Diagramação PGE

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À MARGEM

NOME DO DOCUMENTÁRIO:

À MARGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/RJ.

Clarissa Mendes de Lima

Guilherme de Figueiredo Castro

Leticia Muniz Ramos

Matheus Rangel Osorio de Barros

Orientadora: Veronica Machado

Rio de Janeiro

2020

RESUMO

O presente documento contém a elaboração de um projeto audiovisual que estuda o lançamento e a viabilidade do documentário À Margem , o qual tem como propósito de retratar a realidade de moradores de rua da cidade do Rio de Janeiro, a fim de gerar uma reflexão sobre questões sociais e as razões pelas quais as levaram a estar nesta situação. O objetivo é promover uma discussão sobre as desigualdades sociais atuais e trazer histórias reais que contrapõem o título de Cidade Maravilhosa, diante de uma parcela de pessoas que não tiveram a mesma sorte de outros cariocas. Através da coleta de dados secundários, pesquisas quantitativa e qualitativa, foi possível perceber no público-alvo, uma mudança de mentalidade que está cada vez mais voltada para a necessidade de estar engajado com causas sociais e dificuldades relacionadas ao país. Dessa forma, a proposta do À MARGEM é incentivar maior engajamento e interesse por assuntos como este, para que mais pessoas possam buscar mais informações a fundo e possam de alguma maneira, contribuir para que haja menos desigualdade.

Palavras-chaves: Desigualdades sociais, moradores de rua e Rio de Janeiro.

ABSTRACT

This document contains the elaboration of an audiovisual project that studies the launch and feasibility of the documentary The Edge , which aims to portray the reality of homeless people in the city of Rio de Janeiro, in order to generate a reflection on social issues and the reasons why they were in this situation. The objective is to promote a discussion about current social inequalities and bring real stories that oppose the title of Marvelous City, in front of a group of people who were not as lucky as other Cariocas. Through the collection of secondary data, quantitative and qualitative research, it was possible to perceive in the target audience, a change in mentality that is increasingly focused on the need to be engaged with social causes and difficulties related to their country. In this way, the proposal of the Edge is to encourage greater engagement and interest in issues like this, so that more people can seek more in-depth information and can somehow contribute to less inequality.

Keywords: Social inequalities, homeless people and Rio de Janeiro.

lista de figuras

Figura 1 - Séries “Invisíveis” - G1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Figura 2 - Documentário “moradores de rua”- Seara Urbana . . . . 52 Figura 3 - Chris Temple . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

lista de tabelas

Tabela 01 - Despesas da Equipe técnica . . . . . . . . . . . . . . . 89 Tabela 02 - Despesas de Elenco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Tabela 03 - Despesas de Equipamentos e Fornecedores . . . . . 90 Tabela 04 - Despesas de produção e logística . . . . . . . . . . . 91 Tabela 05 - Despesas de pós-produção . . . . . . . . . . . . . . . 92

lista de gráficos

9 - O que mais te motivou a escolher esse documentário como referência?

13 - A relação entre o interesse por assuntos sociais e a relevância de documentários sobre moradores de rua no Rio de Janeiro para o consumidor

14 - Qual é a frequência que você busca por entretenimen to?

Gráfico 01 - Crescimento de Visualização de Streaming no mundo . . . . . . . . 37 Gráfico 02 - Streaming x TV Paga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Gráfico 03 - Estrutura de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Gráfico 04 - Busca pela palavra “documentário” na internet no B rasil . . . . . . 49 Gráfico 05 - Preferência por documentários x documentários com o termo: “moradores de rua” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Gráfico 6 - Gênero x idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Gráfico 7 - Você costuma assistir a documentários? . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Gráfico
Quais são
temas de documentários você mais costum a assistir? . 64 Gráfico
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Gráfico
mídias Streaming você
preferência? . . . . . . . . . . . . 66 Gráfico
mídias
você
serviço premium? . . . . . . . 66 Gráfico
você? . . . . . . . . . . . 67
. . . 68
. . . . . . 72
8 -
os
10 - Quais
tem
11 - Quais
Streaming
assina o
12 - Quais são as redes sociais mais usadas por
Gráfico
Gráfico

sumário

1. introdução ................................ 16 2. o P ortun I dade ............................ 23 2.1 Área de atuação (B2B e B2C) . . . . . . . . . . . . . 26 3. s I no P se .......................................28 4. m acroambiente ......................... 30 4.1 Ambiente demográfico . . . . . . . . . . . . . . . . 31 4.1.1 Censo do IBGE exclui população de rua . . . . 31 4.2 Ambiente econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 4.2.1 PIB, Inflação, Pandemia (Covid-19): . . . . . . . 32 4.2.2 Pandemia (Covid-19) . . . . . . . . . . . . . . . . 33 4.3 Ambiente Político-legal . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.3.1 Crise da Ancine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.4 Ambiente tecnológico . . . . . . . . . . . . . . . 36 4 . 4 1 Consumo via streaming . . . . . . . . . . . . . . . 37 4.4.2 Democratização da produção . . . . . . . . . . . 38 4.4.3 Democratização da distribuição . . . . . . . . . 38 4.5 Ambiente sociocultural . . . . . . . . . . . . . . . 39 4 5 . 1 Histórias por trás da vida dos moradores de rua . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 4.5.2 Ajuda do governo Janeiro . . . . . . . . . . 41 4.5.4 Pandemias e doenças . . . . . . . . . . . . 43 4.6 Ambiente natural . . . . . . . . . . . . . . . 44 5. m icroambiente .......................... 45 5.1 Mercado (histórico) . . . . . . . . . . . . . . 46 5 . 2 Estrutura de mercado . . . . . . . . . . . . . . 47 5.3 Tendências de mercado . . . . . . . . . . . 48 5.4 Tendências de mercado pós covid-19 . . . . 49 5.5 Participação de Mercado . . . . . . . . . . . 50 5.6 Sazonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 5 . 7 Benchmarking . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 5.8 Aspectos Legais . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 5 . 8 . 1 Direitos autorais . . . . . . . . . . . . . . . . 53 5.8.2 Autorizações de uso de imagem e voz dos personagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5 . 8 . 3 Direitos Conexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5 . 9 Canais de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5.9.1 Netflix . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5 . 9 2 Globoplay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5 . 9 3 Youtube . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 5.9.4 Amazon Prime Video . . . . . . . . . . . . . . . . 55 5.9.5 Festivais de cinema pós COVID-19 . . . . . . . 56 5 . 10 Fornecedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5 . 10 . 1 Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5.10.2 Pré produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5.10.3 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 5.10.4 Pós produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 6. Pesquisa ..................................... 58 6.1 Pesquisa Qualitativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 6.1.1 RESULTADOS PESQUISA QUALITATIVA . . . 59 6.1.1.1 O mercado audiovisual atual sobre documentários e a relação com a economia criativa . . . . 60 6.1.1.2 A percepção sobre a situação sobre moradores de rua no Rio de Janeiro . . . . . . . . 61 6.1.1.3 A importância de documentários, sob a perspectiva de documentários políticos-sociais . 61 6.1.1.5 Comercialização do documentário . . . . . 62 6.2 Pesquisa Quantitativa . . . . . . . . . . . . . . 62 6.2.1 Resultados pesquisa quantitativa . . . . . . 63 6.2.1.1 Público com maior interesse em documentários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 6.2.1.2 Temas mais buscados pelos consumidores 64 6.2.1.3 As qualidades dos concorrentes . . . . . . 65 6.2.1.4 Mídias Streaming mais utilizadas pelos consumidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 6.2.1.5 As redes sociais mais utilizadas pelo consumidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 6.2.1.6 Motivação em assistir um documentário com conteúdo político-social . . . . . . . . . . . . . . 67 6.2.1.7 Demanda por documentários que abordam o cenário de moradores de rua no Rio de Janeiro . . 68 6.3 Conclusão das pesquisas . . . . . . . . . . . . 69
7. com P ortamento dos consum I dores .............................. 70 7 . 1 Comportamento de compra . . . . . . . . . . . . . 71 7 . 1 . 1 . Iniciador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 7.1.2. Influenciador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 7 . 1 . 3 . Decisor e usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 7 . 2 Hábitos e atitudes de consumo . . . . . . . . . . . 72 7.2.1. Qual é a frequência da procura por entretenimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 7.2.2. O que motiva o consumidor a assistir um documentário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 7.2.3. Possui interesse sobre documentários com propósito social com o foco em moradores de rua no Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . 72 7 . 3 Consumer insight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 8. concorr Ê nc I a ........................... 74 8.1 Categorias de concorrência . . . . . . . . . . . . . 75 8.1.1 Concorrência de marca . . . . . . . . . . . . 75 8.1.2 Concorrência setorial . . . . . . . . . . . . . 75 8.1.3 Concorrência de forma . . . . . . . . . . . . 75 8.1.4 Concorrência genérica . . . . . . . . . . . . 76 8 . 2 Comunicação dos concorrentes diretos . . . . 76 8.2.1. Democracia em Vertigem (2019) . . . . . . 76 8.2.2. A 13ª Emenda (2016) . . . . . . . . . . . . . 76 8 . 3 . Benchmarking (com ênfase em comunicação) . . . . . . . . . . 77 8.3.1. Democracia em Vertigem (2019) . . . . . . 77 8.3.2. A 13ª Emenda (2016) . . . . . . . . . . . . . 77 9. d IV ulgação ............................... 79 9 1 Desdobramento digital . . . . . . . . . . . . 80 9.1.1 Fase 1: A rua é a minha casa (chamar a atenção) . . . . . . . . . . . . . . . . 80 9.1.2 Fase 2: Olhe ao seu redor (aproximar) . . . . 81
9.1.3 Fase 3: Essa poderia ser a sua história (engajar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 9.2 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 9.2.1 Fase 01: A rua é a minha casa . . . . . . . . . . . 82 9.2.2 Fase 02: Olhe ao seu redor . . . . . . . . . . . . . 82 9.2.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história . . . 82 9 3 Distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 9.3.1 Fase 01: A rua é a minha casa . . . . . . . . . 82 9.3.2 Fase 02: Olhe ao seu redor . . . . . . . . . . 83 9.3.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história . . 83 9.4 Promoção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 9.4.1 Fase 01: A rua é a minha casa . . . . . . . . 83 9.4.2 Fase 02: Olhe ao seu redor . . . . . . . . . 84 9.4.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história . 84 10. e scaleta .................................... 85 11. f inanças do Projeto ................ 87 11 . 1 Equipe técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 11 . 2 Elenco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 11 . 3 Equipamentos e Fornecedores . . . . . . . 90 11.4 Despesas de produção e Logística . . . . . . 91 11 . 5 Despesas de pós-produção . . . . . . . . . . 92 11.6 impostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 11.7 Retorno sobre o investimento do projeto . . 93 Pesquisas ( a nexos) ........................ 94 refer Ê nc I as .................................. 103

1. INTRODUÇÃO

No final do século XIX, já haviam alguns estúdios fotográficos na Europa e nos Estados Unidos, trabalhando sobre o que seria os primórdios do cinema - a imagem em movimento. O mito da persistência da retina criou o fascínio pelo ritmo das imagens contínuas (Anderson, 1993, p. 03-04).

Foi em 1895, que aconteceu o que muitos chamam de “o nascimento do cinema” - neste ano os irmãos Lumière projetaram em Paris, através de um cinemascópio, a primeira sessão pública de cinema. O primeiro registro cinematográfico feito pelos irmãos Lumière, trazia imagens reais da saída de uma fábrica e a chegada de um trem em uma ferroviária. É importante mencionar, que a criação do cinema foi um resultado de um conjunto de esforços de vários inventores como: Charles Émile Reynaud, Thomas Edison, Alice Guy-Blaché e Georges Mélies. Eles foram personagens chaves dessa história e do desenvolvimento inicial da tecnologia da narrativa.

O cinema surgiu em formato documental. A partir do século XX, a sétima arte se aperfeiçoou, deixando o preto e o branco e a mudez para trás, ganhando a audiência com seus distintos formatos, cores e som.

O cinema chegou ao Brasil em 1896. A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, em uma sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor. Foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Já a primeira produção audiovisual - o primeiro filme brasileiro da história, pode-se dizer que foi o curta-metragem Vista da Baía de Guanabara, produzido pelo cineasta italiano Alfonso Segreto com seu irmão empresário, Pascoal Segreto. Em uma década, aconteceu a estruturação do mercado exibidor no Brasil, graças aos avanços em energia elétrica no país, o que contribuiu para o surgimento de mais salas de exibição, sendo os maiores polos São Paulo e Rio de janeiro.

Em 1908, a maioria das obras audiovisuais da época, eram produções feitas por pequenos produtores com sua própria equipe local. Gradualmente, as produções audiovisuais começaram diversificar os gêneros, desde de obras de ficção, cine-jornais, dramas e até comédias populares, como o filme Matar ou correr de Carlos Manga. Em 1911, a Companhia Cinematográfica Brasileira é fundada e dirigida

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por Francisco Serrador. Duas empresas produtoras importantes para a história do cinema brasileiro foram: a Cinédia, a qual produziu dramas populares e comédias musicais na década de 30 e também, revelou a cantora Carmen Miranda, a qual se tornou um sucesso internacional e a Vera Cruz, produtora considerada um dos primeiros moldes profissionais do Brasil, realizou 18 longas-metragens.

Contudo, durante a década de 1950, a indústria cultural brasileira sofreu mudanças as quais estimularam jovens intelectuais e artistas a repensarem e discutirem um novo rumo do cinema nacional. Assim, posteriormente, as produções cinematográficas começaram a se afastar dos padrões de Hollywood, o que fez com que um novo movimento surgisse, chamado Cinema Novo. O Cinema Novo consistiu

em um movimento o qual teve o propósito de apresentar e retratar questões populares, ligadas à realidade nacional, por meio de uma linguagem baseada nos traços da cultura brasileira.(SOUZA, Rainer)

Alguns anos depois, entre 1964 e 1968, devido a ditadura militar, o Cinema Novo sofreu com censuras e o Estado passou a interferir diretamente nas obras, o que provocou mudanças nas produções cinematográficas. Neste momento, o cinema brasileiro se aproximou do discurso do movimento musical, Tropicalismo, o qual criticava o nacionalismo ufanista e elementos da cultura estrangeira. Por conta do exílio de alguns cineastas e novas propostas oferecidas pela indústria cultural brasileira, o movimento enfraqueceu. A partir da década de 1970, surge uma nova fase no mercado cinematográfico. O movimento chamado Cinema Marginal, deu sequência às críticas sobre questões político-sociais anteriormente defendidas pelo Cinema Novo. (Cinemacine, 2013)

Com o fim do regime militar e da censura, a liberdade de expressão é reconquistada, dando início a um novo contexto para o cinema brasileiro. O mercado cinematográfico brasileiro retoma seu brilho mundo afora entre as décadas 80 e 90. Segundo a linha do tempo da história do cinema brasilei -

ro(2013), o blog Cinemaniacine, o blog destacou que os filmes: Eu sei que vou te amar de Arnaldo Jabor(1986) e O beijo da mulher-aranha de Héctor Babenco(1985), foram premiados internacionalmente, o que representou uma recuperação significativa das produções nacionais. Após novos investimentos no setor audiovisual brasileiro, como o Fundo Setorial do Audiovisual, promovido pela Agência Nacional de Cinema(Ancine) em 2008, a indústria de cinema brasileira volta a crescer expressivamente.

