Febrasgo 50 anos

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de hist贸ria

Febrasgo 50 anos de hist贸ria

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de hist贸ria Rio de Janeiro - 2009

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Febrasgo: 50 anos de história / Renato Gregório (organizador) – Rio de Janeiro: Editora DOC, 2009. 1ª edição - 196p. ISBN 978-85-62608-13-1 1. Febrasgo: 50 anos de história. I. Gregório, Renato (org.) CDD-060


PREFÁCIO Difícil iniciar um texto tão importante, pois esta não é uma mensagem simples. Trata-se de uma homenagem à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a nossa querida Febrasgo. É com muita honra que transcrevo os meus mais sinceros sentimentos a esta federação que faz parte da minha e das nossas vidas. Se hoje a Febrasgo comemora 50 anos, é porque em sua história muitos foram os corajosos que enfrentaram os grandes desafios para que ela se tornasse uma das mais respeitadas instituições médicas do país. É difícil citar nomes, pois em um breve lapso da memória posso esquecer o nome de alguém e não quero ser injusto com todos aqueles que construíram a Febrasgo. “Obrigado” é a melhor palavra para homenagear os precursores desta trajetória tão bela. Durante este caminho, muitos obstáculos estiveram presentes, porém nada que pudesse impedir o trabalho dedicado de todos que passaram pela Febrasgo. Assim como o mundo mudou entre 1959 e 2009, a Ginecologia e Obstetrícia também evoluíram bastante. A Febrasgo acompanhou essas transformações lado a lado, e tem se reinventado sempre. Sua área de atuação foi paulatinamente cobrindo todo o território nacional. Só uma cobertura total do nosso país poderia garantir que a qualificação dos nossos ginecologistas e obstetras proporcionasse um melhor atendimento possível da mulher brasileira. Mas não é só de pretérito que vive a Febrasgo. Trabalhar com o sexo feminino e com a emoção de trazer crianças ao mundo faz da Febrasgo uma instituição voltada para o futuro. Espero que o nosso futuro seja tão belo quanto a nossa história, que os profissionais de Ginecologia e Obstetrícia possam desempenhar o seu papel de forma cada vez mais qualificada e que a mulher brasileira, fonte rara de beleza, possa sempre estar com sua saúde em dia para continuar reluzindo o brilho que emana. Preparar um livro comemorativo como esse, resgatando passagens especiais e momentos marcantes de nossa federação, exigiu grande dedicação não só de todos os profissionais que aqui se envolveram, mas também de todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a produção desta homenagem. Para finalizar, gostaria de convidá-lo a se deliciar por entre as páginas. E lembrar também que este é apenas mais um capítulo que estamos escrevendo na história da Febrasgo.

Nilson Roberto de Melo presidente da Febrasgo


APLAUSOS PARA A FEBRASGO “A comemoração pelos 50 anos da Febrasgo é carregada de significados. Principalmente, pela participação fundamental dos profissionais de Ginecologia e Obstetrícia na construção das políticas de direitos sexuais e reprodutivos, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Por meio da atenção integral à saúde da mulher – com uma visão ampla, que rompe o paradigma de olhar a mulher apenas em seu papel materno – o Ministério da Saúde encontrou na parceria com a Febrasgo energia e densidade teórica para convencer grupos filosóficos e religiosos de que cuidar da mulher pressupõe cuidados amplos — desde questões mentais e orgânicas até sua inserção social e no mercado de trabalho. Como ministro, mas principalmente como sanitarista, vi com satisfação o envolviJosé Gomes Temporão Ministro da Saúde

mento decisivo da Febrasgo no processo de estruturação do Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Seu apoio foi essencial para a aprovação da Política Nacional de Planejamento Familiar e do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, reconhecido como um exemplo pela Organização das Nações Unidas. Isso sem contar com as valiosas contribuições da Febrasgo para a Política de Humanização do Parto e Nascimento, para o aumento da licença-maternidade, para as campanhas em defesa do parto natural e contra cesáreas desnecessárias e sem indicações técnico-científicas, além de todo o trabalho desenvolvido para qualificar ginecologistas e obstetras. Agora estamos juntos em um novo e importante desafio: a redução da mortalidade infantil, especialmente na região Nordeste e na Amazônia. Embora a taxa de mortalidade infantil no Brasil esteja em queda contínua desde 1990, precisamos avançar ainda mais. É uma tarefa complexa, que exige de nós o entendimento das desigualdades e iniquidades em um país de dimensões continentais. Aos amigos e profissionais da Febrasgo deixo meus parabéns pelo 50º aniversário e pelo belíssimo trabalho realizado. Sucesso, e que a nossa parceria se mantenha ao longo dos anos”.


“Parabenizo a Febrasgo por chegar aos 50 anos de vida com força e energia renovadas para contribuir para o desenvolvimento das importantes políticas públicas relacionadas à saúde da mulher. Esse é um tema ao qual dedico uma atenção permanente. Como ministro da Saúde, contei muito com a federação. Além de fornecer diretrizes técnicas, ela ajuda a elaboração de manuais técnicos para a assistência pré-natal, ao parto e ao planejamento familiar. Esse material é uma referência para os 20 mil médicos da área. Em São Paulo, também contamos com a Febrasgo em nosso Programa de Saúde da Mulher, criado em 2007, no primeiro ano do meu governo. Voltado principalmente ao planejamento familiar, ao controle do câncer de mama, à assistência ao parto e ao atendimento às vítimas de violência sexual, o programa paulista capacita atualmente 400 médicos e enfermeiras obstetras, em atenção especial aos partos e emergências obstétricas. Muito obrigado, Febrasgo, por ser tão importante para todas as brasileiras” .

José Serra Governador de São Paulo e ministro da Saúde durante o governo Fernando Henrique Cardoso

“A Febrasgo, desde longa data, tem sido parceira do CFM em várias frentes de luta na valorização do médico obstetra, no parto humanizado, contra as casas de parto (da maneira como foram idealizadas - para países do terceiro mundo e sem médicos), na luta a favor do ato médico e em muitas outras ações. Sua importância na Medicina brasileira reflete-se na participação constante junto ao Ministério da Saúde, defendendo uma assistência materno-infantil de qualidade, atuando ativamente na redução da mortalidade materna e na prevenção do câncer ginecológico. Tornou-se um importante centro formador e avaliador do médico obstetra e ginecologista, aperfeiçoando a qualidade da assistência. Conseguiu, além disso, junto à Comissão NaRoberto Luiz D’Ávila Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)

cional de Residência Médica, o aumento para três anos de residência, melhorando ainda mais a formação de especialistas na área. Em nome do Conselho Federal de Medicina, mais do que parabenizar pelos 50 anos, faz-se necessário agradecer sua participação no engrandecimento não só da Ginecologia e da Obstetrícia, mas de toda a Medicina Brasileira”.


APLAUSOS PARA A FEBRASGO “A Febrasgo, ao longo dos seus 50 anos de existência, tem honrado o seu compromisso de promover o desenvolvimento de suas entidades associadas, contribuindo sobremaneira para a formação ética, técnica e científica de profissionais de Ginecologia e Obstetrícia, através da integração, promoção e disseminação do conhecimento e do zelo pelo exercício profissional. Assim, a Febrasgo exerce um papel fundamental na nossa incansável luta pela melhoria da qualidade da formação médica e de atendimento à população do Brasil. Por isso, em nome da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), tenho a grande satisfação de parabenizar a Febrasgo pelo cinquentenário dessa honrada entidade”. Paulo de Argollo Mendes Presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam)

“Há 50 anos, a Febrasgo reúne médicos em torno de objetivos comuns, incluindo melhorar a qualidade da assistência tocoginecológica. A notável capacidade de agregação por parte da entidade é fator preponderante no progresso alcançado e nas significativas contribuições que os ginecologistas e obstetras brasileiros deram à saúde da população. Por isso, nessa data tão relevante, parabenizo-os pelas conquistas, com a certeza que a Febrasgo continuará contribuindo com a saúde das mulheres do nosso país”.

José Luiz Gomes do Amaral Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)


“Como presidente do Cremerj, vejo como fundamental a celebração dos 50 anos de uma instituição como a Febrasgo. Assim como outras entidades médicas, a federação existe para lutar pela conservação da boa prática médica e acaba por exercer um papel muito maior através da promoção da educação continuada. Além disso, ela é extremamente atuante, tanto na questão científica como na questão política. Como ginecologista, não posso deixar de ressaltar minha satisfação em ver uma entidade que serve de guia para o nosso cotidiano no consultório chegar aos 50 anos.” Luis Fernando Gomes Moraes Presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj)

“Ao longo de seus 50 anos, a Febrasgo vem prestando relevantes serviços aos médicos e à sociedade. Além de prezar pela qualificação médica e científica da Ginecologia e da Obstetrícia, a Febrasgo tem apontado com propriedade a necessidade de superar sérios problemas relacionados à saúde da mulher no Brasil, como as altas taxas de mortalidade materna, o aborto inseguro, a violência contra a mulher e as dificuldades de acesso ao pré-natal e aos métodos anticoncepcionais. O cinquentenário da Febrasgo engrandece a Medicina do Brasil”. Henrique Carlos Gonçalves Presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp)

“A Febrasgo é uma das mais organizadas sociedades médicas de especialidade, com representatividade no Brasil inteiro. Para a Medicina, as sociedades, assim como a Febrasgo, têm papel importante e fundamental na divulgação da especialidade, no compromisso com os especialistas e na defesa dos pacientes que busca tratar. E a Febrasgo faz isso muito bem.” Sidney Glina Urologista paulista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)


Diretoria 2008-2011

Presidentes das regionais

Nilson Roberto de Melo

Acre

Paraíba

Presidente

Síglia Sousa de França

Geraldez Tomaz

Francisco Eduardo Prota

Alagoas

Paraná

Secretário-executivo

Telmo Henrique Barbosa de Lima

Hélvio Bertolozzi Soares

Almir Antonio Urbanetz

Amapá

Pernambuco

Vice-presidente - região Sul

Aljerry Dias Rego

Vilma Guimarães de Mendonça

Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos

Amazonas

Piauí

Vice-presidente - região Sudeste

Maria Grasiela Correia Leite

Roosevelt Furtado de Vasconcelos

Francisco Edson de Lucena Feitosa

Bahia

Rio de Janeiro

Vice-presidente - região Nordeste

James José de Carvalho Cadidé

Vera Lúcia Mota da Fonseca

Hitomi Miura Nakagava

Ceará

Rio Grande do Norte

Vice-presidente - região Centro-Oeste

Gilda Maria Leite de Araújo

Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo

Pedro Celeste Noleto e Silva

Distrito Federal

Rio Grande do Sul

Vice-presidente - região Norte

Frederico José Silva Corrêa

Beatriz Valiati

Vera Lúcia Mota da Fonseca

Espírito Santo

Rondônia

Secretária-executiva adjunta

Neide Aparecida Tosato Boldrini

Maria da Conceição Ribeiro Simões

Ricardo Oliveira e Silva

Goiás

Roraima

Tesoureiro

Juarez Antônio de Sousa

José Antonio do Nascimento Filho

Mariângela Badalotti

Maranhão

Santa Catarina

Tesoureira adjunta

Maria Helena de Assunção Pestana

Manoel Pereira Pinto Filho

Mato Grosso

São Paulo

Paulo Roberto Dutra Leão

Krikor Boyaciyan

Mato Grosso do Sul

Sergipe

Maristela Vargas Peixoto

Eline Gurgel Prado de Oliveira

Minas Gerais

Tocantins

Victor Hugo de Melo

Ana Virgínia Gama Manduca

Pará Albertino Moreira Bastos


SUMÁRIO CAPÍTULO 1

GESTAÇÃO A Ginecologia e a Obstetrícia antes da Febrasgo

CAPÍTULO 2

INFÂNCIA A Febrasgo de 1959 a 1969

CAPÍTULO 3

ADOLESCÊNCIA A Febrasgo de 1969 a 1979

CAPÍTULO 4

FASE ADULTA A Febrasgo de 1979 a 1989

CAPÍTULO 5

EXPERIÊNCIA A Febrasgo de 1989 a 1999

CAPÍTULO 6

MATURIDADE A Febrasgo de 1999 a 2009

CAPÍTULO 7

FUTURO O hoje e o amanhã da Febrasgo

15 23 45 67 91 115 183


1959

1969

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1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 1

GESTAÇÃO A Ginecologia e a Obstetrícia antes da Febrasgo

De joelhos Bendita seja a Mãe que te gerou. Bendito o leite que te fez crescer. Bendito o berço aonde te embalou A tua ama, pra te adormecer! Bendita essa canção que acalentou Da tua vida o doce alvorecer... Bendita seja a lua que inundou De luz, a terra, só para te ver... Benditos sejam todos que te amarem, As que em volta de ti ajoelharem Numa grande paixão fervente e louca! E se mais que eu, um dia, te quiser Alguém, bendita seja essa Mulher, Bendito seja o beijo dessa boca!

Florbela Espanca | Poetisa portuguesa (1894-1930)

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O

nascimento da Febrasgo em 1959 é considerado um grande marco para o estudo e para a prática da Ginecologia e da Obstetrícia no Brasil. Antes, porém, houve o exercício da espera. Assim como uma criança que cresce em segurança

no ventre da mãe, a Medicina, a Ginecologia e a Obstetrícia passaram por momentos de desenvolvimento antes de a Febrasgo nascer. Foi uma gestação que não durou apenas nove meses e, sim, levou anos, décadas e até séculos. A linha do tempo a seguir mostra a evolução da Ginecologia e da Obstetrícia ao longo da História, apontando os acontecimentos marcantes para a sua atual formação. Aperte os cintos e se prepare para esta viagem no tempo.

ANTES DE CRISTO A Medicina sempre foi uma ciência encantadora e que fascina o homem desde séculos antes de Cristo. Os gregos são os pioneiros no estudo de patologias, tendo como mestre Hipócrates, ainda hoje considerado o pai da Medicina devido ao seu conhecimento sobre inúmeras enfermidades. HIPÓCRATES Considerado o pai da Medicina, o grego viveu entre 460 e 377 a.C. Foi pioneiro no estudo de diversas patologias. Através da análise de seus trabalhos, é possível perceber que, já naquela época, ele identificava doenças como tuberculose, malária e pneumonia. Até hoje, o Juramento de Hipócrates, por ele criado, é repetido pelos médicos em suas formaturas.

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Capítulo 1 - Gestação

INÍCIO DO SÉCULO XIX Até o século XIX, o estudo e a prática da Medicina no mundo e principalmente no Brasil eram realizados de forma artesanal, tendo apenas durante o Renascimento sofrido um substancial avanço, através de estudos científicos e testes de laboratório.

REMBRANDT A pintura A lição de anatomia do Dr. Tulp, do artista holandês Rembrandt retrata bem os avanços científicos do período renascentista. A obra mostra uma aula de anatomia do médico Nicolaes Tulp. O corpo que aparece no quadro é de um marginal que havia sido condenado à morte por assalto à mão armada.


1808 Com a chegada da Corte Portuguesa às terras brasileiras, foi preciso desenvolver ainda mais a colônia. Fez-se necessária, então, a criação das duas primeiras escolas médicas do país: a Escola de Cirurgia, na Bahia; e a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, no Rio de Janeiro. Somente na instituição carioca havia uma cadeira de Ginecologia e Obstetrícia.

1813 a 1832 O Rio de Janeiro tem a sua escola médica CARLOTA JOAQUINA As mulheres já conseguiam grande destaque na história do Brasil em 1808. Carlota Joaquina, esposa do rei Dom João VI, desembarcou em terras brasileiras há 200 anos. Sua chegada, com a Corte Portuguesa, mudou a história da Medicina no país.

ampliada, passando a se chamar Academia Médico-Cirúrgica. A escola médica da Bahia passa a se chamar Colégio Médico Cirúrgico, quando é criada a cadeira Operações e Obstetrícia. Ambas as academias tornam-se faculdades em 1832.

1829 Fundação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, uma das primeiras sociedades médicas do país. Seis anos depois, passou a se chamar Academia Imperial de Medicina.

1854 a 1884 Três reformas nos currículos das faculdades médicas ampliam o número de disciplinas na área de Ginecologia. Entre as disciplinas criadas estão a Clínica Obstétrica e Ginecológica, a Obstetrícia e o estudo de Partos, moléstias de mulheres pejadas e de crianças recém-nascidas. A Ginecologia e a Obstetrícia antes da Febrasgo

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1925 1884 Erico Coelho, considerado o primeiro professor de

É publicado o livro Câncer do colo uterino, de Armando Aguinaga, uma das primeiras obras específicas da área de Ginecologia no Brasil.

Ginecologia do Brasil,

1935

assume a cadeira de Clínica

Arnaldo de Moraes, hoje considerado uma das referências

obstétrica e ginecológica da

nacionais na Ginecologia, lança inúmeros títulos, entre eles:

Faculdade do Rio de Janeiro.

Orientação moderna em Ginecologia, Hormônios sexuais femininos e Diagnóstico e profilaxia do câncer de útero.

1945 a 1958

1885 a 1889 Período de grandes transformações. As mulheres passaram a poder assistir às aulas das faculdades de Medicina, sem que houvesse segregação. Com a República, a Academia Imperial adotou o nome de Academia Nacional de Medicina.

Fundação das Associações de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, de Pernambuco, do Paraná, do Rio Grande do Norte e do Rio Grande do Sul.

1947 Arnaldo de Moraes funda o Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considerado um dos marcos da Ginecologia como especialidade médica.

1899 a 1920 Fundação das Faculdades de Medicina de Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e do Recife.

1959 Durante a XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Minas Gerais, é criada a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

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Capítulo 1 - Gestação


OS PRIMEIROS EVENTOS DE GINECOLOGIA NO BRASIL 1940

I Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

1945

I Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo

1946

II Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

1947

III Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Belo Horizonte (MG)

1948

II Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo

1949

IV Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador (BA)

1950

V Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no Recife (PE)

1951

III Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Belo Horizonte (MG)

1952

VI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

1953

VII Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Curitiba (PR)

1954

IV Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo

1955

VIII Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Porto Alegre (RS)

1956

IV Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador (BA)

1957

V Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

1958

X Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no Recife (PE)

1959

XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Belo Horizonte (MG)

A Ginecologia e a Obstetrícia antes da Febrasgo

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A GESTAÇÃO E A GINECOLOGIA A visão das pacientes

O que dizer de uma pessoa que tem um papel tão importante na minha vida e de tantas outras mulheres e famílias? O que dizer do médico que trouxe ao mundo meu filho, meu marido, a mim, minhas irmãs e tantas outras pessoas? O que dizer daquele que se tornou amigo e companheiro no período mais extraordinário da vida de uma mulher? Faltam palavras e sobram agradecimentos por ele ter reconhecido esse dom tão maravilhoso e por tê-lo posto em prática com tanta grandeza Joana Cardia Jardim Côrtes

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Capítulo 1 - Gestação


Há mais de dez anos me consulto com a mesma ginecologista. Sua capacidade e competência profissional sempre me deixaram tranquila. O ginecologista é um profissional fundamental para a saúde de qualquer mulher, por isso escolhi uma médica competente e atenciosa, que conseguiu conquistar a minha confiança Andrea Antunes

Esta é a minha primeira gravidez e meu ginecologista está participando de todos os momentos, fazendo um ótimo trabalho: promovendo segurança. Nessa nova aventura, o que uma mulher mais quer é tranquilidade e segurança de que tudo correrá bem Michelle Eduardo da Conceição

A Ginecologia e a Obstetrícia antes da Febrasgo

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1959

1969

1979

1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 2

INFÂNCIA A Febrasgo de 1959 a 1969

A criança A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas Age como um deus doente, mas como um deus. Porque embora afirme que existe o que não existe Sabe como é que as cousas existem, que é existindo, Sabe que existir existe e não se explica, Sabe que não há razão nenhuma para nada existir, Sabe que ser é estar em um ponto Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Fernando Pessoa | Poeta português (1888-1935)

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O MUNDO d e 1 9 5 9 a 1 9 6 9

Década de 60

1963

Com o slogan Paz e Amor, nasce o

Idealizada pelo então presidente Juscelino

John Fitzgerald Kennedy, um dos mais

movimento hippie nos Estados Unidos,

Kubitschek, Brasília é inaugurada em 21

populares presidentes norte-americanos,

alcançando grande popularidade em

de abril. O propósito de construir uma

é morto com dois tiros durante uma visita

vários pontos do planeta. Os hippies

nova capital na região central do país foi

à cidade de Dallas. Um dos tiros o atingiu

adotavam uma vida comunitária, nômade

promover o desenvolvimento do interior.

no pescoço e o segundo - fatal - acertou-

e em comunhão com a natureza.

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1960

Capítulo 2 - Infância

lhe a cabeça.


1963

1964

1969

A carreira dos Beatles, o maior fenôme-

Em 1º de abril, um golpe de estado

A corrida espacial é uma das batalhas da

no musical do planeta do século XX,

dá início à ditadura militar no Brasil,

Guerra Fria entre Estados Unidos e União

tem início em 1963 com o lançamento

interrompendo o governo do presidente

Soviética. Com o lançamento em 1961

de seu primeiro álbum, Please please me.

João Goulart. O auge da repressão

pelos soviéticos de Yuri Gagarin, primeiro

O grupo alcançou nos anos seguintes

acontece em 1968, com a proclamação

homem ao espaço, os americanos se

um sucesso jamais superado em tempo

do Ato Institucional Número 5 (AI-5),

veem obrigados a dar uma resposta. Neil

algum. A história dos Beatles se encerra

que deu ao regime poderes absolutos

Armstrong pisa na Lua oito anos depois,

de maneira trágica em 8 de dezembro de

e cuja primeira consequência foi o

enunciando a famosa frase: “Este é um

1980, quando John Lennon é assassinado

fechamento do Congresso Nacional por

pequeno passo para o homem, mas um

em Nova York.

quase um ano.

gigantesco salto para a humanidade”.

A Febrasgo de 1959 a 1969

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A FEBRASGO DE 1959/69

Fundação da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (Sgorj).

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Fundação da Febrasgo. Alberto Frância Martins é escolhido como presidente provisório.

Falecimento de Arnaldo de Moraes. Toma posse João Carlos Gomes da Silveira na presidência.

1959

1961

Capítulo 2 - Infância

1960

1963

VI Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador (BA).

VII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Porto Alegre (RS).

Eleição de Arnaldo de Moraes para presidente.

Eleição de Martiniano Fernandes para presidente da Febrasgo.


É criada a Secretaria Executiva da Febrasgo, com posse de Francisco Victor Rodrigues.

Fundação da Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia (Socego), da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal (Sgob) e da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (Sogoes).

José Bonifácio Medina é eleito presidente da Febrasgo. Fundação da Sociedade Alagoana de Ginecologia e Obstetrícia (Soalgo)

1965

1967 1966 Fundação da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO).

1969 IX Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo

VIII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Recife (PE).

A Febrasgo de 1959 a 1969

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A CERTIDÃO DE NASCIMENTO DA FEBRASGO

Idealismo, utopia ou o desejo de expandir conhecimento: o que faz uma instituição nascer? Em 1959, a vontade de unir as já existentes sociedades de Ginecologia e Obstetrícia foi a motivação para que se criasse a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Um grupo de médicos, reunidos em Belo Horizonte, não imaginava o grande passo que estava dando. Assim como Neil Armstrong daria dali a dez anos um pequeno passo na Lua que mudaria a história da humanidade, esses médicos deram novos rumos aos ginecologistas e obstetras brasileiros. Como em todo nascimento, o da Febrasgo também teve sua certidão: a ata oficial de fundação, reproduzida a seguir, com atenção especial aos seus principais destaques:

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Capítulo 2 - Infância


Constituição da assembleia para criar a nova federação Às dez horas do dia 30 do mês de outubro de 1959, na sede da Associação Médica de Minas Gerais, em Belo Horizonte, durante a realização da XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, foi instalada a Assembleia Geral para constituição da federação supraenumerada

A Febrasgo de 1959 a 1969

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Alberto Frância Martins escolhido para presidir a assembleia Por designação da Comissão Organizadora da XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, foi dada a presidência desta Assembleia Geral ao Dr. A. Frância Martins, um dos delegados do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Associação Paulista de Medicina

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Capítulo 2 - Infância


De forma unânime, nasce a Febrasgo Inicialmente, foi posto em debate a oportunidade da criação da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Por unanimidade, os delegados presentes não só julgaram oportuna como necessária, a bem da confraternização e congraçamento das sociedades pertinentes às especialidades em foco. Dest’arte, ficou criada a novel entidade

A Febrasgo de 1959 a 1969

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Membros da assembleia estabelecem a participação das sociedades filiadas Após amplos debates, nos quais tomaram parte todos os presentes, ficou estabelecido que a quota de contribuição de cada sociedade filiada à Federação será de 20% sobre o valor anual das contribuições dos sócios das respectivas sociedades, que a comporão

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Capítulo 2 - Infância


Alberto Frância Martins é escolhido presidente provisório da nova federação O Sr. Presidente, em seguida, sugeriu que fosse nomeada uma comissão para elaborar o anteprojeto dos estatutos. Manifestou-se a casa sobre a matéria e, por aclamação, foi eleito presidente da diretoria provisória da federação, com finalidade de redigir o referido anteprojeto, o Dr. A. Frância Martins, visto que o colega vem de longa data se dedicando aos problemas dessa natureza

A Febrasgo de 1959 a 1969

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Marcada para o ano seguinte a apresentação do estatuto da federação Esse anteprojeto será apresentado e apreciado, para efeitos de convocação, por ocasião da Assembleia Geral da Federação a se reunir por ocasião do VI Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia que se realizará em 1960, na cidade de Salvador

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Capítulo 2 - Infância


Os “pais” escolhem o nome da nova federação Ficou acertado que a entidade recém-criada tem a designação supraenumerada representada pela sigla Febrasgo

A Febrasgo de 1959 a 1969

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria - 1959

Alberto Frância Martins (in memoriam) Presidente Ginecologista paulista, integrou o primeiro corpo clínico do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fundador e presidente interino da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Diretoria – 1960 a 1961

Arnaldo de Moraes Filho (in memoriam) Presidente Considerado o pai da Ginecologia brasileira devido a sua enorme dedicação à profissão: foram 68 anos (1893-1961) de intenso trabalho pelo desenvolvimento da Ginecologia no país. Em prol da evolução da especialidade, Arnaldo foi catedrático da Clínica Ginecológica da Escola Nacional de Medicina e fundador e diretor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faleceu em 1961, durante sua gestão na presidência da Febrasgo.

