TGI I Danilo Eric do Santos

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SÃO MIGUEL TGI I

danilo eric dos Santos Instituto de Arquitetura e Urbanismo - São Carlos Universide de São Paulo



INTRODUÇÃO

A pesquisa que se realiza para o desenvolvimento do TGI parte do interesse pela noção de PROCESSO, no sentido de entender as relações e dinâmicas que se atravessam na produção do espaço urbano e como operam os diversos atores nessa ação. Dessa forma, busca-se compreender a problemática do projeto em arquitetura e urbanismo vinculados a uma idéia de totalidade, pondo em perspectiva a ação projetual – nas diversas escalas de trabalho em que um arquiteto pode atuar (planejamento, desenho urbano, desenho do edifício) – posto que, nesse processo de produção do espaço urbano, os projetos e ações estão antes imbricados numa rede de relações de interesses políticos e econômicos, sobre tudo ao que diz respeito à propriedade e ao valor da terra urbanizada. O apontamento dessas questões visa afastar a possibilidade de a partir do projeto e do discurso que o acompanha – mesmo que muito bem intencionados e repletos de valores humanistas – se possa criarem novas ideologias do espaço urbano. Ou seja, tenta evitar que as intenções presentes no momento em que se projeta, acabem por darem no seu contrário, por terem desconsiderado ou negado a existência de atores interessados (mesmo os arquitetos) na produção da cidade. Ciente da complexidade do problema de compreender tais processos, sobremaneira no que tange as grandes metrópoles brasileiras, buscou-se apoiar as reflexões e propostas aqui desenvolvidas num referencial teórico, qual seja, o estudo do livro “Espaço Intra-Urbano no Brasil” do urbanista Flávio Villaça. Neste livro o autor desenvolve uma reflexão sobre o processo de produção do espaço intra-urbano no Brasil a partir da analise comparativa e da investigação histórica de cinco metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre) descrevendo o percurso histórico que as elites, detentoras de poder político e econômico, realizam nestes territórios apontando como elas operam sobre a produção das cidades a partir de seus interesses econômicos e de dominação política. Um aspecto importante, que cabe destaque, é que sob a ótica de Villaça, o espaço urbano é produzido no seio de uma constante disputa territorial entre classes sociais, pela apropriação privilegiada dos valores de uso gerados pela produção social do espaço urbano. Nesse sentido, e para este trabalho, interessa fundamentalmente o conceito de localização que Villaça nos apresenta, que grosso modo, é a parte do valor de uso de um determinado ponto em uma cidade, dada pela presença de infra-estruturas urbanas, pela facilidade de acesso ao centro principal (tempos de deslocamento) e pela paisagem natural. Este conceito, no nosso entender é o que estrutura a compreensão desta disputa e da produção do espaço urbano.


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No entanto, há projetos em desenvolvimento nessa região que devem muito menos a essa visão de reversão do processo de exclusão sócio-territorial e muito mais à confirmação e aprofundamento de um processo de extensão das possibilidades de maior acumulação de capital, ao liberar fluxos e acessos entre os dois maiores equipamentos logísticos de transporte de cargas e mercadorias do Brasil - o aeroporto internacional de Guarulhos e o porto de Santos. Negrelos 200 A área escolhida para o desenvolvimento do projeto, é a que compreende a Subprefeitura de São Miguel (no extremo leste de São Paulo), que compreende os distritos de Vila Jacuí, Jardim Helena e o de São Miguel Paulista. O projeto centra-se mais especificamente no centro comercial e de serviços deste último. Essa escolha deve-se ao fato de que considerarmos tal lugar como detentor de um forte potencial polarizador, constituindo-se como um dos principais subcentros da cidade de São Paulo e por localizar-se numa região historicamente pouco cuidada pelo poder público, com uma população que mora longe de seus locais de trabalho e sofre com as condições do transporte público. Outro sim, tendo em vista o plano de desenvolvimento econômico da Zona Leste e os planos de desenvolvimento urbano a ele associado, que como aponta Negrelos (200..), ainda se estruturam por uma “hegemonia do viário” e estão mais vinculados ao fluxos de cargas e mercadorias e portanto no acumulo de capital no território.


