Tecnologia facilita complexo diagnóstico do glaucoma

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CIDADES

CORREIO POPULAR Campinas, sábado, 20 de julho de 2019

A7

Banco de Imagens/iStock

HOMENAGEM

Festa surpresa marca os 50 anos do homem na Lua

Denny Cesare/AAN

De acordo com dados oficiais, no Brasil, cerca de 40 mil pessoas têm a doença, 33% em estágio avançado INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Tecnologia facilita complexo diagnóstico do glaucoma Professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram uma ferramenta, que utiliza a Inteligência Artificial (IA), capaz de auxiliar médicos oftalmologistas no diagnóstico do glaucoma. A identificação dessa doença é complexa e requer uma diversidade de exames. Trata-se de uma patologia assintomática em seu estágio inicial. Segundo o professor Edson Gomi, membro do IEEE (The Institute of Electrical and Electronics Engineers), maior organização profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, os novos algoritmos garantem maior precisão no diagnóstico e tratamento dessa doença ocular, que provoca lesões no nervo ótico e pode levar à cegueira. O projeto foi desenvolvido por meio do método de aprendizagem de máquina, no qual o sistema é alimentado

com dados fornecidos pelos exames de pacientes com suspeita da doença. Após processar todas as informações, o algoritmo avalia se o paciente possui ou não glaucoma. Chefe do setor de Glaucoma da Unicamp, o professor Vital Costa informa que o software é alimentado com dados clínicos, ou seja, as características de alguém que têm ou não glaucoma. Em seguida, o algoritmo apresenta uma avaliação positiva ou negativa, com parâmetros estabelecidos pelo médico. Ainda segundo Gomi, o algoritmo procura reduzir possíveis erros nos diagnósticos a partir da avaliação dos exames de campo visual e de tomografia de coerência óptica. Ele verifica a espessura da fibra nervosa óptica e revela se o caso é glaucoma ou não. Gomi também ressalta que o uso do algoritmo permitirá processos de diagnóstico mais eficazes, pois mais pessoas serão diagnosticadas e atendidas em menos tempo. De acordo com alerta da

Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma anualmente. No Brasil, esse número chega a cerca de 40 mil pessoas, e 33% dos pacientes que buscam tratamento para a doença estão em estágio avançado. Estatística Um estudo realizado em 2017, pelo médico Leôncio S. Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, especializado em doenças de olhos, com 184 portadores de glaucoma mostra que 20% dos pacientes não fazem o tratamento corretamente e 20% interrompem o uso dos colírios por causa do alto custo. Nesse grupo, que não fez o tratamento correto, 52% desperdiçou colírio pingando mais que uma gota ou não pingando corretamente, 24% instilou o colírio fora da mucosa ocular, 13% se esqueceu de usar e 11% usou de forma descontínua por causa dos efeitos adversos. (Daniel de Camargo/AAN)

Há exatos 50 anos, no dia 20 de julho de 1969, a nave da missão Apollo 11, dos Estados Unidos, pousou na superfície lunar. Bilhões de terráqueos acompanharam o marco histórico da ciência e da humanidade pela televisão em tempo real. Para comemorar o fato, o Museu Aberto de Astronomia (Mass), no Pica das Cabras, em Campinas, fez ontem uma homenagem ao astrônomo Nelson Travnik, que foi um dos cinco astrônomos do Brasil a ter participado do projeto da Nasa para a missão Apolo 11, há 50 anos. Ele foi nomeado para compor o programa ‘Lion’ – International Observers Network, Rede Internacional de Observadores Lunares. Para homenagear Travnik, uma área de exposição exclusiva sobre a ida à Lua foi criada pelo Mass, com imagens da missão Apolo 11, reportagens da época, filmes do pouso lunar, objetos de valor da missão e até um pedaço da Lua estão no local. O espaço, denominado Astrônomo Nelson Travnik, foi visitado por ele próprio, que ficou muito feliz com a homenagem. Travnik tem uma forte ligação com Campinas, pois em 1976 transferiu-se para a cidade à convite do astrônomo Jean Nicolini para integrar a equipe Observatório Municipal de Campinas, o o primeiro no gênero a ser construído no País. . Em 1996, aposentou-se e passou a atuar somente nos observatórios de Americana e Piracicaba, ambos fundados por ele. Ontem, Travnik relembrou o fato histórico e os avanços científicos decorrentes da

Museu Aberto de Astronomia, localizado no distrito de Joaquim Egídio: astrônomo Nelson Travnik ganha espaço especial no local

conquista espacial. “A conquista da Lua trouxe enormes benefícios à humanidade. Para realizar a façanha houve injeção de muito dinheiro que foi para as indústrias e gerou muitos empregos. Havia milhares de indústrias trabalhando para a Nasa nos oito anos anteriores ao evento”, afirmou. Travnik disse que a humanidade vive em função do espaço. “Se aquilo lá em cima pifar, o mundo simplesmente para

porque ninguém mais vive sem os meios de comunicação, bancos, transportes, empresas, GPS e outras coisas mais”, afirmou. “A humanidade é dependente do espaço.” Ele ainda destacou que vários produtos que frutos do Projeto Apollo. “Os tênis supraleves que hoje as pessoas usam são produto de estudos daquela época, assim como a microfibra e os alimentos desidratados.” (Gilson Rei/AAN)


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