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Capítulo 2 - Infância


Diretoria – 1961 a 1963

João Carlos Gomes da Silveira (in memoriam) Presidente Ginecologista gaúcho, muito fez pela especialidade no país, principalmente em sua região. Presidiu a Sociedade de Cirurgia do Rio Grande do Sul. Fundador da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul (Sogirgs). Além de médico, também era escritor e poeta e lançou o livro Pompeia Ressurgida.

Diretoria – 1963 a 1966

Martiniano Fernandes (in memoriam) Presidente Primeiro presidente da Febrasgo nascido na região Nordeste. Martiniano foi também secretáriogeral da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (Sogope), além de se destacar na luta política. Foi senador da República na década de 50.

A Febrasgo de 1959 a 1969

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1967 a 1969

José Bonifácio Medina (in memoriam) Presidente Ginecologista paulista, destacou-se principalmente no ensino da especialidade, sendo membro e diretor da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Devido ao seu sucesso acadêmico, alcançou a presidência da Febrasgo em 1967.

Francisco Victor Rodrigues (in memoriam) Secretário-executivo Primeiro secretário-executivo da Febrasgo. Antes de ser eleito para o cargo, foi professor em Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade Fluminense de Medicina, professor da Faculdade Nacional de Medicina, diretor da seção de Ginecologia e Obstetrícia do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e diretor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Capítulo 2 - Infância


CONQUISTAS E APRENDIZADOS

Em 30 de outubro de 1959, durante a XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia realizada em Belo Horizonte, uma pequena criança chegava ao mundo: a Febrasgo. Apesar de recémnascida, ela já carregava uma enorme responsabilidade: a de representar e defender os direitos de ginecologistas e obstetras de todo o Brasil. Tudo era novo para a federação. Os seus primeiros dez anos de vida, assim como os de qualquer criança, foi de bastante aprendizado e desenvolvimento. Durante esta década, cinco presidentes e um secretário-executivo passaram pela Febrasgo, cada um contribuindo de maneira significativa para o crescimento da federação. Alberto Frância Martins foi o primeiro presidente da Febrasgo, porém de forma interina, até decidir os rumos da mais nova federação. Não era tarefa fácil, o que exigia de todos que participaram da criação da fundação, presentes na Jornada Brasileira, muito tempo para vários debates. A Febrasgo de 1959 a 1969

39


Assim como uma criança que no decorrer da vida precisa ser educada, a Febrasgo também precisava de um estatuto próprio para impor regras e limites aos seus associados. O estatuto levou um ano para ser criado e sua aprovação aconteceu em 1960, durante o VI Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador (BA). Aos poucos, a Febrasgo cresce e aprende a ser uma sociedade forte. Ainda em 1960, a primeira diretoria toma posse, em substituição à interina. Nada melhor para traçar caminhos de uma criança do que seu pai. E foi exatamente isso que aconteceu com a Febrasgo: Arnaldo de Moraes, considerado o pai da Ginecologia brasileira, assume a responsabilidade de conduzir a Febrasgo. Arnaldo era homem que não fugia ao trabalho, com uma ampla visão dos novos caminhos da especialidade. Ele soube perceber as inovações pelas quais passava a Ginecologia, inspirada nos conhecimentos mais aprofundados de Fisiologia e influenciada pelos

Hospital Moncorvo Filho, no Centro do Rio de Janeiro, primeira sede da Secretaria Executiva da Febrasgo, na década de 60

novos rumos sociais e suas consequências na vida da mulher. Quis o destino que Arnaldo de Moraes, infelizmente, não concluísse seu mandato na Febrasgo. Em 1961, o pai da Ginecologia deixa órfãos todos que na especialidade trabalham. Para substituir um grande homem, somente outra pessoa com a mesma capacidade: João Carlos Gomes da Silveira. Homem de hábitos simples e de sólida formação humanística, em seu mandato a Febrasgo venceu o seu primeiro grande desafio. No último ano à frente da federação, em 1963, João Carlos organizou o primeiro congresso com a bandeira da Febrasgo, o memorável VII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia. Após João Carlos, mais dois presidentes acompanharam a infância da Febrasgo: Martiniano Fernandes e José Bonifácio Medina. Em 1967, um importante acontecimento mudaria a história da Febrasgo e o rumo de sua administração: a criação da Secretaria Executiva. Um dos idealizadores do cargo, Francisco Victor Rodrigues foi o primeiro a ocupá-lo. O novo cargo trouxe outra dinâmica para a federação, colocando a Febrasgo pronta para crescer ainda mais na década de 70.

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Capítulo 2 - Infância

Idelizador da Secretária Executiva, Francisco Victor Rodrigues foi o primeiro a ocupar o cargo criado em 1967


TEGO: O TÍTULO MAIS IMPORTANTE DA GINECOLOGIA

Primeira turma de especialistas da Febrasgo, em 1968, quando o título foi instituído pela federação

O Título de Especialização em Ginecologia e Obstetrícia (Tego) é a principal conquista da Febrasgo nos seus primeiros dez anos de vida. O seu regulamento foi aprovado em novembro de 1968, durante a XVII Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador. A Febrasgo de 1959 a 1969

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O Tego consolidou a profissão e passou a ser uma forma de garantir aos médicos aquilo que o paciente sempre exigiu durante as consultas: conhecimento técnico. A partir de 1968, somente os profissionais que o possuíam o Tego começaram a ter a honra de dizer: “Eu sou especialista em Ginecologia e em Obstetrícia”. Uma dúvida que repercutiu na época e que muitos não conhecem sobre a história da Febrasgo foi como passar este título aos médicos que já atuavam como ginecologistas e obstetras antes de 1968. Reconhecendo a importância destes profissionais, a Febrasgo deu um prazo de dois anos para que eles entrassem com o pedido de requerimento do Tego e comprovassem a atuação como especialista. Com o passar dos anos, o Tego desenvolveu-se ainda mais. Na década de 80, na gestão de José Weydson e Paulo Canella, foi criada a Comissão Nacional do Tego. O

Presidente da XX Jornada Brasileira de Ginecologia, Galba Araújo, prestando prova em 1973

objetivo era atualizá-lo, deixando mais moderno e com um grau de exigência ainda maior o exame que credencia os médicos a adquirerem o Tego. O número de questões aumentou de 45 para 200. Tal decisão visava à melhor qualificação do médico para, consequentemente, trazer melhorias no atendimento às pacientes. As melhorias não pararam por aí. Na mesma gestão, foi criado o boletim de desempenho do Tego, que passava aos profissionais não aprovados as palavras-chave das questões que ele errara no exame, para que, assim, ele pudesse identificar as suas maiores dificuldades e se dedicar ainda mais na próxima prova. O Tego, portanto, passou a ser não somente um exame de admissão, mas também uma ferramenta de educação médica. Na década seguinte, na gestão de Hildoberto Carneiro e Osmar Teixeira, o exame sofreu nova e importante atualização. A Comissão do Tego passou a ter um rodízio de membros. A cada ciclo de quatro anos, quatro de seus componentes são substituídos, rejuvenescendo o exame e tornando-o mais dinâmico.

42

Capítulo 2 - Infância

Médico durante aplicação do exame de especialista em 1975


Outra novidade colocada em prática foi a aplicação do exame de currículo. O objetivo desta avaliação era conhecer o histórico do profissional que não tinha obtido a pontuação necessária no Tego. Desta forma, somando-se a nota da prova com a análise do currículo, o médico poderia conseguir o certificado de especialista. Nem todos os não aprovados tinham a chance de ter seu currículo avaliado, somente aqueles que ficassem dentro de uma margem pré-estabelecida. Os anos se passaram e muitos especialistas em Ginecologia e Obstetrícia foram aprovados no Tego. Assim como a Medicina está em constante evolução, o Tego também passou por grandes e essenciais modificações ao longo de seus 41 anos de vida. Uma grande mudança, que provocou a disseminação de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia de norte a sul do país, foi a realização do exame em todos os estados. Quando criado, o Tego era centralizado nas principais cidades do país, fazendo com que o médico se deslocasse até o local da prova para realizá-la. Na década de 90, esta ordem foi invertida: o Tego começou a ir aonde os profissionais estavam. E o Tego não para de evoluir. Em 2009, uma novidade: os médicos fazem, além da conhecida prova teórica de múlitipla escolha, um exame oral. Uma Modelos do Tego utilizados nos anos 90 e 2000

bancada avalia o desempenho dos médicos durante a análise de casos clínicos. Apenas os aprovados na prova teórica fazem esta segunda etapa, que acontece em um único local: em Belo Horizonte, nos dias que antecedem o 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em novembro.

A Febrasgo de 1959 a 1969

43


1959

1969

1979

1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 3

ADOLESCÊNCIA A Febrasgo de 1969 a 1979

Celeste Vi-te crescer! Tu eras a criança Mais linda, mais gentil, mais delicada: Tinhas no rosto as cores da alvorada E o sol disperso pela loira trança. Asas tinhas também, as da esperança... E de tal sorte eras sutil e alada Que parecias ave arrebatada Na luz do Espaço onde a razão descansa! Depois, então, fizeste-te menina, Visão de amor, puríssima, divina, Perante a qual ainda hoje me ajoelho. Cresceste mais! És bela e moça agora... Mas eu, que acompanhei toda essa aurora, Sinto bem quanto estou ficando velho.

João da Cruz e Sousa | Poeta catarinense (1861-1898)

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O MUNDO d e 1 9 6 9 a 1 9 7 9

Década de 70

1973

O Tropicalismo, movimento cultural

A década de 70 começa com festa: o

A maior crise mundial de petróleo faz

brasileiro, surge sob a influência das

Brasil conquista o tricampeonato de

o preço do barril disparar. A crise é

correntes artísticas de vanguarda e da

Futebol, durante a Copa do Mundo

provocada pelo embargo aos Estados

cultura pop nacional e estrangeira.

realizada no México.

Unidos e à Europa pelos países árabes da

O movimento tem objetivos sociais

Organização dos Países Exportadores de

e políticos, mas principalmente

Petróleo (Opep).

comportamentais, que encontram eco em alguns setores da sociedade, esta sob o regime militar.

46

1970

Capítulo 3 - Adolescência


1977

1978

1979

O presidente Ernesto Geisel (à esquerda

Louise Brown, o primeiro bebê de proveta

A partir da década de 70, em especial em

na foto) revoga o Ato Institucional Núme-

do mundo, nasce em 25 de julho de 1978

1979, a ultrassonografia tem um imenso

ro 5 (AI-5), instrumento de poder que deu

na, Inglaterra. Os médicos britânicos

desenvolvimento, mudando radicalmente

ao regime poderes absolutos. No mesmo

envolvidos neste processo foram

a atuação obstétrica.

ano, é promulgada a lei do divórcio.

Robert Edward e Patrick Steptoe, da Universidade de Cambridge.

A Febrasgo de 1969 a 1979

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A FEBRASGO DE 1969/79

Lançamento da revista Femina. O Título de Especialização em Ginecologia e Obstetrícia (Tego) é ratificado.

1º Simpósio Latino-Americano de Ginecologia e Obstetrícia, organizado pela Febrasgo, traz ao Brasil os mais expressivos especialistas do continente.

Domício Ferreira da Costa assume a presidência da Febrasgo, com Francisco Victor Rodrigues na secretaria executiva.

XX Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Fortaleza (CE).

1969

1973

1972 X Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetríca, em Curitiba (PR). Paulo Belfort é eleito presidente da Febrasgo e Jean Claude Nahoum, secretário executivo. O anteprojeto do novo estatuto era o grande desafio da federação.

48

Capítulo 3 - Adolescência


XI Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo.

1975

1974 Jean Claude Nahoum passa a integrar a comissão especial de assuntos dos Departamentos Científicos da Associação Médica Brasileira (AMB).

1976 Domingos Ferreira Machado, eleito presidente, assume a direção da Febrasgo. Jean Claude Nahoum permanece como secretário-executivo.

A Febrasgo de 1969 a 1979

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1969 a 1972

Domício Pereira da Costa (in memoriam) Presidente Iniciou sua prática em Ginecologia na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. Sempre com espírito inovador, percebeu a necessidade de uma organização para representar a sua especialidade no seu estado e ajudou a fundar a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa). Chefiou o Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Recebeu a medalha de ouro Fernando Magalhães, honraria concedida às figuras exponenciais da Ginecologia.

Francisco Victor Rodrigues (in memoriam) Secretário-executivo Primeiro secretário-executivo da Febrasgo. Antes de ser eleito para o cargo, foi professor em Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade Fluminense de Medicina, professor da Faculdade Nacional de Medicina, diretor da seção de Ginecologia e Obstetrícia do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e diretor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

50

Capítulo 3 - Adolescência


Diretoria – 1973 a 1975

Paulo Belfort Presidente Acumula diversos cargos como educador. Professor de Obstetrícia do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas e do Curso de Especialização em Clínica Obstétrica do Centro de Ensino da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Atuou como livre docente de Clínica Obstétrica nas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Universidade do Rio de Janeiro (UniRio). Foi assistente da Maternité Baudelocque e do Hôpital Broca (Serviços de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Paris), professor de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e professor de Clínica Obstétrica da Escola Médica do Rio de Janeiro da Universidade Gama Filho.

Jean Claude Nahoum (in memoriam) Secretário-executivo Professor da Faculdade de Medicina de Campos (RJ), da Escola de Medicina do Rio de Janeiro (UniRio) e da Faculdade de Medicina do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Editor da revista Femina. Autor do livro A construção da sexualidade feminina.

A Febrasgo de 1969 a 1979

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1976 a 1978

Domingos Ferreira Machado (in memoriam) Presidente Médico renomado. Fundador do Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), criado em 11 de novembro de 1975 com recursos obtidos através de doações de grupos suíços, com o objetivo de atender à população carente e servir como maternidade escola vinculada à Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, sob a administração da Fundação Baiana para Desenvolvimento da Medicina.

Jean Claude Nahoum (in memoriam) Secretário-executivo (por duas gestões consecutivas)

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Capítulo 3 - Adolescência


UMA ÉPOCA DE DESCOBERTAS

A adolescência é um período de descobertas e afirmações. A partir de 1969, a Febrasgo consolidou ainda mais o seu crescimento no Brasil. Assim como uma jovem que no início da puberdade se surpreende com as mudanças em seu corpo, a federação também passou por transformações que deram novos rumos a sua atuação nos anos 70. O investimento na educação continuada foi a grande marca desta década na história da Febrasgo. Congressos com amplos conteúdos científicos, projetos de estímulo à classe médica da melhoria do atendimento às mulheres e o lançamento de uma revista de grande relevância para a divulgação do que os médicos brasileiros produziam e pesquisavam. A adolescência da Febrasgo foi uma fase de investimento no seu aprimoramento e na sua consolidação. Uma época em que, assim como um jovem que se prepara para escolher os rumos da sua vida profissional, a entidade também definiu os caminhos pelos quais passaria a trilhar nos anos seguintes. A Febrasgo de 1969 a 1979

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A vocação da Febrasgo pelo estímulo à educação continuada é reafirmada durante a gestão do presidente Domício Pereira da Costa e do secretário-executivo Francisco Victor Rodrigues. Um dos principais eventos que demonstra a busca contínua pelo aprimoramento da Ginecologia é o X Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado em Curitiba (PR), em 1973. O encontro, sempre aguardado com grande expectativa pelos especialistas, foi organizado pela Associação do Paraná – a Sogipa – e contou com o apoio oficial da Febrasgo. Cerca de 2 mil médicos participaram do evento, além de 184 convidados. A programação científica, cuidadosamente elaborada pela comissão organizadora, incluiu sessões científicas, conferências, simpósios, mesas-redondas, colóquios, cursos e atividades culturais, sociais e turísticas. O Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia foi o marco desta gestão. O programa cultural do evento inovou com uma exposição

O congresso foi um verdadeiro intercâmbio entre a atividade clínica e a pesquisa especializada, destinado a ampliar a preservação de vidas humanas, com a melhoria da qualidade assistencial

de quadros e gravuras de pintores paranaenses e pintores médicos, além de palestras com temas de interesse comunitário. As atividades sociais e turísticas proporcionaram aos congressistas e seus familiares permanência amena e convívio amistoso. O evento foi presidido por Domício Pereira da Costa, tendo Ivo Carlos Arnt como secretário-executivo e Livio Antonio Gulin como coordenador da Comissão Científica. “O congresso foi um verdadeiro intercâmbio entre a atividade clínica e a pesquisa especializada, destinado a ampliar a preservação de vidas humanas, com a melhoria da qualidade assistencial”, resume Ivo Carlos Arnt, membro Honorário da Academia Paranaense de Medicina.

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Capítulo 3 - Adolescência

Ivo Carlos Arnt


A expansão de novos conhecimentos em um país continental: este sempre foi um dos principais desafios da Febrasgo desde a sua fundação. A luta para alcançar esta meta se intensificou ao longo das décadas, em especial nos anos 70, a Era das Discotecas. Atualmente, há muitos meios ágeis que permitem a comunicação instantânea em qualquer lugar do país. Porém, na década de 1970, esta ainda era uma realidade distante e futurística demais. Mesmo assim, tal qual um adolescente que insiste nas suas determinações juvenis, a Febrasgo continuou a incentivar a educação continuada da classe médica. A principal atividade utilizada para a expansão de conhecimentos eram os congressos, promovidos pela Febrasgo a cada três anos. O progresso e a difusão de informações no setor de Ginecologia e Obstetrícia recebiam cada vez mais atenção, devido à constante e rápida evolução tecnológica do setor.

Em 1972, Paulo Belfort (o terceiro a partir da esquerda) é eleito presidente da Febrasgo. Ao seu lado, de terno claro e gravata, está o presidente anterior da federação, Domício Pereira da Costa.

A Febrasgo de 1969 a 1979

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Além dos congressos, a segunda diretoria da Febrasgo nos anos 70, composta por Paulo Belfort e Jean Claude Nahoum, também ficou marcada pelo lançamento da revista Femina. O objetivo era divulgar para um maior número de especialistas as novidades do setor e os trabalhos científicos. O congresso realizado durante a gestão de Paulo Belfort e Jean Nahoum foi o XI Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em 1975, em São Paulo, que teve como presidente do evento o médico Laurival Antonio de Luca, que anos mais tarde assumiria a presidência da Febrasgo. Paulo Belfort, hoje, lembra com alegria da época em que esteve na presidência da entidade e faz um balanço da atuação da Febrasgo nos últimos 50 anos. “Para a Medicina, especialmente para a Ginecologia e Obstetrícia, a comemoração pelos 50 anos é certamente um marco fundamental. Trata-se de um evento de grande relevância”, afirma.

Paulo Belfort (o primeiro à direita), em 1973, durante a XX Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Fortaleza (CE). Ainda na foto: à esquerda, Roberto Caldeira (do Uruguai) e Pedro Luiz Costa (de Porto Alegre); ao centro, Domingos Machado (com um copo na mão), que assumiria a presidência da Febrasgo em 1975; à esquerda dele, estão os médicos Bussâmara Neme (de São Paulo) e Galba Araújo (do Ceará).

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Capítulo 3 - Adolescência

Paulo Belfort, hoje, recorda sua atuação na Febrasgo durante os anos 70


A diretoria composta por Domingos Machado na presidência e Jean Claude Nahoum na secretaria-executiva, que assumiu em 1976, tinha como foco o trabalho em equipe para construir uma sociedade médica verdadeiramente forte, atuante e representativa. A saúde da mulher em primeiro lugar. Este poderia ser o lema da Febrasgo entre os anos de 1976 e 1978. A preocupação principal da diretoria da entidade foi dar atenção à saúde das pacientes. Dessa forma, foi feita uma parceria com o Ministério da Saúde para criar o Centro de Atenção à Saúde da Mulher, com trabalho também Capa do programa científico do XI Congresso Brasileiro de 1975

de um hospital em Salvador. O maior sonho do presidente da época, Domingos Machado, era ver uma Febrasgo forte, unida e movida rumo a uma mesma direção, o que era uma tarefa complicada, tendo em vista os milhares de associados. Apesar das dificuldades, Domingos e o secretário-executivo Jean Claude Nahoum não se deixaram abater. Filho de Domingos Machado e também associado à Febrasgo, Luis Eduardo Machado lembra com entuasiasmo da dedicação do pai em prol do desenvolvimento da Ginecologia no Brasil. “A relação do meu pai com a Febrasgo sempre foi maravilhosa, movida a muito carinho e amor, o que gerou muita expectativa por uma sociedade forte e um grupo de trabalho coeso. A equipe que trabalhou com ele também era muito competente”, elogia Luis Eduardo Machado. Ele lamenta, ainda, que o pai não esteja vivo para ver a celebração dos 50 anos da entidade pela qual ele

Programa do Simpósio Latino-Americano de 1973

tanto trabalhou.

Nesses 50 anos, todos que já fizeram parte da direção da Febrasgo trouxeram valores e projetos em prol da coletividade. Essa é a importância da federação e todos nós sonhamos com uma união e luta cada vez mais fortes

Luiz Eduardo Machado

A Febrasgo de 1969 a 1979

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O BOM HUMOR DE JEAN CLAUDE O primeiro secretário-executivo da Febrasgo a ficar oito anos no cargo, Jean Claude Nahoum, era conhecido pela classe médica por seu bom humor. Tanto assim que seus antigos companheiros guardam ainda hoje curiosas lembranças dele, como as fotos abaixo. São imagens que mostram não o trabalho, mas o “espírito” bem-humorado de Jean Claude Nahoum.

Jean Claude Nahoum, conhecido por sua alegria, no Carnaval do Rio de Janeiro, em 1983, com Dulce Castelar (no alto, à esquerda). O secretário-executivo da Febrasgo não era fotógrafo, mas tinha ideias diferentes para deixar na memória os bons momentos, tais como uma reunião de médicos para reproduzir uma foto antiga (no alto, à direita) ou a Santa Ceia (abaixo).

58

Capítulo 3 - Adolescência


... E TAMBÉM A POESIA Vida é o que a gente viveu Só o que a gente viveu É o presente, o momento

Os sonhos que a gente sonha Os planos que a gente faz Não serão vida também?

Não, isso ainda não é vida Vida é o que a gente viveu Só o que a gente viveu

Os sonhos que a gente sonha Os planos que a gente faz Isso não é vida ainda

Mas isso é que faz da gente gente Isso é que é bom Mas não é vida ainda.

Jean Claude Nahoum* * Texto manuscrito encontrado em acervo pessoal

A Febrasgo de 1969 a 1979

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A REVISTA FEMINA

Capa da primeira edição da Femina, publicada em 1973

Fevereiro de 1973. A data marca o início de um processo de expansão de educação continuada com o lançamento da Revista Femina. A publicação começou a editar os trabalhos dos autores brasileiros, a transmitir informações a respeito de questões socioeconômicas e a discutir questões éticas ligadas ao trabalho de ginecologistas e obstetras.

60

Capítulo 3 - Adolescência


A revista mudou completamente a feição e a atuação dos profissionais de Ginecologia e Obstetrícia, dando-lhes informações essenciais para facilitar o seu trabalho junto às pacientes. Essa foi a intenção fundamental da Febrasgo com a criação da revista Femina. Para médicos que participaram da criação da revista, o sucesso da Femina está diretamente ligado ao secretário-executivo da época Jean Claude Nahoum, que ficou 15 anos à frente das publicações da Febrasgo. Segundo um dos membros do Conselho Editorial da revista, o médico Raimundo Nonato Albuquerque Silveira, a Femina está para a Febrasgo assim como a Bíblia para o Cristianismo. Femina em 1990

O principal objetivo dos criadores da revista, os médicos Paulo Belfort e Jean Claude Nahoum, era agrupar os especialistas através de um único veículo de comunicação. Dessa forma, a revista foi apresentada como solução para a falta de contato entre os médicos e a necessidade de difundir o conhecimento ao maior número de especialistas. Dividir opiniões, avisar sobre os eventos em todos os cantos do país e publicar artigos estavam entre as principais funções iniciais da Femina, objetivos que permanecem ainda hoje. Promovendo atualização profissional e conhecimento, transformando a especialidade em um organismo vivo, com trocas constantes de informações e experiências, a revista Femina se firmou, após 37 anos, como um espaço democrático e aberto

Femina em 2008

para ginecologistas e obstetras.

ORIGEM DO NOME O nome Femina, da primeira revista de Ginecologia e Obstetrícia do país, foi escolhido por ser o nome da clínica que os médicos Paulo Belfort e Jean Claude Nahoum possuíam na época.

