| número 9 | 2006
REVISTA-PORTFÓLIO DA AMPLA
2006 | NÚMERO 9
| número 9 | 2006
Capa: Ilustração retirada de um anúncio da Ampla que comunicava a mudança de sede, há 30 anos. (Ilustrador: Antônio Wanderley)
EXPEDIENTE REVISTA-PORTFÓLIO DA AMPLA EDITADA PELA EQUIPE DE CRIAÇÃO EDIÇÃO 9 – ANO 2006 PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE: MOOZ (www.mooz.com.br) REDAÇÃO: AGUINALDO VIRIATO, ANDRÉ MUHLE, JULIANA LISBOA, KLEBER DE BRITO, MANUEL CAVALCANTI E MÁRCIA LIRA PRODUÇÃO GRÁFICA: WASHINGTON FREIRE REVISÃO: CONSULTEXTO (www.consultexto.com.br) COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: ADRIANA FALCÃO, ALEXANDRE SOARES SILVA, ALVARO NADDEO, ANTONIO TABET, BRAGA JÚNIOR, CARLOS MERIGO, DAVID EDMUNDSON, DENY ZATARIANO, DIOGO MONTEIRO, EDUARDO FALCÃO, FRANCISCO JOSÉ, GEYSON MAGNO, LAURA ESTEVES, RENATA PINHEIRO, RENATA VICTOR, ROBERTO MONTEZUMA, RTI9, SEVERINO QUEIROZ AGRADECIMENTOS: ALEXANDRE BANDEIRA, LAÍS PRADO, RICARDO RIQUE, ROBSON XAVIER PRESIDENTE: SEVERINO QUEIROZ
EDITORIAL Esta é uma edição comemorativa. Comemoramos com ela os 30 anos da Ampla, completados no começo de 2006. A reinauguração da sede da Agência, novinha em folha depois de longos 18 meses. E o novo projeto gráfico da Revista pra fazer jus a tudo isso. Não é fácil pra uma empresa atravessar esse tempo com toda a sua capacidade administrativa a pleno vapor. E muito menos pra uma agência de propaganda manter o seu vigor criativo ano após ano, como tem feito a Ampla. A resposta pra essa longevidade talvez esteja na sua vocação pra se renovar. E vocação vem de berço. Surge com Severino Queiroz, em 1976, largando uma excelente posição numa empresa já consolidada como a Abaeté Propaganda para arriscar num novo empreendimento. Atravessa as gerações até chegar aos filhos, que, em mais um ato de renovação, passam a tomar as rédeas do negócio. Hoje, a Ampla é uma das maiores agências do Norte—Nordeste. Uma das mais premiadas dos últimos anos. E ainda assim continua achando que pode melhorar. Essas mudanças recentes são fruto desse espírito. E, nesta edição, ele está traduzido na entre-
DIRETORIA EXECUTIVA: QUEIROZ FILHO, VICE-PRESIDENTE; ANA CRISTINA QUEIROZ, DIRETORA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA; AGUINALDO VIRIATO, DIRETOR DE OPERAÇÕES; NILSON SAMICO, DIRETOR DE MÍDIA; MANUEL CAVALCANTI, DIRETOR DE CRIAÇÃO
vista com quem começou toda essa história; no bate-bola com aqueles
VERSÃO ON LINE: CARTELLO (www.cartello.com.br)
os novos ares da globalização, atuando em agências espalhadas pelos
FOTOLITO E IMPRESSÃO: GRÁFICA SANTA MARTA (www.graficasantamarta.com.br)
que aos poucos estão substituindo os formadores de opinião dos meios tradicionais, os blogueiros; com os brasileiros que hoje experimentam cinco continentes; no portfólio, revelando o que foi feito de mais atual na Ampla e o que foi criativo nos anos anteriores; além de outros textos,
A REVISTA DA AMPLA TAMBÉM PODE SER LIDA NO SITE WWW.REVISTADAAMPLA.COM.BR O E-MAIL DA REVISTA É REVISTA@AMPLA.COM.BR
reportagens e fotos que falam, a seu modo, do quanto estamos pron-
O TELEFAX DA AGÊNCIA É (81) 3227.8700 O ENDEREÇO É RUA JOSÉ BONIFÁCIO, 100 - TORRE - RECIFE - PE CEP: 50710-000 E-MAIL: master@ampla.com.br
terá não mais uma edição comemorativa, mas, sim, um exemplar de
tos pra mudar de novo. Pelo visto, ao acabar de ler esta revista, você colecionador. Pois outra, totalmente diferente, já está começando a ser pensada. E assim vamos nos reinventando a cada dia. Até lá.
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NESTE NÚMERO PERFIL Severino Queiroz SHORT LIST Curtas sobre o ano 30 da Ampla MAKING OF Por dentro da reforma da Ampla DE PORTAS ABERTAS Ampla recebe visitas ilustres AUTORES Diogo Monteiro Ampla lança livro em HOMENAGEM a Paulo Falcão PORTFÓLIO 30 ANOS Retrospectiva em forma de anúncios BRAINSTORM Conheça três dos maiores blogueiros do Brasil PORTFÓLIO AMPLA Um registro de 2006 SAC Eduardo Falcão responde O casamento da AMPLAPROMO + PONTO BRAND PORTFÓLIO AMPLA PONTO Muito trabalho em 2006 RESPONSABILIDADE SOCIAL A Celpe tem DESAFIO A imagem da renovação ESPECIAL Publicitários brasileiros contam suas experiências mundo afora GALERIA A arte da pernambucana Renata Pinheiro
SEVERINO QUEIROZ PERFIL
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“ADMINISTRAÇÃO É COMO FAZER UM QUADRO, FAZER UMA POESIA. SÃO COISAS QUE VOCÊ NÃO APRENDE. VOCÊ NASCE COM AQUILO E SE APERFEIÇOA CADA VEZ MAIS.”
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Mesmo depois de afastado do dia-a-dia da Ampla, Seu Queiroz costuma
circular pelo departamento de Criação para dar uma olhada em alguns anúncios. Invariavelmente, reclama do tamanho da letra do texto. “O
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leitor não lê com lupa!”, dizia com bom humor. Certamente, ele vai falar mal do tamanho destas letrinhas aqui e, desde já, nossas desculpas. Foi com essa atenção aos detalhes que Seu Queiroz conseguiu fazer história na propaganda pernambucana. Primeiro na extinta e antológica Abaeté Propaganda. Lá, Seu Queiroz fez de tudo um pouco: pintava paredes, mudava o mobiliário, organizava os departamentos, prospecta-
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va clientes, atendia a grandes contas e mandava no chefe. Isso mesmo. Seu Queiroz um dia foi promovido a gerente, mas só aceitou a promoção depois que o dono da Abaeté, Mário Leão Ramos, topou sua proposta: “Eu só aceito a gerência se for pra mandar no senhor”. Mário era um jornalista com bagagem intelectual, mas, segundo Seu Queiroz, sem muito jeito pra administrar bem o dinheiro. Naquele momento, a agência passou a ser comandada por um rapaz de pouco mais de 30 anos
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que cometeu o desatino de dizer ao chefe que, de Salvador até Manaus, quem mandava era ele. “E o senhor tem que me consultar!”. Deu certo. Nos anos 70, a Abaeté chegou a ser a maior agência do Norte—Nordeste, com atuação nacional e filial no Rio de Janeiro. A Ampla surgiu dessa experiência bem-sucedida, quando aquele rapaz já estava com 54 anos, três filhos e dois netos. Pensando neles, Seu Queiroz decidiu ter sua própria agência. “Meu sonho era que meus filhos continuassem
O QUE O SENHOR FAZIA ANTES DE SER PUBLICITÁRIO?
meu trabalho.” Dos planos para os herdeiros, conseguiu erguer a maior
Eu trabalhava numa grande firma de representações, que tinha uma representação de tintas. E eu
agência de Pernambuco, hoje comandada por dois deles: Queirozinho e
vendia tintas automotivas e tintas pra gráfica. Então, eu fui visitar uma gráfica. E eu comecei a ven-
Cristina. Uma realização e tanto para quem foi empregado doméstico,
der tinta pra gráfica do dono da Abaeté Propaganda, Mário Leão Ramos. Me dei tão bem que terminei
servente, balconista e cuja maior ambição até os 15 anos era trabalhar
trabalhando exclusivamente pra essa gráfica. Tudo o que eu tenho na vida, eu devo a ele. Eu digo isso
nas lojas Primavera e poder usar paletó e gravata. Tanto quis que um
a todo mundo — ele me proibia de dizer isso.
dia estava ele lá engravatado como vendedor da seção de artigos masculinos. A perseverança, Seu Queiroz deve ter herdado da mãe, que um
FOI SEU PRIMEIRO EMPREGO?
dia descobriu que o dono de uma tecelagem no Recife tinha o mesmo
Não. Tive uma infância muito difícil, perdi meu pai aos 8 anos e tive que trabalhar cedo para ajudar
sobrenome que o seu. Não teve dúvida. Bateu na porta do senhor João
minha mãe e mais três irmãos. Fui empregado doméstico, trabalhei numa venda, e minha mãe e
Pessoa de Queiroz, dizendo que era sua prima. Ganhou emprego pra ela
meus irmãos trabalhavam numa fábrica de tecido. Aos 15 anos, fui trabalhar como servente em uma
e pras duas filhas, além de uma casa pra morar. Seu marido morreu
loja no Pátio do Livramento, chamada Armazém Vitória. Foi esse o meu primeiro emprego com car-
quando o filho tinha 8 anos. Cedo, Seu Queiroz teve de ir pro batente.
teira assinada.
Resultado: foi pouco à escola. Costuma dizer que estudou com a vida. “Como eu não sabia nada, sempre colocava alguém que soubesse mais
E NA PUBLICIDADE, COMO COMEÇOU?
do que eu, que era pra poder aprender aquilo que eu não tinha aprendi-
A firma queria transferir a gráfica para o Rio pra fazer aquelas carteirinhas personalizadas. E ele
do antes.” Nesta entrevista, ele conta um pouco das lições que tomou e
(Mário Leão) foi acompanhar a gráfica, porque era o sonho dele abrir uma filial da Abaeté no Rio de
que costuma passar para sua família e seus funcionários. Também gos-
Janeiro. Ele então viajou e me deixou responsável por tudo e disse: “Quando eu voltar, a gente con-
ta de fazer homenagens, como a que fez em 28 de novembro de 1992,
versa. Eu tenho outro negócio para você”. Aí, quando ele chegou, disse: “Você agora vai trabalhar com
batizando a sede própria da Ampla com o nome da sua mãe, Ana Quei-
publicidade”. Eu perguntei: “O que é publicidade?”. Foi aí que ele me levou pra a Abaeté Propaganda,
roz. Como a que faz todos os anos pra sua mulher, Dona Janete, que é
em 1956.
presenteada com rosas vermelhas em número equivalente ao tempo de casamento dos dois. Em 2006, por exemplo, foram 56 rosas. E como a
MAS O SONHO DA AGÊNCIA PRÓPRIA DEMOROU A SE REALIZAR?
que faz agora, a Mário Leão, ao conceder esta entrevista. Boa parte do
Eu comecei a mudar a agência (a Abaeté) totalmente. Comecei a criar mídia, redação, diretor de arte
que você vai ler a seguir é em memória de quem, um dia, foi patrão, só-
— que era, na época, o desenhista. A Abaeté já era a maior agência do Nordeste. Quando eu realizei
cio e, acima de tudo, seu amigo. “Tenho por ele a maior gratidão”, con-
tudo isso, com 54 anos, eu vi que não tinha feito nada pra mim. Eu comecei a pensar o seguinte: eu te-
clui Seu Queiroz, que, provavelmente, pediria uma lupa nesta frase pra
nho dois netos, duas filhas casadas, um menino de 16 anos e vivo muito bem. Mas, um dia, seu Mário
deixar cada palavra condizente com o tamanho da sua homenagem.