A democratização tanto das ferramentas de produção, quanto na democratização da distribuição de conteúdo, através de plataformas digitais como Youtube e Netflix, por exemplo, foram dois fatores os quais alavancaram e estimularam esse mercado. Segundo o documentarista e pesquisador cultural brasileiro, Leonardo Brant, afirma no artigo O novo mercado de documentários(2020) em seu site profissional Leonardo Brant, o novo mercado de documentários dá-se com uma união de fatores:

A união de fatores como a tecnologia de produção de equipamentos, que permite captar áudio e imagem de qualidade profissional por um preço muito baixo; a internet de banda larga acessível a um número cada vez maior

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de pessoas; e o fenômeno mercadológico da Cauda Longa, que permitem localizar e engajar pessoas com afinidade por determinados assuntos, constituindo poderosos mercados de nicho, faz com que ganhemos uma nova possibilidade de ascensão do gênero documental na vida das pessoas.” (BRANT, 2020)

O mercado audiovisual e os consumidores de conteúdo audiovisuais contemporâneos estão em constante transformação. Com o público cada vez mais exigente e engajado, o consumo de entretenimento audiovisual ganhou novos desafios. Novas formas de contar histórias e de conteúdos que demandam uma análise mais minuciosa e atrativa, são os atributos desejados por este público que tem um comportamento mais crítico e escolhe o que vai assistir. Segundo o autor Chris Anderson, do livro A cauda longa (2006), ele afirma: “a indústria do entretenimento no século XX baseada em grandes hits, já não é a mesma realidade do século XXI, a qual consiste na intensidade em nichos”.

Hoje, no cenário atual brasileiro, a produção documental entrega o conhecimento na forma de entretenimento, através de narrativas singulares, provocando maior impacto no consumidor final. De acordo com a pesquisa quantitativa aplicada pelo

grupo, o documentário vem conquistado a atenção da população brasileira de maneira significativa, devido ao aumento de interesse em estar atualizado sobre questões sociais e movimentos globais. Brant menciona em seu artigo A urgência do documentário (2019), publicada em seu site profissional Leonardo Brant , a sua percepção referente ao potencial das produções documentais, dentro do contexto brasileiro:

O documentário brasileiro está vivo, latente e cria inúmeras formas de se fazer presente perante o seu público, cada vez mais interessado em conteúdos de não-ficção. A conquista de um novo patamar democrático em uma sociedade altamente midiatizada como a nossa, passa por incentivar novos fazedores de documentários, em todos os lugares, da periferia à Amazônia. (BRANT, 2019)

Em um artigo publicado no site Observatório da Imprensa, O avanço do mercado de documentários no Brasil (2011), contou com a participação de Alberto Dines, fundador do site e ex-editor chefe do Jornal do Brasil, o qual também demonstrou uma visão otimista com um grande potencial em relação ao cinema documental brasileiro, como pode-se observar no argumento abaixo:

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Apesar das ilimitadas possibilidades do filme de ficção, o documentário conseguiu atravessar incólume os 116 anos da história do cinema. E, ao contrário do que aconteceu com o jornalismo, as novas tecnologias só o legitimam e o reforçam. Mas a sobrevivência do documentário também tem a ver com a formidável coleção de eventos ao longo dos séculos 20 e 21, nos quais foi testemunha e agente.(DINES, 2011).

O Brasil vive hoje um inédito boom de documentários: aumentaram o número de espectadores e o número de produções, muito além das cifras, o que percebe-se é que o documentário incorporou-se definitivamente à cultura brasileira, faz parte da formação intelectual de, pelo menos duas gerações de brasileiros. Segundo Dines (2011) “é o melhor antídoto das telenovelas e talvez por isso não receba da televisão comercial o estímulo que merece.”

O chefe de conteúdo do The Ringer, site de esportes, cultura pop e rede de podcasts , Sean Fennessey, compartilha seu ponto de vista na matéria “We’re in This Amazing Golden Era of Documentary” e destaca a influência que o documentário tem, ao

buscar o real e a capacidade de minimizar a distância entre histórias invisíveis e os consumidores:

Documentary has a fascinating power. It seeks the real and then distorts it with a camera, magnifying flaws and overwhelming circumstance. It is a conduit for unseeable or otherwise unknowable stories . It is, in the wrong hands, a tool for message-mongering and ham-fisted storytelling.” (Fennessey, 2018)

Além de Fennesey, o diretor e produtor do documentário Mais de Três Foi o Diabo que Fez, Leonardo Souza e Daniel Accioly respectivamente, participaram de uma entrevista para o site Cinema em Cena, sobre a produção de documentários no país e aceitação do formato perante o público. Leonardo e Daniel comentam abaixo sobre o formato:

O documentário cumpre um papel muito interessante, e por mais didático que ele possa ser em certos casos, a sua principal função, é o que mais me motiva a fazer documentários, é a possibilidade de contar uma história sob um ponto de vista que ainda não foi contado. Sem falar que o documentário estimula o debate.

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O formato é atrativo por seu teor humano, é uma grande ferramenta social. Permite ao espectador visitar realidades tão distintas sem, geograficamente, se mover. Todo lugar tem uma história boa que vai gerar emoção em quem assistir. Esta é a função do documentário.

Diante dos dados levantados através das pesquisas feitas pelo grupo, foi possível compreender com mais profundidade, como é a relação atual da produção documental e o público. O tema também foi pesquisado, porque trata-se de um assunto delicado e muitas vezes penoso: as questões sociais em torno dos moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro. Por meio das pesquisas, foi possível mensurar hábitos de consumo do público, o qual afirmou ter interesse por assuntos sociais e serem consumidores do cinema documental. A partir destas análises do mercado acima, foi desenvolvida o projeto audiovisual , o qual tem o propósito de mostrar a realidade de pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro e como a sociedade se posiciona sobre esse assunto.

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2. OPORTUNIDADE

Dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de levantamento realizado em 2016, aponta que mais de 101 mil pessoas vivem nas ruas em todo Brasil, sendo mais de 14 mil só no Estado do Rio de Janeiro.

A situação desse grupo excluído e marginalizado pode decorrer de diversos fatores, como desemprego estrutural, migração, uso prejudicial de álcool e outras drogas, presença de transtornos mentais, conflitos familiares, entre outros. (HINO, P.; SANTOS, J. O.; ROSA, A. S. Pessoas que vivenciam situação de rua sob o olhar da saúde. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 71, Suplemento 1, p. 732-740, 2018)

Novas pesquisas não estão sendo realizadas e o próximo Censo, ainda não confirmado para 2020, não incluí os moradores de rua por dificuldades de mensuração desses dados. Vale ressaltar que a população de rua na cidade de São Paulo saltou de 15.905, em 2015, para 24.344 em 2019 - um aumento de 53% no período, segundo um censo realizado pela Prefeitura de São Paulo.

Mesmo diante da não mensuração, os fatos recentes irão causar alguma mudança demográfica e social na vida dos moradores de rua. Este projeto

de pesquisa está sendo desenvolvido durante a pandemia do vírus COVID-19; a população de rua está mais indefesa em proporção à sociedade que tem como comando ficar em casa. A reclusão social é difícil para o morador de rua - ele depende do Estado para que isso aconteça. Não é possível contabilizar agora o que acontecerá com essa população carente; e é economicamente provável, que ela aumente perante a uma crise econômica que se vislumbra para os próximos meses, que saberá, anos. Ainda não estão disponíveis dados sobre o assunto.

Este projeto tem como tema a população de rua - pessoas que vivem à margem da sociedade. O dia a dia dessas pessoas será apresentado através de um documentário com um olhar de dentro da situação. O conceito criativo do documentário tem como base algumas matérias e documentários já existentes que retratam a vida de quem está em situação de rua e de como chegaram ali. Um exemplo é o livro Homens Invisíveis. Relatos De Uma Humilhação Social do autor Fernando Braga (2004). O livro, mostra como o autor, acompanhou durante uma semana o trabalho dos garis do campus da USP (Universidade de São Paulo) como forma de investigar a humilhação social. Nesta experiência, Fernando Braga varreu calçadas e ruas, limpou lixeiras, conversou com

garis e viveu na pele a humilhação social a que estão expostos diariamente. Outro documentário benchmarking deste projeto foi dirigido por Chris Temple, Zach Ingrasci, Sean Leonard, Sean Kusanagi e é intitulado Vivendo com um dólar (2013). O filme foi produzido por quatro amigos norte-americanos que viajam para Guatemala apenas com um dólar. A inserção abrupta dos personagens em um mundo completamente diferente do que estão acostumados apresenta também uma narrativa e linguagem objetivada no documentário objeto deste projeto. Ele será realizado no Rio de Janeiro retratando o cotidiano dos moradores de rua, por diversas horas ininterruptas. No formato de vídeo serão capturadas cenas que mostram como essas pessoas estão abandonadas e são ignoradas por quem passa e também, pelo Estado.

Cursando Comunicação Social, com especialidade em Publicidade e Propaganda na ESPM Rio, os autores desse projeto foram apresentados a narrativa audiovisual. No decorrer do curso, os integrantes desenvolveram habilidades relativas à criação e produção audiovisual como narrativa, captação de imagem e principalmente, como divulgar um produto audiovisual e transformá-lo em um produto mercadológico.

Para embasar a pesquisa sobre a real situação das pessoas de rua, serão feitas pesquisas primárias e secundárias com objetivo de mapear onde estão, como vivem e sobrevivem. As pesquisas também ajudarão a confirmar o público alvo, que inicialmente o recorte proposto é composto por homens e mulheres entre 20 a 50 anos interessados em temas relacionados a comportamentos políticos e sociais, das classes A, B+, B.

Para captação dos recursos, os produtores irão buscar verbas através do patrocínio de empresas e da venda do documentário em feiras e festivais do mercado audiovisual. Os custos prioritários serão os de aluguel dos equipamentos e da equipe necessária para a produção do documentário.

O documentário tem como principal objetivo mostrar a invisibilidade social, que é um fenômeno criado a partir da neurose de classes dominantes que para discriminar certas pessoas, as deixam invisíveis, como se houvesse um escudo protetor contra preconceitos estéticos, culturais, sociais e econômicos. Essa arrogância opera nos planos mentais do consciente e do inconsciente, o resultado disso é que pessoas com atividades consideradas inferiores permanecem como seres imperceptíveis (BUONOCORE, 2016).

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2.1 Área de atuação (B2B e B2C)

B2C -

Em relação à área de atuação B2C pode-se incluir estudantes universitários, profissionais do mercado político, econômico e social e pessoas que buscam estar engajados com assuntos que estão em alta.

Os estudantes universitários fazem parte da área de atuação do projeto pois estão supostamente engajados com os assuntos que estão em alta, incluindo movimentos e causas sociais como as de pessoas em situação de rua.

Os profissionais da área política, econômica e social estão a par da realidade de pessoas em situação de rua. Estes profissionais possuem informações mais claras e reais de como esses moradores de rua realmente vivem e são um público muito importante para a área de atuação do documentário.

Pessoas que procuram estar atualizados sobre causas sociais fazem parte da área de atuação e do público-alvo. Essas pessoas demonstram interesse em como melhorar a sociedade como um todo e buscam estar engajados em questões sociais.

B2B-

• Osklen

A Osklen pode ser considerada uma patrocinadora do projeto pois se posiciona como uma marca sustentável e possui relacionamento direto com ONGs que ajudam o planeta e causas sociais.

Com lojas em todo o Brasil e no exterior (incluindo Nova York, Miami e Tóquio), a Osklen representa o estilo de vida do homem e da mulher modernos, num mundo em que os ecossistemas urbano e natural, global e local, orgânico e tecnológico coexistem.

A marca é reconhecida pelo uso de materiais diferenciados e sustentáveis. A marca possui a percepção integrada de natureza, cultura e sociedade, associada a uma estética sofisticadae é empresa líder em previsão de tendências para a indústria criativa.

A Osklen também foi apontada, junto com a TESLA, como “Future Maker” pela World Wide Fund for Nature do Reino Unido (WWF-UK).

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• Instituto - e

Fundada e presidida Oskar Metsavaht, Instituto-E (IE) − uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Tem a missão de criar e gerenciar uma rede que busca aumentar as sinergias entre diferentes agentes da sociedade.

Baseia-se em iniciativas ambientais, culturais e educacionais de responsabilidade social inspiradas no movimento e-brigade − o chamado à ação para que as pessoas possam ser “As Sustainable As Possible, As Soon As Possible”.

O instituto desenvolve e implementa projetos socioambientais inspirados no conceito de 6 “Es” − earth, environment, energy, education, empowerment, and economics − com o objetivo de ajudar a promover o Brasil como o país do desenvolvimento

humano sustentável, através do pensamento criativo e da ação.

Desenvolve diversos projetos envolvendo capacitação, empoderamento e geração de renda para pequenas comunidades e grupos de mulheres que vivem em condições vulneráveis no Brasil e no exterior, como o Morro do Banco (RJ-Brasil), Queimados (RJ-Brasil), Cantagalo (RJ-Brasil), Santa Luzia do Itanhy (SE-Brasil), Itaperuna (RJ-Brasil) Remígio (PB-Brasil) e Port-au-Prince (Haiti).

Além de reunir em seu portfólio projetos de rastreamento de pegada de carbono e hídrica, implantação de hortas comunitárias, pesquisa e desenvolvimento de novos materiais sustentáveis para serem utilizados principalmente pela indústria da moda, implantação e manutenção dos canteiros de Restinga nas praias de Ipanema, Leblon e Prainha, entre outros.

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3. SINOPSE

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O documentário apresenta a realidade de moradores de rua, no Rio de Janeiro, com o objetivo de retratar as dificuldades, angústias e sonhos os quais estes cidadãos que habitam as ruas possuem.

Por meio de relatos de moradores de rua, profissionais de organizações não governamentais, pessoas relacionadas a movimentos sociais e políticos, o documentário busca a reflexão sobre esta parcela da população, muitas das vezes esquecida pela sociedade. Serão investigados de que forma essas pessoas são acolhidas e conseguem superar este contexto tão delicado, em uma cidade como o Rio de Janeiro, cidade partida (VENTURA, 1994) e com diversas questões sociais e econômicas.

O documentário apresenta a inclusão de dois jovens classe média alta no dia a dia dos moradores de rua da cidade. Os jovens irão vivenciar uma experiência de 48 horas com estas pessoas, sentindo na pele a invisibilidade social e as dificuldades enfrentadas por cerca 100 mil pessoas no Brasil (IPEA, 2019). O documentário busca apresentar como esses indivíduos em situação de rua chegaram aonde estão hoje; quais são seus anseios e medos; como fa -

zem para se alimentar e seus cuidados com a saúde.

A primeira história abordada é de uma mulher que vive com suas filhas na rua. Ela encontra-se em situação de rua pois sofria agressões físicas do marido em casa e optou por fugir, sair do trabalho e ficar na rua com suas filhas. Outra história, é de um homem que trabalhava num lava-jato e se viciou em crack . Ele gastou todo o dinheiro em drogas, afastou-se da família e hoje vive na rua sem documentos.

Se por um lado a narrativa apresenta as agruras dessa população, por outro apresentará o lado caridoso da cidade, através de um grupo de evangélicos que ajudam moradores de rua no Centro do Rio, trazendo comida toda semana, doando cobertores e sua fé, através de orações em grupo. Apresentando também que religiões chegam, contribuindo para as políticas sociais onde o Estado não chega.

O documentário contrasta o dia a dia dessas pessoas, em situação de rua, com opiniões sobre o tema de políticos de diversas faces ideológicas; antropólogos; sociólogos; religiosos e especialistas.

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4. MACROAMBIENTE

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4.1 Ambiente demográfico

Segundo Kotler (2010), as tendências demográficas são indicadores altamente confiáveis no curto e médio prazo de forma a desenhar estratégias mercadológicas. O ambiente demográfico é o estudo de clientes em potencial em termos de raça, tamanho, localização, idade, sexo, ocupação e outros dados estatísticos. Este ambiente é de grande interesse dos gestores e profissionais de marketing porque envolve pessoas e são as pessoas que constituem o mercado.

