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VEÍCULOS
COLUNA DO BORIS B O R I S
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boris.feldman@uai.com.br
F E L D M A N FOTOS DIVULGAÇÃO
FORD
EcoSport 1.6 ganha sistema Flex pressão sonora, segundo a Ford) e na transmissão (1ª e 2ª marchas mais curtas). Preços do novo Flex: 1.6 XL, R$ 47.080; 1.6 XLS, R$ 50.510; e XLT, R$ 53.640. O 1.6 a gasolina agora somente equipa os EcoSport destinados a exportação.
● CORAGEM
● TRUQUE
● GÁS NATURAL
Não deu outra: com a redução dos impostos para os motores acima de 1.0, o brasileiro está percebendo as vantagens de comprar um carro de cilindrada um pouco maior, com melhor desempenho e que não seja necessariamente um beberrão. Enquanto caem as vendas dos modelos “populares”, estão voltando à cena (ou surgindo) motores que tinham desaparecido do mercado, como o 1.4, presente no Celta, no Citroën C3, no Peugeot 206 e, desde a semana passada, na linha Palio (o antigo Fire 1.3 foi substituído pelo 1.4 Flex). E a Volkswagen também tem este motor, basta reativálo em modelos nacionais. Por outro lado, a Peugeot é a primeira montadora que tem a coragem de anunciar o fim de seu único modelo 1.0: ela já avisou à Renault que não vai renovar o contrato de fornecimento deste motor que vence no final deste ano. A partir de 2006, ela oferece o 206 exclusivamente nas versões 1.4 ou 1.6.
A Fiat decidiu voltar ao mercado de modelos de luxo na Europa com um lançamento que tem tudo para dar certo: é a volta do Croma (foto ao lado), o “top-of-line” da marca que deixou de ser produzido durante muitos anos. Ele volta neste mês de junho num primoroso desenho de Giorgeto Giugiaro só na versão perua (“station-wagon”). Seu estilo é tão bonito que está mais para Alfa do que para Fiat e o acabamento interno é de alto nível. Além de muitas soluções inteligentes: o fundo do portamalas, por exemplo, é falso e deixa um bom espaço entre ele e o estepe para se esconder pacotes, bolsas e equipamentos eletrônicos. Enquanto isso, a perua Marea Weekend vai capegando tanto no nosso mercado que suas vendas são quase nulas nestes primeiros meses do ano. Mas a fábrica de Betim confirma um Marea (pelo menos na versão sedã) com ligeira reestilização e com um 1.6 de 16 válvulas sob o capô para as próximas semanas. Até então, o modelo só era oferecido com motores 1.8, 2.0 ou 2.4, todos importados da Itália.
A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) divulgou nota condenando a intenção do governo federal de tomar medidas para restringir a expansão do gás natural veicular. “A AEA acredita que a utilização veicular é um dos principais pilares de sustentação do gás natural no País. Apenas após o fortalecimento da rede de distribuição do gás para fins automotivos é que o seu uso poderá ser ampliado para demais aplicações com sucesso”, afirma o comunicado. A entidade defende também o uso do combustível nos ônibus urbanos, para reduzir custos das passagens e a poluição nas cidades.
● IDOSOS
● DESRESPEITO
● MINI BAJA
O Veteran Car Club de MG confirma sua reunião mensal para sábado, dia 4, no Alphaville, a partir das 15 h. Os associados do clube estão voltando de uma maratona pela serra fluminense: entre rodas voadoras, motores em ebulição e bielas batedoras, os fordinhos (e algumas marcas agregadas) cumpriram com brio sua missão.
Automóvel dotado de chapa preta de bronze está acima do bem ou do mal? No último domingo à tarde, o VW Santana placa PM 0001 do gabinete do prefeito de Tiradentes vinha acelerando fundo na BR-040, entre Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte, desrespeitando as mais elementares regras do trânsito rodoviário.
O estudantes da Fundação Educacional Inaciana (FEI) e da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC/USP) vão representar o Brasil na competição SAE Mini Baja Midwest, que será disputada em Troy, Ohio, nos EUA, entre os dias 16 e 19 deste mês. Eles foram os vencedores da 11ª Competição SAE Brasil-Petrobras de Mini Baja, disputada em abril.
● TRÂNSITO A agressividade no trânsito é o objeto de trabalho do psicólogo e escritor belo-horizontino Marccelo Pereyra em seu livro Motorista Brasileiro. O livro, lançamento independente do autor, é vendido em livrarias de Belo Horizonte ao preço de R$ 23. Pereyra discute os motivos que levam vários motoristas, principalmente os jovens, a se comportarem como malucos nas ruas e defende uma reformulação nas políticas de educação de trânsito, numa espécie de auto-ajuda para quem tem carro.
