Portfolio Arquitetura Paisagista - Daniel Livramento

Daniel Livramento

PORTFÓLIO ACADÉMICO

Projetos

Arquitetura Paisagista

Seleção de

2022

O meu nome é Daniel, nasci no Algarve e vivi a maior parte da minha vida na cidade de Tavira, a dita “Veneza do Atlântico”. Devo, em grande parte, o meu interesse pela paisagem ao lugar onde vivi e mais conheci, bem como à minha incasável curiosidade. Ao crescer, vivenciei diariamente a Ria For mosa e o Barrocal Algarvio, percorrendo ambos, entre o sapal e o barreiro, o que me levava a imaginar como se vieram a formar os dois e o quão diferentes eram ambas as paisagens. Na Ria observava as dinâmicas das marés, as cheias do Rio Gilão, a habilidade dos pescadores e mariscadores, e o cheiro das dunas. No Barrocal, subia os cerros para observar o além, caminhando entre muros de pedra seca e tijolo burro que cercavam os pomares e as noras. Foi aí que aprendi a apreciar as paisagens costei ras e rurais, com as suas distintas culturas, ambas um espelho do passado que perdura até hoje. A arquitetura paisagista surge através do interesse que tenho pelas ciências e pelas artes, bem como uma grande afinidade em conhecer o passado. Por instinto, sempre me preocupei pelo ambiente, reforçado subconscientemente pela professora de Geografia do 7ºano e os seus documentários so bre as alterações climáticas. Considero que fui proporcionado com disciplina e inteligência espacial para aplicar os meus conhecimentos ao espaço. À vista disso, acredito que uma mente aberta para escutar, observar e aprender seja essencial para o desenvolvimento das competências em equipa e da minha criatividade, que me predispõe a refletir e esboçar soluções para os problemas entre o homem e a natureza. Posto isto, acredito que os arquitetos paisagistas são pioneiros e os polimatas do séc. XXI, a versatilidade que nos compete é algo que me cativa e espero ampliar futuramente.

- Daniel Arrais do Livramento

Projetos de Arquitetura Paisagista II

Projetos de Arquitetura Paisagista V

Projetos de Paisagem Urbana

Projetos de Paisagem Cultural Projetos de Paisagem Metropolitana

O portfólio apresentado a seguir é uma pequena seleção de trabalhos produzidos ao longo da minha Licenciatura e do meu programa de Mestrado.

01 ÍNDICE

02 03 04 05

20222022202120202019

Projetos de Arquitetura Paisagista II

Bom João, Faro

Programa: Reabilitação de 2 Quarteirões

Tipologia: Pátios Interiores Urbanos Área: 3500m2 (oeste) e 1600m2 (leste)

Os espaços em evidência são caracterizados pelos edifícios e pela comunidade local, que tomou parte do espaço público para atividades agrícolas e de repou so. Além disso, os espaços são frequentemente atravessados por estudantes que saem do comboio e se dirigem às escolas. A multifuncionalidade e as pré-existên cias mencionadas foram consideradas na proposta apresentada. A proposta segue de acordo com um conceito semelhante à geometria de Guévrékian, organizando o espaço em subdivisões geométricas que formam plataformas num sistema fun cional comunitário. Assim, viabilizou-se um sistema de mobilidade direto entre os acessos, tendo em conta os trajetos frequentemente utilizados, espaços de inter ação e atividade social, como pequenas hortas ou espaços com jogos tradicionais para a população envelhecida, e elementos vegetais e de água para as aves.

01

FARO

Legenda

Comunitária

1 Acesso Pedonal 2 Acesso Misto 3 Deck de Madeira 4 Terreiro de Petanca 5 Horta

6 Nora 7 Tanque 8 Compostagem 9 Council Ring 10 Bebedouro 11 Microecossistema 10 11 9 8 7 6 5 4 3 3 2 1 1 1 1 A A’

A

A’

Horta Comunitária Terreiro de Petanca Estrada Horta Council Ring C’

B B’

B B’

C

C’

Horta Elevada Council Ring Hortas Elevadas Plataforma Passeio Passeio Plataforma Edifício EDP Garagens Passeio

Projetos de Arquitetura Paisagista V

Aboim Ascensão, Faro

Programa: Requalificação dos Largos de São Sebatião e da Abegoaria Tipologia: Espaço Público Urbano Área: 8550m2

O espaço de intervenção é caracterizado por dois largos que se encontram frag mentados através de várias estradas, formando “ilhas”. Este espaço encontra-se próximo e contém património edificado. Além disso, é de referir que a antiga Cer ca Seiscentista de Faro existiu no local, sendo a sua presença ainda conceituada através da malha urbana. Pondo isto em consideração, a proposta apreendeu a acessibilidade e mobilidade pedonal como prioridade. Assim, propôs-se criar um espaço que transmite unidade, sendo que para tal houve necessidade de restrin gir a mobilidade rodoviária, retomando o espaço para o peão. Dado a presença da Ermida, do monumento e do chafariz, houve necessidade em centralizar os mes mos, através de vistas amplas e a orientação dos materiais mais nobres utilizados no pavimento, escolhidos de acordo com o cromatismo local das fachadas.