A Febrasgo de 1969 a 1979

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RAIO-X DA FEMINA - Periodicidade: de início, bimestral; atualmente, mensal - Público-alvo: médicos e doutorandos - Distribuição: assinatura paga (Cr$70 na época do seu lançamento) - Conteúdo: notícias e informações sobre a Febrasgo, associações regionais, clínicas universitárias e centros de estudo; resenha comentada das principais publicações brasileiras; discussão de temas profissionais, tais como os conflitos da família dos clientes e as relações entre colegas de profissão; esquemas de diagnósticos e de terapêutica; atualizações; e carta de leitores. - Tiragem: 5 mil exemplares - Lançamento: Fevereiro de 1973

Nomes inesquecíveis na história da Femina

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Carlos André Henriques

Jean Claude Nahoum

Luiz Camano

Carlos Antônio Barbosa Montenegro

João de Oliveira Melo

Marcelo Zugaib

Cícero Ferreira Fernandes Costa

Jorge Saad Souen

Nelson Vitiello

Franklin Cunha

José Maria de Sales

Paulo Belfort

Genival Veloso de França

José Rametta Santos

Paulo Roberto Bastos Canella

Henrique Augusto Moreira Lima

José Weydson de Barros Leal

Raimundo Silveira

Iaperi Soares Araújo

Lenir Mathias

Sebastião Freitas de Medeiros

Jaime Iglesias

Luiz Beethoven Dantas do Amaral

Capítulo 3 - Adolescência


A ADOLESCÊNCIA E A GINECOLOGIA A visão das pacientes Mantenho uma relação de confiança com o meu ginecologista e isso foi construído através dos anos em que tirei minhas dúvidas e solicitei ajuda dele. Ter um profissional como esse é importante para eu conseguir desenvolver os papéis de uma mulher atual Tatiana Esteves

O ginecologista é muito importante para a manutenção do bem-estar da mulher, ainda mais por termos questões tão diferentes dos homens. Ele nos acompanha e desenvolve um papel importante em cada etapa das nossas vidas Isabela Luparelli

A Febrasgo de 1969 a 1979

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A ADOLESCÊNCIA E A GINECOLOGIA A visão das pacientes

O ginecologista é um dos médicos mais importantes, especialmente para as mulheres, em todas as etapas das nossas vidas. É com este especialista que começamos a entender o funcionamento do nosso corpo

Maria Gambardelli

Cuidado com a saúde da mulher do início ao fim. É isto que representa o ginecologista na minha vida. Sabemos hoje da importância dos exames regulares através do trabalho deles, não teria outro exemplo melhor definir a sua importância

Ana Carolina dos Santos Silva

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Capítulo 3 - Adolescência


A saúde da mulher é diferente da saúde masculina e para nós (mulheres) é importante ter um médico cuidando especialmente desse aspecto desde os primeiros anos de vida

Ana Carolina Mattos

Dependemos muito dos nossos ginecologistas, pois é através das explicações e consultas que eles nos garantem a segurança que precisamos para continuar com todas as atividades do cotidiano

Karen Macedo Richa

A Febrasgo de 1969 a 1979

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1959

1969

1979

1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 4

FASE ADULTA A Febrasgo de 1979 a 1989 Ideal Quero-te assim, formosa entre as formosas, No olhar d’amor a mística fulgência E o misticismo cândido das rosas, Plena de graça, santa de inocência! Anjo de luz de astral aurifulgência, Etéreo como as Wilis vaporosas, Embaladas no albor da adolescência, -- Virgens filhas das virgens nebulosas! Quero-te assim, formosa, entre esplendores, Colmado o seio de virentes flores, A alma diluída em eterais cismares... Quero-te assim -- e que bendita sejas Como as aras sagradas das igrejas, Como o Cristo sagrado dos altares.

Augusto dos Anjos | Poeta paraibano (1884-1914)

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O MUNDO d e 1 9 7 9 a 1 9 8 9

1980

1984

Em 10 de fevereiro, é fundado o Partido

Entra em funcionamento a Usina Hidrelé-

Em 7 de outubro, nasce Ana Paula Cal-

dos Trabalhadores (PT), em São Paulo.

trica de Itaipu, a maior hidrelétrica do

deira, na cidade de São José dos Pinhais,

Desde a sua fundação, o PT se apresenta

mundo. A usina surgiu de um empreen-

região Metropolitana de Curitiba, o

como um partido de Esquerda e fruto

dimento desenvolvido em conjunto por

primeiro bebê de proveta brasileiro.

da organização sindical espontânea de

Brasil e pelo Paraguai, no rio Paraná.

operários paulistas.

68

1982

Capítulo 4 - Fase adulta


1985

1988

1989

A Ditadura Militar no Brasil chega ao

A Constituição Brasileira de 1988, em

Em 9 de novembro, é derrubado o Muro

fim em 15 de janeiro, com a eleição de

vigor até hoje, é decretada e promulgada

de Berlim, depois de 28 anos de existência,

Tancredo Neves, de forma indireta, para a

pela Assembleia Nacional Constituinte

marcando o fim da divisão do mundo

presidência. Porém, Tancredo morre pou-

em 5 de outubro, apagando os rastros

em dois blocos e a reunificação das duas

co antes de assumir o cargo e José Sarney,

da Ditadura Militar e estabelecendo

Alemanhas.

o vice-presidente, assume em seu lugar.

princípios democráticos no país. Entre os avanços, a nova legislação institucionaliza o Estado brasileiro como República Federal, além de ampliar os direitos sociais e as atribuições do poder público.

A Febrasgo de 1979 a 1989

69


A FEBRASGO DE 1979/89

Laurival Antonio de Luca e Paulo Roberto Bastos Canella assumem, respectivamente, a presidência e a secretaria executiva da Febrasgo

XIII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo

1979

1981

1980 XXV Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Belo Horizonte (MG)

1982 José Weydson Leal é eleito presidente. Paulo Roberto Bastos Canella permanece como secretário-executivo XXVI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

70

Capítulo 4 - Fase adulta


43º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo (a partir deste ano, a numeração dos congressos mudou: somaramse os 14 congressos anteriores às 28 jornadas brasileiras já realizadas antes e, por esta razão, este passou a ser o 43º evento)

Tomam posse na Febrasgo o presidente Hans Wolfgang Halbe e o secretárioexecutivo Carlos André Henriques

XXVII Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Fortaleza (CE)

XXVIII Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, em Curitiba (PR)

I Congresso do Brasil Central de Ginecologia e Obstetrícia

1983

1986

1989

1985

1988

XIV Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Recife (PE)

Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro

A Febrasgo de 1979 a 1989

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1979 a 1981

Laurival Antonio de Luca (in memoriam) Presidente Em 1970, acreditando na força do interior, mudou-se de São Paulo para Botucatu, onde criou o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB).. Presidiu a Associação Paulista de Medicina em Botucatu; o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Associação Paulista de Medicina - precursor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp); a Comissão Nacional do Título de Especialização em Ginecologia e Obstetrícia (Tego); a Sociedade Brasileira de Climatério; e a regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Mastologia. Depois da sua aposentadoria, recebeu em 1993 o título de professor emérito da Unesp. Oito anos depois, foi homenageado e a enfermaria de Ginecologia do hospital da Unesp passou a adotar o seu nome. Montou ainda, em São Paulo, a residência em Mastologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).

Paulo Roberto Bastos Canella Secretário-executivo Professor e chefe da Divisão de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); secretário geral da Sociedade Brasileira de Estudos sobre Sexualidade Humana; professor de pós-graduação da Universidade Gama Filho; e membro da Comissão Permanente dos Assuntos de Comunicação da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (Sgorj).

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Capítulo 4 - Fase adulta


Diretoria – 1982 a 1985

José Weydson Carvalho de Barros Leal Presidente Recebeu o título de “Maestro” da Tocoginecologia Latino-americana da Federação LatinoAmericana das Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia (Flasog), além do título de professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Após a residência no Hospital Santo Amaro, da Santa Casa de Misericórdia de Recife, tornou-se chefe da Clínica de Ginecologia da UFPE. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Climatério. O especialista ainda participou do parto do primeiro bebê de proveta do Nordeste brasileiro.

Paulo Roberto Bastos Canella Secretário-executivo (por duas gestões consecutivas)

A Febrasgo de 1979 a 1989

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1986 a 1989

Hans Wolfgang Halbe Presidente Antes de assumir a presidência da Febrasgo, foi professor de Ginecologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde atualmente dá aulas na pós-graduação. Professor do Departamento de Tocoginecologia da Escola Paulista de Medicina e da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor honoris causa no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina de Marília (SP). Presidiu nos anos 80 o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Associação Paulista de Medicina. Nos anos 2000, assumiu a vice-presidência da Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina. Até 2010, é secretário-executivo da Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina.

Carlos André Henriques Secretário-executivo Professor da Universidade do Rio de Janeiro (UniRio), da Faculdade de Medicina de Campos e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dirigiu a Maternidade Escola e o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRJ. Desde 1969 esteve envolvido em atividades da Febrasgo, estando por muito tempo ligado à produção e edição da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO) e da revista Femina. Atualmente, é professor assistente da Fundação Técnico Educacional Souza Marques.

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Capítulo 4 - Fase adulta


1979-1981

UM MUNDO EM EBULIÇÃO

Muitas inovações e mudanças, um mundo em ebulição. Este era o cenário dos anos 80, que trouxe um desenvolvimento maior da Medicina – e por consequência, da Ginecologia e da Obstetrícia. Tal como uma mulher que chega a sua fase adulta buscando realizações e alcançando posições mais sólidas nos âmbitos pessoal e profissional, a Febrasgo se consolida ainda mais como uma entidade representativa da classe médica e, assim, alcança novas conquistas. Os anos 80 marcaram o desenvolvimento e a consolidação de tecnologias que mudariam os rumos da Ginecologia. Iniciado na década anterior, o uso da fibra ótica possibilitou um diagnóstico mais preciso, com a realização de exames de histeroscopia e laparoscopia. A cirurgia laparoscópica também começava a ser desenvolvida na Alemanha. A ultrassonografia, que ainda engatinhava, era cada vez mais aperfeiçoada, sendo bastante utilizada principalmente em São Paulo, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro. A Febrasgo de 1979 a 1989

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Em 1980, também foi iniciado o projeto da segunda geração de mamógrafos, que reduzia significativamente o tempo de exposição e aumentava a confiança da paciente durante o procedimento. O tratamento hormonal da menopausa e a contracepção dominavam os debates da época, da mesma forma que a Ginecologia Endócrina e a Reprodução Humana. A consolidação internacional da Febrasgo foi uma das maiores preocupações da diretoria no início da década de 80, sobretudo entre 1978 e 1981. Laurival de Luca e Paulo Roberto Canella trabalharam durante esse período procurando consolidar ainda mais o vínculo da Febrasgo com a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo). À frente da Febrasgo, Laurival e Paulo Roberto implementaram com veemência muitos contatos internacionais, em especial com associações de Ginecologia na América Latina. Por conta do reconhecimento do seu trabalho, o então presidente da Febrasgo foi agraciado com inúmeras condecorações pelas sociedades científicas. O Congresso Brasileiro de 1981, ocorrido em São Paulo e presidido por Laurival de Luca, marcou sua gestão, devido à grande repercussão conseguida pelo evento entre a classe médica. Além disso, como delegado do Brasil na Figo, Laurival teve papel fundamental durante o Congresso Mundial realizado em São Francisco (Estados Unidos), em 1982. Na ocasião, o Brasil foi escolhido como país-sede do Congresso Mundial de Ginecologia, marcado para acontecer no Rio de Janeiro em 1988. No começo da década de 80, também foram iniciadas modificações na estrutura da Febrasgo, introduzidas oficialmente pelo estatuto de 1980 e consolidadas pelo regulamento de 1985. Essas modificações criaram o Conselho Consultivo e o Conselho de Representantes, órgãos máximos de deliberação da sociedade, que redemocratizaram a vida da Febrasgo, tornando-a efetivamente uma federação. As condições éticas, políticas, sociais e econômicas do país nos anos 80 foram obstáculos para o pleno desempenho científico e cultural das sociedades médicas, segundo relatou posteriormente Laurival de Luca. A sua gestão na presidência da Febrasgo ficou marcada também pela luta para fechar escolas médicas de qualidade suspeita e para proibir a abertura de novos cursos médicos.

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Capítulo 4 - Fase adulta


1982-1985

ROMPENDO FRONTEIRAS

José Weydson de Barros Leal (à esquerda) toma posse, em 1981, como presidente da Febrasgo. O secretário de Saúde de São Paulo da época, Adib Jatene (ao centro), e o então ministro da Saúde, Waldyr Mendes, estiveram presentes à sessão solene.

Para José Weydson de Barros Leal, a grande realização da sua gestão na presidência da Febrasgo entre os anos de 1982 e 1985 foi o retorno definitivo da entidade à participação nas federações internacionais de Ginecologia e Obstetrícia. No caso do reingresso à Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo), o presidente fez circular, na época, uma carta pessoal a representantes de 40 países solicitando apoio ao reingresso. O resultado foi uma grande vitória, que contou com o suporte de dois ex-presidentes da Febrasgo, Paulo Belfort e Laurival de Luca, tendo ainda a colaboração de renomados ginecologistas brasileiros, como Domingos Machado, Hans Wolfgang Halbe e Bussâmara Neme. A Febrasgo de 1979 a 1989

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Em 1984, após lutas constantes no cenário internacional, o Brasil também foi reintegrado à Federação Latino-Americana de Obstetrícia e Ginecologia (Flasog). Rumo aos seus 30 anos, a Febrasgo passou por um período marcante nos primeiros anos da década de 1980, com uma estruturação que reformulou o estatuto e elaborou o regimento interno. Além de criar cerca de seis comissões nacionais para estudos especializados, a diretoria da Febrasgo organizou um grande convênio cientifico entre a federação e os serviços universitários de quase todas as faculdades de Medicina do Brasil, denominado Reciclagem. A iniciativa abriu condições para que todos os ginecologistas brasileiros não ligados a serviços especializados tivessem a oportunidade de revisar seus esquemas de trabalhos. A presidência de José Weydson – um nordestino – na Febrasgo fez com que surgisse um novo olhar para a Ginecologia e Obstetrícia na região Nordeste do país, expandindo as ações também para a região Norte. Naquela época, a grande base da Febrasgo era as regiões Sudeste e Sul. As diretorias das associações nortistas e nordestinas participaram, então, de inúmeras palestras e eventos científicos, tanto da Febrasgo como da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Nordeste (Sogine). As novas tecnologias já começavam a invadir a vida das pessoas no início dos anos 80. Como consequência disso, surgiu o Projeto Ciranda – a primeira tentativa de internet no Brasil – que possibilitou um convênio pelo qual a Febrasgo recebeu um computador moderno àquela época e se comprometeu a elaborar informativos. Aproveitando as maravilhas da tecnologia, a prova do Tego passou a ter 200 perguntas e a sua correção começou a ser informatizada. Os inscritos receberiam a partir de então um boletim de desempenho com a análise de seus resultados. Ainda em relação à educação continuada, foi iniciada uma parceria entre a Febrasgo e a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, considerado um enorme sucesso. Neste período também, foi criado o Fundo Febrasgo, para guardar a verba arrecadada nos congressos da entidade. O dinheiro é utilizado na edição de livros e no auxílio às federadas. Em 1985, José Weydson presidiu e organizou o XIV Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Recife (PE), com a presença de 3 mil médicos.

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Capítulo 4 - Fase adulta


José Weydson (à esquerda), em 1986, durante o IX Congresso Uruguaio de Ginecologia, em Motevidéu, acompanhado pelos médicos uruguaios Pinotti e Caldeyro Barcía.

Durante o XIV Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado em Recife em 1985, o presidente da Febrasgo, José Weydson (segundo a partir da esquerda), debate ideias com médicos de várias partes do país.

José Weydson (à esquerda) durante o lançamento do livro “Concepção e anticoncepção”, de sua autoria, em Belém em 1999. Na foto, com Cícero Costa.

A Febrasgo de 1979 a 1989

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1986-1989

QUEBRA DE PARADIGMAS A última gestão da Febrasgo dos anos 80, assim como os acontecimentos finais desta década, marcou a quebra de alguns paradigmas. O mundo não estava mais dividido em dois grandes polos dominantes. O muro que dividia o planeta caíra e, com ele, novas perspectivas surgiam para todos. Na Febrasgo, novas ideias surgiam e antigas convicções transformaram-se. A principal mudança na Febrasgo implementada foi na forma pela qual o presidente e o secretário-executivo eram eleitos. Através de alterações no seu estatuto, a federação não mais tinha seus “comandantes” escolhidos de maneira indireta, sem a participação dos sócios. Hans Wolfgang Helbe, portanto, foi o último presidente da Febrasgo a ser eleito por voto indireto. Uma das conquistas da gestão de Hans Wolfgang foi a consolidação do Tratado de Ginecologia da Febrasgo, cujo objetivo é mostrar a excelência do desenvolvimento nacional da especialidade. A ideia, a partir de então, passou a ser que os presidentes sucessivos fossem os editores encarregados dos tratados posteriores, de modo a haver uma renovação a cada quatro ou seis anos. Assim como acontecera na gestão anterior da Febrasgo, durante a presidência de Hans Wolfgang, os laços entre as regiões Norte-Nordeste e o Sudeste também foram estreitados neste período, já que a avidez pelos conhecimentos era igual em ambos os polos. A consolidação do Tratado de Ginecologia e o dedicado trabalho do então vice-presidente Araken Irerê Pinto foram as chaves para a integração. Araken, na ocasião, ficou encarregado das

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Capítulo 4 - Fase adulta


A Febrasgo continuará a existir enquanto houver a necessidade de ensinar e aprender novos conhecimentos, ou seja, enquanto houver professores e alunos

Hans Wolfgang

regiões Norte e Nordeste com plena autonomia, o que lhe exigiu um grande trabalho devido à imensidão do território e à necessidade de um melhor conhecimento dos problemas regionais. Com a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre Ginecologia e Obstetrícia, foi estimulada pela direção da Febrasgo a formação de sociedades de subespecialidade neste período. Uma das associações criadas nesta época foi a Sociedade do Climatério, ideia que vingou a ponto de ser considerada hoje uma das principais sociedades afins da Febrasgo. Os programas de educação continuada prosseguiram, assim como a luta pelos honorários dos Ginecologistas e Obstetras. Esta ação, inclusive, levou à elaboração de uma tabela de honorários mais adequada, fruto de uma ação liderada pela federada do Paraná. Neste período, inúmeros cursos foram realizados durante os congressos estaduais, muito valorizados pelos associados. Nesta época, a Febrasgo convivia com um país recém-democratizado, mergulhado na hiperinflação. Porém, isso não impediu que o presidente Hans Wolfgang e sua diretoria trabalhassem em prol da classe médica. Hoje, Hans Wolfgang é enfático ao defender que a principal função da Febrasgo é promover conhecimento aos ginecologistas e obstetras. “A Febrasgo continuará a existir enquanto houver a necessidade de ensinar e aprender novos conhecimentos, ou seja, enquanto houver professores e alunos”, afirma o ex-presidente.

A Febrasgo de 1979 a 1989

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UMA HOMENAGEM A LAURIVAL

Laurival Antonio de Luca, presidente da Febrasgo de 1979 a 1981, faleceu em 2008 deixando o sorriso da lembrança e a lágrima da saudade nos rostos de todos aqueles com quem conviveu – parentes, amigos e pessoas queridas. Profissional pautado por sua ética e competência, foi um dos presidentes mais atuantes da federação, disponibilizando grande parte de seu trabalho à Febrasgo e à Ginecologia. Laurival foi o precursor de todo o desenvolvimento da Ginecologia e da Obstetrícia no interior de São Paulo, levando assistência às mulheres que, até então, pouco sabiam da importância da consulta periódica com o profissional da área. Marilza Vieira Cunha Rudge, professora de São Paulo, fez uma homenagem ao amigo Laurival

Uma de suas amigas mais próximas, Marilza Vieira Cunha Rudge, professora de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu, redigiu uma carta de despedida em homenagem ao seu grande amigo. Na página ao lado, alguns trechos relatam o caráter do pai, amigo e profissional Laurival Antonio de Luca.

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Capítulo 4 - Fase adulta


“O professor Laurival Antonio de Luca, ou o Lauri, como o chamávamos, nasceu em São Paulo em 1934. Casou-se com Maria Cecília de Luca em 1959 e tiveram cinco filhos. Tinha muito orgulho do seu nome herdado do pai e colocado no filho primogênito. Ficava sempre muito bravo quando o chamavam de ‘LOUrival’. Sua passagem por esta Terra foi marcante. Estudou Medicina na sua querida Escola Paulista de Medicina (EPM), onde fez também a residência em Ginecologia e Obstetrícia. Incentivado e movido por um sonho, em 1970 mudou-se para Botucatu para criar a Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), hoje Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp). Queria uma Ginecologia e Obstetrícia com reconhecimento nacional, com força no ensino de graduação e de pós-graduação, na pesquisa e na extensão: os três pilares básicos da atividade universitária. O cuidado que dispensava às mulheres com problemas ginecológicos era exemplar. Havia uma dedicação ímpar, uma forma diferente de falar. Nunca brigava, nunca se alterava com as colocações e com os questionamentos que delas recebia. Procurava sempre tratá-las com respeito e carinho e não as enganava com o diagnóstico, por mais grave que fosse. Ele tinha inúmeras qualidades, mas, é claro, como todo ser humano, tinha defeitos: não era fácil conviver com ele, mas com quem é? Todos aguentaram suas rabugices e seus destemperos italianos. Depois da sua aposentadoria, recebeu o título de Professor Emérito da FMB/Unesp. Em 1995, o Conselho do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia denominar de ‘Laurival Antonio de Luca’ a enfermaria de Ginecologia do Hospital da FMB, homenagem mais que merecida. Ao longo da sua vida, publicou 149 artigos científicos, quatro livros da especialidade e 13 capítulos de livros. Enfim, Laurival de Luca teve muitos filhos, plantou várias árvores e escreveu livros. Mas quem conviveu com Lauri sabe que ele era controverso, irrequieto, teimoso, rude, doce, com ideias brilhantes e arrojadas, mas muitas vezes de difícil relacionamento: esse era o Lauri, uma mente em constante ebulição. O Lauri foi pai devotado, marido querido, avô que curtia os netos e netas, o sogro atento, o filho sempre cuidadoso com os pais e irmã, o amigo pronto, o palmeirense fervoroso, o motoqueiro, o tenista, o escritor, o membro da Academia Botucatuense de Letras. Esta é minha homenagem pessoal ao amigo, professor, orientador e companheiro de tantas horas de trabalho frente ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMB. Aquele que sempre criticou quando necessário, cobrou competência e crescimento profissional. Beijo as suas mãos, Lauri, mãos que trouxeram meus filhos ao mundo. Que Deus o receba na sua Glória, lhe perdoe os erros e o recompense pelo amor ao próximo que sempre demonstrou com todas as suas pacientes”. Marilza Vieira Cunha Rudge

A Febrasgo de 1979 a 1989

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FEBRASGO E FLASOG

A Febrasgo e a Flosag mantém uma parceria desde os anos 70. Na foto acima, assembleia geral da Flosog em Quito (Equador), em 1974, em que participou o então presidente da Febrasgo, Paulo Belfort (no centro da foto, na primeira fileira).

O Brasil é um país de dimensões continentais, o que credencia a Febrasgo a ser uma instituição médica também de caráter continental. Ser responsável pela saúde feminina de um país com mais de 190 milhões de habitantes qualifica a federação e a coloca em um patamar elevado. Dentro do continente americano, a Febrasgo possui uma posição consolidada e é bastante respeitada, sendo considerada uma das federações mais atuantes.

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Capítulo 4 - Fase adulta


Atingir esta posição de destaque dentro das Américas é fruto de um trabalho intenso, com anos de dedicação pela saúde da mulher e pela qualificação dos profissionais. A consolidação da Febrasgo dentro do continente teve início durante a década de 80, mais especificamente em 1984, quando depois de anos o Brasil foi reintegrado ao quadro da Federação Latino-Americana de Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia (Flasog). Tal ocasião aconteceu em plena assembleia dos delegados da Flasog, durante o XI Congresso Latino-Americano. Antes deste episódio, a relação entre as duas instituições era cordial, porém não havia uma grande aproximação. Poucos eram os momentos de parceria entre ambas, como em 1974, por exemplo, quando o então presidente da Febrasgo, Paulo Belfort, participou da assembleia geral da Flasog, em Quito, no Equador. A partir de 1984, a participação da Febrasgo dentro da instituição continental tem avançado bastante e se tornado destaque. Atualmente, os congressos organizados pela federação brasileira têm atraído mais atenção do que os da própria Flasog, devido, principalmente, à alta qualidade da sua programação científica. É comum os mais respeitados palestrantes e profissionais de Ginecologia e Obstetrícia de todo o mundo escolherem a sua participação no congresso brasileiro, deixando muitas vezes de estarem presentes no evento da Flasog. A construção deste cenário favorável à Febrasgo proporcionou recentemente a eleição de membros brasileiros para os mais importantes cargos da federação latino-americana. O presidente e o secretário-executivo da Febrasgo, Nilson Roberto de Melo e Francisco Eduardo Prota, respectivamente, foram eleitos em 2008 para os mesmos cargos na Flasog. O próprio Nilson descreve como é possível conciliar duas posições tão importantes, quais são as suas principais atividades e cita a educação médica como o caminho para o crescimento da federação. “As mesmas preocupações e responsabilidades que temos com a nossa federação são maiores quando falamos da Flasog. Hoje, se a educação médica continuada é tão importante para a Febrasgo, para a Flasog ela é mais do que fundamental. Por isso, estamos desenvolvendo um trabalho de educação continuada e atualização de conhecimentos através da internet. Com os portais, podemos divulgar aquilo que os profissionais precisam conhecer sem que tenham que se deslocar, saindo de suas bases de trabalho”, diz Nilson Roberto de Melo.