4.1.1 Censo do IBGE exclui população de rua

Cenário: O Censo demográfico de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi adiado para 2021, devido ao avanço do Coronavírus. Segundo o IBGE, o número de pessoas que moram na rua no país deve continuar desconhecida, já que exige um grande esforço para identificar e contabilizar essas pessoas.

Nossas pesquisas consideram apenas domicílios permanentes e identificar pessoas em situação de rua, exige um grande esforço de mobilização, em particular em países com grandes territórios, como o Brasil. (IBGE, 2019)

A pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2019), projetou que pouco mais de 100 mil estão vivendo nas ruas. Das 101,8 mil pessoas em situação de rua, 40% estão em municípios com mais de 900 mil habitantes e 77% habitavam municípios com mais de 100 mil pessoas. Já nos municípios menores, com até 10 mil habitantes, a porcentagem é bem menor: apenas 6,63%.

Impacto: Apesar de não ser sabido o número exato de moradores de rua, sabe-se uma estimativa. É um desafio do IBGE incluir no próximo censo a população de rua na estatística demográfica. É uma oportunidade para ser usada como informação no documentário.

Quadro 1 - Tabela síntese - Ambiente Demográfico

TABELA SÍNTESE – AMBIENTE DEMOGRÁFICO

CENÁRIO

Censo do IBGE excluí população de rua

OPORTUNIDADE AMEAÇA

Informação relevante para ser abordada no documentário.

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

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4.2 Ambiente econômico

Os fatores econômicos, segundo Chiavenato (2007), referem-se à situação da economia (em recessão, recuperação, prosperidade, ou depressão), às tendências dos preços (inflação ou deflação), às políticas fiscais e monetárias, entre outros. Além disso, os gastos dos consumidores e o crescimento da renda exercem influência significativa nos negócios de uma empresa.

4.2.1 PIB, Inflação, Pandemia (Covid-19):

Cenário: O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Na medida em que os casos confirmados de coronavírus estão crescendo, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020 caem drasticamente.

Os economistas do mercado financeiro reduziram de novo a estimativa para o crescimento do PIB neste ano e passaram a prever contração para o ano de 2020, assim como também passaram a esperar um novo corte na taxa básica de juros, a Selic. Essas

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projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, divulgado pelo Banco Central. Os dados foram levantados na última semana de março de 2020, em uma pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Impacto: Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, a previsão, que antes era de um crescimento de 1,48%, passou a ser uma queda de 0,48%. Essa foi a sétima queda consecutiva do indicador. A Funda -

ção Getúlio Vargas (FGV) divulgou um estudo que aponta que o PIB pode ter a maior retração desde o início da série histórica, em 1962, com recuo de 4,4% em 2020.

4.2.2 Pandemia (Covid-19)

Cenário: De acordo com a economista Monica de bolle, que concedeu uma entrevista para o G1, ele mencionou que o coronavírus têm provocado abalos nos mercados globais e paralisado atividades econômicas no mundo todo, com impactos nas cadeias globais de suprimentos e no comércio global, com vários países ampliando medidas restritivas e fechando as fronteiras para tentar frear a propagação da pandemia, o que tem elevado os temores de uma recessão global. (MÔNICA, 2020)

O economista Alexandro Martello, concedeu uma entrevista para o G1, onde ele mencionou as seguintes situações, o choque econômico já é maior do que a crise financeira de 2008 e a economia global já entrou em recessão, devendo ser acompanhada por uma disparada do desemprego e sofrer anos até se recuperar das perdas e impactos da pandemia. (MARTELLO, 2020)

Impacto: As interrupções na atividade econômica e as incertezas sobre o futuro tem provocado abalos no mercado brasileiro. O dólar superou pela 1 vez na história o patamar de R$ 5,20. Já o Ibovespa perdeu o patamar de 70 mil pontos, chegando a acumular queda de mais de 40% em 2020. (MARTELLO, 2020)

As preocupações em torno dos impactos do coronavírus também tem pesado nas revisões para baixo nas projeções para o crescimento da economia brasileira em 2020. Os economistas Alex Ribeiro e Estevão Taiar, concederam uma entrevista para o site valor investe (2020), onde falaram que a pandemia do coronavírus traz três impactos iniciais sobre a economia e a inflação brasileira: primeiro, um choque de oferta, derivado da interrupção das cadeias produtivas; segundo, um choque nos custos de produção, mensurado pela variação de preços das commodities e de importantes ativos financeiros e

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por fim, em terceiro, uma retração de demanda, proveniente do aumento da incerteza e das restrições impostas pela pandemia.

A diminuição do PIB, a queda da economia brasileira, a queda da inflação, o mercado instável e aumento dos efeitos do coronavírus na economia. Estas variáveis apontam para uma crise no mercado durante o ano de 2020, que pode estender nos anos seguintes, caso não haja políticas econômicas eficazes.

Não há uma projeção assertiva do crescimento do PIB para o ano de 2020, o que reflete diretamente no crescimento econômico do país. As pesquisas realizadas, também sinalizaram para um aumento do índice de inflação, o que pode gerar expectativa para um aumento no índice de preços no mercado brasileiro como um todo.

Outro ponto que é crítico, não só na sociedade brasileira, mas como em todo mundo, são as consequências da pandemia do Covid-19, medidas de restrições foram determinadas para conter o contágio do vírus, porém essas medidas afetam diretamente a economia dos países, e com isso acompanhada por uma disparada do desemprego, falência de alguns

estabelecimentos e falta de investimento em todos os setores do mercado.

Econômico

TABELA SÍNTESE – AMBIENTE ECONÔMICO

CENÁRIO

OPORTUNIDADE AMEAÇA

0% de crescimento do PIB.

A partir dessa previsão negativa do produto interno bruto, um impacto geral negativo no crescimento da economia brasileira, na geração de empregos, na venda de produtos e na renda de cidadãos, impactando de forma indireta o documentário.

Pandemia (Covid - 19)

A pandemia têm provocado abalos nos mercados globais e paralisado atividades econômicas no mundo todo, com impactos nas cadeias globais de suprimentos e no comércio global.

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Quadro 2 - Tabela síntese Ambiente Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

4.3 Ambiente Político-legal

Os fatores políticos dizem respeito as decisões governamentais no nível federal, estadual e municipal capazes de afetar as atividades e operações da empresa. A legislação nos âmbitos federal, estadual e municipal vem afetando cada vez mais as operações e atividades das empresas.

A legislação sobre assuntos, como salários e controles de preços, higiene e segurança do trabalho, concessão de crédito direto ao consumidor, construção de edifícios, condições de trabalho, faturamento, estocagem e depósitos de matérias-primas e de produtos acabados, além de impostos e uma infinidade de outros aspectos, tornam a atividade empresarial sujeita a limitações e restrições legais. Muitas vezes, a estratégia empresarial esbarra em certos impedimentos legais. (CHIAVENATO, 2007).

Declaração Universal de Direitos Humanos e os moradores de rua

Em 1948, vários países proclamaram a Declaração Universal de Direitos Humanos que afirma: “Todas as pessoas nascem livres e iguais”. Assim, todos devem ter direito à liberdade e à segurança pessoal.

Através da Política Nacional de Assistência, eles têm direito a um serviços de rede de acolhimento e serviços: abordagem de rua, centros de referência, casas de acolhimento (repúblicas, pensão), encaminhamento para retirada de documentos e projetos de inclusão produtiva.

O grande problema, é que como a maioria não tem consciência de seus direitos perante o Estado, não podem lutar por eles e exigirem algo que é protegido por lei.

4.3.1 Crise da Ancine

Cenário: O atual Governo não tem um plano para o mercado audiovisual e a produção brasileira passa por um momento complicado. Diversos projetos de filmes e séries estão parados ou então seriamente comprometidos por falta de recursos oriundos das leis de incentivo e do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual).

Impacto: Este cenário é uma oportunidade para o documentário apresentar de maneira clara, os direitos dos moradores de rua. Mostrando também, como a falta de informação permeia as pessoas situação de rua.

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A crise por desavença política do governo Bolsonaro em relação à Ancine é um impacto negativo para captação de recursos na produção do documentário.

CENÁRIO

OPORTUNIDADE AMEAÇA

Direito dos moradores de rua.

Oportunidade para o documentário apresentar de maneira clara os direitos dos moradores de rua. Gerando mais informações relevantes.

Crise na Ancine.

Diminuição de verba para produção do documentário.

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

4.4 Ambiente tecnológico

O macroambiente tecnológico diz respeito ao estudo de tendências no campo da inovação e da tecnologia a fim de compreender o impacto dessas forças no negócio em questão (KOTLER, 2013).

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Quadro 3 - Tabela síntese Ambiente Político-legal TABELA SÍNTESE – AMBIENTE POLÍTICO-LEGAL

4.4.1 Consumo via streaming

Cenário: De acordo com a pesquisa feita pelo site Tech Mundo em 2019, o Brasil é o sexto maior consumidor de streaming de séries e fi lmes do mundo. Seja via celular, smart TV ou computador, a busca por conteúdo via streaming é visto pelos consumidores como um meio de acesso a informações de maneira mais rápida, fl exível e personalizada. Tendo em vista este fato, a indústria de entretenimento e do audiovisual, vem se adaptando constantemente a este novo mercado o qual está super aquecido.

Outro ponto crucial neste contexto, segundo o App Annie, companhia de análise do mercado mobile, o Brasil está entre os países com maior tempo gasto em plataformas streaming .

Desde 2014, o consumo de brasileiros em relação a conteúdos disponíveis online, vem tomado uma proporção maior, devido a popularização de mídias streaming como Netfl ix e Google play, entre outros. Entre 2016 e 2018, de acordo com o levantamento do App Annie, o aumento da procura por conteúdo online, foi de 130%, colocando os brasileiros na 6ª posição entre os maiores usuários do mundo.

Uma pesquisa realizada em 2018 pelo Ibope Conecta e Omelete Group aponta que 76% das pessoas escolhem o streaming pelo preço e que o consumo de TV por assinatura diminuiu de 73% em 2014 para 68% em 2017 — enquanto as plataformas streaming se tornaram mundialmente conhecidas.

Fonte: site Tecmundo, 2020

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Gráfico 01 - Crescimento de Visualização de Streaming no mundo

Gráfi co 02 - Streaming x TV Paga

nologia, abriu portas para muitos espectadores de fi lmes, vídeos e séries tornarem-se autores de seus próprios vídeos. Muitos espectadores, hoje, estão por trás de diversas telas de celulares e equipamentos os quais antes não eram tão acessíveis. A democratização do acesso às ferramentas de captação de imagem, softwares para edição e blogs, aqueceram o mercado audiovisual, abrindo espaço para novos produtores e de todos os gêneros e estilos.

Fonte: site Geek Power (Omelete Group), 2020.

Impacto: Esse fato fortalece a proposta desse projeto de produção audiovisual, devido a maximização de investimentos dos players do segmento, o aumento da receptividade de mais consumidores e a procura por conteúdos que podem ser distribuídos via streaming.

4.4.2 Democratização da produção

Cenário: Mediante as análises feitas do autor Chris Anderson, em seu livro The Long Tail (2006), destaca-se que o rápido desenvolvimento da tec-

Impacto: Baseado na análise acima, o fenômeno da Cauda Longa, esse cenário é visto como uma oportunidade para este projeto, uma vez que o consumo de produções amadoras, está conquistando cada vez mais espaço, em relação às grandes produções profi ssionais no mercado audiovisual.

4.4.3 Democratização da distribuição

Cenário: Segundo Chris Anderson (2006), em seu livro A Cauda longa, o autor descreve uma nova era da abundância de opções de conteúdo. Com o objetivo de estarem atualizados com as demandas do mercado, os grandes conglomerados de mídia, se encontram em um cenário o qual é fundamental que seu conteúdo esteja presente nas mais diversas plataformas online. Empresas como o Netfl ix, Ebay,

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Amazon são exemplos desta prática, pois investem na democratização da distribuição de conteúdo. Outro fator, são as ferramentas de acesso a conteúdo que também são diversas; além das janelas tradicionais como televisão, entraram no mercado o desktop, os smartphones e tablets.

Impacto: Aumento de pessoas que conseguem ter acesso a conteúdos online.

4.5 Ambiente sociocultural

A partir do ambiente sociocultural, é possível absorver a relação das pessoas com outras pessoas, a sociedade, organizações, a natureza e o universo (KOTLER, 2013).

CENÁRIO

Consumo via streaming. Democratização da produção. Democratização da distribuição.

OPORTUNIDADE AMEAÇA

Mais pessoas estão buscando conteúdo via streaming .

Para a análise do ambiente sociocultural e suas tendências, levamos em consideração as variáveis a seguir: entendendo o que há por trás, como o governo se posiciona em relação a assistir essas pessoas e a situação no Rio de Janeiro.

4.5.1 Histórias por trás da vida dos moradores de rua

Mais pessoas tem acesso a produção de conteúdo.

O crescimento da variedade de canais de distribuição de conteúdo, em especial, via streaming , cria oportunidade para a venda de conteúdo.

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

Aumento da concorrência da disputa pela atenção do consumidor.

Cenário: Quando uma pessoa está em situação de rua, nem sempre sabe-se o que aconteceu para que ela chegasse nesse estado. Mas a verdade, é que cada uma dessas pessoas possui uma história e um motivo diferente para estar ali. As ações governamentais investem no lado da assistência social ou da segurança, ignorando o motivo que levou a pessoa a chegar naquele lugar. O perfil dessa popu-

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Quadro 4 - Síntese do Ambiente Tecnológico TABELA SÍNTESE – AMBIENTE TECNOLÓGICO

lação também não é abrangida pelo Censo do IBGE.

A fim compreender melhor a situação em relação realidade de moradores de rua, a emissora de televisão Record, produziu a reportagem - “Conheça a história de moradores de rua no Rio de Janeiro”, em 2015 e conversou com algumas pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro. Segundo a reportagem, as histórias e razões para viverem nas ruas, são as mais diversas.

Alguns moradores citam a questão da passagem de transportes públicos serem inacessíveis e, por isso, optam por viver na rua. Outras pessoas relatam muitos conflitos familiares, dando prioridade a ficar nas ruas para evitar brigas. Além disso, muitas dessas pessoas também possuem problemas com drogas e não são aceitos dentro de casa, além de não conseguirem um emprego com carteira assinada.

A primeira história fala sobre um homem de 37 anos, que trabalhava como uma pessoa comum, polindo carros e se viciou em crack . Ele gastou todo o dinheiro em drogas, se afastou da família e hoje vive na rua sem documentos há quase 4 anos. Outra história, é a de um homem que vive em Copacaba -

na há 2 anos, vendendo água na rua. Porém, ele foi atropelado e atualmente, dorme nas calçadas pois não consegue se locomover com facilidade. Ele relata ainda, que existe uma grande dificuldade em achar emprego, principalmente pessoas portadoras de deficiência física e por esse motivo, ele acabou morando na rua.

Outra história relatada no documentário, é a de uma mulher que se encontra em situação de rua, pois sofria agressões físicas do marido em casa diariamente. Ela optou por fugir, sair do trabalho e ficar na rua. Além dessas histórias, a reportagem, apresenta um vídeo o qual mostra um grupo de mulheres, ajudando moradores de rua no Centro do Rio semanalmente. Elas fazem comida, doam cobertores e ajudam como podem.