Subprefeitura de São Miguel


OPERAÇÕES URBANAS

Zona Leste como centro da Região Metropolitana de São Paulo

A Zona Leste da Cidade de São Paulo (e imediações:Guarulhos e ABC) recentemente tem sido apontada como uma região estratégica do ponto de vista econômico por estar localizada no centro geográfico da Região Metropolitana de São Paulo, ser atendida por importantes rodovias como a Presidente Dutra (que liga São paulo ao Rio de Janeiro) e estar entre o aeroporto internacional de Guarulhos e o porto de Santos. De tal forma, é notório a elaboração de planos de desenvolvimento econômicos e planos de desenvolvimento urbano, principalmente através de operações urbanas.

Operações Urbanas na Zona Leste de São Paulo, Guarulhos e ABC


operação urbana rio verde-jacú

subprefeituras envolvidas

No contexto específico da subprefeitura de São Miguel, esta em fase de estudos de atualização para a implantação a operação urbana Rio Verde-Jacú, estabelecida pela lei municipal 13.872/04. O perímetro da operação envolve as subprefeituras de Itaquera e São Mateus além da de São Miguel.

centros de comercio e serviços

melhoramentos viários previstos


LEITURA DA ÁREA interrupção/conexões

linha ferrea

passarelas

ponte/túnel


praça

hospital

delegacia bombeiros praça posto de saúde escola

escola

escola

hospital e maternidade

mercado municipal

calçadão indústria nitroquimica

estação cptm (antiga)

terminal de ônibus urbano

correrios

praça

capela



NOVA ESTAÇÃO

Atualmente encontra-se em construção uma nova estação de trem da CPTM, a partir de projeto do escritório UNA arquitetura


REFERÊNCIAS "Uma premissa. Na projeção do Museu de Arte de São Paulo, na avenida Paulista, procurei uma arquitetura simples, uma arquitetura que pudesse comunicar de imediato aquilo que, no passado, se chamou de "monumental", isto é, o sentido do "coletivo", da "Dignidade Cívica".

apropriações coletivas diversas


MASP


MuBE



CENTRO PAULA SOUZA


PROPOSTAS Para o desenvolvimento do projeto trabalha-se em três escalas de pensamento, qual seja: a escala a ESCALA DO PLANEJAMENTO, ou seja, na escala metropolitana, onde a principal questão é a do acesso e presença de infra-estruturas de transporte (ônibus/automóvel, metrô e trem) e os tempos de deslocamento; a ESCALA DO DESENHO URBANO, centrando na realocação e proposição de novos equipamentos públicos e novas áreas livres, na melhoria do acesso a esses equipamentos e ao centro de comércio e serviços, e a conexão de áreas que hoje se encontram bastante segregadas principalmente pela presença da linha férrea; e na ESCALA DA ARQUITETURA, focado no desenho de um terminal de ônibus urbanos conectado com a estação São Miguel da CPTM e um equipamento público associado a uma área livre que articule as demais propostas de desenho urbano e planejamento. apoiamo-nos no conceito de LOCALIZAÇÃO, para instruir a escolha da área de projeto, e em uma noção de LUGAR - aqui entendida como as características topográficas do terreno, a paisagem construída pela edificações, os equipamentos de interesse público e a cultura de seus moradores - que serve de referência


PROPOSTAS escala do planejamento Tomando-se por base a rede transportes metropolitanos sobre trilhos existente, bem como a proposta de expansão da linha verde do metro até Cidade Tiradentes, propõe-se uma linha de transporte público de média capacidade como o VLT ou o BRT, conectando-se com as linhas em sentido longitudinal. Também é proposto uma nova estação de trem na linha f da CPTM, junto ao centro esportivo do parque várzeas do Tietê.

linha de transporte de média capacidade (vlt ou brt) expansão metrô áreas industriais ensino superior nova estação CPTM


PROPOSTAS escala do desenho urbano

área livre+equipamento público+terminal

nova estação CPTM conexões transporte de média capacidade(vlt/brt)

conexão equipamentos/parque

parque


PROPOSTAS

edificios demolidos

escala da arquitetura

propriedades particulares

CPTM


ÁREA DE PROJETO


CROQUIS


planta geral

Elevação


cortes

corte aa

corte bb


PLANTA TERMINAL DE ÔNIBUS

CORTE CC


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