morre, eu morro, minha família vai viver de quê? Foi aí que comecei a pensar num negócio só para mim. Comuniquei a Mário minha intenção, pois a Abaeté já tinha realizado o que eu tinha imaginado e precisava criar uma empresa a que a família desse continuidade. Foi quando fui conversar com alguns clientes e comunicar minha decisão. Falei com Elmo e Aluízio, diretores da Pitú, e eles me aconselharam a abrir uma agência. O mesmo aconteceu com Sr. Juvenal da Transportadora Icopervil e o
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Sr. João Amorim, fabricante do Açúcar Estrela. Parece que os três tinham conversado entre si. E foi com esses três clientes que comecei a Ampla em 20 de janeiro de 1976. E OS FILHOS, JÁ ESTAVAM PREVISTOS COMO HERDEIROS DA AGÊNCIA? Eu nunca interferi em vida de filho nenhum. Mas disse a Queirozinho, quando ele fazia engenharia, “Já que você está estudando em casa, vai lá pra Ampla que tem mais condição e mais espaço pra você estudar”. Ele ia pra Ampla estudar e começou a se inteela era formada em Psicologia e, sendo professora da Universidade Católica, não se interessava por propaganda. Fiz vários convites, e ela não se interessava. Um dia, tive a idéia de criar um departamento na Ampla que se encaixava com ela: o departamento de Recursos Humanos. Foi quando ela aceitou trabalhar um expediente na Agência e outro na universidade. Acontece que ela foi cada vez mais se entregando ao trabalho. MAS, APESAR DE TER SIDO AO ACASO, A AMPLA HOJE É UMA EMPRESA FAMILIAR.
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Sim, hoje tenho três filhos e dois netos trabalhando na Ampla. Mas, apesar de ser uma empresa familiar, ela é administrada como se não fosse. Temos quatro diretores e um grupo gestor formado por oito pessoas, que são responsáveis por cada departamento da Agência. É assim que funciona. PERCEBEMOS O SOBRENOME QUEIROZ NÃO SÓ NO ORGANOGRAMA DA EMPRESA, MAS ATÉ MESMO NA FACHADA DO PRÉDIO DA AMPLA. Eu tinha outro sonho que era construir uma sede própria. Queria construir um prédio exclusivamente para uma agência e que fosse uma homenagem à minha mãe. Por isso, o prédio chama-se Edifício Ana Queiroz. Isso aconteceu em 28 de novembro de 1992. Também construí uma praça em frente à minha casa de Itamaracá e coloquei o nome de Praça Ana Queiroz. É uma homenagem a quem me deu a vida e o poder de sonhar.
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COMPARANDO A PROPAGANDA DE HOJE COM A DE 50 ANOS ATRÁS, QUAIS AS DIFERENÇAS QUE O SENHOR VÊ? A propaganda era só pra varejo. A mídia era só rádio, outdoor, panfletos e jornal. Fazíamos trabalho de gráfica, essas coisas. Naquela época, todas as pessoas que tinham uma agência de propaganda eram locutoras de rádio, porque o cara tinha o microfone na mão, e ele mesmo fazia a propaganda. Os programas eram feitos pelas agências, você não comprava o programa pronto, não. Você escrevia o programa e apresentava. Tudo era a gente que fazia. O horário era seu, não era da televisão. FICOU PIOR, MELHOR OU NADA MUDOU? Tudo está mais fácil. Hoje, com a computação, você faz o que quer. Você muda imagem, muda local, muda o texto num segundo. Você quer melhor mudança do que isso?
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MANTER UM CLIENTE NUMA AGÊNCIA É UMA LUTA DIÁRIA. A PITÚ, POR EXEMPLO, ESTÁ NESSE RINGUE DESDE O INÍCIO DA AMPLA. NO CASO DESSE EXEMPLO, COMO FOI CONSOLIDADA ESSA PARCERIA? A Pitú fazia um festival de aguardente só nos clubes populares, na periferia. Achavase que só quem bebia aguardente eram as classes mais baixas. Eu achava diferente, achava que a Pitú tinha que se tornar a aguardente social. Comecei a trazer os festivais para os clubes Português e Internacional. Comecei a escolher o melhor barman em concurso. Trouxe gente de fora, de outros estados. A Pitú passou a freqüentar também os bares e as residências da alta sociedade. Hoje tomar caipirinha é tão chique quanto tomar uísque. NUMA AGÊNCIA, QUAL O DEPARTAMENTO QUE O SENHOR ACHA MAIS IMPORTANTE? Eu acho mais importante a Criação. Criação é o coração da agência. A mídia é importante na questão da pesquisa pra ter a certeza de resultados. O mídia que não pesquisa, que não conhece o futuro resultado daquilo que está acontecendo hoje, não é um mídia.
01. Com o ex-ministro do Trabalho Dr. Murilo Macedo, recebendo carta transformando a Associação em Sindicato das Agências de Propaganda 02. Recebendo a placa do Sindicato Severino Queiroz, na cidade imaginária Augusto Boudoux 03. Momento de descontração no Natal da Ampla 04. Festival da Pitú no Clube Internacional 05. Assinatura do contrato da Pitú com a Rádio Clube 06. Em frente ao novo prédio da Ampla 07. Com Cecília Freitas e Luís Geraldo, recebendo o título de Presidente de Honra do Sindicato 08. Discursando ao receber o título de Cidadão do Recife 09. No aniversário de 80 anos, com Janete, Queirozinho e Cristina
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ressar por algumas coisas. No caso da minha filha Ana Cristina, era muito difícil porque
“EU PARTO DO PRINCÍPIO DE QUE HÁ UMA BOA RESPOSTA PRA TUDO. E É NA RESPOSTA QUE A GENTE GANHA A PARADA.”
MAS E UMA CRIAÇÃO QUE TEM MUITO FOCO EM PRÊMIOS TAMBÉM GARANTE RE-
“ENSINOU O QUE APRENDEU COM A VIDA”
SULTADOS?
Mais de 80 de idade, 56 anos de casado e uma vida inteira dedicada à publicidade. Queiroz casou com Dona Janete, o grande amor da sua vida, mas sempre a traiu com a fidelidade dedicada à Abaeté, à Ampla, ao mercado da propaganda. Pode apostar que ele dormia pensando na campanha que ia aprovar no dia seguinte. Não é uma traição para com a mulher amada? Ir dormir sonhando com a forma de vender os produtos do cliente? Mas, até nessa relação, Queiroz se tornou um gênio. Qualquer outro teria perdido a mulher. Mas ele soube amar Janete, sem perder as idéias dos grandes lançamentos.
Eu critico muito essa história de prêmios, porque não analiso a publicidade pela beleza. Prêmio pra mim é pra saber os resultados. QUEIROZ E QUEIROZINHO: NO QUE VOCÊS SÃO MAIS PARECIDOS E NO QUE SÃO DIFERENTES? Ele reclama menos do que eu. Eu sou meio agressivo. Ele se mostra aborrecido. Outra coisa que ele tem é um respeito imenso pelas pessoas. Porque Queirozinho é um garoto, mas ele é um líder da publicidade hoje. QUANDO O SENHOR PERCEBEU QUE TINHA UM LÍDER COMO ELE PARA CONTINUAR O SEU TRABALHO? Eu nunca dei meu lugar a ninguém. As pessoas é que têm que tomar o lugar da outra,
Ele diz que estudou com a vida. Mas a verdade é que ensinou o que aprendeu com a vida, tudo o que não se aprende na universidade. Eu conheço bem esse mestre. Fui seu aluno por quase 5 anos. Talvez o ponto que considero mais importante do meu currículo: ser discípulo de Queiroz. Em cada frase, um ensinamento. Em cada reunião, uma aula. Em cada esporro, uma lição de vida. No final de cada campanha, a conclusão de um período de faculdade. Tenho orgulho de dizer que me formei em publicidade com o professor Severino Queiroz. Com ele, alcancei a base para seguir a profissão de jornalista.
não por sacanagem, por direito, mérito. Quando eu vi, Queirozinho estava sentado no meu birô. Ele começou a se mostrar interessado, a querer discutir. Eu chamava ele pra participar das reuniões, como líder sobretudo, e ele começou a opinar. Daí eu comecei a sentir que ele ia me substituir e fui dando as condições para que ele se aproximasse
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mais de mim. DIZEM QUE O TEMPO ÚTIL DE UM PROFISSIONAL DE PROPAGANDA É DE 40 ANOS, COMO MODELOS E ATLETAS. O SENHOR CONCORDA COM ISSO? Não tem tempo, não. Propaganda é enquanto você tiver imaginação. Italo Bianchi é da minha idade e não é só um publicitário, é uma agência de propaganda, não é verdade? Italo Bianchi escreve, desenha muito bem, fala muito bem, defende muito bem. Então
Queiroz é um homem de marketing, que se revolta quando alguém não vende direito um produto. Seguíamos para o lançamento de uma campanha da antiga Icopervil, em Maceió. Na estrada, Juvenal — o cliente — parou o carrão para abastecer, ao lado da bomba de gasolina. O frentista cometeu a insensatez de perguntar: “Deseja alguma coisa, patrão?”. Queiroz saiu do carro irado; com aquele seu jeitão, deu uma aula de vendas ao funcionário do posto: — Quero dois quilos de farinha, três de feijão e uma grade de cerveja pra quebrar na sua cabeça! Como é que um carro desse tamanho, um posto de combustível móvel, pára ao lado da bomba e você vem perguntar o que ele quer? Encha o tanque de gasolina. Não é isso que você vende aqui? E, enquanto abastece, vá buscar um cafezinho pra seu Juvenal. Convide-o para conhecer a lanchonete. Limpe o vidro. Trate bem o cliente. Seu patrão não ensinou como tem que atender o cliente?
ele sozinho é uma agência. A AMPLA CRESCEU MAIS DO QUE O SENHOR IMAGINAVA OU AINDA ESTÁ ESPERANDO CHEGAR NO LUGAR QUE SONHOU PRA ELA? Não é vaidade, mas a Ampla hoje é uma agência-modelo, é respeitada. O cliente se agrada do que a Agência faz. Eu acho que é uma agência em que as pessoas e os clientes sentem orgulho e prazer de trabalhar lá. Não trabalham só pra ganhar dinheiro. O SENHOR SEMPRE FOI UM EXCELENTE CONTADOR DE HISTÓRIAS. TEM ALGUMA QUE O SENHOR GOSTE DE CONTAR QUE TENHA ACONTECIDO NA PROFISSÃO? A gente tinha um cliente que me chamou pra fazer uma campanha pra vender um terreno numa praia da Paraíba. Eu me lembro que levei o filme pra apresentar. Era baseado num filme de guerra que fazia sucesso na época. Quando cheguei lá, encontrei a mulher dele e dois filhos pequenos, um menino e uma menina. Eu vi logo que estava tudo errado. Então terminou a apresentação e eu disse: “Então, o que o senhor acha?”. Aí ele em vez de responder perguntou à mulher e aos filhos: “E aí, o que foi que vocês acharam?”. O menino respondeu: “Ah, papai, se fosse o Bat Masterson (seriado dos anos 50) era ótimo!”. A mulher disse: “Ah, se fosse uma peça de teatro...”. E a menina: “Ah, se fosse Cheyenne (outro seriado de sucesso da mesma época)...”. Eu pedi per-
O frentista pode não ter gostado da forma como ele falou, porque não conhecia o seu jeito de falar. Mas deve ter aproveitado a lição. De uma simples explosão num posto de gasolina, nas sugestões para aprovar as grande campanhas, nas observações que fazia nos setores de Mídia, Criação e Arte, Queiroz sempre ensinou, com a sua experência, o que aprendeu com a vida. Privilegiados são aqueles que aprenderam com ele. Na sala onde eu trabalhava, na Abaeté Propaganda, havia uma mesa vaga. Uma cadeira esperando alguém, que viria somar ao quadro de Criação da agência. Queiroz entrou com uma pasta, jogou sobre a minha mesa e disse: — Seu Chico José, leia este currículo e depois vá à minha sala dizer o que você achou. Era o resumo da vida profissional do psicólogo Luiz Schettini, publicitário, com mestrado, doutorado, cinco idiomas e, entre outros títulos, professor de grego e pastor. Fui à sala de Queiroz e demonstrei toda a minha admiração pela bagagem cultural do meu futuro companheiro de sala: — Queiroz, esse homem é um gênio! O que você está esperando para contratá-lo? — Só vou contratar depois de definir um pequeno detalhe com você. O homem é pastor! Não gosta de palavrão nem de brincadeiras. E vai sentar ao seu lado. Veja lá o que vai aprontar, porque eu não posso perder um profissional desse nível.