A Febrasgo de 1979 a 1989

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A REVISTA BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (RBGO) A experiência bem sucedida da criação da revista Femina seis anos antes possibilitou que a Febrasgo lançasse uma nova publicação: a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO), em janeiro de 1979. A publicação, inicialmente trimestral, é composta por artigos científicos. Sua criação abriu um importante caminho para as discussões de trabalhos originais de médicos de todo o país. Naquela época, a publicação era ligada aos médicos que se dedicavam principalmente às pesquisas. No início da década de 1980, a RBGO deixou de ser trimestral, passando a ser publicada a cada dois meses, com seis edições anuais. Atualmente, a revista é uma publicação mensal. A luta pela criação da RBGO surgiu da necessidade de se publicar trabalhos

Capa da primeira edição da RBGO, RBGO publicada em 1979

originais, enquanto a revista Femina publicaria atualizações. A RBGO foi criada a fim de ser editada como uma revista mais “séria”, com outro tipo de penetração junto à classe médica, mas sempre primando pela qualidade de informações. Para manter viva a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo enfrentou muitos problemas, já que os laboratórios anunciavam na Femina e não tinham interesse na RBGO. A explicação pelo desinteresse era que a RBGO apresentava conteúdo muito científico, bastante técnico e, por conta disso, seria pouco lida, sobretudo se comparada à Femina.

Capa da RBGO, publicada em 2008

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Capítulo 4 - Fase adulta


Nesse contexto e com a retração na economia Brasileira durante os anos 80, a RBGO foi publicada por um curto período juntamente com a Femina, tendo um menor número de páginas sem que o conteúdo fosse prejudicado. A solução encontrada tinha o objetivo de fazer com que ambas as revistas, sempre motivo de orgulho e honra para a Febrasgo, pudessem ser mantidas. O grande êxito das publicações foi que elas jamais deixaram de ser publicadas ou ultrapassaram o prazo previsto para sua distribuição. Esse esforço por parte das diretorias da Febrasgo, em especial da secretaria-executiva, que tem autonomia na produção das revistas e inclusive na escolha dos seus editores, fez com que, por muito tempo, a RBGO e a Femina fossem as únicas revistas brasileiras de Medicina publicadas ininterruptamente.

TEXTO DE APRESENTAÇÃO DA RBGO, PUBLICADO EM 1979 “Se a revista que ora se inicia é dos sócios e aos sócios se destina, quem há de apresentá-la? E para quê? Ela se origina de longo e profundo estudo que, desde 1974, mobiliza reiteradamente o Conselho Científico e a Assembleia de Delegados da Febrasgo.[...] Por isso, daqui pra frente, quem versar a ciência e a prática tocoginecológica brasileira há de citar a cada passo e a mal de seu grado, Femina e a Revista, dois estilos, duas óticas, dois caminhos, um só esforço para o mesmo fenômeno: inserir-se no contexto da luta de todos, nesses tempos escuros e de regressão, para elevar ou ao menos manter a dignidade e o padrão de nosso labor. Juntamos o trabalho na Febrasgo ao das demais sociedades científicas, ao lado da Associação Médica Brasileira, dos conselhos, dos sindicatos e da universidade, para progredir, destruindo o arcaico não mais prestante e mantendo a tradição do bom”. por Jean Claude Nahoum

A Febrasgo de 1979 a 1989

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A GINECOLOGIA DOS 20 AOS 30 A visão das pacientes

Confio tanto no meu ginecologista que o consulto antes de usar qualquer medicamento receitado por outro médico. Este especialista conhece toda a minha trajetória e conto sempre com ele para me auxiliar

Juliana de Sousa

A importância do meu ginecologista na minha vida é muito grande. Saber que eu posso contar com esse profissional a qualquer hora e momento traz uma tranquilidade que precisamos para poder viver com calma

Kelly de Oliveira Maia

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Capítulo 4 - Fase adulta


Acho que todas as mulheres acabam tendo uma relação mais frequente com o ginecologista, afinal, vamos duas ou mais vezes por ano ao seu consultório. Além disso, as mudanças hormonais frequentes e as questões ligadas à atividade sexual fazem com que este especialista exerça o papel de conselheira da mulher, sempre avaliando o seu corpo e cuidando de seu bem-estar

Joana Martins

O ginecologista é muito importante para a saúde feminina. Na minha vida, este profissional tem uma grande influência e acho que é assim com todas as mulheres que querem ter uma vida saudável

Camila Azevedo

A Febrasgo de 1979 a 1989

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1959

1969

1979

1989

1999

2009


C a p í tul o 5

EXPERIÊNCIA A Febrasgo de 1989 a 1999 Soneto à Julieta dos Santos É delicada, suave, vaporosa, A grande atriz, a singular feitura... É linda e alva como a neve pura, Débil, franzina, divinal, nervosa!... E d’entre os lábios cetinais, de rosa Libram-se pérolas de nitente alvura... E doce aroma de sutil frescura Sai-lhe da leve compleição mimosa!... Quando aparece no febril proscênio Bem como os mitos do passado, ingentes, Bem como um astro majestoso, helênio... Sente-se n’alma as atrações potentes Que só se operam ao fulgor do gênio, Às rubras chispas ideais, ferventes!...

João da Cruz e Sousa | Poeta catarinense (1861-1898)

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O MUNDO d e 1 9 8 9 a 1 9 9 9

1990

1993

Tem início a Guerra do Golfo. Tropas

Jovens das principais cidades brasileiras

Enquanto o Brasil passa por um perío-

iraquianas, sob a ordem de Sadam Hussein,

pintam seus rostos com as cores da

do de reconstrução, os países da Europa

invadem o Kuwait para controlar os

bandeira brasileira para exigir o impeach-

firmam uma grande aliança, consoli-

valiosos campos de petróleo do local. O

ment do presidente Fernando Collor.

dando o maior bloco econômico do

conflito é condenado pela comunidade internacional e pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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1992

Capítulo 5 - Experiência

planeta, a União Europeia.


1994

1996

1997

Depois de receber o prêmio Nobel da

A Medicina, como sempre, continua

A Inglaterra e o mundo perdem a sua

Paz em 1993, em reconhecimento ao

avançando. Em 1996, alcança o que antes

“princesa”, Diana. Princesa na Inglaterra

seu esforço para acabar de forma pacífica

só era possível no cinema: a clonagem de

por ser esposa do herdeiro real e

com o Apartheid na África do Sul, Nel-

um ser vivo – a ovelha Dolly.

princesa no mundo devido a sua beleza

son Mandela torna-se o primeiro negro a

e ao seu trabalho humanitário.

assumir a presidência daquele país. No Brasil, no mesmo ano, o Plano Real é lançado. Depois de anos de forte recessão, o país consegue estabilizar a economia e controlar a inflação desenfreada.

A Febrasgo de 1989 a 1999

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A FEBRASGO DE 1989/99

Tomam posse o presidente José de Sousa Costa e o secretário-executivo Paschoal Martini Simões

45º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Salvador (BA)

1990

1993

1991 Falecimento do ex-presidente Domício Ferreira da Costa 44º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Brasília (DF) Febrasgo é eleita para o Executive Board da Federação Internacinoal de Ginecologia e Obstetrícia (Figo)

1994 Hildoberto Carneiro de Oliveira e Osmar Teixeira Costa tomam posse na Febrasgo como presidente e secretário-executivo, respectivamente Lançamento do Jornal da Febrasgo Jornal da

Ano 14 – edição nº 83 – janeiro / fevereiro 2007

FEBRASGO Jornal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Profissional médico:

CBHPM tenta reverter anos de defasagem salarial

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Capítulo 5 - Experiência

Personagem José Luiz Gomes do Amaral

Gestão Atendimento: sua porta de entrada

Lazer O irresistível sabor dos vinhos de verão


48º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Goiânia (GO) 47º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro 46º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Porto Alegre (RS)

Fundação da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (Sogisc) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Tocantins (Sogito)

Febrasgo lança os Tratados de Ginecologia e Obstetrícia

1995

1997

1999

1996

1998

I Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Mercosul, em Porto Alegre (RS)

Toma posse nova diretoria da Febrasgo: Edmund Chada Baracat na presidência e Jacob Arkader na secretaria executiva

A Febrasgo de 1989 a 1999

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1990 a 1993

José de Sousa Costa Presidente Baiano arretado e dedicado. Além de ter sido presidente da Febrasgo e colaborador do Manual de Orientação de Ginecologia Endócrina, atuou como pesquisador no Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana da Faculdade de Medicina da Bahia e como chefe do Setor de Ginecologia do Hospital Professor Edgar Santos, em Salvador (BA).

Paschoal Martini Simões Secretário-executivo Dedicou sua vida profissional à Medicina, tanto no atendimento à população quanto no setor acadêmico. Atuou como diretor do Instituto de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Capítulo 5 - Experiência


PREOCUPAÇÃO COM A QUALIDADE

Após os 30 e rumo aos 40 anos, a Febrasgo mostra estar preparada para mais uma década de trabalho forte. A sua nova diretoria, com José de Sousa Costa na presidência e Paschoal Martini Simões na secretaria executiva, não perde tempo e começa a implementar atividades para a melhoria do exercício da profissão. A Medicina é uma das ciências que requer mais dedicação aos estudos e, por isso, uma educação de qualidade e atualização constante são os pilares para o sucesso profissional e para a promoção da saúde da população assistida. Com este pensamento na cabeça, José de Sousa e Paschoal Martini deram grande ênfase na sua gestão para a educação médica. A Febrasgo de 1989 a 1999

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Entre os projetos e atividades desenvolvidos por José de Sousa e Paschoal Martini está a doação de equipamentos e materiais, usados para dar suporte aos serviços especializados das universidades federais dos estados do Maranhão e do Rio Grande do Norte. As instituições receberam da Febrasgo aparelhos de televisão, videocassetes e materiais educativos sobre métodos anticoncepcionais. O objetivo desta ação foi promover a capacitação e melhorar o treinamento de alunos dos cursos de graduação, de agentes de saúde e de médicos de ambos os estados do Nordeste. Além de ações como essa, com o objetivo de promover a educação da classe médica nos quatro cantos do país, a diretoria da Febrasgo criou, em 1991, cinco vice-presidências regionais. Criadas para ampliar o trabalho da entidade, as vice-presidências se mantêm até hoje na estrutura da Febrasgo. Uma das principais filosofias que sempre nortearam a Febrasgo é que a Medicina, aí incluídas a Ginecologia e a Obstetrícia, deve atender toda a população – em todos os cantos do Brasil. O conhecimento técnico precisa estar presente desde os grandes centros urbanos até as regiões mais longínquas do país. Para isso, uma estrutura própria para cada associação regional é fundamental. A Febrasgo sempre partilhou deste pensamento e, por isso, quando as oportunidades surgiram durante a gestão do presidente José de Sousa Costa e do secretário executivo Paschoal Martini Simões, a entidade não se esquivou na hora de estender a mão para as federadas. As regionais de Sergipe, do Piauí, da Paraíba e do Ceará contaram com o apoio direto da federação, pois graças a Febrasgo tiveram um grande sonho realizado, o de possuir sua sede própria.

VOCÊ SABIA? ... que as vice-presidências regionais, quando criadas, não abrangiam, necessariamente, os mesmos estados que as conhecidas regiões geográficas do Brasil. Hoje, o atual estatuto da federação mudou essa configuração e as vice-presidências agora são responsáveis pelos estados das suas regiões geográficas. No mapa da página ao lado, é apresentada a divisão inicial das ações coordenadas por cada vice-presidência.

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Capítulo 5 - Experiência


Vice-presidências criadas em 1991: Sudeste São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sul Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Centro-Oeste Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Nordeste Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Norte Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. A Febrasgo de 1989 a 1999

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O trabalho de José de Sousa e Paschoal Martini não se limitou a desenvolver ações de educação continuada ou ajudar as associações regionais filiadas à Febrasgo. Inúmeros foram os projetos desenvolvidos por ambos, entre eles, podemos citar:

- Plano de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism), que consistiu na realização de cinco seminários regionais para a criação de Comitês Estaduais de Mortalidade Materna; - Desenvolvimento, com o apoio da Unicef, de programas e pesquisas relacionadas à mortalidade materna e infantil no Nordeste; - Realização do Seminário de Capacitação Docente em Planejamento Familiar para titulares e regentes de Ginecologia e Obstetrícia em universidades das regiões Norte e Nordeste. - Programa de Assistência Pré-Natal, que tinha como meta prioritária a motivação da gestante para o acompanhamento pré-natal. - Programa de Assistência à Saúde Reprodutiva do Adolescente, sendo proposto um informativo para pais e educadores, entre outras ações.

Todos os programas desenvolvidos durante a gestão de José de Sousa e Paschoal Martini foram marcantes não somente pela alta qualidade de seu conteúdo, mas também devido à preocupação, tanto do presidente quanto do secretário-executivo, de promover eventos para apresentá-los para a maior quantidade de profissionais da área. Qualidade e quantidade estão lado a lado para a promoção da saúde. Entre os principais eventos destacam-se os três a seguir.

100

Capítulo 5 - Experiência


O presidente da Febrasgo, José de Sousa Costa (de terno marrom, à direita) com médicos durante a XII Jornada Pernambucana de Ginecologia e Obstetrícia. Ao seu lado (de terno branco), o ginecologista José Weydson, presidente da federação na gestão anterior.

Encontro Nacional do Ensino da Tocoginecologia e do Planejamento (1990) Representantes de entidades internacionais, como a Unicef, e das principais escolas médicas do país discutiram alterações nos currículos para incluir disciplinas e cursos voltados para a assistência integral à saúde da mulher.

I Fórum Nacional de Debates sobre Parto Normal e Parto Cesariano (1993) O evento, um dos mais importantes desta gestão, contou com a participação de professores e especialistas de norte a sul do Brasil, como Rio Grande do Sul e Rondônia.

46º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (novembro de 1993) Com uma invejável programação, o evento marcou também a posse do novo presidente, Hildoberto Carneiro de Oliveira, e sua diretoria. Além disso, durante o congresso, houve a entrega de medalhas comemorativas a todos os ex-presidentes da Febrasgo. A Febrasgo de 1989 a 1999

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1994 a 1997

Hildoberto Carneiro de Oliveira Presidente Dedicou-se por anos à função de professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj). Atualmente, é professor da Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), faz parte do corpo clínico do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro.

Osmar Teixeira Costa (in memoriam) Secretário-executivo Profissional de grande dedicação acadêmica, chegou à Secretaria Executiva da Febrasgo pelo seu belo trabalho como professor de Ginecologia da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade do Rio de Janeiro (UniRio) e da Faculdade de Medicina da Fundação Souza Marques.

102

Capítulo 5 - Experiência


MAIS CONHECIMENTO PARA A CLASSE MÉDICA

A gestão da Febrasgo muda, as pessoas mudam, mas a vontade de trabalhar e o desejo de levar mais conhecimento para a classe médica permanecem. A nova diretoria da instituição, que assumiu em 1994, composta por Hildoberto Carneiro e Osmar Teixeira, do primeiro ao último dia do mandato, trabalha com disposição e determinação sempre em prol de encontrar os melhores resultados para os seus associados. Uma dos principais ideologias que a diretoria da Febrasgo sempre defendeu é a que educação e cultura são bens que ninguém pode retirar daquele que os possui. Uma vez apreendida, a riqueza do conhecimento o acompanha por toda a sua vida. Por este motivo, a federação fez grandes investimentos no que se refere à disseminação de conteúdos educativos junto à classe médica. A Febrasgo de 1989 a 1999

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A gestão de Hildoberto Carneiro e Osmar Teixeira marca um período de grande preocupação com a educação médica, com a atualização de trabalhos e a produção de novos canais de conhecimento. Neste período, a Febrasgo desenvolveu diversas ações, tais como:

- Febrasgo na internet: a década de 90 foi marcada pelo boom da internet no Brasil e não demorou para a Febrasgo fazer parte desse novo mundo. - RBGO: depois de um longo período sendo publicada de maneira esporádica, a revista RBGO voltou a circular de acordo com a sua periodicidade. - Jornal da Febrasgo: criado para levar aos associados as informações sobre os trabalhos desenvolvidos pela federação. - Tratados de Ginecologia e Obstetrícia: lançados em 1997, continuam ainda hoje a ser referência. São as publicações mais lidas por ginecologistas e obstetras no Brasil. - Manuais de especialidade: por serem completos, servem de base para a defesa de possíveis processos médicos. Sua importância é tamanha que até hoje continuam sendo atualizados e reeditados.

A experiência dos 40 anos traz sabedoria e novas preocupações para a mulher. Da mesma forma, ao se aproximar das suas quatro décadas de existência, a Febrasgo também passou a olhar com bastante carinho para os seus “filhotes”: as associações regionais.

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Capítulo 5 - Experiência


Com este pensamento, sempre que as oportunidades ou as necessidades aparecem, a Febrasgo não se esquiva na hora de estender a mão para as regionais. Durante a sua gestão na presidência da entidade, Hildoberto Carneiro mostrou isso na prática. O maior exemplo desta preocupação da Febrasgo com as regionais aconteceu no Acre. Nesse estado, a sociedade federada ainda não estava constituída nos anos 90. Para que os profissionais não ficassem afastados da Febrasgo, Hildoberto propôs que os médicos se filiassem a outra regional. E assim foi feito. Filiados à sociedade do Rio de Janeiro, os médicos acrianos tiveram um maior acesso às ações da Febrasgo. Preparar um congresso nacional e ser prestigiado com a presença de profissionais de todas as regiões do país e até estrangeiros é o momento mais gratificante para uma associação do porte da Febrasgo. Esta é a prova de um trabalho bem feito e de uma programação científica de qualidade. A cada dois anos, a Febrasgo se dedica exaustivamente para apresentar um conteúdo de excelência e levar aos congressistas as novidades médicas. O mais importante destes eventos é a consequente atualização que eles trazem para a classe. Alguns congressos foram marcantes e inesquecíveis, como é o caso do 47º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado no Rio de Janeiro em 1997, com a presença de médicos de 102 países, totalizando 300 convidados internacionais. A grandiosidade do congresso foi devido ao trabalho desenvolvido pela Febrasgo para trazer ao país o Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia. Outro motivo de orgulho para a Febrasgo e que fortaleceu ainda mais o laço com as federadas foi a formalização dos congressos regionais. Essa união e companheirismo de “mãe e filho” fazem com que a Febrasgo tenha certeza de que está sempre próxima de suas federadas. Como “mãe”, a Febrasgo educa, mas também ensina os “filhos” a caminharem com as próprias pernas. Chega uma hora em que é necessário dar um norte para a federada: “soltar a sua mão” para que ela se torne mais independente. Prova disso foi o estímulo dado pela Febrasgo em 1994 para a realização do I Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Rondônia. O ideal de qualquer sociedade médica não é somente o de levar conhecimento ao profissional que atua na especialidade, mas também trabalhar em defesa da classe e da população que ela assiste. Sendo assim, identifica-se como alvo de trabalho da Febrasgo os ginecologistas e obstetras, como profissionais da classe, e as mulheres, como população atendida. A Febrasgo de 1989 a 1999

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Em relação à defesa dos ginecologistas e obstetras, a Febrasgo, desde o início dos anos 90, passou a fazer parte de importantes comissões e associações, como a Comissão Nacional de Residência Médica, a Comissão Nacional de Honorários Médicos, a Confederação Internacional das Associações de Ginecologia e Obstetrícia do Mercosul e o Projeto Maternidade Segura. Uma das maiores conquistas dos ginecologistas e obstetras foi o acordo firmado entre a Febrasgo e o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Sociedade Brasileira de Mastologia. Através desse acordo, ginecologistas e obstetras, quando qualificados, ficaram aptos a assinar exames de imagem. Além disso, a federação também começou a ter uma atuação relevante no Conselho Federal de Medicina (CFM) e na Associação Médica Brasileira (AMB). Em relação à defesa da saúde da mulher, a Febrasgo também desenvolveu um trabalho bastante atuante na década de 90. A federação teve pela primeira vez assento na Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher, que assessora o Conselho Nacional de Saúde em questões relativas à saúde feminina. Nesta mesma época, a Febrasgo também participou ativamente do projeto da Lei do Planejamento Familiar junto ao Ministério da Saúde. Além disso, a entidade organizou o primeiro fórum sobre a violência contra a mulher, que, por ter sido tão bem-sucedido, tem edições realizadas até hoje.

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Capítulo 5 - Experiência


2

1

(1) Hildoberto Carneiro (esq.) com o presidente da Figo, Dr. Shab, no Congresso Mundial, em 1997, na Dinamarca. (2) Encontro entre Febrasgo, Sociedade Brasileira de Mastologia e Colégio Brasileiro de Radiologia para acordo de convênio que permitiu que ginecologistas e obstetras assinassem laudos de tratamentos de imagem. (3) Hildoberto Carneiro (ao centro, de azul) com representantes da Sociedade Brasileira de Mastologia e do Colégio Brasileiro de Radiologia. (4) Hildoberto Carneiro (primeiro à esquerda) durante encontro no Rio de Janeiro que criou a Federação de Ginecologia e Obstetrícia do Mercosul. (5) Hildoberto Carneiro, na Dinamarca, defendendo o Brasil como sede do Congresso da Figo de 2003.

5 3 4

A Febrasgo de 1989 a 1999

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O JORNAL DA FEBRASGO

O desejo de levar conhecimento e de promover atualização constante da classe médica: os objetivos iniciais da época da criação da Febrasgo continuaram fortes e levaram à criação de mais uma publicação. Assim como a Femina e a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO), a década de 90 trouxe mais um veículo de comunicação entre a Febrasgo e o seu associado.

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Capítulo 5 - Experiência


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A publicação começou bimestral, mas ganhou fôlego e hoje atua em âmbito nacional divulgando as novidades do mundo da Ginecologia e da Obstetrícia mensalmente. Além de trazer novidades sobre os ginecologistas e obstetras, a pu-

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ração Brasileira

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blicação também aborda temas de interesse da classe médica de uma forma geral,

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através de entrevistas com representantes de várias sociedades médicas e de outras especialidades. Atualmente, o Jornal da Febrasgo é considerado uma das publicações mais respeitadas não apenas entre ginecologistas e obstetras, mas por profissionais e entidades

Personage m José Luiz Go mes do Amaral

Gestão Atendimen to: sua po Jornal da rta de entrada

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de todas as especialidades médicas. Junto com a Femina e a RBGO, o Jornal da Febras-

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FEBRA

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Jornal da Fede

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Exclusivo Entrevista

A Febrasgo de 1989 a 1999

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FEBRASGO E FIGO

Representantes de federações nacionais de Ginecologia e Obstetrícia de todo o mundo participam do Congresso Mundial da Figo, em 2000, realizado nas Filipinas

Febrasgo significa Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Ao ler o seu nome, muitos podem ter a ideia que sua atuação se dá apenas em território nacional. Porém, a federação ultrapassa fronteiras. É óbvio que a maioria de suas atividades acontece em terras brasileiras, mas a Febrasgo tem atuação também no exterior.

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Capítulo 5 - Experiência


A Febrasgo trabalha forte para levar aos ginecologistas e obstetras brasileiros a conhecimento técnico e atualização profissional constante, onde quer que eles estejam. Para isso, a federação marca presença em cursos e congressos internacionais. Outra forma de atuação internacional é através da participação nas principais instituições de Ginecologia e Obstetrícia do mundo, principalmente a International Federation of Gynecology and Obstetrics (Figo), considerada a maior entidade da área. Durante os 50 anos da Febrasgo, muitas ações foram desenvolvidas em conjunto com a Figo, porém dois grandes acontecimentos marcam a história das instituições. Depois de anos de um forte e dedicado trabalho, comandado pelo presidente José Weydson de Barros e pelo secretário-executivo Paulo Roberto Canella, o Brasil foi escolhido como sede do Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia Realizado em 1988, no Rio de Janeiro, já na gestão de Hans Wolfgang Halbe e Carlos André Henriques, o congresso fez um enorme sucesso, contemplando ginecologistas e obstetras de todo o mundo com a mais completa programação científica. Uma enorme responsabilidade, porém uma grande conquista, digna de elogios e aplausos de todos os participantes. O segundo marco desta relação aconteceu em 1991, na gestão de José de Sousa Costa e Paschoal Martini Simões. Durante assembleia realizada em Londres, a Febrasgo foi escolhida como membro do Executive Board da Figo, órgão deliberativo da instituição, para um período de nove anos. Durante o mandato de José de Sousa, ocorreram outras duas assembleias da federação internacional (uma na Venezuela e outra na França), as primeiras com a Febrasgo em posição de destaque no quadro da Figo. Posição essa que continuou a brilhar durante toda a década de 90, inclusive nas gestões de Hildoberto Carneiro e Edmund Baracat. Com o fim deste ciclo de nove anos, a Febrasgo conseguiu projetar o seu trabalho pelos quatro cantos do mundo e percebeu que uma federação com o seu tamanho e sua importância precisaria estar ao lado da Figo em todos os momentos. Atualmente, com a participação de Nilson Roberto de Melo, a federação está mais uma vez no Executive Board da Figo, desempenhando o seu papel com excelência e sendo respeitada pelas mais importantes sociedades de Ginecologia e Obstetrícia de todo o mundo. “Na Figo, a heterogeneidade dos dirigentes é muito grande, convivemos com médicos de todos os lugares do mundo e com realidades extremamente diferentes das nossas. Isso faz com que o nosso aprendizado seja muito grande e tentamos trazer o que aprendemos por lá para adaptarmos a nossa realidade”, relata Nilson.

