOS BALA (Nota 3), que também apenas correu sem nenhum talento GIL (foto) (Nota 5) Buscou o jogo no meio-campo, mas prendeu muito a bola e não conseguiu criar jogadas como na última partida, contra o Corinthians

GOIÁS O goleiro HARLEI (Nota 8), revelado pelo Cruzeiro, defendeu as duas cobranças de pênalti e mostrou segurança em todos os lances

Alecsandro minimiza má atuação As vaias da torcida e o desperdício das duas oportunidades de cobrança de pênalti não abateram o atacante Alecsandro. “Fico triste e lamento não termos saído com a vitória, mas fico feliz com a união do grupo e já estamos pensando na próxima partida”, disse o atacante. O próximo jogo é contra o Paraná, sábado, em Curitiba. Alecsandro explicou que, na primeira cobrança, tentou virar o pé, pois percebeu que o goleiro iria para o mesmo lado que seu chute, mas não conseguiu e chutou no meio do gol. Já na segunda cobrança não teve desculpa e Alecsandro assumiu o erro, dizendo que pegou errado na bola. Apesar das falhas, o jogador não se abateu com as vaias e acredita que os torcedores que o criticaram não são os que freqüentam o Mineirão. “São meia dúzia de torcedores que vão para atrapalhar e desmerecer a torcida do Cruzeiro”, acredita. A “meia dúzia” a que ele se refere, porém, pareceu ser bem maior, na uníssona vaia dada pelos torcedores no momento em que o atacante deixava o campo para a entrada de Carlinhos Bala. A bronca da torcida foi maior, pois queriam que Wagner, que é artilheiro da equipe na competição, batesse o pênalti. O armador disse que queria fazer a cobrança, mas que, no momento, Alecsandro estava mais confiante e ele concordou. O técnico PC Gusmão explicou que os dois cobradores da equipe são Wagner e Alecsandro e que aquele que estiver mais confiante é quem bate. Mesmo após deixar escapar a liderança, PC Gusmão prefere observar o pontos positivos no empate sem gols contra o Goiás. PC destacou o trabalho da defesa, que mais uma vez não sofreu gol e é a menos vazada do campeonato, e a estréia do zagueiro Eliézio. Para a próxima partida, o zagueiro Thiago Heleno retorna na vaga de Eliézio e, segundo PC, todos os outros jogadores que iniciaram a partida ontem deverão começar jogando. “O Campeonato Brasileiro tem um equilíbrio muito grande e precisamos concluir as jogadas com capricho”, entende o treinador. Gusmão atribuiu o empate à marcação da equipe goiana. Segundo ele, no jogo contra o Corinthians, o Cruzeiro teve mais espaço para jogar e, por isso, conseguiu marcar os gols.


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