missão pra defender o filme e disse: “A senhora vai me desculpar, mas, se eu soubesse que era a senhora e seus dois filhos que iam julgar, eu não tinha trazido isso, não. Teria trazido realmente o Bat Masterson e o Cheyenne. Agora, pra o meu cliente vender o que ele quer vender, eu trouxe o filme adequado pra isso. Para a senhora, eu posso trazer uma peça de teatro a qualquer hora”. Sabe qual foi a resposta do cliente? Pediu desculpas. Ele disse: “Queiroz, você tem razão, o filme tá arretado!”. Fiz ele vender a
Vejam só a preocupação dele! Pensar no bem-estar do novo contratado. Na sua adaptação ao meio descontraído como trabalhávamos. Quando idealiza uma campanha, Queiroz analisa os mínimos detalhes. Os prós e os contras. O que pode dar certo ou errado. Pensar no presente sem esquecer o passado, olhando para o futuro. No caso de Schettini, não houve problemas, porque ele se adaptou logo aos palavrões e às brincadeiras. Desabafo, descontração também fazem parte da rotina de uma agência.
praia toda. Teve de suspender a campanha antes do tempo.
O segredo é o mesmo. É confiança e respeito.
Por tudo o que Seu Queiroz representa na minha vida, só me resta reconhecer o homem, o profissional, o professor. Um mentor na vida de um jovem de 25 anos, meio sem rumo, precisando de emprego e, acima de tudo, de aprendizagem, ensinamentos profissionais, lições de vida. Não é nenhuma surpresa que a Ampla esteja tão bem sob a tutela de seus filhos. Eles apenas seguem os ensinamentos do pai. E a publicidade está no sangue da família Queiroz.
QUAL O SEU SENTIMENTO AO VER SUA FAMÍLIA CUIDANDO DO QUE O SENHOR
Francisco José é jornalista e repórter da TV Globo
A AMPLA TEM 30 ANOS, E O SEU CASAMENTO TEM 56. SÃO RELAÇÕES DIFERENTES, MAS IGUALMENTE DURADOURAS. O SEGREDO É O MESMO? QUAL É?
CONSTRUIU? É um orgulho que eu tenho e que eu plantei. Meu sonho sempre foi esse. O empresário
Com os netos em festa da família
tem duas felicidades: uma quando o filho trabalha com ele. Outra, quando ele trabalha com o filho. Eu me sinto totalmente realizado. Isso é uma realização que poucas pessoas têm. TERIA FEITO OUTRA COISA QUE NÃO PUBLICIDADE SE TIVESSE DE OPTAR POR OUTRA ATIVIDADE? Se não fosse uma agência, seria um escritório de representações, porque eu sou tarado por venda.
“QUEM TEM AMIGOS FAZ 50%. OS OUTROS 50%, OS AMIGOS FAZEM.”
SHORT LIST AGÊNCIA DO ANO EM 2006. DUAS VEZES.
ALIANÇA PRA CELEBRAR CASAMENTO
Pela quinta vez, a Ampla ganhou o títu-
A Ampla ainda nem tinha nascido quan-
lo de Agência do Ano no Prêmio Colunis-
do começou o vínculo do presidente da
tas Norte e Nordeste, criado para desta-
Agência, Severino Queiroz, com a Pitú.
car os melhores trabalhos publicitários
Por isso, foi a única do Nordeste a ganhar
em todas as mídias. Ao todo, foram treze
o Prêmio Aliança, homenagem às agên-
medalhas, entre ouro, prata e bronze. E o
cias que têm relações duradouras com os
Grand Prix de Mídia Impressa. Além dis-
clientes, concedido pela Associação Bra-
so, a Ampla Ponto foi escolhida a Agência
sileira de Anunciantes (ABA). São mais
do Ano no Prêmio Colunistas Promoção.
de 30 anos de convivência bem-sucedida
O destaque ficou para o case Marulhos,
com a fabricante da cachaça. Haja bran-
da Queiroz Galvão, que também ganhou
quinha pra comemorar.
medalha de ouro no Colunistas Nacional.
janeiro Ampla inicia o seu ano 30. Ampla Ponto desenvolve ação promocional para o Yázigi no Game Station.
fevereiro
DE CAPACETE EM BUENOS AIRES A Ampla do Espírito Santo ficou em segundo lugar no Prêmio Tribuna de Criatividade na categoria TV – Institucional/Mercado, com a campanha Capacete para o cliente Sefaz. A dupla de criação ti Gobbo e Carla Carvalho, ganhou, da Rede Tribuna de Comunicação, duas passagens para Buenos Aires. Só para vocês terem uma idéia do nível de critério da votação, o júri foi composto, entre outros profissionais renomados, de Washington Olivetto, Hiran Castello Branco e Guilherme Sztutman.
ANDRÉ NO YOUNG
Quando o designer da Ampla Ponto,
Bastou o prêmio Young Creatives chegar
Erick Vasconcelos, elaborou seu projeto
ao Norte—Nordeste para a Ampla marcar
de graduação, não imaginava as propor-
presença. Associado ao cobiçado Festival
ções que ele iria ganhar. A idéia era fazer
Publicitário de Cannes, o Young Creatives
um livro infantil que contasse, de forma
premia jovens talentos de todo o mundo,
divertida, a história dos bonecos gigan-
inclusive do Brasil. Mas, até 2005, a sele-
tes de Olinda. Com o incentivo do Funcul-
ção ocorria apenas no Sul do País. A ini-
tura, o projeto saiu do papel e se trans-
ciativa, promovida pelas Faculdades In-
formou numa tiragem de mais de 2 mil
tegradas Barros Melo (Aeso), em 2006,
exemplares. O livro conta ainda com texto
NAPASTA
destacou o redator da Ampla André
de André Muhle, redator da Ampla.
Tudo começou como um blog para di-
apenas um foi escolhido para integrar a
março Ampla coloca no ar a terceira edição de Um Mundo de Liquidação, do Shopping Recife. Ampla Ponto coordena uma sessão de cinema oferecida aos clientes do Rapidão Cometa simultaneamente em seis estados.
abril Ampla faz campanha de 10 anos para o CinePE. Ampla Ponto faz ação para Campari e Petrobras no Abril Pro Rock.
maio Ampla lança a campanha anual Você merece o mundo, para o Shopping Recife. Ampla Ponto cria e coordena a convenção dos executivos da Neoenergia.
junho Ampla veicula campanha para o Forró da Capitá, que atraiu 60 mil pessoas para o Classic Hall. Ampla Ponto desenvolve a Casa Natura Humor, em Caruaru e Campina Grande.
vulgar os trabalhos criativos de amigos
Muhle entre os cinco finalistas. Dos cinco,
Ampla faz a Vitarella marcar presença em patrocínios para o Carnaval. Ampla Ponto cria e coordena evento da GE no Rio de Janeiro.
publicitários. Aos poucos, o assunto cor-
julho Ampla cria série de filmes e anúncios para a Pitú na Copa do Mundo. Ampla Ponto coordena estande da Pitú na Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores).
comitiva brasileira, que viajou para par-
ENTRARAM 365. FICARAM 5.
reu os computadores de redatores e di-
ticipar do famoso evento francês. André
O programa anual de estágio da Ampla
retores de Arte do Brasil e até do exte-
ficou com a segunda maior nota.
e da Ampla Ponto mais uma vez foi um
rior. Hoje, o site napasta, idealizado por
grande sucesso. Ao todo, 365 estudantes
Lenilson Lima, diretor de Arte da Ampla,
se inscreveram. E, depois de passarem
recebe anúncios de muitos profissionais
por um criterioso processo de seleção, 5
e é acessado por cerca de 400 internau-
deles ficaram com a vaga. Pra quem ficou
tas por dia, entre eles diretores de Cria-
de fora, novas oportunidades virão pela
ção que usam o site como banco de talen-
setembro
frente. Pra quem foi selecionado, chegou
tos para suas agências. Quer conferir? É
Ampla e Ampla Ponto inauguram nova sede.
a hora de mostrar todo o talento.
só fazer o mesmo que muitos criativos e
outubro
acessar napasta.zip.net.
PORTFÓLIO QUE VIROU LIVRO
50 ANOS DE PROFISSÃO O tempo mostra quem nasceu para fa-
A publicidade utiliza padrões da arte mo-
zer grandes negócios. E isso é uma má-
derna do século XX, segundo a pesquisa
xima verdadeira quando se trata de Se-
de mestrado do publicitário e professor
verino Queiroz, fundador da Ampla. Ele
pernambucano Daniel da Hora. Para chegar a essa conclusão, Daniel utilizou a Ampla como objeto de estudo, mais especificamente o portfólio publicado na Revista da Ampla até 2004. “Verifiquei que um anúncio da Ampla, por exemplo, tem uma semelhança com a pintura do francês Matisse”, conta Daniel. O trabalho intitulado Imagem e Publicidade — Artes Plásticas, Semiótica e Tecnologia será transformado em livro.
HEADLESS BOY Humberto Montenegro, diretor de Arte da Ampla, criou um personagem que vem formando admiradores na internet: o Headless Boy. O garoto, personagem de cinco filmes produzidos em animação veiculados no YouTube, já foi material de capa do caderno de informática do Diario de Pernambuco. O sexto filme da série já está em fase de finalização.
completou 50 anos, muito bem vividos, de profissão, no dia 1o de julho de 2006. Seu Queiroz, como é conhecido, ganhou anúncios veiculados nos três jornais do Estado, homenageando sua trajetória de sucesso na qual ele sempre colocou o trabalho em primeiro lugar.
agosto Ampla cria para a 6a edição do Recife Fashion no Shopping Recife. Ampla Ponto desenvolve ação para Dia dos Pais no Shopping Recife.
Ampla comemora o resultado do JC Recall de Marcas com seus clientes. Ampla Ponto desenvolve a Suqueria Tang para o lançamento dos sabores cajá e graviola na Bahia, em Pernambuco e no Ceará
novembro Ampla cria campanha para vender os cartões de Natal do Imip. Ampla Ponto realiza a festa de confraternização da Fiat.
dezembro Ampla ganha o Prêmio Neurônio, do Jornal do Commercio, com o jingle para a Pitú. Ampla Ponto organiza confraternização da Agência num barco, pelas pontes do Recife.
