Moradia Estudantil

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MORADIA ESTUDANTIL

um diรกlogo entre o individual e o coletivo


Centro Universitário de Brusque -UNIFEBE ARQUITETURA E URBANISMO

MORADIA ESTUDANTIL um diálogo entre o individual e o coletivo

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

ACADÊMICA: DANIELA VENERI DOCENTE: FRANCISCO ALBERTO SKORUPA BRUSQUE 2020


AGRADECIMENTOS Agradeço inicialmente a Deus por me inspirar em todos os momentos. Agradeço a minha família, principalmente meus pais Lauri e Ivanilda, pelos ensinamentos de como viver de maneira reta e justa. Agradeço também ao meu esposo Ruan pelo apoio e companheirismo durante o estudo presente e por toda a graduação. Aos meus amigos e colegas de turma pelas trocas que me impulsionaram, aos professores que me desafiaram diversas vezes, fazendo com que eu crescesse, a todos que me deram uma oportunidade de aprender. Agradeço também a mim mesma, por ter perseverado quando meu corpo e minha mente estavam exaustos, e vencer as etapas pelo caminho.


"Existem dois tipos de aprendizagem: o da universidade e o da vida, pois quando você mora em casa de estudantes, você acaba se formando além do curso que você escolheu, sai também com "mestrado" em economia, administração e relações públicas, ou seja, é um aprendizado para toda a vida" (SOUSA, 2005).


SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO 1.1 TEMA 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral 1.2.2 Objetivos Específicos 1.3 JUSTIFICATIVA 1.4 METODOLOGIA

1 2 2 2 2 3 3

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COMPREENDENDO A MORADIA ESTUDANTIL 3.1 RELAÇÃO DO CAMPUS COM A MORADIA ESTUDANTIL E O ENTORNO

3.2 COLETIVIDADE E PRIVACIDADE 3.3 A MORADIA ESTUDANTIL E OS USUÁRIOS 3.4 FLEXIBILIDADE: MOVIMENTO E MUDANÇA 3.5 ESPAÇOS E USOS 3.5.1 Tipologias de Moradias Estudantis 3.5.2 Unidades Habitacionais Individuais 3.5.2.1 Móveis e Acabamentos 3.5.2.2 Banheiros Individuais 3.5.3 Instalações

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 2.1 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES 2.1.1 Definição de Universidade 2.1.2 História das Universidades no Mundo 2.1.3 História das Universidades na América 2.1.4 História das Universidades no Brasil 2.2 HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS 2.2.1 Definição de Moradia Estudantil 2.2.2 História das Moradias Estudantis no Mundo 2.2.3 História das Moradias Estudantis na América 2.2.4 História das Moradias Estudantis no Brasil

4 5 5 5 6 7 9 9 10 11 12

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ENSINO SUPERIOR NA ATUALIDADE 4.1 A REDE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA 4.1.1 Principais Instituições de Ensino Superior no Brasil 4.2 ENSINO SUPERIOR EM SANTA CATARINA 4.2.1 Principais Instituições de Ensino Superior em Santa Catarina 4.3 ENCONTRO NACIONAL DE CASAS DE ESTUDANTES

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22 23 26 27 29 29


SUMÁRIO

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5 UNIFEBE, UMA UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA 30 5.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE – UNIFEBE 31 32 5.2 PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO 32 5.3 ARQUITETURA DOS ESPAÇOS

ESTUDO DE CORRELATO 6.1 ALOJAMENTO ESTUDANTIL NA CIUDAD DEL SABER 6.1.1 Ficha Técnica 6.1.2 Localização e Entorno 6.1.3 Organização Espacial 6.1.4 Plasticidade e Materiais 6.2 PAVILHÃO SUIÇO 6.2.1 Ficha Técnica 6.2.2 Localização e Entorno 6.2.3 Organização Espacial 6.2.4 Plasticidade e Materiais

34 35 35 36 37 39 40 40 41 42 45

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ESTUDO DE CASO 7.1 MORADIA ESTUDANTIL DO IFC – CAMPUS CONCÓRDIA

7.1.1 Ficha Técnica 7.1.2 Localização e Entorno 7.1.3 Atividades 7.1.4 Organização Espacial 7.1.5 Plasticidade e Materiais

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COMPILAÇÃO DE ESTUDOS DE CASO E DE 55 CORRELATOS


SUMÁRIO

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LEITURA DO ESPAÇO 9.1 BRUSQUE 9.1.1 História de Brusque 9.1.2 Educação Superior em Brusque 9.1.3 Bairro Santa Terezinha 9.2 ÁREA DE ANÁLISE 9.2.1 Cheios e Vazios 9.2.2 Usos e Ocupação 9.2.3 Equipamentos 9.2.4 Gabarito 9.2.5 Sistema Viário 9.3 LOCAL DE IMPLANTAÇÃO 9.3.1 Registros de Campo 9.3.2 Condições Ambientais 9.4 LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA

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PARTIDO ARQUITETÔNICO E DIRETRIZES PROJETUAIS

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10.3 ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO

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CONCLUSÃO

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REFERÊNCIAS

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10.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO

10.2 FLUXOGRAMA

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1 APRESENTAÇÃO

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1.1 TEMA

1.2 OBJETIVOS

O apoio à educação deve ser encorajado em toda a sociedade e a implantação de uma moradia estudantil oferece um local apropriado para receber alunos de diversos locais e com necessidades de espaços práticos e funcionais. O abrigo estudantil pode propiciar um novo campo de experiências e compartilhamento, e a arquitetura pode contribuir para que relações diferenciadas se formem. As diversas áreas do conhecimento se fundem no uso dos mesmos espaços, disseminando uma ideia de coletividade e conectando de forma mais natural indivíduos com diferentes responsabilidades sociais. O bem-estar e a flexibilidade devem nortear as soluções do espaço para que os usuários se apropriem e utilizem de forma sadia. Segundo o Ministério da Educação, o MEC, há um crescente número de estudantes a cada ano, mas a assistência estudantil não está em sintonia, criando lacunas nas moradias estudantis.

O objetivo principal deste estudo é identificar problemas de demanda na sociedade e solucioná-los com projetos que transformam espaços, levando a maior conectividade dos usuários com o meio em que vivem e transitam.

1.2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral é criar um espaço de abrigo e moradia adequado às necessidades dos acadêmicos do Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, localizada em Brusque, Santa Catarina.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Entre os objetivos específicos temos: Pesquisar, conceituar e analisar os principais pontos do tema central; Fazer o levantamento histórico das Universidades e Moradias Estudantis, analisando as relações entre os espaços e os usuários; Compreender o cenário atual do sistema universitário, verificando deficiências, potencialidades e condicionantes; Selecionar e analisar espaços de Moradia Estudantil com pesquisas, com levantamento de dados e programa de necessidades, compreendendo a dinâmica utilizada; Analisar espaço de implantação e seu contexto, levando em consideração suas condições atuais; Reforçar o vínculo da Universidade Comunitária em questão, UNIFEBE, com seu entorno; Criar um espaço de convívio coletivo de diferentes pessoas, com troca de experiências que abrem portas para novos ângulos de visão. 02


1.3 JUSTIFICATIVA

1.4 METODOLOGIA

O ritmo de vida acelerado na sociedade atual nos faz priorizar o melhor uso possível do tempo, e os estudantes universitários são um exemplo disso. A rotina entre casa, trabalho e estudos é desgastante nos vários anos de graduação, por isso outros aspectos da vida ficam em segundo plano, como a criação e o cultivo de relações humanas. Atualmente com cerca de 130 mil habitantes, Brusque exerce influência na região, principalmente em cidades como Nova Trento, Botuverá, Guabiruba e São João Batista. Desta forma a cidade é um ponto de encontro de pessoas de diferentes naturalidades, sendo uma centralidade. Por não ter um apoio de moradia mais solidificado para esse tipo de público principalmente, os estudantes utilizam de transportes coletivos, saindo de suas cidades em direção ao Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE. Em alguns casos as prefeituras auxiliam com o transporte gratuito, em outros casos é um custo dos estudantes, além do desgaste de fazer um deslocamento entre cidades. A moradia estudantil pode afetar de forma positiva nesse cotidiano, recebendo diferentes pessoas, tanto de outras cidades de origem como moradores de Brusque, que buscam praticidade na rotina. O espaço com propostas diferenciadas pode oferecer diversos serviços aos usuários, além de espaços livres que proporcionam um estilo de vida mais saudável, com maior qualidade de vida.

Como metodologia inicial, procura-se compreender o tema, com seus conceitos bem estabelecidos, explanando de forma clara e objetiva. É importante o resgate da história das universidades no mundo e no Brasil, assim como a conceituação de moradia estudantil e vida coletiva, direcionando os conhecimentos para a área de atuação, a arquitetura dos espaços. Fazer um levantamento de dados na região em relação aos estudantes, suas cidades de origem e a possibilidade de abrigo de alunos de outras instituições em intercâmbios, analisando as informações arrecadadas. Estudar a viabilidade de implantação de um espaço com essa finalidade em um local apropriado, atendendo as necessidades e criando novos usos, e analisar projetos já implantados com estudo de caso e de correlato. Figura 01: Diagrama ilustrativo. Fonte: http://style.efavet.com.tr/image.php?id=217096.

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

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2.1 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES 2.1.1 DEFINIÇÃO DE UNIVERSIDADE “Uma universidade é uma instituição pluridisciplinar que concentra a universalidade do conhecimento, da troca de experiências e relações sociais. A função da vida acadêmica vai muito além do objetivo de formação profissional” (NAWATE, 2014, p.13).

2.1.2 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES NO MUNDO Como a primeira referência de universidade podemos considerar a Akademia, fundada pelo filósofo grego Platão, como pioneira. Ela foi fundada entre 386 e 387 a.C., lecionando filosofia, matemática e ginástica. A Universidade Al-Azhar, no Cairo teve início as suas atividades no ano de 970, sendo referência mundial. A Universidade de Bolonha, na Itália, iniciou suas atividades em 1088, porém, em 1150 e 1170 a Universidade de Sorbonee, em Paris, ganhou notoriedade como modelo mundial em seu ensino teológico (GOMES et al, 2014). Com o passar dos séculos XII e XIII, outras universidades surgiram, como Oxford e Cambridge na Inglaterra, Siena na Itália, Nápules em Pádua, Salamanca e Valladolid na Espalha e Coimbra em Portugal (GOMES et al, 2014). Foi em Oxford e Cambridge que se estabeleceu o modelo de “cidades universitárias”, na América conceituado como “campus”. As cidades universitárias visavam “uma infraestrutura urbana voltada para às atividades acadêmicas”, segundo Nawate (2014, p.14). Inicialmente as instituições tinham muitas características religiosas, onde todos os mestres eram membros da igreja. Porém, a partir do século XVI, o ensino sofreu uma reforma, rompendo o laço tradicional entre a igreja e o ensino. A primeira universidade que se abriu para o humanismo e as descobertas da ciência foi a Halle, fundada em 1694, em Wittenberg, Alemanha. No século XVIII com a Revolução Industrial e a onda capitalista, a demanda de especialização profissional aumentou, fomentando a integração entre ensino e pesquisa. Já no século XIX, iniciou-se a ideia de liberdade de cátedra, abrindo novos caminhos para o conhecimento sem amarras ideológicas, políticas e religiosas (GOMES et al, 2014). Figura 02: Universidade Al-Azhar. Fonte: http://babakdarvish.blogspot.com/2012/04/al-azhar-university-fatwa-on-5-schools.html.

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2.1.3 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES NA AMÉRICA Segundo Gomes et al. (2014), a primeira universidade da América surgiu na atual República Dominicana, na América Central, em 1538 fundada por espanhóis. Em seguida várias outras apareceram, como as de San Marcos implantadas em vários países como Peru, México e Colômbia, entre 1551 e 1728. Nos Estados Unidos, com a potencialização econômica e o crescimento populacional, novas instituições surgiram e ganharam muita força, como Harvard em 1636, Yale em 1701 e da Filadélfia em 1755. Em destaque na Argentina surgiram as universidades de Córdoba em 1611, em Buenos Aires em 1821, de La Plata em 1884 e do Cuyo em 1939. Essas universidades lecionavam técnicas agrícolas e comerciais, que até então eram exclusivas na Europa, dessa forma possibilitou novos estudos tecnológicos na América. Figura 03: Universidade Havard. Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/saiba-como-eo-dia-a-dia-de-brasileira-que-estuda-em-harvard/.

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2.1.4 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES NO BRASIL No Brasil após a instalação da Coroa Portuguesa em 1808, havia inicialmente apenas Instituto e Escolas de Ensino Superior, com graduação em Medicina, Direito e Engenharia. Apenas no século XX que houve uma união de faculdades já existentes, formando as primeiras universidades. A primeira universidade do país foi a Universidade Federal do Paraná em 1912, mas foi federalizada apenas em 1950. Segundo Gomes et al. (2014) a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que recebeu o nome de Universidade do Rio de Janeiro, foi criada em 1920, pela fusão de três escolas profissionais, a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito, mas continuaram sem integração. Em 1927, a Universidade de Minas Gerais foi criada pelo governo federal no mesmo formato da UFRJ. Em 1934, a Universidade de São Paulo (USP), surgiu com o objetivo central de pesquisa e com a incorporação de institutos profissionalizantes que já existiam. Entre 1940 e 1950 surgiram universidades particulares em Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Pará e Paraíba, com bases religiosas. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, foi criado em 1947 com o objetivo de modernizar as universidades pelo serviço miliar. O foco era no ensino e na pesquisa, com residências no campus. Figura 04: Universidade Federal do Paraná. Fonte: https://www.imovelmagazine.com.br/servicos/universidade-federal-do-parana-mba-em-mercadoimobiliario/.