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O pequeno utilitário-esportivo, que tanto tem agradado o consumidor brasileiro (média de 3.700 unidades vendidas por mês), ganhou mais um atrativo na versão com motor 1.6: o sistema Flex, que aceita gasolina, álcool ou a mistura dos dois em qualquer proporção. Enquanto o motor anterior, movido somente a gasolina, tinha 98 cv de potência máxima e 14,3 mkgf de torque máximo, o novo propulsor Flex fornece 105 cv e 14,8 mkgf com gasolina e 111 cv e 15,8 mkgf com álcool. A taxa de compressão passou de 9,5:1 para 12,3:1. O EcoSport 1.6 Flex acelera de 0 a 100 km/h em 13,1 s (álc.) e 13,6 s (gas.) e chega aos 162 km/h (gas.) e 167 km/h (álc.). Segundo a Ford, ele consome 7,9 km/l (álc.) e 12,1 (gas.) na cidade e 9,8 km/l (álc.) e 15,1 km/l (gas.) na estrada. Além do motor, o utilitário compacto também recebeu melhorias no sistema de isolamento acústico (redução de 1 a 2 db (A) de
EDUARDO ROCHA/RR
COMBUSTÍVEL
Batizado vai para a oficina DANIEL CAMARGOS De acordo com a fé cristã, o batismo é o primeiro passo para o reino do céu. Já para a ideologia dos donos de postos que querem o lucro fácil, o batismo do combustível é uma rota certa para as oficinas mecânicas. Uma pesquisa feita com 1.201 oficinas em todo Brasil pela Central de Inteligência Automotiva (Cinau) constatou que 94,69% dos carros atendidos pelas oficinas nacionais chegam com problemas provocados pelo acréscimo de solventes, álcool ou água nos combustíveis. O sintomas provocados pelo batismo se transformam em engasgadas (falhas no motor), consumo excessivo de combustível ou falha na hora de dar a partida. O diretor da Cinau, Cássio Hervé, explica que a pesquisa também constatou que os veículos com este tipo de defeito já representam 15% do movimento total de uma oficina e que os reparos ficam em média, entre R$ 110 e R$ 310. De acordo com o gerente de engenharia de motores da General Motors Powertrain, Henrique Pereira, o mercado de adulteradores no Bra-
sil está se especializando. Pereira avalia que as variações vão desde álcool na gasolina, água no álcool até o mais nocivo, que é o acréscimo de solventes e agentes químicos na gasolina. Pereira considera a mistura a pior por ser de difícil detecção. “A maioria dos postos não possui equipamentos para o cliente testar a mistura do combustível”, afirma Pereira.
EXCESSIVO Com o aumento da participação dos veículos flexíveis, os postos adotam uma nova modalidade de adulteração: misturar quantidade excessiva de álcool na gasolina. Durante a operação do Ministério Público Estadual na região Sul de Minas, um posto de combustível na cidade de Campestre teve uma bomba lacrada porque a gasolina tinha 29% de álcool etílico, quando o percentual permitido é no máximo 26%, mas de álcool anidro. O supervisor da engenharia de aplicação da Volkswagen, Roger Guilherme, afirma que a mistura excessiva de álcool anidro na gasolina não provoca nenhum dano à mecânica dos veículos com tecnologia bicombustível. “Mas essa bomba não atende só veículos bicombustíveis
e vai comercializar o combustível para veículos movidos só a gasolina. O álcool tem maior poder corrosivo e provoca corrosão no sistema”, afirma Guilherme. Apesar de o batismo aumentar o volume de clientes nas oficinas, os mecânicos não gostam de fazer esse tipo de serviço. Hervé, da Cinau, explica que “muitas vezes, se faz o conserto e o carro volta uma semana depois porque o motorista abasteceu em posto errado e o problema continua”. Para evitar que o problema persista, ele recomenda ao cliente que abasteça sempre em um mesmo grupo de postos de combustível, e se possível, em um só posto. A recomendação de Pereira, da GM, é a mesma, mas ele ressalta que: “Muitas vezes acostuma-se com os defeitos e, como a performance varia devagar, as pessoas se acomodam com a perda”, entende. Ele também recomenda que a forma mais simples de detectar o problema é seguir as manutenções preventivas, verificar o óleo e, em caso de dúvida, procurar especialistas. O estatístico Alexandre Carneiro, responsável técnico pela pesquisa, afirma que há probaTeste de qualidade é raro nos postos de combustíveis lidade de uma margem de erro de 3%.
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