Impacto: Para concluir, fica claro que existem motivos variados para tantas pessoas se encontrarem em situação de rua no país (101 mil segundo o Ipea 2019) e no estado do Rio de Janeiro (14 mil segundo o Ipea 2019). A proposta do documentário é investigar um pouco essas histórias, a fim de retratar o que há por trás da vida das pessoas nesta situação.

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4.5.2 Ajuda do governo

Cenário: Como já foi relatado, o governo do Rio de Janeiro age muito pouco em relação a melhora de vida para as pessoas em situação de rua. Por isso, é importante mostrar relatos sobre o posicionamento do governo, para que os consumidores do documentário formem opiniões sobre o que está sendo feito e o que eles acham que deveria ser feito.

Segundo uma matéria da Folha de São Paulo de 2019, o governo estadual passará a cuidar do ordenamento urbano no Rio de Janeiro. A obrigação, por lei, é da prefeitura, mas uma parceria vai permitir que o estado assuma essa função. O governador Wilson Witzel, afirmou que moradores de rua com problemas psiquiátricos ou usuários de drogas poderão ser internados mesmo contra a própria vontade.

Impacto: A ideia do governo é criar uma força-tarefa que irá às ruas para ajudar a combater a desordem e recolher moradores de rua:

As pessoas que estão na rua e não tem sua capacidade de autodeterminação. Ela não pode decidir se ela vai ficar ou não na rua. Ela vai ser recolhida. Isso não é nenhum tipo de limpeza.

(Witzel, 2019).

O governador diz que as pessoas recolhidas serão levadas para abrigos, em conjunto com a Prefeitura do Rio, sem levar em conta que há problemas de superlotação nos abrigos na Região Metropolitana.

O secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Mendes de Jesus, afirma que a prefeitura estuda a possibilidade de pagar hotéis para os moradores de rua, como uma maneira de melhorar o acolhimento:

Temos feito contatos e trabalhando essa questão para oportunizar mais vagas para os moradores em situação de rua por meio de centros pops, que são os moradores que estão nas ruas, fazem renda naquela região, principalmente Centro e Zona Sul, mas querem ter o descanso dele. Então levamos para o hotel, para ele ter o seu descanso de dia ou à noite. (Jesus, Jul 30, 2019).

4.5.3 Situação dos moradores de rua no Rio de Janeiro

Cenário: A Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) registra que existem mais de 101 mil de moradores de rua no Brasil, sendo mais de 14 mil só no Estado do Rio de Janeiro. A cidade do Rio tem

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abrigos para apenas 15% da população em situação de rua, como aponta o levantamento do gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB). Segundo a Defensoria Pública do município do Rio de Janeiro, são 15 mil pessoas para 2,3 mil vagas. A Prefeitura não tem número atualizado.

Segundo as estimativas da Defensoria Pública do município do Rio de Janeiro, o município possui a segunda maior população em situação de rua no Brasil, superado apenas pela cidade de São Paulo.

Impacto: O documentário propõe mostrar e relatar história de pessoas em situação de rua, além de abordar como funcionam os abrigos que tem o objetivo ajudar essas pessoas. A defensoria pública do estado do Rio de Janeiro, estima que há cerca de 15 mil moradores de rua, sendo que 5 mil deles apenas no Centro da cidade, segundo o cruzamento de dados dos assistentes sociais dos abrigos do Rio de Janeiro. Segundo a matéria do jornalista Diego Sarza de julho de 2019 no site G1, a média mensal de ocupação dos abrigos em abril de 2019 foi de 3,075 mil usuários. O número é superior ao de vagas oferecidas é explicado porque as pessoas usam as unidades em momentos distintos. Mesmo assim, nem 15% das

pessoas em situação de rua procuram esses abrigos. Somada a dificuldade de vagas, existem denúncias de abusos e violências em várias unidades.

Em entrevista para Diego Sarza na Globonews em junho de 2019, a vereadora Luciana Novaes, os abrigos encontram-se em condições precárias, com muitas coisas quebradas, sujeira, falta de estrutura, com infestação de bichos, alguns sem alvará ou água quente. Para uma das unidades foram comprados aparelhos de ar-condicionado, que não podem ser utilizados porque a rede elétrica do abrigo não suporta a alta carga gerada pelos aparelhos. Ainda na mesma entrevista, a vereadora Teresa Bergher (PSDB), informa que o orçamento total da secretaria municipal de assistência social sofreu cortes. De 2015 para 2018, a redução foi de 25,3%, passando de de R$ 523,9 milhões para R$ 353 milhões.

A Secretaria Municipal de Assistência Social não fez novos investimentos em reformas dos abrigos no período de 2019 ou na construção de novas unidades. Há somente um contrato, no valor de R$ 2,6 milhões, com a empresa Obra Prima para a manutenção preventiva e corretiva das unidades.

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4.5.4 Pandemias e doenças

Cenário: Moradores de rua, além da pobreza extrema, vivem com a constante ameaça de doenças. Essas doenças variam entre DST, gripes, doenças vindas de parasitas etc. As doenças e pandemias são fatores preocupantes para indivíduos nessa situação, pois em sua maioria, não possuem acesso à informações e não tem condições básicas de higiene.

Com a pandemia do novo coronavírus, aumenta a preocupação de como os governos das cidades podem agir para amenizar o contágio das pessoas em situação de rua. Muitas dessas pessoas moram em abrigos que não possuem o auxílio e higiene decente para que sejam protegidos de doenças. Em São Paulo, por exemplo, o Ministério Público recomendou à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) da Prefeitura, medidas para ampliar a prevenção, como obras emergenciais para reforçar a ventilação natural dos dormitórios. (Redação Jornal de Brasília, 2020)

Impacto: No meio audiovisual e de documentários, acredita-se que pelo fato do assunto “Pandemias” estar em alta, o consumo de conteúdo sobre esse tema aumentará. Além disso, o consumo de streaming e o isolamento em casa, pode levar a um aumento de quase 60% na quantidade de conteúdo audiovisual consumido (Instituto Nielsen, 2020).

TABELA SÍNTESE – AMBIENTE SOCIOCULTURAL

CENÁRIO Histórias de vida dos moradores de rua

OPORTUNIDADE AMEAÇA

Despertar curiosidade nos consumidores do documentário, através de uma narrativa autêntica.

Alguns consumidores podem evitar assistir o documentário por serem sensíveis à esse tipo de conteúdo

Ajuda do governo Situação dos moradores de rua no Rio de Janeiro

Instigar a curiosidade das pessoas em relação ao que o governo faz para os moradores de rua.

Atrair pessoas que querem se conscientizar sobre a situação dos moradores de rua no Rio de Janeiro e como os abrigos funcionam

Pandemias e doenças

É possível que o assunto do COVID-19 se torne saturado e pessoas percam o interesse em assistir esse tipo de conteúdo.

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Quadro 5 - Síntese do Ambiente Sociocultural Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

4.6 Ambiente natural

Responsável em analisar recursos naturais oferecidos pelas empresas ou disponíveis, o macroambiente natural indica a influência desses fatores no negócio. Como exemplo, o fornecimento de matéria-prima, as catástrofes naturais e o clima (KOTLER, 2013)

4.6.1 Catástrofes naturais

Cenário: Segundo António Gutteres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas desde 2017, “Uma média de 24 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza, a cada ano, pelos desastres.”

Impacto: A informação é positiva para o desenvolvimento do documentário, já que é uma nova pauta que pode ser abordada durante as gravações.

Quadro 6 - Síntese do Ambiente natural

TABELA SÍNTESE – AMBIENTE NATURAL

CENÁRIO

Catástrofes naturais

OPORTUNIDADE AMEAÇA

População em situação de rua aumenta com catástrofes naturaisnova pauta que pode ser abordada

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

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5. MICROAMBIENTE

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5.1 Mercado (histórico)

No Brasil, o setor sofreu um grande impacto positivo após a aprovação da Lei no 12.485/2011, que regula o mercado de TV por assinatura no Brasil e que também, de forma indireta, garante presença da produção audiovisual nacional na maioria dos canais fechados.

Houve um considerável aquecimento do mercado de conteúdo nacional para TV, o que propicia condições bastante favoráveis e intensifica o relacionamento das produtoras com programadores e canais de TV, trazendo consequências muito benéficas à adequação de seus produtos ao mercado e eficiência e gestão empresarial a seus negócios.

Como efeito indireto, as próprias emissoras de TV de canais abertos devem passar a demandar mais das produtoras independentes, o que impacta positivamente todos os elos que compõem a cadeia produtiva.

Em relação ao mercado de longa metragem, ele evoluiu muito nos últimos 10 anos, tendo em 2019 seu ápice em produção e reconhecimento, e também onde um filme brasileiro (Bacurau) ganhou um prêmio no festival de cinema de Cannes, um dos mais importantes do mundo.

Em 2020, as projeções para o audiovisual brasileiro não são as melhores. Para Mariza Leão, produtora da franquia “De Pernas pro Ar” e uma das centenas de produtoras que aguardam liberação de recursos, se 2019 fosse um filme, ele seria “Apertem os cintos… O piloto sumiu” - a famosa sátira dos anos 80 em que um passageiro é obrigado a assumir a direção do voo após toda a tripulação sucumbir à comida estragada; segundo Leão, “O ano de 2019 foi um avião parado na pista. Nem taxiar taxiou. O dinheiro existe, mas a quantidade de técnicos na Ancine é insuficiente para processar as demandas.”

Leonardo Edde, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav), acrescenta: “Perdemos muito tempo em 2019 tentando evitar o desmonte, convencendo o governo de que geramos renda, emprego, imposto”.

De acordo com Ana Paula Souza, onde escreveu um artigo para o site vermelho.org, site especializado em abordar assuntos sobre política, economia, sociedade, sobre o Brasil, outros fatores que influenciaram diretamente a queda do audiovisual nesse ano de 2020, foram mais de 400 projetos de filmes e séries parados em todo o país, segundo estimativas do setor audiovisual. Algumas fontes chegam a falar em 600 trabalhos interrompidos desde o início

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do governo Jair Bolsonaro. Esses projetos aguardam a liberação de recursos, já aprovados, vindos de diversos mecanismos de fomento, incluindo o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o maior deles, que alimenta a atividade com quase R$ 750 milhões por ano (SOUZA, 2020).

Neste momento de pandemia, o mercado de audiovisual está totalmente parado. Alguns especialistas projetam que essa paralisação irá se perpetuar até os meses de setembro e outubro, no estado de São Paulo foi proibido qualquer tipo de autorização para filmagens com equipamentos e em lugares públicos. Em relação a gravações privadas, não existe até o momento nenhuma ordem direta do governo proibindo as gravações, existe apenas um bom senso por parte do mercado audiovisual, artistas, e colaboradores, de não realizar nenhuma gravação durante esse período de pandemia.

A partir de todas essas informações, relatos, entrevistas, entende-se que o mercado está sofrendo muito com toda essa crise decorrente da pandemia, porém com a esperança de que logo o mercado irá

se reestruturar e as demandas para o audiovisual serão ainda maiores.

5.2 Estrutura de mercado

A análise da estrutura de mercado e categoria tem como principal objetivo a observação e a compreensão do cenário em que a empresa está inserida, além de avaliar seus principais concorrentes e os pontos de diferenciação e paridade entre eles. Segundo Keller (2005), a organização em categorias de produto que está na memória do cliente, tem um importante papel em sua tomada de decisão. Ele afirma ainda que a profundidade da consciência da marca está relacionada à probabilidade de que a marca seja lembrada, enquanto sua amplitude refere-se à lembrança em diferentes situações de uso.

O mercado audiovisual é dividido em diversas categorias, como longa metragem, curta metragem, séries, publicidade, entre outros. O documentário se encontra dentro da categoria de longa metragem, pode ser distribuído através de diversos tipos de telas, como cinema, televisão, festivais e Streaming .

47

Gráfi co 03 - Estrutura de mercado

nal do Cinema), no ano de 2016, das produtoras que atraíram 80% do público de longas-metragens nacionais (Rede Record, DiamondBack, Paris Produções, Lereby, Glaz Entretenimento, Camisa Listrada, Fraiha Produções e Filmland International), apenas duas atuam em atividades de distribuição.

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

5.3 Tendências de mercado

“Tendência é um direcionamento ou uma sequência de eventos com certa força e estabilidade, mais previsível e duradoura que um modismo”.

(KOTLER,KELLER, p.76 2012).

O mercado cinematográfi co no Brasil possui atividades de produção e distribuição não verticalizadas. Segundo dados da Ancine (Agência Nacio-

Já em relação às plataformas digitais de distribuição, pode-se estimar que nos próximos 5 anos a Netfl ix e a Amazon gastem total anual de mais de US $ 20 bilhões em conteúdo original, enquanto a Apple e o Facebook também estão tomando medidas para investir em seus próprios projetos. (TheGateFilms,2019).

Os dados acima mostram que há uma grande tendência dos documentários brasileiros serem quase sempre produzidos ou pelo menos reproduzidos pelas plataformas digitais. Além disso, pode-se analisar que a busca na internet pela palavra “documentário” no Brasil vêm crescendo no último ano, segundo a ferramenta GoogleTrends. Seus picos são sempre em torno do mês de fevereiro pelo fato de ser o mês em que o Oscar acontece.

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Gráfico 04 - Busca pela palavra “documentário” na internet no Brasil

Fonte: Google Trends, 2020.

Neste momento, segundo trimestre de 2020, É possível encontrar mais de 30 documentários brasileiros para assistir na Netfl ix. O documentário “Democracia em vertigem”, da diretora brasileira Petra Costa, mostra o processo de impeachment de Dilma Rousseff e a crise política no Brasil. Essa produção foi lançada pela Netfl ix em junho de 2019 e indicado a melhor documentário no Oscar 2020. Isso representa uma conquista signifi cativa na competição de produtores brasileiros no mercado audiovisual.

5.4 Tendências de mercado pós covid-19

Segundo a matéria feita pela jornalista Tamara Nassif para a revista Veja, em tempos de isolamento social e quarentenas, o segmento da televisão e das plataformas de streaming ganham muita audiência.

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(Veja, Abril 2020). Este aumento de audiência pode ser indicativo de que mudanças de hábitos de consumo de entretenimento: antes da crise provocada pela Covid-19, a TV por assinatura estava no quinto ano consecutivo de perdas em massa de assinantes e só em 2019, registrou uma queda de 10% na audiência em relação ao ano anterior, de acordo com o Painel Nacional de Televisão (PNT, 2019).

Em pesquisa realizada pela empresa Nielsen Media Research (2020), o consumo de streaming pode aumentar em mais de 60% durante as quarentenas. A Netflix reduziu a qualidade de transmissão na Europa para garantir o acesso da população local à internet.

No Brasil, a Globo Play vai reduzir a qualidade de reprodução em todo o território nacional e em nota, afirmou que vai “gerar um perfil de consumo de tráfego mais conservador para evitar um possível colapso da infraestrutura de troca de tráfego público”. A plataforma brasileira, que disponibilizou parte do catálogo para não assinantes, na primeira quinzena de março, experienciou um crescimento de 225% no consumo de conteúdo em relação ao mesmo período em 2019. (f5, Folha Uol 2020)

Pode-se concluir que as tendências no mercado de documentários no Brasil vão variar muito após o períodos de isolamento social. É possível que exista uma mudança de hábitos de consumo de filmes e documentários via streaming .

5.5 Participação de Mercado

Ao analisar a indústria de documentários no Brasil, pode-se perceber que, segundo dados do Observatório Brasileiro da Ancine mostram que as produções nacionais cresceram mais de 25% em 2018 em relação a 2017, repetindo feitos de 2010, 2013, 2015 e 2016.