A Febrasgo de 1989 a 1999

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A GINECOLOGIA DOS 30 AOS 40 A visão das pacientes

É fundamental a presença do ginecologista na vida de qualquer mulher, em todas as idades. Através de seus exames e consultas periódicas, eles conseguem detectar o que estiver fora do comum e agir. Sabendo disso, sinto-me segura

Amora Xavier

A cada seis meses, estou no ginecologista para ver se tudo caminha bem. Gosto de passar por esse check-up com um médico de confiança, que já me acompanha há anos. O ginecologista faz parte da minha vida e ajuda a construir a minha história

Roseli Honorato

112

Capítulo 5 - Experiência


Um profissional competente e que transmite muita segurança. Acho que essas são as duas características mais importantes em um ginecologista, afinal de contas dividimos com eles a nossa intimidade

Luciana de Alcântara Roxo

Uma relação de confiança. É assim com o meu ginecologista, que está sempre disponível para tirar minhas dúvidas. Sinto-me segura, pois esse profissional me passa uma confiança muito grande

Eliana Chaves Santos

A Febrasgo de 1989 a 1999

113


1959

1969

1979

1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 6

MATURIDADE A Febrasgo de 1999 a 2009 Ela* Seus olhos que brilham tanto, Que prendem tão doce encanto, Que prendem um casto amor Onde corri rara beleza, Se esmerou a natureza Com a meiguice e com primor. Suas faces purpurinas De rubras cores divinas De mago brilho e condão; Meigas faces que harmonia Inspirada em doce poesia Ao meu terno coração! Sua boca meiga e breve, Onde um sorriso de leve Com doçura se realiza Ornando purpúrea cor, Celestes lábios de amor Que com neve se harmoniza.

Machado de Assis | Romancista e poeta carioca (1839-1908) * Trecho da poesia

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O MUNDO d e 1 9 9 9 a 2 0 0 9

2000

2001

2002

2004

Ciência decifra o genoma

Os atentados terroristas que

Em 30 de junho, os bra-

No último domingo de

humano e abre portas para a

destruíram as torres gêmeas

sileiros comemoram o

dezembro, o sudeste da

evolução da Medicina.

do World Trade Center,

pentacampeonato de futebol

Ásia é abalado por um forte

em Nova York, em 11 de

conquistado no mundial do

terremoto de 9 graus na escala

setembro, chocam o mundo

Japão e da Coreia do Sul.

Richter. O tremor provoca

e mudam toda a concepção

ondas gigantescas no oceano

de segurança que se tinha até

Índico. O tsunami resulta na

então.

morte de mais de 100 mil pessoas.

116

Capítulo 6 - Maturidade


2005

2006

2008

Criada a vacina contra o câncer de colo

No Brasil, o escândalo do “mensalão”

Barack Hussein Obama entra para a

de útero. O medicamento, chamado

ganha as manchetes dos jornais, revelando

história ao ser eleito o primeiro presidente

Gardasil, impede a formação do câncer

um esquema de compra de votos de

negro dos Estados Unidos. Aos 47 anos

ao bloquear dois vírus transmissíveis

parlamentares. Esta é a maior crise

e respaldado por grande parte da opinião

sexualmente, o HPV16 e o HPV18,

política sofrida até então pelo governo do

pública do planeta, o democrata, filho de

responsáveis por 70% dos tumores de

presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

um queniano e uma americana, vence o

colo de útero. O estudo foi realizado com

seu oponente, o senador republicano John

12.167 mulheres sexualmente ativas e com

McCain, com uma larga vantagem de

idades entre 16 e 26 anos, residentes nos

votos e garante o cargo mais importante

Estados Unidos.

do mundo.

A Febrasgo de 1999 a 2009

117


A FEBRASGO DE 1999/2009

Inaugurada a nova sede da Febrasgo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. 50° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Recife (PE).

Em parceria com a Associação Médica Brasileira, é lançado o programa Diretrizes, possibilitando a criação dos manuais de conduta de ginecologistas e obstetras.

O site da Febrasgo passa por uma reforma estrutural.

2000

2003

2001 49° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em São Paulo Primeira reeleição de uma diretora da federação. Baracat e Arkader foram escolhidos para continuar nos cargos de presidente e secretário-executivo da Febrasgo. O site da Febrasgo recebe certificação da Health on the Net Foundation (HONcode), que normatiza a confiabilidade das informações sobre Medicina na internet.

118

Capítulo 6 - Maturidade


52° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Fortaleza (CE).

2007

2005 51° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Rio de Janeiro. Nilson Roberto de Melo e Francisco Eduardo Prota são eleitos, respectivamente, para a presidência e a secretaria-executiva da Febrasgo.

2009 Febrasgo comemora 50 anos de atuação. 53° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em Belo Horizonte (MG).

anos

A Febrasgo de 1999 a 2009

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 1998 a 2005

Edmund Chada Baracat Presidente Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mestre e doutor em Medicina (Ginecologia) pela Unifesp. Atualmente, é professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Unifesp, além de ocupar o cargo de diretor-científico da Associação Médica Brasileira (AMB).

Jacob Arkader Secretário-executivo Começou como colaborador em projetos importantes até chegar ao cargo de secretário-executivo da Febrasgo. Médico e professor, passou por diversos setores da federação e, entre os projetos dos quais participou, está o Projeto da Maternidade Segura.

120

Capítulo 6 - Maturidade


AMADURECIMENTO COM DESAFIOS

Uma federação madura e consciente de seus direitos, deveres e desejos. Esta é a jovem senhora Febrasgo durante os últimos dez anos. Como uma mulher que adquiriu muito conhecimento e cresceu intelectualmente, a Febrasgo se encontra na primeira década do novo milênio com cada vez mais novos desafios pela frente. Um dos desafios atuais da Febrasgo é passar o conhecimento adquirido nas últimas cinco décadas aos mais jovens. Outro propósito é garantir o encantamento dos novos médicos pela Ginecologia e pela Obstetrícia. Um terceiro desafio é buscar a valorização desse especialista através da propagação da educação continuada. O último – não menos importante – é continuar crescendo de forma responsável e segura para não perder a capacidade de olhar para o futuro. Neste capítulo, estes quatro desafios são abordados junto com as suas soluções. A criação de novos veículos de comunicação e a intensificação do uso de outros, para atingir o maior número possível de especialistas, são algumas das novidades que chegam com a maturidade da jovem Febrasgo entre os anos de 1999 e 2009. A Febrasgo de 1999 a 2009

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APOIOS FUNDAMENTAIS A Febrasgo tem um nome importante que é o gineco-obstetra brasileiro, que trabalha e constrói a federação há 50 anos

Edmund Baracat, presidente da Febrasgo (1998/2005)

A atividade institucional foi intensa durante a gestão da Febrasgo composta por Edmund Baracat e Jacob Arkader, no período de 1998 a 2005. Expansão foi a palavra-chave durante esses dois mandatos seguidos. Nesta época, quatro estados da região Norte ainda não tinham as suas regionais de Ginecologia e Obstetrícia. Por isso, durante este período, foram fundadas as federadas do Acre, do Amapá, de Roraima e do Tocantins. As regionais foram inauguradas com o apoio da Febrasgo, que também auxiliou a montagem tecnológica, do setor de informática, mobiliária e técnico-científica das federadas.

Cabe à sociedade científica trazer as inovações e os avanços de qualquer especialidade aos seus membros. Entretanto, existem certos aspectos que, a meu ver, também são importantes e fundamentais. Não adianta fazer apenas Medicina de ponta se você não tem assistência de base

Jacob Arkader, secretário-executivo da Febrasgo (1998-2005)

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Capítulo 6 - Maturidade


EDUCAÇÃO EM DESTAQUE

Homenagem aos ex-presidentes da Febrasgo durante o 48º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia, em Goiás, em 1999. Na foto, estão (a partir do segundo à esquerda) os ex-presidentes Paulo Belfort, José Weydson, Hildoberto Carneiro e Edmund Chada Baracat.

No âmbito da educação médica continuada, vários foram os cursos realizados. Temas importantes como a assistência ao parto, Endocrinologia Ginecológica e mortalidade materna foram debatidos com vários especialistas pelo Brasil afora. Durante a gestão de 1998 a 2005, a Febrasgo realizou dois grandes congressos: um deles em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, que contou com uma representativa participação dos ginecologistas e obstetras dos quatro cantos do país. A Febrasgo de 1999 a 2009

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Uma parceria que merece destaque durante esta gestão foi concretizada com o Ministério da Saúde, na qual a Febrasgo atuou como um órgão consultivo junto ao ministério, prestando assessoria à área técnica relativa à saúde da mulher. A aquisição da atual sede da Febrasgo também é considerada um dos pontos altos da gestão de Baracat e Arkader. A federação passou a ocupar um conjunto de oito salas na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, comprado praticamente à vista. Esta conquista é motivo de orgulho para o presidente e para o secretário dessa gestão. Com ótimas instalações e equipada para o futuro, a Febrasgo prepara sua expansão para os próximos 50 anos. A valorização do médico e em especial do ginecologista e do obstetra também foi um dos principais alvos de atuação da presidência de Edmund Baracat. Um dos projetos que alcançou notoriedade nacional foi a campanha Meu trabalho tem valor. Sou médico. Também pensando na valorização do profissional, foi criado o Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra, comemorado em 30 de outubro, data da fundação da Febrasgo. Todo o esforço desta gestão foi reconhecido pelos médicos e pode ser comprovado com o crescimento do número de sócios da federação, que passou de 11.800 para 16.900.

Já tive alguns amores na minha vida, não foram tantos, mas um dos grandes foi com essa senhora Febrasgo, durante esses oito anos na diretoria

Jacob Arkader, secretário-executivo da Febrasgo (1998-2005)

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Capítulo 6 - Maturidade


O presidente Edmund Baracat com o então ministro da Saúde, José Serra, na assinatura de parceria entre a Febrasgo e o Ministério da Saúde.

Sobre o futuro, os avanços técnicos e científicos estão no foco da federação. Entre os desejos de evolução na Ginecologia e Obstetrícia que perduram nessa gestão, o ex-secretárioexecutivo Jacob Arkader aponta as novas técnicas cirúrgicas, a diminuição considerável do número de mulheres que morrem por câncer de colo de útero ou câncer de mama e uma assistência pré-natal adequada, com obstetras qualificados em qualquer lugar, principalmente no setor público. Para o ex-presidente Edmund Baracat, o que falta para os próximos anos da federação é a Febrasgo se transformar definitivamente em uma consultora oficial do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais e municipais de saúde e das organizações não governamentais que lidam com a saúde da mulher. “O Ministério da Saúde tem a sua equipe e, muitas vezes, escuta apenas esse grupo, desconsiderando outras fontes. Vemos que há uma dificuldade, não só da Febrasgo, mas também da Associação Médica Brasileira (AMB) e de outras sociedades, em sermos ouvidos. Quando você vai aos congressos dos outros países latino-americanos, se o presidente da República ou o ministro da Saúde estiver na abertura do evento, ele deixa clara a parceria com as sociedades médicas. Isso não acontece no Brasil”, lamenta Baracat. A Febrasgo de 1999 a 2009

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A FEBRASGO NO MUNDO VIRTUAL

O site atual da Febrasgo: informações sobre a federação, programas de educação continuada e publicações importantes para os ginecologistas e obstetras

Sob o domínio <www.febrasgo.org.br>, a instituição lançou, em novembro de 1997, na gestão do presidente Hildoberto Carneiro, a primeira versão do seu site visando a informar aos profissionais da área de Ginecologia as ações da entidade e de suas federadas.

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Na época, o site da Febrasgo era em flash, trazendo recursos animados para o site e respeitando um dos modismos do mundo virtual. No entanto, segundo opiniões dos usuários da época, caracterizava-se como O site da Febrasgo em 2001

um site que demorava bastante para ser carregado e de pouca agilidade quanto a sua atualização. A primeira reforma a qual o site foi submetido aconteceu na gestão de Edmund Baracat, que identificou quatro obstáculos que impediam que o website da instituição se transformasse em um portal respeitado: dificuldade de acesso para conexões discadas, sistema de busca ineficiente, reclamações dos usuários e atualização lenta. A fim de sanar os problemas, Baracat convidou o ginecologista Sergio dos Passos Ramos para coordenar um novo projeto. O pontapé inicial desta ação foi dado pela formação de uma nova equipe que ficaria

Em 2002, um novo visual no site da Febrasgo

responsável pelo conteúdo do site da Febrasgo, formada também pelos médicos Jacob Arkader e Alberto Soares Pereira Filho. Em 2001, o site da Febrasgo ainda caracterizava-se por uma página simples, sem grandes recursos tecnológicos. Mesmo assim, em outubro daquele ano, o site recebeu certificação da Health on the Net Foundation (HONcode), que normatiza a confiabilidade e a credibilidade das informações sobre Medicina disponíveis na internet.

Site da Febrasgo em março de 2003

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Em julho de 2003, sob a coordenação do Sérgio dos Passos, o site da Febrasgo passou por uma nova reforma estrutural e de mudança de layout. Na ocasião, os destaques foram áreas exclusivas para o Tego, para os Manuais da Febrasgo, sobre Concursos e Projetos e sobre as Diretrizes da federação, inclusive com a realização de fóruns. Sob a ótica da diretoria da Febrasgo do período de 1998 a 2005, o site passara a ser visto como uma importante ferramenta para os ginecologistas, já que tinha Sérgio dos Passos promoveu as melhorias no site no início dos anos 2000

como foco a disponibilização de informações importantes do patrimônio científico da instituição para o exercício da especialidade. A partir dessa nova cultura tecnológica, a Febrasgo tornou-se referência na área de Ginecologia e Obstetrícia no país através de seu site, sendo responsável pela atração de visitantes dos mais variados perfis, desde estudantes da área da Saúde, pesquisadores, especialistas e o público leigo em geral; brasileiros e estrangeiros, chegando a mais de mil visitas por dia. Após a saída de Sérgio dos Passos Ramos, assumiu a coordenação do site o novo secretário-executivo, Francisco Eduardo Prota. Uma nova versão do site da Febrasgo está no ar desde 2008, sob a atual gestão, com o objetivo de criar um canal

Visual do site em novembro de 2003

de comunicação que agregue conteúdo dinâmico e interatividade aos seus mais de 18 mil sócios. Hoje, o site da Febrasgo deu lugar a um portal mais amplo, devido à quantidade de informações pertinentes ao universo da Ginecologia e da Obstetrícia brasileira. Os diferenciais ficam por conta da criação de uma área restrita aos associados e do acesso às publicações da Febrasgo. As mudanças desse novo projeto foram executadas pela empresa ITarget em junho de 2008.

O site, em 2007, antes da última reformulação

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GALERIA DE PRESIDENTES E SECRETÁRIOS Diretoria – 2005 a 2011

Nilson Roberto de Melo Presidente Docente pela Universidade de São Paulo (USP). Assumiu também a presidência da Federação Latino-Americana das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Flasog).

Francisco Eduardo Prota Secretário-executivo Professor adjunto de Ginecologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e da Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba (PUC-Sorocaba. Atual secretário-executivo da Febrasgo e da Flasog.

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FOCO NA INOVAÇÃO E INTEGRAÇÃO Gestão com foco na inovação e integração. Essa poderia ser a definição sobre a atual gestão da Febrasgo, composta por Nilson Roberto de Melo, de São Paulo, e Francisco Eduardo Prota, de Campinas. Os dois estão no segundo mandato na diretoria da federação e continuam promovendo mudanças com o objetivo de adaptar a cinquentenária instituição aos desafios do século XXI.

RAIO-X DA FEBRASGO Data de fundação: 30 de outubro de 1959 Número de federadas: 27 associações de Ginecologia e Obstetrícia em todo país, cada sociedade representando uma unidade federativa. Número de associados: 18 mil Comissões de estudo, que incluem 24 departamentos científicos Sede: Avenida das Américas, 8.445, sala 711 – Barra da Tijuca - Rio de Janeiro

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A FEBRASGO HOJE: PRESIDÊNCIA

Nilson Roberto de Melo, atual presidente da Febrasgo, em seu consultório em São Paulo

Uma das principais metas da gestão de Nilson Roberto de Melo e Francisco Eduardo Prota é aproximar especialistas de todos os cantos do país usando a tecnologia da internet. Sites para todas as sociedades regionais e a ideia de um portal para que ginecologistas e obstetras possam obter educação continuada são os objetivos da diretoria. Além de terem como meta a democratização da informação, os gestores também começaram a preparar a federação para atuar ainda mais na formação teórica e prática do ginecologista.

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As mudanças começaram com o site da Febrasgo, que apresenta layout diferenciado desde a primeira gestão dessa diretoria, em 2005. Com foco na tecnologia e na unificação da formação do ginecologista, a diretoria propôs mudanças na avaliação para obtenção do título de especialista (Tego), que agora conta com questões práticas e teóricas. A evolução proposta por esta gestão tem como objetivo acompanhar a própria evolução da mulher brasileira. “Para os ginecologistas e obstetras, a realidade de suas pacientes é ainda mais complexa do que era há 50 anos, quando a Febrasgo foi criada. As mulheres de hoje exercem pelo menos quatro funções diferentes, que estão ligadas à família, vida profissional, maternidade e vida íntima”, analisa Nilson. De acordo com o presidente da Febrasgo, é muito importante que o ginecologista entenda a complexidade dessa paciente. “Carinho e responsabilidade são as palavras mais importantes sobre este aspecto. Quando a Febrasgo foi criada, o número de filhos que cada mulher tinha no Brasil atingia uma média de 6,2, enquanto, hoje, a média é de apenas 1,8 filhos para cada mulher. Além dessa mudança de comportamento, não poderia deixar de falar da pílula anticoncepcional. Tudo isso nos permitiu envelhecer com nossas pacientes e acompanhar cada etapa de suas vidas. O que nos traz um enorme orgulho saber que fazemos parte da vida delas e, consequentemente, de suas famílias”, afirma. Outra modificação foi feita no estatuto que rege a federação. Lançado em novembro de 2009, o novo estatuto foi feito para adaptar a instituição aos adventos de uma sociedade moderna e com diferentes aspectos sociais e culturais. De acordo com o presidente da federação, estar na posição de líder da Febrasgo quando da comemoração de seus 50 anos é uma grande responsabilidade. “A Febrasgo é a maior federação da América Latina em número de sócios, sendo muito importante no cenário de políticas de saúde da mulher. Chegar aos 50 anos em qualquer situação é muito importante e, no caso da Febrasgo, é uma celebração. Hoje, a federação tem uma maturidade maior para entender a responsabilidade diante da sociedade como um todo”, afirma. Segundo Nilson, as mudanças na vida da mulher brasileira fizeram com que a federação procurasse mudar junto com elas e evoluísse. “A palavra é realmente esta: evolução. Queremos chegar à formação virtual, ou pelo menos da complementação dessa formação de forma virtual. Pode parecer futurista, mas queremos que a nossa federação esteja pronta para estas mudanças e que esta possa oferecer inúmeras possibilidades que facilitem a vida de nossos associados”, diz.

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A FEBRASGO HOJE: DIRETORIA E FUNCIONÁRIOS

Na foto acima, a atual diretoria da Febrasgo, em evento em Belém (PA), em maio de 2009 (a partir da esquerda): o tesoureiro Ricardo Oliveira; o presidente Nilson Roberto de Melo; a tesoureira adjunta, Mariangela Badalotti; a secretária-executiva adjunta, Vera Lúcia Mota da Fonseca; a vice-presidente do Centro-Oeste, Hitomi Miura Nakagava; a vice-presidente do Sudeste, Cláudia Navarro; o vice-presidente do Sul, Almir Urbanetz; o presidente da Associação Paraense de Ginecologia e Obstetríca (APGO), Albertino Moreira Bastos; o vice-presidente do Nordeste, Francisco Edson de Lucena; e o secretário-executivo Francisco Prota.

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Francisco Eduardo Prota Secretário-executivo da Febrasgo

“Administrar uma federação como a Febrasgo, que é a maior da América Latina em número de associados, é um grande exercício para qualquer gestor. O nosso principal desafio é resgatar a dignidade do ginecologista, quando se trata da remuneração deste profissional, que está muito aquém de toda a sua importância na sociedade. Estamos neste caminho. Hoje, implementamos as mudanças que eram nossas promessas de campanha. O foco de nossa gestão está na integração através da tecnologia. A informação deve chegar a todos o mais rápido possível”.

Almir Antonio Urbanetz Vice-presidente da região Sul. Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Paraná (Sogipa) nos anos 80. Na Febrasgo, foi diretor acadêmico do Programa de Atualização em Ginecologia e Obstetrícia (Proago), entre outros cargos.

“A Febrasgo, ao longo dos 50 anos, cresceu muito. A data é uma marca importante na trajetória da entidade. Considerando que os 50 anos da Febrasgo representam um marco histórico para todos os ginecologistas e obstetras, fazer parte da diretoria é um orgulho, uma satisfação e uma grande responsabilidade”.

Claudia Navarro Vice-presidente da região Sudeste. Ocupou diversos cargos na Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais (Sogimig), inclusive a presidência.

“A Febrasgo sempre esteve ao lado do ginecologista, contribuindo para o seu desenvolvimento científico e profissional. Um aniversário de 50 anos deve sempre ser comemorado. A Medicina está se desenvolvendo com uma velocidade tão rápida que acho até difícil imaginar o que virá nos próximos 50 anos. Considero de suma importância acompanhar os avanços da ciência, mas enquanto tivermos mulheres morrendo por falta de assistência ao parto, sem acesso a um pré-natal digno ou a uma simples mamografia, devemos concentrar nossas forças na luta pelas condições de saúde da mulher brasileira”. A Febrasgo de 1999 a 2009

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Francisco Edson de Lucena Feitosa Vice-presidente da região Nordeste. Membro do corpo editorial da Revista Femina.

“A Febrasgo tem crescido muito e melhorado ano a ano o programa de educação continuada. E a celebração dos 50 anos da instituição é a confirmação de que entidades, para se tornarem fortes, devem valorizar seus associados. Para os próximos 50 anos, vejo a federação cada vez mais atuante e defensora incondicional da saúde da mulher brasileira e de seus associados, com melhoria do índice de mortalidade materna, mais acesso ao planejamento familiar e melhoria da assistência pré-natal”.

Hitomi Miura Nakagava Vice-presidente da região Centro-Oeste. Ocupou a presidência da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal (Sgob) no biênio 1998-1999.

“O objetivo comum de tornar a Febrasgo uma referência em saúde da mulher e esteio de consultoria científica na área é, sem dúvida, um dos grandes feitos da instituição. Se, por um lado, estamos orgulhosos e animados em participar desse momento, não deixamos de nos preocupar com o sucateamento da Medicina pública, que deixa os profissionais cada vez mais expostos. Este cinquentenário deve ser uma data especial para todos os profissionais que se dedicam a trazer saúde, conforto e qualidade de vida à mulher”.

Pedro Noleto Vice-presidente da região Norte. Ocupou diversos cargos na Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia (APGO) até chegar à presidência da entidade.

“Os 50 anos da Febrasgo constituem um marco histórico. Fazer parte da diretoria da Febrasgo, em qualquer período, é um honra e motivo de grande satisfação, pois constitui o reconhecimento ao esforço na valorização do trabalho médico e na melhoria da assistência às pacientes. Vejo a Febrasgo nos próximos 50 anos como uma instituição aglutinadora de profissionais, pois ela está estruturada em bases sólidas e dirigida por profissionais idealistas, competentes e honestos” .

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Vera Lúcia Mota da Fonseca Secretária-executiva adjunta. Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (Sgorj) e segunda vice-presidente do Conselho Regional do Rio de Janeiro (Cremerj).

“Posso dizer que comecei a me politizar mais sobre os direitos e deveres cabíveis a minha profissão quando comecei a frequentar a Sgorj, ainda na época da residência. Fui convidada pela presidência para ocupar este cargo e ser uma representante do cenário carioca na Ginecologia e Obstetrícia. A sociedade, assim como a federação, é muito importante para a luta pela valorização do médico. A celebração do aniversário da Febrasgo e a manutenção da entidade são importantes para a classe médica, para que haja uma instituição forte guiando os ginecologistas e obstetras”.

Mariangela Badalotti Tesoureira-adjunta. Integra a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Grande do Sul (Sogirgs), em que já ocupou os cargos de diretora científica, diretora administrativa e diretora financeira.

“A educação continuada e a defesa do profissional são os estribos da atuação da Febrasgo. A data marca os 50 anos da entidade que luta pelos direitos dos ginecologistas e transcende sua importância na área. Simboliza, de maneira concreta, a importância do associativismo médico como um todo e a força que a luta coletiva representa. No futuro, acredito que a federação possibilite cada vez mais oportunidades de atualização científica e aumente ainda mais a sua representatividade”.

Simoni Pinheiro Secretária da diretoria. Funcionária mais antiga da federação, ingressou na Febrasgo em 2001 como secretária da Secretaria Executiva. Há três anos ocupa o cargo de secretária da diretoria e atua na coordenação dos concursos do Tego.