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2.1.4 HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES NO BRASIL “Ao longo dos anos 50 e 60, por conflitos ideológicos e políticos, surge a reforma universitária, gerando muitos movimentos estudantis promovidos pela União Nacional dos Estudantes - UNE, aonde era reivindicada a democratização da educação, abertura da universidade através da extensão universitária e serviços comunitários e a criação de um sistema eficiente de assistência ao estudante” (GOMES et al., 2014, p.8). Em 1961 surge a Universidade de Brasília passou a ter mais acesso ao ensino superior, até (UNB), com uma proposta de um novo modelo, mas então restrita às classes altas, além da em 1964 com o Golpe de Estado acontecendo, ela modernização dos cursos. No final do século XX, foi totalmente descaracterizada da sua ideia inicial. pode-se observar a inserção de classes mais baixas às universidades. A partir da década de 1960, a classe média Figura 05: Símbolo da União Nacional dos Estudantes - UNE. Fonte: https://logodownload.org/une-logo-uniao-nacional-dos-estudantes/. Figura 06: Universidade de Brasília - UNB. Fonte: https://catracalivre.com.br/educacao/cursos-gratuitos-com-certificados-da-unb/.

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2.2 HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS

2.2.1 DEFINIÇÃO DE MORADIA ESTUDANTIL “A Casa do Estudante Universitário é uma tipologia de habitação temporária para estudantes que migram de cidades, estados e até de países, diferentes do lugar onde estudam. Devem oferecer acomodações adequadas, espaços de estudo e convívio social e um local que propicie um bom relacionamento entre seus moradores e com a vizinhança, estimulando o trabalho em equipe, o senso coletivo e promovendo atividades culturais. É geralmente mantida financeiramente e administrativamente pelos próprios moradores, incentivando dessa for ma um sentimento de responsabilidade e pertencimento do local” (NAWATE, 2014, p.9). Figura 07: Croqui de Montessori College Oost. Fonte: http://www.archidiap.com/opera/montessori-college-oost/.

O local de moradia estudantil pode além como uso principal residir estudantes, oferecer outros serviços a área em que está inserida, criando uma relação com a comunidade. De acordo com a Secretaria Nacional da Casa de Estudante, o SENCE, a moradia estudantil pode ser classificada em três tipos: alojamento estudantil, casa de estudantes e república estudantil. O alojamento estudantil geralmente está localizado no interior do campus universitário federal, com um vínculo ao gerenciamento administrativo. Podem ser oferecidos a estudantes de baixa renda vindos de outras cidades como parte do programa de assistência a estudantes (FREITAS, 2008). A casa do estudante, ou casa autônoma, é um formato individual, sem vínculos administrativos com a instituição de ensino superior. Atualmente é o mais comum de todos, mas sofre com a especulação imobiliária e a baixa qualidade de moradia (SOUSA, 2005). Essas edificações são próximas às Instituições de Ensino Superior, IES, podem ser casas ou apartamentos com o compartilhamento do espaço de moradia com foco em economizar recursos econômicos.

A república estudantil, residência ou habitação estudantil, é um espaço locado para receber estudantes universitários, com divisão de tarefas domésticas e administrativas. “O termo república vem do latim respublicaI, que significa coisa pública. Na língua portuguesa, além de designar a forma de governo, o termo é utilizado também para dar nome às residências estudantis numa alusão ao convívio em um espaço onde a coabitação com outros estudantes e o compartilhamento de espaços e experiências comuns dá o tom as vivências” (FREITAS, 2008, p. 4).

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2.2.2 HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS NO MUNDO Conforme citado anteriormente, a Akademia de Platão pode ser considerada a primeira universidade do mundo entre 386 e 387 a.C., e esse local localizado nos arredores de Atenas já oferecia um espaço onde os estudantes se abrigavam em seus dormitórios, assim como o próprio Platão. Era de extrema importância que todas as atividades diárias estivessem em torno da disseminação do conhecimento (NAWATE, 2014). Na Idade Média, iniciou-se o conceito de “nações”, referia-se a residências que reuniam estudantes de diferentes origens em um só local. Esse sistema foi implantado em Coimbra, Portugal, com o compartilhar o espaço de moradia,

professores e estudantes dividiam as tarefas domésticas e os custos, atualmente podemos nos referir como “república”. De acordo com Estanque (2005), a república estimula com que cada participante se torne relevante no grupo, além de ser participante na construção social da universidade. Conforme a quantidade de estudantes teve um aumento considerável, houve então a iniciação das moradias estudantis de fato. Essas moradias recebiam tanto alunos quanto colaboradores e professores. Segundo Nawate (2014), um exemplo são os College de Oxford, o mais antigo deles é o Merton College, fundado em 1264.

Figura 08: College de Oxford. Fonte: https://www.ox.ac.uk/admissions/graduate/colleges/introducing-colleges?wssl=1. Figura 09: Símbolo da Univeridade de Oxford. Fonte: http://brightsight-studio.fr/blog/2011/09/forme-de-logo-circulaire/.

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2.2.3 HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS NA AMÉRICA As universidades americanas geralmente, denominados colleges, se localizavam geralmente em cidades menores, contribuindo para o deslocamento de uma massa de estudantes, desta forma criando problemas de habitações nessas localidades. Em sua maioria, os estudantes se instalavam nas universidades, então havia-se um maior controle no estilo de vida dos estudantes pelas universidades. No ensino superior americano, podemos classificar três tipos de residência estudantil, são: “acomodações dentro do campus (in-campus); as acomodações fora do campus (off-campus); e por fim as fraternidades (fraternities) ou irmandades (sororities), localizadas dentro do campus da universidade ou em sua periferia” (COELHO, 2017, p.34). “Na segunda metade do século XIX, estudantes universitários fundaram diversas organizações como grupos literários, sociedades secretas, times de futebol, clubes sociais, bem como as fraternities (fraternidades). Estas últimas se constituíam em grupos fechados de estudantes, que residiam juntos em casas localizadas dentro ou na periferia dos campi e que, até hoje, podem ser identificadas por letras gregas nas suas fachadas. As primeiras fraternidades eram só para estudantes do sexo masculino. Passando algum tempo as estudantes fundaram as sororities (irmandades) para estudantes do sexo feminino. As várias fraternities e sororities espalhadas por todo o país, formam o Greek System, ou seja, o sistema grego, que as une para que tenham maior organização. Esse sistema funciona como uma rede de apoio e de contatos sociais. Mediante ele os estudantes contam com apresentações e/ou recomendações, que podem facilitar a busca de estágios, empregos, empréstimos e outras facilidades; contam também com uma identidade que os diferencia” (OLIVEN, 2005, p.115).

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2.2.4 HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS NO BRASIL Há divergências quanto a oficialização da primeira moradia estudantil do país, segundo Naspolini (apud MORAIS; MIRANDA, 2011), muitas moradias surgiram em São Paulo em 1827 por conta da Faculdade de Direito de São Paulo. Sardi (apud MORAIS; MIRANDA, 2011), data 1897, em Ouro Preto, Minas Gerais, citando que as moradias estudantis ocuparam espaços já existentes que se encontravam no centro da cidade, eram residências não ocupadas após a cidade deixar de ser a capital do estado. Nawate (2014) diz que primeira moradia estudantil do Brasil surgiu entre 1850 e 1860, em Ouro Preto; ela atendia a demanda de alunos e professores que vinham do interior do estado interessados na antiga Escola de Minas de Ouro Preto, os cursos ofertados eram das áreas de mineração, engenharia e geologia. Para suprir a demanda da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1929 criou-se a

Casa do Estudante, sendo a primeira cidade universitária do Brasil. Durante o governo Getúlio Vargas entre 1930 e 1945, iniciou-se a implantação de diversas habitações universitárias federais no Brasil. Já na década de 1970, com o desenvolvimento do país e a reforma universitária, novas habitações fora estabelecidas com ideologias alinhadas ao Ministério da Educação. De acordo com Nawate (2014), há mais de 115 casas de estudantes em todo o país, que variam de proporção, tanto de repúblicas estudantis menores, quanto conjuntos habitacionais como o CRUSP, na Cidade Universitária de São Paulo. As casas de estudantes são implantadas por instituições governamentais ou privadas, com diferentes estruturas.

Figura 10: Cidade Universitária de São Paulo - CRUSP. Fonte: https://sites.usp.br/sas/.

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3 COMPREENDENDO A MORADIA ESTUDANTIL

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3.1 RELAÇÃO DO CAMPUS COM A MORADIA ESTUDANTIL E O ENTORNO A implantação de uma instituição de ensino superior impacta o meio em que ela foi inserida, tanto com efeitos positivos quanto negativos. No Brasil, por mais que haja uma crescente oferta de ensino de nível superior, ainda não ocorre um equilíbrio em relação a demanda da quantidade de jovens que desejam se inserir neste campo e as vagas nas instituições. Dessa forma, a implantação de uma universidade em cidades de médio porte causa uma migração significativa de estudantes vindos de outras localidades próximas que não oferecem este serviço educacional a eles. Tudo isso faz com que a cidade que recebeu a universidade se torne uma centralidade em relação as cidades do seu entorno. O fluxo alterado de jovens aumenta a demanda de serviços, incluindo

moradia e alimentação, fazendo com que o espaço urbano se altere para adequar-se. Há o crescimento na oferta de emprego e mão de obra especializada nos mais diversos setores do mercado, o nível da cultura local é alterado, os espaços públicos tendem a ter maior vitalidade e o setor turístico se aquece. Mas há também o lado oposto, como cita Naves (2016, p.32), “de um lado vem o orgulho pela posse da instituição e do outro lado o gosto amargo da convivência com uma grande demanda de jovens que reconfiguram ritmo das famílias”, isso pode ser observado em Oxford, Paris e Bolonha, onde a população detestava os estudantes pela turbulência, mas admiravam as universidades pelos benefícios econômicos que proporcionavam.

Figura 11: Moradia Estudantil Grønneviksøren / 3RW Arkitekter. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/763611/apartamentos-para-estudantes-gronneviksoren-3rw-arkitekter/54b49cf9e58ece982700018e.

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3.1 RELAÇÃO DO CAMPUS COM A MORADIA ESTUDANTIL E O ENTORNO “A população tende a se sentir mais feliz e segura quando se apropria de um lugar, delimitando o que é público e o que é privado. Entretanto, uma das questões a se refletir é da necessidade que esses usuários das

universidades têm de se envolverem com o lugar a fim de criar suas raízes, mesmo que temporárias, mas fundamentais para que se identifiquem naquele local através dessa coesão experiencial” (NAVES, 2016, p. 33).

“Inicialmente, o conceito de “campus” era atribuído aos espaços de uso coletivo, que continham em sua configuração blocos de aulas, museus, academias e espaços abertos pertencentes às Universidades, mas abertos tanto à comunidade acadêmica quanto à comunidade externa” (NAWATE, 2014, p.15). Porém constatou-se uma falta de conexão entre o campus, o meio que em que ele era inserido e a população não universitária. Muitas vezes os espaços são delimitados, inclusive fisicamente (VILELA JÚNIOR, 2003). Não há uma fluidez na relação entre a universidade e o meio, não há troca, a população não se sente à vontade para comparecer a eventos, utilizar os serviços que a instituição pode oferecer como biblioteca, anfiteatro e áreas verdes. É neste contexto que devemos trabalhar, pensando de que forma o espaço que tem como foco a moradia de alunos, professores e funcionários, além de outras funções sociais pode ser implantada de forma que haja uma melhor interação com a cidade, sendo benéfica para todos.

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3.2 COLETIVIDADE E PRIVACIDADE A aplicação das necessidades coletivas e individuais dos moradores está ligada diretamente a sua satisfação em relação à moradia. A coletividade para Reis e Lay (2003), é um grupo de muitos indivíduos que tem em comum interesses, sentimentos ou ideias. “O conceito de privacidade invoca a possibilidade de controlar, em diferentes graus, as intenções com outras pessoas e/ou com outros espaços internos ou externos, e assim interromper ou diminuir o fluxo de informações e estímulos” (REIS, LAY, 2003, p.21). A privacidade sendo a segunda necessidade humana mais importante, a frente apenas as necessidades fisiológicas, apresentam-se três principais mecanismos de controle de privacidade. O mecanismo social, com regulamentos institucionais através de política e normas. O mecanismo comportamental onde o usuário controla sua privacidade com processos psicológicos. Por fim, temos o mecanismo ambiental, tendo como foco elementos físicos para a regulagem de privacidade, sendo o mais importante neste estudo.

O mecanismo ambiental nos possibilita controlar a maior ou menor interação social dos espaços com elementos físicos, seja barreiras fixas ou mobiliário. No caso das moradias coletivas, a privacidade visual é a mais solicitada para maior satisfação, abrindo possibilidades de controle e bloqueio de visão. De acordo com Reis e Lay (2003, p.23), “autonomia ou poder de controlar e regular a própria vida, é uma função da privacidade e está a serviço de ajudar a manter a identidade própria – a principal função psicológica da privacidade”. Hertzberger (1999) afirma que os conceitos de coletivo e individual não são opostos, mas complementares, integrando nas relações humanas básicas. O autor defende que o grau de privacidade ou coletividade é determinado de algumas formas, como o grau de acesso e sua supervisão, quem utiliza e quem tem responsabilidade pelo local. Não existe uma classificação exata de divisão de espaços públicos, semi-público e privado, mas há nuances de demarcações territoriais, com formas, materiais, luz e cor. Com a conceituação de público e privado estabelecido em um espaço de habitação, é possível tornar os usuários em moradores, criando maior

envolvimento com sentimentos de pertencimento, zelo e responsabilidade. “Um ninho seguro, um espaço conhecido à nossa volta, onde sabemos que nossas coisas estão seguras e onde podemos nos concentrar sem sermos perturbados pelos outros é algo que cada indivíduo precisa tanto quanto o grupo” (HERTZBERGER, 1999, p.28). É interessante que haja intervalos entre ambientes de uso privado e coletivo, como um gradiente onde novos convidados se sintam acolhidos e os que se despedem se sintam a hospitalidade. Figura 12: Croqui de Montessori College Oost. Fonte: http://www.archidiap.com/opera/montessori-college-oost/.