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responsável pelo trabalho, Silvia Zanot-
DA FACULDADE PARA AS LIVRARIAS
2006
TRECHO EM OBRAS MAKING OF Por Manuel Cavalcanti
Eu tinha acabado de chegar de Brasília, onde morei por quase três anos. Voltei para o Recife depois de receber um convite para novamente fazer parte da equipe da Ampla. Desta vez, como diretor de Criação. Até então, minha experiência na Agência havia sido como redator, exatamente antes de ser chamado para trabalhar na Capital Federal. Pra mim, foi uma surpresa ver a Ampla toda cercada de tapumes com uma dezena de pedreiros cimentando a fachada. Na hora, pensei: esqueceram de dizer que a Agência tinha se mudado ou que, por ora, estaria funcionando em outro lugar. Não imaginava nunca encontrar dentro daquela obra uma agência de publicidade trabalhando em ritmo acelerado. Era setembro de 2005, e logo | número 9 | 2006
vieram me tranqüilizar: “A obra vai ficar pronta em breve. No máximo, no começo de 2006”. Eis que se passaram doze meses, período no qual tive de conviver entre pedreiros e redatores. Mestre-de-obras e atendimentos. Engenheiros e mídias. No começo, não há como negar, foi um pouco difícil. Depois, como tudo nesta vida, a gente se acostuma. E, à exceção do barulho e da poeira, a convivência foi pacífica e civilizada. E o melhor: recheada de episódios incomuns, como vocês podem conferir nos depoimentos desta página. Claro, houve também quem tentasse se aproveitar da situação. “O anúncio é pra hoje? Desculpa, eu não escutei. Deve ter sido na hora que estavam martelando o piso.” Mas o importante é que no final deu tudo certo. Quando menos se esperava, a obra ficou pronta. E o resultado foi surpreendente. Um bom trabalho quase sempre exige um bom prazo.
A convivência no mesmo ambiente ensina um bocado.
Uma vez fomos ver como estava o andamento da obra da
Eu descobri que pedreiros só são corajosos com uma cal-
sala da Criação e vimos numa pilastra um cartaz onde se
çada de distância. Qualquer mulher passando na frente
lia: “Importante: não derrubar esta!”. Imagina se acon-
de uma obra sempre provoca todo tipo de gracejos e ex-
tece um engano?
clamações que cabem nessas horas. De perto ficam to-
BÁRBARA ASSIS, estagiária de Atendimento.
dos mansinhos. É só um bom-dia e olhe lá. JULIANA LISBOA, redatora.
No lugar onde eu sento agora, antes tinha uma privada. Preciso me acostumar com as mudanças para evitar aci-
Bom, já que Juliana tocou no assunto, queria deixar aqui
dentes.
meu pequeno protesto: por que não existem mulheres
IGOR GAZATTI, redator.
que sejam pedreiras? Para nós, homens, seria perfeito. Se a auto-estima estivesse em baixa, bastava passar na
As marteladas não soavam como um bom jingle, as pa-
frente de uma construção para ouvir coisas do tipo “Gos-
redes em construção não formavam um layout em har-
toooooso”, “Tesão”, “Esse eu pegava de jeito” e, claro, os
monia, a poeira não dava um efeito legal. Mas, depois de
famosos assobios para dentro.
tudo, o resultado foi melhor do que imaginávamos.
ANDRÉ MUHLE, redator.
PAULA MARCONDES, mídia.
Não foi fácil trabalhar ao som do pior cover do Stomp.
O mais difícil foi ter que diminuir o volume da minha voz.
BETINHO, dir. de Arte.
Estava num espaço aberto, com criação, secretárias de mídia e diretor de criação. Imagine um RTV no auge de
A grande experiência que passei nesses dezoito longos
uma produção importantíssima ter que ficar controlan-
meses foi compartilhar a mesma mesa com Viriato e
do a altura da voz.
Samico. Não há dúvida de que a Diretoria, até pela pro-
FABIANA STEFANI, RTV.
ximidade física, teve uma convivência muito “estreita” e esteve ainda mais integrada e unida nesse período.
A matéria da arquitetura é o espaço, e reformar o es-
QUEIROZ FILHO, vice-presidente.
paço de trabalho é uma oportunidade para reformar as dimensões individual e coletiva. O espaço é um espelho
O meu computador era o único sem fone de ouvido. Acho
do que somos. Na elaboração de um conceito espacial,
que por isso eu fiquei tão íntima da reforma, quer di-
fazemos um exercício de conciliação, negociação e con-
zer, acho que fiquei mesmo no dia em que subi para ir ao
senso, desde a escolha do layout à definição do mobi-
banheiro e sem querer vi um dos pedreiros sem camisa,
liário mais adequado, à iluminação mais eficiente, ao
mas isso é outra história.
conjunto dos materiais construtivos compatíveis com a
NATASHA GRANJA, estagiária de Criação.
durabilidade, acústica, praticidade e o visual. Este foi um processo mutante que resultou numa construção unitária.
Mestre-de-obras, numa sexta-feira, diz: “Levanta parede aqui, menino, faz toda marcação”. A parede foi levantada. Chego na segunda, tomo um café e subo para fumar. Cadê a parede? O mestre responde: “Mandei derrubar, ela não deveria ter sido levantada neste local”. E assim foram com muitas outras paredes. CRISTINA VITÓRIA, tráfego.
ROBERTO MONTEZUMA, arquiteto - AFM Arquitetos
A Ampla e a Ampla Ponto promoveram, no final de novembro, sob o título De Portas Abertas, encontros com clientes, veículos e jornalistas. Além de um coquetel para confraternizar e inaugurar oficialmente as suas novas instalações, esses eventos tiveram como objetivo discutir as perspectivas para 2007 sob o ponto de vista das duas agências e sob a ótica dos empresários e da imprensa presentes. Em cada encontro, inicialmente, foi apresentado um breve painel conduzido por Francisco Cunha, da TGI Consultoria em Gestão, com cenários sobre o ambiente político e econômico para o próximo ano, considerando tanto a cena internacional quanto as principais tendências para o Brasil e, principalmente, para Pernambuco. Após essa introdução, cada um dos presentes realizou suas análises e seus comentários, sendo os debates coordenados pelo diretor da Ampla e presidente da Ampla Ponto, Aguinaldo Viriato. Reunidos em grupos, de acordo com o setor de negócios em que atuam: Varejo, Indústria e Serviços, os clientes, de maneira informal, expressaram suas opiniões e expectativas para o ano que se inicia. Além do alto nível dos debates — que contaram com a ativa participação de executivos e lideranças do nosso meio empresarial, como João Carlos Paes Mendonça, Gerson Lucena, André e Guilherme Ferreira Costa, Fernando Queiroz Galvão, Americo Pereira Filho, Luiz Ciarline, Alba Moreira, Silvio Vasconcelos, Jaime Queiroz, Albino Serra, Edgar Oliveira e Fred Leal, entre outros, e de dirigentes de veículos, como Joezil Barros, Paulo Pugliese, Jô Mazarollo, Rodolfo Tourinho —, foi importante verificar que existe, de forma geral, um sentimento de que 2007 deverá apresentar boas perspectivas de negócios para a maioria dos setores da economia. O comércio, especialmente, vê com otimismo o ambiente de vendas para o final de ano, e todos reconhecem que Pernambuco reúne condições favoráveis para alavancar o seu desenvolvimento nos próximos anos, sobretudo pelas reais perspectivas de Suape e dos investimentos que estão previstos para o Complexo Industrial Portuário. Todos reconhecem a necessidade de reformas, na política e na economia e mostram-se conscientes de que a concorrência deverá tornar-se cada vez mais acirrada, com a crescente presença de grupos nacionais e internacionais no nosso mercado, exigindo das nossas empresas, nos mais diversos setores, contínuos investimentos em tecnologia, recursos humanos e gestão para que se tornem ainda mais modernas e competitivas.
2007
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DE PORTAS ABERTAS PARA
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O LAVRADOR Texto de Diogo Monteiro | Ilustração de David Edmundson e mooz
AUTORES
Eram oito pessoas na pequena casa onde o corpo dele esperava a hora de virar chão. Três mulheres choradeiras, a viúva assombreada pelo véu preto e quatro filhos incriados. Quatro velas grossas em volta do caixão enchiam o ar do cheiro lamuriento da cera derretida, porque as flores colhidas na manhã recém-parida já haviam fechado os seus frascos. A cidadezinha fazia fila para honrar o novo morto que perecera com uma | número 9 | 2006
semente de chumbo plantada no coração, sem que se soubesse quem fora o lavrador. Os condolentes seguiam pela lateral da casa e, da janela, lançavam suas bênçãos e seus pesares, partindo em seguida para seus próprios restos de vida. O protocolo fúnebre foi quebrado pela Velha, que adentrou o recinto reservado à família e às carpideiras. Ela tinha a fama de se mover no
“FOI TARDE DA NOITE DO SEGUNDO DIA QUE SURGIU O ASSASSINO. OS OLHOS VERMELHOS E AUMENTADOS, A BOCA ABERTA, AS ROUPAS IMUNDAS.”
plano de dentro das coisas, moldá-las por suas hastes não vistas, e o presente, que não se sabia de Deus ou do diabo, afastava e encantava os vizinhos, o receio recomendando a prudência e a distância. Assim, imperturbada, ela avançou até o morto. E ninguém viu retesarem-se as cordas invisíveis que enchiam a sala, quando ela debruçou-se sobre o rosto do homem vazio, soprando segredos no seu ouvido, depositou-lhe uma moeda sobre o selo dos lábios e, no pé direito, introduziu um alfinete na carne que não mais sangrava. E ninguém lhe desfez o artifício depois que ela voltou para o seu isolamento. Foi tarde da noite do segundo dia que surgiu o assassino. Os olhos vermelhos e aumentados, a boca aberta, as roupas imundas. Atravessou a cidade, sobressaltado e espantado das sombras imóveis das casas, e jogou-se dentro da cadeia, despejando em palavras tudo o que tinha por dentro. Disse que matara o homem à traição, desarmado e encurralado, por uma briga de terra a mais ou terra a menos, que se lançara no mundo para fugir à pena e que já avançara um trecho seguro quando a noite trouxe as sombras. E, com elas, as vozes de homens vigilantes, passos de encalço cercando-o entre o matagal. E, por uma madrugada inteira, os perseguidores o acompanharam de perto, invisíveis mesmo em campo aberto sob a lua cheia. Nem o dia trouxe a paz, nem calou as falas confundidas, nem interrompeu os passos, nem lhes mostrou os rostos. Não chegavam, apenas o seguiam e arrodeavam. Acuado pelo que não via e exausto pelo peso carregado, o matador decidiu ser protegido pela verdade, seguido de perto também no seu caminho de volta e confissão. E foi na madrugada calada, com o assassino dormindo em paz em sua cela, que os insones nas janelas puderam ouvir os passos pesados e sem donos de vinte ou trinta homens, numa lenta marcha de retorno.
DIOGO MONTEIRO é jornalista e já teria publicado alguma coisa se não se limitasse a escrever no exíguo espaço que sobra depois do expediente na redação da Folha de Pernambuco, da atenção dedicada à mulher amada e de acompanhar as glórias do Sport Club do Recife.
