Danniely

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DANNIELY N. S. BARROS

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CONJUNTO HABITACIONAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob orientação da professora Rosa S. Farias.

RIBEIRÃO PRETO 2013


Para Max, pela paciĂŞncia e apoio ao longo desses cinco anos, e para Emanuelle, que veio para completar nossas vidas.


“Mais importante do que a Arquitetura é estar ligado ao mundo. É ter solidariedade com os mais fracos, revoltar-se contra a injustiça, indignar-se contra a miséria. O resto é o inesperado; é ser levado pela vida.” Oscar Niemeyer


RESUMO

O

presente trabalho tem como objetivo a aplicação do conceito de Avaliação Pós Ocupação no conjunto habitacional Jd. Paiva I e II

situado na cidade de Ribeirão Preto, com fins de se analisar como o ambiente em questão se apresenta passados dez anos de sua ocupação. O foco é o meio urbano, observando a qualidade que se apresentam os espaços que servem à população, assim como os equipamentos públicos, comunitários e coletivos, se estes existem e se estão adequados ao uso. Entende-se que, não só os equipamentos públicos, como escolas e postos de saúde são de efetiva necessidade à população existente, como também os espaços de lazer e convivência, já que estes são responsáveis pela manutenção da vida coletiva e consequentemente manteneção dos próprios espaços do conjunto, é sabido que espaços desqualificados são excluídos pela população e acabam por se tornar espaços sem vida, propensos a marginalização. O sistema de Avaliação Pós Ocupação foi escolhido pelo seu destaque no país, se apresentando com vários conceitos técnicos que se encaixam perfeitamente na avaliação de conjuntos habitacionais, uma vez que considera a opinião do morador como maior peso na análise, ficando outra parcela para as avaliações in loco feita pelos profissionais qualificados. A partir da avaliação e na obtenção de conhecimento das necessidades encontradas são propostos intervenções na área de estudo e ademais, são apontadas diretrizes para outros projetos similares, esse sistema é conhecido como realimentador de projetos, e o objetivo é que cada vez menos se erre na concepção de projetos arquitetônicos e urbanísticos. Portanto, após a análise do conjunto Jd. Paiva I e II são pontuadas suas problemáticas e desenvolvida uma proposta de intervenção urbana visando sanar estes problemas, promovendo a qualificação dos espaços e a ocorrência da vida coletiva.

PALAVRAS-CHAVE: AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO – CONJUNTO HABITACIONAL

– ESPAÇOS COLETIVOS


1 2 3 4

INTRODUÇÃO...............Pg. 07

S U M Á R I O

A QUALIDADE DE MORADIA NOS CONJUNTOS HABITACIONAIS...............Pg. 08 2.1. QUALIDADE DE VIDA...............Pg. 09 2.2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BRASIL...............Pg. 11 2.3. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO...............Pg. 14 LEITURAS PROJETUAIS...............Pg. 16 3.1. CONJUNTO RESIDENCIAL MENDES DE MORAES, (PEDREGULHO)...............Pg. 17 3.2. CONJUNTO HABITACIONAL ZEZINHO MAGALHÃES...............Pg. 19 3.3. CONJUNTO HABITACIONAL QUINTA MONROY, ELEMENTAL.................Pg. 21

CONJUNTO HABITACIONAL JD. PAIVA I E II...............Pg. 23 4.1. PARQUE RUBEM CIONE.................Pg. 27 4.2. PARQUE TECNOLÓGICO DE RIBEIRÃO PRETO...............Pg. 29 4.3. SISTEMA CONSTRUTIVO...............Pg. 30 4.4. LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO...............Pg. 32

5 6 7

CONSTRUINDO A APO...............Pg. 47 5.1. QUESTIONÁRIO PRÉ-TESTE5.................Pg. 48 5.2. QUESTIONÁRIO DEFINITIVO...............Pg. 49

RESULTADOS DA APO, PAIVA I E II...............Pg. 50

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO URBANA NO JD. PAIVA I E II...............Pg. 59 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................Pg. 69 BIBLIOGRAFIA...............Pg. 70 ANEXOS...............Pg. 71


01

INTRODUÇÃO

7

7


A

base deste trabalho de pesquisa consiste na Avaliação

Pós-Ocupação

do

Conjunto

Habitacional de Interesse Social Jardim Paiva I e II, situado

propor soluções aplicáveis às problemáticas encontradas

obtenção

na área de estudo e estabelecer diretrizes que possam

desenvolvimento do projeto e buscando diferentes

ainda, ser aplicadas em projetos futuros.

perspectivas do tema a ser pesquisado; pesquisas em

na zona oeste da cidade de Ribeirão Preto, ocupado a

Portanto,

este

tem

suficientes

para

o

bancos de dados e sites e levantamento de dados

partir de 2001, após a desapropriação pela prefeitura de

principal realizar Avaliação Pós-Ocupação do Conjunto

obtidos junto aos órgãos de administração pública; e

parte da área pertencente a antiga Fazenda Baixadão.

Habitacional de Interesse Social Jardim Paiva I e II, de

levantamento e análise de estudos semelhantes, criando

O projeto desenvolvido pela CDHU (Companhia do

maneira a entender a relação entre os espaços públicos

um paralelo com o caso do bairro.

Desenvolvimento Habitacional e Urbano) consiste em

propostos e construídos pelo poder público e a forma de

habitações unifamiliares, totalizando 2095 moradias de

apropriação

dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro.

locais,

mesmos

se

dividirá

em

sete

capítulos, dos quais, o primeiro é esta introdução. O

deficiências dos moradores em relação aos espaços

teórico-conceitual, no qual se discutirá acerca da

ocupação massiva ocorrida nesta região periférica da

coletivos. Desta forma, pretende-se desenvolver uma

temática: qualidade de vida, fazendo associação as

zona oeste de Ribeirão Preto, sendo que o Jd. Paiva foi

proposta

conjunto

condições da habitação no Brasil, também se discorrerá

um dos primeiros conjuntos ali instalados, contabilizando

habitacional Paiva I e II, de acordo com as principais

sobre a habitação de interesse social no país abordando

ainda, uma das maiores metragens quadradas de

demandas da população. O trabalho tem ainda como

o tema segundo seu contexto histórico, e finalmente será

ocupação. A identificação de como esta área se

objetivos específicos:

apresentado o conceito de Avaliação Pós-Ocupação.

encontra atualmente, após mais de dez anos de

ocupação, pode demonstrar o que de correto foi

com os equipamentos urbanos existentes;

elaborado e concretizado pela prefeitura da cidade, e

como os moradores se organizaram para suprir as

verdes no conjunto Paiva I e II;

necessidades

pela

intervenção

no

Analisar a relação dos moradores do Paiva I e II

adequados ou não para estes modelos habitacionais.

parques do entorno; •

de regra, baseados na repetição e simetria, e que muitas

comercio e serviços locais;

vezes desconsideram aspectos individuais tanto dos seres

humanos quanto do meio em que habitam, reproduzindo

presentes no Bairro.

modelos que desqualificam o espaço e proporcionam

seguindo

toda

a

construção

acerca

dos

apresentados no sexto capítulo, enquanto que no sétimo capítulo se iniciará o desenvolvimento das propostas de

modelos de habitação social implantados no Brasil, a via

Identificar os principais problemas encontrados no a

bairro,

questionários aplicados. Os resultados das leituras serão

Analisar o acesso dos moradores do Paiva I e II a

Analisar

estudo, no caso o Jd. Paiva I e II. No quinto capítulo se iniciará a aplicação da Avaliação Pós-Ocupação no

Identificar as principais formas de lazer dos

moradores do Paiva I e II;

No terceiro capítulo serão apresentadas as leituras projetuais, e no quarto será apresentado o objeto de

Levantar a quantidade e a qualidade das áreas

prefeitura, concluindo a partir daí quais os procedimentos O Jardim Paiva I e II é mais um exemplo dos

urbana

problemas

trabalho

A escolha pelo local se deu principalmente pela

compatibilizadas

principais

moradores

presente

segundo capítulo da pesquisa trará a fundamentação

de

os

pelos

O

e

não

identificando

como

subsídios

objetivo

dos

trabalho

de

qualidade

intervenção. Em

dos

espaços

coletivos

considerações

finais,

reconstrói-se

o

fio

condutor do trabalho para verificar quais as principais carências e necessidades dos moradores do Paiva I e II

Uma Avaliação Pós-Ocupação pode contar com

em relação a áreas verdes, de lazer, comércio, serviço e

instrumentos diversos de pesquisa, este trabalho deve se

equipamentos de assistência (centro comunitário, de

O método de análise através da Avaliação Pós-

basear em questionários aplicados aos moradores dos

saúde, entre outros), pontuando aspectos que possam ser

Ocupação é capaz de identificar estas problemáticas no

conjuntos Jardim Paiva I e II, assim como na observação

considerados na elaboração de projetos habitacionais

meio urbano ou nas habitações, se apresentando como

direta dos aspectos dos ambientes em questão, realizada

similares, viabilizando

uma

da

através de visitas “in loco” e de registros fotográficos, que

mesmos, um modo de HABITAR com QUALIDADE.

atualidade, principalmente quando aplicada para o

neste caso devem estar voltados para as problemáticas

estudo

do

baixa qualidade de vida.

ótima de

ferramenta

conjuntos

de

habitacionais.

pesquisa A

partir

dos

meio

urbano,

caracterizando

os

equipamentos

dados, obtidos pelo cruzamento de informações entre

públicos, áreas de lazer e áreas verdes. Será feito ainda

usuários do espaço e técnicos especializados, é possível

levantamento bibliográfico e documental, visando a

a

nível

de

implantação

dos


02

QUALIDADE DE MORADIA NOS CONJUNTOS HABITACIONAIS A

produção de conjuntos habitacionais tem por objetivo contribuir com a

diminuição do déficit habitacional, proporcionando à população de menor renda uma habitação digna e economicamente acessível. A questão é, quanto disso realmente é possível de ser executado? Os programas habitacionais, principalmente os de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, parecem ainda não ter a capacidade de unir estes

dois

conceitos

importantes:

produzir

habitações

de

baixo

valor

econômico, respeitando os direitos e necessidades dos usuários, abordando o conceito de qualidade como algo fundamental em todo processo de produção da habitação social.


QUALIDADE DE VIDA

S

egundo

a

Organização

Mundial

da

Saúde, qualidade de vida pode ser definida

sempre presentes e costumam variar em intensidade, de acordo com o momento vivido por cada indivíduo.

como: “a percepção do indivíduo de sua posição na

Maslow (1954) define que dentre as necessidades

vida no contexto da cultura e sistema de valores nos

fisiológicas

quais

seus

alimentação, a educação, a moradia, o transporte, o

preocupações”.

emprego, etc; e que estas precisam ser alcançadas para

Segundo Almeida et al apud Vilarta e Gonçalves (2004)

que o ser humano possa buscar aspirações maiores. Com

esta definição de qualidade de vida, contempla as

isso subentende-se que, na inexistência, ou na falta de

concepções

de

qualidade destas necessidades primordiais, pouca ou

objetividade das condições materiais. Ou seja, qualidade

nenhuma motivação são possibilitadas a estes indivíduos.

de vida pode ser entendida como um conceito

Buscar

relativo, dependendo não só das condições do meio em

seja, caminhar no sentido do topo da pirâmide de

que se vive como do ponto de vista individual em

Maslow fica mais difícil, o fator Autorealização encontra-

relação

se num patamar distante e praticamente inalcançável.

ele

objetivos,

vive

e

em

expectativas,

de

às

relação

padrões

subjetividade

próprias

e

do

condições

aos

indivíduo

de

vida,

e

pois

a

e

de

alternativas,

segurança

almejar

se

encaixam

novos

projetos,

a

ou

interpretação, a percepção e a expectativa perante a

Entre as necessidades básicas Maslow destaca

vida variam de acordo com a individualidade de cada

ainda os desejos de saber e entender e as necessidades

um.

estéticas que muitos pesquisadores consideram de menor Porém,

perante

cotidiano

importância e na maioria das vezes não exploram em

podemos deduzir que, de forma geral, quanto melhor o

seus trabalhos, o próprio Maslow considera possuir

ser

informação insuficiente sobre as mesmas. Para ele, os

humano

relacionados

se as

observações

encaixa condições

nestes de

do

apontamentos

vida,

melhor

seu

desejos de saber e entender são como “um desejo de

posicionamento frente a vida, ou seja, maiores serão as

entender, de sistematizar, de organizar, de analisar, de

probabilidades de que a visão individual lhe conduza

procurar por relações e significados, de construir um

para uma perspectiva de vida mais otimista e certamente

sistema

mais qualitativa.

necessidades estéticas ele entende como os impulsos à

de

valores”

(MASLOW,

1954,

p.97),

as

Para o psicólogo americano Abrahan Maslow o ser

beleza, à simetria e, possivelmente, à simplicidade, à

humano possui uma escala de necessidades básicas que

inteireza e à ordem. Estas necessidades são ainda mais

precisam ser atendidas, ele as ordena num processo

variáveis de pessoas para pessoa, muitos nem as tem na

piramidal, onde, na base da pirâmide encontram-se as

verdade, enquanto que para outros são realmente suas

necessidades primordiais: necessidades fisiológicas e de

maiores motivações em vida, por isso utiliza-se as demais

segurança,

necessidades

seguidas

das

necessidades

sociais,

de

autoestima e autorealização. Estas necessidades estão

para

se

elaborar

um

necessidades comuns a todos os indivíduos.

gráfico

de

Figura 1: Esquema da pirâmide de Maslow. Fonte: http://dinheirama.com/blog/2010/09/09/um-olharsobre-a-motivacao/ - Acesso em 14/04/2013


A

importância

referente

a

estas

necessidades

objetivas que permeiam a discussão sobre qualidade de

primárias pode ser comprovada com sua inserção na

vida.

Constituição Federal de 1988, de acordo com o artigo 6º:

fechado, com todas as necessidades atendidas, um bom

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

projeto de habitação de interesse social é composto pela

trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência

própria

social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência

rodeiam, equipamentos de saúde, de educação, de

aos desamparados, na forma desta Constituição.” Conclui-

segurança,

se com isso que, é dever do Estado proporcionar estas

comunidade, áreas verdes e de lazer que promovam

condições a todo ser humano, principalmente aqueles mais

sociabilidades. A questão que há de ser levantada é, sem

carentes de recursos. No entanto, é sabido que tais

discutir

expectativas

da

existência dos mesmos promovem a qualidade de vida de

realidade que se apresenta no país. No Brasil, 8,5% da

seus moradores? E a não existência deles, que tipo de

população

circunstâncias acarreta?

pobreza, condições

encontram-se vivem

enquanto básicas

em 22% de

ainda

muito

situação vivem

saúde,

no

distantes de

limiar

moradia,

extrema desta,

sem

educação

e

saneamento básico, e o que dizer da segurança e do lazer.

Considerando

moradia

a

e

o

e

dos

pelos

destes

situações

como

um

equipamentos

aspectos

qualidade

Outras

projeto

sociais:

ainda

que

lhe

convívio

equipamentos,

podem

pacote

a

derivar

em

simples

destes

questionamentos iniciais: seria então justificável o abandono por parte dos próprios moradores das áreas coletivas dos

Dizer que os governos se omitem totalmente a esta

empreendimentos;

áreas

de

lazer,

recreação

e

responsabilidade é um tanto drástico, porém, é óbvio

sociabilidades? Ou o abandono das próprias residências e o

também que nem todo cidadão é agraciado com tais

retorno às origens, que a partir de uma rápida observação

“dádivas”, e quando o são, o grau de confiabilidade dos

externa

serviços prestados é um tanto duvidoso. A saúde se

questionando, mesmo que de forma inconsciente, a baixa

encontra entre uma das maiores problemáticas no país, a

qualidade de vida que lhes foi proporcionada?

aparenta

um

retrocesso?

Estariam

eles

falta de médicos, medicamentos e instalações adequadas ao atendimento são rotinas amplamente conhecidas pelos usuários do Sistema Único de Saúde. A qualidade das moradias

dos

programas

habitacionais

também

é

questionável, num sistema em que quantidade vale mais que qualidade, nem um, nem outro aspecto vêm sendo suprido pelos governos. Analisando o que se compreende por conjunto habitacional, encontramos paradoxos com as questões

Figura 2: Representação de família feliz. Fonte:http://projetodafamiliafeliz.blogspot.com.br/2012/03/hoje -o-projeto-familia-feliz-foi-casa.html. Acesso em: 01/11/2013


HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BRASIL

E

A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um relatório global sobre habitação, no qual faz a previsão de que cerca de três bilhões de pessoas (40% dos habitantes do planeta) viverão em moradias precárias em todo o planeta, até o ano de 2030. Para vencer o déficit habitacional mundial, seria preciso construir 96.150 novos domicílios por dia, ou então pelo menos quatro mil deles por hora. (Disponível Em: <http://drplaneta.blogspot.com.br/2012/03/deficithabitacional.html> Acesso em 14/04/2013)

desenvolveram estudos e propostas visando criar novas

de unidades, com 48,8% do total destinadas aos setores

estratégias para a área da habitação. O Instituto de

médios,

Arquitetos do Brasil

populares.