Segundo a ferramenta Google Trends, as pessoas têm pesquisado a palavra “documentários” no Brasil cada vez mais. Esta pesquisa teve seu pico em fevereiro de 2020 comparado com os últimos 5 meses de 2019.

Ainda segundo o Google Trends, o pico de pesquisa das palavras “moradores de rua” é geralmente em torno de junho e julho pelo fato de ser mais frio e mais pessoas desenvolvem o interesse em ajudar (G1, 2019). A estratégia para obter sucesso na produção do documentário sobre a vida dos moradores

50

de rua é entender e pesquisar o tipo de público que se quer atingir.

O Google Trends mostra que as pessoas pesquisam mais sobre documentários, no Brasil, no mês de fevereiro (devido ao Oscar). O gráfi co abaixo mostra as pesquisas sobre documentários (em vermelho) em comparação ao termo “moradores de rua” (em azul) nos últimos 3 meses.

Gráfi co 05 - Preferência por documentários x documentários com o termo: “moradores de rua”

maior ou menor demanda e no mercado em questão.

O mercado de audiovisual possui uma grande demanda durante todo o ano, principalmente com a crescente demanda de conteúdo via streaming , porque todos querem assistir o conteúdo que deseja em qualquer momento e a qualquer hora. Dessa forma, as plataformas precisam ter um catálogo de conteúdo amplo para atingir a todos.

Particularmente agora, com o isolamento social imposto pela pandemia do COVID19, as plataformas tiveram um aumento signifi cativo no consumo de conteúdo via streaming , alavancando uma sazonalidade que não é usual, mas que pode refl etir no comportamento futuro, nos hábitos dos consumidores.

Fonte: Google Trends, 2019.

5.6 Sazonalidade

A sazonalidade é um fator importante para as vendas de um produto, refere-se ao período que em que há

Um outro fator sazonal são os festivais que tem como o objetivo, a articulação econômica da indústria e a apresentação de novas obras audiovisuais ao mercado; muitas delas não são exibidos em circuito comercial. O circuito de festivais é uma ótima oportunidade para o documentário objeto deste projeto.

51

5.7 Benchmarking

Benchmarking é um processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais, que colabora para o desenvolvimento de uma estratégia igual ou semelhante à empresa ou produto analisado.

tas mostram o que a população de rua enfrenta no Rio de Janeiro e entrevistam um morador de rua diferente, dando ênfase na história de como eles foram parar na rua e o que há por trás daquela realidade.

A série “Invisíveis”, produzida pela Globo em abril de 2019, é uma narrativa a qual consiste em três episódios. Cada episódio relata a história de uma pessoa diferente narrada por jornalistas. Os jornalis-

O documentário foi produzido em março de 2016, pela equipe Seara Urbana. Dirigido por Lucas Lyra, o documentário mostra a realidade de pessoas que moraram na rua em diferentes lugares do Brasil. Além de relatar histórias de como essas pessoas foram parar na rua, o documentário retrata pessoas que conseguiram sair dessa situação e voltar a viver uma vida normal.

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Figura 1 - Séries “Invisíveis” - G1 Série Invisíveis - Globo G1 - 2019 Figura 2 - Documentário “moradores de rua”- Seara Urbana Seara Urbana - 2016

Documentário “ Living on One Dollar ” ( Vivendo com um dólar)

5.8 Aspectos Legais

5.8.1 Direitos autorais

A Lei de Direitos Autorais n° 9610/98, expressa de forma clara “a necessidade de autorização prévia do autor para utilização da obra, por quaisquer modalidades” (BRASIL, 1998). Dessa maneira, não é permitida a exibição de fi lmes sem a permissão do distribuidor e/ou produtor, pois estes são detentores de seus direitos.

5.8.2 Autorizações de uso de imagem e voz dos personagens

A Constituição Federal de 1988 garante a proteção do direito à imagem nos incisos V, X e XXVIII de seu artigo 5º:

Living on One Dollar, conta a história de quatro amigos, que após estudarem Economia na Califórnia, decidem viver com um dólar por dia na Guatemala para poder entender, da melhor forma possível, como a vida na pobreza funciona.

Este documentário foi dirigido e produzido por Chris Temple, Zach Ingrasci, Sean Leonard, Sean Kusanagi e Ari Saperstein.

“A imagem-retrato, que decorre da expressão física do indivíduo; a imagem-atributo que refere-se ao conjunto de características pessoais apresentadas pelo sujeito perante a sociedade; e, por fim, proteção da imagem como direito do autor (inc. XXVIII)” (BRASIL, 1998).

O uso da imagem ou voz de uma pessoa sem a devida autorização pode gerar o direito de indenização.

53
Figura 3 - Chris Temple Living on One Dollar - Chris Temple

5.8.3 Direitos Conexos

Os direitos conexos protegem a forma como as obras são levadas a público.

“Tem o artista intérprete ou executante o direito exclusivo de, a título oneroso ou gratuito, autorizar ou proibir: a fixação de suas interpretações ou execuções; a reprodução, a execução pública e a locação das suas interpretações ou execuções fixadas; a radiodifusão das suas interpretações ou execuções, fixadas ou não; a colocação à disposição do público de suas interpretações ou execuções, de maneira que qualquer pessoa a elas possa ter acesso, no tempo e no lugar que individualmente escolherem; qualquer outra modalidade de utilização de suas interpretações ou execuções.”

(BRASIL, 1998)

5.9 Canais de distribuição

O documentário objeto deste projeto tem como objetivo a distribuição em streaming . O streaming é a tecnologia de transmissão de dados pela internet, principalmente aúdio e vídeo, sem a necessidade de baixar o conteúdo. O arquivo, que pode ser um vídeo ou uma música, é acessado pelo usuário online.

Abaixo relacionados os canais de distribuição objetivados:

5.9.1

Netflix

A Netflix, é uma provedora global de filmes e séries de televisão via streaming que, segundo a Redação Olhar Digital, possui cerca de 15 milhões de assinantes, o que quase iguala ao número de assinantes da TV no Brasil. Segundo o site olhar digital, essa marca deve ser rompida até o final de março do ano de 2020 (Olhar Digital 2020).

No primeiro trimestre com COVID-19 Netflix ganhou 16 milhões de assinantes (Exame Abril,2020), um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2019. Isso faz com que distribuição do documentário pela Netflix tenha mais chance de ser uma atitude bem sucedida.

5.9.2 Globoplay

Globoplay é uma plataforma digital com streaming de vídeos sob demanda criada e desenvolvida pelo Grupo Globo, que teve o seu lançamento feito em 26 de outubro de 2015 (Globo Play, 2015).

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O Globoplay oferece acesso gratuito a trechos de novelas, séries e minisséries, assim como a trechos e íntegras dos programas jornalísticos, telejornais e programas esportivos. Além de terem acesso ao conteúdo dos usuários “free”, os assinantes da Globo.com, têm acesso às versões completas - chamadas de “íntegras” - de novelas, séries e programas. A emissora também disponibiliza aos assinantes da plataforma conteúdo gravado em resolução 4K, além de seriados americanos e nacionais. (HIGA, Paulo 2015).

A Globo já possui diversos documentários, inclusive sobre moradores de rua, portanto existe uma chance alta de atingir um público interessado neste tipo assunto.

5.9.3 Youtube

YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos que existe desde 2005 e foi adquirida pelo Google em 2006.

A plataforma é principalmente de compartilhamento de vídeos, porém é muito utilizada para lançar documentários. Em maio de 2019, o YouTube fez uma mudança em sua estratégia de programação de conteúdos originais de graça para os usuários, apenas contando com a exibição de anúncios Social Media. Susan Diane Wojcicki, diretora global de conteúdo original do YouTube afirma: “Estamos realmente satisfeitos com essa nova direção e com o que isso significa para nossos fãs e nossos negócios”; ainda segundo Susan, a plataforma tem mais de 100 novos projetos originais em andamento para 2020.

5.9.4 Amazon Prime Video

Amazon Studios é uma divisão da Amazon, que desenvolve programas de televisão, filmes, quadrinhos online e crowdsourced, iniciado no final de 2010 (FRITZ, 2012). A Amazon Prime também fornece Amazon Vídeo, o streaming instantâneo de filmes selecionados e programas de televisão, sem nenhum custo adicional. Ela desde 2012 produziu mais de dez séries como Arquivos Gymkhana, This is Football, O

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Monstro Gigante que é a Economia Global entre outras; todas, com mais de 500 milhões de visualizações cada uma (Site Oficial da Net, 2019).

Por ser uma plataforma paga e menos popular, o documentário sobre pessoas em situação de rua vai atingir uma classe mais alta interessada nesse tipo de conteúdo.

5.9.5 Festivais de cinema pós COVID-19

Além dos serviços de streaming , os festivais de cinema são considerados canais de distribuição muito válidos para os documentários. Alguns festivais como: Berlin International Film Festival, Tribeca Film Festival e Cannes Film Festival se juntaram ao YouTube para promover o We Are One: a Global Film Festival. (Gauchazh Cinema, 2020)

A transmissão online é produzida pela Tribeca Enterprises e passará filmes, curtas, documentários e painéis de discussão sobre a indústria cinematográfica.

Acredita-se que durante e depois da quarentena grande parte dos festivais de cinema continuem online (CBN, 2020). Portanto, investir em lançar um documentário nesses festivais, mesmo que online, é

válido e continuará tendo visibilidade.

5.10 Fornecedores

5.10.1 Desenvolvimento

Na fase de desenvolvimento, acontecem as pesquisas, decupagem do roteiro, escolha do local para pré-produção e também para a produção. Além disso, essas pesquisas contribuem para direcionar algumas decisões dentro do projeto.

• Roteiristas

• Pesquisador

• Financeiro

• Jurídico

• Transporte

• Alimentação

5.10.2 Pré produção

A pré produção do projeto ocorrerá dentro de um espaço de coworking, onde é a sede da produto -

56

ra que irá realizar o documentário; lá também ocorrerá a pós produção do projeto.

• Produtor de locação

• Produtor de elenco

• Diretor

• Produtor executivo

• Diretor de produção

• Produtores

• Direção de arte / Produção

• Figurino / Produção

• Financeiro

• Jurídico

• Transporte

• Alimentação

5.10.3 Produção

A produção ocorrerá na rua, onde os moradores de rua serão entrevistados e filmados, para o projeto.

• Equipe de filmagem

• Equipamentos

• Iluminação e acessórios

• Transporte

• Alimentação

• Aluguel da locação(ões)

5.10.4 Pós produção

Na pós-produção, é onde inicia a montagem do projeto, color grading e a finalização das imagens captadas, com as imagens que foram captadas na produção.

• Equipe de pós

• Montador

• Trilha sonora / sound design

• Colorista

• Pacote gráfico

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6. PESQUISA

58

Visando compreender e segmentar os públicos de relacionamento deste projeto, dois tipos de pesquisa foram desenvolvidas, respectivamente para os públicos B2B e B2C. Para o B2B, foi aplicada uma pesquisa qualitativa, com especialistas que estão inseridos no mercado audiovisual de documentários e são referências no meio audiovisual; somado a esta, uma segunda pesquisa qualitativa foi feita, com foco em profissionais da área de assistência sociais e antropologia. Por fim, com o objetivo de compreender os hábitos consumidores finais, uma pesquisa quantitativa foi aplicada, através de um questionário online.

Os roteiros das pesquisa qualitativas e quantitativas estão disponíveis nos anexos finais do documento.

6.1 Pesquisa Qualitativa

Segundo o autor Witt (apud Salvador, 1980, p. 9-10), no livro A Entrevista na pesquisa qualitativa: mecanismos para validação dos resultados,” ...a entrevista deve ser utilizada “quando não há fontes mais seguras para informações desejadas, ou quando se quiserem completar dados extraídos de outras fontes. (WITT, 1980). A fim de obter dados empíricos, através de especialistas, o grupo optou

por realizar entrevistas em profundidade, as quais foram conduzidas por um roteiro pré-estabelecido, podendo ser atualizado mediante a necessidade de cada entrevista.

As pesquisas qualitativas tiveram dois objetivos principais: primeiramente, de entender em profundidade o mercado audiovisual atual e a relação deste com o tema do projeto, moradores de rua no Rio de Janeiro; em seguida, compreender qual é a visão de especialistas inseridos no mercado sobre a sociedade, relacionando com proposta do projeto apresentado.

Foram entrevistados a assistente social Márcia Caldas, o cineasta Pedro Antonio Camargos e a antropóloga Taniele Rui. Para cada entrevistado, foi desenvolvida uma uma entrevista semi-estruturada, divididas em duas etapas: a primeira etapa, consistiu em perguntas gerais sobre o sua profissão e o mercado que atuam e em seguida, sobre a relação do projeto com o mercado audiovisual de documentário.

6.1.1 RESULTADOS PESQUISA QUALITATIVA

O grupo realizou 3 entrevistas, com diferentes profissionais que encontram-se dentro do universo

59

sobre o qual o projeto está sendo desenvolvido. Os entrevistados foram a assistente social Márcia Caldas, formada pela UFRJ em Serviço Social e atualmente, trabalha em um hospital especializado em assistir o público idoso morador de rua; o cineasta Pedro Antonio Camargos, possui 21 anos de experiência no mercado audiovisual, formado em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Jornalismo e Publicidade pela PUC-Rio, possui vasto conhecimento sobre a produção de documentários e por fim, a antropóloga Taniele Rui, pesquisadora desde 2005 e atua no cenário de população em situação de rua desde 2003.

Durante as entrevistas foram analisados diversos pontos como: mercado audiovisual sobre documentários, a percepção sobre o cenário atual de moradores de rua no Rio de Janeiro e sobre a proposta do projeto.

6.1.1.1 O mercado audiovisual atual sobre documentários e a relação com a economia criativa

Ao entrevistarmos o cineasta Pedro Antonio Camargos, o grupo buscou questioná-lo sobre a sua percepção em torno da demanda por documentários no mercado atual. Segundo Camargos, ele posicionou bastante otimista sobre esse produto, como podemos observar no trecho abaixo:

“Considero sim. Principalmente depois da entrada maciça do streaming , tendo o Netflix como maior “catalisador”. Vale lembrar que no Oscar por exemplo (o maior prêmio da indústria) existem mais de uma categoria apenas para o gênero documentário. E as pessoas nunca se interessaram tanto. Hoje temos verdadeiros blockbuster de documentário, séries como “ Wild Wild Country ”, “ Tiger King ”, “ Making a Murder ” entre outros, se tornaram febres capazes de expandir ainda mais o mercado. Sem falar em produções documentais esportivas que inundam os canais de esporte pelo mundo.”

Além disso, o cineasta também ressaltou um fator muito importante sobre o ponto de vista da economia criativa e relação com documentários, reforçando o quanto esse tipo de produção audiovisual, impacta positivamente a economia e agrega valor sob o aspecto intelectual.

“Representa uma parcela significativa de pluralidade e criatividade no modo de produção. Dada a aparente simplicidade do modo de produção e a vasta capacidade de expandir e estimular o capital intelectual e cultural, o mercado de documentários é capaz de gerar valor econômico e ser auto sustentável, uma

60

vez que o mercado de exibição também é amplo se contabilizarmos televisão, internet, streaming e as próprias salas de cinema (incluindo ainda festivais nacionais e internacionais).

6.1.1.2 A percepção sobre a situação sobre moradores de rua no Rio de Janeiro

Saber qual é a visão destes profissionais sobre os moradores de rua foi crucial para compreender o que eles entendem sobre essa situação, perante o cenário profissional o qual atuam. Pode-se observar abaixo, as percepções das profissionais Caldas e Rui sobre esse tema:

“Os moradores das ruas são um desafio. São pessoas que muitas vezes se tornam invisíveis ou pior para a população, pois muitas vezes o medo as faz vê los como ameaça. Simboliza a falta de preparo da nossa sociedade/ cultura de lidar com o outro, de enxergá lo como ser humano, como pessoa detentora de direitos e que foge do padrão imposto.”

vistados, é considerado como um objeto de estudo, além de tornar a realidade de determinados assuntos mais próximos do público o qual assiste.