02

FARO

Legenda

Ermida de São Sebastião

Adro da Ermida de São Sebastião

Monumento a Aboim Ascensão

Chafariz (Art Nouveau)

Referência à Cerca Seiscentista

1

2

3

4

5 Quiosque 6 Esplanada 7

3 4 5 6 6 7 1 2 A’ A B B’

Cercis siliquastrum Ermida de São Sebastião

Monumento a Coronel Aboim AscensãoJacaranda mimosifolia

Quiosque Zona para Esplanada

7.5m 9.5m 7.5m 8.5m A A’ B B’

Projetos de Paisagem Urbana

Penha, Faro

Programa: Reabilitação da Quinta da Penha Tipologia: Parque Periurbano Área: 40ha

O espaço em evidência é caracterizado por uma linha de água e por elemen tos patrimoniais, como o sistema tradicional de rega. Este espaço encontra-se in cluído num Plano de Urbanização, sendo que a proposta propõe uma alternativa ao mesmo, isto é, um parque multifuncional que servirá a capital regional. Na análise foi perceptível as diferenças entre as 2 margens, pois a margem esquerda associa-se ao património cultural e a margem direita à urbanização proposta e existente. Assim, na margem esquerda propôs-se usos e atividades associados à produção e ao lazer, enquanto na margem direita propôs-se elementos despor tivos e de recreio. A Ribeira foi redesenhada a partir de princípios de continuidade, elasticidade, meandrização e intensidade, de modo suportar a recuperação da galeria ripícola e criar uma bacia para um período de retorno de 10 anos.

03

FARO

História e Património

Análise Vegetação

•

Conceito Espacial

O conceito foi definido por diversos esboços, de possíveis alternativas de vistas providenci adas ao longo de percursos, apoiado na ideia de propor diferentes tipologias de percursos que promovem e se relacionam através de dif erentes sensações:

Forma-Função

• Desafogo-Intimidade

• Coberto-Exposto

• Distância-Tempo

Considerando a análise, as praças foram defi nidas pelos acessos principais, enquanto os largos e a bacia foram estimulados pela cen tralização e destaque de elementos patrimo niais e naturais relevantes, coincidindo com a interseção dos percursos, incluindo os aflu entes da Ribeira das Lavadeiras.

Linha de Água

Acesso

Hidrografia

Condicionantes

Esboços Conceituais

Acesso

Bacia de Retenção

Linha de Água Largo Praça

Linha de Água

Legenda Edificado

Edifício de Recepção

Armazem Comunitário

Restaurante/Casa de Fresco

Museu do Património Agrícola

Instalações Sanitárias

Cafetaria

Museu do Património Hidráulico

Armazém Pedagógico

Lazer, Desporto e Recreio

Praça da Quinta da Penha

Jardim Quadripartido

Largo das Amendoeiras

Largo das Lavadeiras

Largo de São Cristóvão

Largo dos Romanos

Terraço Renascentista

Council Ring

Miradouro-Contemplação

Refúgio-Meditação

Deck de Madeira

Anfiteatro

Plataforma Eco-Revelatória

Treetop Walk

Jardim Rochoso

Parque de Merendas

Parque Infantil da Água

Parque Desportivo

Terreiro Polivalente

Parque Infantil Treetop

Espaços de Produção

Pomar de Regadio

Pomar de Sequeiro

Hortas Sociais

Hortas Comunitárias

Hortas Pedagógicas

Espaços de Proteção

Ribeira das Lavadeiras

Bacia de Retenção

Ripícola

1

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Estadia,

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36 Galeria

A A’ 1 2 3 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 16 17 17 18 18 19 20 19 21 22 22 23 24 24 2425 26 27 28 29 30 30 31 32 33 3421 35 36 36 36 37 38 38 38 15

Terraços Renascentistas

Orla Miradouro Galeria Ripícola Bacia de Retenção Treetop Walk Parque Infantil Parque Desportivo Clareira Praça de Receção

A A’

LOULÉ

Projetos de Paisagem Cultural

Cerro da Varejota, Loulé

Programa: Rota dos Geossítios do aspirante Geoparque Algarvensis Tipologia: Percurso Temático (Caminho da Pia Silveira) Área: 1381km2 (Geoparque Algarvensis)