(IAB), promoveu o Seminário de

Habitação e Reforma Urbana, que gerou várias propostas para

uma

entanto,

o

nova golpe

política militar

habitacional de

1964

e

urbana,

interrompeu

e

33,5%

formalmente

destinadas

aos

setores

Já entre 1986 (ano da extinção do BNH) e 1995

no

(quando tem início uma reestruturação mais consistente do

suas

setor), a política habitacional foi regida por vários órgãos

perspectivas políticas e reformistas.

que se sucederam ao longo do período, sem que se

Durante o período da ditadura, mais precisamente

conseguisse resultados efetivos. A SEAC (Secretaria Especial

em 1967 foi criado então o BNH (Banco Nacional da

de Habitação e Ação Comunitária) foi uma das maiores

Habitação),

conjunto

de

responsáveis pela produção habitacional, foram cerca de

importantes

na

550.000 unidades habitacionais, enquanto que no mesmo

Distrito Federal no estado do Rio de Janeiro e iniciativas

estrutura institucional e na concepção dominante de

período as COHAB financiaram menos de 150.000. No

públicas

Casa

política habitacional nos anos que se seguiram. O BNH

entanto, devido a problemas como a inflação, falta de

Popular, primeiro órgão federal brasileiro na área de

propôs um sistema de financiamento que permitiu a

planejamento

moradia com a finalidade de centralizar a política de

captação de recursos específicos e subsidiados (apoiado no

recursos,

habitação, introduziram no Brasil a noção de que o

Fundo de Garantia de Tempo de Serviço e no Sistema

época, supõe-se que mais de um terço das unidades

problema habitacional era uma questão de política pública

Brasileiro de Poupança e Empréstimo). No entanto foi alvo

financiadas não tenha sido construída. Para completar o

e social, que precisava ser tratado com uma nova

de diversas críticas por sua incapacidade de atingir a

período sob o governo do então Presidente Collor, seus dois

estruturação. A FCP deveria funcionar com investimentos

população de mais baixa renda (entre 0 e 3 salários

últimos

dos fundos de previdência, que também se encontrava em

mínimos), já que, além de atender a demanda habitacional

exploração predatória dos recursos do FGTS, o que levou a

processo de reestruturação, com a proposta de unificação

nacional, outro grande objetivo do programa era alavancar

suspensão dos financiamentos pelos dois anos subseqüentes.

em um único orgão (IAP’s – Institutos de Aposentadoria e

a economia, e para isso, os financiamentos dirigidos a classe

Pouco se investiu nos programas habitacionais nos

Pensão). No entanto, pouco ou nada se evoluiu na

média eram mais vantajosos a medida que se mostravam

governos seguintes, no período FHC foi elaborada uma

elaboração

mais atraentes aos setores empresariais. O BNH conseguiu

proposta sensível e atualizada para a problemática, porém

com essa política empregar uma grande movimentação

apesar da clareza na compreensão dos problemas e da

ntre os anos de 1940 e 1950 a crise nacional de habitação, que atingiu principalmente o antigo

como

a

de

criação

uma

da

estratégia

Fundação

definida

da

de

política

habitacional nacional neste período, todas as propostas elaboradas foram sendo suprimidas por entraves políticos e

características

que que

baseava-se deixaram

em

um

marcas

econômica dentro do setor imobiliário, porém nos

até mesmo pela construção de Brasília, onde boa parte dos

financiamentos voltados as classes baixas

fundos de previdência e da própria FCP foram investidos

inadequado, segundo Cardoso:

para a construção de moradias. Ainda assim, o IAP’s e a FCP foram responsáveis pelo financiamento ou construção de 140.000 unidades de habitação em todo o país, tratando-se respectivamente habitacionais,

de

alguns

279 até

de

e forte

143

conjuntos

reconhecimento

internacional como é o caso Conjunto Pedregulho no Rio de Janeiro, do arquiteto Affonso Reidy. Já no início dos anos 60, o agravamento da situação

mostrou-se

[...] gerou uma inadimplência sistemática nas camadas de renda que conseguiram acesso aos recursos, comprimido pelo gargalo representado pela ausência de subsídios combinada ao arrocho salarial e à exigência de correção real dos débitos, dado o alto custo da moradia em relação aos níveis de rendimento. A favelização e o crescimento das periferias são apontados como conseqüência do fracasso e da ineficácia da ação do BNH.

habitacional no país era mais que evidente, o IAP’s e o FCP matinham-se inertes, apenas por conveniência política. No

Considerando os números entretanto, o desempenho

período que antecedeu o golpe militar de 1964, diante da

do BNH não foi tão desfavorável, após duas décadas de

eminente necessidade, diferentes segmentos da sociedade

política habitacional foram produzidas cerca de 4,5 milhões

adequado

que

anos

afetaram

no

poder

e

a

todos

foram

distribuição

de

os

programas

da

caracterizados

pela

nova proposta institucional, a política empregada pelo governo ficou longe de se apresentar como solução sustentável. Já com o início do governo Lula em 2003 o panorama

da

habitação

social

se

altera

consideravelmente. Com o estabelecimento do Ministério das Cidades o governo tomou como objetivo a retirada do controle da política habitacional da lógica econômica para o processo político: Historicamente, a política urbana no Brasil tem sido fortemente influenciada pelos bancos públicos responsáveis pelos financiamentos à habitação e ao saneamento. Esse é o caso do BNH que se sobrepôs ao órgão do Executivo responsável pela gestão dessas políticas – o SERFHAU – e ao Conselho Nacional de


Desenvolvimento Urbano (CNDU). Da mesma forma, a CEF, herdeira institucional do BNH, subjugou a Secretaria de Política Urbana (SEPURB), criada em 1995, e a sua sucessora, a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (SEDU). (NAIME, 2010, apud BRASIL/MCID, 2009).

A

Política

Nacional

de

Habitação

(PNH)

foi

elaborada a partir de 2004 e teve como objetivo principal “[...]

retomar

o

processo

de

planejamento

do

setor

habitacional e garantir novas condições institucionais para promover o acesso à moradia digna a todos os segmentos da

população”

BRASIL/MCID,

2009),

(NAIME

2010

especialmente

o

apud de

baixa

renda, visando à inclusão social. Programas

Federais

como

o

PAC

e

o

Minha

Casa, Minha Vida incrementaram o volume de recursos aplicados

nos

programas,

com

parte

significativa

direcionada ao atendimento da baixa renda. “Só entre 2003 e 2007 o volume de recursos aumentou de R$ 5.703.712.000 para R$ 17.226.451.000, acumulando um investimento total de aproximadamente R$ 52.439.425.000 no período” (NAIME apud BRASIL/MCID, 2008).

Entretanto, observou-se a partir de 2006 um grande boom

no

setor

imobiliário,

provocado

pela

própria

propondo

não

uma

mudanças

vasta

literatura

significativas

disponível

ao

programa

movimentação de mercado gerado pelos incentivos a

habitacional, como também um vasto número de casos

habitação popular, elevando o preço das terras e dos

errôneos que comprovam a ineficiência do sistema atual.

imóveis,

beneficiando

os

proprietários

de

terras e

Mesmo

em

cidades

onde

a

solução

para

impactando sobre a possibilidade de compra das classes

urbanização ou extinção de favelas é possível, relacionando

baixas. Não houve planejamento das cidades na reserva de

a

terras para programas habitacionais (o que poderia ter sido

habitacional é bastante complexo, não só pelas migrações

implementado em seus planos diretores), o problema da

constantes de novas famílias para estes locais, como

terra urbanizada e bem localizada para todos constitui-se

também pelo apelo daqueles que tem neste espaço e em

num dos maiores entraves da política habitacional.

suas

A

partir

deste

cenário

surgem

soluções

fatores

econômicos,

particularidades

o

um

controle

habitat

dessa

ideal,

tipologia

com

suas

mal

sociabilidades, seu espaço passível de adaptação e a

planejadas como a implantação de conjuntos habitacionais

proximidade com equipamentos que lhe são necessários.

em regiões periféricas, distante dos grandes centros, e dos

Krohling (2008, p.26) diz que:

setores de trabalho, onde o terreno é mais barato, mas os custos com disponibilização de infraestrutura acabam por vezes,

por

comprometer

empreendimento,

gerando

todo em

o

contexto

alguns

casos

do

cortes

orçamentários em outras etapas do projeto. Isso se reflete na análise de vários estudiosos na área de

habitação

social,

a

produção

aumentou

consideravelmente nos últimos anos, mas ainda está longe de suprir o déficit habitacional e aparentemente o padrão dos projetos ainda está bem aquém do modelo ideal:

Fonte: A política de habitação social no governo lula: dinâmicas e perspectivas

Existe

O critério de projeto que prevalece nos modelos da CDHU é baseado na repetição e na simetria. Poucos dos conceitos qualitativos associados à humanização da arquitetura foram incorporados na maioria dos conjuntos habitacionais brasileiros, apesar da vasta literatura produzida nos últimos 40 anos (LYNCH, 1960; JACOBS,1961; ALEXANDER et al., 1977; KOWALTOWSKI, 1980). Descrições dos conjuntos habitacionais típicos encontrados no Brasil, especialmente nas grandes áreas metropolitanas, incluem elementos de uma arquitetura não humanizada, como a monumentalidade, a alta densidade de ocupação, a falta de um paisagismo e de acuidade estética no uso excessivo de objetos artificiais e preocupação desmedida com a segurança em oposição à proteção. A monotonia do espaço, das cores e dos detalhes é um elemento arquitetônico que também corrobora nesse sentido, prevalecendo ainda a falta de manutenção dos edifícios e terrenos.(KOWALTOWSKI et al, 2012, p. 138)

[...] o maior problema relacionado à moradia ofertada para relocação de famílias refere-se à sua localização na área urbana [...] as famílias não querem ser relocadas para regiões periféricas, distantes do local de trabalho e cujas áreas tornam-se estigmatizadas perante a sociedade.

Os chamados “contratos de gaveta”, que no caso dos projetos habitacionais é o procedimento adotado pelos beneficiados para a venda do imóvel antes de sua quitação ou do prazo estipulado pelas companhias habitacionais, são ainda muito executados por estas pessoas, e é uma das maiores provas de que algo não está se desenvolvendo a contento nestes projetos. Segundo Krohling (2008 apud ABIKO & ORNSTEIN, 2002, p. 16): O Governo desde longa data tem procurado suprir a demanda, mas os programas desenvolvidos têm se mostrado insuficientes ou inoperantes. Os modelos utilizados por esses programas desconsideram aspectos como dimensões e locais adequados, a imagem do empreendimento, a localização facilitada a serviços básicos como saúde, trabalho, escola. Esses fatores geram o abandono do imóvel ou degradação por parte da população que, não se identifica com a propriedade onde reside e não se sente responsável pela moradia, pois esta não supre sua necessidade.


Os projetos de Habitação de Interesse Social dispõe ainda

que “[...] os principais motivos dessas alterações estão

de técnicas controversas que teoricamente teriam a função

relacionados à insuficiente funcionalidade dos espaços e

de diminuir os gastos públicos com estes empreendimentos:

aos projetos baseados em programas arquitetônicos falhos.”

padrões mínimos de habitação, utilização de materiais de

Essas características são passíveis de reflexão, pois também

construção mais baratos e muitas vezes de baixa qualidade

existem no Brasil modelos

ou

do

habitação popular. A análise destes projetos é importante

acabamento, dentre outros. Tais técnicas popularizam as

para se constatar seus pontos fortes e aplicá-los em

ampliações e alterações individuais na

programas futuros, a que se considerar que se em algum

vezes

baixa

estética,

não

comprometimento maioria

das

irregulares, ou no mínimo, sem

exemplares de projetos de

momento tais projetos puderam ser desenvolvidos pela

autorização prévia das prefeituras. Kowaltowski et al (

iniciativa

2012, p. 138.)

sociedade, seus habitantes e profissionais da área, então é

aumentadas,

diz que “Áreas funcionais específicas são garagens

são

construídas

e

o

lote

pública

e

tiveram

aprovação

perante

a

é

possível fazer melhor do que se está fazendo, mais que

murado, de tal forma que a construção resultante lembra

isso, é um dever fazer melhor, já que moradia digna é um

muito pouco a residência original.” Mais a frente Kowaltowski

direito constitucionalmente garantido ao cidadão.

et al (apud KOWALTOWSKI; PINA, 1995; TIPPLE, 2000) expõe


AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO)

A

valiação pós-ocupação corresponde a uma série de

métodos

utilizados

para

analisar

e

diagnosticar fatores positivos e negativos do ambiente construído no decorrer de seu uso. O ambiente em questão pode se tratar de edificações ou de áreas livres, já que compete ao uso dado ao espaço, e se ele se adéqua ou não, às necessidades do morador/usuário. As pesquisas na área de APO têm como meta a avaliação

de

aspectos

técnicos,

funcionais

e

comportamentais da edificação, o que inclui uma pesquisa acerca dos aspectos construtivos (estabilidade, materiais e técnicas utilizados, e similares), das condições de conforto ambiental natural,

(temperatura,

acústica,

insolação,

iluminação

natural),

ventilação do

consumo

energético, entre outros, além de observação dos fatores funcionais que correspondem ao estudo da dimensão dos ambientes,

dos

possibilidades

fluxos

de

de

realizar

pessoas,

as

materiais,

atividades

previstas,

das do

desempenho organizacional e da acessibilidade. [...] a APO permite a avaliação de aspectos técnicoconstrutivos, funcionais, econômicos, estéticos e comportamentais do ambiente construído, levando em conta, tanto o ponto de vista de especialistas técnicos como dos usuários que diariamente se deparam com determinados pontos positivos ou negativos.

Com isso, pode-se dizer, conforme Ornstein 2003, que qualidade

se

caracteriza

pela

satisfação

das

necessidades dos usuários em relação a determinado produto

e/ou

serviço,

estando

associado,

desempenho satisfatório dos mesmos, neste

pois

ao

caso, os

ambientes construídos. Como

resultado

das

avaliações

de

pós

ocupação, os fatores positivos encontrados devem ser cadastrados e recomendados para projetos futuros, já quanto

aos

fatores

negativos,

recomendados: primeiramente

dois

aspectos

são

elaborar

propostas

que

minimizem ou até possibilitem a correção dos problemas encontrados, seja através de intervenções físicas ou de ordem

social,

tratando

dos

outros, que

estabelecer

diretrizes,

contribuam para

normas

,

entre

conceito de Avaliação Pós Ocupação surgiu no Pós

realimentar o ciclo do

Guerra, mais precisamente na década de 60, quando uma

processo de produção, sendo aplicadas em projetos de

equipe formada

mesmo contexto.

áreas

moradores/usuários.

E

por

profissionais

de

de

diversas

conhecimento

A aplicação da Avaliação Pós Ocupação não deve

(arquitetos, engenheiros, psicólogos, antropólogos e outros)

ser compreendida como algo que beneficia apenas o

começou a avaliar os inúmeros projetos desenvolvidos pela

usuário, por uma questão de logística seu o ponto de vista é

arquitetura moderna para suprir a carência habitacional

o mais importante, é bastante óbvio que o melhor avaliador

ocasionada pela guerra. Este aparentemente é o mercado

de um produto seja seu usuário direto. Porém o aumento dos

que mais necessita de atenção posterior à ocupação. A

níveis de qualidade em qualquer seguimento comercial

produção desenfreada, principalmente desenvolvida nos

beneficia o empresário, a curto ou longo prazo de acordo

últimos anos, tem priorizado a quantidade de habitações

com as várias etapas de produção. A identificação das

entregues e desconsiderado a qualidade das mesmas.

falhas e a busca por alternativas para as deficiências

Segundo Romero e Ornstein (2003, p. 27): A APO passa a ser ainda mais relevante no caso de programas de interesse social, tais como os conjuntos habitacionais, nos quais, no caso brasileiro, nas últimas décadas, têm-se adotado soluções urbanísticas, arquitetônicas e construtivas repetitivas em larga escala, para atender uma população, via de regra, muito heterogênea, cujo repertório cultural, hábitos, atitudes e crenças são bastante distintos já no próprio conjunto, e mais ainda em relação aos projetistas.

encontradas faz com que o empreendedor não só tenha a capacidade

de

apresentar

produtos

melhores

no

mercado, como também identificar pontos que muitas vezes geram custos adicionais desnecessários na sua produção. Esta metodologia de trabalho já vem sendo utilizada no Brasil, porém ainda muito voltada à execução e à fabricação de materiais e de componentes, visando ao

Segundo Ornstein (1995, p.70):

a

seguidamente

aumento de produtividade da mão-de-obra e à redução de desperdícios. A ISO 9000 é regulamentadora destes conceitos e têm se mostrado bastante eficiente dentro das empresas que aplicam seus critérios de forma integral. Segundo Ornstein e Roméro (2003, p. 26): São ainda poucas as empresas de consultoria e construtoras que conhecem ou que já implementaram programas de controle de qualidade da etapa de projeto,sendo, por conseguinte, poucos os arquitetos e os engenheiros e outros profissionais projetistas que têm experiência sobre o assunto. Via de regra, só se leva em consideração o fator qualidade quando se pretende atender o cliente externo, “contratante”, e raramente se tem em vista o cliente usuário final ou morador. Essa aplicação parcial do conceito de qualidade (quando ocorre) acaba apresentando um impacto socioambiental ainda maior, quando se trata de conjuntos habitacionais de baixa renda.

