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ESPORTES

O VENCEDOR

Dorival Júnior reconhece que ambas as equipes falharam na marcação, mas a garra dos jogadores fez a diferença

Muita raça no melhor jogo do campeonato Mesmo com a vitória empolgante, o técnico Dorival Júnior manteve a sobriedade na análise da partida e preferiu observar o aspecto técnico. Para o treinador cruzeirense, o jogo foi o melhor do campeonato: “Assisti a quase todas as partidas do Brasileiro e nessa, principalmente, pelo fato de nenhuma das equipes ter se preocupado com a marcação, possibilitou que a partida fosse maravilhosa”. Se a aplicação tática foi deixada de lado, Dorival ressalta que elementos como motivação, participação e criatividade fizeram o espetáculo. A criatividade, aliás, foi ressaltada

por Dorival em dois jogadores que mudaram o resultado do jogo – Guilherme e Kerlon –, que entraram quando o time havia sofrido a virada de 3 a 2 e foram decisivos no placar definitivo de 4 a 3. “O Guilherme é um jogador que tem luz própria. Teve várias contusões seguidas, que prejudicaram sua evolução, mas quando ele entra em campo altera o padrão dos jogos”, analisa Dorival. Guilherme, que fez quatro gols nos últimos três jogos contra o Atlético, diz que não tem motivação especial em marcar contra o principal rival: “Sempre entro em campo pensando em fazer gols, independentemente do adversário”. Sobre Kerlon e a jogada que resul-

tou na expulsão de Coelho, em que o jogador cruzeirense fez embaixadinhas com a cabeça, Dorival diz que evitaria esse tipo de jogada. Porém, ressalta que por ser “um repente, uma jogada que surge de forma natural” cabe somente ao jogador avaliar o momento de executá-la. Guilherme também pondera sobre o excesso de habilidade do companheiro (que incendiou a torcida): “Pode ser bom que ele evite, para segurança dele. É uma jogada que só ele sabe fazer e enquanto a Fifa não proíbe deve fazer, sim, mas não em todas as partidas”. Roni destaca o poder de reação da equipe proporcionado por jogadores jovens. “Quando eles entram a ju-

ventude e a afobação se tornam fatores positivos”, entende o atacante, que é um dos mais experientes da equipe. Para ele, que divide o quarto com Guilherme na concentração, o companheiro tem potencial para ser um jogador convocado para a Seleção Brasileira, mas para isso precisa manter a “cabeça no lugar”. A próxima partida do Cruzeiro é contra o Vasco, em São Januário, domingo. Ramires, que cumpriu suspensão por ter levado o terceiro cartão amarelo no jogo contra o Flamengo, poderá jogar.

ATUAÇÕES

DANIEL CAMARGOS

JUAREZ RODRIGUES/EM

PAULO FILGUEIRAS/EM

CRUZEIRO FÁBIO (Nota 7) Fez boas defesas, não teve culpa nos gols e deu tranqüilidade para que o time buscasse a vitória MARIANO (Nota 5) Fez boas jogadas no primeiro tempo, com Maicosuel, mas depois teve de ficar mais preso na marcação e mereceu elogios do técnico EMERSON (Nota 6) Nos momentos de pressão do Galo, se perdeu um pouco. Contudo, no geral, fez a sua parte THIAGO HELENO (Nota 6) Demonstrou serenidade, mesmo quando pressionado FERNANDINHO (foto) (Nota 5) Ficou mais recuado e até conseguiu ir bem na maior parte do primeiro tempo. Mas errou passes em momentos importantes LUÍS ALBERTO (Nota 7) Substituiu um jogador importante, Ramires, e deu conta do recado

Kerlon, juntamente com Guilherme, mostrou a força dos jovens no time cruzeirense: armador entrou faltando 30 minutos e teve várias chances de marcar o seu

CRONISTA POR UM DIA

Superioridade comprovada “A torcida é que move o time. Os torcedores não pararam de cantar um minuto e o Cruzeiro fez mais um belo jogo no Mineirão. A partida começou igual, com os dois times perdendo oportunidades, mas logo o Cruzeiro mostrou sua superioridade técnica. O time trabalhou bem pelas laterais, com o Fernandinho, pela esquerda, fazendo boas jogadas e, no ataque, o Marcelo Moreno teve ótima movimentação durante o primeiro tempo. Pensei até que ele não seria substituído, mas o Dorival Junior preferiu manter o Roni, que tem mais experiência. Inclusive, o Roni, ao lado do Guilherme, foram os destaques do Cruzeiro. O Kerlon teve as mesmas oportunidades que o Guilherme, mas não soube finalizar. Acho que ele é “foguete

molhado”, não é um bom jogador, e sua atitude, que gerou o tumulto, no segundo tempo, não foi nada admirável. Outro destaque negativo foi o Wagner, que não mostrou personalidade e desapareceu no clássico. O jogo foi bonito, aberto e com oportunidades para os dois lados, mas a qualidade técnica, o posicionamento e a postura de jogo do Cruzeiro prevaleceu e provou, mais uma vez, que é muito superior ao rival. É possível vencer o Brasileiro. O aproveitamento do São Paulo é muito acima do normal, o que indica uma possível queda de rendimento nos próximos jogos. Se o Cruzeiro conseguir uma boa série de vitórias, novamente, é esperar um tropeço do líder para atropelar o tricolor.”

EMMANUEL PINHEIRO/EM

■ FABRÍCIO AUGUSTO REIS, 32 ANOS, ADVOGADO

CHARLES (Nota 7) Grande primeiro tempo, ganhando a maioria dos combates e ainda ajudando na saída de bola MAICOSUEL (Nota 6) Quando se movimentou, saiu da marcação e fez boas jogadas. Mas também teve momentos de apatia. JARDEL (Sem nota) entrou no fim WAGNER (Nota 5) Fez muito pouco para o que se esperava dele e o que poderia produzir. KERLON (Nota 6) deu outro ritmo ao time mas perdeu gol incrível MARCELO MORENO (Nota 4) Anulado pelos jogadores atleticanos, teve apenas uma chance clara, que parou nas mãos de Édson. GUILHERME (Nota 8) em meia hora fez mais que a maioria dos jogadores em campo. Mostrou estrela e talento

Para participar desta seção, o assinante deve enviar e-mail para esportes.em@uai.com.br

RONI (Nota 9) O nome do jogo, não apenas pelos gols, mas pela experiência e pela inteligência. Mostrou fôlego de garoto


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