O Geoparque em questão é caracterizado por uma paisagem diversa que percorre o Litoral, o Barrocal e a Serra do Caldeirão. À vista disso, o parque encontra-se at ualmente com uma lista de 10 geossítios, sendo alguns destes protegidos pela RN2000 e pela RNAP. Numa 1º fase foi proposto um percurso de grande extensão que interliga os 10 geossítios, sendo que o percurso foi minuciosamente desen hado para não atravessar propriedades privadas e proporcionar paragens e vistas de interesse, a partir do património natural, cultural e imaterial, com destaque ao património geológico e à água. A rota também tem o objetivo de dinamizar o turismo em zonas menos povoadas e economicamente deprimidas e, ao mesmo tempo, fortalecer a coesão territorial. Numa fase posterior, um dos geossítios foi selecionado para desenvolver à escala de projeto, as Megalapiás da Varejota.

04

Varejota Barrocal da Tôr Malhada Velha

Planalto do Escarpão

Complexo Vulcano-Sedimentar

Formação de Grés de Silves

Falha de São Marcos

Jazida do Metoposaurus algarviensis

Rocha da Pena

Fonte Benémola

Discordância Angular

Mina de Sal-Gema

Megalapiás da Varejota

1

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As megalapiás, rochas calcárias esculpidas ao longo do tempo via acção da chuva, são especialmente evidentes no Núcleo Castelão-Pissilveira (+300 aflo ramentos cársicos). Desse núcleo, é de destacar a Pia Silveira, uma dolina que se manifesta ao longo de um antigo caminho com o mesmo nome. Esta do lina contém uma cavidade inclusa que possui água permanentemente. Esta proposta tem o objetivo de salientar esse caminho, onde se pretende desta car os elementos mais relevantes desse lugar, as megalapiás

O caminho dispõe de uma longa história geológica, cultural e valores atribuí dos a memórias locais. Assim, a proposta pretende tornar este um local acessível e atrativo. Propõe-se diversos elementos conceitualizados, alusivos aos elementos e processos naturais, que pretendem contar a história do lugar, como uma viagem ao longo do espaço e tempo que recua milhões de anos.

230m 240m 250m 0m 200m 400m100m 300m

Marco de Interpretação da Pia Silveira Conjunto de Interpretação do Misticismo Marco de Interpretação dos Penedos do Castelão Câmera Obscura Plataforma de Interpretação da Lua Cheia Troço de Interpretação das Megalapiás Marco de Interpretação do Campo de Lapiás Mesa Topográfica e Relógio de Sol Miradouro Caminho da Pia Silveira Núcleo Castelão-Pissilveira

Caminho da Pia Silveira

Pia Silveira

Projetos de Paisagem Metropolitana Torrejão, Loulé

Programa: Plano de Gestão dos Espaços e Sistemas da Quinta do Rosal Tipologia: Conservação do Património Natural e Rural Área: 17ha

O espaço em evidência destaca-se pela sua fisiografia e hidrografia, pois com preende uma encosta declivosa, que se encontra entre 2 zonas planas, a de vale e a de crista, e uma linha de água efémera que liga à Ribeira do Cadoiço. O espaço é caracterizado por matos mediterrânicos e algumas espécies associadas a som bra e locais húmidos, algumas parcelas agrícolas e elementos de património rural, como socalcos, tanques, levadas e eiras. A proposta procura conciliar o património natural e rural, através de um conceito minimalista e subtil sobre o local, pois o mesmo já apresenta uma paisagem rústica intrigante ao intérprete. Consideran do as pré-existências, incluindo trilhos, propôs-se formalizar os mesmos, incluin do passadiços na encosta declivosa, e criar alguns núcleos de estadia e contem plação. Além disso, subdividiu-se o espaço em áreas com medidas de gestão.

05

LOULÉ Quinta do Rosal

Legenda Edificado 1 Edifício de apoio aos pomares (antiga casa do moleiro) 2 Reservatório de água 3 Edifício de apoio ao reservatório (bomba hidráulica) 4 Edifício de apoio à apicultura Estadia 5 Terraço associado a socalco (miradouro) 6 Antiga eira (miradouro) 7 Parque de merendas 8 Deck de madeira (contemplação/refúgio) 9 Afloramento rochoso 12 1110 9 9 8 8 7 7 65 4 32 1 Produção 10 Pomar de sequeiro (maioritariamente amendoeiras) 11 Pomar de regadio (maioritariamente citrinos) 12 Apicultura A’ B B’ C C’ D D’ A

Áreas a Gerir

Esboços Conceituais

Pomares Matos Garrigue e/ou prado Ambiente húmido

ANEXOS

Ceratonia siliqua

Ceratonia siliqua Nome Daniel Livramento

Nacionalidade Portuguesa

Nascimento 22/11/1993 - Faro, Portugal

Contactos +351968803949 a48431@ualg.pt