No exterior, em alguns países desenvolvidos, como Bélgica, Alemanha e Inglaterra, o conceito de APO é bastante difundido e aplicado, o que propicia um banco de dados passível de consulta com erros e acertos na produção habitacional. Em países da Europa e dos EUA o

Sem questionar a necessidade desta quantidade cada vez maior de projetos populares é preciso pensar que nem sempre a melhor solução é aquela que se encontra pronta, um projeto bem elaborado em todas as suas etapas é

capaz

de

conciliar

qualidade

e

quantidade

em

proporções superiores as fornecidas pelos projetos habituais. Um exemplo são os mais variados projetos entregues ao IAB através do concurso Habitação para Todos, desenvolvido em 2010 (SEH. 2010). No Brasil as pesquisas em APO foram desenvolvidas no período entre 1972 e 1987 no instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, e mais recentemente

tem

se

desenvolvido

em

diversas

universidades, em sua maioria, federais de todo o país. Porém é o NUTAU/USP (Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) que possui maior número de pesquisadores e a mais longa experiência na área de APO. A USP de São Paulo chegou a oferecer uma disciplina optativa denominada de Avaliação


Valendo-se de um conjunto de imagens referenciais pré-selecionadas, a seleção visual ou visual cues é um instrumento concebido por Henry Sanoff adequado para identificar os valores e os significados agregados pelos usuários aos ambientes analisados. [...] Muito utilizada no campo das ciências sociais, a entrevista pode ser definida como um relato verbal ou uma conversação voltada para atender a um determinado objetivo, que resulta em um conjunto de informações sobre os sentimentos, crenças, pensamentos e expectativas das pessoas. [...] Largamente utilizado nas avaliações de desempenho, o questionário, por sua vez, é um instrumento de grande utilidade quando se necessita descobrir regularidades entre grupos de pessoas por meio da comparação de respostas relativas a um conjunto de questões (Zeisel 1981). [...] A matriz de descobertas é um instrumento de análise que permite identificar e comunicar graficamente as descobertas, especialmente aquelas relacionadas com: (a) as adaptações e improvisações decorrentes de falhas de projeto ou de execução; (b) a incompreensão e o desconhecimento dos seus diversos grupos de usuários, que dificultam a operacionalidade necessária no dia-a-dia de um ambiente. Concebido por Helena Rodrigues e Isabelle Soares (Rodrigues, Castro, Rheingantz 2004) e aperfeiçoada pela equipe técnica do Programa de APO da Dirac/Fiocruz (Castro, Lacerda, Penna 2004).

Pós -Ocupação (Apo) Do Ambiente Construído, hoje um conteúdo similar é ministrado na matéria de Construção do Edifício. A FUPAM (Fundação para Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo) também já ofereceu um curso de Avaliação Pós Ocupação, promovendo inclusive uma avaliação realizada pelos alunos nas estações de metrô da cidade de São Paulo.

Porém como já foi dito anteriormente, este sistema de avaliação ainda é pouco empregado fora do meio acadêmico, poucas empresas se interessam em pesquisas de qualidade do pós-ocupação, mesmo este tendo importância considerável no contexto de mecanismo realimentador de controle de qualidade ou de desenvolvimento de projetos complexos, segundo Ornstein (1992), os resultados obtidos a partir

das

APO’s

além

de

serem

utilizados

para

adaptações, renovações, reformas e reorganizações, naqueles ambientes estudados, podem ser usados como novos insumos e diretrizes para futuros projetos com características semelhantes. Os mecanismos para a realização de uma Avaliação Pós Ocupação são diversos e foram sendo desenvolvidos e aprimorados ao longo dos anos por iniciativa de vários

Rheingantz et al (2009 p.14) Cabe observar que, por mais bem elaborados e aplicados que sejam, os instrumentos não garantem o sucesso de uma avaliação de desempenho, uma vez que são incapazes de, por si só, apreender a experiência que é produzida em um mundo que não é pré-definido e que não depende do observador. Acreditamos que a realidade de uma experiência no mundo relevante ou percebido é o produto inseparável do entrelaçamento do observador imerso na situação ou experiência que ele se propõe a relatar ou traduzir. Assim, os resultados da aplicação de um conjunto de instrumentos devem ser vistos como complementos capazes de corroborar a experiência reflexiva e intuitiva vivenciada durante a observação. Conforme lembra Francisco Varela (1992: 95), “a reflexão [o relato de uma APO] não é apenas sobre a experiência, mas que ela própria é uma forma de experiência e que é possível realizar semelhante forma reflexiva de experiência graças à consciência intuitiva.”

pesquisadores da área. Rheingantz et al (2009 p. 12, 13,14) descreve algumas destas metodologias: O walkthrough, criado por Kevin Lynch, pode ser definida como um percurso dialogado complementado por fotografias, croquis gerais e gravação de áudio e de vídeo, abrangendo todos os ambientes, no qual os aspectos físicos servem para articular as reações dos participantes em relação ao ambiente. [...] O mapa comportamental é concebido para o registro gráfico das observações relacionadas com as atividades dos usuários em um determinado ambiente, este instrumento possibilita: (a) identificar os usos, os arranjos espaciais, os fluxos e as relações espaciais observados; (b) indicar as interações, os movimentos e a distribuição das pessoas em um determinado ambiente. Desenvolvido por Henry Sanoff, o poema dos desejos ou wish poem permite que os usuários de um determinado ambiente declarem, por meio de um conjunto de sentenças escritas ou de desenhos, suas necessidades, sentimentos e desejos relativos ao edifício ou ambiente analisado. [...] Por sua vez, o mapeamento visual, concebido por Ross Thorne e J. A. Turnbull, possibilita identificar a percepção dos usuários em relação a um determinado ambiente, com foco na localização, na apropriação, na demarcação de territórios, nas inadequações a situações existentes, no mobiliário excedente ou inadequado e nas barreiras, entre outras características. Formulado nos anos 50 por Kevin Lynch, o mapa mental ou mapeamento cognitivo consiste na elaboração de desenhos ou relatos de memória representativas das idéias ou da imaginabilidade que uma pessoa ou um grupo de pessoas têm de um determinado ambiente. [...]

Podemos

observar

que

apesar

da

existência

de

metodologias pré-estabelecidas para aplicação de APO’s, a criação de novas ferramentas de pesquisa não só pode como também é indicada. Para um assunto que intrinsecamente já apresenta características de diversidade, o fato de se trabalhar com lugares diferentes e principalmente grupos de pessoas diferentes

evidencia

a

necessidade

de

diferentes, condizentes com as diversas realidades.

abordagens


03

LEITURAS PROJETUAIS


CONJUNTO RESIDENCIAL MENDES DE MORAES (PEDREGULHO) que “habitar não se resume à vida no interior de uma casa”, propondo a composição entre moradia e o espaço externo, promovendo a instalação de serviços complementares às famílias na mesma área dos edifícios residenciais. A Obra contou com técnicas de engenharia avançados para a época. (Disponível em: <www.vitruvius.com.br/revistas/ read/minhacidade/09.099/187 1> Acesso em: 15/04/2013)

Construído entre 1946 e 1960, o conjunto habitacional Pedregulho, localizado no bairro de São Cristovão no Rio de Janeiro, de autoria do arquiteto Afonso Eduardo Reidy, foi uma das primeiras tentativas nacionais de se desenvolver um projeto de habitação que promovesse uma maior dignidade as classes trabalhadoras. O projeto alcançou prestígio internacional, e até hoje é destaque no panorama da arquitetura moderna brasileira. O projeto paisagístico do conjunto foi desenvolvido por Burle Marx e Cândido Portinari deu sua contribuição com painéis decorativos de azulejo. O Conjunto Pedregulho foi o primeiro E Q U IP A M E N T O S IN S T IT U C IO N A IS E Q U IP A M E N T O S

projeto

elaborado

pelo

Departamento

de

Habitação Popular do então Distrito Federal do Rio de Janeiro. Affonso Reidy, além de autor do

D E LA ZE R

projeto

também

Planejamento

e

era

chefe

junto

com

do a

Serviço

engenheira

de e

urbanista Carmen Portinho, idealizaram o conceito adotado. O projeto destinou-se a atender a demanda habitacional dos funcionários públicos do Estado e constituiu-se de sete edifícios: três residenciais

Á R E A D E C O N V ÍV IO E Q U IP A M E N T O

E LA ZE R

(escola,

P R E STA Ç Ã O D E

e

mercado,

quatro

de

lavanderia

e

serviços posto

de

saúde), dispondo ainda de áreas de lazer e

S E R V IÇ O S

piscina.

Funcionava

vizinhança,

sob

estabelecendo

o

conceito

dentro

do

de

próprio

espaço do conjunto, equipamentos necessários BLO C O S DE A PA R TA M E N TO S

não só para o dia-a-dia dos moradores, como também para seu conforto e lazer, os moradores teriam acesso a todas suas necessidades básicas

Figura 03: Planta do conjunto indicando os edifícios residenciais, equipamentos públicos e de prestação de serviço. Fonte:http://theurbanearth.wordpress.com/2009/08/26/arquitetura-moderna-nobrasil-pedregulho-de-affonso-eduardo-reidy/ - Acesso em 15/04/2013

sem precisar de deslocamentos: O projeto mostra a preocupação de ambos com o homem, já no final dos anos 40. Reidy e Portinho defendiam

O terreno de 52.142,00 m² possui topografia bastante acidentada e acabou por contribuir para contextualizar a elaboração do projeto de maior destaque do conjunto: o edifício em onda. O bloco A foi construído seguindo o traçado original da curva de nível, sustentado sobre pilotis, o que lhe

possibilitou

a

ocupação

do

terreno

irregular, possui 272 apartamentos divididos em sete pavimentos e 260 metros de comprimento. Sem a utilização de elevadores, os acessos foram estabelecidos em níveis, no pavimento térreo ou no 3º pavimento através de passarelas conectadas a colina. Os três blocos habitacionais somam ao todo, 378 apartamentos, seguindo duas tipologias: apartamentos simples de um ou dois dormitórios e apartamentos duplex de dois dormitórios. Todas unidades foram pensadas com aberturas que possibilitassem

a

circulação

da

ventilação

cruzada. No bloco A os corredores de acesso (que são bastante espaçosos) foram tratados com uma parede de muxarabis, o que permite a entrada de ventilação e o controle da incidência solar, o mesmo conceito foi utilizado nos apartamentos dos blocos B1 E B2.


Para diminuir o impacto que um edifício com as

melhorias que lhes beneficiassem. A lavanderia foi o primeiro

proporções que o bloco A apresenta, podem ocasionar na

equipamento a ser fechado, logo nos primeiros anos de

interação social, seu terceiro pavimento foi pensado como

ocupação, seguido do mercado e do centro de saúde.

uma área livre para promover a sociabilidade entre os

Nenhum

moradores, um espaço de convívio e lazer. Algo como o

contribuiu ainda mais para seu desgaste. Hoje apenas a

conceito de “rua elevada” de Le Corbusier.

escola ainda funciona, excetuando é claro, os blocos

O conjunto ficou pronto as vésperas do início do

destes

equipamentos

foi

reativado,

o

que

residenciais e as áreas de lazer. Em 2010 a prefeitura abriu

período da Ditadura Militar, o bloco A só foi ocupado a

licitação

partir de 1960. O conceito de moradia implantado ali era

A,

totalmente oposto do novo modelo político que estava por

estrutural, instalações e revestimentos das áreas comuns.

para

o

projeto

compreendendo

os

de

recuperação

serviços

de

do

Bloco

recuperação

se implantar e isto acabou por desestruturar o projeto, a

Desde 1986 o projeto é tombado pelo DGPC –

falta de investimentos por parte do governo ao longo de

Departamento Geral do Patrimônio Cultural do Rio de

todo o período da ditadura e mesmo antes dela, fez com

Janeiro e encontra-se hoje em processo de tombamento

que

pelo estado.

os edifícios ficassem entregues ao tempo e a

Destaque para via interna do edifício, espaço para criar sociabilidades

interferência dos próprios moradores, que sem nenhum tipo

Figura 06: Corte do edifício: Bloco A Fonte: http://theurbanearth.wordpress.com/2009/08/26/ arquitetura-moderna-no-brasil-pedregulho-de-affonso-eduardoreidy/ - Acesso em 15/04/2013

de assistência fazia o que estava ao alcance pra promover Jardins e áreas de lazer do conjunto

Cobogós na fachada preocupação com o conforto ambiental Figura 04: Foto da rua interna elevada / Figura 05: Foto do conjunto no período de inauguração Fonte:http://www.docomomo.org.br/seminario%209%20pdfs/08 7_M10_RM-RestauracaoPedregulho-ART_Ubirajara_Mello.pdf

Destaque para via interna do edifício, espaço para criar sociabilidades

Preocupação com a forma e a estética do edifício

Figura 07: Plantas e vista dos blocos residenciais Fonte: Análise Tipológica da Produção de Habitação Econômica no Brasil (1930-1964)


CONJUNTO ZEZINHO MAGALHÃES PRADO O conjunto Zezinho Magalhães Prado situa-se na cidade de Guarulhos, próximo à base aérea de

1978 foram construídas mais 2880 unidades habitacionais divididas em duas freguesias.

Cumbica. O projeto que se iniciou em 1967 teve entre

As edificações tratavam-se de edifícios de 3

seus idealizadores os arquitetos João Batista Vilanova

pavimentos sobre pilotis formando blocos interligados dois

Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha.

a dois pela escada, cada bloco é constituído por 60

As propostas apresentadas para o conjunto foram consideradas

bastante

inovadoras

para

a

época, revisando os processos construtivos e o conceito de unidade de habitação, significando uma nova visão do problema habitacional. O anteprojeto do conjunto foi apresentado ao governo estadual em 1968: O anteprojeto compunha-se de edifícios de 3 andares sobre pilotis, organizados em freguesias (32 edificios) equipadas de prédio de comércio local, chamado comércio da freguesia. Como equipamento gerais do conjunto, escolas, estádio igreja, teatro, clube, comércio central, etc., todos os edifícios foram projetados para serem construídos por processos industriais em peças de concreto pré-fabricadas”. (FICHER, 1972 apud PEREIRA, 2012).

A proposta do pré fabricado foi logo descartada devido

a

fatores

como

falta

de

mão

de

obra

especializada e os custos com o sistema. O restante das propostas foram sendo executadas em etapas, as construções foram ocorrendo por setores identificados com nomes de estados brasileiros, a primeira em 1970, com oito blocos (480 unidades) foi o setor São Paulo, numa segunda fase são construídos mais 22 blocos dos setores Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, somando 1920 unidades. Estes blocos constituem a freguesia FF, única que foi construída totalmente. Até

(PEREIRA, 2012, p. 110)

apartamentos com 64 m², entre os mesmos foram implantadas áreas verdes arborizadas. A cada trinta e dois blocos o plano previa a constituição de uma freguesia. Cada uma das 7 freguesias, denominadas de FA a FG, seriam subdivididas em quatro setores (mais tarde denominados condomínios)[...]. Essas freguesias teriam um grau de autonomia no que diz respeito ao abastecimento cotidiano e acesso ao ensino fundamental, visto a possibilidade de acesso a pé (foi estabelecido inicialmente a distância máxima a ser vencida de 150 m entre moradia e o equipamentos comunitários). Os equipamentos foram propostos com a intenção de atender aos moradores e conectar o novo conjunto habitacional ao seu entorno, alavancando o desenvolvimento regional. O projeto original tinha em seu programa: 6 centros educacionais, 1 centro integrado de ensino técnico, 11 blocos de comércio cotidiano, 2 blocos de comércio central, 1 entreposto de abastecimento, um hospital, um centro de saúde, um estádio para 15 mil espectadores, um clube, uma igreja e um teatro de arena. O sistema interno de circulação previa circulação de pedestres interligados com os equipamentos de uso diário e independente do sistema de circulação dos automóveis. Toda a área da freguesia é interligada por um sistema de jardins próximos aos edifícios e que convergem para a grande área central, com cerca de 100 mil m², estabelecendo a integração global de todo o conjunto habitacional. Nesta área central inserem-se o estádio, o dois blocos de comércio principal, hotéis, restaurantes e cinemas.