“Acho que poderá contribuir como objeto de estudo, capaz de nos revelar detalhes e comportamentos cotidianos que não estamos acostumados a vivenciar.”

“O documentarista é antes de tudo um pesquisador, alguém ávido por desbravar terrenos desconhecidos e juntar o máximo de informações possíveis sobre esses terrenos. E todo trabalho sério, focado no conhecimento, é uma das melhores fontes de esclarecimentos para as nossas dúvidas.

“Sim. Acredito que informação de qualidade é sempre uma possibilidade de se atingir as pessoas. E são as pessoas que constituem uma sociedade.”

6.1.1.4 Características vitais de um documentário referência no mercado audiovisual

6.1.1.3

A

importância de documentários, sob a perspectiva de documentários políticos-sociais

A respeito sobre a importância de documentários e temas políticos-sociais, na ótica dos entre -

Tendo em vista o crescimento atual de demanda por conteúdos no formato de documentários e uma forte tendência no mercado audiovisual, foi solicitado ao cineasta Camargos, exemplos de docu -

61

mentários premiados e questionado por quê eles se sobressaem no mercado no seu ponto de vista.

“ HoneyLand , Tiros em Columbine, Free Solo , Indústria Americana... Se destacam pela qualidade que trazem sobre o assunto e ao mesmo tempo a originalidade na linguagem, na maneira de narrar.”

6.1.1.5 Comercialização do documentário

Com o propósito de direcionar como o grupo deve comercializar o documentário, também foi perguntado ao entrevistado Camargos, qual seria as melhores opções para divulgar esse projeto.

“Num primeiro momento eu acho que mais em festivais e universidades. Porém, a linguagem e as escolhas na forma de narrar podem ampliar esse raciocínio. Se tiver uma imensa pesquisa sobre a formação e como se deu a história de quem mora nas ruas, pode ser que haja interesse de plataformas de streaming também. Mas nesse caso teria que ampliar o tema e trazer algo bem consistente como linguagem de entretenimento.”

É importante fazer uma ressalva sobre o depoimento acima, pois o cineasta indica a necessidade

de estabelecer uma linguagem de entretenimento, pois dessa forma, é uma maneira de ampliar o tema, tornando o documentário mais interessante para o público alvo o qual assiste documentários em geral.

6.2 Pesquisa Quantitativa

Com o objetivo de compreender e avaliar numericamente o comportamento dos consumidores finais potenciais, o grupo aplicou uma pesquisa quantitativa através de um questionário online, desenvolvido pela ferramenta do Google Forms. O questionário foi divulgado nas redes sociais dos integrantes como Instagram, Facebook e Whatsapp. O mesmo foi aplicado durante um mês.

A pesquisa obteve 308 respostas e foi direcionada para o público de homens e mulheres, na faixa etária entre 16 a 40 anos de idade, com o foco nas classes A/B/C, residentes e cidadãos brasileiros que possuem interesse por documentários e temas relacionados a sociedade.

O objetivo principal teve a função de coletar informações sobre o comportamento de consumo e a relação com documentários. Como objetivo secundário, o grupo buscou entender qual seria o posicio -

62

namento e nível de interesse, levando em consideração os aspectos motivacionais na escolha de um documentários voltado para o tema político social e quais aspectos são avaliados sobre produtos concorrentes no mercado audiovisual.

6.2.1 Resultados pesquisa quantitativa

Através da pesquisa quantitativa aplicada, o grupo identifi cou as primeiras características do público respondente, sendo a maioria composta por homens (62,7%), de classe AB (sendo 30,5% com a renda familiar de 4 a 10 salários mínimos), , estudantes entre 22 e 25 anos.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

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Gráfi co 6 - Gênero x idade

6.2.1.1 Público com maior interesse em documentários

Primeiramente, o foco principal do grupo foi mensurar qual a porcentagem das pessoas que participaram da pesquisa tem o costume de assistir ou não a documentários.

Gráfi co 7 - Você costuma assistir a documentários?

6.2.1.2 Temas mais buscados pelos consumidores

Dentre as opções sobre os temas de documentários apresentadas aos respondentes, pode-se observar que os três temas mais selecionados pelos consumidores foram respectivamente: turismo com 58%, biografi as com 55,6% e em terceiro lugar, o tema político social com 48%. Dessa forma, o gráfi co abaixo confi rma a demanda por documentários com conteúdos relacionados a cenários políticos e sociais, o que ratifi ca a proposta do tema do projeto escolhido pelo grupo.

Gráfi co 8 - Quais são os temas de documentários você mais costuma assistir?

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

De acordo, com o gráfi co acima, os dados indicam que 70% do público masculino costuma assistir a documentários, demonstrando uma porcentagem maior em comparação com o público feminino.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

64

6.2.1.3 As qualidades dos concorrentes

Gráfi co 9 - O que mais te motivou a escolher esse documentário como referência?

pesquisa, as três em destaque foram: a abordagem dos fatos, o tema e o roteiro. Sendo assim, entende-se que um bom documentário é definido pelo público principalmente pela forma de como um conteúdo é produzido. A riqueza de informações, a conexão dos fatos e os personagens fazem parte de um conjunto de detalhes os quais são vitais para conquistar a melhor avaliação do expectador. Na sequência, a combinação de um tema em alta com um roteiro bem desenvolvido de forma que exalte-o, podem maximizar as chances de um documentário de sucesso, de acordo as escolhas dos respondentes acima.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

O gráfico acima evidencia quais são os aspectos mais avaliados pelos consumidores de documentários.

Dentre quatro opções apresentadas no formulário da

6.2.1.4

Mídias

streaming mais utilizadas pelos consumidores

A fi m de compreender melhor quais mídias tem mais relevância para o consumidor quando trata-se de serviço streaming , conforme apresentado no gráfi co abaixo, a Netfl ix e o Youtube foram os dois veículos que ganharam destaque no quesito mídia streaming . A fi m de estar alinhado com o perfi l do público-alvo, esse é um dado fundamental e que norteou as estratégias do projeto.

65

Gráfi co 10 - Quais mídias streaming você tem preferência?

A fi m de segmentar e compreender quais mídias streaming os consumidores são mais fi éis, perguntamos quais das opções apresentadas na questão anterior, os consumidores assinam o serviço premium. Segundo o gráfi co acima, a Netfl ix liderou as respostas, com 77%. Esse dado sustenta a proposta de comercialização do documentário através das mídias as quais o consumidor está frequentemente usufruindo, como podemos observar no gráfi co.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

Gráfi co 11 - Quais mídias streaming você assina o serviço premium?

6.2.1.5 As redes sociais mais utilizadas pelo consumidor

Outro ponto importante analisado pelo grupo, foi a relação das redes sociais mais utilizadas e se os consumidores têm o hábito de procurar mais informações sobre o conteúdo o qual o documentário aborda, antes de assistí-lo. O resultado apontou que 48% das pessoas que responderam que buscam mais informações sobre documentários, antes de assistí-los, utilizam mais as redes sociais Whatsapp, Instagram e Youtube. Esse dado contribuiu para a elaboração das estratégias de divulgação do documentário, direcionando quais são as mídias principais para , as compartilhar conteúdo de forma mais assertiva e provocar maior interesse no produto.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

66 77% 11% 8% 4%

Gráfi co 12 - Quais são as redes sociais mais usadas por você?

Ao analisar cada justifi cativa, foi possível ressaltar que, apesar de muitas respostas terem sido muito semelhantes, a maioria delas se enquadram em uma única motivação: o conhecimento. A necessidade de aprender, seja para agregar na vida acadêmica ou para agregar ao conhecimento pessoal, compreender melhor o cenário atual do país ou saber sobre algum assunto específi co, representam um público o qual busca estar sempre engajado e atualizado sobre esse tipo de tema e de forma dinâmica. Logo, o documentário com foco social é um potencial produto o qual os consumidores esperam, visando adquirir algum tipo de aprendizado.

6.2.1.6 Motivação em assistir um documentário com conteúdo político-social

Após entender quais eram os principais temas procurados pelo consumidor, o grupo fez uma pergunta em aberto, para que o público respondente se expressasse e explicasse quais são as motivações chaves pela qual eles escolhem assistir um documentário com foco político-social.

“Para conhecer a realidade das ruas do Rio e ter conhecimento das difi culdades desses cidadãos.”

“Se torna relevante a partir do momento que observamos seres humanos em situações incomuns e buscamos através do cotidiano elencar as causas que levam pessoas a se tornarem moradores de rua, buscar compreender quais são as políticas públicas voltadas para as necessidades básicas dessa parcela da população e acima de tudo, entender qual é a relação com a família.”

67
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

“Toda a vida tem seu valor. O preconceito surge de conceitos preestabelecidos ou seja, de tabus que permeiam nosso dia a dia. Demonstrar a real situação desses seres humanos será uma forma gloriosa de quebrar esse tabu e revelar a real dificuldade que eles enfrentam diariamente, quem está na rua não é por opção. É extremamente necessário conteúdo com esse tema ! Eu pessoalmente amei.”

Gráfi co 13 - A relação entre o interesse por assuntos sociais e a relevância de documentários sobre moradores de rua no Rio de Janeiro para o consumidor.

6.2.1.7 Demanda por

documentários que abordam o cenário de moradores de rua no Rio de Janeiro

Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.

93% dos respondentes disseram que possuem interesse em documentários os quais abordam assuntos relacionados a situação de moradores de rua no Rio de Janeiro. Esse número é muito signifi cativo, representando para o grupo uma grande oportunidade e estímulo de investimento para o projeto.

68

6.3 Conclusão das pesquisas

Após a realização e análise de ambas as pesquisas, o grupo pôde chegar a algumas conclusões sob aspecto de hábitos de consumo. De fato, o mercado audiovisual em relação a documentários conquistou a atenção dos consumidores de forma significativa. Pode-se observar que o documentário, segundo as pesquisas, tem um propósito principal, que é informação sobre algum assunto. De acordo com a opinião dos consumidores, foi possível detectar a necessidade e o interesse por buscar pautas relacionadas a discussões políticas e sociais, a fim de entender melhor a situação a qual o país se encontra ou para agregar o conhecimento de maneira geral.

Os consumidores buscam estar atualizados e engajados sobre temas relacionados as dificuldades do seu país e ao mesmo tempo, consumir informação de forma rápida e divertida. Logo, pode-se dizer que o documentário é uma opção considerado pelo consumidor como um entretenimento informativo e educativo.

Tendo em vista o crescimento desse comportamento em relação a como o consumidor consome informação atualmente, o tema moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro, é visto como um assunto potencial, o que fortalece e sustenta a escolha do tema para o projeto.

69

7. COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES

70

7.1 Comportamento de compra

Segundo Kotler (2012), o autor explica que o processo de aquisição de um produto ou serviço possui influência de cinco papéis de compra, sendo eles: iniciador, influenciador, decisor, comprador e usuaÌrio. Esse papéis podem ser desempenhados por agentes diferentes ou não e a definição de cada um deles, pode variar mediante o produto ou serviço. Abaixo, foi feita uma análise sobre os papéis no processo de escolha para consumo de documentários.

7.1.1. Iniciador

Com base nas respostas sobre a jornada de consumo dos respondentes, a iniciativa de assistir um documentário é consequência de estímulos externos como as notícias que estão em destaque no momento na mídia. Mais de 90% dos respondentes, afirmou ser interessado por assuntos políticos sociais, ou seja, esta é a etapa inicial deste processo, o que naturalmente faz com que o consumidor já busque por produtos relacionados a esta pauta. Sendo assim, para o documentário, será fundamental um investimento em divulgação que provoque um alcance orgânico, que será gerado por meio de um buzz .

7.1.2. Influenciador

É considerado qualquer pessoa a qual possui uma certa autoridade sobre determinado assunto, ou seja, uma pessoa a qual é considerada expert sobre algum tópico e se torna como um motivador no processo de decisão. Neste caso, o maior canal de influência desses consumidores são as recomenda -

ções e ciclos sociais. Segundo a pesquisa, 99% do público afirmou utilizar diariamente as redes sociais como Whatsapp, Instagram e Youtube. Através dessas mídias, o público é influenciado por recomendações de conhecidos e por conteúdos produzidos por pessoas consideradas referência no mundo digital.

7.1.3. Decisor e usuário

No caso do documentário, o decisor também é o usuário por se tratar de um produto o qual a mesma pessoa a qual decidi assisti-lo, é a pessoa a qual irá consumir o conteúdo disponível, mesmo que nem sempre esses papéis sejam desempenhados pela mesma pessoa em outras situações. Como trata-se de um produto o qual será disponibilizado via streaming, o normal é que esses dois papéis sejam realizados pela mesma pessoa.

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7.2 Hábitos e atitudes de consumo

Baseado nas entrevistas e nos dados coletados nas pesquisas, a seguir serão analisados hábitos e comportamentos de consumo do público-alvo em relação ao segmento de documentários e o tema moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro.

7.2.1. Qual é a frequência da procura por entretenimento

Gráfico 14 - Qual é a frequência que você busca por entretenimento?

tir em entretenimento, o que signifi ca que o entretenimento possui um share of wallet garantido nos hábitos de consumo do consumidor atual.

7.2.2. O que motiva o consumidor a assistir um documentário

Para 88% dos respondentes, a curiosidade por determinado tema é o fator principal o qual os motivou a optar em assistir um documentário. Isso mais uma vez, evidencia que os consumidores são movidos a absorver informações sob um ponto de vista dinâmico. Eles procuram dar preferência a assistir documentários, pois eles assimilam os documentários com estar adquirindo um conteúdo sob uma visão nova, a qual nunca havia visto antes.

7.2.3. Possui interesse sobre documentários com propósito social com o foco em moradores de rua no Rio de Janeiro

Segundo o gráfi co acima, quando os respondentes foram questionados sobre a frequência pela busca por entretenimento, pode-se observar que a maioria respondeu diariamente ou todo o mês, com 35,6% e 27,8% respectivamente. Isso demonstra que mais da metade da amostra tem interesse em inves-

Como já apontado anteriormente, na análise da pesquisa quantitativa, 90,7% do público considerou relevante documentários nos quais os conteúdos envolvessem questões sociais sobre moradores de rua no Rio de Janeiro. O grupo acredita que essas respostas se dão baseadas principalmente, devido a situa-

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ção delicada a qual o Estado do Rio de Janeiro vem enfrentando, devido ao desequilíbrio político e econômico o qual o país tem vivido desde 2013 e também, pela atual situação referente a pandemia - Coronavírus e a maior crise econômica mundial. Esse acúmulo de fatores negativos, gera maior interesse deste público por estar melhor informado sobre a temática social, política e econômica do seu próprio país.