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3.3 A MORADIA ESTUDANTIL E OS USUÁRIOS Os espaços de uma moradia estudantil são determinantes quanto à formação do indivíduo, tanto em sua visão individual quanto coletiva, com demandas diretas no bem-estar físico e moral dos usuários. É também um facilitador para a permanência de estudantes de outras localidades que possuem baixa renda (DELABRIDA, 2014). “As moradias estudantis desempenham papel fundamental na formação social dos estudantes, pois muito mais que imóveis, possibilitam o convívio com uma gama de indivíduos dos mais diversos perfis e posicionamentos (...), tendo a capacidade de promover a democracia e a ética numa perspectiva de aceitação da diversidade cultural, sexual, racial, regional, política, cultura e artística” (COSTA, OLIVEIRA, 2015, p. 8). Pessoas com diferentes hábitos e costumes utilizam o mesmo espaço comum, o que pode acarretar problemas de convivência, mas compartilham o mesmo objetivo final, a graduação. Para ocorrer a diminuição de desentendimentos, é importante a preservação da privacidade da vida particular de todos, desta forma a arquitetura dos espaços se faz presente na sutileza entre os espaços coletivos e os privados. Para Jorge (2012, p. 21), “habitar significa literalmente morar, viver, residir. Sintetiza a verdadeira expressão dos desejos mais fortes do homem, de possuir e deixar sua marca pessoal em algo que lhe pertence. Neste sentido, a moradia não deveria ser algo pré-determinado, fruto de um projeto acabado, mas resultado de um processo, o processo de morar, onde o último ato pertence a quem irá habitar”.

Atualmente a relação moradia estudantil e usuário tende a ser superficial, como apenas um ponto de parada durante o período letivo, sem vínculos pela falta de versatilidade e conforto oferecido. É importante mudar essa visão para que o espaço seja de acolhimento, fazendo o papel de lar, mesmo temporário. Para a criação de vínculos entre a habitação e o habitante é essencial a inclusão de conceitos humanizadores nas fases projetuais. A qualidade espacial reflete a inserção de valores humanos, principalmente em habitações coletivas (BARROS, 2008). Para Barros (2008), é importante a inclusão de parâmetros projetuais que fomentam o desejo consciente e estratégico dos edifícios, respondendo às complexidades do contexto apresentado. “Os parâmetros projetuais só devem ser usados como guias para o desenvolvimento de conceitos de projeto e não como receitas prontas. E o projetista tem que estar apto a fazer mudanças e acomodações no projeto, de acordo com as condições e características físicas do local e também com a experiência advinda diretamente do local” (BARROS, 2008, p.44). FLEXIBILIDADE DE Habitação coletiva requer USO durabilidade com facilidade de manutenção, adaptabilidade para diferentes famílias e novas tecnologias.

Projetar para flexibilidade de uso com o emprego de paredes internas de vedação, divisórias flexíveis, piso elevado que abrigue instalações, paredes hidráulicas, mobiliário sobre rodízios, etc, desde que ambientes resultantes continuem a cumprir função social.

GRADIENTE DE Os ambientes internos da UH INTIMIDADE precisam estar arranjados em sequência que corresponda a seus graus de intimidade para que acomodem as sutilezas das interações sociais.

Arranje os ambientes da UH de moto a criar sequência que comece pelas partes mais públicas e se encaminhe para áreas um pouco mais privadas, finalizando com os domínios mais íntimos.

ÁREA COMUM NO Nenhum grupo social sobrevive Crie uma única área comum para cada grupo social, CENTRO sem contato informal constante no centro de gravidade dos espaços ocupados pelo entre seus membros. grupo, tendo os caminhos de circulação tangentes a ela. GRADIENTE DAS A facilidade de acesso e o Projetar fechamentos para aberturas que sejam de ABERTURAS c o n t r o l e g r a d i e n t e d e fácil controle pelo usuário e que possibilitem iluminação, ventilação e gradação, tais como venezianas sanfonadas ou Quadro 01: Diretrizes projetuais em habitações privacidade pelo usuário brises articulados. Luz filtrada permite nuances de coletivas. Inclusão de conceitos humanizadores no contribui para o senso de luz e sombra, impedindo o ofuscamento. processo de projeto. Fonte: Barros (2008). proteção característico do lar.

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3.4 FLEXIBILIDADE: MOVIMENTO E MUDANÇA A flexibilidade deve ser empregada de forma que a versatilidade da moradia seja ampliada, criando espaços dinâmicos e abrigando indivíduos singulares em diferentes tempos. Edifícios flexíveis tem um ciclo de vida útil maior, se modificando conforme a necessidade. Segundo Esteves (2013, p.23), “habitação e habitar vêm de uma só palavra latina – habere (ter/haver) – o que significa habitar em mim, ter-me, tomar posse de mim mesmo, isto é, produzir a minha própria identidade, o que sugere a potencialidade de moldarmos os nossos edifícios habitacionais conforme as nossas rotinas, ajustando-os à nossa intimidade e certezas, se bem que momentâneas, uma vez que essas certezas se alteram com cada vez mais rapidez”.

Hertzberger (1999) também defende que os edifícios devem ter a competência de desempenhar funções variadas, podendo alterar a aparência e agregando novos usos. Jorge (2012) diz que, apesar de não ser novidade na arquitetura, a flexibilidade ainda é utilizada de forma pontual na habitação, além de citar que “ao arquiteto, cabe a responsabilidade de repensar a configuração do habitat para esta sociedade emergente, incentivar novos usos e funções através de estratégias de flexibilidade”. A flexibilidade na habitação trás maior satisfação aos moradores, possibilitando melhorias e readequações do espaço doméstico (CELANT, 2016). Segundo Scoaris (2012), as pesquisas sobre o tema ainda precisam evoluir muito, pois a visão sobre moradias estudantis é centrada nas características gerais dos edifícios apenas. “Atualmente, vivemos num mundo em que a repercussão da globalização, tecnologias da informação, migração, incerteza e instabilidade, começam a ditar novas tendências e formas arquitetônicas para o habitat. No entanto, o mercado disponibiliza, ainda, uma escolha muito limitada no que diz respeito a novas soluções dos espaços

habitacionais, consequentes, em partes, da compartimentação interior rígida e da distribuição tipificada dos usos (...). Os modos de vida mudam e, muitas vezes, as habitações não” (ESTEVES, 2013, p.8). Esteves (2013, p.39) ainda diz que “para arquitetos a flexibilidade normalmente demonstra o quanto um projeto é capaz de assegurar nas edificações, nos programas ou nas tecnologias utilizadas, uma boa funcionalidade inicial, que possibilita resposta às futuras modificações”. Alguns dos conceitos importantes relacionados à flexibilidade são: adaptabilidade, mobilidade, elasticidade e polivalência. • Adaptabilidade: são unidades que tem um leque de usos maior, podendo sofrer alterações facilmente em situações diversas. • Mobilidade: possibilidade de deslocar, correr e recolher elementos que modificam de forma rápida o ambiente. • Elasticidade: adição de um ou mais espaços ao ambiente de habitação. • Polivalência: sem alterações físicas e de forma estática, o ambiente pode proporcionar diversos usos. 18


3.5 ESPAÇOS E USOS

Os espaços em uma moradia estudantil tendem a serem replicados e de proporções menores, para oferecerem maior praticidade aos usuários, mas é necessário cuidado para que o conjunto não fique sem personalidade. Geralmente este tipo de edificação pode ser classificada como de caráter institucional, onde a moradia institucional “é toda habitação edificada para um determinado grupo, quase sempre temporária e vinculada a uma instituição” (SCOARIS, 2012, p.68). É importante a diferenciação de modelos, assim os moradores têm o poder de escolha, além da diferenciação de custos. A diversidade atende as diferentes necessidades, onde os dormitórios podem ser individuais ou coletivos, com suítes ou banheiros compartilhados, além de cozinhas de uso comum ou restrito (NAWATE, 2014). Atualmente por questões de economia e praticidade, “muitas novas residências optam por oferecer cozinhas e copas com autosserviço, na qual cada cozinha/copa atende a um grupo de unidade habitacional” (NAWATE, 2014, p.26). Segundo Scoaris (2012), as áreas de preparo de refeições são essenciais para encontros casuais e para a criação de vínculos afetivos, desta forma, devem estar presentes nas moradias estudantis. Outros ambientes também podem ser oferecidos, como áreas de convívio, estudo e lazer, que compactuam com a quantidade de moradores, justificando a implantação. 19


3.5.1 TIPOLOGIAS DE MORADIAS ESTUDANTIS Segundo Littlefield (1999), existem algumas formas de distribuições de unidades habitacionais, como a tipologia com escadaria, com corredor, edifício de apartamentos, e casas ou apartamentos individuais. A tipologia com escadaria sugere que os edifícios sejam divididos em blocos com uma quantidade específica de dormitórios por pavimentos, onde a única circulação vertical seria a escadaria. Esta tipologia propicia a criação de grupos sociais, mas limita em relação ao uso dos elevadores, que devem ser locados para atender mais blocos. A tipologia com corredor é a mais utilizada onde os dormitórios são locados lado a lado ligados a um corredor, com acesso a um único núcleo de circulação vertical, facilitando o acesso de todos, como moradores, funcionários, visitantes e pessoas com necessidades especiais, além de ser favorável economicamente. Essa configuração demanda uma área de circulação maior, por isso é importante que haja a presença de luz e ventilação nos corredores. O edifício de apartamentos geralmente tem incorporada a tipologia de corredor também, são apartamentos independentes com unidades habitacionais individuais e com o restante dos ambientes e equipamentos compartilhados.

Em relação a incorporação de corredores, Scoaris (2012) diz que esse tipo de organização pode trazer questões negativas ao edifício, já Davis e Roizen (1970), afirmam que os estudantes não se sentem satisfeitos com longos corredores. Quando temos quartos um ao lado do outro neste formato, pode-se ter a aparência de um hotel. As portas opostas umas as outras na circulação, quando abertas, podem gerar constrangimentos pela falta de privacidade no interior dos ambientes privados. Este tipo de situação ocorre quando busca-se a ventilação cruzada dos quartos, onde eles ficam de portas abertas (HEILWEIL, 1973). Casas ou apartamentos individuais geralmente procurados por estudantes mais velhos, são basicamente moradias convencionais, com todos os ambientes individuais.

Figura 13: Planta baixa da Casa do Estudante UnB com longos corredores. Fonte: Scoaris (2012). Figura 14: Corredor da Casa do Estudante UnB sem iluminação e ventilação. Fonte: https://educacao.uol.com.br/album/2011-0826-ceu-unb_album.htm.

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3.5.2 UNIDADES HABITACIONAIS INDIVIDUAIS

3.5.2.1 MÓVEIS E ACABAMENTOS

3.5.2.2 BANHEIROS INDIVIDUAIS

A unidade habitacional é foco principal da moradia estudantil, que em um espaço reduzido deve suprimir a demanda em diversos aspectos, como um ambiente para dormir, relaxar, estudar e socializar. É importante que a unidade habitacional conte com ventilação, iluminação, segurança e privacidade. Além disso, deve oferecer possibilidade de novas dinâmicas que podem ser adotadas por seus moradores de forma personalizadas, como tipos diferenciados entre si, assim podendo atender necessidades diferentes (NAWATE, 2014). Uma alternativa para a criação de vínculos afetivos entre os usuários é o agrupamento dos dormitórios de forma com que se crie locais de compartilhamento entre unidades habitacionais, como hall entre os dormitórios, sendo convidativo para a conversão de pessoas em rodas de conversa, por exemplo. Esta estratégia é bem vinda principalmente quando as áreas de uso comum estão distantes.

É importante que estes espaços tenham o mobiliário previamente instalados, desta forma os moradores não precisam arcar com esse tipo de investimento, visto que em sua maioria são estudantes que utilizarão a moradia estudantil como forma de economia. O mobiliário deve ser resistente e economicamente viável, mas que possam trazer aconchego ao espaço, não possuindo características institucionais, levando em consideração que é “uma das queixas mais recorrentes apontadas pelos universitários está relacionada à aparência física dos edifícios residenciais” (SCOARIS, 2012, p.70). A implantação de um mobiliário embutido soluciona a problemática de aproveitamento de espaços, que muito importante neste tipo de moradia, mas não é tão flexível, impossibilitando a mudança de layout conforme o usuário julgar necessário.

A instalação de banheiros coletivos é favorável economicamente, visto que atende diversas unidades habitacionais, mas há a demanda de banheiros individuais por conta da privacidade, desta forma é importante locá-los também, essa área acrescenta em torno de 2,70m² no espaço da unidade habitacional. Além deste tipo de demanda, é necessário a implantação de unidades habitacionais com banheiros acessíveis individuais.

3.5.3 INSTALAÇÕES Referente às instalações, o morador deve ter total controle do ambiente, mas o acesso para a manutenção e leitura de contadores deve estar locado na circulação, sem que haja a necessidade da entrada nas unidades habitacionais. A ventilação natural é indispensável, com janelas de abertura limitada para evitar possíveis quedas. A iluminação natural deve estar presente no espaço, onde a iluminação artificial seja um complemento. O apoio de pontos elétricos com tomadas deve ser implantada de forma a suprir as necessidades dos equipamentos utilizados geralmente por estudantes. O fornecimento a internet e sistemas de comunicação é indispensável atualmente, pelo conforto e também para questões educacionais, visto que a maior parte dos cursos tem uma plataforma on-line com acesso a materiais digitais, além do próprio funcionamento da instituição.