O POÇO DAS COISAS PERDIDAS Texto de Adriana Falcão | Ilustrações de Paulo Falcão
Ainda me lembro do dia em que Marta Lima me telefonou pedindo a indicação de um diretor de arte. Faz quase 15 anos. Marta Lima trabalhava na Ampla, agência em expansão que tinha alguns diferenciais notáveis, em especial a coragem e a ousadia. Eu trabalhava em outra agência.
ator e diretor de teatro, poeta e desenhista de arquitetura. Em conversas profissionais, geralmente não se fala da alma do possível candidato a emprego em questão. Mesmo assim, eu completei: “Paulo é uma das melhores pessoas que eu conheço”. Não, ele não tinha experiência anterior em publicidade. Apesar disso, com sua coragem e ousadia habituais, Queirozinho “comprou” Paulo na hora. Tempos depois foi a minha vez de ir trabalhar na Ampla, onde só encontrei amor, carinho, competência e alegria. Trabalhar com Paulo e aquela equipe maravilhosa foi uma das experiências que guardo até hoje em um arquivo pessoal de memória que intitulo de momentos felizes. Gosto de pensar que, assim como Queirozinho, os anjos também gostam de companhias especiais e, por isso, chamaram Paulo para morar com eles. Passaram-se 7 anos. E mais uma vez nos reunimos, eu, Paulo, Queirozinho e a equipe da Ampla, no livro O poço das coisas perdidas. O resultado é esse presente que hoje temos nas mãos: uma edição belíssima e moderna que ficou a cara do autor dos poemas. Sem querer tirar o mérito de ninguém, acredito que os anjos ajudaram nesse job. E acho graça em imaginar que, enquanto festejávamos o lançamento do livro, no dia 17 de outubro, na Livraria Imperatriz, o céu também estava em festa.
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Pensei um pouco e indiquei Paulo Falcão, meu amigo, meu compadre,
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PORTFÓLIO
Icopervil, Amorim Primo e Aguardente Pitú. Há 30 anos, a Ampla iniciava a sua trajetória de sucesso, com três dos maiores anunciantes na época. De lá pra cá, foi a Ampla que contribuiu para o sucesso de dezenas de outros clientes. Mas, essa longa história, a gente prefere contar do jeito que mais sabe: em forma de anúncio. Um pra cada ano.
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RETRO SPECTIVA 30 ANOS
BLOGS BRAINSTORM
Fenômeno. No dia seguinte, um jornalista do Lance! me ligou querendo detalhes, e a história virou matéria do jornal. QUAL ASSUNTO É DO SEU INTERESSE, MAS QUE VOCÊ NUNCA ENCONTROU NUM BLOG OU NA INTERNET? SOARES SILVA: Há blogs sobre qualquer coisa hoje em dia. Se você quiser encontrar uma edição online de Ada, de Nabokov, com as notas de Brian Boyd, vai encontrar. As-
Videocast, podcast e “consumer generated media”. Para quem já conhece essas
sim como blogs em latim ou grego épico. De assuntos que me interessam e que não
tendências, falar de blog parece obsoleto. Mas essa ferramenta foi a primeira a se
consigo encontrar muito na internet só consigo pensar em mnemônica, principalmen-
consolidar na internet como um meio de comunicação aberto para que o público
te Palácios da Memória, que é um assunto que me interessa muito.
manifestasse suas idéias (ou a falta delas) e criasse conteúdo próprio. Hoje são cerca
TABET: Culinária árabe.
de 60 milhões de blogs criados no mundo (não registre esse número porque ele deve
MERIGO: Sites e blogs estrangeiros têm de tudo, desde o nerd que fala de computador
mudar rapidamente e nem temos certeza de que esteja correto). Em meio a tantas
e Lego até o CEO da Boeing e da GM.
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opiniões, fomos em busca das mais influentes aqui no Brasil. Entrevistamos três dos mais conhecidos blogueiros do País: Alexandre Soares Silva (http://soaressilva.
VOCÊ AINDA LÊ JORNAL IMPRESSO?
wunderblogs.com), Antonio Tabet (http://kibeloco.blogspot.com) e Carlos Merigo
SOARES SILVA: Parei três anos atrás, e o meu estilo melhorou tremendamente por
(http://www.brainstorm9.com.br). Literatura, humor e propaganda são as respectivas
causa disso. O nível dos jornais brasileiros é mais ou menos o nível dos blogs ruins. Eu
áreas de cada um, mas aqui eles foram convidados a falar do mesmo assunto. Descubra
sei porque conheço muitos blogs ruins e reconheço o espírito. Não estou falando de er-
o que eles pensam sobre os blogs, seus próprios leitores e a mídia.
ros factuais, o que não me interessa muito, nem de distorções da verdade, mas de mau estilo e mau gosto, burrice, vulgaridade.
O SEU BLOG É SOBRE O QUÊ? DEFINA-O EM POUCAS PALAVRAS.
TABET: Leio, sim. Todos os que você puder imaginar.
SOARES SILVA: Eu costumava encarar meu blog como uma oportunidade para xingar
MERIGO: Impresso, leio a Folha de S.Paulo quase todo dia e, de vez em quando, Valor
as pessoas que eu acho cretinas, mas tenho ficado mais banana. Li uma entrevista de
Econômico. Mas acompanho vários outros online, principalmente estrangeiros. O en-
Martim Amis na qual ele dizia que ser ofensivo dá prazer quando se é jovem, mas que
graçado é ver, cada vez mais, que aquele assunto que você leu em um blog na semana
há algo indigno em continuar sentindo isso na maturidade, e eu entendo isso. Desisti
passada virou matéria do jornal hoje.
de falar mal de autores brasileiros, por exemplo, porque eu reconheço que não gosto de literatura brasileira em geral. Tendo dito isso, não quero deixar passar nenhuma
“BLOG” PARECE AQUELE SLOGAN DE CARRO A ÁLCOOL: UM DIA VOCÊ VAI TER
oportunidade na vida para dizer que não vejo talento nenhum em Rubem Fonseca. Ne-
UM. QUAL PESSOA AINDA NÃO TEM BLOG E VOCÊ GOSTARIA QUE TIVESSE?
nhum! E que os livros dele, romances e contos, são ruins de doer, de bater a cabeça na
SOARES SILVA: Diogo Mainardi, mas ele não precisa escrever de graça. Ivan Lessa,
parede. Que as pessoas achem que ele é bom é um mistério para mim.
suponho, mas ele deixou de gostar de blogs. Daniel Pellizzari tinha um e eu queria
TABET: Sobre a verdade. Mostrar que o mundo real é bem mais engraçado que qual-
que voltasse a ter. Também queria que Nelson Ascher voltasse com o blog dele. Não
quer ficção.
sou tão admirador de Millôr Fernandes quanto a maioria parece ser. Acho carioca de-
MERIGO: Comunicação, boas idéias, propaganda e marketing. Mas muitas vezes gosto
mais, no pior sentido da palavra. De não-brasileiros, seria bom ver um blog de Oriana
de falar de cinema e música também.
Falacci. Mas meu sonho é que J. D. Salinger tem um blog secreto e que eu o encontro por acaso.
VOCÊ MANTÉM ALGUM CONTATO COM ALGUNS DOS SEUS LEITORES? E QUEM
TABET: Millôr Fernandes e Diogo Mainardi.
SÃO OS SEUS LEITORES MAIS ILUSTRES?
MERIGO: Não por acaso, os blogs mais bacanas são feitos por pessoas comuns. Blogs
SOARES SILVA: Eu cresci venerando um pouco Paulo Francis e depois de um ano de
de celebridades parecem escritos pela assessoria de imprensa. Mas gostaria de ver
blog fiquei sabendo que amigos dele me liam, o que sempre me deixa acaipiradamen-
grandes profissionais escrevendo um blog. Não era precisamente um blog, mas, na
te satisfeito e meio acanhado, não que eu tenha agora grande opinião sobre os amigos
época em que o Fernando Meirelles estava dirigindo O Jardineiro Fiel, ele fazia um diá-
dele. De modo geral, sou considerado demasiadamente antipático, arrogante e mons-
rio de produção online, que era publicado no site Cinema em Cena. Para fãs de cinema,
truosamente direitinha para agradar essas sensibilidades de cariocas-boas-praças-
o que ele dizia ali era excepcional. Gostaria que mais iniciativas assim acontecessem
ouvintes-do-Chico. Fico mais feliz por alguns leitores menos conhecidos que ficaram
na blogosfera.
meus amigos e que também escrevem. TABET: O Kibe Loco já foi assunto do Senado a programas de TV. Não vou citar os que
EXISTE UM MOVIMENTO FRANCÊS CHAMADO SLOW FOOD, QUE SUGERE MENOS
conheço e mantenho uma relação mais estreita porque, afinal, é uma relação... estrei-
PRESSA E MAIS CONTEMPLAÇÃO E PRAZER DURANTE UMA REFEIÇÃO. O QUE
ta.
VOCÊ ACHARIA DE ALGO CORRESPONDENTE, QUE FOSSE NA CONTRAMÃO DO EX-
MERIGO: Mantenho contatos com vários por e-mail e já conheci alguns.
CESSO DE INFORMAÇÃO, DENOMINADO SLOW NEWS? VOCÊ FARIA PARTE? SOARES SILVA: Não, me parece bobagem. Por que tudo tem que ser movimento?
VOCÊ TEM UMA DISCIPLINA PARA ATUALIZAR O SEU BLOG? POR EXEMPLO, NES-
Quer comer devagar, come, não faz movimento. Eu já como devagar e sou desinfor-
TE MOMENTO VOCÊ NÃO DEVERIA ESTAR FAZENDO ISSO?
mado de qualquer jeito.
SOARES SILVA: Sim, eu deveria estar lá respondendo os comentários do último post
TABET: São coisas diferentes. Não fico 24h na frente do computador. Sei aproveitar
— alguém acaba de deixar um comentário espertinho zombando de mim. Estou pen-
meus momentos de lazer. Ninguém precisa comer depressa para ficar bem informa-
sando na resposta, calma.
do.
TABET: Não sou tão disciplinado quanto aos horários. Idéia não bate ponto. Mas me
MERIGO: Me identifico com vários daqueles problemas citados por Richard Saul Wur-
sinto na obrigação de manter o site atualizado, sim.
man em seu livro Ansiedade de Informação: o sentimento de frustração por não con-
MERIGO: Ultimamente tenho feito vários posts diários. Sempre que aparece algo que
seguir acompanhar essa avalanche de dados, o desgaste mental e a sensação de estar
valha a pena ser publicado e comentado, lá vou eu blogar.
aproveitando pouco tanta coisa. Informação demais e mal administrada faz mal.
O CONTEÚDO DO SEU BLOG JÁ DESENCADEOU OU INFLUENCIOU ALGUMA COISA
NUM DIÁLOGO ENTRE OS ESCRITORES ERNESTO SABATO E JORGE LUIS BORGES,
COM REPERCUSSÃO FORA DA INTERNET?
ELES DIZEM QUE SÓ SE DEVIA PUBLICAR NOTÍCIAS REALMENTE IMPORTANTES
SOARES SILVA: Publiquei uma seleção dos textos do blog junto com os textos de ou-
DO TIPO “O SENHOR CRISTÓVÃO COLOMBO ACABA DE DESCOBRIR A AMÉRICA”.
tros blogueiros pela editora Barracuda (wunderblogs.com, editora Barracuda). A
UM BLOG NÃO VAI CONTRA ISSO À MEDIDA QUE PERMITE QUE TODA INFORMA-
mesma editora publicou um conto meu na antologia A Visita. Fora isso, tenho uma co-
ÇÃO SEJA PUBLICADA E, PORTANTO, BANALIZADA? COMO AFIRMARIA BORGES,
luna numa revista de Campinas chamada Semana3, que também consegui por causa
A CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO SÓ FOI IMPORTANTE DEPOIS, NÃO QUANDO ACON-
do blog.
TECEU. VOCÊ CONCORDA COM A TESE DELES?