Figura 8: O conjunto Zezinho Magalhães hoje, em imagem de satélite. Fonte: http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%20196796/1967-96-fichatecnica.htm - 17/11/2013

Figura 9: Espaço verde e arborizado entre os blocos do conjunto Zezinho Magalhães Prado. Fonte: http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%20196796/1967-96-fichatecnica.htm - 17/11/2013


O projeto não foi construído na íntegra. Com o fechamento do órgão responsável pelo projeto, a CECAP (Caixa Estadual de Casas para o Povo) em 1980, quatro freguesias deixaram de ser construídas. Ainda assim a maioria dos equipamentos propostos foi instalada e o conjunto

tornou-se

praticamente

uma

cidade

autossuficiente, com toda a infraestrutura para se encaixar na malha viária do entorno, o que ocorreu normalmente com o passar dos anos. O conjunto Zezinho Magalhães foi um marco na história da produção habitacional: “Os índices alcançados na projeto definem o caráter da proposta: densidade bruta do projeto: 308 hab/ha; área pavimentada, 38%, área das Figura 11: Equipamentos implantados no conjunto. Fonte: PEREIRA, Márcio da Costa. Mutabilidade e Habitação de Interesse Social: Precedentes e Certificação. FAUUSP. São Paulo, 2012.

praças 12 %, área verde, 50%; área da freguesia, 15 há; densidade bruta da freguesia, 650 hab/ha; oferta escolar: 192 salas; 13000 estudantes.” (PEREIRA, 2012, p. 111) O projeto conseguiu não só entregar um número muito grande de moradias, como também planejar com critério a forma de implantação dessas moradias, se preocupando com as necessidades que adviriam de um projeto de tamanha proporção e com a integração do mesmo com seu entorno. A preocupação com o ir e vir dos futuros moradores, com as necessidades diárias e com o ambiente coletivo foram sem dúvida o ponto que mais se destacou no projeto.

Figura 10: Sistema de grandes espaços abertos para onde convergiriam áreas no âmbito de cada setor. Fonte: PEREIRA, Márcio da Costa. Mutabilidade e Habitação de Interesse Social: Precedentes e Certificação. FAUUSP. São Paulo, 2012.

Figura 12: Indicação de uso do solo Fonte: PEREIRA, Márcio da Costa. Mutabilidade e Habitação de Interesse Social: Precedentes e Certificação. FAUUSP. São Paulo, 2012.


CONJUNTO HABITACIONAL QUINTA MONROY, ELEMENTAL O conjunto habitacional Quinta Monroy em Iquique no

Chile,

surgiu

a

partir

de

variadas

cada um, sendo que no primeiro pavimento a moradia

problemáticas

possui 6x6m e pode crescer em toda a extensão do lote

encontradas ao longo da elaboração do projeto. O primeiro

e, no segundo pavimento, a outra moradia possui 3x6 m

deles consistia no fato de o empreendimento tratar-se da

podendo ser ampliada em 3 m para o lado. A construção

readequação de uma área ocupada ilegalmente já a

do banheiro e cozinha obviamente foram priorizados no

cerca de 30 anos, área esta de aproximadamente 5000 m²

projeto, assim como escadas e paredes divisórias. A

onde assentavam-se quase 100 famílias. O segundo tratou do baixo subsídio disponibilizado pela política habitacional do governo chileno, que acabava por contrastar com a problemática

anterior,

principalmente

quando

se

considerava que o valor do terreno, bastante valorizada devido a sua boa localização, estava três vezes superior ao que normalmente uma habitação social pode pagar.

Preocupação com a ocupação posterior, como o espaço pode se adaptar ao morador

tipologia do edifício permite que a construção se expanda dentro de sua própria estrutura, permitindo direcionar o crescimento posterior da habitação, de forma a se controlar a construção espontânea. A construtora define seu pensamento de forma que, ao invés de se entregar uma habitação mínima foi entregue a metade de uma habitação de classe média.

Figura 15: A evolução da moradia Fonte: http://planhabdauufes.blogspot.com.br/2009/12/3 -quinta-monroy.html- 17/04/2013

As sociabilidades também não foram esquecidas dentro do empreendimento, a disposição das habitações dividiu os 100 moradores em grupos de 20, permitindo assim um diálogo e entendimento entre os mesmos. Também foi pensado

no

espaço

entre

o

meio

urbano

e

as

habitações, um espaço coletivo, para o lazer e socialização. O conjunto habitacional foi implantado em 2004, e Figura 13: Área do projeto antes e depois da intervenção Fonte: http://www.archdaily.com.br/28605/quinta-monroy-elementalchile/ - 17/04/2013

A Elemental S.A. responsável pelo projeto, queria também um diferencial ainda maior no conjunto, queria possibilitar aos moradores a posterior expansão de suas unidades. Para eles a habitação social trata-se de um investimento social, a possibilidade de valorização da

logo após dois anos, já eram visíveis as transformações nos blocos,

que

praticamente

todas

as

unidades

apresentavam expansões. O conceito deu tão certo que a equipe além de ser premiada pela atuação, ainda é convidada a elaborar projetos em vários países, inclusive um no Brasil, projetado para a favela de Paraisópolis em São Paulo.

habitação deve ser proporcionada aos moradores, e não seu indiscriminado desgaste ao longo do tempo como geralmente acontece. Este pensamento se consolida ainda mais quando trazemos à discussão a posição social Freguesias e sociabilidades, com a vida coletiva

das famílias envolvidas, que provavelmente não obterão na

vida

outra

oportunidade

de

possuir

um

bem

preocupação

capitalizado, que lhes permita superar a pobreza e não somente proteger-se das intempéries. O projeto foi desenvolvido então dentro de uma tipologia em que se unia casa térrea a apartamento. Os lotes de 9x9m passaram a abrigar duas residência em

Figura 14: Expansões feitas pelos moradores Fonte: http://www.archdaily.com.br/28605/quintamonroyelemental-chile/ - 17/04/2013

Figura 16: Implantação Fonte: http://planhabdauufes.blogspot.com.br/2009/12/3 -quinta-monroy.html- 17/04/2013


04

CONJUNTO HABITACIONAL JD. PAIVA I E II


O

CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM PAIVA I E II loteamento de interesse social Jardim Paiva I e II, localiza-se na zona Oeste

da

cidade de Ribeirão Preto, mais precisamente no subsetor O-12, distante

aproximadamente 4,4 km do “quadrilátero central”. A área concentra-se na Bacia do Córrego dos Campos, entre os bairros Cidade Universitária, Planalto Verde, Sumarezinho e agora os mais recentes Jd. Paulo Gomes Romeo e Jd. Wilson Toni. Anteriormente toda esta área era ocupada pela Fazenda Aliança do Baixadão, produtora de café e posteriormente de cana-de-açúcar. Nos últimos anos esta área sofreu mudanças marcantes tendo suas terras parceladas e ocupadas por vários outros conjuntos habitacionais populares. O parcelamento se iniciou nos anos 80 e segundo dados do Censo de 2010 a região contabiliza cerca de 9.842 domicílios e 30.036 habitantes, um aumento em torno de 130% com relação ao censo de 2000.

Jd. Paiva I e II

Área Central

Mapa 2: Mapa de parcelamento do subsetor O-12 Fonte: Arquivo pessoal

Mapa 1: Cidade de Ribeirão Preto, relação entre o conjunto e a região central. Fonte: Arquivo pessoal


A Fazenda Aliança do Baixadão era propriedade de Antonio Candido Paiva, e segundo informações da Prefeitura de Ribeirão Preto, em 1904 possuía 148 alqueires e 146.864 pés de café, 40 trabalhadores nacionais e 40 estrangeiros. (Foto 31 e 32). A fazenda Baixadão foi também uma grande produtora de cana-de-açúcar, chegando até mesmo a produzir sua própria aguardente, a aguardente Baixadão.

Figura 19, 20 e 21: Casa de colonos da Fazenda Aliança do Baixadão Fonte: Sec. Municipal de Planejamento e Gestão Pública

Figura 17: Foto aérea, pés de café na Fazenda Baixadão. Fonte: Arquivo público e histórico de Ribeirão Preto

Figura 18: Foto aérea Fazenda Baixadão, ferrovia. Fonte: Arquivo público e histórico de Ribeirão Preto Figura 22, 23 e 24: Respectivamente: “Casa Amarela”, casa sede da Fazenda Baixadão; Galpão e Tulha de Café Fonte: Sec. Municipal de Planejamento e Gestão Pública

Desde a venda da fazenda e seu desmembramento para loteamento popular foi exigido da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a preservação da área, uma vez que a mesma está inserida na limitação do futuro Parque Rubem Cione, com o objetivo de preservar as edificações e o leito do córrego. A Fazenda Baixadão foi tombada provisoriamente pelo CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural), porém os imóveis que restaram foram bastante depredados e descaracterizados ao longo do tempo (Figuras 33 a 38), várias famílias fizeram uso das edificações, inclusive recebendo posteriormente moradia cedida pela prefeitura nas áreas dos conjuntos habitacionais. Hoje as casas encontram-se ocupados por seis famílias que vivem em condições bastante precárias devido a falta de qualquer estrutura no local. A prefeitura deve intervir logo para solucionar este problema já que o projeto do parque Rubem Cione propõe uso para estas habitações. A prefeitura de Ribeirão Preto já faz uso de uma das residências remanescentes para utilização como Unidade Básica de Saúde, a casa foi toda restaurada e adaptada ao novo

Figura 25: Casa da Fazenda adaptada para a instalação da UBS Fonte: Arquivo pessoal.

uso. Considerando a necessidade da existência do equipamento na área, a ação se configura como

proveitosa,

embora

se

apresente

como

uma

solução

intermediária

e

não

definitiva, principalmente considerando o aumento populacional ocasionado pela instalação de mais dois conjuntos habitacionais na área, o que deve sobrecarregar a estrutura improvisada.

Figura 26: Rótulos da aguardente produzida na Fazenda Baixadão. Fonte: Professor Onésimo de Carvalho


Inicialmente a proposta de implantação dos conjuntos era bem mais ousada, o projeto, intitulado Fazenda Baixadão, seria dividido em três etapas que juntas somariam um total de 6346 lotes, com área total da gleba de 2.917.154,21 m². No entanto, apenas a parcela de gleba situada na Etapa I do projeto pertencia a prefeitura, já desmembrada do restante da área pertencente ao Espólio dos Paiva, não havendo acordo imediato nas negociações de compra e venda. Foi então, nesta área que o projeto atual foi desenvolvido, dividido ainda em duas etapas, o que gerou os Jardim Paiva I e II. Posteriormente

toda

a

região

foi

loteada

com

propostas

urbanísticas

e

empreendimentos diferentes, porém com a mesma característica de habitação de interesse social. Foram instalados ali o conjunto habitacional Jd. Paulo Gomes Romeo, também com o conceito de moradia unifamiliar e posteriormente o Jd. Wilson Toni, que contabiliza 704 apartamentos ao todo. Quanto ao zoneamento a área do loteamento está inserida na ZUD (Zona de Uso Disciplinado) e o projeto final conta com uma área de aproximadamente 993.861,00 m². O conjunto habitacional Jardim Paiva I e II se desenvolveu através do processo de mutirão construtivo, os próprios contemplados no programa habitacional contribuíam em seu tempo livre com a construção das casas. As etapas construtivas começaram a ser entregues em julho de 2001 e as últimas foram em dezembro de 2008. No total foram entregues 2095 moradias. Os lotes possuem 200 m² sendo 10 metros de frente e 20 metros de lateral. As casas

Figura 27: Proposta inicial de ocupação do loteamento Fazenda Baixadão, destaque para I Etapa. Fonte: FIPAI. Fazenda Baixadão. EIA. Ribeirão Preto. 1998.

situadas no centro do lote possuem área de 42 m² e são divididas em sala e cozinha conjugadas, banheiro e dois quartos.

Figura 28: Imagem aérea da área com destaque para o Conjunto Habitacional Jardim Paiva I e II Fonte: Arquivo pessoal


Figura 29: Tipologia habitacional loteamento Jd. Paiva Fonte: COHAB – Ribeirão Preto


PARQUE RUBEM CIONE

A

prefeitura

de

anunciou pela primeira vez o

projeto do Parque Rubem Cione em 2008, o pórtico de entrada foi instalado, a área cercada e mais quatro anos se passaram até que as obras voltassem a execução. O processo de tombamento da área foi um dos entraves que dificultou o andamento das obras do parque que deverá ser um dos Figura 30: Portal de entrada do Parque Rubem Cione. Fonte:http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33p rincipal.php?id=22786 – Acesso em 11/06/2013.

maiores parques urbanos da cidade de Ribeirão Preto com aproximadamente 160 mil metros quadrados. A instalação de um

equipamento destas proporções deve beneficiar não só os moradores do Jd. Paiva e do seu entorno, como a vários bairros da região O parque Rubem Cione é uma proposta anterior à implantação do Jd Paiva, na verdade surgiu como

pré condição para a construção do bairro, e apresentava uma

ocupação muito mais audaciosa do que a atual, o objetivo era a ocupação de toda a área de várzea existente no local e por isso foi chamado inicialmente de parque linear. As limitações orçamentárias foram reduzindo o projeto até a proposta que se encontra em execução atualmente.

O programa do parque

Ribeirão Preto visa

o

aproveitamento

recuperação

das

remanescentes

da

e

casas Fazenda

Baixadão através do uso por prestação

de

serviços

a

comunidade. As três casas de colonos

devem

administração guarda

comportar

do

parque,

municipal

restaurante,

e

e

a a um

a

casa-

sede, conhecida como CasaAmarela

será

utilizada

como

Instituto Cultural. O edifício da Tulha

onde

se

fazia

Figura 31: Imagem antiga da Fazenda Baixadão, algumas casas e o terreiro de café Fonte: Professor Onésimo de Carvalho

o

beneficiamento do café deve ser o Centro de Informática e para o Terreiro está previsto um Teatro de Arena com platéia. Dentre os edifícios encontram-se ainda quatro galpões que deverão comportar oficinas profissionalizantes, uma mini quadra de esportes e uma lanchonete. O parque ainda deve conter equipamentos esportivos, equipamentos de ginástica, um chafariz para recreação, sanitários e uma horta com proposta educacional para a população. A população do bairro realmente espera que

dessa

vez

o

projeto

tenha

seguimento, para que eles possam desfrutar de todos os benefícios propostos. Ao que tudo indica o entrave no projeto impediu não só que os moradores possuíssem

um

parque como também qualquer outra forma de lazer no bairro que se manteve parado no

tempo,

com

muitas

áreas

verdes

abandonadas a espera da intervenção do poder público.

Figura 32: Imagem aérea da área proposta inicial para o Parque Rubem Cione. Fonte: Google maps – Acesso em 11/06/2013.

Figura 33: Imagem aérea da área proposta atual para o Parque Rubem Cione. Fonte: Google maps – Acesso em 11/06/2013.


02

01

LEG EN DA 03

01

T U L H A ( C E N T R O D E IN F O R M Á T IC A )

04

02

03

04

10

10

T E R R E IR O D E C A F É ( P L A T É IA D O T E A T R O ) C A S A S E D E IN S T IT U T O C U L T U R A L E D IF IC A O U T IL IZ A D A C O M O E S C R IT Ó R IO D A C O H A B - A P O IO

05

A D M IN IS T R A Ç Ã O

06

PORTAL 1

06

PORTAL 2

07

E S T A C IO N A M E N T O O P Ç Ã O 1

07

E S T A C IO N A M E N T O O P Ç Ã O 2

08

E Q U IP A M E N T O S E S P O R T IV O S , C H A F A R IZ P A R A R E C R E A Ç Ã O ,A P O IO A O S E Q U IP A M E N T O S E S P O R T IV O S , L A N C H O N E T E ,S A N IT Á R IO S E T C ...