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4 ENSINO SUPERIOR NA ATUALIDADE

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Analisando a tabela que contabiliza as instituições superiores no Brasil, podemos concluir que 88,2% delas são privadas, com o total de 299 IES (Instituição de Ensino Superior) públicas e 2.238 IES privadas. A maioria das universidades é pública e entre as IES privadas, temos a predominância das faculdades.

NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, POR ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA E CATEGORIA ADMINISTRATIVA

*Não se aplica. Tabela 01. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. PERCENTUAL DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, POR CATEGORIA ADMINISTRATIVA

Gráfico 01. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas.

4.1 A REDE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA Atualmente no Brasil a formação educacional de ensino superior é um prérequisito para a inserção no mercado de trabalho, sendo cada vez mais facilitada pelas novas instituições que se abrem com mais vagas e com valores de mercado mais competitivos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), juntamente com o Ministério da Educação (MEC) e a Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED), divulgou os dados do Censo da Educação Superior 2018. O Censo é realizado anualmente e é considerada a mais importante pesquisa estatística sobre a educação superior do país. Com o levantamento é possível ter acesso a informações que possibilitam a formulação, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas. A comparação de informações de diferentes edições pode ser realizada, analisando a trajetória da educação superior.

De acordo com o Censo de 2018, havia 2.537 instituições de ensino superior, com 81,5% delas sendo faculdades, mas apenas 22% das matrículas concentradas nelas. Mesmo com apenas 199 universidades, cerca 7,8% das IES, 52,9% das matrículas são nas universidades. Desta forma sabemos que as universidades tem maior agrupamento de estudantes do que faculdades. São 37.926 cursos de graduação e o grau acadêmico predominante é o bacharelado com 59,9%. Em relação às IES, são em oferecidos em média 15 cursos de graduação e a modalidade presencial tem o alcance de 90% nas universidades.

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA DA INSTITUIÇÃO

Tabela 02. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS E DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO, POR ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA DA INSTITUIÇÃO

Gráfico 02. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas.

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NÚMERO DE MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR (GRADUAÇÃO E SEQUENCIAL)

Analisando o histórico de dez anos entre 2008 e 2018, podemos constatar que o número de matrículas na educação superior mantêm um crescimento, atingindo a marca de 8,45 milhões de estudantes. O crescimento durante o período foi de 44,6%, além da média anual ser de 3,8%. Entre 2017 e 2018, houve um crescimento de 1,9%. Gráfico 03. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, POR CATEGORIA ADMINISTRATIVA

Gráfico 04. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. RAZÃO DA MATRÍCULA POR CATEGORIA (PRIVADA/ PÚBLICA) NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAL, POR UNIDADE DE FEDERAÇÃO

Gráfico 05. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas. MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, POR MODALIDADE DE ENSINO

Gráfico 06. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas.

As instituições privadas têm uma participação muito avançada em relação a rede pública, com 75,4% contra 24,6%. O crescimento das matrículas de 2017 para 2018 acontece nas duas categorias, mas a rede privada manteve-se a frente. Analisando os dados no período de 2008 e 2018, nota-se o crescimento no número das matrículas de 49,8% na rede privada e de 33,8% na rede pública. “No Brasil, em cursos presenciais, há 2,4 alunos matriculados na rede privada para cada aluno matriculado na rede pública (BRASIL, 2019)”. Este número se altera em estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Roraima, que a relação é praticamente igual. O oposto está em São Paulo, Distrito Federal e Rondônia. O estado de Santa Catarina consegue ser ainda maior do que a média nacional, com a relação de 2,6 alunos em IES privadas considerando IES públicas. As matrículas na modalidade presencial ainda permanecem de forma majoritária no período analisado, com 75,7%, mas a modalidade a distância vem crescendo. É importante salientar o crescimento de 182,5% entre 2008 e 2018 em matrículas EAD, em contraponto, a modalidade presencial cresceu 25,9%.

alguns conceitos “As instituições são credenciadas originalmente como faculdades”. “As universidades se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano”. “São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior” (MEC, 2020a).

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MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, POR GRAU ACADÊMICO

Gráfico 07. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas.

Com 67,6%, os cursos de bacharelado tem a maior fatia das matrículas, seguido por cursos de licenciatura e posteriormente tecnológicos. Durante o período de análise, os cursos de bacharelado aumentaram mais de 50% e os de licenciatura em 40,4%, mas o crescimento mais expressivo foi de cursos tecnológicos, com mais de 103%.

DISTRIBUIÇÃO DE MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, SEGUNDO O PAÍS E O CONTINENTE DE ORIGEM DO ESTUDANTE ESTRANGEIRO

Gráfico 08. Fonte: Censo da Educação Superior 2018: notas estatísticas.

“Angola, Japão e Paraguai são os países com mais estudantes frequentando cursos de graduação no Brasil (BRASIL, 2019)”, mas 45,6% dos alunos estrangeiros são do continente americano. Desta forma é possível compreender a presença de uma variedade grande dos estudantes de outras nacionalidades.

alguns conceitos

O Programa Universidade para Todos (Prouni) é um programa do Ministério da Educação, criado pelo governo federal em 2004, que oferece bolsas de estudos, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior (PROUNI, 2020).

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação (MEC), criado em 2001, com o “objetivo conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC e ofertados por instituições de educação superior não gratuitas aderentes ao programa” (FIES, 2020).

O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) é um sistema organizado pelo Ministério da Educação criado em 2010, onde os participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) são selecionados para vagas em instituições públicas de ensino superior de acordo com a sua classificação no exame (SISU, 2020).

“Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores” (MEC, 2020b).

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4.1.1 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL Ÿ Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo Ÿ Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - São Paulo Ÿ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro Ÿ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Minas Gerais Ÿ Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Rio Grande do Sul Ÿ Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - São Paulo Ÿ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Santa Catarina Ÿ Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Paraná Ÿ Universidade de Brasília (UNB) - Distrito Federal Ÿ Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Pernambuco Ÿ Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ceará Ÿ Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) - São Paulo Ÿ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rio de Janeiro Ÿ Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Bahia Ÿ Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Minas Gerais Ÿ Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - São Paulo Ÿ Universidade Federal Fluminense (UFF) - Rio de Janeiro Ÿ Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Rio Grande do Sul Ÿ Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) - Rio de Janeiro Ÿ Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiás

Entre as principais instituições de ensino superior mapeadas, podemos constatar uma concentração de universidades de grande reconhecimento na região sudeste, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses estados são de extrema relevância para o país, com centros urbanos de densidades altíssimas, por exemplo suas capitais.

A USP, Universidade de São Paulo, tem grande destaque. É uma universidade pública, mantida pelo Estado de São Paulo e ligada diretamente à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Criada em 1934, a instituição oferece 183 cursos com mais de 58 mil alunos e diversos campi, localizados em São Paulo, Bauru, Lorena e outros (USP, 2020).

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TOTAL DE IES POR ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA - 2017

De acordo com o levantamento de 2017, Santa Catarina contava com 93 IES, onde a grande maioria era classificada com faculdade, posteriormente universidades e centros universitários, e por fim IFs e CEFETs.

Gráfico 09. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

EVOLUÇÃO DO TOTAL DE IES, POR DEPEDÊNCIA ADMINISTRATIVA, EM SANTA CATARINA - 2009 A 2017

Tabela 03. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

TOTAL DE MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAIS E A DISTÂNCIA - 2017

4.2 ENSINO SUPERIOR EM SANTA CATARINA Utilizando como base de dados os Indicadores Educacionais de Santa Catarina disponibilizados pela Secretaria de Estado da Educação do ano de 2017, podemos compreender e analisar o ensino superior do estado com maior propriedade.

Analisando a quantidade de IES entre 2009 e 2017, podemos notar uma queda desde 2013, onde 2012 atingiu uma quantidade de 99 IES, e posteriormente este número foi declinando. Com algumas quedas, mas analisando o período como um todo, as IES privadas mantiveram-se com a mesma quantidade, liderando, e as municipais tiveram declínio. Em relação às matrículas, podemos constatar que em 2017 o maior número esteve concentrado em instituições privadas (principalmente pelo seu grande número) e posteriormente nas federais, que têm maior densidade de estudantes.

Gráfico 10. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DO TOTAL DE MATRÍCULAS NA GRADUAÇÃO POR MODALIDADE - 2017 - SCE

Gráfico 11. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

Com a análise das matrículas de graduação por modalidade, concluímos que em torno de dois terços se concentra na modalidade presencial, mas a graduação a distância tem um número significativo de estudantes.

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TOTAL DE MATRÍCULAS EM CURSOS DE GRADUAÇÃO, POR TIPO DE MODALIDADE E DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA, EM SANTA CATARINA - 2017

Tabela 04. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

TOTAL DE MATRÍCULAS NA GRADUAÇÃO POR GRAU ACADÊMICO E DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA - 2017 -SC

Tabela 05. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

EVOLUÇÃO DO TOTAL DE MATRÍCULAS NA GRADUAÇÃO, POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA - 2011 A 2017 - SC

Tabela 06. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

Analisando de forma mais minuciosa a modalidade nas IES nos seus diferentes tipos, podemos concluir que nas instituições privadas o número de matrículas presenciais e à distância são bem próximos, e é nestas instituições onde a maioria dos estudantes EAD estão. Desta forma podemos nos questionar se as IES privadas dessem maior suporte para que os estudantes pudessem estar matriculados de forma presencial, podendo imergir de forma mais profunda no universo em que ele se gradua, os números de matrículas à distância não seriam menores? A graduação em grau bacharelado é o principal nas matrículas realizadas em 2017 no estado. Um pouco distantes estão os graus de licenciatura e tecnólogo, com uma proximidade quantitativa entre si. É possível concluir um avanço bem expressivo de matrículas de graduação a distância no período de 2011 e 2017, e na modalidade presencial ela teve um crescimento mais linear. Nota-se uma mudança de comportamento dos estudantes em suas escolhas nas dinâmicas de graduação.

TOTAL DE MATRÍCULAS NA GRADUAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA - 2017 - SC

Gráfico 12. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

TOTAL DE MATRÍCULAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO E ATAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO - 2017 - SC

Gráfico 13. Fonte: Indicadores Educacionais de Santa Catarina.

O gráfico acima nos apresenta que a grande maioria dos estudantes tem entre 18 e 24 anos, e os demais seguem com maior peso nas idades mais jovens. É importante estes números para compreendemos quais os usuários que poderiam utilizar espaços de moradia estudantil, optando por soluções espaciais que seriam mais apropriados. Outro ponto importante é compreender a demanda de usuários especiais, desta forma os espaços devem ser projetados para melhor recebê-los. Analisando o gráfico, compreendemos que as maiores solicitações são referentes a baixa visão, deficiências físicas e auditivas.

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4.2.1 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM SANTA CATARINA

Ÿ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Florianópolis Ÿ Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) - Florianópolis Ÿ Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) - Itajaí Ÿ Universidade Regional de Blumenau (FURB) - Blumenau Ÿ Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) - Joinville Ÿ Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Florianópolis Ÿ Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) - Criciúma Ÿ Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Chapecó Ÿ Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) - Joaçaba Ÿ Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) - Chapecó

4.3 ENCONTRO NACIONAL DE CASAS DE ESTUDANTES O Encontro Nacional de Casas de Estudantes, ENCE, é organizado anualmente pela SENCE, a Secretaria Nacional da Casa de Estudante, desde 1975. Ele reúne estudantes de diversos estados do país, visando a luta pela melhoria nas habitações universitárias, assistência estudantil e justiça social. Alguns dos seus principais objetivos, de acordo com Gomes et al. (2014), são: • “Discutir e exigir políticas voltadas para a assistência estudantil no sentido de garantir moradia, educação, atendimento médico, odontológico, psico-pedagógico, cultura e lazer; • Organizar ações que garantam estas reivindicações; • Agir, transformando a realidade”.

Analisando as principais IES mapeadas concluímos a locação de diversas delas na região da Grande Florianópolis e no Vale do Itajaí. O Oeste do estado oferece menos oportunidades aos estudantes, principalmente em instituições de peso. Nesta situação, ocorre a movimentação de grupos do interior para o litoral do estado, a procura de vagas no ensino superior. Uma das instituições de ensino superior de maior relevância do estado é a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sua sede fica localizada na capital, Florianópolis e foi fundada em 1960. Conta com aproximadamente 70 mil participantes, entre docentes, técnicos-administrativos e estudantes. A UFSC é uma Universidade pública e gratuita, com cinco campi, Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Florianópolis e Joinville. A UFSC tem aproximadamente 30 mil estudantes e 107 cursos de graduação em formato presencial e 13 a distância (UFSC, 2020).

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5 UNIFEBE, UMA UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA

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5.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE – UNIFEBE Fundado em 1973, o Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE é pioneiro no ensino superior da cidade de Brusque, Santa Catarina. Além do comprometimento na formação de profissionais qualificados, procura formar cidadãos éticos e com senso crítico. Sendo uma instituição sem fins lucrativos, a UNIFEBE é ligada diretamente a comunidade que está inserida, sendo administrada pela Fundação Educacional de Brusque (FEBE). Há em sua coordenação alguns conselhos vigentes, como o Conselho Curador, que é responsável pela fiscalização econômica-financeira. O Conselho Administrativo tem como foco a gestão administrativa, econômica, financeira e

patrimonial, e o Consuni, como órgão máximo, este então é composto pela reitoria e representantes docentes e dos alunos. Atualmente a reitoria da UNIFEBE é ocupada por Rosemari Glatz, assim como a presidência da FEBE, com o apoio de Sérgio Rubens Fantini como vice-reitor e vice-presidente. São oferecidos 23 cursos de graduação em diversas áreas do conhecimento, onde 21 deles são na modalidade presencial e 2 como ensino à distância. Entre os graus acadêmicos há de bacharelado, licenciatura, tecnólogo e médico, com 18 cursos de pós-graduação presenciais disponíveis e um EAD.