TABET: Sim. Ruth “Sanduíche-íche” Lemos virou garota propaganda da Tim e foi ao
SOARES SILVA: Bom, é uma frase engraçada, então ok. Mas sempre existem as notí-
Jô. Heloísa Helena chorou no Senado. Jornais deram notícias erradas baseadas em
cias pequenas, mas interessantes: um porco que diz olá; o exército de homens-maca-
piadas do Kibe Loco.
cos de Stalin; um homem em visita a um museu, que tropeça no cadarço desamarrado
MERIGO: O primeiro caso foi um outdoor da Audi que enferrujava com o tempo. Pu-
e cai em cima de três vasos chineses de quinhentos anos; um terrorista que manda
bliquei no blog em 2002, e rapidamente a peça se espalhou por e-mail. Recentemen-
uma bomba pelo correio, mas coloca o endereço errado, e a bomba é devolvida e ex-
te, publiquei em primeira mão o comercial da Nike homenageando Ronaldo “Gordo”
plode. Esse tipo de coisa.
TABET: Concordo. Mas o blog não banaliza, informa. No meu caso, quando publico uma notícia realmente sem importância, estou, na verdade, criticando quem a apurou. Humor também é crítica. MERIGO: Acho que quanto mais pessoas falando, propagando idéias e pensamentos, mais vamos ganhar. Antes a informação pertencia aos grandes. Você só sabia o que queriam que você soubesse. É importante não confundir democratização com banalização, com retenção de conhecimento. VOCÊ ACHA QUE VAI HAVER UMA CORRIDA PELA AUDIÊNCIA COMO NOS MEIOS TRADICIONAIS? O QUE VOCÊ TEM FEITO PARA CONQUISTAR O PÚBLICO DO SEU BLOG? SOARES SILVA: Algum escritor disse uma vez que só existem 2.360 pessoas no mundo todo para as quais vale a pena escrever (não sei de onde ele tirou esse número, mas me parece ok), e eu já encontrei um terço delas. Então está bom. TABET: Tenho um medidor de acessos, mas não acho que seja uma corrida como há nos meios tradicionais de comunicação. Todos podem fazer blogs. É um horizonte amplo. Meu compromisso é com meu conteúdo. Essa honestidade é suficiente para meus leitores. MERIGO: Existe uma corrida pela audiência, porém, mais pelos veículos tradicionais, que se vêem ameaçados pelos blogs. De acordo com a última pesquisa do Technorati, o Boing Boing, que é o blog mais popular atualmente, está a frente de grandes veículos como Forbes, Time e Fox.
PERMITIU A PUBLICAÇÃO? OU NUNCA DEIXOU QUE ISSO ACONTECESSE? SOARES SILVA: Quando a mensagem é completamente cretina, não incomoda nada e esse é quase sempre o caso, mas, quando a pessoa parece escrever razoavelmente bem, eu fico me perguntando por que diabos ela não gosta de mim. Quer dizer, não parece fazer sentido. O que as pessoas não percebem muito é que eu percebo as objeções que se podem fazer ao que eu escrevo, mas que eu deliberadamente não gosto de escrever sobre os dois lados de nenhum assunto. Pessoas que fazem muita força para parecerem equilibradas e imparciais geralmente me metem um pouquinho de nojo. Há uma presunção de superioridade moral nisso que me irrita. Como se judeus e palestinos só enfrentassem o problema que enfrentam porque nenhum deles tem a imparcialidade e a inteligência de um blogueiro com a camiseta coberta de pedaços de nachos. Prefiro parecer monstruoso e irrazoavelmente reacionário. TABET: Nunca. MERIGO: Vale, mais uma vez, o bom senso. Excetuando comentários difamatórios, caluniosos, preconceituosos e blábláblá, vale tudo. Não censuro nenhuma crítica a mim
BLOGS: MODO DE USAR O modo de ler é ir saltando de link em link — você passa por uns lugares horrorosos e leva uns sustos, mas faz parte. É como andar em Londres no final do século XIX: da casa de Dickens à casa de Jack, o Estripador, passando pelas prostitutas de Whitechapel (sempre populares, cujos blogs sempre viram livros) em alguns minutos. Eu recomendo não entrar em blogs cujos nomes sejam o nome do autor colocado no aumentativo — “Casa do Serjão”, “Cafofo do Marcão”. E evite também os que têm um número muito grande de selinhos apoiando causas nobres e bacaninhas. Alexandre Soares Silva
ou ao conteúdo do blog. SE EXISTISSEM BLOGS NA ÉPOCA DE SHAKESPEARE, ELE AINDA ESCREVERIA LIVROS OU PASSARIA A VIDA POSTANDO CONTINHOS SOBRE A VIDA DE JULIETA? SOARES SILVA: Quem escreveria “continhos” sobre Julieta seriam Charles e Mary
ALEXANDRE SOARES SILVA INDICA:
Lamb, que, sem dúvida e infelizmente, seriam blogueiros (consigo até visualizar o
http://wunderblogs.com
blog, hospedado no Blig e cheio de imagens de casais seminus abraçados e borbole-
http://blogauti.wunderblogs.com
tas). Não acho que Shakespeare se adaptasse muito bem a blogs. Além disso, ele era
http://cousas.org
mercenário demais para escrever de graça. Será que Samuel Johnson teria um blog?
http://www.apostos.com
Talvez não, mas Boswell certamente. Quem eu acho que teria blog seria Karl Kraus,
http://www.insanus.org
Mencken, Cioran, Auberon Waugh. Fernando Pessoa teria vários blogs. Bernard Shaw
http://manobra1979.blogspot.com
teria o melhor blog do mundo, atualizando várias vezes por dia e escrevendo várias bo-
http://50centssoul.blogspot.com
bagens muito bem. Que belo blog teria Chesterton! E Tolstói, é claro. Infelizmente eu
http://estadocivil.blogspot.com
iria ter que agüentar os posts anti-Bush dele.
http://ruadajudiaria.com
TABET: Livros nunca vão morrer. Aliás, há quanto tempo decretaram a morte do rá-
http://vozdodeserto.blogspot.com
dio?
http://noggs.typepad.com/the_reading_experience
MERIGO: Escreveria livros, mas só depois de testar as primeiras idéias no blog dele e
http://www.languagehat.com
ouvindo a opinião dos leitores.
http://rightreason.ektopos.com http://dilbertblog.typepad.com/the_dilbert_blog
TEM ALGUMA COISA QUE SÓ DÁ PRA FAZER NO BLOG E EM NENHUM OUTRO MEIO DE COMUNICAÇÃO?
ANTONIO TABET INDICA:
SOARES SILVA: Sim, textos muito curtos. Se lhe ocorrer uma boa linha, você publica
http://www.surra.org
só uma boa linha.
http://drispaca.blogspot.com
TABET: Sim. Escrever pelado. MERIGO: Opinião sem censura. Interatividade sem frescura.
CARLOS MERIGO INDICA: http://carreirasolo.org http://pensarenlouquece.com http://spiceee.com/pensaletes http://blog.fabioseixas.com.br http://propagandainterativa.blogspot.com http://adrants.com http://adverblog.com
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QUAL O COMENTÁRIO MAIS INCÔMODO E CRÍTICO AOS SEUS POSTS QUE VOCÊ
10 - anúncio para a revista Algomais
9 - anúncio para o Estilo Iguatemi
7 - campanha para vender os cartões de Natal do Imip
6 – anúncio institucional para o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo 5- anúncio da campanha institucional do Shopping Recife 4- anúncio de varejo para a Claro
2 - campanha para o Ária Social
8 - anúncio da Pitú para o trade
3 - anúncio da Celpe, patrocinadora deJoana Maranhão
1- anúncio para o Rápidão Aéreo
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PORTFÓLIO 2006
16 - anúncio para a Fiat Regional
19 - campanha institucional para a Celpe
15 - campanha de assinaturas para o Jornal do Commercio
13 - campanha para a Bienal do Livro
11 - campanha para o Abril Pro Rock 2006
1 - filme da Celpe com Joana Maranhão 2 - campanha institucional do Shopping Iguatemi 3 - campanha para a Bienal do Livro 4 - campanha para a Exposição de Animais 5 – campanha institucional para a Celpe 6 - filme da série da Pitú para a Copa do Mundo 9 – campanha institucional para o Shopping Recife 10 – filme para o Dia dos Namorados do Shopping Recife 11 - campanha para o São João da Capitá 12 – campanha institucional para a Pronto
20 - campanha do Jornal do Commercio para vender clássicos da literatura
18 - anúncio da Tambaú para o trade 17 - anúncio da Vitarella para o concurso de gastronomia do JC
14 - anúncio para a CDL Recife
12 - anúncio para o Jornal do Commercio no Dia da Natureza
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7 – campanha institucional para a Vitarella 8 – filme de Natal para a Ferreira Costa
SAC Eduardo Falcão administra um shopping com mais de 450 lojas, mas, pra realizar o seu sonho de consumo, ele só precisa ir a algumas delas. Colecionador inveterado de azeites raros, Falcão compra esses produtos importados dos países mais diversos. Em termos de consumo, essa talvez seja a sua maior extravagância. Seu gosto por cinema e DVD, ele também pode saciar dentro do próprio Shop| número 9 | 2006
ping Recife, onde comanda a equipe de 300 funcionários. Na planilha do Excel, outra de suas manias, ele contabiliza cerca de 60 mil pessoas circulando todo mês por um dos maiores centros de compra do Brasil. É pra conhecer o perfil de consumo desse administrador de empresas, pai de quatro filhos e folião assumido, que fizemos esse rápido pingue-pongue pra seção SAC da Revista da Ampla. ALGUM COMERCIAL JÁ O FEZ CHORAR? COMO?
Não lembro, mas acho que não. E RIR? QUAL?
Indiscutivelmente, Mamíferos, da Parmalat. QUAL O COMERCIAL MAIS ANTIGO DE QUE VOCÊ LEMBRA?
Os memoráveis filmes das Casas José Araújo e suas músicas maravilhosas, que sei a letra até hoje. SE O SHOPPING RECIFE NÃO EXISTISSE, ONDE VOCÊ FARIA SUAS COMPRAS?
Aguardaria ele ser inaugurado! SE O PAPA FOSSE AO SHOPPING RECIFE, QUAL A SEGUNDA LOJA QUE ELE VISITARIA?
O Shopping Recife é tão completo que tem loja de produtos religiosos, vinhos, hóstias, CDs e DVDs de temas religiosos, livros e bíblias, velas, órgãos eletrônicos para igrejas, etc. E O ZÉ DO CAIXÃO?
Salão de beleza e clínica estética para aparar as unhas. QUAL O SEU PROGRAMA FAVORITO DENTRO DO SHOPPING?
Cinema e compra de DVDs. QUEM VOCÊ QUERIA ENCONTRAR FAZENDO COMPRAS NO SHOPPING?
Ariano Suassuna e Marisa Monte. VOCÊ JÁ CUMPRIU AS PROMESSAS QUE FEZ NA VIRADA DO ANO PASSADO?
Nem todas, mas boa parte já está em prática. VOCÊ JÁ PERDEU O CARRO NO ESTACIONAMENTO?
Quando comecei no Shopping Recife, há três anos, fiz isso inúmeras vezes. Era um vexame. À VISTA OU A PRAZO?
A prazo, só itens caros, que considero investimento de longo prazo, feito de forma programada como TVs, móveis, eletrodomésticos, material escolar. Tudo o que for de impulso e de valor baixo é à vista. SE VOCÊ PUDESSE ESCOLHER QUALQUER PRESENTE DO SHOPPING, QUAL SERIA?
Áudio e vídeo de última geração. QUAL A COMPRA DE QUE VOCÊ MAIS SE ARREPENDEU EM FAZER?
Roupa de inverno pesada, que nunca usei. E O QUE VOCÊ QUERIA TER COMPRADO E NÃO COMPROU?