09

10

E S T Â N C IA B IO E D U C A C IO N A L - H O R T A O F IC IN A S S E M IP R O F IS S IO N A L IZ A N T E S

07

C IC L O V IA á r e a 4 .3 8 8 .7 9 m ²

T R IL H A á r e a d e 4 .3 8 8 .7 9 m ²

C IR C U L A Ç Ã O D E V E ÍC U L O S á r e a d e 6 .7 4 8 m ² E S T A C IO N . E X T E R N O D E V E ÍC U L O S á r e a d e 3 .6 8 4 ,7 2 m ² , 2 9 4 V A G A S C A L Ç A D A E X T E R N A á r e a 3 .7 8 1 .2 0 m ²

06

P R A Ç A C O M E Q U IP A M E N T O S D E G IN Á S T IC A á re a d e 2 3 0 m ²

Figura 34: Projeto do Parque Rubem Cione. Fonte: Professor Onésimo de Carvalho


PARQUE TECNOLÓGICO DE RIBEIRÃO PRETO

Parque tecnológico

Jd. Paiva I e II

Figura 35: Localização do Parque Tecnológico Fonte: Google Maps – Acesso em 12/06/2013.

O

utro equipamento que deve trazer mudanças para os bairros do subsetor O - 12 é a implantação do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, o empreendimento que

partiu de uma parceria entre várias entidades públicas, entre elas a USP, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a FIPASE e a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, deve ter sua primeira fase entregue em julho de 2013. O Parque Tecnológico tem como objetivo geral impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico da região, atraindo empresas que realizem pesquisa e desenvolvimento, e que invistam em produtos e processos inovadores voltadas prioritariamente para as áreas do Complexo Industrial da Saúde. O empreendimento contempla uma área total de 300 mil m2 do Campus da USP de Ribeirão Preto, e sua implantação na área tem a pretensão de viabilizar uma conexão com este setor que já é referência no estado de São Paulo. Os dois primeiros edifícios já se encontram em fase de finalização e devem ser entregues no mês de julho de 2013. Ainda no segundo semestre de 2013 será aberto o processo licitatório para a instalação das demais empresas interessadas no local.

Figura 36: Projeto primeira etapa Parque Tecnológico. Fonte:http://fipase.com.br/pt/index.php?option=com_content&view=article&id=2 77&Itemid=53 – Acesso em 12/06/2013.


SISTEMA CONSTRUTIVO

O

Jardim Paiva I e II passou por dois sistemas

celular, porém no Brasil são aceitos ainda para o mesmo

construtivos diferentes em suas várias fases de

fim, o concreto com elevado teor de ar incorporado, o

entrega: o sistema construtivo de paredes em concreto

concreto com agregados leves e o concreto convencional

celular e a alvenaria estrutural.

ou concreto autoadensável.

A alvenaria

estrutural

sistema

O concreto celular é formado pela adição de um

racionalizado que se utiliza de blocos estruturais de maior

tipo especifico de aditivo espumante à sua composição, o

resistência

de

que lhe confere uma consistência leve e fluida com a

vedação e o de estrutura da edificação. A eliminação da

presença de minipartículas de ar distribuídas na sua mistura.

estrutura

reduz

Esta espuma é adicionada ao concreto no canteiro de

de

obras pouco antes do lançamento do mesmo. O concreto

projeto, considerando a redução das etapas, de mão-de-

celular é tido como um elemento ecologicamente correto e

obra e consequentemente o tempo da construção. A

de

aplicação da técnica de coordenação modular, que

executado

implica em estabelecer todas as dimensões da obra como

especificidades de cada projeto.

realizando

em

conjuntamente

convencional

significativamente

consiste

os

de

o

um

trabalho

construção

custos

deste

tipo

bom

isolamento de

térmico

maneira

e

acústico,

adequada

desde dentro

que das

múltiplo da unidade básica, assim como a características

A figura 37 representa o processo de execução das

dos blocos estruturais de possuir estrutura interna que

casas do Jd. Paiva I e II, todo o processo é descrito com

permite

decorrência

a

passagem

de

tubulações

e

instalações

de

dois

instalações,

dias

entre

montagens

elétricas, também contribui com reduções de tempo e

formas,

custos na obra, além de evitar os recorrentes desperdícios

concretagem, ocorrendo a desforma já no terceiro dia. As

feitos por cortes e adaptações nos tijolos e blocos da

formas (podem ser de plástico, alumínio ou aço) são

construção convencional. No entanto, a alvenaria estrutural

montadas

também apresenta suas desvantagens como qualquer outro

precisamente o projeto modular, primeiramente os painéis

sistema construtivo: sua estrutura é pré-planejada o que

internos,

posteriormente acarreta dificuldades em alterações e/ou

ancoragem e os gabaritos de portas e janelas, após este

ampliações não previstas no projeto inicial, assim como não

procedimento é feito a aplicação do produto desmoldante

possibilita improvisações durante o período de construção

nas fôrmas e a colocação da armação e das instalações

caso este procedimento se faça necessário, por fim ela

elétricas e hidráulicas. Este sistema é conhecido como

também traz limitações na utilização de grandes aberturas

método não pareado, em muitos casos a colocação da

ou grandes vãos.

armação (telas de aço) e das instalações é feita antes

diretamente em

seguida

tubulações,

sobre são

os

esquadrias

das

radiers

colocados

as

e

seguindo barras

de

O sistema construtivo de parede de concreto celular

mesmo da colocação das fôrmas, o que é conhecido como

também é visto como um grande aliado na redução do

método pareado (Figura 52 e 53). No segundo dia de

déficit habitacional, seu sistema racionalizado oferece

trabalho é feita a colocação dos painéis externos e a

produtividade e economia principalmente nas produções

montagem da forma de empena do telhado e em seguida

seriadas. No sistema construtivo de paredes de concreto, a

a concretagem, no terceiro dia já é feita a desforma e o

vedação e a estrutura são compostas por esse único

procedimento se reinicia no lote vizinho.

elemento. As paredes são moldadas "in loco", tendo embutidas

as

instalações

elétricas,

hidráulicas

e

as

esquadrias. No conjunto habitacional Jd. Paiva I e II o material utilizado para concretagem das paredes foi o concreto

Figura 37: Processo de construção de habitação no Jd. Paiva I e II. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=sdv3G292wL4 – Acesso em 11/06/2013

Figura 38: Construção em alvenaria estrutural. Fonte: http://construfacilrj.com/alvenaria-estrutural-umaanalise-geral/. – Acesso em 11/06/2013


Figura 39 e 40: Construção com método de execução pareado. Fonte: CORSINI, Rodnei. Paredes normatizadas. Revista Techne. Edição 183. Junho de 2012.

Além de ser um sistema muito mais econômico, o ganho espacial também é considerável neste tipo de construção, num sistema convencional as paredes possuem medidas de 15 cm de espessura enquanto que nas paredes de concreto essas medidas podem chegar a 8 cm para as paredes internas e 10 cm para as externas. No entanto, as desvantagens são similares ao sistema de alvenaria estrutural no que se refere a dificuldade de reforma e ampliação das residências, além do fato de ser um sistema mais direcionado a grandes empreendimentos baseado no custo possivelmente alto das fôrmas e sua restrição de uso, já que são fabricadas para projetos pré determinados.


LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO

A

través das leituras de uso do solo (Mapa 03) é possível notar

Nos estudos comparativos de uso do solo é possível identificar

que, conforme a designação inicial de projeto a área do

ainda as diversas áreas sem implantação de equipamentos (Mapa

conjunto habitacional Jd. Paiva I e II caracteriza-se como de uso misto, ou

04), sejam eles equipamentos de apoio social ou de lazer, o que gerou

seja, de uso residencial, comercial ou de serviços. Fazendo a leitura de uso

por todo o bairro situações de acúmulo de lixo ou mato alto em terrenos

do solo atual (Mapa 04), vemos que a predominância de uso dos lotes

vazios. A pior situação, no entanto, fica por conta das áreas

ainda é de padrão residencial, embora se encontre pontualmente

verdes,

comércios adaptados em diversos quarteirões. Geralmente trata-se de comércios de pequeno porte (bares, lanchonetes, mercados), conforme podemos observar nas imagens 41, 43, 44 e 45, servindo diretamente o setor de vizinhança, enquanto que em setores de prestação de serviços, a predominância é de cabeleireiros, borracharias ou oficinas mecânicas (ver foto 40).. A grande maioria destes comércios encontram-se implantados nos espaços reservados a garagem das residências, ocupando toda ou boa parte da área frontal do terreno,. Os poucos comércios considerados de médio

porte

denotam

a

alteração

total

do

projeto

primeiramente

a

proposta

de

implantação

do

bairro

caracterizou a quantidade de áreas verdes em porcentagem menor que o limite mínimo exigido por lei, atualmente, determinado em 20% no Jd. Paiva esta porcentagem é de 19,31%. Como é de costume na elaboração de projetos urbanos no Brasil, esta porcentagem foi distribuída visando o melhor aproveitamento

da área para a

implantação de lotes, as sobras, ou seja, áreas com declividade inadequada,

APPs

E

recortes

de

quadra,

que

sobram

no

desenvolvimento do desenho urbano, se tornaram áreas verdes e

residencial, caracterizando a necessidade de demolição para criação de

sistema de lazer, o que gerou espaços fragmentados e com pouca

nova estrutura. É possível identificar que em sua maioria estes pontos

possibilidade de aproveitamento pelos moradores. Com excessão da

comerciais se apresentam bastante instáveis, abrem e fecham com

área central, local destinado a implantação do Parque Rubem

facilidade, os diversos salões comerciais que se apresentam fechados por

Cione, todas as outras encontram-se aleatoriamente espalhadas pelo

todo o bairro demonstram essa dinâmica. Os pontos comerciais e de

bairro.

serviços em atividade no bairro em outubro de 2012 somam 105, sendo que destes 88 são pontos comerciais e 15 são pontos de prestação de serviços.

Figura 43, 44 e 45: Instalação de comércio nas garagens das residências. Fonte: Arquivo pessoal

Figura 40 : Prestação de serviços Jd. Paiva. Figura 41: Tipologia de comércio Jd. Paiva. Figura 42: Instalação de comércio com alteração total do projeto residencial Fonte: Arquivo pessoal.


Como se estes problemas não fossem suficientes, estas áreas não foram de nenhuma maneira tratadas pela prefeitura, nenhuma estrutura foi implantada para que a população usufruísse das mesmas, não existem praças ou mesmo mobiliário urbano que qualifique estas áreas para uso dos moradores, por isso no Mapa 04 estes espaços são identificadas como vazios urbanos. No entanto, em alguns desses pontos é possível notar a intervenção dos próprios moradores, em certos casos apenas com o plantio de árvores e manutenção do mato e do lixo nas áreas verdes (ver imagens 53 e 54), em outros é notável até mesmo cuidados com o desenvolvimento do paisagismo destas áreas. Existem também, algumas situações que acabam se apresentando um pouco mais negativas com relação a atuação de moradores no meio urbano e diz respeito a apropriação de áreas públicas para benefício próprio, seja para plantio de hortas ou árvores frutíferas ou para o lazer em grupos restritos, com a utilização de mobiliários como mesas, bancos e até mesmo churrasqueiras. O grande problema destas apropriações é que elas restringem o uso do restante da população, estas áreas são cercadas pelos seus usuários e demarcadas como de uso pessoal, quando na verdade estas áreas são de domínio público e não podem em nenhuma circunstância serem privatizadas, como se pode notar nas fotos 48 à 52.

Figuras 48 e 49: Área verde apropriada por moradores (plantio) Fonte: Arquivo pessoal

Figuras 46 e 47: Áreas verdes abandonadas, lixo e mato alto Fonte: Arquivo pessoal

Figuras 50, 51 e 52: Área verde apropriada por moradores (plantio) Fonte: Arquivo pessoal

Figuras 53 e 54: Área verde tratada por moradores Fonte: Arquivo pessoal


MAPA DE USO DO SOLO – PROPOSTA ORIGINAL                                                                                

JD . JO S É W IL S O N TO N I

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . E M IR G A R C IA JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP IR A N G A

C ID A D E U N IV E R S IT Á R IA

Mapa 03: Mapa de uso do solo do Jd. Paiva I e II, situação em projeto Fonte: pesquisa da autora.


MAPA DE USO DO SOLO – SITUAÇÃO ATUAL

                                                                                                              

JD . JO S É W IL S O N TO N I JD . E M IR G A R C IA

JD . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP I R A N G A

C I D A D E U N I V E R S IT Á R I A

Mapa 04: Mapa de uso do solo do Jd. Paiva I e II, situação atual. Fonte: pesquisa da autora.


Analisando os mapas de hierarquia viária (Mapas 05 e 06) é

aos modelos de transporte alternativos, também foi pesquisada a

notável que a circulação pelo bairro é bastante tranquila. O bairro

situação do plano cicloviário proposto para a região (Mapa x). É

manteve as diretrizes de projeto na implantação das vias, seguindo as

importante identificar as diretrizes constantes no plano diretor de

dimensões propostas: avenidas e avenidas parque apresentam dois

Ribeirão

leitos carroçáveis de 9 metros cada, apoiadas por passeios de 4

desenvolvimento de projetos que se complementem ao invés de

metros, a rua Victor João Castania, identificada no mapa de

gerar conflitos. Pelo mapa é possível identificar que na área ainda

hierarquia viária física da prefeitura de Ribeirão Peto como via coletora, possui 12 metros de leito carroçável e passeio de 3 metros, já as demais vias, indicadas como vias locais possuem leito de 9 metros e passeio de 2,5 metros, o

que conflita com a legislação atual que

prevê calçadas com medida mínima de 3,5 metros. A única divergência entre proposto e executado encontra-se em uma via de retorno não implantada ao final da área verde central, que aparentemente não causa problemas a circulação de veículos, que fazem o retorno poucos metros a frente, e nem de pedestres, já que estes utilizam o acesso, mesmo sem nenhum tipo de pavimentação.

Preto,

com

o

objetivo

de

contribuir

com

o

não existe nenhuma ciclovia implantada, no entanto, as diretrizes para a implantação das mesmas existem e se distribuem por todo o bairro de forma bastante abrangente. O transporte urbano conta com quatro linhas de ônibus que circulam pelo bairro: Jd. Paiva I e Jd. Paulo Gomes Romeo, são as linhas principais que circulam por todo o bairro e se direcionam para a região central da cidade; Jd. Seme Cury e Jd. Eugênio Lopes atravessam o bairro em sua parte leste em direção a seus respectivos bairros, e as novas linhas Circular I e Circular II que

As vias do bairro demonstram um fluxo compatível com a

atravessam o bairro Cidade Universitária, bairro contíguo ao Jd.

sua designação, excetuando alguns pontos em que se encontram

Paiva I e II e cuja rota circunda toda a cidade passando pelos dois

abaixo de sua capacidade, como nas avenidas que circundam a

shoppings mais distantes da população.

área destinada a implantação do parque cione e na Av. Dra. Nadir Aguiar, situada a oeste, quase divisa com o Campus da USP. Os pontos de maior fluxo são a Av. Renê Oliva Strang, que faz o acesso ao bairro e o corta pelo meio, partindo da Cidade Universitária até

Parque Tecnológico

o conjunto habitacional Jd. Paulo Gomes Romeo, e a Av. Rio Pardo, que faz ligação com a Av. Dom Pedro. Todas as vias restantes

possuem

um

fluxo

de

leve

a moderado.

Nota-

se, porém, que na Av. Dra. Nadir Aguiar o fluxo de automóveis tem se mostrado em ascensão, provavelmente ocasionado

pela

Av. Dr. Nadir Aguiar

alteração de um dos acessos ao campus da USP, que agora se dá pela Av. Governador Lucas Nogueira Garcez, no bairro Cidade Universitária. Entretanto, isto é observado em horários específicos do dia, entre 7:00 e 7:30 da manhã, horário de entrada de funcionários da USP e Hospital das Clínicas. Provavelmente com o início do funcionamento do Parque Tecnológico, esta situação venha ainda a se ampliar, porém a estrutura existente demonstra ser adequada para proporcionar um aumento no fluxo. (Ver imagem 55). Considerando a necessidade cada vez maior da iniciativa

Av. Governador Lucas Garcez Acesso HC/USP

Figura 55: Detalhe para Avenidas com recente alteração de fluxo de automóveis. Fonte: Arquivo pessoal.


MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA                                                    

JD . JO S É W IL S O N TONI

JD . E M IR G A R C IA

JD . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A L T O D O IP I R A N G A

C ID A D E U N I V E R S IT Á R I A

Mapa 05: Mapa de hierarquia viária física do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL                              

JD . JO SÉ W IL S O N TO N I

JD . E M IR G A R C IA

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP I R A N G A

C ID A D E U N IV E R S IT Á R IA

Mapa 06: Mapa de hierarquia viária funcional do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


MAPA CICLOVIÁRIO                                                                                            

JD . JO SÉ W IL S O N TO N I

JD . E M IR G A R C IA

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP I R A N G A

C ID A D E U N IV E R S IT Á R IA

Mapa 07: Mapa cicloviário do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


Quanto a disponibilidade de equipamentos (Mapa 08) o Jd. Paiva

O mapa 09 apresenta o distanciamento do bairro até a área

conta com duas escolas de Ensino Fundamental e Médio, duas escolas de

central de Ribeirão Preto, analisado a partir da necessidade de acesso

Ensino Infantil, e uma Unidade Básica de Saúde, aparentemente estes

a áreas comerciais disponíveis a população do bairro, são apontadas

equipamentos são capazes de suprir as necessidades do bairro. Porém

também, áreas um pouco mais próximas como a Av. Dom Pedro I, que

com

concentra

a

utilização

abrangendo

também

os

bairros

do

entorno, principalmente os novos conjuntos Jd. Paulo Gomes Romeo e Jd. Wilson

Toni,

equipamentos

que

ainda

públicos,

se a

encontram demanda

se

desprovidos apresenta

de

quaisquer

maior

que

a

suportada, principalmente no que diz respeito a UBS, que está implantada em espaço adaptado e inapropriado à função. A UBS não possui ao menos sala de espera, os pacientes devem aguardar na varanda da casa que um dia foi a segunda sede da Fazenda Baixadão. Já com relação aos equipamentos de lazer a área ainda fica muito a desejar, como já foi citado anteriormente, nem mesmo praças que proporcionam o lazer contemplativo são disponibilizadas no Jd. Paiva, o

um

potencial

comercial

bastante

desenvolvido

E

diversificado, e a Av. do Café, detentora principalmente do lazer noturno, com bares, restaurantes e lanchonetes, do qual o Jd. Paiva é carente. É importante ressaltar que mesmo o comércio destas regiões um pouco mais próximas remete a necessidade de locomoção através de veículos automotores, carros ou ônibus, ambos exigindo custo e tempo maiores para o deslocamento do morador. Como já foi dito anteriormente o bairro foi planejado como sendo de uso misto, sem definição de lotes para a implantação de comércios e serviços de vizinhança, o que ocasionou a proliferação de comércios e serviços

que compromete a qualidade de vida e sociabilidade dos moradores.

improvisados e mal distribuídos, e ainda sem prever uma área onde

Vale ressaltar que o projeto do parque Cione não saiu do papel, O único

pudesse futuramente ser organizado um comercio e serviço de médio

equipamento implantado no bairro que proporciona um pouco de lazer à

porte, tornando os moradores do bairro dependentes de outros bairros.

Figura 59 e 60: Escolas de ensino fundamental e médio do Jd Paiva I e II Fonte: Arquivo pessoal

população, principalmente às crianças, são duas quadras poliesportivas situadas ao norte do bairro, bastante movimentada principalmente nos finais de semana, as quadras pouco contribuem para quem mora no outro extremo do bairro. (Ver foto 56)

Figura 56; Quadra poliesportiva Jd. Paiva I e II Figuras 57 e 58: Parque Rubem Cione, cercas e abandono. Fonte: Arquivo pessoal

Figura 61 e 62: Escolas de ensino infantil do Jd Paiva I e II Fonte: Arquivo pessoal


MAPA DE EQUIPAMENTOS

C a r m e m A p a r e c id a d e C a r v a lh o R a m o s C r e c h e e P r é -e s c o la / M u n ic ip a l

Q u a d r a s p o lie s p o r t iv a s E .E . J d . P a iv a I E n s in o F u n d a m e n t a l E sta d u a l

JD . JO SÉ W IL S O N TONI

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . E M IR G A R C IA

U B S J d . P a iv a JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP IR A N G A

C ID A D E U N IV E R S IT Á R IA

J d . P a iv a II E n s in o F u n d a m e n t a l, M é d io e E J A / E sta d u a l

E m e i Q u in t in o V ie ir a C r e c h e / M u n ic ip a l Mapa 08: Mapa de equipamentos do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


A v. D o m P e d r o I

J d . P a iv a

A v. d o C a fé

Q u a d r ilá te r o C e n tr a l

DESLOCAMENTO PARA ÁREAS COMERCIAIS

Mapa 09: Deslocamento Para áreas comerciais Fonte: pesquisa da autora.


A topografia é um pouco acentuada no bairro, como é possível

parques da cidade de Ribeirão Preto encontra-se fechado por cercas (ver

notar no mapa de altimetria da área (Mapa 10), isto se dá devido à

imagens 57 e 58). Obviamente o problema não se resume a existência das

proximidade com a área de várzea. A área verde central do bairro, que se

áreas de APP e de áreas verdes, mas ao uso que se dá a elas.

encontra na cota mais baixa, bem próxima a nascente, possui alguns

A ferrovia desativada neste caso, funciona não só como um

pontos de alagamento e provavelmente foi excluída do uso como lotes

limitador urbano, mas também como um segregador de classes sociais, de

por este motivo, sendo destinada a porcentagem de área verde.

um lado encontra-se o Jd. Paiva e sua população de classe média-baixa e

Considerando ainda, a implantação das quadras do conjunto em

do outro o bairro Cidade Universitária com residências de alto padrão e

sentido perpendicular as curvas de nível, o desnível se acentua um pouco

classe média alta. Um pouco mais adiante a ferrovia é substituída pela

mais no que diz respeito a circulação de pessoas e a implantação de

favela, apresentando uma classe muito mais carente que a do bairro e

calçamentos. Nos relatórios de estudo e impacto ambiental esta

com aspectos sociais e físicos que afetam diretamente a população

aplicação de projeto é justificada pelo objetivo de facilitar o escoamento

vizinha. Não só a circulação do Jd. Paiva ao bairro Alto do Ipiranga, e vice

da água das chuvas, porém esta ação compromete a circulação do

e versa, é dificultada pela existência da favela entre eles, como também

pedestre não só elevando seu esforço físico para percorrer algumas ruas

se torna perigosa devido principalmente aos pontos de venda de drogas

do bairro, como também para circular pelas calçadas, que por serem

no local. Outro problema observado consiste no esgoto proveniente das

construídas em terreno íngreme e pelos próprios moradores, apresentam

favelas, não só da favela da Rio Pardo, como também da Favela do

em vários pontos a característica escalonada, imprópria para circulação

Monte Alegre, situada logo atraz da Rio Pardo, o esgoto percorre a céu

de cadeirantes, idosos e carrinhos de bebê. (Ver imagens 63 e 64).

aberto pelo menos dois quarteirões do Jd. Paiva, até ser coletado pelas

O mapa de barreiras físicas (Mapa 11) apresenta todas as situações

bocas de loba do bairro.

que interferem não só no desenvolvimento do projeto urbanístico do bairro, como também na vida dos moradores do Paiva, principalmente no que diz respeito a segurança e mobilidade. Entre os fatores que determinaram o desenho urbano encontram-se as áreas de APP: a nascente e a área de várzea, responsáveis por definir a implantação de toda uma área verde no centro do bairro. Quanto a segurança do

Figura 65: Favela da Rio Pardo Figura 66 e 67: Esgoto partindo da favela Fonte: Arquivo pessoal

morador é apontada a favela do Rio Pardo, implantada sobre os trilhos da antiga ferrovia a sudeste do bairro, e que, segundo balanço feito pela prefeitura de Ribeirão Preto em outubro de 2010, possuía 238 barracos e 1.188 moradores. Todos estes pontos e mais a própria linha do trem funcionam como limitadores do desenvolvimento e da mobilidade urbana, muitas vezes impedindo a livre circulação de pessoas pelos espaços. Um exemplo disso é a própria área do futuro Parque Rubem Cione, que, assim como todos os

Figura 63 e 64: Calçadas com degraus Fonte: Arquivo pessoal


MAPA DE ALTIMETRIA

Mapa 10: Mapa de altimetria do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


MAPA DE BARREIRAS FÍSICAS

JD . JO SÉ W IL S O N P A R Q U E ( A P P )T O N I

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . E M IR G A R C IA JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

N A SC E N TE (A P P )

FA V ELA D A R IO P A R D O

A LT O D O IP IR A N G A

F E R R O V IA

C ID A D E U N IV E R S IT Á R IA

Mapa 11: Mapa de barreiras físicas do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


MAPA DE FIGURA FUNDO

JD . JO SÉ W IL S O N TO NI

J D . PA U L O G O M E S R O M E O

JD . E M IR G A R C IA JD . M Á R IO P A IV A ARANTES

A LT O D O IP IR A N G A

C ID A D E U N IV E R S I T Á R IA

Mapa 12: Mapa de figura fundo do Jd. Paiva I e II Fonte: pesquisa da autora.


05

CONSTRUINDO A APO


O QUESTIONÁRIO PRÉ-TESTE

A s

referências de pesquisa encontradas sobre

competentes para baratear os custos da habitação. Espera-

Avaliação Pós Ocupação voltadas para a

se descobrir quanto este procedimento influencia, tanto no

área de Habitação de Interesse Social, na sua grande

produto final da obra, quanto na vida dos chamados

maioria,

mutirantes e de suas famílias.

costumam

abordar

ambientes

de

habitação

coletiva, como podemos ver em Kowaltowisk et al (2006) e

O objetivo do questionário é a máxima extração de

Ornstein e Romero (2003). contudo, é importante deixar claro

informação dos usuários/moradores com o mínimo de

que o metodo de apo, tanto em conjunto de habitação

trabalho por parte dos mesmos, subentende-se que quanto

coletiva, como em conjunto de habitação unifamiliar, tem

maior e mais trabalhoso este instrumento mais difícil torna-se

como objetivo principal subsidiar projetos de melhorias para

aplicá-lo, pois maior é a resistência por parte dos avaliados.

os conjuntos estudados, assim como evitar a repetição de

Por isso também se buscou reduzir o número de questões a

modelos de conjuntos habitacionais inapropriados.

serem aplicadas.

Outro ponto que deve ficar claro entre conjuntos habitacionais

coletivos

(apartamentos)

habitacionais

unifamiliares

(casas),

é

e

conjuntos

a

forma

de

A aplicação do questionário pré-teste tem o objetivo de avaliar se as perguntas estão condizentes com todas as diretrizes

apontadas, de

tanto

resultados

para quanto

a

necessidade para

a

de

apropriação dos espaços coletivos, no caso dos moradores

obtenção

clareza

dos conjuntos unifamiliares, observa-se que a condição de

deles, baseados nos problemas reais, na facilidade de

propriedade do lote dá inicio a um processo rápido de

compreensão dos entrevistados e às vezes no surgimento de

transformação do ambiente construído, na maioria das

problemáticas ainda não percebidas pelo pesquisador.

vezes, de forma inadequada. Os moradores agem por conta

O questionário pré teste (Anexo 1) foi aplicado em

própria para providenciar espaços de lazer e recreação, e

seis moradores do conjunto e logo apresentou aspectos de

outros elementos necessários à criação de uma definição de

necessidade de complementação e reformulação de

bairro. Porém, mesmo com elas, um aspecto geral de

perguntas, assim como de interpretação e aprofundamento

abandono

das respostas obtidas. Afirmações do tipo: “Não vou falar

prevalece,

particularmente

nas

áreas

públicas, que podem ser vistas como áreas de ninguém ou

mal

do

que

eu

tenho”;

foram

corriqueiras

e

áreas que ficaram para trás.

esperadas, principalmente por aqueles que demonstram um

Para compreender a relação dos moradores do Jd.

apego maior pelo BAIRRO. A dificuldade de se responder

Paiva com o ambiente construído foi elaborado um

com precisão levava a rodeios ou respostas dúbias, onde se

questionário tendo como referência os trabalhos de Ornstein

percebia certo descontentamento velado.

e Romero (2003), (ver anexo 1). Através dos trabalhos dos

Tais situações demonstram, de certa forma, que os

autores, foi possível estabelecer critérios que se encaixavam

moradores já estão cansados de falar sobre problemas que

ou

atingem o Jd. Paiva desde a sua primeira ocupação. Isto

não

no

estudo

em

questão,

todas

as

questões

direcionadas diretamente a habitações coletivas foram

ficou

reelaboradas

apontados no bairro: falta de áreas de lazer, abandono das

relacionadas

ou

excluídas ao

do

processo

roteiro.

As

perguntas

construtivo

do

conjunto, executado sob o sistema de mutirão foram anexadas ao questionário com o objetivo de se avaliar este tipo

de

procedimento,

desenvolvido

pelos

órgãos

muito

claro

a

partir

dos

principais

áreas verdes e escassez de áreas comerciais.

problemas


O QUESTIONÁRIO DEFINITIVO

A

etapa anterior demonstrou a

necessidade de

para ser executada em quantidade significativa de forma

reformulação do questionário a ser aplicado

individual. A aplicação do pré teste foi algo que deixou esta

aos moradores. Com o direcionamento do foco do trabalho

situação bastante evidente, através de entrevistas que

ao meio urbano, ponto que apresentou as problemáticas

chegaram a 1 hora de duração. Através das escolas de

mais

observação

Ensino Fundamental e Médio existentes no bairro, e dos

pessoal, como também na rejeição evidente por parte dos

alunos obviamente, conseguimos chegar aos pais que

moradores observada na aplicação do questionário pré-

habitam o Jardim Paiva. Este procedimento também

teste, foi necessário uma abordagem mais substancial na

demonstra pontos negativos, já que muitos dos questionários

avaliação

As

não foram devolvidos pelos alunos e outros não puderam ser

questões, portanto, passaram a ser mais voltados para o

utilizados por se tratarem de moradores dos bairros do

urbano, analisando equipamentos, áreas de lazer, áreas

entorno, em sua maioria o Jd. Paulo Gomes Romeo.

evidentes,

verdes,

não

das

equipamentos

a

partir

da

características

entre

No entanto, com os questionários recebidos, um total

outros, assim como as sociabilizações, ou falta delas, que

de 130, foi possível se obter uma média das necessidades e

este

Alguns

dificuldades encontradas na região, e a partir daí propor

questionamentos sobre as residências foram mantidos, com

intervenções reais no meio público que beneficiem os

o objetivo de relacionar o espaço interno da habitação com

habitantes. Através de um mapeamento feito com os

o meio urbano. Foram mantidas ainda as questões referente

questionários que tiveram a informação do endereço

ao mutirão construtivo, a medida que estas podem nos

preenchida foi possível ainda, ver que a distribuição dos

ajudar a compreender a relação dos moradores com o

mesmos ocorreu de forma uniforme, atingindo todo o

bairro antes mesmo de sua ocupação.(Ver anexo 2).

bairro,

espaços

de

comércio

urbanas.

proporcionam

aos

e

serviços,

moradores.

Optou-se também pela distribuição dos questionários

que

pode

desenvolver

características

diferentes em razão do seu tamanho.

a partir do âmbito escolar, a aplicação do questionário diretamente ao entrevistado é uma tarefa demais árdua

Indicaram não participação no mutirão Indicaram participação no mutirão

Mapa 13: Locação dos questionários aplicados Fonte: pesquisa da autora.

setoriais


06

RESULTADOS APO JD. PAIVA I E II


A

s primeiras questões aplicadas no questionário são

É

um

grande

contraponto

famílias

tão

grande

referentes as características dos entrevistados, e

sobreviverem com uma média salarial tão baixa, sem

tem como objetivo avaliar qual o perfil dos moradores do

considerar que o padrão construtivo de 42 m² seria

Jardim Paiva I e II, social e economicamente.

De início nota-se uma boa colocação no nível escolar, com o Ensino Médio ultrapassando a metade da

população

entrevistada,

provavelmente

ocasionado pela quantidade razoável de jovens que preencheram os questionários, identificados a partir do segundo população,

gráfico, cabe

chegando lembrar

que

a a

32% escolha

da dos

entrevistados foi realizada de maneira aleatória. Já quanto a renda familiar nota-se que existe a predominância de classe baixa, cerca de 85% de famílias com renda até 3 salários mínimos, sendo que destas 30% apontam viver com apenas 1 salário mínimo mensal (ver gráfico 4). Fazendo ainda um comparativo com o gráfico referente ao número de habitantes nestas residências, (ver gráfico 5) vemos que o caso é ainda mais crítico: 60% das famílias são compostas por 4 ou 5 pessoas, e mais de 20% de 6 a 7, médias bem maiores que o valor indicado das famílias brasileiras que é de 3,4 pessoas por habitação.

5% 35%

pessoas, excedendo este número a habitação torna-se desconfortável, tanto nos aspectos físico-espaciais

56%

Ensino Médio Ensino Superior

quanto nos aspectos que abordam a privacidade individual.

nda

Os gráficos apontam também que quase metade da população entrevistada não é morador original da residência (ver gráfico 8). Nestes mais de dez

anos

de

venderam, casas,

ocupação

repassaram,

demonstrando

identidade

ou

de

ou

muitos

satisfação

moradores

alugaram

provavelmente com

a O

Gráf. 4: Renda familiar (salários minímos)

suas

falta

de

AMBIENTE

1%

1

1%

CONSTRUIDO. No gráfico 6 é possível ver que as

13%

porcentagens mais significativas quanto ao tempo de

31%

1 ano com 32%, os demais somam 32% entre 11 e 9

1a3 3a5

moradia no conjunto são de 5 a 3 anos com 36% e 3 e 54%

5a7

anos e 8 e 6 anos. Desses moradores 45% vieram de

7 a 10

outras regiões de Ribeirão Preto, 59% provenientes de casas de aluguel e 19% de favelas.