A UNIFEBE promove eventos e palestras abertas à comunidade, assim como ações em que os acadêmicos e docentes estejam envolvidos com a sociedade, como atividades de bolsas de estudos com revitalização de espaços, biblioteca ambulante e ações de cidadania participativa. Por abrigar a UNIFEBE, Brusque reúne uma quantidade expressiva de acadêmicos e docentes de cidades como Guabiruba, Nova Trento, São João Batista, Botuverá e Gaspar. Atualmente o transporte escolar na cidade de Brusque é gratuito, oferecido pela prefeitura da cidade, porém há cidades que não disponibilizam, então os acadêmicos custeiam o translado entre as cidades. Além do custo de transporte, há também o desgaste da viagem diariamente, solicitando mais esforços. Solicitamos o quantitativo de acadêmicos e docentes atualmente na instituição, para uma análise mais profunda de estatísticas, porém não obtemos resultado. MISSÃO: “Atuar no Ensino Superior desenvolvendo seres humanos comprometidos com a qualidade de vida” (UNIFEBE, 2020). VISÃO: “Ser excelência na Educação Superior, atuando na produção e difusão do conhecimento para o bem comum” (UNIFEBE, 2020). Figura 15: Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE. Fonte: https://www.unifebe.edu.br/site/institucional/conselhos/.

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5.3 ARQUITETURA DOS ESPAÇOS

5.2 PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO Como apoio à reitoria, o setor de internacionalização da UNIFEBE atua nas relações acadêmicas internacionais, desenvolvendo atividades, programas, projetos e pesquisas com parceria de instituições estrangeiras. Aos acadêmicos, professores e funcionários, ela oferece auxílio no processo de intercâmbios, sempre analisando quais oportunidades são mais interessantes em cada caso. O intercâmbio dos acadêmicos pode ser realizado entre 6 a 12 meses. Há também o apoio à participantes vindos de outros países que se instalam em Brusque. Alguns dos países com instituições parceiras são Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Índia, Itália, México, Peru e Portugal.

A estrutura física da UNIFEBE conta com cinco blocos em uso e um em construção. O bloco A é o acesso principal, contando com salas de aula, salas administrativas como secretaria acadêmica, sala dos professores, reitoria e centro de informática, e um átrio central com uma abóbada azul translúcida utilizado para eventos e programações da instituição, reunindo os acadêmicos de todas as graduações. O bloco B é abriga salas administrativas como o financeiro com atendimento, e serviços como cantina e gráfica. O bloco C tem salas de aula, laboratórios, biblioteca, auditório, cantina e salas administrativas como coordenação dos cursos, SOAE (Serviço de Orientação e Atendimento ao Estudante), entre outras. O bloco C também conta com um átrio central, porém sem cobertura e com vegetações pontuais. O átrio aberto está presente também no bloco D, contando em geral com salas de aula e laboratórios. O bloco E é o mais afastado e com um acesso próprio, com um auditório e salas de atendimento à comunidade, como Clínica Escola e Serviços de Psicologia (CESP) e Núcleo de Prática Jurídica (NPJ). O bloco que está em construção tem como foco o uso dos cursos da saúde,

principalmente após a inserção de Medicina na grade de graduação. Além dos blocos principais, está inserido no campus o laboratório de Arquitetura e Urbanismo, o laboratório da Casa Sustentável, laboratório de Engenharia Civil, áreas técnicas e um estacionamento amplo com cobertura para motocicletas. Todas as áreas contam com ambientes climatizados e acesso a internet Wi-Fi. Quanto aos acessos, a UNIFEBE conta com um acesso principal para pedestres próximo ao estacionamento de motocicletas, até o bloco A. Para os veículos, há cancelas e guaritas para o controle ao lado. Ambos os acessos são por meio da Rua Vendelino Maffezzolli, próxima a rotatória com a Rua Dorval Luz no bairro Santa Terezinha. O estacionamento circunda toda á área principal dos blocos, desta forma cria-se uma barreira entre a comunidade e o campus, além das cercas no contorno do local. Há um acesso posterior utilizado unicamente para o transporte coletivo, e uma ligação com a Avenida Bepe Rosa, que acompanha o Rio Itajaí-Mirim, porém apenas para saída de veículos.

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5.3 ARQUITETURA DOS ESPAÇOS Analisando de forma geral a arquitetura dos edifícios podemos constatar de forma positiva os átrios presentes nos blocos, eles trazem ventilação e iluminação, principalmente nos sem cobertura, além de incentivarem a convivência casual entre usuários diferentes. As circulações horizontais são abertas, possibilitando a visualização para o átrio central além de tornarem a experiência mais interessante e saudável, ao contrário de corredores longos, fechados e escuros.

Para controle de incidências solar, os blocos contam com brises metálicos horizontais como padrão, porém há situações em que o brise vertical seria melhor implantado. A estrutura é composta de concreto pré-moldado, vedação de tijolos aparentes, piso de concreto polido, teto em laje aparente, instalações com ligações externas, portas de madeira e janelas de vidro temperado, não tão funcional quanto ao isolamento acústico e térmico.

Pelas circulações verticais, o bloco A conta com uma rampa de acesso, mas a principal modalidade é por escadarias, fechadas ou abertas. Apenas o bloco D conta com um elevador, pois ele é desconectado dos blocos A e C, que tem ligação e pode-se fazer uso da rampa. Em geral, o blocos A, C e D tem três pavimentos, térreo e mais dois, o bloco B tem dois e o bloco E e demais edificações são térreas.

LEGENDA 04

Bloco A Bloco B Bloco C Bloco D Bloco E Bloco em construção Laboratório de Engenharia Civil Laboratório de Arquitetura e Urbanismo Casa Sustentável Áreas técnicas Estacionamento de Motocicletas Guarita e Cancelas veículos

AÍ-M

IRIM

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01 OSA

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LOTE UNIFEBE

RUA DO

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A BE

11

NID

Figura 16: Mapa de locação da UNIFEBE, sem escala. Fonte: A autora.

08

AVE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

AVENIDA BEIRA RIO

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6 ESTUDOS DE CORRELATO

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6.1 ALOJAMENTO ESTUDANTIL NA CIUDAD DEL SABER O projeto do Alojamento Estudantil teve início no concurso internacional Propuestas de Diseño para Edifícios em La Ciudad Del Saber, no Panamá, em 2008, solicitando espaços de abrigo para professores estudantes.

6.1.1 FICHA TÉCNICA Arquitetos: Eduardo Crafig, Fabio Kassai, Juliana Garcias, Marcio Henrique Guarnieri Local: Cidade do Panamá, Panamá Início do projeto: 2008 Área do terreno: 7.000 m² Área construída: 4.461 m² Figura 17: Alojamento Estudantil na Ciudad del Saber. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura.

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6.1.2 LOCALIZAÇÃO E ENTORNO O Alojamento Estudantil está localizado na Ciudad del Saber, um centro de fomento de conhecimento desenvolvido em meados dos anos 2000, organizado pelo Plan Maestro, com aproximadamente 120 hectares de uma antiga base militar de Clayton, próximo ao Canal do Panamá. O centro é liderado pela Fundación Ciudad del Saber, uma entidade privada e sem fins lucrativos. Em suas proximidades está o Lago Miraflores, com canais de passagem, além da Avenida Omar Torrijos Herrera, que contorna o lago e faz a principal conexão da Ciudad del Saber.

LEGENDA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Fundação Valórate Programa das Nações Unidas para Desarrollo - PNUD Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas INADEH PCA - Pré escola Centro de Acesso à Informação Panama - Korea (CAIC) Teatro Centro de Convenções Balboa Academia - Escola Particular UNICEF - Oficina Regional da America Latina e Caribenha Fundação Ciudad del Saber Centro de Capacitação COPA Airlines Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SENACYT) Centro de Inovação Ministério da Educação Universidade Florida State Fab Lab EcoStudio Ginásio poliesportivo

Mesmo que há permeabilidade pelo espaço, conectando outros locais, ainda é um pouco isolada pela vegetação em uma área parcialmente remota. O campus em que foi inserido encontrava-se fora de sintonia no gabarito das edificações, com pequenos edifícios e prédios maiores. Desta forma apresentou-se um desafio, fazer com que o projeto proporcionasse a escala humana e se complementasse com seu entorno. Além disso, há um clima quente na região, com altos índices pluviométricos. Figura 18: Mapa de entorno, sem escala. Fonte: A autora. Via Local Via Coletora Via Arterial Perímetro da Ciudad del Saber Lago Miraflores Vegetação local Alojamento Estudantil Ponto de Ônibus

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6.1.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL O edital do concurso solicitava dois edifícios implantados em um lote longilíneo, com muita vegetação, bem no centro do campus da universidade. A exigência por dois edifícios vinha da intenção da construção em duas etapas, porém os arquitetos visualizaram de outra forma a implantação. Analisando dados geográficos, climáticos e espaciais, a edificação foi dividida em oito blocos transversais em relação ao lote e paralelos entre si, criando e preservando pequenos pátios ajardinados entre si. Apesar de haver um grande gramado nos fundos, a inserção dos pátios procura deixar os espaços mais vivos, sem uma separação gritante de frente e fundos do edifício. A implantação também favorece para a melhor ventilação, por conta do clima local. Com esta disposição, foram criados térreos permeáveis, integrando o complexo aos espaços externos ora visualmente, ora fisicamente. A distância entre os blocos respeita a vegetação existente, preservando a maioria das árvores. Em relação à circulação vertical, o edifício apresenta escadas e elevadores com vedações de vidro conectando o térreo aos demais pavimentos. LEGENDA

TÉRREO Figura 19: Parte da fachada frontal, sem escala. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sicarquitetura/549a2877e58ece8436000147. | Figura 20: Planta baixa térreo, sem escala. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-delsaber-sic-arquitetura/549a2877e58ece8436000147. | Figura 21: Planta baixa térreo com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

Áreas técnicas Áreas Comuns Circulação Praça Pátios ajardinados Gramado

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6.1.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL O térreo atua como apoio aos alojamentos e ao uso comum. Além disso, há uma praça no centro de uso público no mesmo nível da calçada, destinada a reuniões e acesso. É a partir dessa praça que se cria as diferentes relações dos espaços, de uso público, semi-público e privado, onde o térreo é acessado por uma rampa que eleva 0,70m os demais espaços. No térreo contamos com áreas de estar, lavanderia, sala de leitura, café e um pequeno auditório. Uma estrutura linear liga todos os blocos em uma circulação de uso comum, paralela à rua. O primeiro e segundo pavimentos são elevados por pilotis, e contam com dormitórios funcionais, copas e depósitos, além de locais de pequenas reuniões. São cerca de 200 dormitórios com banheiros privativos e varandas bem implantadas por conta do clima local. A vista dos dormitórios permite a contemplação dos pequenos pátios entre os blocos, com distanciamento médio de 15 metros.

LEGENDA Áreas técnicas Circulação Dormitórios Áreas Íntimas

SUPERIOR Figura 22: Parte de corte longitudinal, sem escala. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sicarquitetura/549a2877e58ece8436000147. | Figura 23: Planta baixa 1º e 2º pavimentos, sem escala. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-naciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a2877e58ece8436000147. | Figura 24: Planta baixa 1º e 2º pavimentos com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

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6.1.4 PLASTICIDADE E MATERIAIS

A volumetria remete a arquitetura paulista, principalmente pela forma de caixa com grandes superfícies de concreto armado aparente. Os materiais utilizados procuram manter a baixa manutenção, com pisos monolíticos, de granilite. No térreo foi utilizado concreto e piso cimentado com acabamento rústico. As esquadrias são de alumínio e são protegidas pelo sol e pela chuva pelos painéis corrediços de aletas perfuradas nos dormitórios, que otimizam a luz natural e a ventilação, se estendendo por todo o pé direito do pavimento. Figura 25: Fachada principal. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamentoestudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a2843e58ece8436000145.

O sistema de grelhas implantado na fachada para ventilação transversal da edificação ocorre entre os forros, escoando por efeito chaminé pelas claraboias na circulação central de cada bloco e pelas aberturas nos fundos. A cobertura dispõe de painéis de captação de energia solar para a utilização de aquecimento de água e reservada em boilers. Há também a captação das águas pluviais utilizada como um colchão de isolamento térmico.

A estrutura dos blocos de alojamentos é de concreto armado moldado “in loco”, com vãos de 7,50x3,60m e dois balanços de 2,50m. A laje maciça armada em uma única direção foi implantada. A presença de poucos pilares no térreo aberto possibilita maior flexibilidade de uso. A circulação que une os blocos é de estrutura metálica para vencer os vãos.

Figura 26: Blocos com painéis e circulação vertical. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sicarquitetura/549a282de58ece50c8000168.

Figura 27: Térreo com relações internas e externas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sicarquitetura/549a290de58ece8746000147.

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6.2 PAVILHÃO SUIÇO Chamado de Pavilhão Suiço ou Pavillon Suisse, o alojamento estudantil foi solicitado pelo Comitê das Universidades Suíças em Paris, França. Com o orçamento limitado, a demanda do alojamento seria para 50 leitos, cozinhas e sanitários comuns em cada andar, escritório e habitação para a diretoria, e área comum com espaços de convivência. O Pavilhão Suíço é um monumento nacional desde 1986.