Vidros e mais vidros de azeite extravirgem importado, de preferência os raros, de sabor bem tradicional. Um vício.
AMPLAPROMO + PONTO BRAND = AMPLA PONTO Texto de Aguinaldo Viriato | Foto de Robson Xavier
Quando criamos a AmplaPromo, em primeiro de abril de 2003, nossa idéia era diversificar os negócios e manter a vanguarda no mercado regional, oferecendo os serviços e marketing cultural. Sonho antigo, achamos que já era hora de colocar em prática um projeto bastante amadurecido. Afinal, o mercado estava mudando rapidamente e a verba do cliente para investimento em marketing e comunicação já estava sendo alocada quase meio a meio entre o variado arsenal de mídia e um vasto leque de ferramentas que vão da internet ao marketing direto, passando por inúmeras formas de promoções, patrocínios, etc. Assim, juntamente com a Ampla (publicidade) estaríamos melhor capacitados para desenvolver ações e campanhas integradas, empregando um mix variado de instrumentos no media e publicidade. Com isso, tornamos ainda mais eficiente a estratégia
NORDESTE JÁ FAZ PARTE DA AMPRO
de marketing de nossos clientes e mais variadas as possibilidades de trabalhar, de
Nos últimos anos, o Marketing Promocional vem ocupando uma posição cada vez mais importante na estratégia das empresas que atuam no Nordeste.
lhores resultados.
Acompanhando uma tendência mundial, que já é realidade nos maiores mercados do Brasil, os investimentos nesse setor disputam palmo a palmo as verbas de marketing e comunicação com a publicidade, abrindo uma nova perspectiva de negócios para quem trabalha com promoção e eventos na Região.
maneira segmentada, a comunicação para atingir o seu target com mais foco e me-
A AMPLAPROMO FOI A PRIMEIRA AGÊNCIA COM ESSE PERFIL EM NOSSA REGIÃO, ORIGINADA A PARTIR DE UMA AGÊNCIA DE PUBLICIDADE. E NASCEU COM UM DNA MUITO FORTE, PELA INFLUÊNCIA POSITIVA DA AMPLA COMUNICAÇÃO. MUITA RESPONSABILIDADE.
Essa atividade, que abriga um variado conjunto de agências, empresas especializadas, fornecedores diversos e profissionais, há muito tempo reclamava a formação de uma associação para representar os interesses de um setor em franco crescimento em todos os estados nordestinos.
Nos três primeiros anos de vida da AmplaPromo, nosso objetivo foi plenamente alcan-
CONSCIENTE DESSA REALIDADE, A AMPLA PONTO COORDENOU UM GRANDE MOVIMENTO COM APOIO DE AGÊNCIAS E LIDERANÇAS NORDESTINAS DO SETOR PARA FORMAR AQUI UM CAPÍTULO DA AMPRO — ASSOCIAÇÃO DE MARKETING PROMOCIONAL, ENTIDADE NACIONAL, COM SEDE EM SÃO PAULO, QUE REÚNE AS MAIORES E MELHORES EMPRESAS E PROFISSIONAIS QUE ATUAM NESSE MERCADO EM TODO O PAÍS.
portantes e realizou jobs bastante interessantes em todo o Nordeste. Atendemos não
Antiga aspiração de todos os que trabalham nessa atividade, a Ampro Nordeste começou a funcionar oficialmente em junho deste ano, reunindo agências do Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, Bahia e de Alagoas.
so e realizou trabalhos que viraram referência para o mercado.
Com sede no Recife, elegeu sua primeira diretoria, cujo presidente é Aguinaldo Viriato (Ampla Ponto), e conta com Djanira Dias (3 Active) e Carlos Eduardo Fernandeb (Ativa) como vice-presidentes. Os objetivos principais da nova entidade, segundo Viriato, são “estreitar o relacionamento do mercado nordestino com as agências e os clientes do Sul—Sudeste para absorver tecnologia, gerar negócios e contribuir para uma maior profissionalização do setor. Além disso, discutir e estabelecer padrões, procedimentos e normas modernas para a atuação das empresas de marketing promocional visando o fortalecimento do setor em nossa região”.
çado. A nova agência cresceu rapidamente, ganhou concorrências, conquistou contas imsó aos clientes locais e regionais, mas também a empresas de fora, interessadas em investir em eventos, patrocínios, lançamentos de produtos, ações no PDV e promoções nos diversos estados de nossa região. A AmplaPromo, em muito pouco tempo, ganhou prêmios, desenvolveu cases de suces-
Mas, no final de 2005, avaliamos que, para continuar a crescer, era necessário absorver maior tecnologia e somar experiências para queimar etapas, ganhar escala e poder realizar projetos mais ambiciosos. Além disso, era importante estar “mais perto” do mercado do Sudeste. Por outro lado, na mesma época, a Ponto Brand Promotion, uma das maiores empresas brasileiras do setor, com sede em São Paulo e filial no Nordeste, também avaliou que o modelo mais adequado para crescer no Norte—Nordeste deveria ser por meio da associação com uma empresa regional. A partir dessa convergência de interesses estratégicos, a AmplaPromo e a Ponto
Com certeza, um novo tempo para o mercado regional, tão rico em eventos, atividades culturais e potencial de negócios a serem objeto de patrocínios e ações promocionais, dentro e fora do ponto-de-venda. Visite o site: www.ampro.com.br/ne
Brand, que, até então, eram as duas maiores concorrentes no negócio de marketing promocional aqui na Região, decidiram somar esforços e partir para um projeto comum. Nasceu, então, a Ampla Ponto, que já é considerada a maior agência do gênero no Norte—Nordeste.
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de uma nova empresa, especializada em ações promocionais, eventos, merchandising
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01. Promoção Seu Pai na Moda, do Shopping Recife 02. Encontro Nacional dos Procuradores da República, em Muro Alto 03. Claro - Encontro de Negócios 2006 04. Estande do Grupo Neoenergia no Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (MG) 05. Convenção da GE América Latina no Rio de Janeiro 06. Lounge da Natura no Recife Fashion (PE) e no Barra Fashion (BA) 07. Ação de captação de usuários para o cartão Extra Taií 08. Ação para Ambev, no carnaval do Recife e de Olinda 09. Workshopping Franchising para o Shopping Recife 10. Kraft – Ação da suqueria Tang para o lançamento dos sabores Cajá e Graviola no Nordeste. 11. Lançamento do Famous Grouse no Recife 12. Ação de backstage da Petrobras no Abril Pro Rock 2006 13. Promoção Chamada Premiada, do Shopping Recife 14. Neoenergia – Convenção Integração 15. Estande Pitú na Abad Curitiba 2006 16. Casa Natura Humor no São João de Campina Grande e de Caruaru 17. Ação Onda Laranja para a Queiroz Galvão
A CELPE DÁ O EXEMPLO
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
Mirian Raimundo tinha 17 anos quando começou a freqüentar uma oficina artística no Alto José do Pinho. Hoje, aos 25, ela descobriu o talento de bordadeira e integra uma cooperativa de 15 meninas que trabalham para dar fôlego à grife Alto Falante, criada pelo estilista pernambucano Eduardo Ferreira, na ONG Instituto Vida. Já Gabriela Alves, nas suas andanças por várias oficinas de arte, acabou fazendo parte da primeira turma do projeto A Terra do Coração Branco, do Movimento Pró-Criança. Daí em diante suas perspectivas mudaram. Ingressou no programa Primeiro Emprego, conseguiu estágio em um banco e, hoje, paga um cursinho preparatório para vestibular. Uma vitória para quem convivia diariamente com as dificuldades e os altos índices de violência do Coque, bairro da periferia do Recife, onde mora. Ao que parece, a experiência com a arte tem mudado a vida de muitos jovens. E, para promover essas mudanças, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) vem financiando entidades de todo o País, como as que ajudaram Mirian e Gabriela no Recife. ATRAVÉS DE UMA PARCERIA COM O INSTITUTO AYRTON SENNA — ONG BATIZADA COM O NOME DO CAMPEÃO DE FÓRMULA 1 —, A CELPE FINANCIA O PROJETO EDUCAÇÃO PELA ARTE. SÓ O MOVIMENTO PRÓ-CRIANÇA E O INSTITUTO VIDA, INTEGRANTES DO PROJETO, BENEFICIAM CERCA DE MIL JOVENS DA PERIFERIA. “Acreditamos que a arte amplia a visão de mundo dos jovens. Eles passam a ter uma percepção mais sensível e apurada da realidade”, avalia a coordenadora geral do Instituto Vida, Lúcia Helena. “Muitas meninas entram aqui apenas com a expectativa de arranjar um marido e ficarem grávidas, mas saem com objetivos mais amplos.” O projeto Educação pela Arte é só um exemplo dos muitos trabalhos de responsabilidade social desenvolvidos pela Celpe. São, ao menos, mais cinco projetos dentro do programa Energia para Crescer. A Associação Junior Achievement é um deles. O engajamento de profissionais e executivos voluntários de várias empresas, empenhados na formação de jovens de escolas públicas para o empreendedorismo, é o seu objetivo. A Celpe também colabora com o Instituto de Qualidade de Ensino, que capacita uma média de 300 professores para a melhoria do ensino e aprendizado da língua portuguesa e de matemática. E o trabalho de Inclusão Digital e Cidadania, que viabiliza escolas de informática em comunidades como Nova Liberdade, na periferia de Jaboatão dos Guararapes, é outra proposta com a qual a empresa está envolvida. Aparentemente são abordagens diferentes para cada projeto. Mas o objetivo de oferecer um novo futuro, no entanto, parece ser o mesmo.
RENATA VICTOR 40 anos, professora da Universidade Católica de Pernambuco e proprietária da Agência Renata Victor. victorrenata@hotmail.com (81) 3467.2626
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DESAFIO
GEYSON MAGNO 37 anos, fotógrafo da Agência Lumiar. www.lumiarfoto.com.br (81) 3268.6819
Não é duelo, embate, oposição. É encontro, comunhão. Mesmo que a idéia seja oposta. Ou apenas diferente. Convidamos dois fotógrafos para revelarem olhares sobre o mesmo tema: renovação. A conferir, a visão de Renata Victor e a de Geyson Magno.
“RENOVAÇÃO”
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Pegue um desses globos terrestres com base giratória e faça-o rodar com força. Interrompa o movimento colocando o dedo em qualquer continente. Nesse ponto onde você apontou, provavelmente tem um brasileiro fazendo um anúncio ou criando um roteiro de comercial. Hoje é cada vez mais comum encontrar publicitários de cá fazendo algum sucesso em países onde o mercado ainda está se profissionalizando ou onde o profissionalismo é de fazer inveja a qualquer grande agência nacional. Circulamos pelo globo perguntando como é trabalhar na Europa, África (não a Agência, que fique claro), América do Sul e América do Norte pra um redator ou diretor de arte acostumado a nossos prazos, verbas e salários. Veja o depoimento de alguns deles.
Quando cheguei ao Peru, uma das coisas que mais me chamou a aten-
A Espanha é hoje um dos maiores consumidores de propaganda na Eu-
ção foi a proximidade entre o brasileiro e o peruano. O Brasil tem muito
ropa. Para terem idéia, a média do intervalo comercial televisivo aqui é
mais coisas em comum com o Peru do que com a Argentina, o Uruguai
de mais de 10 minutos, com alguns que são somente 30 segundos e ou-
ou o Chile. O povo é bem receptivo, acolhedor e hospitaleiro. Na publi-
tros de 20 minutos. Com tanta informação comercial, as agências pre-
cidade, as agências, sua estrutura, os prazos e “personagens” também
cisam cada vez mais buscar alternativas além das tradicionais. Posso
são muito parecidos com os do Brasil. A diferença é o pouco uso da mí-
dizer que, um ano depois que cheguei a Barcelona, estou presenciando
dia impressa. É mais comum a gente ter de fazer campanha de TV que
um grande modismo no mercado publicitário espanhol. Um modismo
campanha de revista. E você pode comprar qualquer segundagem, 17,
impulsionado pela crescente utilização do chamado marketing viral.