Gráf. 2: Idade do entrevistado

15%

Gráf. 5: Número de ocupantes da residência

1

até 19

2% 4%

32%

feminino 74%

Ensino Fundamental

4%

adequado para uma família padrão de no máximo 4

Gráf. 1: Sexo do entrevistado

26%

Gráf. 3: Escolaridade

1% 0%

20-29

5% 21%

2a3

12%

30-39

masculino 37%

10%

40-49

4a5 61%

50-59

6a7 8a9

60 ou mais 10 a mais

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


A grande porcentagem de pessoas que não se

pontos

da

obra

ocorreu

o

envolvimento

do

identificaram como primeiro morador claramente

morador, nota-se que entre os que participaram do

interfere

mutirão

mutirão as ações giraram em torno apenas do

a

trabalho

nas

construtivo,

questões

a

participação

grande no

referentes maioria

construção

das

morador não foi consultado a respeito do projeto da

parcela que marcou a opção “sim” é muita pequena.

residência ou do bairro, serviu apenas como mão de

Destes,

obra improvisada na construção de um abrigo, que

não

inviabiliza

braçal:

aprofundamento nas questões posteriores, já que a que

que

não

fundações, paredes, telhado e acabamentos gerais, o

disse

o

apontou

o

metade

processo

ao

se

encontrava

ele

ocuparia

e

empregado no período da construção das casas, o

posteriormente

que facilitava o trabalho em qualquer horário do dia.

particularidades e necessidades, procurando incutir ao

Dentre os que apontaram estar trabalhando, a maioria

máximo uma identidade própria.

implantaria

É possível enxergar este ponto quando se analisa

trabalhar no mutirão em horários alternativos e aos fins

as respostas dos que classificaram o processo como

de semana. No entanto, entre os que se apontaram

“desnecessário”

como prejudicados as justificativas apontadas partiram

consideração foi de que o produto seria de qualquer

desde a perda do emprego até a necessidade de

forma pago posteriormente pelo morador, justo então

contratação de pessoas para a realização do trabalho

seria que o poder público entregasse o produto pronto.

construtivo.

Se considerarmos então que pouco é dado de escolha

Quando a pergunta foi quanto a classificação

gráfico

13).

No

geral,

respostas

ter

construtivos são os melhores, talvez o custo benefício

que

de se ter uma obra desta proporção com mão de obra

participado

do

informaram

processo

construtivo,

não mas

outra região outro bairro

Gráf. 8: Primeiro morador?

sim

e

que,

nem

qualificada

sempre

obviamente optaram por responder à questão. A

não

não

opção “importante” foi a escolha de mais de 60% dos

vantajoso,

entrevistados, porém quando foi perguntado o porque

exclusivamente, para o futuro morador.

principalmente,

senão

os

58%

resultados

seja quase

não

42%

ao morador no momento das construções destas habitações,

que

55%

a

da experiência do mutirão, foi considerada mesmo as daqueles

45%

suas

também se encontrava bem resolvida, indicando

(ver

Gráf. 7: Local da moradia anterior

tão que

da resposta, a maioria aponta o fato de que nisto

Gráf. 9: Tipo da moradia anterior

resultou a obtenção das casas, ou seja, independente favela

Gráf. 6: Tempo que residem no conjunto

de ter sido obra do morador ou ação exclusiva da prefeitura o importante foi o produto final, poucos

cortiço

consideraram o envolvimento com o lugar e com os futuros vizinhos como ponto forte do mutirão, na maioria

estes

“gratificante”,

se embora

encaixaram entre

na

estes

do

mutirão,

(ver

gráficos,

10,

11

e

12).

4%

19%

11% 14%

entre 11 e 9 anos

0%

casa ou ap. alugado casa própria construída

entre 8 e 6 anos

se

encontre a obtenção do produto “casa” como sentido real

32%

opção

também

7%

18%

36%

entre 5 e 3 anos entre 3 e 1 ano

59%

casa própria convencional outro

Provavelmente a leitura do gráfico 14 explica este tipo de percepção, no gráfico é possível identificar em que

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


Gráf. 13: Como classifica a experiência do mutirão

Gráf. 10: Participou do mutirão

Na sequência começam as perguntas que abordam os aspectos do bairro e da habitação, no sentido principal 12% 27%

desnecessária

20%

Sim

6%

Não 73%

chamar atenção para avaliação dos acessos a pé as irrelevante importante

62%

de como esta se relaciona com o entorno. É importante

gratificante

casas,

quase

20%

dos

moradores

(ver

gráfico

15), consideram como “ruim” ou “péssimo”, é um número preocupante, e a situação de acessibilidade as casas se torna mais delicada se consideramos que a maioria dos entrevistados são pessoas jovens, o que nos leva a crer que portadores

de

mobilidade

reduzida

(idosos, cadeirantes, etc.) Devam encontrar obstáculos ainda maiores, 10% dos entrevistados não opinou. No que se

Gráf. 11: Encontrava-se empregado no período do mutirão?

Gráf. 14: Etapas de participação no mutirão

refere aos acessos de carro (ver gráfico 16), a situação melhora um pouco, uma vez que 14% dos entrevistados consideram como “ruim” ou “péssimo”, o que chama atenção nesse caso é que 17% dos entrevistados não

0% 0%

Projeto da residência

8% 46%

15%

Sim

54%

Não

Projeto do bairro Fundações 8%

58% 11%

responderam a nenhuma das alternativas, muitas vezes por não possuir carros.

Construção das paredes Construção do telhado Acabamentos Não participei

Gráf. 15: Acessos à casa, moradores a pé:

Gráf. 12: O mutirão atrapalhou sua rotina de trabalho?

Gráf. 16: Acessos à casa, moradores veículos:

ótimo ótimo 5% 21%

10%

Sim Não

50%

bom

12%

14%

ruim

2%

17%

14%

bom

12%

ruim

Não estava trabalhando 29%

59%

péssimo

55%

péssimo nda

nda

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


No que se refere as áreas comuns no interior das residências,

constatamos

entrevistados

apenas com auxilio de um pedreiro ou de pessoas

possuem quintal (ver gráfico 17), o que, no caso de muitos

“entendidas” de construção, outro ponto encontra-se no

moradores,

do

comparativo com o gráfico 8 que indica quase metade da

lazer, que de certa forma interfere na sociabilidade dos

população entrevistado como não sendo o morador

moradores do Jd. Paiva., 52% dos entrevistados consideram

primário, o que suscitaria a possibilidade da realização de

“bom” o deslocamento da casa para o trabalho (ver gráfico

reforma ou ampliação em período anterior e sem o

18), e 23% consideram como “ruim” e “péssimo”, percebe-se

conhecimento do morador atual.

acaba

que

levando

67%

a

dos

estas são executadas sem autorização da prefeitura e

uma

privatização

Alguns aspectos, entretanto, mostraram-se bastante

serviço de transporte, já a ausência de infraestrutura urbana

evidentes na análise feita, os gráficos 21, 22, 23 e 24

foi

demonstram certo descontentamento dos moradores com

questão

levantada

constantemente

pelos

moradores.

ótimo

2% 2% 9%

18%

bom

ruim

que a insatisfação do bairro não está relacionada com o uma

Gráf. 19: Aparência da residência

69%

péssimo

nda

relação ao bairro. Os gráficos que apontam a aparência

No que se refere a paisagem urbana, a aparência

das áreas verdes e a segurança do bairro são os mais

das residências foi avaliada na sua grande maioria como

evidentes, 53% das pessoas classifica a aparência das áreas

ótima e boa, 87% (ver gráfico 19), provavelmente devido ao

verdes como “ruim” e “péssimo” (Veja gráfico 21), já quanto

fato de que a avaliação da “APARÊNCIA” passa por critérios

a segurança no bairro, essa questão chega a 68% entre

muito

estar

“ruim” e “péssimo” (Ver gráfico 23), e demonstra a

relacionado ao fato de que a maioria das casas do

insegurança dos moradores com relação ao bairro. Os

Paiva, 69% (ver gráfico 20), foi modificada pelos próprios

gráficos que tratam da aparência do bairro e da circulação

moradores, No que tange as intervenções nas residências é

pelo

notável no bairro um número razoável de residências

equilibrados, ainda assim, 37% da população considerou a

descaracterizadas do projeto original, ainda assim 31% dos

aparência entre “ruim” e “péssimo” (Ver gráfico 21), e 44%

moradores

também optou por “ruim” e “péssimo” quando questionados

pessoais

e

subjetivos.

dizem

que

e

também

não

possa

fizeram

nenhuma

bairro

a

a

pé,

circulação

encontram-se

pelo

bairro

um

(Ver

pouco

modificação, especula-se que a população possa ter medo

sobre

gráfico

de assumir as intervenções realizadas, já que geralmente

porcentagem em si ainda se apresenta bastante alta.

Gráf. 20: Executada alguma intervenção na residência

31%

mais

24),

Sim 69%

Não

a

Gráf. 18: Deslocamento casa-trabalho

Gráf. 21: Aparência do bairro Gráf. 17: A casa possui: 5% 8%

17%

Quintal 20%

Área livre 67%

Jardim

ótimo

8%

bom

6% 17%

14%

5%

ótimo

7%

bom

ruim péssimo 52%

nda

23%

51%

ruim péssimo

nda

nda

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


As Gráf. 24: Circulação pelo bairro a pé

ótimo 12%

7%

5%

bom 44%

ruim

32%

péssimo nda

calçadas

são

questões

que

pouco

2% 8%

ótimo 22%

bom 32%

ruim

sombra

dos

um

arborização como “bom”, e 36% entre “ruim” e

de problemas nas mesmas, o que as análises in loco

“péssimo”. Resultado bastante parecido foi alcançado

demonstraram não ser a situação que se apresenta na

com relação ao piso, 50% consideraram bom e 42%

maior parcela do bairro, até mesmo ao desuso

entre “ruim” e “péssimo”(Ver gráfico 27). O mesmo se

cotidiano, seja pelo deslocamento feito por carros, a

notou quando a questão foi acessibilidade, 51% das

correria do dia a dia, ou a própria rejeição por parte

pessoas responderam como “bom” e 41% ficaram entre

dos moradores que optam por disputar as vias de

“ruim” e “péssimo”, como já vimos a topografia do

trânsito com os veículos automotores, acostumando-se

bairro não contribui de forma a facilitar a acessibilidade

tanto a este fato que as calçadas se apresentam como

das calçadas, que em sua maioria apresentam degraus

obsoletas.

de transposição nos limites dos lotes. Outra questão a a

respeito

destas

consideram

respostas

e 13% “ótimo” (Ver gráfico 25), com apenas 16%

da população mais jovem no bairro, como é visto no

considerando como “ruim”, como já foi dito a largura

gráfico 2, que não são tão afetadas por exemplo, pela

das

falta de acessibilidade das calçadas.

calçadas

do

bairro

não

atendem

a

atual

legislação. A arborização das calçadas já não traz resultado tão discrepante, porém por ser um bairro

nda

Gráf. 25: Largura das calçadas

1%

Gráf. 22: Aparência das áreas verdes 16%

5%

Gráf. 26: Arborização das calçadas

ótimo 13%

ótimo

bom 11%

ruim ótimo 9%

bom

6%

8%

bom

péssimo nda 65%

25% 50%

ruim péssimo

24%

30%

29%

tão

balanceadas pode estar relacionada à preeminência

péssimo

8%

a

das calçadas 65% da população classifica como “bom”

pouco arborizado e com espécies que produzem

36%

mais

ser das mais distintas: desde a não existência realmente

considerada

pesquisados

resultado

negativo,

ser

50%

esperava-se

incomodam os moradores, e as razões para tal podem

Nos gráfico podemos ver que quanto a largura Gráf. 23: Segurança do bairro

pouca

ruim

nda

péssimo nda

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


Gráf. 27: Piso das calçadas

Gráf. 28: Acessibilidade das calçadas ótimo

2% 13%

ótimo

3%

bom

6%

bom

5%

16%

ruim

ruim

50% 29%

51%

25%

péssimo

péssimo nda nda

Questionados sobre as instalações de esgoto foi

Gráf. 31: Coleta de águas de chuva

Gráf. 29: Instalações de esgoto

grande o percentual de moradores que se mostraram insatisfeitos, cerca de 50% classificaram as instalações de esgoto entre “ruim” e “péssimo”. As falhas do sistema são evidentes, apresentando por diversas vezes pontos de

4% 5%

20%

bom

vazamento pelo bairro, ainda assim 43% dos respondentes classificaram o sistema como “bom” (Ver gráfico 29). O mesmo ocorreu com o gráfico sobre coleta de água de chuva

que

apresentou

a

mesma

porcentagem

ótimo

ótimo

43%

20%

4% 5%

43%

ruim

28%

péssimo

nos

bom ruim péssimo

28%

nda

nda

resultados (Ver gráfico 31). O fato é que quando se apresenta

tamanho

equilíbrio

nas

porcentagens

das

respostas obtidas (metade da população aprova enquanto a outra metade desaprova), as análises feitas em loco serão o único meio para complementação do estudo, é preciso comparar com a situação que se apresenta na área.

Gráf. 30: Coleta de lixo

Gráf. 32: Áreas verdes

O gráfico sobre a coleta de lixo no bairro mostrou com evidência que este serviço se encontra bastante

2%

satisfatório na opinião dos moradores, sendo seu índice de aprovação de 76% (Ver gráfico 30). Enquanto que o de

6%

10%

bom

16%

áreas verdes mais uma vez apresentou alta porcentagem de desaprovação, 50% da população considerou entre “ruim” e “péssimo”.

ótimo

ótimo

39%

ruim 66%

péssimo

bom

5% 6% 19%

ruim péssimo

31%

nda nda

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


Na análise dos equipamentos públicos destacaram-

cada vez mais se restringem para as necessidades pessoais

se de forma negativa o Posto Policial, o Posto de Saúde e os

realizadas

Espaços

apontado

habitação, o que contribui para o abandono e depredação

propositalmente na pesquisa já que este equipamento não

das áreas públicas. 26% dos entrevistados disseram praticar

existe no bairro, nem nas suas proximidades. A instalação de

o lazer nas calçadas, enquanto 6% assinalaram a opção

uma base policial na região já é reivindicação de

“outros”.

de

Lazer.

O

Posto

Policial

foi

vereadores da câmara municipal de Ribeirão Preto. A

em

sua

maioria

dentro

do

espaço

da

Gráf. 35: Creches ótimo bom 11%

As escolas e creches tiveram ótima avaliação na

solicitação pede que a base seja instalada no bairro Jd.

pesquisa,

conforme

gráfico 35,

Paulo Gomes Romeo, que faz divisa com o Jd. Paiva I e II, e

“ótimo”, somaram 72% das respostas na análise das

a justificativa apresentada é o aumento dos registros de

creches, já as escolas apresentaram 65% das respostas

criminalidade que acompanharam o aumento populacional

somando as opções “bom” e “ótimo”. No geral os

ocorrido na região a partir do ano 2000. A base policial

equipamentos

militar mais próxima encontra-se no bairro Alto do Ipiranga a

necessidades dos moradores.

existentes

as opções

parecem

estar

“bom”

suprindo

e

15%

9%

ruim

8%

péssimo 57%

nda

as

quase 1,5 km de distância. Deve-se a estes fatos um resultado

tão

entrevistados “péssimo”

negativo oscilando

e

37%

na as

pesquisa, respostas

optando

por

com entre

45%

dos

“ruim”

ou

nenhuma

Gráf. 33: Base policial Gráf. 36: Escolas

das

ótimo

opções, acrescentando em seguida que o equipamento não existe (Ver gráfico 33).

bom

Já o posto de saúde apresentou 58% das respostas

5% 37%

13%

9%

3%

9%

ótimo

ruim

entre “ruim” e “péssimo””, o que só vem confirmar o que já havia sido levantado nos estudos in loco. O resultado já era

bom

23%

21%

ruim

péssimo

esperado pelas condições nas quais o equipamento se

péssimo

56%

24%

apresenta, obviamente que as condições gerais do sistema

nda

nda

de saúde brasileiro influenciam diretamente a pesquisa, no entanto, é possível identificar a problemática de um equipamento adaptado e de espaço restrito que atende não só o Jd. Paiva I e II, como o Jd. Paulo Gomes Romeo e

Gráf. 34: Posto de saúde

ao mais recente, Wilson Tonni. No

gráfico

que

analisa

os

espaços

de

lazer

Gráf. 37: Espaços de lazer

então, apenas 9% da população classifica os espaços como

2%

“bom”, sendo este o quesito de maior rejeição de toda a pesquisa com 66% das respostas entre “ruim” e “péssimo”

26%

bom 34%

(ver gráfico 37). A falta de praças, playgrounds, e outros

22%

3%

9%

ótimo

ruim péssimo

equipamentos é algo que realmente atinge a população de um bairro, que procura alternativas, muitas vezes não tão

ótimo

6%

29%

nda 32%

bom ruim

37%

péssimo

adequadas para suprir esta necessidade. No gráfico 38

nda

vemos que 67% da população indicou que pratica o lazer dentro de suas próprias casas, tal situação acaba para contribuir com a retração da vida em sociedade, as pessoas Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


No gráfico que trata da contribuição à vida no bairro foi possível confirmar outro ponto percebido nas análises in loco, 54% da população afirma contribuir diretamente

Gráf. 40: Equipamentos que precisam ser implantados ou readequados

com a manutenção das áreas livres do bairro, seja através do plantio de árvores ou da limpeza das áreas verdes. Outros 36% dos entrevistados diz contribuir cobrando ações

Posto de saúde

de melhorias ao poder público (ver gráfico 39).