7.3 Consumer insight

O consumer insight desse projeto, foi construído baseado nas percepções dos consumidores finais os quais participaram da pesquisa quantitativa. Sendo assim, o grupo definiu a seguinte concepção:

“Somos pessoas ativas no mercado de trabalho, inseridas em diferentes contextos profissionais. Além disso, somos heavy-users de redes sociais como Whatsapp, Instagram, Youtube e Facebook (respectivamente). Duas coisas que buscamos frequentemente são entre-

tenimento e informação. Temos a necessidade de sempre acompanhar as notícias e estar atualizados sobre o cenário atual sobre assuntos relevantes, os quais acrescentam nosso conhecimento individual. Uma forma de entretenimento informativo são os documentários. Através deles, podemos aprender e nos informar simultaneamente sobre os temas os quais estão fora de alcance, principalmente sobre a perspectiva de riqueza e profundidade dos fatos. Questões sociais e políticas são assuntos pertinentes e estamos dispostos em consumir um documentário o qual aborda esta pauta. Entendemos que a situação dos moradores de rua no Rio de Janeiro é complexa e desperta curiosidade a fim de compreender melhor as questões e obstáculos envolvidos por trás deste cenário. Antes de assistir um documentário, buscamos avaliar alguns critérios através de informações e recomendações através de redes sociais ou pessoas do mesmo círculo social, a fim de saber se o documentário é consistente o suficiente sobre determinado assunto.”

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8. CONCORRÊNCIA

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Segundo Kotler e Keller (2012), pode-se definir concorrência como todas as ofertas e os substitutos rivais, reais e potenciais que um comprador possa considerar.

8.1 Categorias de concorrência

8.1.1

Concorrência de marca

De acordo com Kotler (2004), a concorrência de marca ocorre quando outra empresa oferece produtos e serviços semelhantes para o mesmo segmento de clientes por preços similares. Para expôr um concorrente de marcas, seria preciso uma lista infinita. O tema político social é um dos mais populares gêneros documentais. Para apontar concorrentes deste projeto, é possível citar os dois benchmarking do documentário À Margem: os filmes Living on One Dollar (2013) e Série Invisíveis (2019), citados na introdução deste projeto.

8.1.2 Concorrência setorial

Segundo Kotler (2004), a concorrência setorial considera como concorrentes todos aqueles que

oferecem produtos e serviços em um mesmo setor, sem que haja diferenciação quanto ao nível de qualificação do produto. Através dos dados levantado em pesquisa, os espectadores tendem a assistir documentários com finalidade em aprender. Os documentários que possuem este tipo de narrativa são concorrentes, como por exemplo os premiados A 13ª emenda (2016) de Ava DuVernay e Democracia em Vertigem (2019) de Petra Costa.

8.1.3 Concorrência de forma

A concorrência de forma é definida por Kotler (2004) como a concorrência marcada por produtos e serviços substitutos oferecidos por uma empresa, isto é, considera-se concorrente todo aquele que oferta produtos e serviços que atendem a objetivos similares.

Qualquer produto audiovisual

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Streaming VOD Novela Cinema

8.1.4 Concorrência genérica

Segundo Kotler (2004), a concorrência genérica é demarcada por concorrentes que competem pelo dinheiro dos mesmos consumidores independentemente da sua área de atuação.

Como trata-se da área de entretenimento, os concorrentes podem tidos como todos da área da economia criativa como:

Cinema Teatro Shows

Cabelereiro

Salão de beleza

8.2 Comunicação dos concorrentes diretos

8.2.1. Democracia em Vertigem (2019)

Os produtores de Democracia em Vertigem divulgaram o documentário pelo Youtube, no ca -

nal da Netflix Brasil, disponibilizando alguns teaser s em diferentes semanas antes do lançamento oficial na Netflix. Além disso, após o lançamento do documentário, muitos atores e influenciadores digitais divulgaram em suas redes sociais, fazendo com que o filme ganhasse grande visibilidade do público engajado.

8.2.2. A 13ª Emenda (2016)

O documentário aborda a correlação entre a criminalização da população negra dos EUA e o boom do sistema prisional do país.

Em sua divulgação, algumas semanas antes, foram feitos teaser s curtos com trechos do documentário no youtube e além disso, em cada teaser era relatado um dado diferente sobre a população negra nos EUA, mostrando a situação deles na sociedade. Para o documentário A Margem, este tipo de comunicação será efetiva, e serão produzidos teaser s contendo dados sobre os moradores de rua que despertem a curiosidade sobre o tema.

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8.3. Benchmarking (com ênfase em comunicação)

8.3.1. Democracia em Vertigem (2019)

Além disso, após o lançamento do documentário, muitos atores e infl uenciadores digitais divulgaram em suas redes sociais, fazendo com que o fi lme ganhasse grande visibilidade do público engajado.

Pelo fato de o À Margem tratar de um assunto sobre problemas sociais, a divulgação em jornais online pode ser muito efetiva pois é onde muitas pessoas se informam sobre o que está acontecendo atualmente.

8.3.2.A 13ª Emenda (2016)

O documentário Democracia em Vertigem (2019) usou como principal fonte de comunicação o youtube, no canal da Netfl ix Brasil, disponibilizando alguns teaser s em diferentes dias antes do lançamento ofi cial na Netfl ix.

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O documentário aborda a correlação entre a criminalização da população negra dos EUA e o boom do sistema prisional do país.

Em sua divulgação, algumas semanas antes, foram feitos teaser s curtos com trechos do documentário no youtube e além disso, em cada teaser era relatado um dado diferente sobre a população negra nos EUA, mostrando a situação deles na sociedade. Para o documentário A Margem, este tipo de comunicação será efetiva, e serão produzidos teaser s contendo dados sobre os moradores de rua que despertem a curiosidade sobre o tema.

78

9. DIVULGAÇÃO

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O grande desafio dessa campanha é atrair a atenção e impactar os públicos de interesse na abordagem de um tema árduo, sobre a realidade de moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro, através do documentário.

O objetivo principal de comunicação da campanha, é instigar a curiosidade sobre a realidade de moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro, atraindo a atenção dos públicos de interesse potenciais, a fim de motivá-los a assistirem o documentário.

A estratégia que será usada dentro da campanha, têm como principal propósito, comunicar a trama do filme de uma forma diferenciada, usando mídias digitais e explorando os pontos principais do documentário, para criar identificação com o público-alvo e gerar uma curiosidade pelo tema que é abordado no documentário.

9.1 Desdobramento digital

QUADRO 7 – TIMELINE FASES DA CAMPANHA

A rua é a minha Olhe ao seu redor 2 Meses

Fonte: Feito pelos autores 2020

Essa poderia ser a sua história 2 Meses

A campanha de comunicação digital terá uma duração de 6 meses, com o objetivo de falar com os seus públicos a partir de julho de 2020. Dentro desses 6 meses a campanha será dividida em 3 fases e cada fase tendo uma duração de 2 meses.

9.1.1 Fase 1: A rua é a minha casa (chamar a atenção)

O objetivo dessa fase, é mostrar a potencialidade do documentário e construir uma curiosidade, para com o público, sobre viver como um morador de rua.

80
NOME TEMPO casa 2 Meses

A estratégia que será usada é apresentar aos públicos, a curiosidade e o lado sombrio de viver como um morador de rua.

A defesa para essa fase tem como o objetivo, chamar atenção de públicos de interesse, comunicando sua potencialidade, atentando para a curiosidade de viver como um morador de rua.

9.1.2 Fase 2: Olhe ao seu redor (aproximar)

O objetivo dessa fase é fortalecer relações com os públicos da campanha e do projeto e levantar questionamentos sobre as dificuldade, de como é viver como um morador de rua.

A estratégia que será usada é alcançar um engajamento expressivo com o público, e concretizar o pensamento de como o documentário pode trazer questionamentos muito importantes e necessários, a respeito do tema abordado.

A defesa para essa fase é de fortalecer o projeto com os públicos, justamente através da apresentação de questionamentos e dificuldades que o personagem viveu.

9.1.3 Fase 3: Essa poderia ser a sua história (engajar)

O objetivo dessa fase é alcançar um engajamento expressivo com o público, e concretizar o pensamento de como o documentário pode trazer questionamentos muito importantes e necessários, a respeito do tema abordado.

A estratégia que será usada nessa fase, é transparecer o contexto de comunidade e empatia que o projeto alcançou. Os públicos precisam entender como é viver dessa forma e questionar a si mesmos e a sociedade do que pode ser feito para mudar esse quadro, dentro da cidade do Rio de Janeiro.

A defesa para essa fase é a consolidação do posicionamento adotado pelo projeto, onde o público irá desenvolver uma visão mais empática e de comunidade com o tema abordado.

9.2 Produção

A produção será desenvolvida dentro das 3 fases da campanha, A Rua é a minha casa, Olhe ao seu redor e Essa poderia ser a sua história.

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9.2.1 Fase 01: A rua é a minha casa

Essa fase da campanha terá duração de 2 meses e irá ocorrer no período de Julho e Agosto.

O objetivo dessa fase da campanha, é instigar a curiosidade no público de viver como é viver que nem um morador de rua. Além de fazer com que blogs e outras mídias façam críticas do documentário, para aumentar dados orgânicos.

A verba destinada para essa fase da campanha, será de 30%.

9.2.2 Fase 02: Olhe ao seu redor

Essa fase da campanha terá duração de 2 meses e irá ocorrer no período de Setembro e Outubro.

O objetivo dessa fase da campanha, e levantar questionamentos como as pessoas que moram nas ruas são ignoradas no dia a dia.

A verba destinada para essa fase da campanha, será de 30%.

9.2.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história

Essa fase da campanha terá duração de 2 meses e irá ocorrer no período de Novembro e Dezembro.

O objetivo dessa fase da campanha, é trazer questionamentos muito importantes e necessários, para a sociedade sobre a negação de cidadãos moradores de rua.

A verba destinada para essa fase da campanha, será de 40%.

9.3 Distribuição

Os canais selecionadas para distribuição serão os de marketing digital, relações públicas, assessoria de imprensa e mídias out-of-home .

9.3.1 Fase 01: A rua é a minha casa

A distribuição de mídia nessa fase do projeto será feita através do marketing digital e relações públicas.

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9.3.2 Fase 02: Olhe ao seu redor

A distribuição de mídia nessa fase do projeto é através do marketing digital, relações públicas, assessoria de imprensa e mídia out-of-home .

9.3.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história

As mídias nessa fase do projeto serão o marketing digital e mídia out-of-home .

No item 9.4 detalha-se a função de cada uma das mídias em suas fases de planejamento.

9.4 Promoção

9.4.1 Fase 01: A rua é a minha casa

No marketing digital será utilizado como plataformas principais o Instagram e o Facebook. Dentro do Instagram e Facebook serão veiculados posts textuais e produções semanais de vídeo, como também a produção de stories diários durante toda essa fase. O foco será apresentar conteúdos atuais sobre

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moradores de rua e dados importantes a fim de gerar mídia orgânica através de compartilhamento.

Na ferramenta relações públicas o foco é estabelecer comunicação com grupos específicos como críticos e jornalistas. Serão realizados encontros entre os diretores do documentário com esse grupo específico (críticos e jornalistas) a fim de levar informações exclusivas para eles, com o objetivo de gerar mídia espontânea através destes.

9.4.2 Fase 02: Olhe ao seu redor

O planejamento prossegue com o marketing digital nas plataformas Instagram e o Facebook com a mesma estratégia da Fase 1; será igual também nos processos de relações públicas - o foco em comunicação com grupos específicos: críticos e jornalistas.

Nesta fase entra a assessoria de imprensa atuando no seeding e contato com influenciadores e formadores de opinião, através do envio de um press kit , com o objetivo de apresentar o projeto.

Dentro de mídia out-of-home serão veiculadas peças trazendo dados relevantes sobre moradores de rua no Brasil, que levantam o debate sobre o tema da invisibilidade social em relação as pessoas que moram nas ruas e claro, um call to action para assistir ao documentário.

9.4.3 Fase 03: Essa poderia ser a sua história

O marketing digital segue com a mesma estratégia das outras fases, com post textuais e vídeos; no entanto, o foco nesta fase é divulgar trechos do documentário que já terá sido foi lançado há dois meses; trazendo cenas dos bastidores, conversas com o elenco, produção e cenas inéditas.

No midia out-of-home será trabalhado a mensagem “essa poderia ser sua história”. Serão anúncios nas ruas do Brasil apresentando o documentário instigando a curiosidade de como é viver na pele de um morador de rua e como eles são tão cidadãos como qualquer outro e a história dele poderia ser a de qualquer outro.

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10. ESCALETA

85

ESCALETA

CENA 1 - INTRODUÇÃO

O documentário começa sem inserção de personagens, apresentando as maravilhas e belezas da cidade do Rio de Janeiro e os luxos que poucos desfrutam na cidade. Algumas interferências vão apresentando os contrastes: lugares abandonados e sujos versus bairros gradeados e ajardinados; pontes e viadutos enquanto mobilidade versus moradia.. As interferências dominam o audiovisual e inserem o espectador no conteúdo do documentário.

CENA 2 - A PRODUÇÃO

Através de metalinguagem o espectador acompanhará todo o planejamento da produção, como o plano de inserir a equipe (um ou dois integrantes) no universo do morador da rua por alguns dias,vivenciando e documentando todas as situações realtime.

CENA 3 - INDO PARA RUA

O personagem escolhido [Jorge] para viver os anseios de um morador de rua é apresentado. Ele é levado para um lugar do Rio de Janeiro sem pertences (relógios, celular, etc.) a partir daquele momento ele só tem a rua.

CENA 4 - FAZENDO NOVOS AMIGOS

Jorge encontra moradores de rua e começa a vivenciar de maneira integral a rua. O objetivo dele é trazer o foco do documentário para as pessoas que ele vai conhecer e a vida dela. Entender seus medos e seus sonhos. Entender sua história.

CENAS DE INSERÇÃO [DADOS EM MOTION GRAPHICS)

Dados de moradores de rua no Brasil são apresentados em textos sobrepondo a fala de especialista sobre o assunto.

CENAS DE INSERÇÃO [METALINGUAGEM)

Jorge relatando diretamente para câmera dificuldades que está sentindo na rua, coisas simples por exemplo: não saber as horas, não saber o que está acontecendo no mundo, não poder ter acesso a higiene básica, etc.

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11. FINANÇAS DO PROJETO

87

O investimento total desse projeto é R$ 767.050,00. Dentro do valor total foi detalhado da seguinte forma: Equipe técnica; Elenco; equipamentos e Fornecedores; Despesas de produção e Logística; Pós-produção e impostos.

Todos esses valores foram estimados através de profissionais do mercado, que puderam passar uma despesa condizente com a realidade do mercado.

11.1 Equipe técnica

As despesas que serão realizadas com a equipe técnica, serão usadas com o diretor geral;assistente; diretora de produção; roteirista; produtor executivo; diretor de fotografia; assistente de câmera; diretor de arte; diretor de figurino; maquiagem e técnico de som.

Essa é a parte do projeto onde terá o maior custo, o detalhamento do investimento na equipe técnica totalizado em R$ 309.000,00.

No tabela abaixo tem os valores detalhados de função na equipe técnica.

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Fonte: Elaborada pelos autores, 2020

11.2 Elenco

As despesas nessa parte do projeto se divide em produtor de elenco/pesquisa e entrevistador.

O projeto terá apenas um personagem, esse que vai viver a experiência de um morador de rua e outros integrantes serão os próprios moradores de rua.

O detalhamento do investimento na elenco totalizado em R$ 14.394,00, como mostra na tabela abaixo.

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Tabela 01 - Despesas da Equipe técnica
ORÇADO R$60.000,00 R$51.000,00 R$30.000,00 R$ 16.194,00 R$21.000,00 R$48.000,00 R$18.000,00 R$42.000,00 R$12.000,00 R$6.000,00 R$15.000,00 R$6.000,00 R$309.000,00 R$10.000,00 R$8.500,00 R$5.000,00 R$2.699,00 R$3.500,00 R$8.000,00 R$3.000,00 R$7.000,00 R$2.000,00 R$1.000,00 R$2.500,00 R$500,00 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Job job Job dia dia Job dia Job dia dia dia dia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 Diretor geral Produção Executiva Diretora de produção Assistente de direção Roteirista Dir. Fotografia Ass. Camera/Logger
De arte Figurinista maquiagem Tec som Segurança SUBTOTAL
1. EQUIPE TECNICA ESPECIFICAÇÕES QTDE. UNI. QTD/UNI VLR UNIT. ORÇADO
Diretor.
1

Entrevistador

SUBTOTAL 2

Fonte: Elaborada pelos autores, 2020

11.3 Equipamentos e Fornecedores

As despesas que serão realizadas nessa parte do projeto, serão com câmeras e acessórios (equipamentos), mov. de câmera e drone (equipamentos), storage e transporte.