“A Febrasgo, ao completar 50 anos, mostra a sua importância. Vejo isso no cotidiano do meu trabalho, através do contato com os médicos. O nome da Febrasgo tem um peso considerável para mim, o que me incentiva a exercer cada vez melhor o meu trabalho. Para os próximos anos, a Febrasgo tem que crescer mais, pois ainda há muito o que fazer pelos associados”. A Febrasgo de 1999 a 2009

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A FEBRASGO HOJE: A SEDE PRÓPRIA

Projeção do prédio da Febrasgo quando da sua inauguração, em 2000

Trinta de outubro de 2000. Esta foi a data que marcou mais um capítulo no crescimento da Febrasgo. Neste dia, a federação celebrou a conquista de uma nova e ampla sede, que passaria a abrigar todos os projetos em andamento e os que ainda estavam por vir. Preparada para os desafios do novo milênio, a nova casa da Febrasgo reúne seis salas com decoração aconchegante e plenamente equipadas para atender às necessidades tecnológicas de uma federação de âmbito nacional. Localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, a sede da Febrasgo possui instalações que abrigam reuniões de diretoria, contatos e trabalhos com as regionais e cursos rápidos de atualização. A inauguração da sede aconteceu no ano de 2000, no Dia do Ginecologista e Obstetra e na data em que a Febrasgo completava 41 anos de fundação.

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(1) Funcionários da Febrasgo (a partir da esquerda): Erika Samanta, secretária do setor financeiro; Simoni Pinheiro, secretária da diretoria; Simone Silva, secretária de publicações; Alessandra Medeiros, recepcionista; Miria Maciel, secretária de atuação e anuidade; Michel Paulo, mensageiro. (2) Sala de reuniões, com ao fundo, a galeria de presidentes da Febrasgo (3) Na sede, o ambiente de trabalho é aconchegante e funcional (4) Recepção da sede da Febrasgo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio

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A FEBRASGO HOJE: O NOVO ESTATUTO Ao longo de 50 anos, muitas coisas mudaram na Febrasgo. Por esta razão, o seu estatuto – a lei maior que rege a entidade – também passou por mudanças. Em 2009, a diretoria da federação aprovou um novo estatuto, que chega agora a sua publicação oficial:

ESTATUTO SOCIAL Capítulo I - Da denominação, sede, finalidades, duração e patrimônio Artigo 1° - A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), fundada em 30 de outubro de 1959, na cidade de Belo Horizonte, durante a XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, é pessoa jurídica de direito privado, constituída e organizada na forma deste estatuto, sem fins lucrativos, que congrega, no território nacional, as associações estaduais e a do Distrito Federal que se dediquem ao estudo e divulgação da Ginecologia e Obstetrícia, cujos recursos serão destinados, exclusivamente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos, sendo dotada de personalidade jurídica distinta dos seus associados, os quais não respondem, nem mesmo subsidiariamente, pelas obrigações contraídas. § 1º - Obrigam a Febrasgo somente os atos dos administradores exercidos nos estritos termos e limites de poderes as segurados neste estatuto. § 2º - Caracterizado desvio de finalidade por atos dos administradores, estes responderão com seus bens particulares, no ressarcimento das perdas provocadas. Artigo 2° - A Febrasgo tem sua sede na cidade do Rio de Janeiro: Avenida das Américas, 8.445, sala 711, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22793- 081. Artigo 3° - O exercício social da Febrasgo iniciará no dia primeiro de janeiro e findará no dia 31 (trinta e um) de dezembro.

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Artigo 4° - São finalidades da Febrasgo: I. Patrocinar, promover, apoiar e zelar pelo aperfeiçoamento técnico e científico, pelos interesses econômicos e pelos aspectos éticos do exercício profissional dos ginecologistas e obstetras; II. Promover a realização de conclaves científicos, outorgar o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego), bem como os Certificados de Atuação nas Áreas Específicas que forem de sua competência e manter publicações que divulguem os conhecimentos da especialidade; III. Manter relacionamento com outras organizações médicas nacionais e internacionais; IV. Representar oficialmente as associações federadas junto às autoridades federais e internacionais, podendo manter convênios e/ ou parcerias com órgãos públicos e privados para o cumprimento de suas finalidades. Artigo 5° – A Febrasgo tem tempo de duração indeterminado e somente poderá ser extinta por decisão tomada em Assembleia Geral das Associações Federadas especialmente convocada para tal fim, por voto de, no mínimo, dois terços do número de federadas representadas na Assembleia Geral, revertendo o seu patrimônio social em benefício de uma ou mais instituições congêneres, devidamente registradas no Conselho Nacional de Assistência Social ou de uma entidade pública assistencial, a critério da assembleia. Parágrafo único – O quórum mínimo para esta decisão é dois terços do total das associações federadas. Artigo 6° - O patrimônio da Febrasgo será constituído de bens móveis, imóveis, direitos e ações que possua ou venha a possuir. § 1º - A aquisição, venda ou gravame de bens imóveis devem ser autorizadas por Assembleia Geral das Associações Federadas especialmente convocada para este fim, cujo quórum para aprovação deverá ser o mesmo previsto no artigo quinto. § 2º - Os recursos da Febrasgo provêm: I. Da contribuição anual de seus associados; II. Dos congressos científicos que organize ou que participe; III. De convênios realizados com órgãos públicos ou com entidades privadas, sempre considerando o atendimento aos seus objetivos estatutários; IV. Das captações oriundas de publicações; V. De doações e legados.

Capítulo II – A organização Artigo 7° - A Febrasgo é constituída pelos seguintes órgãos: I. Assembleia Geral das Associações Federadas; II. Diretoria; III. Conselho Fiscal.

Seção I – Da assembleia geral Artigo 8° - A Assembleia Geral das Associações Federadas é a reunião dos presidentes das associações federadas ou de seus representantes, desde que legalmente credenciados, e delibera através do voto unitário, constituindo-se no poder soberano da Febrasgo. § 1º - As reuniões plenárias da Assembleia Geral das Associações Federadas são realizadas em conjunto com os membros da Diretoria, que participam apenas com direito a voz.

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§ 2º - Poderão participar convidados, que também terão apenas direito a voz. Artigo 9° - As Assembleias Gerais serão ordinárias ou extraordinárias. § 1º - A Assembleia Geral Ordinária das associações federadas será realizada, anualmente, nos termos do Regimento Interno. § 2º - A Assembleia Geral Extraordinária das associações federadas ocorrerá, sempre com pauta específica, por convocação: pela diretoria; por, no mínimo, um quinto das associações federadas; ou pelo conselho fiscal. § 3º - O edital de convocação da Assembleia Geral Extraordinária será enviado a todas as associações federadas, bem como publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação do país, com especificação de pauta e indicação de dia, hora e local do evento. Artigo 10 – As decisões da Assembleia Geral serão tomadas por maioria simples dos representantes das associações federadas presentes, com direito a voto. Parágrafo único - As decisões para alteração do Estatuto e para destituição da diretoria e do conselho fiscal deverão ser tomadas com o voto favorável de dois terços dos representantes das associações federadas presentes, com direito a voto. Artigo 11 - Compete privativamente à Assembleia Geral das Associações Federadas: I. Eleger o Conselho Fiscal; II. Homologar a eleição da diretoria; III. Destituir membros da diretoria e do conselho fiscal; IV. Aprovar as contas da Febrasgo; V. Alterar o Estatuto e o Regimento Interno. Parágrafo único - A posse da diretoria ocorrerá em Assembleia Geral Extraordinária. Artigo 12 - As despesas decorrentes das reuniões da Assembleia Geral das Associações Federadas serão da responsabilidade de cada associação federada, conforme o Regimento Interno.

Seção II – Da diretoria Artigo 13 - A diretoria da Febrasgo é composta, hierarquicamente, por: I. Presidente; II. Cinco vice-presidentes, para as regiões: Centro-oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul; III. Diretor administrativo; IV. Diretor financeiro. Artigo 14 - São atribuições da diretoria: I. Exercer nos limites deste Estatuto e do Regimento Interno a administração da Febrasgo; II. Convocar e organizar a pauta das Assembleias Gerais das Associações Federadas; III. Coordenar as eleições da Diretoria da Febrasgo, juntamente com as associações federadas; IV. Remeter às associações federadas, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a pauta das reuniões da Assembleia Geral das Associações Federadas, bem como os relatórios financeiros; V. Elaborar e/ou reformular o Orçamento Anual; VI. Autorizar as despesas necessárias para a consecução das finalidades da Febrasgo;

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VII. Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto e o Regimento Interno, bem como todas as decisões tomadas nas Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias; VIII. Convocar o Conselho Fiscal para se pronunciar sobre as decisões financeiras da Febrasgo referentes aos balancetes, relatórios financeiros anuais, pagamentos de despesas, projeto do orçamento anual, manual de procedimentos administrativos e financeiros, e manual de planos de contas contábeis; IX. Assegurar o cumprimento das leis que regem as atividades desenvolvidas pela Febrasgo, em conjunto com o Conselho Fiscal; X. Resolver os casos omissos do presente Estatuto, ouvidos, nos aspectos pertinentes, o Conselho Fiscal, ad referendum da Assembleia Geral das Associações Federadas; XI. Designar, em caso de vacância de qualquer cargo da diretoria, exceto de presidente, o substituto legal, ad referendum da Assembleia Geral das Associações Federadas. Artigo 15 - A diretoria reunir-se-á periodicamente, ou sempre que necessário, por convocação do presidente; Artigo 16 - Os cargos da diretoria são honoríficos.

Seção III – Da presidência Artigo 17 - Ao presidente compete: I. Representar a Febrasgo em juízo ou fora dele; II. Presidir os Congressos Brasileiros de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo; III. Compor sua assessoria; IV. Administrar a Febrasgo nos limites deste Estatuto, do Regimento Interno e das deliberações da Assembleia Geral das Associações Federadas e fazer executar suas próprias deliberações e as da diretoria da Febrasgo; V. Fazer cumprir este Estatuto, o Regimento Interno e as decisões tomadas pela Assembleia Geral das Associações Federadas da Febrasgo; VI . Apresentar à Assembleia Geral das Associações Federadas o relatório anual das atividades da Febrasgo; VII. Convocar, instalar e presidir a Assembleia Geral das Associações Federadas; VIII. Designar os membros das coordenações e comissões da Febrasgo, ad referendum da Assembleia Geral das Associações Federadas, de acordo com o Regimento Interno; IX. Convocar e presidir as reuniões da diretoria da Febrasgo, ordinárias e extraordinárias; X. Exercer o voto de qualidade ou desempate, em qualquer instância; XI. Outorgar poderes procuratórios, em casos especiais, com poderes específicos e com prazo limitado à vigência do mandato, exceto os ad judicia; XII. Nomear os editores das publicações da Febrasgo, o coordenador científico e o assessor especial de Relações Institucionais; XIII. Firmar os documentos financeiros e cheques em conjunto com o diretor administrativo ou o diretor financeiro ou outro membro da diretoria especialmente credenciado pela presidência. Artigo 18 - Havendo vacância do cargo de presidente, o vice-presidente mais antigo na vivência associativa na Febrasgo assume o cargo até o final do mandato.

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Seção IV – Das vice-presidências Artigo 19 - As vice-presidências, em número de cinco, representam as cinco regiões administrativas do país e são constituídas por: I. Região Centro-Oeste: Distrito Federal (DF) e os estados de Goiás (GO), Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS); II. Região Nordeste: estados de Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Maranhão (MA), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN) e Sergipe (SE); III. Região Norte: estados de Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO); IV. Regiã o Sudeste: estados do Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ ) e São Paulo (SP); V. Região Sul: estados do Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC). Artigo 20 - Compete aos vice-presidentes: I. Representar oficialmente a Febrasgo em sua região; II. Participar das Assembleias Gerais das Associações Federadas; III. Proporcionar e facilitar o desenvolvimento da Febrasgo na sua região; IV. Servir de elo entre a diretoria da Febrasgo e as associações federadas de sua região; V. Substituir o presidente em seu eventual impedimento, de conformidade com o artigo 18 (dezoito) deste Estatuto; VI. Em caso de impedimento definitivo, o vice-presidente será substituído por indicação da diretoria da Febrasgo, ad referendum da Assembleia Geral das Federadas. Seção V – Da diretoria administrativa Artigo 21 – Compete ao diretor administrativo: I. Responder, no que couber, junto com o diretor financeiro, pelo patrimônio da Febrasgo, mantendo sob sua guarda todos os documentos e arquivos sociais; II. Responder pela administração e organização da Febrasgo; III. Elaborar, no que lhe compete, o relatório anual da Febrasgo; IV. Firmar os documentos financeiros e cheques em conjunto com o presidente ou o diretor financeiro ou outro membro da diretoria especialmente credenciado pela presidência. Seção VI – Da diretoria financeira Artigo 22 - Compete ao diretor financeiro: I. Compor seu quadro de auxiliares, submetendo-o à aprovação da diretoria; II. Estabelecer e orientar conduta econômica e financeira da Febrasgo, segundo as diretrizes básicas emanadas da diretoria, respondendo pela eficácia de sua estrutura contábil; III. Efetuar o pagamento das despesas da Febrasgo; IV. Firmar os documentos financeiros e cheques em conjunto com o presidente ou o diretor administrativo ou outro membro da diretoria especialmente credenciado pela presidência; V. Ter sob sua guarda responsabilidade todos os valores pertencente s à Febrasgo, além daqueles que lhe forem confiados pela diretoria; VI. Apresentar à Assembleia Geral das Associações Federadas o relatório financeiro anual.

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Seção VII – Do Conselho Fiscal Artigo 23 - O Conselho Fiscal será composto por três membros efetivos e três suplentes, titulados, não membros da diretoria e eleitos pela Assembleia Geral Ordinária das Associações Federadas. § 1º - Os membros efetivos escolherão um coordenador e um secretário dentre seus pares. § 2º – A duração do mandato do conselho será de um ano, sendo obrigatória a renovação de pelo menos um terço de seus participantes com a permissão de uma única reeleição consecutiva. § 3º - As deliberações do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria simples de votos de seus membros efetivos presentes e deverão ser registradas em livro próprio de atas do Conselho Fiscal. Artigo 24 - Ao Conselho Fiscal, compete, conjuntamente dentro de seus limites legais e estatutários: I. Examinar os documentos contábeis e fiscais, verificando se as despesas e investimentos patrimoniais realizados estão compatíveis com os padrões aceitáveis, do ponto de vista econômico e financeiro, a cada três meses; II. Lavrar no livro de atas e pareceres do Conselho Fiscal o resultado dos exames realizados; III. Denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à associação; IV. Analisar os balancetes e outros demonstrativos, bem como o relatório financeiro anual da diretoria, emitindo parecer escrito a ser apreciado pela Assembleia Geral das Associações Federadas; V. Reunir-se ordinariamente a cada três meses a critério próprio e, extraordinariamente, sempre que convocado pela Assembleia Geral das Associações Federadas, pela diretoria ou pelo seu coordenador; VI. Participar das reuniões conjuntas com a diretoria quando necessário, sendo representado para tal pelo seu coordenador ou outro membro por ele designado, respeitadas as disposições estatutárias e regimentais; VII. Convocar a Assembleia Geral Extraordinária em circunstâncias especiais de comprovação de ilícitos.

Seção VIII – Do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego) Artigo 25 - O Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia é o certificado de habilitação para o exercício da Ginecologia e Obstetrícia, outorgado pela Febrasgo aos médicos aprovados em avaliação realizada por comissão própria.

Seção IX – Do Fundo Febrasgo Artigo 26 - Denomina-se Fundo Febrasgo o montante das reservas financeiras que provêm dos eventos da Febrasgo, destinadas ao auxílio às associações federadas e às atividades de estímulo à especialidade. Artigo 27 - Os recursos do Fundo Febrasgo serão movimentados pela diretoria, que enviará à Assembleia Geral relatório financeiro anual do Fundo.

Capítulo III – Das eleições

Seção X – Da diretoria Artigo 28 - A diretoria é escolhida por eleição direta para um mandato de quatro anos, segundo as normas previstas no Regimento Interno da Febrasgo, não sendo permitida a reeleição consecutiva para o mesmo cargo no mandato seguinte.

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§ 1º - Têm direito a voto os associados titulados e/os efetivos e residentes, quites com a anuidade da Febrasgo, e os eméritos. § 2º - Não será exigido o afastamento de seu cargo ao membro da diretoria que se candidate a reeleição, respeitando o caput deste artigo. § 3º - Só podem candidatar-se a cargos eletivos da diretoria os associados titulados quites com a anuidade da Febrasgo, que estejam em pleno gozo dos seus direitos. Artigo 29 - A Comissão Eleitoral é uma comissão transitória, constituída pela Assembleia Geral das Federadas no primeiro ano de mandato da diretoria, tendo sua vigência até a homologação do resultado das eleições, na forma do Regimento Interno da Febrasgo. Artigo 30 – O cargo de presidente da Febrasgo não pode ser pleiteado por associado da associação federada que esteja exercendo a presidência da Febrasgo.

Capítulo IV – Das associações federadas

Seção XI – Das associações federadas Artigo 31 - Denominam-se associações federadas as Associações de Ginecologia e Obstetrícia legalmente constituídas, uma em cada estado e no Distrito Federal, filiadas à Febrasgo, obrigando-se a cumprir, integral e fielmente, todas as disposições contidas no presente Estatuto Social. Artigo 32 – Para filiar-se à Febrasgo, a associação federada encaminhará o pedido à diretoria administrativa instruído com a ata de sua constituição e fundação, estatuto registrado em cartório, composição da diretoria, relação atualizada de seus membros regularmente filiados, além de outros documentos que possam ser requisitados pela diretoria ou pela diretoria financeira. Parágrafo único – Cumpridas as exigências, o pedido de filiação é encaminhado à diretoria, acompanhado do parecer do diretor administrativo, para apreciação final e decisão da aceitação ou não da filiação solicitada. Artigo 33 - O desligamento da associação federada dar-se-á: I. Por solicitação da interessada; II. Por proposta da diretoria à Assembleia Geral das Associações Federadas. Parágrafo único - Será concedido à associação federada o mais amplo direito de defesa, através de recurso escrito, encaminhado à diretoria da Febrasgo, que se encarregará de apreciá-lo e emitir seu parecer à Assembleia Geral das Associações Federadas, que tomará a decisão final.

Capítulo V – Dos associados

Seção XII – Dos associados Artigo 34 - Os associados das federadas são também associados da Febrasgo e distribuem-se nas seguintes categorias: titulados, efetivos, honorários, eméritos, colaboradores e residentes. I. Associados titulados são os médicos ginecologistas e obstetras portadores do Tego; II. Associados efetivos são os médicos não portadores do Tego com atuação comprovada na Ginecologia e Obstetrícia; III. Associados honorários são as personalidades brasileiras ou estrangeiras de mérito comprovado, indicadas pela diretoria da Febrasgo ou de associação federada e aceitas por decisão de dois terços da Assembleia Geral das Associações Federadas;

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Capítulo 6 - Maturidade


IV. Associados eméritos são os que, ao atingirem 70 (setenta) anos de idade, tenham contribuído com pelo menos 15 (quinze) anuidades à Febrasgo; V. Associados colaboradores são os profissionais médicos de outras especialidades, indicados pela diretoria e aceitos por decisão de dois terços da Assembleia Geral das Associações Federadas; VI. Associados residentes são os médicos que estejam inscritos em programas de residência em Ginecologia e Obstetrícia credenciados pelo Ministério da Educação. Artigo 35 – Somente serão considerados quites, para todos os fins, os associados das federadas que efetuarem o pagamento da anuidade da Febrasgo no prazo marcado pela tesouraria. Parágrafo único – Serão considerados inadimplentes os que não obedecerem o caput deste artigo. Artigo 36 – São direitos dos associados: I. Participar das atividades sociais e científicas da Febrasgo; II. Receber as publicações periódicas da federação; III. Propor admissão de novos associados nos termos deste Estatuto e dos estatutos das associações federadas; IV. Integrar os órgãos administrativos, científicos e fiscais nos termos deste Estatuto e do Regimento Interno da Febrasgo; V. Participar da Assembleia Geral das Associações Federadas, votar e ser votado e apresentar propostas, nos termos deste Estatuto e do Regimento Interno da Febrasgo; VI. Votar nas chapas inscritas para os cargos dos órgãos permanentes da Febrasgo; VII. Utilizar de todos os serviços mantidos pela sua associação federada e pela Febrasgo; VIII. Receber igualdade de tratamento salvo as prerrogativas inerentes ao exercício de funções administrativas e às categorias de associado; IX. Fiscalizar a gestão social da Febrasgo, respeitando a forma estabelecida neste Estatuto e no Regimento Interno da Febrasgo; X. Solicitar à diretoria executiva reconsideração de ato em face do qual se julgue prejudicado, observado o prazo de 30 (trinta) dias do fato. Artigo 37 – São deveres dos associados: I. Cumprir este Estatuto, o Regimento Interno e as recomendações exaradas pela Assembleia Geral das Associações Federadas e pela Diretoria da Febrasgo; II. Pagar regularmente as anuidades; III. Comunicar a sua associação federada mudança de endereço; IV. Colaborar, aceitando cargos, comissões ou representações para os quais tenha sido eleito, designado ou nomeado; V. Contribuir para o desenvolvimento social, cultural, recreativo e desportivo da Febrasgo e das associações federadas. VI. Votar nas chapas inscritas para os cargos dos órgãos permanentes da Febrasgo; VII. Zelar pelo bom nome e pelos bens da Febrasgo e das associações federadas. Seção XIII – Das infrações e das penalidades Artigo 38 - Será considerada infração todo o ato que infringir o Estatuto da Febrasgo ou qualquer um dos órgãos ou setores que componham a sua organização. Artigo 39 - As denúncias das infrações deverão ser submetidas à diretoria administrativa, que as encaminham à Comissão de Orientação Ética e Jurídica.

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§ 1° As denúncias poderão ser feitas por qualquer associado em gozo de seus direitos, por associação federada, por órgão deliberativo da Febrasgo ou pela Comissão de Orientação Ética e Jurídica. § 2° - A Comissão de Orientação Ética e Jurídica, ao receber a denúncia, notificará o denunciado para apresentar sua defesa no prazo máximo de 30 (trinta) dias. § 3° - Ao analisar a denúncia e a defesa, a Comissão de Orientação Ética e Jurídica deliberará sobre: aceitação ou não da denúncia, abertura ou não de processo, decidir pela punição ou não do denunciado e devolver para a diretoria administrativa para as providências cabíveis. § 4° - Em caso de punição caberá sempre recurso, exceto quando o foro for a Assembleia Geral das Associações Federadas. Artigo 40 - Sem prejuízo das penalidades aplicáveis pela legislação penal, quando os atos praticados estiverem tipificados nessa legislação, aplicam-se também: a. Advertência por escrito; b. Suspensão das atividades vinculadas à Febrasgo e à associação federada por um a dois anos; c . Exclusão da Febrasgo.

Capítulo VI – Dos congressos Artigo 41 - A Febrasgo promoverá três tipos de congressos: I. Nacionais: são os Congressos Brasileiros de Ginecologia e Obstetrícia; II. Regionais: são os congressos organizados em cada uma das cinco regiões da Febrasgo; III. Internacionais: são os congressos realizados sob os auspícios da Febrasgo, com patrocínio de entidades internacionais.

Capítulo VI – Das disposições gerais Artigo 42 - A indicação para ocupar cargo na diretoria no Conselho Fiscal, nas coordenações e comissões da Febrasgo, bem como na diretoria das associações federadas, e para participação ativa em conclaves e outros eventos científicos da Febrasgo e associações federadas, somente será permitida aos portadores do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia outorgado pela Febrasgo. Parágrafo único - Fazem exceção para participar em conclaves da Febrasgo e das associações federadas os portadores de Título de Especialista equivalente, os de reconhecido saber em ciências e os colegas estrangeiros convidados para esse fim. Artigo 43 - Na eventualidade de renúncia coletiva da diretoria, a Febrasgo será dirigida interinamente pelo Conselho Fiscal que, no prazo de 15 (quinze) dias, convocará uma Assembleia Geral Extraordinária das Associações Federadas para organização de eleições de nova diretoria.

Capítulo VII – Das disposições finais e transitórias Artigo 44 – A diretoria atual , eleita em 2008, terá mandato de três anos. Artigo 45 – Os cargos de secretário-executivo e tesoureiro, preenchidos na eleição de maio de 2008, terão sua denominação mudada para diretor administrativo e diretor financeiro, respectivamente, a partir da posse dos eleitos; Artigo 46 – Os cargos de secretário-executivo adjunto e tesoureiro adjunto, preenchidos na eleição de maio de 2008, terão seus mandatos preservados até o final do mandato da diretoria eleita, da qual participam, e serão extintos após.