43, 56 segundos, e por aí vai. Outra particularidade é que as agências assinam os comerciais. No fim de cada comercial, aparece um slide com
Para quem não conhece, ele tem o mesmo princípio de um vírus, e sua
o logo da agência por uns 5 a 15 quadros. Acho que existe muita inspira-
função é espalhar, para o maior número de pessoas, uma informa-
ção do “modelo” argentino de fazer filmes. Já em mídia impressa, a re-
ção. Isso é causado através de comunidades, blogs, sites como YouTu-
ferência é o Brasil. Predomina a idéia de que, em se tratando de latino-
be, através de noticiários que fazem o papel de transformar em notí-
américa, a Argentina tem melhor TV, e o Brasil, melhor gráfica. Talvez
cia uma campanha publicitária e que, no final, começa até fazer parte
a característica mais interessante do mercado peruano é que este é um
das rodas de conversa em empresas, colégios, universidades e bares.
mercado em desenvolvimento, menos maduro que o brasileiro e muito
A mensagem tem de ser curiosa, tem de desafiar as pessoas, tem de
menos maduro que o europeu ou o americano. As dificuldades que isso
causar notícia. Todos devem estar empenhados para divulgar (agência,
acarreta já são as conhecidas: existem menos fornecedores (diretores,
cliente, círculo de amigos, família, gato, cachorro, sogra, todos valem na
fotógrafos, etc.), menos recursos e verbas. Mas, vendo pelo lado bom,
hora de espalhar o “vírus”).
ainda há muita coisa por se fazer, muitas áreas “virgens”, e, principalmente, os clientes ainda não estão travados, são bastante receptivos à
Um exemplo disso foi uma campanha criada este ano para a MTV Es-
criatividade e às idéias novas. Imagino que, em países mais estrutura-
panha chamada Amo a Laura. A princípio, era apenas uma página de
dos, uma campanha demora no mínimo uns seis meses pra sair, depois
web (http://www.nomiresmtv.com) que muitos acreditavam ser um
de passar por infinitos focus, testes, intermináveis reuniões e ajustes de
simples movimento social e, no final, converteu-se em um sucesso da
toda natureza. Aqui, como tudo ainda não atingiu esse nível de profis-
comunicação. É só buscar no www.google.es que podem comprovar.
sionalismo, muita coisa acaba sendo feita mais na base do feeling que por ciência, e eu acho isso positivo, acho menos asfixiante, mais ins-
Em resumo, funciona como essas mensagens que recebemos diaria-
pirador. Agora só depende das agências peruanas saberem aproveitar
mente de ajuda ao filho de um amigo de um amigo meu ou às crianças
essa liberdade para usá-la com responsabilidade. A partir do momento
que vivem num país que você nunca ouviu falar ou como aquelas men-
em que a gente consegue colocar uma campanha criativa no ar e ela dá
sagens que você tem de enviar para dez pessoas senão não vai ter sorte
resultados, o cliente se sente seguro e “compra” mais criatividade.
na vida. É um pouco disso, mas com o profissionalismo e a criatividade de uma equipe por trás.
ALVARO NADDEO é diretor de arte da DDB, no Peru. Seus trabalhos mais recentes podem ser vistos no blog: www.naddeo.blogspot.com
Essa é hoje uma grande ferramenta de apoio à comunicação e que estamos utilizando muito aqui na Espanha; muitas vezes, recebemos briefings pedindo pieza: viral, que, quando bem planejada e aplicada da forma correta, pode causar uma grande repercussão. DENY ZATARIANO é diretor de arte da Contrapunto BBDO, em Barcelona, onde trabalha desde janeiro de 2006
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Apesar de ser óbvio que o que as pessoas querem saber é da vida pro-
Muitos pensam que é o salário que alicia os profissionais a deixarem
fissional, é impossível dissociar da sua vida pessoal. Aqui, pasmem ra-
o Brasil e irem para outro país. Bom, eu seria hipócrita em dizer que
tos de anuários, propaganda é só propaganda. Não é a profissão mais
não. Mas, no fundo, o que mais vale é o crescimento profissional. No
legal ou a que paga melhor ou a que, quando você fala numa festa, todo
meu caso, essa oportunidade está sendo uma mola propulsora para a
mundo pergunta se foi você que fez a campanha dos Mamíferos. É um
minha carreira. Moçambique tem uma diversidade cultural riquíssima
emprego como outro qualquer, o que você faz entre um e-mail e outro,
e um povo hospitaleiro. Por estar na mesma linha equatorial que o Bra-
um lugar pra você reclamar que o café é ruim. Os salários são oks. O
sil, Moçambique acaba lembrando o clima brasileiro — tirando as altas
problema é que essa diaba dessa ilhota é muito cara. E tem o danado
temperaturas, é claro. Quando o assunto é a mídia, o seu forte não são
do imposto que come de 40% a 45% do seu salário. Outra questão fun-
as revistas (poucas) nem os jornais (de baixa circulação). A TV é o prin-
damental é o visto. Pra se trabalhar aqui, é preciso um visto de trabalho
cipal veículo, seguido pelo outdoor e pelo rádio. Ainda não chegamos
(H1B, que vale por 6 anos desde que você renove de 2 em 2 anos). Esse
àquele boom da internet que o Brasil viveu nos anos 90, portanto si-
visto, quem solicita é a empresa interessada em te contratar, e é caro.
tes são raros; banners, então, nem se fala. Aos poucos, introduzimos as
Em média, 10 mil dólares, considerando os advogados que cuidam do
mídias alternativas. A primeira campanha aprovada a ter esse tipo de
processo. Ou seja, quando o recruiter olha pra você, ele vê você + um
material foi a mymCel, o e-mail no celular, um dos pontos inusitados a
cifrão e 10.000 piscando na sua cabeça. Sendo grupos multinacionais,
ter veiculação foi nas casas de banho (banheiros). Muitos clientes ain-
sérios e burocráticos, não há a menor possibilidade do nosso “senta aí
da trabalham por job. Desses anunciantes, vamos tirar como exemplo a
e vai trabalhando”. Sem o visto, sem o social security (espécie de CPF
empresa de telefonia móvel mCel, o maior anunciante do país, um dos
que você tira quando tem o visto e demora um ou dois meses pra che-
únicos clientes que têm uma verba suficientemente grande para fazer
gar), eles não têm como te pagar. Pra falar a verdade, eu achava meio
filmes em película. Uma empresa que tem uma veiculação muito gran-
loucura (às vezes, ainda acho, mas não vou ser eu que vou falar, né?)
de, mas parte dessa veiculação fica diretamente no veículo, pois aqui
eles contratarem uma pessoa que não fala nem escreve 100% e com a
ainda não há um tratado de ética. Uma vez ou outra, os mídias batem
mesma fluência deles. Mas o que o meu diretor de criação acha é que,
na porta do cliente, atropelando a agência. É nesse cenário que uma
pra isso, o revisor ajuda. E que redator pra ele é quem escreve um bom
agência brilha e vive o seu auge da criatividade: a Golo, onde se en-
roteiro. Se estiver escrito direitinho, ainda melhor. Enfim, é uma bar-
contra a equipe mais premiada. A agência soma mais de setenta prê-
reira, e grande. Demora mais, você tem que contar com a boa vontade
mios. É a única com um Leão de Ouro em Cannes. Costumo dizer que
e paciência do revisor, do seu dupla, mas não é nada impossível. Eu vim
a Golo é a Almap moçambicana, a Golo BBDO. A agência está apoiada
numa situação completamente atípica. Vim fazer a maratona de NY e,
em dois pilares, a Criação e a Estratégia. É a única que utiliza a estru-
como trabalhava em uma agência que tinha escritório aqui, pedi pra fi-
tura de duplas, o que acaba diferenciando-a das demais agências, que
car por um mês, durante minhas férias. Eles têm uma visão bem boa do
têm aqueles profissionais híbridos, redator e diretor de arte ao mesmo
Brasil, então a gente vem bacana. O mesmo acontece com ser mulher
tempo. Sem contar que na Golo as duplas seniores acabam participan-
aqui. Graças a Gisele, eles acham que, só de ser brasileira, você já po-
do na estratégia de comunicação. O resultado disso é uma comunicação
deria fazer um bico no catálogo da Victoria’s Secret. E a gente tem um
totalmente integrada e eficaz, o que faz com que a Golo seja um objeto
pacto de não desmentir, tá?
de desejo de muitos clientes locais e internacionais. Penso que não tem dinheiro que pague essa experiência que assimilo todos os dias. Pro-
LAURA ESTEVES é redatora da DDB/NY, nos Estados Unidos. Escreve periodicamente na seção Passaporte, do site do Clube de Criação de São Paulo, onde esse texto foi publicado originalmente: www.ccsp.com.br
meti pra mim mesmo que não volto para o Brasil sem um Leão de Ouro. Afinal de contas, estou do lado deles.
BRAGA JÚNIOR é diretor de arte da Golo/BBDO, em Moçambique, e, no seu fotolog, ele mostra imagens do país: www.fotolog.terra.com.br/ afrikando
RENATA PINHEIRO GALERIA Texto de André Muhle | Ilustrações de Renata Pinheiro
Estavam todos na sala de reunião: agência e equipe de filmagem. Tínhamos de encontrar uma solução para transportar geladeiras, televisões, sofás e diversos outros itens de um grande shopping até o set de gravação. Eis que, no meio de tantas vozes, alguém diz: “Por que, em
PERIFERIA (Detalhe) (2004) 25 cm x 35 cm Acrílica e nanquim sobre papel
vez de tudo isso, não construímos um cenário apenas com os desenhos dos produtos?”. Era Renata Pinheiro, a diretora de Arte contratada para o filme, que acabava de resolver todos os nossos problemas. O resultado foi um filme diferente, vivo e cheio de cores. FORMADA EM ARTES PLÁSTICAS E COM ESPECIALIZAÇÕES NA INGLATERRA, RENATA CONHECE BEM O SIGNIFICADO DA PALAVRA VERSATILIDADE. Já fez a | número 9 | 2006
direção de arte de filmes como Árido Movie e Amarelo Manga. Videoclipes de Djavan, Mestre Ambrósio e Otto. Também ilustrou capas de CDs, desenvolveu cenários, figurinos e dirigiu seu próprio curta. Uma olhada rápida pelos seus trabalhos e é fácil concluir: Renata Pinheiro não tem um estilo. Tem estilos. Aproveite para ver alguns deles aqui. Mas lembre-se: isto é só uma pequena mostra. Telefone para contato: (81) 3465.5446 / 9175.5446
SÉRIE CRUZAMENTOS (2005) 16 cm x 22 cm Fotografia
GUENZO (2005) Vídeo (4’36”) Roteiro e Direção
PAISAGEM (2003)
AMARELO MANGA (2002)
33 cm x 43 cm Acrílica e colagens sobre impresso
Longa-metragem (35 mm) Direção de Arte e Cenografia
UM MUNDO DE LIQUIDAÇÃO DO SHOPPING RECIFE (2005)
ÁRIDO MOVIE (2005)
Direção de Arte
Longa-metragem (35 mm) Direção de Arte e Cenografia
S/TÍTULO (2000) 41 cm x 30 cm Acrílica e nanquim sobre papel
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