6.2.1 FICHA TÉCNICA Arquitetos: Le Corbusier, Pierre Jeanneret Local: Paris, França Início do projeto: 1930 Figura 28: Pavilhão Suíço. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquiteturapavilhao-suico-le-corbusier

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6.2.2 LOCALIZAÇÃO E ENTORNO O alojamento de estudantes projetado fica localizado na Cité Internationale Universitaire de Paris, criada na década de 1920, para incentivar reuniões de diferentes povos e culturas. A Cité Universitaire abriga em torno de 6.500 estudantes e oferece acomodação e apoio a estudantes estrangeiros das universidades da cidade. Em geral são estudantes de doutorado e pesquisadores, com prioridade aos com poucos recursos. Seu entorno é rico em vegetação e há outros edifícios para estudantes, cerca de 38 edifícios, onde a sua maioria tem formas tradicionais do local que se remete.

LEGENDA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Alojamento Estudantil do Brasil Alojamento Estudantil da Noruega Alojamento Estudantil de Portugal Alojamento Estudantil da Coréia Alojamento Estudantil do Líbano Alojamento Estudantil da França Alojamento Estudantil do Camboja Alojamento Estudantil do Canadá Alojamento Estudantil da Argentina Centro de Recepção de Estudantes Estrangeiros e Pesquisadores Internacionais Alojamento Estudantil da Itália Alojamento Estudantil da Marrocos Alojamento Estudantil da Índia Alojamento Estudantil do Japão Alojamento Estudantil da Espanha Campo de Futebol Charlety Estádio de Futebol Gentilly Cemitério Parque Montsouris

O Pavilhão Suíço foi polêmico e não seguiu esta linha de pensamento, inovando. Os estudantes têm seu dormitório em algum dos alojamentos, não necessariamente de seu país de origem, priorizando a troca de culturas. Além dos edifícios de alojamento, há próximo restaurante universitário, piscina, quadras de tênis, teatro, biblioteca, banco e outros serviços. O lote em que o Pavilhão foi inserido é de esquina, e tem características retangulares, porém as vias do entorno são angulares. Essa localidade é bastante permeável, não isolada do espaço urbano, onde duas vias demarcam o espaço de grandes áreas da região.

19 01

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09 01 01 10 01 15 14 01 01 02

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Via Local Via Coletora Via Arterial Pavilhão Suíço Ponto de Bonde Vegetação Local

Figura 29: Mapa de entorno, sem escala. Fonte: A autora.

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6.2.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL A planta baixa é aberta e livre, característica forte de Le Corbusier, onde elementos arquitetônicos como escadas e mobiliários determinam os espaços, de forma fixa ou móvel. Este foi um projeto em que há uma preocupação com o clima, natureza e ecologia, fazendo uma ligação mais humana e menos com a máquina, além da inserção e conexão com a cidade, o acesso facilitado para pessoas com mobilidade reduzida e espaços coletivos em todos os pavimentos. Por ser considerado um lote acidentado sobre uma pedreira, era uma execução mais complexa, desta forma um patamar foi criado para receber o edifício. Os espaços de uso públicos estão locados no térreo, principalmente no anexo à torre. Nele está locado também o apartamento do diretor, uma biblioteca, uma cozinha, um escritório para a zeladoria.

LEGENDA Lobby Áreas comuns Circulação Térreo aberto Apartamento do diretor

TÉRREO Figura 30: Planta baixa térreo, sem escala. Fonte: https://nstauder.carbonmade.com/projects/3049580. Figura 31: Planta baixa térreo com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

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6.2.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL Há três pavimentos para dormitórios individuais, com um total de 45 unidades, além de pequenos espaços coletivos de uso básico em cada. Todos os dormitórios foram locados em uma única testada, proporcionando ganhos térmicos e com a vista direcionada para as áreas esportivas do entorno. Suas dimensões gerais são 9,00 x 49,00 m. As unidades individuais têm 16,00m², com divisões fixas semelhantes a mobiliários que separam áreas sanitárias de áreas de descanso. Os banheiros individuais são simples, porém funcionais. A área de dormir está logo ao lado, com maior privacidade, e a área de trabalho está próxima à abertura, com estante e mesa. É possível a modificação dos mobiliários, de acordo com a intenção de cada morador. O último e quarto pavimento proporciona espaços de apoio, vivência e lazer coletivo, com um solário. Além disso, há a presença de quartos de serviço. LEGENDA Circulação Áreas Íntimas Dormitórios

1º, 2º, 3º PAVIMENTOS Figura 32: Planta baixa 1º, 2º e 3º pavimentos, sem escala. Fonte: https://nstauder.carbonmade.com/projects/3049580. Figura 33: Planta baixa 1º, 2º e 3º pavimentos com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

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6.2.3 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Figura 36: Croqui do Pavilhão Suíço. Fonte: https://www.pinterest.co.uk/pin/423338433700096784/

Figura 37: Axonometria explodida Pavilhão Suíço. Fonte: https://nstauder.carbonmade.com/projects/3049580

LEGENDA Áreas comuns Circulação Solário Áreas Íntimas

4º PAVIMENTO Figura 34: Planta baixa 4º pavimento, sem escala. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-lecorbusier/5184c6abb3fc4b4d52000078-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-image. Figura 35: Planta baixa 4º pavimento com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

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6.2.4 PLASTICIDADE E MATERIAIS

O Pavilhão Suíço conta com os pontos da Arquitetura Moderna na plasticidade também. A edificação é apoiada por pilotis no térreo locados ao centro, buscando uma sensação flutuante e sua forma é mais elaborada e orgânica, lembrando o número 8. Em uma análise geral, a forma é bastante pura em suas partes, com uma lâmina vertical, a coluna de circulação vertical com uma curvatura e o anexo no térreo que acompanha o movimento. Demonstra organização, simplicidade e rigor pelas formas não se interseccionarem, elas estão apenas reunidas. Figura 38: Fachada principal. Fonte: https://divisare.com/projects/197541-le-corbusiercemal-emden-pavillon-suisse

A existência do terraço jardim com recortes na fachada libera a vista para os espaços externos, também direcionada para os dormitórios. A fachada livre está presente, em momentos é possível observar aberturas translúcidas com a estrutura recuada no interior, buscando a continuidade das fachadas. Há a presença icônica do concreto armado, porém estão presentes elementos naturais de pedra, remetendo a conexão com a natureza.

A fachada sul é predominantemente envidraçada, a fachada norte é revestida de paralelepípedos, pedras e aberturas, e as fachadas leste e oeste também são revestidas de paralelepípedos e sem aberturas. As janelas em fita aparecem de forma vertical e outras quadradas, que podem contar com venezianas para controle de insolação. Houve uma preocupação com a acústica do edifício, o que é muito bem vindo em edifícios de usos residenciais, além da ventilação e luz natural.

Figura 39: Aberturas e estrutura. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/785156/classicosda-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/515fc88fb3fc4b2ba700020c-ad-classics-swisspavilion-le-corbusier-photo.

Figura 40: Térreo aberto e janelas em fita. Fonte: https://divisare.com/projects/197541-lecorbusier-cemal-emden-pavillon-suisse

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7 ESTUDO DE CASO

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7.1 MORADIA ESTUDANTIL DO IFC – CAMPUS CONCÓRDIA A Moradia Estudantil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Campus Concórdia abriga estudantes do ensino médio integrado oferecido pela instituição desde sua inauguração. Entre os cursos ofertados para o ensino médio estão: Alimentos, Informática e Agropecuária. Inicialmente eram abrigados apenas alunos do sexo masculino, porém com a demanda, alojamentos femininos foram estabelecidos.

7.1.1 FICHA TÉCNICA Arquiteto: Desconhecido Local: Concórdia, Santa Catarina Ano de inauguração: 1965 Figura 41: Edifícios Moradia Estudantil. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia.

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7.1.2 LOCALIZAÇÃO E ENTORNO A Moradia Estudantil fica localizada na cidade de Concórdia, no oeste do estado, com uma população estimada de 74 mil habitantes em uma área de quase 800 km². O IFC está implantado em uma área um pouco remota e afastada do centro adensado da cidade. Diversos níveis de educação são ofertadas no espaço, desde a formação inicial até a pós-graduação, atendendo as demandas regionais de localização do campi. Entre os cursos estão: Engenharia de Alimentos, Medicina Veterinária, Física, Matemática, Agropecuária, Alimentos, Informática, PósGraduação em Educação Matemática. Todo o ensino é público, gratuito e de qualidade, aberto a toda a população. A seleção dos alunos é feita por análises de renda, vulnerabilidade econômica e social, além da distância da residência atual e do IFC. A moradia estudantil promove a amizade e o companheirismo entre os moradores, além de tornar o estudante corresponsável pelo funcionamento da mesma.

Inicialmente apenas alunos do sexo masculino que cursavam Agropecuária eram recebidos, porém nos dias atuais a porcentagem é praticamente igualitária entre meninos e meninas. Seu entorno pacato é preenchido por vegetação e campos abertos, com residências e pequenos comércios, além de uma indústria de produtos de limpeza. Demarcando o sistema viário, temos uma rede bastante simples com a Rodovia SC 283 ligando o centro à cidades próximas até Chapecó.

03

04

Figura 42: Mapa de entorno, sem escala. Fonte: A autora.

02

LEGENDA 01 Alojamentos Masculinos 02 Alojamentos Femininos FABET - Fundação Adolpho Bósio de Educação no 03 Transporte 04 Condesp Indústria Comércio Detergente

Via Local Via Coletora Via Arterial Perímetro IFC – Campus Concórdia Vegetação Local

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01

01

01

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7.1.3 ATIVIDADES

Como parte da experiência, visando aprendizagem e compromisso, os alunos executam a limpeza dos quartos e das suas roupas, utilizando de máquinas de lavar e estendal. A limpeza geral de áreas comuns é feita por empresas terceirizadas. São oferecidos serviços de refeitório gratuito, com café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Figura 43, 44, 45: Vivência dos alunos e moradores. Fonte: Vídeo Institucional do Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia - Youtube.

Há um espaço de academia monitorado por profissionais que tem como foco a qualidade de vida e estimulação do cérebro para melhor aprendizagem dos alunos. Outras atividades como banda marcial, dança artística do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), Grêmio Estudantil e Diretório Central dos Estudantes (DCE) são ofertados e realizados pelos alunos. As atividades de academia, banda marcial, e CTG são mantidas pela Associação de Pais e Professores (APP), por não terem recursos próprios. 49


PRIVADO (Uso dos Moradores)

ALOJAMENTOS

SEMI-PÚBLICO (Uso dos Moradores)

LAVANDERIA

PÚBLICO (Uso dos Estudantes em Geral)

ÁREA DE CONVIVÊNCIA

ALOJAMENTO MASCULINO 6 Quartos 12 Vagas cada 72 Vagas Totais

VESTIÁRIOS VESTIÁRIOS

7 Quartos 6 Vagas cada 42 Vagas Totais 8 Quartos 6 Vagas cada 48 Vagas Totais

ACADEMIA VESTIÁRIOS

ALOJAMENTO FEMININO 11 Quartos Vagas variadas 49 Vagas Totais 6 Quartos 6 Vagas cada 36 Vagas Totais

TOTAL ALOJAMENTOS: MASCULINO: 162 VAGAS FEMININO: 85 VAGAS TOTAL GERAL: 247 VAGAS

REFEITÓRIO VESTIÁRIOS

7.1.4 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL O IFC é composto por diversos blocos, onde abrigam salas de aula, biblioteca, laboratórios, refeitório e alojamentos. De forma geral, são edifícios térreos, que oferecem em torno de 80 à 90% de acessibilidade à pessoas com necessidades especiais, e que vem buscando adaptar-se com o tempo. Além das áreas citadas anteriormente, há áreas comuns para uso de semi-internos, que não residem no campi, porém realizam aulas práticas, desta forma podem descansar entre os horários em áreas de convivência e utilizar de vestiários para sua higiene pessoal. Referente aos alojamentos, os prédios são separados por sexo, com certa distância espacial para proporcionar privacidade e facilitar na logística interna. Os alunos do sexo masculino contam com três blocos em uso, um deles é mais antigo, sendo utilizado a muitos anos, e outros dois foram inaugurados entre 2014 e 2015. O bloco antigo é subdividido em seis quartos com doze vagas cada um. Nos blocos recentes, um oferece sete quartos e o outro oito, com seis vagas individuais. Em sua totalidade, as vagas de ocupação máxima somam 162 vagas. A ocupação feminina é feita em dois blocos, o mais antigo possui onze quartos, possuindo de oito a três vagas cada. O bloco mais recente deles possui seis quartos com ocupação máxima de seis vagas. Atualmente são ofertadas 85 vagas, porém tanto nos blocos femininos quanto masculinos, há uma ocupação acima do ideal, sendo indicado o maior espaçamento entre os alunos. 50


7.1.4 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Figura 46: Alojamento Masculino Bloco 1, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 47: Alojamento Masculino Bloco 1 com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

Figura 48: Alojamento Masculino Bloco 2, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 49: Alojamento Masculino Bloco 2 com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

LEGENDA Banheiros | Vestiário Dormitórios Área Comum Áreas de Sevirço

51


7.1.4 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Figura 50: Alojamento Masculino Bloco 3, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 51: Alojamento Masculino Bloco 3 com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

Figura 52: Alojamento Feminino Bloco 1, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 53: Alojamento Feminino Bloco 1 com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

LEGENDA Banheiros | Vestiários Dormitórios Área Comum Áreas de Sevirço

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7.1.4 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Figura 54: Alojamento Feminino Bloco 2, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 55: Alojamento Feminino Bloco 2 com setorização, sem escala. Fonte: A autora. Figura 56: Bloco Semi-interno Feminino, sem escala. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Figura 57: Bloco Semi-interno Feminino com setorização, sem escala. Fonte: A autora.

