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MEGACLASSIFICADOSVEÍCULOS

ROLIMÃ

PALMAS PARA ELAS O dia dela é amanhã, mas deve ser celebrado sempre, pois a importância que ela tem para a sociedade é imensa. Aqui não segue mais um texto sobre as mulheres, mas sim a respeito de uma ode aos 60 anos de uma senhora que continua firme pelas ruas e estradas de vários países: a Kombi. Foi em 8 de março de 1950 que ela deixou a linha de montagem da fábrica de Wolfsburg, na Alemanha, pela primeira vez, para conquistar o mundo.

ADAPTAÇÃO O projeto da Kombi, ou melhor, à épo-

ca Volkswagen Type 2, surgiu de uma derivação do Type 1, o Fusca. O importador holandês Ben Pon visitou a fábrica de Wolfsburg, onde o Fusca era produzido, para acertar detalhes da importação do besouro para a Holanda. Pon viu que chassis do Fusca eram usados com uma estrutura maior, para transporte de peças dentro da fábrica e pensou que daquilo poderia surgir um veículo. No ano seguinte, ele retornou com os desenhos do que seria a Kombi, mas a produção teve que aguardar, pois o excesso de demanda pelo

Fusca impedia mudanças bruscas na produção.

HIPPIE Da prancheta de Ben Pon para a academia. São

inúmeros os trajetos da Kombi. Foi, inclusive, tese do mestrado em artes de David Burnett, na Universidade da Virgínia, nos EUA. Burnett estudou a história cultural da Kombi na tese: “From Hitler to hippies: The Volkswagen Bus in America” (De Hitler aos hippies: a Kombi na América). No texto, o autor diz que o objetivo inicial era estudar a relação entre a Kombi e os hippies: “A frase sexo, drogas e rock-n-roll ajuda a descrever o estilo de vida da contracultura, marcado em parte pelo grande consumo de drogas, atitudes que buscam liberdade sexual, tudo sob a trilha sonora do rock produzido por Beatles, Rolling Stones, Grateful Dead e outras bandas importantes da época”.

CASAMENTO Burnett explica que o legado hippie da Kombi, ou Volkswagen Bus, como ela é chamada nos EUA, vem das campanhas publicitárias do início da década de 1960, que ligava o veículo à contracultura hippie. “Nas décadas seguintes, a reputação hippie continuou a crescer, alimentada pelos entusiastas e pela mídia”, analisa. Na tese, ele explica que os jovens

hippies adotavam a Kombi porque ela casava perfeitamente com o estilo de vida que eles levavam. Outros motivos são o baixo preço, a facilidade de manutenção e excentricidade. Um dos depoimentos colhidos por Burnett foi o de Bob Thurmond, que comprou uma Kombi no auge da era hippie.

ANDARILHO Bob diz: “Você pode viver em uma Kombi. Pode facilmente dormir e viver nela. Pode fazer uma festa, ir a praia. Ela se ajusta perfeitamente a um estilo de vida viajante. A vida em comunidade está voltando à moda atualmente. A Kombi se encaixa perfeitamente, pois você pode amontoar todos os membros da comunidade dentro dela”. BRASIL Além do aspecto hippie, a Kombi veste inúmeras outras roupas, principalmente no Brasil, onde é produzida até hoje. Do transporte de passageiros, passando pelo abastecimento de mercados, até comércio ambulante, aplicações é o que não faltam à velha senhora. Aliás, no próximo domingo, será a Kombi o carro da vez na série Antigos do Brasil, quando será narrada a trajetória do modelo no mercado nacional.

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