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Capítulo 6 - Maturidade


Artigo 47 - Compete ao secretário-executivo adjunto: I. Substituir o diretor administrativo, nos seus impedimentos; II. Exercer as funções que lhe forem atribuídas ou delegadas pela diretoria da Febrasgo. Artigo 48 - Compete ao tesoureiro adjunto: I. Substituir o diretor financeiro, nos seus impedimentos; II. Exercer outras funções que lhe forem atribuídas ou delegadas pela diretoria da Febrasgo. Artigo 49 – A partir do mandato da diretoria eleita em maio de 2011, o diretor administrativo e o diretor financeiro serão substituídos reciprocamente em seus impedimentos. Artigo 50 – O presente Estatuto entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogando-se as disposições anteriores. O presente Estatuto Social composto por 50 (cinquenta) artigos foi aprovado pela Assembleia Geral Extraordinária das Associações Federadas, realizada na data de 12 de junho de 2008 na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Nilson Roberto de Melo Presidente

Francisco Eduardo Prota Secretário-Executivo

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A FEBRASGO HOJE: COMISSÕES DE ESTUDO

Projeção do prédio da Febrasgo quando da sua inauguração, em 2000

Manuais da Febrasgo levam as pesquisas das comissões de estudo aos associados

Um órgão normativo que proporciona as bases para o estudo de cada área da Ginecologia e da Obstetrícia. É desta forma que se definem as comissões de estudo da Febrasgo. Ao todo, a federação reúne três comissões permanentes: uma especializada em Ginecologia, outra especializada em Obstetrícia e uma terceira especializada em ambas as áreas. As comissões publicam, periodicamente, manuais com as diretrizes de cada especialidade estudada.

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As comissões de estudo englobam grupos de debate sobre diferentes temas. Para cada grupo de estudos há uma diretoria escolhida de acordo com a experiência dos médicos que as coordenarão. De acordo com o diretor do Centro de Diagnósticos da Mulher (Cepem), o ginecologista Henrique Pasqualete, essas comissões são importantes para a continuidade da prática ginecológica. “Estes grupos promovem a sustentação da prática no consultório. Quando temos alguma dúvida sobre novos tratamentos, remédios ou procedimentos, recorremos a estes grupos de estudos a fim de recebermos a devida orientação. Além disso, há os manuais criados para nos ajudar no dia a dia do consultório”, avalia o ginecologista. A seguir, conheça quem são os médicos que hoje presidem as comissões de estudo da Febrasgo:

Comissões Nacionais Especializadas em Ginecologia

Assistência Pré-Natal: Iracema de Mattos Paranhos Calderon (SP)

Climatério: Rosaly Ferreira Rulli Costa (DF)

Gestação de Alto Risco: Rosiane Mattar (SP)

Endometriose: Maurício Simões Abrão (SP)

Medicina Fetal: Maria de Lourdes Brizot (SP)

Ginecologia e Obstetrícia Infanto-Puberal: Ricardo Cris-

Mortalidade Materna: Frederico Amedee Peret (MG)

tiano Leal da Rocha (ES)

Perinatologia: Carlos Augusto Alencar Junior (CE)

Ginecologia Endócrina: Hugo Miyahira (RJ)

Violência Sexual e Interrupção da Gestação Prevista por

Mamografia: Domingos Auricchio Petti (SP)

Lei: Cristião Fernando Rosas (SP)

Mastologia: Alfredo Carlos Simões Dornellas de Barros (SP)

Comissões Nacionais Especializadas em Ginecologia e

Oncologia Genital: Jurandir Moreira de Andrade (SP)

Obstetrícia

Reprodução Humana: Álvaro Petracco (RS)

Anticoncepção: Marcelino Holfmeister Poli (RS)

Trato Genital Inferior: Newton Sergio de Carvalho (PR)

Sexologia: Ricardo da Cunha Cavalcanti (BA)

Uroginecologia e Cirurgia Vaginal: Márcia Salvador Geo (MG)

Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia: Waldemar

Video-histeroscopia: Reginaldo Guedes Coelho Lopes (SP)

Naves do Amaral (GO)

Videolaparoscopia: Marco Aurélio Pinho de Oliveira (RJ) Comissões Nacionais Especializadas em Obstetrícia Aleitamento: Antonio Fernandes Lages (MG) Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério: Rivaldo Mendes de Albuquerque (PE)

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A FEBRASGO HOJE: AS REGIONAIS 1 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) 2 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj) 3 - Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) 4 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (Sogoes) 5 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa) 6 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (Sogisc) 7 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirgs) 8 - Associação Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO) 9 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal (Sgob) 10 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Mato Grosso do Sul (Sogomat-sul) 11 - Associação Matogrossense de Ginecologia e Obstetrícia (Somago) 12 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (Sogiba) 13 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Sergipe (Sogise) 14 - Associação Alagoana de Ginecologia e Obstetrícia (Soalgo) 15 - Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (Sogope) 16 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Paraíba (Asgopa) 17 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn) 18 - Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia (Socego) 19 - Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia (Sopigo) 20 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Maranhão (Sogima) 21 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Tocantins (Sogito) 22 - Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia (APGO) 23 - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Amapá (Agoap) 24 - Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (Assago) 25 - Associação Roraimense de Ginecologia e Obstetrícia (Sogorr) 26 - Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Rondônia (Assogiro) 27 - Associação dos Obstetras e Ginecologistas do Acre (Asogiac)

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SUDESTE São Paulo Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) Fundação: 1989 Presidente: Krikor Boyaciyan Vice-presidente: Rui Alberto Ferriani A Sogesp é a maior federada da Febrasgo e também uma das mais novas, completando em 2009 duas décadas de atuação. Até 1989, a Ginecologia e a Obstetrícia paulistas eram apenas um departamento dentro da Associação Paulista de Medicina (APM). Com o crescimento exponencial das especialidades, era necessário criar uma identidade própria que pudesse representar os profissionais do estado - ponto de partida para a criação da Sogesp. “Desde o primeiro ano da Sogesp, o relacionamento da federada com a Febrasgo é bem próximo”, afirma Krikor Boyaciyan, presidente da regional. As ações realizadas em conjunto pelas instituições têm apenas um objetivo: o aprimoramento científico dos médicos. A Sogesp possui cerca de 5.500 médicos afiliados, o que representa 30% dos associados da Febrasgo. Por isso, a federação considera que manter os profissionais paulistas constantemente atualizados é muito importante. Krikor Boyaciyan revela também que o trabalho desenvolvido pela Febrasgo possibilita a troca de experiência, informações e de conhecimento entre todas as federadas: “A Febrasgo é a grande intermediadora entre as regionais. Nós trocamos muitas ideias, que, em sua maioria, são sobre o aprimoramento científico”.

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Parabenizo a Febrasgo. Ela sempre congregou todas as federadas de uma maneira produtiva, principalmente na parte do aprimoramento científico, que é o nosso carro-chefe


SUDESTE Rio de Janeiro Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj) Fundação: 1961 Presidente: Vera Lúcia Mota Fonseca Vice-presidente: Mauro Romero Leal Passos

Temos que encantar o A federada do segundo estado com o maior número de associados da Febrasgo

recém-formado com a nossa

é a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj). Com

profissão. Dessa forma, damos

1.800 ginecologistas e obstetras em seus cadastros, a Sgorj é reconhecida como uma das

continuidade ao trabalho

sociedades médicas mais ativas do país. A principal missão da regional é promover a atualização científica como instrumento para a construção de melhores condições de trabalho para ginecologistas e obs-

iniciado pelos fundadores da Febrasgo e pelas sociedades regionais

tetras. Entre as principais formas de expansão do conhecimento estão cursos, simpósios, palestras, jornadas e congressos, que sempre contam com grande participação dos associados e dos médicos residentes. Segundo a presidente da Sgorj, Vera Lúcia Mota da Fonseca, o foco nos residentes tem um motivo especial. “Temos que encantar o recém-formado com a nossa profissão. Por isso, nos importamos com a presença desses jovens médicos em nossos eventos. Dessa forma, damos continuidade ao trabalho iniciado pelos fundadores da Febrasgo e das sociedades regionais. Só conseguimos fazer isso com a divulgação do conhecimento e proporcionando educação continuada”, comenta. Fundada em 29 de dezembro de 1961, a Sgorj é o resultado de uma fusão entre a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Brasil, criada por Fernando Magalhães em 1921, e a Sociedade Brasileira de Ginecologia, criada por Arnaldo de Moraes em 1936. A Febrasgo de 1999 a 2009

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SUDESTE Minas Gerais Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) Fundação: 1945 Presidente: Victor Hugo de Melo Vice-presidente: Renato Ajej História. Essa é a palavra que define a relação da Febrasgo com Minas Gerais. Há exatos 50 anos, a federação era fundada no estado durante a XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Nada mais justo do que comemorar meio século de vida com a realização do Congresso Brasileiro ao lado da sociedade mineira. Para o presidente da Sogimig, Victor Hugo de Melo, este é um grande motivo de orgulho para os ginecologistas mineiros. “É a primeira vez que o congresso é realizado em Minas Gerais, e trabalhamos arduamente para que ele seja um sucesso”, avalia. Com o apoio marcante da Febrasgo durante as últimas cinco décadas, a Sogimig realiza cursos e congressos para promover a educação médica no estado, além de possuir sócios da regional em cargos importantes da federação, como o editor científico da Femina, Aroldo Fernando Camargos. Segundo Victor Hugo, a Febrasgo é elogiada pelos filiados à Sogimig, pois as duas instituições trabalham em conjunto para a educação, atualização e defesa profissional dos médicos mineiros.

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Capítulo 6 - Maturidade

Cinquenta anos é uma data mágica em qualquer situação, especialmente para a Febrasgo e para a Sogimig, pois devemos lembrar que a federação nasceu no nosso estado


SUDESTE Espírito Santo Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (Sogoes) Fundação: 1965 Presidente: Neide Aparecida Tosato Boldrini Vice-presidente: Luiz Alberto Sobral Vieira Junior

A Febrasgo têm um Desde a criação da Sogoes, o relacionamento com a Febrasgo foi muito po-

trabalho consolidado de 50

sitivo. Quem garante isso é a presidente da associação capixaba, Neide Aparecida

anos, hoje reconhecido em todo

Tosato Boldrini. Hoje, a sociedade do Espírito Santo conta com 710 associados e,

o país. Essa seriedade deve se

para a realização do seu congresso anual, recebe o auxílio da federação. “A Febrasgo

perpetuar nos próximos anos e

financia, por exemplo, passagens de professores que vêm do exterior, quando a asso-

fazer com que a Febrasgo cresça

ciação não pode arcar com isso”, diz Neide.

cada vez mais forte

Em 2010, o Congresso da Região Sudeste será no Espírito Santo, o que gera a expectativa por mais uma parceria vitoriosa com a Febrasgo. Para a presidente da Sogoes, as ações de educação continuada da federação são muito elogiadas pelos associados capixabas. Todo o material é mantido em uma minibiblioteca, na sede da associação, em Vitória, para consulta periódica dos médicos.

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SUL Paraná Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa) Fundação: 1952 Presidente: Hélvio Bertolozzi Soares Vice-presidente: José D’ Oliveira Couto Filho

A Sogipa é a Integração. Esta é a plavra-chave do relacionamento entre Sogipa e Febrasgo. Uni-

Febrasgo. Não pensamos

das em busca da excelência na área da Ginecologia e Obstetrícia, a Sogipa celebra o ani-

separadamente e por isso

versário da Febrasgo relembrando como tudo começou. O marco dos 50 anos da Febrasgo é muito importante para a Medicina porque

duas entidades como

antes de existir a federação, as sociedades regionais trabalhavam em parceria com a

um fortalecimento do

Flasog para buscar melhoras na condição de trabalho e acesso educacional ao ginecologista e obstetra. Depois da criação da Febrasgo, o foco neste especialista ficou mais intenso através de diferentes ações, como a necessidade de obtenção do Tego. “Para o futuro, falta a Febrasgo concentrar seu foco na valorização do ginecologista através de aumento no valor recebido. Além de continuar o trabalho de educação continuada, que é importante para a valorização desse especialista fundamental no momento mais importante de nossas vidas”, afirma o presidente da regional, Hélvio Bertolozzi Soares.

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pensamos no bem das

Capítulo 6 - Maturidade

especialista


SUL Santa Catarina Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (Sogisc) Fundação: 1999 Presidente: Manoel Pereira Pinto Filho Vice-presidente: Sheila K. Silveira Assim como a Febrasgo, a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (Sogisc) comemora uma importante data em 2009: o seu décimo aniversário. Para o presidente da regional, Manoel Pereira Pinto Filho, estar presente em um momento tão importante tanto para a regional quanto para a federação é motivo de orgulho. “A regional é recente e foi organizada como sociedade a partir de 1999. Antes, existia como departamento da Associação Catarinense de Medicina. As mudanças estão sendo progressivas e a organização do exercício da especialidade é a

Todos comemoram a maturidade da Febrasgo e de nossa sociedade em Santa Catarina. Dessa forma, o orgulho vem em dobro

principal contribuição da Febrasgo”, comenta o presidente da regional. Febrasgo e Sogisc, “mãe e filha” comemorando 50 e dez anos respectivamente: em uma data tão significativa como essa é muito importante lembrar de todos os trabalhos desenvolvidos em prol do desenvolvimento das especialidades. “Todos comemoram a maturidade da Febrasgo e da nossa sociedade. Dessa forma, o orgulho vem em dobro”, afirma Manoel Pereira.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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SUL Rio Grande do Sul Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirgs) Fundação: 1949 Presidente: Beatriz Valiati As atividades desenvolvidas pela Sogirgs em conjunto com a Febrasgo, ao longo

A minha expectativa é

dos anos, sempre foram voltadas para a saúde da mulher, as condições de trabalho dos

que o associativismo confiável

ginecologistas e obstetras e a atualização profissional. A distribuição das revistas Femina

e transparente, a excelência

e RBGO e os programas de educação continuada da Febrasgo são as principais ações

científica e o compromisso com

desta parceria tão importante para os médicos gaúchos. O ano de 2009 também traz comemorações particulares da Sogirgs. “Completamos 60 anos em maio, celebrados em um jantar marcado pela presença de ex-presidentes da associação. O evento, com certeza, foi um sucesso de público e crítica”, avalia a presidente da associação, Beatriz Valiati.

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Capítulo 6 - Maturidade

a verdade perpetuem-se como alicerces da Febrasgo pelos próximos anos


CENTRO-OESTE Goiás Associação Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO) Fundação: 1966 Presidente: Juarez Antônio de Sousa Vice-presidente: Washington Luiz Ferreira Rios Desde a sua fundação, a SGGO recebe o apoio da Febrasgo. Um dos maiores motivos de orgulho para a regional é ter como filho mais ilustre Francisco Victor Rodrigues, primeiro secretário-executivo da Febrasgo, sempre lembrado como um dos homens de maior dedicação à federação e incentivador da criação da SGGO. A história recente da regional mostra com clareza essa parceria. O presidente da SGGO, Juarez Antônio de Sousa, lista os principais trabalhos realizados em conjunto:

Os 50 anos da Febrasgo demonstram a importância da entidade para os ginecologistas. A SGGO acompanha, em conjunto com a Febrasgo, a evolução da especialidade

“Com certeza, o principal fruto desta parceria foi o 48° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado em Goiânia em 1999. Outro trabalho de destaque foi a criação de um programa de educação continuada no ano 2000. O programa é realizado até hoje com mais de 200 participantes todo ano”.

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CENTRO-OESTE Distrito Federal Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal (Sgob) Fundação: 1965 Presidente: Frederico José Silva Corrêa Vice-presidente: Alberto Carlos Moreno Zaconeta

Os 50 anos da Febrasgo O presidente da Sgob, Frederico José Silva Corrêa, confirma a importância do trabalho realizado pela Febrasgo ao lado das regionais. Segundo ele, a Febrasgo

entidade forte e representativa e

exerce um papel de “mãe” para as suas associadas. “O suporte da federação é funda-

também a vontade, a inteligência,

mental para o desenvolvimento de programas de educação continuada, congressos

a visão de futuro e a dedicação de

e jornadas”, conta o médico brasiliense.

quem vislumbrou a importância

Segundo ele, o trabalho desenvolvido pela Febrasgo no Distrito Federal é elogiado por todos os profissionais da região. “Trata-se de uma federação forte, respeitável e coesa, com publicações importantes e em evolução contínua. Além disso, exerce papel fundamental na formação e na atualização dos ginecologistas e obstetras de todo o país”, diz Frederico.

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marcam a vitória de uma

Capítulo 6 - Maturidade

de unir a especialidade


CENTRO-OESTE Mato Grosso do Sul Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Mato Grosso do Sul (Sogomat-sul) Fundação: 1979 Presidente: Maristela Vargas Peixoto Vice-presidente: Sérgio Luis Reis Furlani Com o apoio da Febrasgo, a Sogomat-sul, hoje com 450 associados, realiza inúmeros programas de educação continuada e eventos científicos, que vão desde jornadas, encontros e cursos por todo o estado até o Café Científico, que acontece a cada três meses, onde um tema escolhido pelos associados é debatido com especialistas durante um café da manhã especial. “É dessa forma, educando e atualizando os associados, que a Febrasgo contribui para a saúde da mulher brasileira, para a melhoria e prevenção primária dos

Os 50 anos da Febrasgo representam uma data importante para médicos e pacientes, pois significam o valor do ginecologista no cuidado com a mulher brasileira e a luta contínua pela dignidade profissional

indicadores da saúde materna e infantil e também para a detecção de doenças em mulheres brasileiras de todas as idades”, afirma a presidente da associação sul-matogrossense, Maristela Vargas Peixoto.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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CENTRO-OESTE Mato Grosso Associação Matogrossense de Ginecologia e Obstetrícia (Somago) Fundação: 1980 Presidente: Paulo Roberto Dutra Leão Vice-presidente: Fares Hamed Abouzeid Fares

O aniversário de 50 anos Contando com cerca de 250 associados, a Somago realiza hoje, em parceria

da Febrasgo é motivo de júbilo

com a Febrasgo, congressos, jornadas, palestras e programas de educação continua-

para todas as associações e, sem

da. Para o presidente da regional, Paulo Roberto Dutra Leão, essas ações são fruto da

dúvida, deve ser comemorado

consolidação de uma federação forte e muito importante para a classe médica. “A Febrasgo esteve muito presente na criação da federada, orientando sobre procedimentos jurídicos e burocráticos, além de fornecer total aval político ao grupo que implantou a Somago. Ao longo dos anos e no decorrer de inúmeros eventos, a Febrasgo contribuiu, sobretudo, participando diretamente da programação científica”, conta Paulo Roberto.

164

Capítulo 6 - Maturidade

em cada estado como uma vitória de todos os associados que ela congrega


NORDESTE Bahia Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (Sogiba) Fundação: 1977 Presidente: James José de Carvalho Cadidé Vice-presidente: Leomar D’Cirqueira Lyrio

Este aniversário é O presidente da Sogiba, James José de Carvalho Cadidé, reconhece que sem

um marco e que merece ser

o “suor” da Febrasgo, a Ginecologia e a Obstetrícia no país certamente não seriam

comemorado de forma intensa

tão qualificadas. O trabalho desenvolvido na Bahia começa antes mesmo da fun-

pela Febrasgo ao lado de todas

dação da regional. Durante toda a década de 70, foram realizados cursos, jornadas

as federadas. É um momento

e congressos, culminando com a ajuda financeira para a compra da primeira sede

especial de congraçamento e de

social da Sogiba.

integração

Atualmente, a grande contribuição da federação para os profissionais baianos é realizada através do seu site e das suas publicações. James José vislumbra um futuro ainda mais glorioso para a Febrasgo: “Esperamos uma federação ainda mais forte e que ela seja a vanguarda na luta pela melhoria da assistência e da qualidade de vida dos profissionais e das mulheres brasileiras”.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORDESTE Alagoas Associação Alagoana de Ginecologia e Obstetrícia (Soalgo) Fundação: 1967 Presidente: Telmo Henrique Barbosa de Lima Vice-presidente: Sandra Cristine Vieira Torres

Os 50 anos da Febrasgo Em Alagoas, muitos trabalhos já foram desenvolvidos pela Soalgo, que conta hoje com 300 associados em conjunto com a Febrasgo. Para o presidente Telmo Hen-

para todos os ginecologistas,

rique Barbosa de Lima, o mais importante dentre os trabalhos foi a capacitação para

devido a sua grande contribuição

reduzir a mortalidade materna, o que resultou na melhoria da qualidade da assistência

ao associativismo, à defesa

obstétrica prestada no estado. “O apoio político da Febrasgo também foi fundamental na promoção, integração e no fortalecimento dos associados alagoanos”, diz Telmo Henrique. Ele afirma ainda que o auxílio financeiro e científico advindo da Febrasgo possibilita a realização da Jornada de Ginecologia do estado a cada dois anos, que serve para o aprimoramento profissional dos ginecologistas do local.

166

têm uma importância fundamental

Capítulo 6 - Maturidade

profissional, à educação médica e à saúde da mulher


NORDESTE Sergipe Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Sergipe (Sogise) Fundação: 1973 Presidente: Eline Gurgel Prado de Oliveira Vice-presidente: George Hamilton Caldas Silveira

Sinto-me feliz ao ver a Desde a fundação da Sogise, a Febrasgo está ao seu lado, promovendo a edu-

nossa federação completar 50

cação dos profissionais e trabalhando incansavelmente pela constante melhoria do

anos. Há tempos que exerço a

atendimento à população sergipana. “Só temos a agradecer a Febrasgo pelas ações

especialidade, com a qual me

educacionais promovidas aos colegas médicos, inclusive estimulando-os para a

encanto a cada dia. Se tivesse

obtenção do Título de Especialização em Ginecologia e Obstetrícia (Tego)”, relata Eline Gurgel Prado de Oliveira, presidente da regional.

que começar de novo, faria tudo igual

Durante os 36 anos da Sogise, que hoje tem 150 associados, a Febrasgo apoia e patrocina os eventos da regional. O curso Hormônios: mitos e verdades, realizado em 2008, é um exemplo disso, pois que o próprio presidente da Febrasgo, Nilson Roberto de Melo, palestrou no evento em Aracaju.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORDESTE Pernambuco Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (Sogope) Fundação: 1948 Presidente: Vilma Guimarães de Mendonça Vice-presidente: Romualda Castro do Rêgo Barros

Os 50 anos da Febrasgo Em 1959, ano de fundação da Febrasgo, a Sogope já estava com 11 anos de vida. Vilma Guimarães, atual presidente da regional, relata que, mesmo sendo mais

entidade que representa todos

antiga do que a Febrasgo, a federada sempre pôde contar com o apoio da federação.

os ginecologistas e obstetras. A

“A Febrasgo, em todos esses anos, sempre foi uma grande parceira em diversas ques-

Sogope acredita que a data tem

tões, não só científicas, mas também administrativas”, garante. A forte presença da Febrasgo no estado possibilita a realização anual do Congresso Pernambucano de Ginecologia e Obstetrícia, as jornadas no interior do estado e os cursos de educação médica continuada. Vilma Guimarães ressalta também um grande motivo de orgulho para a Sogope: ter o pernambucano Martiniano José Fernandes como o primeiro presidente nordestino da Febrasgo.

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traduzem a consolidação de uma

Capítulo 6 - Maturidade

grande significado, a ser celebrada por todas as federadas


NORDESTE Paraíba Associação de Ginecologia e Obstetrícia da Paraíba (Asgopa) Fundação: 1963 Presidente: Geraldez Tomaz Vice-presidente: Antonio Gadelha da Costa

A Febrasgo fica na minha memória como um capítulo à

Como parte integrante da Febrasgo, a Asgopa é constantemente convidada pelas

parte em minha vida. Foi uma

secretarias estaduais e municipais de saúde paraibanas para participar de programas de

vida dedicada a uma instituição

saúde da mulher, violência contra mulher, planejamento familiar, prevenção de câncer

onde não temos salário, mas

ginecológico e de mama. A regional também ministra cursos em parceria com o Conse-

temos o coração para dar. Uma

lho Regional de Medicina, representando a Febrasgo. Para o atual presidente da regional, Geraldez Tomaz, responsável pelo primeiro congresso realizado na Paraíba em 1979 e que já assumiu cargos na Febrasgo,

entidade científica por quem fazemos esforço com muito carinho e dedicação

como o de vice-presidente da região Nordeste, a diretoria da federação deve seguir atuante no estado. “É preciso estar atento, em especial, para dificuldades e angústias das federadas das regiões Norte e Nordeste, as mais necessitadas”, afirma.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORDESTE Rio Grande do Norte Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn) Fundação: 1958 Presidente: Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo Vice-presidente: Maria do Perpétuo Socorro Lima Nogueira

A Febrasgo se mantém “A Sogorn e todos os seus associados têm muito o que a agradecer a Febrasgo

atuante, através de suas federadas

pelo amplo apoio e total dedicação ao estado”, afirma a presidente da associação

e no cotidiano de ginecologistas e

potiguar, Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo. Segundo ela, o trabalho da

obstetras. Todas as regionais devem

federação leva conhecimento e atualização aos profissionais do estado e ainda de-

marcar presença na comemoração

senvolve a saúde feminina na população potiguar.

dos 50 anos da federação

A presidente da regional destaca ainda inúmeras outras parcerias com a federação, como a realização da Assembleia Geral da Febrasgo (AGF); a vinda de palestrantes de outras localidades para eventos no estado; os programas de educação continuada para os profissionais do Rio Grande do Norte; a atualização profissional através de ações no site da Febrasgo; e a distribuição de publicações científicas.