LEGENDA Banheiros | Vestiários Dormitórios Área Comum Áreas de Sevirço

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7.1.5 PLASTICIDADE E MATERIAIS

A volumetria dos blocos de alojamento é bastante simples, mantendo o padrão de gabarito do campus. A estrutura é de concreto armado e vedação em alvenaria, por vezes com tijolos a vista. O padrão de cores segue a proposta do campus, em cores verde vivo e branco em sua maioria, além de esquadrias de alumínio.

Toda a área conta com um espaçamento agradável entre os blocos, com vegetação e gramado, possibilitando maior qualidade de uso, de paisagem e térmica, conectando-os por meio de demarcações no solo e cobertura pontual.

Figura 58: Alojamentos Feminino. Figura 59, 60: Alojamentos Masculinos. Fonte: Acervo Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia.

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8 COMPILAÇÃO DE ESTUDOS DE CASO E DE CORRELATOS

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OBRAS ANALISADAS

ALOJAMENTO ESTUDANTIL NA CIUDAD DEL SABER

PAVILHÃO SUIÇO

MORADIA ESTUDANTIL DO IFC – CAMPUS CONCÓRDIA

ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Proposta vencedora do concurso internacional Propuestas de Diseño pada Edifícios em La Ciudad Del Saber em 2008, recebendo estudantes do campi.

Um dos arquitetos tem grande peso à Arquitetura Moderna, Le Corbusier, o projeto foi solicitado pelo Comitê das Universidades Suíças em Paris.

Estabelecido pelo Governo Federal do Estado, como apoio aos estudantes do IFC da região, proporcionando experiências mais enriquecedoras de convivência.

ACESSOS

Localizada em uma via coletora, a rede viária da Ciudad Del Saber é estruturada de forma hierárquica, e sua principal conexão é deita pela Avenida Omar Torrijos Herrera.

A Cité Internationale Universitaire de Paris abriga o edifício, presente em uma via local, com diversos edifícios com a mesma finalidade próximos.

Localizado no Campi do IFC de Concórdia, no oeste do estado de Santa Catarina, o acesso é realizado pela Rodovia SC 283, em uma área mais remota da densidade da cidade.

CIRCULAÇÃO

A circulação horizontal ocorre em espaços amplos e aberto nas áreas comuns, além da presença de passarelas que conectam os blocos; nas áreas íntimas ocorre de maneira mais fechada e privativa. A circulação vertical principal é por escadas e elevadores acessados pelas passarelas.

A circulação horizontal ocorre de maneira fluída no térreo aberto abaixo da torre; no pavimento de dormitórios ela é simples e funcional, porém recebe ventilação e insolação, assim como no último pavimento. A circulação vertical ocorre por uma torre de escadas e um elevador.

As moradias são implantadas em pequenos blocos, acessados de forma aberta pelo campi, todas térreas. Os alojamentos ficam em áreas mais afastadas com privacidade.

PROGRAMA

Dormitórios individuais ou coletivos funcionais, áreas comuns como salas de estar, área de serviço, cozinha, além de espaços públicos e salas multiuso.

Espaços de uso público, apartamento do diretor, biblioteca, cozinha, escritório para a zeladoria, dormitórios individuais ou coletivos funcionais e áreas íntima com pequenas salas de convivência.

Dormitórios coletivos para diversos alunos, área de serviço, academia, acesso à refeitório, áreas de convivência e vestiários.

PÚBLICO

Estudantes e professores universitários da Ciudad Del Saber.

Estudantes de doutorado e pesquisadores com poucos recursos na cidade de Paris, reunindo diversas nacionalidades.

Alunos do ensino médio integrado do IFC que necessitam de apoio econômico e social.

PLÁSTICA

Formas limpas e puras, com materiais de baixa manutenção. Otimização de insolação e ventilação por meio de painéis corrediços perfurados.

Os cinco pontos da Arquitetura Moderna estão presentes, com o térreo sustentado por pilotis centrais com formas mais orgânicas. Volume bastante simples na torre de dormitórios, porém no anexo e torre de circulação, ganha uma particularidade curva.

Bastante simples e funcional, sem tanto apelo estético por conta dos investimentos disponíveis.

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Organização em blocos conectados por uma passarela de circulação; entre os blocos criam-se pequenos jardins que potencializam a experiência.

Planta do térreo aberta e limpa, além dos dormitórios serem organizados facilmente pelo mobiliário. O térreo abriga áreas comuns no anexo à torre, a torre segue com os dormitórios de maneira bastante simples e funcional, e no último pavimento se abrem mais áreas comuns e solários.

Blocos que recebem diversos dormitórios coletivos, com uso de beliches e uso de vários alunos no mesmo espaço, o que pôde ser percebido como aspecto negativo pela organização e higiene, além da dissipação de doenças em períodos mais frios.

RECURSOS HÍDRICOS

Alojamento estudantil fica próximo ao Lago Miraflores, com canais de passagem.

Sem presença próxima de recursos hídricos.

Sem presença próxima de recursos hídricos.

VEGETAÇÃO

Presença de vegetação significativa no entorno, e no lote é possível pontuar os pequenos jardins entre os blocos e o gramado localizado nos fundos.

O entorno é rico em vegetação no meio urbano, por caminhos e vias, além do Parque Montsouris próximo.

Vegetação e campos abertos com grande presença tanto no entorno quanto no próprio campi, oferecendo contato próximo com a natureza que é a especialização de alguns dos cursos oferecidos.

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO

Solução de implantação de blocos com gabarito baixo e que atendem as necessidades, evitando um grande edifício que não cria relação com o entorno.

Organização simples e funcional, com demarcação de áreas públicas e comuns no térreo, privadas nos pavimentos superiores, e no topo áreas comuns dos moradores, para melhor proveito do terraço.

Compreensão de alojamentos em blocos para diversos usuários, mantendo a privacidade no acesso, além da dinâmica com pontos positivos e negativos do compartilhamento de dormitórios em mais pessoas. Conhecimento das atividades das áreas comuns e as potencialidades.

56


9 LEITURA DO ESPAÇO

57


9.1 BRUSQUE MAPA DE SANTA CATARINA

BRUSQUE

A cidade de Brusque fica localizada no estado de Santa Catarina, na Região Metropolitana do Vale do Itajaí. Esta região abriga também cidades como Blumenau, Itajaí e Balneário Camboriú, que contribuem em peso para o Estado em diversos aspectos. Porém, Brusque também exerce influência em cidades próximas como Nova Trento, Botuverá, Guabiruba e São João Batista, sendo uma centralidade que oferece trabalho, serviços e educação. Segundo o IBGE, Brusque conta com uma população estimada de 130 mil habitantes em uma área de aproximadamente 284 km², alcançando uma

densidade demográfica de 372,51 hab/km², de acordo com o censo de 2010. Cerca de 20% da população brusquense tem de 20 a 30 anos, sendo a faixa etária de maior peso, e considerando o valor total, chega a 12ª posição no Estado em relação à quantidade. Em relação à educação básica, alcança uma taxa de cerca de 98% e a economia local tem foco na indústria têxtil e metalmecânica. Brusque possui um clima subtropical e uma umidade relativa do ar entre 84 e 86%, seu solo conta com 40% da área declivosa.

9.1.1 HISTÓRIA DE BRUSQUE Brusque iniciou sua história com a vinda do barão austríaco Maximilian von Schnéeburg, em 1860. Juntamente com ele, 55 alemães fundaram Itajahy, por ser instalada às margens do Rio Itajaí-Mirim. Com o passar dos anos, mais alemães apropriaram a área, e em 1890 recebe seu nome definitivo, homenageando Francisco Carlos de Araújo Brusque, na época presidente da província de Santa Catarina. As indústrias têxteis que marcaram a história da cidade vieram com a chegada dos poloneses, enraizando na cultura local e presente até nos dias atuais,

conquistando o título de “Berço da Fiação Catarinense”. Das indústrias mais notórias da cidade, podemos citar a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A., Buettner e Schlösser, todas enfrentaram problemas econômicos nos últimos anos e finalizaram suas atividades. Além dos alemães e poloneses, os italianos também tiveram importante papel em sua colonização, marcando a arquitetura, comida, festas populares e economia.

Figura 61: Prefeitura de Brusque. Fonte: https://www.imobiliariamoresco.com.br/melhores-bairros-de-brusque/

58


9.1.2 EDUCAÇÃO SUPERIOR EM BRUSQUE Segundo a Secretaria da Educação do Estado de Santa Catarina, foram identificadas em 2012, 10 universidades e faculdades no município, entre os maiores destaques estão a Unifebe, Uniasselvi e Faculdade São Luiz. A Unifebe, conforme citado anteriormente, tem sua locação no Bairro Santa Terezinha. A Faculdade São Luiz tem sua instalação no bairro Centro I e a Uniasselvi.no Centro II. O Instituto Federal Catarinense IFC também está instalado na cidade no bairro Jardim Maluche, porém sua gama de atuação se concentra mais no ensino médio integrado, oferecendo apenas dois cursos de graduação. Outras instituições que oferecem apenas a modalidade EAD também oferecem pontos de apoio, principalmente na área central da cidade.

As instituições superiores em Brusque são: Unifebe, Uniasselvi, Faculdade São Luiz, IFC Instituto Federal Catarinense, Faculdade de Tecnologia de Santa Catarina (FATESC), Uninter, Unip Polo Brusque, FAEL Brusque – Cevisat, UniCesumar, Damásio Educacional e Ibmec Online, e Centro Universitário Avantis. MAPA DE BRUSQUE

9.1.3 BAIRRO SANTA TEREZINHA De acordo com os dados do IBGE do censo de 2010, o bairro Santa Terezinha estava no topo dos bairros mais populosos da cidade, atingindo 10 mil habitantes. O bairro está localizado próximo ao Centro I e a cidade vizinha Itajaí, sendo cortado pela Rodovia Antônio Heil que faz a ligação. Há a presença de centros de compras próximo à Rodovia, que movimentam e aquece a economia local.

MAPA DE BRUSQUE

SANTA TEREZINHA

59


9.2 ÁREA DE ANÁLISE Para a seleção da área de análise e posteriormente o local de implantação da Moradia Estudantil, algumas diretrizes foram estabelecidas para nortear o estudo: Ÿ Proximidade com o Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE. A instituição foi escolhida por ser a mais estabelecida da cidade e receber a quantidade mais expressiva de acadêmicos e a maior gama de cursos de graduação ofertada. Ÿ Localidade de fácil acesso. O espaço deve ter uma conexão viária favorável, conectando bairros e cidades próximas, além de transporte público disponível. Ÿ Conexão com a comunidade. Possibilidade de criação de espaços que proporcionem novas atividades e experiências à comunidade local. Ÿ Equipamentos e usos necessários. A área deve oferecer serviços necessários no cotidiano, como mercado, farmácia, lojas diversas e agência bancária.

9.2.1 CHEIOS E VAZIOS Mesmo com a ocupação sendo perceptível, principalmente de pequenas edificações, há muitos vazios urbanos na área que não contribuem para a cidade e os habitantes. É importante a constatação de uma infraestrutura estabelecida, porém não usufruída por completo. Figura 62: Mapa de Cheios e Vazios no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

LEGENDA Edificações Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE

60


9.2.2 USOS E OCUPAÇÃO As habitações unifamiliares ocupam grande parte da área, porém há a presença de pequenos comércios que trazem maior vitalidade. Com a análise dos usos, a presença de indústrias também é pontuada, principalmente uma indústria de alimentos bem estabelecida na cidade.

9.2.3 EQUIPAMENTOS 05

Os dados levantados da área nos mostram a presença de uma escola que oferece estudos primários até o ensino médio, além de uma Unidade de Saúde e Batalhão de Polícia Militar. Há uma pequena praça nos arredores, porém inutilizada pela população. Dentre equipamentos de uso comum, localizamos um posto de gasolina, um mercado, algumas igrejas e um cemitério, uma farmácia, uma agência bancária, uma academia, um campo de futebol e quadra coberta, e por fim um salão de festas.

06

04

07

02 Batalhão de Polícia Militar

07 Quadra de esportes | Campo de futebol 08 Salão de festas 09 Academia 10 Unidade de Saúde 11 Agência bancária

03

09

03 Igreja Católica Paróquia Santa Teresinha

06 Farmácia

08 11

01 Escola de Educação Básica Santa Terezinha

05 Mercado

07

10

LEGENDA

04 Posto de gasolina

02

Figura 63: Mapa de Usos do Solo no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

01

LEGENDA Comércio Indústria Institucional Habitação

61


9.2.4 GABARITO O gabarito geral se mantem entre um e dois pavimentos, porém há a presença de edificações de gabarito mais elevado isoladas. A maioria das edificações com mais pavimentos tem o uso de habitações multifamiliares, alcançando o máximo de 12 pavimentos. É importante a constatação de edifícios próximos à Unifebe, porém estas moradias não atendem as necessidades dos estudantes por possuirem um valor agregado alto.