Dentro desse tópico foram listados todos os itens necessários para a realização do projeto, o detalhamento do investimento em Equipamentos e fornecedores totalizado em R$ 48.000,00, como mostra a tabela abaixo.

Storage Transporte

SUBTOTAL 3

Fonte: Elaborada pelos autores, 2020

90
Tabela 02 - Despesas de Elenco
QTDE. UNI. QTD/UNI VLR UNIT. ORÇADO ORÇADO R$ 8.394,00 R$6.000,00 R$14.394,00 R$1.399,00 R$1.000,00 6 6 dia dia 1 2
2. ELENCO ESPECIFICAÇÕES Produtor elenco / pesquisa Tabela 03 - Despesas de Equipamentos e Fornecedores
QTDE.
QTD/UNI VLR UNIT. ORÇADO ORÇADO R$24.000,00 R$18.000,00 R$6.000,00 R$48.000,00 R$2.000,00 R$1.500,00 R$500,00 6 6 6 dia dia dia 2 2 2
3. EQUIPAMENTOS/ FORNECEDORES ESPECIFICAÇÕES
UNI.
Câmera e acessórios Mov. De camera / Drone

11.4 Despesas de produção e Logística

As despesas que serão realizadas serão, com alimentação para a equipe, transporte de equipamento, transporte da equipe, locação e autorizações, seguro equipe, seguro equipamento, verba arte, verba figurino, verba de elenco e verba de produção.

Dentro desse tópico foram listados todos os itens necessários para a realização do projeto, o detalhamento do investimento em despesas de produção e logística totalizado em R$ 48.000,00, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 04 - Despesas de produção e logística

Fonte: Elaborada pelos autores, 2020

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DE PRODUÇÃO / LOGÍSTICA ESPECIFICAÇÕES QTDE. UNI. QTD/UNI VLR UNIT. ORÇADO ORÇADO R$38.400,00 R$3.000,00 R$3.000,00 R$2.400,00 R$ 15.000,00 R$8.100,00 R$9.000,00 R$9.000,00 R$ 9.000,00 R$9.000,00 R$81.900,00 R$400,00 R$500,00 R$500,00 R$400,00 R$2.500,00 R$1.350,00 R$1.500,00 R$1.500,00 R$1.500,00 R$1.500,00 12 6 6 6 6 6 6 6 6 6 pax x dia job dia dia job job job job job 8 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Alimentação/Perdiem Equipe Transporte equipamento Transporte equipe Locação / autorizações Seguro equipe Seguro equipamento verba arte verba figurino Verba de elenco Verba de produção
4. DESPESAS
SUBTOTAL 4

11.5 Despesas de pós-produção

Essa parte do projeto terá duração de 6 semanas, e os gastos que serão realizadas, ficaram divididos com uma produtora de pós, montador, assistente de montagem, motion designer, colorista, trilha sonora, mix/sound design, storage /backup, verba de produção.

Dentro desse tópico foram listados todos os itens necessários para a realização do projeto, o detalhamento do investimento em despesas de pós-produção totalizado em R$ 72.550,00, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 05 - Despesas de pós-produção

5. PÓS-PRODUÇÃO

5

Fonte: Elaborada pelos autores, 2020

92
ESPECIFICAÇÕES QTDE. UNI. QTD/UNI VLR UNIT. ORÇADO ORÇADO R$18.000,00 R$15.000,00 R$4.800,00 R$6.000,00 R$6.000,00 R$3.000,00 R$9.000,00 R$750,00 R$10.000,00 R$72.550,00 R$3.000,00 R$1.250,00 R$800,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.500,00 R$750,00 R$10.000,00 6 6 6 6 6 6 6 1 semana editor x semana semana semana semana semana job job 1 2 1 1 1 1 1 1 1 Produtora de pós Montador Ass. Montagem Motion designer Correção de cor trilha sonora Mix / sound esign Storage / Back up Verba de produção
SUBTOTAL

11.6 impostos

Esse valor está enquadrado dentro da Alíquota estabelecida na tabela do simples nacional, que no nosso projeto foi de 6% em cima do valor total de venda do projeto.

O valor de venda desse projeto foi fixado em R$ 1.560.000,00.

Desta forma, o valor que será pago de imposto nesse projeto, será de R$ 249.600,00.

11.7 Retorno sobre o investimento do projeto

O projeto terá valor de R$ 775.444,00 e será vendido por R$ 1.560.000,00, obtendo, então um ganho de R$ 784.556,00.

Desta forma, a taxa de retorno do filme será de 1,17% acima do valor investido, ou seja o ganho acima do valor investido será de 101,17%.

93

PESQUISAS (ANEXOS)

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Anexo 1 - Roteiro de Pesquisa Qualitativa 1

Para produtores audiovisuais de documentários

Breve apresentação do entrevistador

Nome Profissão

Idade Residência

Quanto tempo de experiência de mercado

Aspectos motivacionais

• O que te motivou atuar no mercado audiovisual com documentários?

• No seu ponto de vista, o que esse mercado de documentários representa para economia criativa?

• Qual é a sua formação?

• Você sempre foi produtor com foco em documentários ou já trabalhou em outros formatos de mídia audiovisual?

• Para você, o gênero documentário, pode ser considerado com uma forma de esclarecer dúvidas das pessoas?

• Você considera que o mercado de documentários está em um momento de grande demanda?

Projeto

O documentário apresenta a inclusão de dois jovens classe média alta no dia a dia dos moradores de rua da cidade. Os jovens irão vivenciar uma experiência de 48 horas com estas pessoas, sentindo na pele a invisibilidade social e as dificuldades enfrentadas por cerca 100 mil pessoas no Brasil (IPEA, 2019). O documentário busca apresentar como esses indivíduos em situação de rua chegaram aonde estão hoje; quais são seus anseios e medos; como fazem para se alimentar e seus cuidados com a saúde.

• O que você achou da ideia? E o formato (os diretores vivenciarem do dia a dia dos moradores de rua?

• O que falta na narrativa em sua opinião?

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• Qual é a sua percepção sobre esse tema no mercado audiovisual? Você enxerga como um conteúdo que pode ter uma boa receptividade? Sim ou não. Por quê?

• Quais são as dificuldades?

• O que é imprescindível ser abordado neste tipo de tema em um documentário?

• Poderia citar exemplos de documentários premiados e por quê se destacam no mercado no seu ponto de vista?

• De que forma você acredita que este documentário pode contribuir na relação entre moradores de rua, sociólogos e sociedade?

• Em qual media você acredita que esse documentário teria uma procura maior? Por quê?

• Em relação a divulgação, qual seria a ação de marketing mais indicada?

• E em relação a captação de recursos para a produção?

• E as leis de incentivo neste momento?

Anexo 1 - Roteiro de Pesquisa Qualitativa 2

Para assistentes sociais

Nome

Profissão Idade Residência Quanto tempo de experiência de mercado

Aspectos motivacionais

• O que te levou a trabalhar como assistente social?

• O que os moradores de rua no Rio de Janeiro simboliza para você?

• Qual é a sua formação?

• Você sempre foi assistente social ou já trabalhou com outros segmentos ou exerceu atividades relacionadas a assistência de pessoas necessitadas no Rio de Janeiro?

• Qual é o seu nível de envolvimento com trabalhos ou projetos que visam auxiliar moradores de rua da cidade do Rio de Janeiro?

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Projeto

O documentário apresenta a inclusão de dois jovens classe média alta no dia a dia dos moradores de rua da cidade. Os jovens irão vivenciar uma experiência de 48 horas com estas pessoas, sentindo na pele a invisibilidade social e as dificuldades enfrentadas por cerca 100 mil pessoas no Brasil (IPEA, 2019). O documentário busca apresentar como esses indivíduos em situação de rua chegaram aonde estão hoje; quais são seus anseios e medos; como fazem para se alimentar e seus cuidados com a saúde.

• Você gosta de filme documentário?

• O que te faz assistir um documentário?

• Quais são os pontos positivos de um documentário, para a sociedade?

• Para você, a ideia do documentário deste projeto é uma maneira de retratar a realidade dos moradores de rua e contribuir para maior visibilidade para essa situação de abandono?

• Você acredita que um documentário poderia ajudar essas pessoas de alguma maneira, além de

maior visibilidade do tema na mídia? Qual seria o impacto no seu ponto de vista, para a sociedade e especialistas do meio social?

• Na sua visão, o que seria indispensável abordar/retratar em um documentário com esse tema?

• Qual seria a mensagem principal, na sua opinião, deve ser passada neste documentário?

• Quais aspectos são necessários ter mais cautela ao abordar o tema em um documentário?

Anexo 1 - Roteiro de Pesquisa Qualitativa 3

Nome Profissão

Idade

Residência

Quanto tempo de experiência de mercado

Para antropólogo

Aspectos motivacionais

• Qual foi a maior motivação a qual lhe incentivou a estudar antropologia?

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• Após iniciar sua carreira como antropóloga, como você define esse cenário desigual, sobre aspectos sociais e econômicos,o qual vivemos atualmente?

• Você já desenvolveu algum estudo com o foco em compreender mais a fundo a realidade de moradores de rua? Se sim, quais foram os principais aspectos que você buscou analisar e por quê?

• Para você, como a sociedade enxerga os moradores de rua?

• Na sua visão como antropóloga, como você descreveria a situação dos moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro?

• Atualmente, na cidade do Rio de Janeiro, ainda temos muitos moradores de rua. Quais são os obstáculos e dificuldades, no seu ponto de vista, que essas pessoas enfrentam diariamente? Por quê?

Projeto

• O documentário apresenta a inclusão de dois jovens classe média alta no dia a dia dos moradores de rua da cidade. Os jovens irão vivenciar uma expe-

riência de 48 horas com estas pessoas, sentindo na pele a invisibilidade social e as dificuldades enfrentadas por cerca 100 mil pessoas no Brasil (IPEA, 2019). O documentário busca apresentar como esses indivíduos em situação de rua chegaram aonde estão hoje; quais são seus anseios e medos; como fazem para se alimentar e seus cuidados com a saúde.

• Você gosta de filme documentário?

• O que te faz assistir um documentário?

• Quais são os pontos positivos de um documentário, para a sociedade?

• Você costuma assistir documentários com o foco social? Se sim, por quê?

• Para você, quais pontos principais devem ser abordados sobre o tema em um documentário? Por quê?

• Como antropóloga, quais as precauções que devem ser tomadas durante ao desenvolvimento e execução de um documentário sobre moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro?

98

Anexo 2 - Questionário de Pesquisa Quantitativa

PGE AUDIOVISUAL

O formulário a seguir possui caráter acadêmico. Através deste questionário, o objetivo é compreender o comportamento de consumo de determinado público, o qual tenha interesse por documentários, assuntos relacionados a natureza social e direitos humanos e consumo via streaming .

SOBRE VOCÊ

Gostaríamos de conhecer e entender um pouco sobre o seu perfil!

Todas as informações serão mantidas como sigilosas.

1. Como você se identifica?

Como mulher Como homem

Prefiro não definir

2.Quantos anos você tem?

a)15-18

b)19-21

c)22-25

d)26-29

e)30-33

f)34 ou mais

3.Aonde você mora?

-Zona Norte - RJ

-Zona Sul - RJ

- Zona Oeste - RJ

-Niterói

-Other:----------------------------------------------

4.Qual sua renda familiar mensal?

-até 2 salários mínimos

-2 a 4 salários mínimos

-4 a 10 salários mínimos

-10 a 20 salários mínimos

- Acima de 20 salários mínimos

-Prefiro não dizer

99

5-Qual é a sua profissão?

-Empresário

-Executivo

-Trabalho em multinacional

-Estudante

-Desempregado

CONSUMO

7-Você costuma assistir a documentários?

Sim.

Não - Encerrar a pesquisa.

8-Qual é a frequência que você procura por esse entretenimento?

-Toda semana

-Todo mês

-Pelo menos uma vez a cada três meses

- Raramente

9-Quais são os temas de documentários você mais costuma assistir? Escolha 3.

-Biografias

- turismo e viagem

-Esportivo

-Meio ambiente

-Político social

-Científico

-Religiosos

life style

Outros

10-Por quais motivos você escolhe assistir um documentário?(escolha até 3 opções)

-Curiosidade por determinado tema

-Objetivos profissionais

-Objetivos econômicos

-Objetivos sociais

-Objetivos políticos

-Objetivos acadêmicos

-Lazer

11-Em qual situação você costuma a assistir mais documentários?

-Quando estou sozinho

-Quando estou com amigos

-Quando estou com colegas de trabalho

-Quando tenho projeto futuro sobre o tema

100

-Quanto tenho interesse sobre determinado assunto que está em alta

MOTIVAÇÃO

12-Para você, qual é a motivação” para assistir um documentário de conteúdo político-social?

Resposta aberta.

13-Você se considera uma pessoa seletiva em relação ao conteúdo o qual irá assistir em um documentário?

-Sim, costumo pesquisar antes de assistir determinado documentário.

-Não, não procuro informações ou opiniões de outras pessoas antes de assistir um documentário.

-Depende da situação.

DEPENDE

14-Por quê depende?

15-Quais são as redes sociais mais usadas por você? (escolha até 3)

-Whatssapp

-Instagram

-Facebook

-Twitter

-TikTok

-Youtube

16-Qual é a frequência que você utiliza essas redes sociais acima?

-Diariamente

-Pelo menos 3 vezes na semana

-Pelo menos 1 vez na semana

17-Quais mídias streaming você tem preferência? (escolha até 3)

-NETFLIX

-YOUTUBE

-HULU

-AMAZON PRIME VIDEO

-GOOGLE PLAY

-GLOBO PLAY

-TELECINEPLAY

-ITUNES

-VUDU

-DISNEY +

-POPCORN

-HBONOW

-YOUTUBE

-AMAZON PRIME VIDEO

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-NET NOW -OUTRAS

18-Qual das 3 opções acima escolhidas, você assina serviço premium?

Resposta aberta

DOCUMENTÁRIOS

17- Cite 2 documentários que você considera uma referência do gênero:

18 - Para você, quais documentários abaixo são referência de mercado?

-Chernobyl

-Conversando Com Um Serial Killer: Ted Bundy

-No Coração do Ouro – O Escândalo da Seleção Americana de Ginástica

-Privacidade Hackeada

-Deixando Neverland

-Bandidos na TV

-Democracia em Vertigem

19-O que mais te motivou a escolher esse documentário como referência?

-Roteiro

-Tema

-Abordagem dos fatos

-Personagens

-Atores

20-Você se considera uma pessoa interessada por assuntos sociais e relacionados a direitos humanos? Sim Não

21- você acredita que um documentário com propósito social com o foco em moradores de rua no Rio Janeiro, faz parte do conteúdo o qual você considera relevante?

-Sim, esse conteúdo é relevante para mim.

- Não, não considero esse conteúdo relevante para o universo do meu conhecimento.

21-Por que é relevante para você?

Resposta aberta.

22 - o que você acha imprescindível o documentário apresentar ?

Resposta aberta.

102

REFERÊNCIAS

103

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108

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112

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