170

Capítulo 6 - Maturidade


NORDESTE Ceará Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia (Socego) Fundação: 1965 Presidente: Gilda Maria Leite de Araújo Vice-presidente: Francisco Herlânio Costa Carvalho

A comemoração dos A Febrasgo comemora 50 anos e para a Socego é uma honra celebrar esta data. Gilda

50 anos da Febrasgo para mim é

Maria Leite de Araújo, presidente da regional cearense, traduz em palavras a importância

uma forma de agradecer a todos

da Febrasgo: “Para as federadas, é como uma bússola, orientando e apoiando nossas ações e

que contribuíram para a história

cumprindo a sua finalidade estatutária de patrocinar, promover, apoiar e zelar pelo aperfei-

da instituição. Afinal de contas

çoamento dos ginecologistas e obstetras”.

estamos comemorando meio

A parceria entre Socego e Febrasgo já proporcionou a participação de membros

século de história

da regional na diretoria da federação e em comissões especializadas, sem esquecer da ajuda financeira para a compra da sede da regional. “Os benefícios também aos médicos, através dos programas de educação continuada e promove a melhora da saúde feminina da população cearense”, destaca Gilda Maria.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORDESTE Piauí Associação Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia (Sopigo) Fundação: 1969 Presidente: Roosevelt Furtado de Vasconcelos Vice-presidente: Norma Lucia Caldo Lima

Muitos presidentes da A Sopigo iniciou suas atividades médico-científicas em 1969, mas só em 1993, através de um empréstimo junto ao Fundo Febrasgo, adquiriu uma sede

nossos eventos, o que só faz

própria. Hoje, o presidente Roosevelt Furtado é quem coordena as atividades da

crescer nossa amizade e respeito.

regional, que já se tornou uma entidade com 670 associados, sendo muito bem

Parabenizamos todos que fazem a

conceituada no meio médico piauiense por sua organização e compromisso com

Febrasgo, acreditando que também

seus filiados. Segundo Roosevelt, para a Sopigo, que comemora seus 40 anos em 2009, a longevidade da Febrasgo também é uma data mais do que importante. “Sem dúvida, a ocasião deve ser comemorada pelas federadas, pois a Febrasgo é reconhecida por suas atividades voltadas ao associativismo, à defesa profissional, à educação médica e à saúde da mulher”, defende.

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Febrasgo vieram ao Piauí prestigiar

Capítulo 6 - Maturidade

fazemos parte desse time


NORDESTE Maranhão Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Maranhão (Sogima) Fundação: 1953 Presidente: Maria Helena de Assunção Pestana Vice-presidente: Elson Mario Santos

O amadurecimento da A Sogima, hoje com 330 associados, foi criada em 1953, seis anos antes da fun-

Febrasgo reflete o reconhecimento

dação da Febrasgo. No entanto, somente após a criação da federação, a regional tor-

da importância daquele profissional

nou-se forte e pôde participar da indicação de ilustres palestrantes aos congressos na-

que cuida da saúde da mulher.

cionais. “Também foi possível viabilizar financeiramente eventos científicos no nosso

Uma vitória que merece ser

estado”, conta a presidente da associação, Maria Helena de Assunção Pestana. A médica maranhense ressalta ainda a qualidade dos cursos de educação con-

comemorada por todos que fazem a Febrasgo

tinuada promovidos direta ou indiretamente pela Febrasgo. “Isso sem falar na colaboração inestimável que a federação nos dá na realização das jornadas científicas no estado”, elogia.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORTE Tocantins Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Tocantins (Sogito) Fundação: 1999 Presidente: Ana Virgínia Gama Manduca Vice-presidente: Valdir Francisco Odorizze

Reconheço a importância Com pouco mais de dez anos de atividade, a Sogito já ampliou exponencialmente sua atuação no estado. É o que avalia a presidente da regional tocantinense,

regional e, em nome de todos

Ana Virgínia Gama Manduca. “Para se fazer cada vez mais presente, a regional conta

os profissionais tocantinenses,

com total apoio da Febrasgo. Durante os dez anos de atuação da Sogito, a federação

celebro os 50 anos da federação,

participou em todas as atividades desenvolvidas”, revela Ana Virgínia.

com enorme felicidade por esta

Inúmeros foram os projetos realizados em parceria com as entidades em busca da atualização profissional. “Através dos programas de educação continuada, das publicações e do apoio aos congressos e jornadas, a Sogito tem conseguido alcançar suas pretensões, tanto com os médicos quanto com a população feminina do estado”, diz a presidente da associação.

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da Febrasgo na atuação da

Capítulo 6 - Maturidade

data tão importante


NORTE Pará Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia (APGO) Fundação: 1945 Presidente: Albertino Moreira Bastos Vice-presidente: Ana Conceição Matos Pessoa Uma relação inestimável. Desta forma, o presidente da Associação Paraense de

Um dos projetos realizados

Ginecologia e Obstetrícia (APGO), Albertino Moreira Bastos, define a relação de

em parceria com a Febrasgo

sua associação regional com a Febrasgo. Inúmeros projetos de educação continuada

que destaco é o programa de

e atualização de conteúdo são realizados periodicamente para os associados do Pará.

atualização, disponível no 4º

“Um dos projetos a ser destacado foi o programa de atualização, disponível no 4º Con-

Congresso Norte-Brasileiro

gresso Norte-Brasileiro, o qual tivemos a oportunidade de sediar”, ressalta o médico. De acordo com o presidente da APGO, além desse grande projeto, a associação mantém regularmente atividades relacionadas à atualização dos conhecimentos de ginecologistas e obstetras da região. Uma delas é a quarta-feira científica, na qual toda semana é feito um trabalho de atualização com os especialistas. “Além desses projetos, a APGO também está preparando a comemoração dos 62 anos de fundação da instituição, a serem celebrados em 2010”, revela.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORTE Amapá Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Amapá (Agoap) Fundação: 1999 Presidente: Aljerry Dias Rego Desenvolver a Ginecologia e a Obstetrícia e, com isso, atender da melhor forma a população feminina amapaense. Este é o resultado de dez anos de parceria intensa entre a Febrasgo e a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Amapá

responsável pela fundação

(Agoap). “A federação foi a responsável pela fundação de nossa sociedade, dando

de nossa sociedade. Ou seja,

todo apoio e logística, ou seja, sem a Febrasgo não existiria a federada do Amapá.

sem a Febrasgo não existiria a

Sem esse apoio não poderíamos realizar as duas jornadas por ano e as reuniões mensais devido às dificuldades financeiras existentes em uma federada com apenas 30 sócios, como é o nosso caso”, conta o presidente da Sogoap, Aljerry Dias Rego. Para o médico, a Febrasgo tem um papel fundamental no desenvolvimento médico do país, na assistência à saúde da mulher, na educação médica continuada e nas lutas da classe médica por melhores condições de trabalho. “Por isso, estes 50 anos devem ser comemorados, e devemos ter uma ampla divulgação desta data na mídia regional e nacional”, acredita o presidente da Agoap.

176

A federação foi a

Capítulo 6 - Maturidade

federada do Amapá


NORTE Amazonas Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (Assago) Fundação: 1999 Presidente: Maria Grasiela Correia Leite Vice-presidente: Wallace Ramos Oliveira

Os 50 anos da Febrasgo “O trabalho da Febrasgo tem amplitude nacional, alcançando todos os esta-

significam uma conquista

dos brasileiros, de norte a sul do país. A atenção e o trabalho voltado para a Assago é

alcançada pela nossa especialidade,

marcante e promove extensa atualização dos profissionais amazonenses”. Quem faz

nos projetando a um patamar

o balanço é a presidente da regional, Maria Grasiela Correia Leite. Segundo ela, os principais trabalhos desenvolvidos em parceria com a Febrasgo são o apoio na divulgação dos congressos da região e os programas de educação

importante dentro da Medicina que merece ser comemorado por todas as regionais

continuada, como cursos a distância e publicação de revistas. “A Febrasgo desenvolve seus projetos de maneira igualitária nos estados, levando o conhecimento técnico a todos os profissionais do país e promovendo a saúde da mulher brasileira”, diz.

A Febrasgo de 1999 a 2009

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NORTE Roraima Associação Roraimense de Ginecologia e Obstetrícia (Sogorr) Fundação: 1999 Presidente: José Antonio do Nascimento Filho Para a Associação Roraimense de Ginecologia e Obstetrícia (Sogorr), estar presente na comemoração dos 50 anos da Febrasgo é motivo de grande orgulho. Como uma das federadas mais recentes, participar desta grande festa é estar em um

mais recentes, participar desta

momento oportuno para retribuir e agradecer à Febrasgo pelo trabalho desenvolvi-

grande festa é aproveitar o

do na fundação da Sogorr. O atual presidente da associação, José Antônio do Nascimento Filho, afirma que a Febrasgo sempre se preocupou em levar qualificação profissional aos médicos roraimenses e que, depois da fundação da Sogorr, os médicos do estado tiveram muito mais acesso ao conteúdo específico da Febrasgo.

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Como uma das federadas

Capítulo 6 - Maturidade

momento oportuno para retribuir e agradecer à Febrasgo


NORTE Rondônia Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Rondônia (Assogiro) Fundação: 1999 Presidente: Maria da Conceição Simões A relação da Assogiro com a Febrasgo sempre foi muito positiva, segundo a presidente da regional rondoniense, Maria da Conceição Simões. Na época da fundação da Assogiro, houve um apoio político e estrutural, fundamental para a concepção da federada. Os trabalhos desenvolvidos pela federada em conjunto com a Febrasgo estão relacionados com o programa de educação continuada. “Essas ações e constantes atualizações permitem que os profissionais médicos do estado desenvolvam suas atividades, contribuindo para a melhora da saúde da

Foram cinquenta anos atualizando, capacitando, qualificando e certificando médicos ginecologistas de toda a nação. O aniversário da Febrasgo é uma data única

população”, afirma Maria da Conceição. Ela destaca ainda o apoio fundamental da Febrasgo na realização do I Congresso Rondoniense de Ginecologia e Obstetrícia, em junho de 2008.

A Febrasgo de 1999 a 2009

179


NORTE Acre Associação dos Obstetras e Ginecologistas do Acre (Asogiac) Fundação: 1999 Presidente: Síglia Sousa de França A Asogiac tem apenas dez anos de vida, todos eles vividos graças à enorme participação e contribuição da federação. Síglia Sousa, presidente da regional acriana, explica a importância da Febrasgo para a federada: “Durante esta década, a associação sobrevive do repasse de recursos da federação, uma vez que o número de médicos especialistas em Ginecologia e Obstetrícia no estado é muito pequeno para as despesas de manutenção da associação”. O trabalho da Febrasgo com a Asogiac vai além. Sua principal ação no estado é a de levar atualização técnica aos profissionais através de programas de educação continuada, realização de cursos e jornadas científicas.

180

Capítulo 6 - Maturidade

A comemoração dos 50 anos demonstra a força da Febrasgo, que continua firme e atuante com o passar do tempo


A GINECOLOGIA DOS 40 AOS 50

A visão das pacientes

O ginecologista para a mulher é como o pediatra para a criança: imprescindível. Sem ele não sabemos o que acontece com nosso corpo e o que devemos esperar da nossa saúde

Patrícia Pontes

Quando penso em ginecologista, lembro da segurança que o meu médico passa na hora de fazer aqueles exames desconfortáveis, mas extremamente necessários. É essa segurança que o torna tão importante na minha vida

Patrícia Vieira Barbosa

A Febrasgo de 1999 a 2009

181


1959

1969

1979

1989

1999

2009


C A P ÍT U LO 7

FUTURO O hoje e o amanhã da Febrasgo Hino à mulher Mulher, lírio puríssimo do vale, Eva criada, Eva renascida, Só para amar e para ser querida, Há perfeição acaso que te iguale? Antes que o alento extremo o poeta exale, Sabe que de ti sai perene a vida: Que sendo a Virgem-Mãe preconcebida, Ninguém na terra ou céu hoje te vale. Há um clarão sutil e peregrino Que em ti corre e te faz um ser divino, Tens em ti, alma e corpo, a luz dos sóis. Há um Deus? — És a Mãe: Ele é teu filho; Há um Herói? — De ti lhe vem o brilho: Mulher, ó Mãe de Deuses e de Heróis. Luís Delfino dos Santos | poeta catarinense (1834-1910)

O hoje e o amanhã da Febrasgo

183


O MUNDO d e 2 0 0 9 em d i a nte

As perguntas do presente

Novas áreas de atuação

Se a Medicina avança dia após dia, o que esperar dos próximos

O corpo humano é uma máquina perfeita, com cada parte exer-

50 anos? O que esperar da Ginecologia e da Obstetrícia quando

cendo exatamente a sua função. Portanto, o estudo do corpo

a Febrasgo estiver prestes a completar 100 anos em 2059? O

tem se tornado cada vez mais minucioso, com mais subdivisões

que a Medicina ainda é capaz de alcançar? Essas são perguntas

e especializações. Na Ginecologia, também é possível enxergar

difíceis de serem respondidas, porém, com as perspectivas atuais,

esta tendência. No futuro, dentro da especialidade, os profissio-

previsões podem ser feitas.

nais poderão ser considerados “uterologistas”, “trompologistas” ou “ovariologistas”, por exemplo, dependendo da área em que se subespecializarem. É possível enxergar também inúmeros outros avanços na Ginecologia e Obstetrícia, como os métodos endoscópicos intrauterinos, a Endocrinologia Ginecológica e os

184

óvulos artificiais. Capítulo 7 - Futuro


Pesquisas de Genética e Biologia Molecular

Células-tronco: o que está por vir?

As respostas do futuro

O futuro da Medicina, para muitos

O que já é uma realidade e tende a se

Por fim, grandes perguntas ainda ficam

profissionais, é a evolução da Engenha-

desenvolver ainda mais são os estudos

no ar: será que nos próximos 50 anos

ria Genética e da Biologia Molecular,

com as células-tronco. O uso de

será possível a clonagem humana?

duas áreas que exigem estudos mais

embriões para a obtenção de células-

Conseguiremos encontrar uma cura

aprofundados. A Engenharia Genética

tronco é controverso, porém frear o

definitiva para a Aids e para o câncer?

é o processo de manipulação dos genes

avanço da Medicina nesta área é quase

O que mais o futuro nos reserva na área

em um organismo, com o objetivo de

impossível. A torcida fica para que

de pesquisas genéticas? As respostas

introduzir novas características a um

as pesquisas, de forma ética, tragam

não podem ser dadas neste momento

ser vivo. Já a Biologia Molecular tem o

para o homem apenas os benefícios de

e só quem poderá responder a elas é a

foco no estudo da estrutura e função do

grande relevância.

própria Medicina.

material genético. O hoje e o amanhã da Febrasgo

185


OS 50 ANOS DA FEBRASGO PELOS SEUS ASSOCIADOS “Os 50 anos da Febrasgo significam a comemoração de uma iniciativa vitoriosa, fruto da atividade dos grandes mestres do passado, entre eles o meu pai, Lucas Monteiro Machado. A federação congregou os especialistas e nos deu o prazer de fazer parte de uma entidade fortalecida. É possível enxergar o futuro da Febrasgo sempre de forma promissora e crescente”. Lucas Viana Machado

“A Febrasgo representa a união de todas as federadas e sua importância está no uso desta representação e ação em prol da Ginecologia e Obstetrícia. Hoje, o presidente Nilson e sua diretoria comandam muito bem a Febrasgo. Uma sociedade que existe há 50 anos tem passado, presente e tem futuro. Bem orientada, terá muita prosperidade nos próximos anos”. João Alfredo Piffero Steibel

“O futuro, no meu entender, é certamente a consolidação da Febrasgo como a maior associação de classe médica do país. A comunicação que a federação estabelece é muito eficaz e adequada, dando-se através de suas publicações científicas, revistas e jornal. Isso tudo faz com que seja possível sentir quão bom e crível, sobretudo digno, é o relacionamento da Febrasgo com o mundo”. Etelvino de Souza Trindade

“Cinquenta anos é uma marca memorável para qualquer um. Para nós (ginecologistas e obstetras) é gratificante ver que nossa instituição conquistou essa marca. Esperamos que o futuro dela seja tão memorável quanto é a sua história.” Sérgio Medeiros da Rosa

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Capítulo 7 - Futuro


“A Febrasgo oferece aos seus associados a legitimidade necessária para o exercício da nossa profissão. Além disso, ela agrega os valores devidos aos gincecologistas, publicando trabalhos científicos e promovendo a educação continuada, tão importante para todos os médicos.” Salvador Viana de Souza

“É uma federação que valoriza seu associado e nos impulsiona a sempre buscar aprender mais para atender melhor nossos pacientes. É uma entidade que nos apoia e nos orgulha a cada dia.” Fabiano Kahm Vieira de Sousa

“É uma satisfação ver a Febrasgo chegar aos 50 anos. Esta federação, importante por sua atuação pela valorização do médico, também deve ter seu aniversário celebrado pela luta incondicional por uma atualização constante do ginecologista e obstetra.” Marcelo Burlá

“A Febrasgo é um órgão voltado para as questões do ginecologista e obstetra e que se concentra em nos oferecer atualização de conhecimentos de todas as formas possíveis. Os manuais e os conteúdos do site fazem com que procuremos a Febrasgo como referência na nossa área.” Karen Panisset

“A Febrasgo é uma instituição na qual o ginecologista e obstetra pode buscar informações para sua atualizar. E é um prazer ver uma instituição como essa chegar aos 50 anos mantendo o padrão de qualidade de informações e conteúdo referente a nossa área.” Mário Vicente Giordano

“Posso dizer que a Febrasgo é fundamental para a classe médica, pois ela é uma entidade formadora de opinião. Além disso, ela nos fornece conteúdos que muitos não poderiam conferir se não fosse através de seus serviços. Ter acesso a estudos, reportagens e conteúdo internacional é incrível do ponto de vista do médico de consultório, que precisa se atualizar constantemente.” Janaina Henriques O hoje e o amanhã da Febrasgo

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O ANO E O CONGRESSO DO CINQUENTENÁRIO

Belo Horizonte: sede do Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia em 2009, marcando os 50 anos da federação no mesmo local de sua fundação. Na página ao lado, fotos da cidade e do Expominas, local de realização do evento

Entre 14 e 17 de novembro de 2009, acontece em Belo Horizonte o 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia. Uma feliz coincidência gira em torno desse congresso: há exatos 50 anos, a Febrasgo nascia durante evento também realizado na capital mineira.

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Capítulo 7 - Futuro


Para sediar este importante evento, Belo Horizonte concorreu com Curitiba, São Paulo, Goiânia e Brasília, em 2007. A escolha de Belo Horizonte para sediar o congresso ocorreu por inúmeras razões, entre elas pela estrutura para receber um evento deste porte, visto que o ExpoMinas, centro de convenções onde será realizado o congresso, tem apenas dois anos e é considerado o mais moderno centro de exposições do país. Outra razão para a escolha de Belo Horizonte foi a sua estruturada malha aérea, recebendo voos do Brasil inteiro e estando a apenas 40 minutos do Rio de Janeiro e a uma hora de Vitória e Brasília. A preparação para o congresso começou há mais de dois anos, quando se montou uma Comissão Científica para preparar a grade, elaborada junto com a diretoria da Febrasgo, feita com muito esmero e dedicação. Para a preparação da grade científica, a comissão analisou os assuntos mais pertinentes e os convidados mais qualificados para cada temática. Leon Speroff, um dos ginecologistas mais reconhecidos do mundo, é um dos 30 convidados internacionais presentes no congresso, além dos mais de 300 convidados brasileiros. A organização do congresso foi um dos pontos que mais chamou a atenção de todos os envolvidos em sua preparação, visto que com mais de seis meses de antecedência já estava tudo pronto, em fase de execução. Essa preocupação em oferecer o melhor conteúdo sem nenhum imprevisto pelo caminho tem como finalidade passar aos congressistas a certeza de que todos sairão de Belo Horizonte com a mais completa atualização científica. O mais importante é saber que assim que o evento em Belo Horizonte chegar ao fim, já estará em contagem regressiva o 54º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, com data e local marcados: Curitiba, em 2011. (Do alto para baixo) Dois pontos turísticos de Belo Horizonte: o Parque Municipal e a Praça da Estação; e o local onde acontece o 54º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia: o Expominas - entrada, visão aérea, restaurante e foyer de entrada

O hoje e o amanhã da Febrasgo

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A GINECOLOGIA EM TODAS AS IDADES A visão das pacientes Os ginecologistas são muito importantes para a saúde da mulher. A cada etapa das nossas vidas temos questões diferentes que devem ser trabalhadas e contamos com eles para este apoio fundamental Rosilene Serafim Soares

Estou com 61 anos e, graças a Deus, muito saudável. Devo isso, principalmente, ao meu ginecologista. Tive três filhos. Os primeiros de parto normal e o último, de cesariana. Nunca tive problemas durante minhas gestações e nem durante os partos, devido ao eficiente acompanhamento médico nestes períodos Noecir Coe dos Santos

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Capítulo 7 - Futuro


Não tenho como explicar a importância do ginecologista na minha vida. É com ele que tiro todas as minhas dúvidas e isso é muito importante para que possa viver tranquila Rosangela Maria

Os exames ainda são um pouco desconfortáveis, mas só de saber que através daquilo estarei me prevenindo de doenças graves, vejo como é importante a Ginecologia em nossas vidas Maria José Moreira

O ginecologista na vida da mulher é muito importante, simplesmente porque é este médico que nos acompanha por toda a vida Maria Marujo

O hoje e o amanhã da Febrasgo

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Agradecimentos Agradecimentos a todos que contribuíram para a realização deste livro: Albertino Moreira Bastos, Alessandra Medeiros, Aljerry Dias Rego, Almir Antonio Urbanetz, Amora Xavier, Ana Carolina dos Santos Silva, Ana Carolina Mattos, Ana Cristina Pinheiro Fernandes de Araújo, Ana Virgínia Gama Manduca, Andrea Antunes, Beatriz Valiati, Camila Azevedo, Carlos André Henriques, Claudia Navarro, Emund Chada Baracat, Eliana Chaves Santos, Eline Gurgel Prado de Oliveira, Erika Samanta, Etelvino de Souza Trindade, Fabiano Kahm Vieira de Sousa, Francisco Edson de Lucena Feitosa, Francisco Eduardo Prota, Frederico José Silva Corrêa, Geraldez Tomaz, Gilda Maria Leite de Araújo, Gustavo Py Gomes da Silveira, Henrique Carlos Gonçalves, Hans Wolfgang Halbe, Hélvio Bertolozzi Soares, Henrique Pasqualete, Hildoberto Carneiro de Oliveira, Hitomi Miura Nakagava, Hugo Miyahira, Isabela Luparelli, Jacob Arkader, James José de Carvalho Cadidé, Janaína Henriques, Joana Cardim Jardim Côrtes, Joana Martins, João Alfredo Piffero Steibel, José Antonio do Nascimento Filho, José de Sousa Costa, José Gomes Temporão, José Luiz Gomes do Amaral, José Serra, José Weydson Carvalho de Barros Leal, Juarez Antônio de Sousa, Juliana de Sousa, Karen Macedo Richa, Karen Panisset, Kelly de Oliveira Maia, Krikor Boyaciyan, Lucas Viana Machado, Luciana de Alcântara Roxo, Luís Fernando Gomes Moraes, Manoel Pereira Pinto Filho, Marcelo Burlá, Márcia Camargo, Maria da Conceição Simões, Maria Gambardelli, Maria Grasiela Correia Leite, Maria Helena de Assunção Pestana, Maria José Moreira, Maria Marujo, Mariangela Badalotti, Marilza Vieira Cunha Rudge, Maristela Vargas Peixoto, Mário Vicente Giordano, Michelle Eduardo da Conceição, Miria Maciel, Monica Kulcsar, Neide Aparecida Tosato Boldrini, Nilson Roberto de Melo, Noecir Coe dos Santos, Paschoal Martini Simões, Patrícia Pontes, Patrícia Vieira Barbosa, Paulo Belfort, Paulo de Argollo Mendes, Paulo Roberto Bastos Canella, Paulo Roberto Dutra Leão, Pedro Noleto, Raimundo Nonato Albuquerque Silveira, Ricardo Oliveira, Roberto Luiz D’Ávila, Roosevelt Furtado de Vasconcelos, Rosangela Maria, Roseli Honorato, Rosilene Serafim Soares, Salvador Viana de Souza, Sérgio dos Passos, Sérgio Medeiros da Rosa, Sidney Glina, Síglia Sousa de França, Simone Silva, Simoni Pinheiro, Tatiana Esteves, Telmo Henrique Barbosa de Lima, Vera Lúcia Mota da Fonseca, Victor Hugo de Melo e Vilma Guimarães de Mendonça.

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Capítulo 7 - Futuro


Desenvolvimento

anos

50 anos

de história Comercialização

Diretor geral | Renato Gregório Editor | Bruno Aires Diretor de criação | Bernardo Winitskowski Coordenação editorial | Marcello Manes Redação | Luciana Rosário e Fernanda Fernandes Pesquisa | Barbara Bezerra Revisão | Pablo Lima Design gráfico | Danielle V. Cardoso Fotógrafos | Diego Reis e Marcos Queiroz Diretor comercial | Marconde Miranda

Diretor comercial | Silvio Araujo Diretor administrativo | André Araujo Comercial | Selma Brandespim, Wilson Neglia, Rosângela Santos e Karina Maganhini AC Farmacêutica SP Rua Doutor Martins de Oliveira, 33 - Jardim Londrina CEP 05638-030 - São Paulo - SP (11) 5641-1870 RJ Estrada do Bananal, 56 - Freguesia/Jacarepaguá CEP: 22745-012 - Rio de Janeiro - RJ (21) 2425-1440

Gerente de marketing | Valeska Piva Produção gráfica | Patrícia Franco Editora DOC RJ Estrada do Bananal, 56 - Freguesia/Jacarepaguá CEP: 22745-012 - Rio de Janeiro - RJ (21) 2425-8878 SP Rua Épiro, 11 - Vila Alexandria CEP: 04635-030 - São Paulo - SP (11) 3628-8883 www.editoradoc.com.br | contato@editoradoc.com.br






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50 anos

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