LEGENDA 1-2 pavimentos 3-4 pavimentos Mais de 10 pavimentos Figura 64: Mapa de Gabaritos no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

9.2.5 SISTEMA VIÁRIO A área de análise apresenta vias arteriais que ligam bairros e cidades, possuindo tráfego intenso. A Rodovia Antônio Heil liga os bairros ao Centro II e também a cidade de Itajaí. A Rua Dorval Luz faz ligação entre os bairros, tanto Santa Rita até o Centro I, quanto ao Limoeiro. A Avenida Bepe Rosa, conhecida como Avenida Beira Rio, acompanha o Rio Itajaí-Mirim por uma grande extensão, passando por bairros como Santa Terezinha, Santa Rita, Centro I, Centro II até finalizar no bairro Jardim Maluche. A Rua Luiz Gonzaga Werner se conecta com a Rodovia Ivo Silveira, ligando a cidade de Gaspar. Não há uma hierarquia viária organizada, pois diversas vias locais são conectadas diretamente com as vias arteriais, sem haver a fluidez escalonada entre o fluxo intenso e o fluxo local. Há a presença de alguns pontos de ônibus nas vias arteriais que atendem as necessidades. As ciclofaixas estão instaladas por toda a Avenida Bepe Rosa e chegam à Rua Vendelino Maffezzolli, que também oferece uma arborização modesta em um dos seus lados.

02

03 04

05

Figura 65: Mapa de Sistema Viário no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

01

LEGENDA

01 02 03 04 05

Via Local Via Coletora Via Arterial Ponto de Ônibus Rodovia Antônio Heil Rua Dorval Luz Avenida Bepe Rosa Rua Luiz Gonzaga Werner Rua Vendelino Maffezzolli

62


9.3 LOCAL DE IMPLANTAÇÃO 369,00m

00m

a= 19.695,00m²

83,

Atualmente o entorno da UNIFEBE conta com vazios urbanos de potencialidade para a inserção de novos usos, incluindo a moradia estudantil. Desta forma, indicaremos áreas de propostas macros, porém aprofundaremos apenas na moradia estudantil, pois este é o objetivo deste estudo.

m 0 0 , 97

336,00m Área de implantação da base da moradia estudantil, focando os estudos nesta fatia, que possibilita melhor conexão com a Unifebe e se estende por toda a via até o Rio Itajaí-Mirim.

Figura 66: Mapa de Localização, sem escala. Fonte: A autora.

UNIFEBE

Área de implantação de espaços públicos e equipamentos para a comunidade, estreitando os laços com o Rio Itajaí-Mirim.

Área de implantação para possível expansão da moradia estudantil, estabelecendo uma relação com a via que corta os lotes e tornandose uma extensão dela.

a= 10.668,00m²

56,00m

85,00m

188,00m 56,00m

a= 4.477,00m²

54,00m

37,00m

95,00m

188,00m 63


9.3.1 REGISTROS DE CAMPO

UNIFEBE

01 03

02

05

04

01

02

04

05

Figura 67: Mapa de Localização, sem escala. Figuras 68, 69, 70, 71, 72: Registros Fotográficos locais. Fonte: A autora.

03

64


9.3.1 REGISTROS DE CAMPO

UNIFEBE

01

02

03

04

05

01

02

04

05

Figura 73: Mapa de Localização, sem escala. Figuras 74, 75, 76, 77, 78: Registros Fotográficos locais. Fonte: A autora.

03

65


9.3.2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS Com o clima subtropical úmido, a área recebe influências do Rio Itajaí-Mirim localizado próximo. O vento predominante na cidade é norte e leste, variando de acordo com o período do ano. A topografia se mantem plana em sua grande extensão, apenas com um declive que acompanha o encontro da Rua Vendelino Maffezzolli com a Avenida Bepe Rosa. A presença de vegetação é escassa dentro das possibilidades do meio encontrado.

LEGENDA Mancha de Enchente 7 metros Mancha de Enchente 9 metros Mancha de Enchente 11 metros Figura 80: Mapa de Mancha de Enchente no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

LEGENDA Nascer do sol Pôr do sol Vento predominante Figura 79: Mapa de Condições ambientais no raio de 700m, sem escala. Fonte: A autora.

Por haver a proximidade com o rio, é importante considerar as cheias que ocasionalmente marcam a história do município. Analisando a cota de 7 metros, não avançam significativamente para o entorno, porém a cota de 9 metros já tem uma expressão agressiva em toda a área. A cota de 11 metros nos mostra que o alcance é bem maior, atingindo as duas laterais do rio de forma igualitária. Este levantamento de dados é imprescindível para estudos de locação de novos edifícios.

66


LEI COMPLEMENTAR 150/2009 ÍNDICES URBANÍSTICOS, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

9.4 LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA O Zoneamento do município de Brusque está dividido em cinco grandes grupos de zonas, organizadas pelas funções destinadas, em usos e ocupação do solo urbano. Cada região é organizada quanto o maior ou menor adensamento, visando o sistema viário, topografia, usos do solo e infraestrutura existente. A Unidade de Planejamento do bairro Santa Terezinha é a UP 03, onde o bairro Santa Rita também foi direcionado. Desta forma pudemos verificar todos os índices urbanísticos para o uso e ocupação do solo e seus recuos e afastamentos.

A Resolução Conama nº 303, de 20 de março de 2002, determina como Área de Preservação Permanente o afastamento de cinquenta metros para cursos d’água de dez a cinquenta metros de largura, que é o caso do Rio Itajaí-Mirim. Visto que a edificação a ser implantada no lote próximo a Unifebe tem o uso principal como habitação multifamiliar, comercial e de serviços, é necessário analisar a quantidade mínima de veículos de vagas de estacionamento, que é anexo da Lei 136/2008, como tabela 12.

ZONA

Nº MÁX. DE PAVIMENTOS

Nº DE PAVIMENTOS ADICIONAIS

ÍNDICE DE APROVEITAMENTO

TAXA DE OCUPAÇÃO

TAXA DE PERMEABILIDADE

3

12

4

4

80%

15%

LEI COMPLEMENTAR 136/2008 (ART. 27) E ANEXO LEI COMPLEMENTAR 150/2009 (TABELA 11) RECUOS E AFASTAMENTOS E FRONTAL LATERAL FUNDOS CALÇADA 5,00m

1,50m

2,50m

LEI COMPLEMENTAR 136/2008 (TABELA 12) NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS DE ESTACIONAMENTO ATIVIDADES

VAGAS BÁSICAS (TP 1 E TP 2)

VAGAS ADICIONAIS

RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR

1 VAGA/ UNIDADE HABITACIONAL ATÉ 100M² 2 VAGAS/ UNIDADE HABITACIONAL A PARTIR DE 100M²

1 VAGA TP 2/ 20 UNIDADES HABITACIONAIS MÁXIMO 50 VAGAS

SERVIÇOS GERAIS | COMÉRCIO VAREJISTA

1 VAGA/ 50M² DE ÁREA CONSTRUÍDA

1 VAGA TP 3A/ 1000M² DE ÁREA CONSTRUÍDA MÍNIMO 1 VAGA TP 2

VAGA DE VEÍCULOS ÁREA DE MANOBRA E CIRCULAÇÃO

TIPO DE VEÍCULOS TP 1 Moto | Bicicleta TP 2 Automóveis TP 3A Carga até 4000kg

Comp. (m) Largura (m) 2,00 4,80 7,00

1,00 2,40 3,00

45º

90º

2,75 3,80 4,70

2,75 5,00 8,00

Observações: Ÿ A cada 5 vagas de estacionamento de veículos deverá haver 1 vaga de moto e 1 vaga de bicicleta. No mínimo 1 vaga para moto e 1 vaga para bicicleta. Ÿ A cada 2 vagas TP 3A, poderá optar por 1 vaga TP 3A + 2 vagas TP 2. Ÿ Cada 2 vagas TP 3B, poderá optar por 1 vaga TP 3B + 2 vagas TP 3A. Ÿ Cada 2 vagas TP 4, poderá optar por 1 vaga TP 4 + 2 vagas TP 3B. Ÿ O Artigo 7º da Lei n. 10.098/00 estabelece 2% das vagas de estacionamento para Pessoas com Deficiência. Ÿ O Artigo 41 da Lei n. 10.741/03 e Resolução do Contran n. 303/08 estabelecem 5% das vagas de estacionamento para idosos.

67


10 PARTIDO ARQUITETÔNICO E DIRETRIZES PROJETUAIS

68


10.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO Os espaços propostos devem atender as necessidades dos usuários, tanto moradores quanto funcionários e visitantes. Desta forma, estabelecemos diretrizes para nortear a intenção deste estudo, onde proporciona-se acolhimento em locais de alojamento, compartilhamento em espaços comuns e abertura de trocas em locais de uso mais amplo para visitantes e indivíduos externos. Para melhor dimensionar os espaços, solicitamos dados à instituição de ensino UNIFEBE, porém não tivemos acesso, dessa forma utilizaremos valores especulados.

2.500 alunos estudam na UNIFEBE

PÚBLICO

15% residem em cidades próximas

SEMIPÚBLICO

Vaga para 1/3 dos estudantes, resultando 125 vagas

PRIVADO

AMBIENTE

ALOJAMENTOS USUÁRIO QUANTIDADE

Habitações Individuais

Moradores

125

20,00m²

Copa Área de Convívio Íntimo

Moradores Moradores

1 por pavimento 1 por pavimento

10,00m² 25,00m²

(banheiro privativo)

AMBIENTE Cozinha Coletiva Lavanderia Coletiva Sala de Estar Sala de Leitura Solário

ÁREAS COMUNS USUÁRIO QUANTIDADE Moradores Moradores Moradores Moradores Moradores

1 1 1 1 1 por bloco

AMBIENTE

ADMINISTRAÇÃO USUÁRIO QUANTIDADE

Recepção Coordenação Financeiro Apoio Segurança Depósito

Público Funcionários Funcionários Funcionários Funcionários Funcionários

AMBIENTE

PÚBLICO USUÁRIO QUANTIDADE

Salas Multiuso Auditório | Exposição Lojas Academia Restaurante Universitário Café Praça

1 1 1 1 1 1

M² 70,00m² 50,00m² 75,00m² 75,00m² Resultante

M² 50,00m² 15,00m² 15,00m² 10,00m² 10,00m² 10,00m²

Público Público Público Público Público

10 1 12 1 1

35,00m² 700,00m² 75,00m² 200,00m² 250,00m²

Público Público

1 1

150,00m² Resultante

69


Hall

10.2 FLUXOGRAMA LEGENDA Circulação Privado Áreas Íntimas Semi-público Dormitórios Público

Circulação Vertical

Área Convívio Íntimo

Sala de Estar

Copa

Sala de Leitura

Habitação individual

Solário

Cozinha Coletiva Praça Central Acesso Principal

Lavanderia Coletiva

TÉRREO Restaurante Universitário

Circulação Vertical

TÉRREO

1º PAVIMENTO Lojas

Solário

COBERTURA

Mezanino

TÉRREO Recepção

Acesso Praça Unifebe

Academia

COBERTURA

Vestiários

Café

Passeio Lateral Acesso Frontal

1º E 2º PAVIMENTO

1º PAVIMENTO Circulação Vertical

Auditório | Exposição

Salas Multiuso Coordenação Financeiro Apoio Depósito

TÉRREO

Acesso Veículos

Segurança | Guarita

1º PAVIMENTO Estacionamento

TÉRREO

70


10.3 ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO Como base à implantação, locamos os edifícios com a intenção de potencializar seus usos distintos, criando áreas de vivência tanto para moradores quanto para visitantes. Mantivemos a área de APP, demarcada como número 01 necessária do Rio Itajaí-Mirim, locando logo em seguida uma Praça Pública, 02, além de haver um acesso de veículos para os moradores. A

B

C

D

E

Analisando o esquema acima, os blocos de Moradia Estudantil estão dispostos de maneira paralela, com deslocamentos, criando a possibilidade de caminhos mais dinâmicos para a prática de corridas ou caminhadas, sendo conectados entre si por passarelas. Cada bloco tem dois pavimentos superiores com alojamentos e a cobertura com solários, porém o uso do térreo é singular. Os blocos A e B têm como o uso estacionamento no térreo, o bloco C tem o térreo com o uso de cozinha e lavanderia coletiva, o bloco D tem como uso a sala de leitura e estudos no térreo, e o bloco E, a sala de estar, com jogos e televisão. No mapa, entre os blocos 03 e 05, uma Praça Central é instalada, como respiro entre os usos e possibilitando a apropriação do Restaurante Universitário e Café, presentes no térreo. No pavimento superior, fica locada a Academia, aberta para o público geral. O bloco 06 é focado em lojas com mezaninos, com acesso frontal e direto da via, aquecendo o fluxo de pessoas. O bloco 07 conta com uma grande área de uso flexível como Auditório aberto e Espaço para Exposições, com as Salas Administrativas e Salas Multiuso, para uso de trabalho e troca de experiências. A Praça de acesso a UNIFEBE está demarcada como 08, criando um espaço de transição e apropriação tanto para a instituição quanto os blocos deste estudo.

01

02

03

04 05

07 06

08

LEGENDA 01 02 03 04 05 06 07 08

Área de APP Praça Pública Blocos de Moradia Estudantil Praça Central Bloco de Restaurante, Café e Academia Bloco de Lojas Bloco de Auditório, Exposições, Administrativo e Salas Multiuso Praça de Acesso à UNIFEBE

Figura 81: Mapa de Estudo de Implantação, sem escala. Fonte: A autora.

71


11 CONCLUSÃO

72


11 CONCLUSÃO Levando em consideração as informações levantadas durante este estudo, foi possível a construção de uma base teórica sólida sobre edifícios de Moradia Estudantil. Este é um processo de extrema importância para a compreensão e ramificação em tópicos relevantes do tema central, estabelecendo uma visão do todo. O levantamento de dados do cenário atual no ensino superior nos mostra as novas oportunidades que podem ser proporcionadas na implantação desse apoio aos estudantes, além de elementos físicos que os edifícios devem possuir para serem funcionais e compatíveis com o uso. Dessa forma, cremos que a finalização desta etapa nos prepara de forma consciente para o desenvolvimento do projeto arquitetônico, com os diversos pontos de vista necessários.

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