Escolas de ensino fundamental e médio

A última questão aborda diretamente o que os moradores do bairro

10% 8%

precisam, no geral os entrevistados apontam todos os equipamentos como necessários de implantação, ou pelo menos adequação. As escolas porém, foram citadas um

Escolas de ensino infantil e creches

13% 4%

Posto policial Centro comunitário

11%

13%

menor número de vezes, creches e escolas somam apenas 7% das respostas, o que já era esperado com base nas respostas positivas obtidas nos gráficos 35 e 36. Enquanto

3%

Ciclovias Pistas de caminhada

13%

10%

que o posto de saúde, o posto policial e parques, áreas verdes e áreas de lazer

Parques, áreas verdes, áreas de lazer 9%

empataram como os mais reivindicadas pela população, cada um apresentou

6% Praças, playgrounds, academias ao ar livre

porcentagem de 13% do total, seguidos por praças, playgrounds e academias ao ar

Pontos de ônibus, lixeiras e telefones públicos Comércio

livre, com 11%, comércio e centro comunitário com 10%, pistas de caminhada com 9%, mobiliário urbano com 8% e ciclovias com 6% (ver gráfico 40).

Gráf. 38: Local onde desfrutam convivência e lazer

Gráf. 39: Contribuição à vida no bairro

Plantio de árvores Dentro das próprias casas

1% 6%

10% 31%

Nas calçadas

26%

Limp. e manut. das áreas verdes

36%

67%

Na pracinha

Cobrança ao poder público 23%

Outros Outros

Os resultados dos questionários acima são a base da proposta de desenho urbano sustentável para o bairro que será apresentada a seguir. A avaliação pósocupação realizada no jd. Paiva i e ii ajudou a qualificar o meu olhar técnico, enriquecendo a compreensão do caráter do lugar sobre como os atributos de desenho são percebidos pelos usuários e como este conhecimento pode vir a ser utilizado para qualificar o ambiente construído.

Fonte dos gráficos: Pesquisa autora


07

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO URBANA NO JD. PAIVA I E II


DIRETRIZES PROJETUAIS A proposta desenvolvida têve o objetivo principal de atender ao máximo as demandas

AÇÕES DE MELHORIAS PROPOSTAS IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS DE LAZER:

a implantação de áreas de lazer deve

encontradas no conjunto habitacional Jd. Paiva I e II, de maneira que fosse possível impactar

contribuir com o item anterior na situação de trazer mais pessoas para a rua, visto também que

sobre o modo de vida da população, não só proporcionando melhorias e satisfazendo

foi uma das maiores reivindicações dos moradores do bairro quando da análise dos

necessidades, como também mobilizando-os ainda mais no sentido de apropriação da área

questionários. Estes espaços de lazer foram implantados conforme a disponibilidade e a

onde vivem. As principais diretrizes são:

adequação de áreas disponíveis para tal fim, levando em conta a necessidade de integração

- Romper a fragmentação dos espaços coletivos no conjunto (áreas verdes, áreas de lazer e práticas esportivas, áreas de comércio e prestação de serviços), através de uma ligação física e espacial destas áreas.

do lazer a equipamentos já existentes. O parque instalado na área central do bairro contará com áreas de lazer contemplativo, equipamentos de ginástica ao ar livre, playground infantil, área com quiosques

- contribuir para a construção e consolidação da autossuficiência do conjunto, no que

onde os moradores poderão realizar churrascos, uma área para instalação de equipamentos

diz respeito a espaços de lazer e convivência, áreas comerciais e de prestação de

de alimentação (praça de alimentação) e dois banheiros públicos, situados nas extremidades

serviços, através da criação e adequação destes espaços.

do parque.

- Deflagrar um processo crescente de melhorias no bairro, a partir das intervenções

O projeto deve se basear quase que exclusivamente no uso de decks de madeira para

propostas, garantir a ocorrência da vida coletiva, tornar os moradores mais envolvidos com os

menor intervenção possível no terreno existente, que possui muitos pontos de declividade

problemas do bairro.

acentuada. Na cabeceira do parque, mais próximo da área de nascente existe um ponto de

-

alagamento, visualizado no período das chuvas, ali é proposto a criação de um lago

elaborar espaços onde as pessoas compartilhem uma mesma forma de vida e reforce o

sentimento de grupo.

artificial, que permita essa absorção natural da água das chuvas e ainda proporcione qualidade visual ao parque. Quanto a área da nascente, esta mantêm-se resguardada no projeto, a proposta é que seja feito um replantio de árvores que contribuam com a reconstrução da mata ciliar.

Figura 63: Desenho desenvolvido para o equipamento de instalação dos sanitários Fonte: Desenho autora.

Figura 64: Proposta do parque linear, vista dos decks e do playground. Fonte: Desenho autora.


No extremo oposto ao local da nascente o terreno se apresenta muito mais alinhado e seguindo as indicações encontradas no próprio bairro a partir do uso que muitos moradores davam as áreas verdes, ali é proposto a implantação de um pomar comunitário. Esta proposta visa não só o beneficiamento das famílias do bairro com relação ao consumo de frutas frescas, como também proporcionar mais uma vez a integração social dos moradores no plantio e cuidados gerais com o pomar. A área de cerca de 15000 m² pode conter até 150 mudas

de

diversas

espécies

frutíferas

como

laranja, tangerina, acerola, abacate, jabuticaba, manga, entre outras. Obviamente este projeto exige o envolvimento de várias frentes sociais, principalmente da associação de moradores do bairro que deve em um segundo momento, ser a maior responsável pela gestão da área. Seguindo referências do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome): O projeto deve ser realizado pela comunidade, com suporte de órgão da administração pública e/ou de entidades de assistência técnica agrícola. Toda produção destina-se ao consumo próprio da população local. O excedente deve ser comercializado, possibilitando a geração de trabalho, a ampliação de renda e a inclusão social. (Disponível em: <http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/seguranca-alimentare-nutricional/regiao-metropolitana/gestor/hortas-comunitarias> Acesso em 12/11/2013).

O plantio de frutas é tido como foco principal do projeto, porém deixa uma abertura para que os moradores se decidam quanto a implantação também de uma horta comunitária, visto que o Parque Rubem Cione deve ser inaugurado com esta proposta à população. Outra área de lazer deve ser implantada ao norte do bairro ao lado da proposta para o centro comercial de serviços a área deve contar com academia ao ar livre, playground infantil, bibicletários, quadras poliesportivas e ainda um teatro de arena, onde se podem encenar números desenvolvidos por grupos de teatro e dança do centro comunitário.

Figuras 65, 66 , 67 e 68: Vistas do parque linear Fonte: Desenho autora.


IMPLANTAÇÃO

DE

CORREDORES

Para isto as calçadas situadas nas vias específicas

DE dos

CONEXÃO E MELHORIAS NAS CALÇADAS:

ampliação

A proposta trata de um sistema de interligação entre

de

2,5

metros

uma

para

3

mantido mesmo para as calçadas com 4 metros de largura..

caiam no desuso e abandono habitual, assim como

Também será implantada uma paginação diferenciada

proporcionar uma caminhar agradável aos moradores

nestas calçadas, criando uma identidade própria para os

através destas ligações, que poderão sempre se locomover

corredores e para as áreas verdes utilizando o piso

por espaços arborizados e dinâmicos, contribuindo com a

intertravado que é de fácil instalação, antiderrapante e

vida coletiva e com a quantidade de pessoas nas ruas, o

mais

que consequentemente remete a maior segurança para os

permeável

que

o

concreto

comum,

além

de

proporcionar versatilidade na paginação de pisos.

moradores.

0 ,7 5

mesmas,

propõem-se

servidão com dimensão de 0,75 metros. Este padrão é

vínculo de modo que se tornem pontos de encontro e não

0 ,7 5

repensadas,

implantação de gramado e arborização na faixa de

proporcionar uma aproximação entre estas áreas, um

2 ,2 5

das

serão

metros, adequação às questões de acessibilidade, e

as áreas verdes existentes no conjunto. O objetivo é

0 ,7 5

corredores

3 ,2 5 6 ,0 0

3 ,2 5 6 ,0 0

Figuras 69: Paginação de piso das calçadas, calçadas de 3,00 m, calçadas de 4,00 m e calçadão do parque linear, 6,00 m. Fonte: Desenho autora.

                                                                  

Mapa 14: Indicação dos corredores verdes Fonte: pesquisa da autora.


CENTRO COMUNITÁRIO E UBS:

CENTRO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS:

Na área onde atualmente se encontra a UBS instalada

Este equipamento e os apoios que são propostos

em uma antiga casa sede da fazenda Baixadão é proposto a

em seu entorno devem transformar esta área no coração

instalação de um centro comunitário, onde os moradores

do bairro, com atividade para todos os momentos do dia.

No terreno ainda será implantado uma base

possam primeiramente se reunir para decidir acerca de

O projeto foi desenvolvido a partir do deck de madeira

policial, que como já foi dito, era uma reivindicação dos

problemas relacionados ao bairro, e onde sejam realizados

interligando todos os equipamentos de lazer também

moradores, o objetivo da escolha por este local foi de

também programas de apoio a população, por meio de cursos

propostos para a área, partindo originalmente das

garantir

diversos voltados desde as crianças até o pessoal da terceira

quadras poliesportivas que já se encontravam instaladas

comercial, permitindo que os usuários possam desfrutar do

idade. Propõe-se que na casa-sede se situe o setor administrativo

no local até os edifícios do centro comercial. Devido o

espaço durante qualquer período do dia sem nenhuma

e que seja construído um prédio anexo para a realização dos

desnível acentuado do terreno foi necessário trabalhar

restrição. Sua locação em terreno contíguo ao bairro Jd.

demais atendimentos ao público, e que se disponha ainda de

com platôs em vários níveis, todos eles

Paulo Gomes Romeo também vem considerar a intenção

uma quadra coberta para o desenvolvimento de práticas

rampas com inclinação de 8%.

esportivas.

acessíveis por

Assim como todas as outras áreas do bairro o verde

A UBS deve ser remanejada para um novo espaço

foi um dos pontos mais considerados no desenvolvimento

desenvolvido no espaço contíguo ao centro comunitário e à

do projeto, grandes áreas verdes planejadas para o uso

creche já existente no terreno, seu tamanho deve ser calculado

da população, viabilizando o uso dos espaços sem a

com base no atendimento a população dos bairros do entorno. O tamanho do lote permite a instalação dos três equipamentos e ainda se dispõe de área livre para trabalhar ainda mais os pontos de lazer do bairro, a instalação de mobiliário urbano como mesas e bancos, deve proporcionar o uso do espaço pela população, este espaço deve ser um prolongamento do centro comunitário promovendo a circulação de pessoas entre os dois meios.

Figuras 70: Vista aérea do centro comercial e de serviços e dos equipamentos de lazer do entorno. Fonte: Desenho autora.

necessidade de uma impermeabilização agressiva da área.

uma

segurança

ainda

maior

ao

ponto

de se instalar o equipamento naquele bairro, como também já foi citado.


O centro de comércio e serviços foi

mantido, sem a necessidade, ou interesse, de se

pensado para solucionar o problema com a

propor

deficiência e carência de comércio e serviço do

considerando

bairro, o objetivo é que os moradores se sintam

atendimento ao bairro, mantendo o mesmo perfil

interessados em possuir seu negócio em ponto

de serviço e comércio que se apresenta no local.

mais estratégico e que disponham desta área

As metragens desses pontos devem se concentrar

para

em

trabalhar,

deixando

o

espaço

das

residências apenas para usufruto próprio e da

grandes

40

e

60

margens

que

o

m²,

para

principal

tamanhos

ampliações

objetivo

razoáveis

é

o

para

empreendimentos da escala de vizinhança.

família, sem o comprometimento do espaço físico

O edifício deve conter uma metragem

ou da liberdade familiar. Para isto foi considerado

aproximada de 2800 m², contando ainda com

a quantidade da contagem realizada em outubro

áreas para circulação vertical e sanitários para a

de 2012, onde se apontavam a existência de 88

população que fizer uso do espaço ou dos

pontos

equipamentos da praça. Seriam dois edifícios

comercias,

destes

desconsideramos

algumas tipologias de comércio de vizinhança

desenvolvidos

(padarias,

e

comercial a céu aberto, entre os dois deve se

priorizamos o comércio de utilidades (lojas de

concentrar uma área central onde seja possível a

roupa, calçados, lanchonetes, etc) que somam 45

realização do lazer

pontos

lanchonetes noturnas.

açougues,

e

15

pontos

farmácias,

de

etc),

prestação

de

sob

o

conceito

através

de

de

galeria

barzinhos

serviços, chegando a um total de 60 pontos de atividade.

Considerando

encontram-se

bastante

que

alguns

consolidados

pontos e

que

possivelmente não haja o interesse por parte do proprietário em se deslocar, este valor deve ser

Figuras 71, 72, 73 e 74: Vista de área anexa ao centro comercial, equipamentos de lazer e áreas verdes. Fonte: Desenho autora.

e


IMPLANTAÇÃO DE CICLOVIAS E CICLOFAIXAS: As ciclovias serão implantadas seguindo as diretrizes da

circulação de carros quando a mesma não estiver em uso. As

prefeitura de Ribeirão Preto. A partir da Av. Virgílio Soeira no bairro Jd.

ciclovias possuem dimensão de 3 metros enquanto as

Paulo Gomes Romeo iniciam-se as ciclovias das avenidas Renê Oliva

ciclofaixas possuem dimensão de 2,5 metros, ambas com

Strang e Dra. Nadir Aguiar já no bairro Jd. Paiva, ambas devem se

característica unidirecional, o que facilita a circulação de

localizar sobre o canteiro central das avenidas. A ciclovia da Av. Dra.

ciclistas no sentido de ir e vir, a tecnologia proposta à

Nadir Aguiar segue até a Av. Rio Pardo, onde a ciclovia se localiza na

aplicação no piso consiste em um revestimento asfáltico

margem da linha férrea, dali segue até se encontrar com a ciclovia da

colorido, possível de ser aplicado sobre o asfalto ou

Av. Renê Oliva Strang no acesso ao bairro. As ciclofaixas devem fazer a

concreto, de bastante aderência, evitando a ocorrência de

interligação interna do bairro, partindo das ciclovias e ligando os pontos de lazer do Jd. Paiva, circundando o parque linear, de onde pode seguir para o equipamento de comércio e serviços ou para o centro comunitário de onde também pode acessar a entrada do Parque Rubem Cione. A preferência para instalação das ciclofaixas

acidentes e resistência as intempéries, sendo vantajosa a longo prazo. As ciclovias e ciclofaixas devem contar ainda com arborização ao longo de todo seu percurso com o objetivo de proporcionar o maior sombreamento possível aos seus usuários.

também foram as áreas verdes e canteiros centrais, porém em dois pontos foi necessário a implantação das mesmas em vias de trânsito, com a menor extensão possível devido a característica já estreita das vias do bairro. Os pontos em questão foram a Rua João Nogueira, responsável pela ligação da ciclovia da Av. Nadir Aguiar ao Parque Linear, e na Rua Júlio Fazzio onde é feita a ligação da ciclovia da Av. Renê Oliva Strang ao centro comercial e de serviços. Nestes trechos as ciclofaixas ocupam 2,5 metros da rua, entretanto o fluxo de carros nos dois trechos é bem pequeno,

e

a

característica

da

ciclofaixa, que é compartilhada e não segregada

como as ciclovias, facilita a

                                                                                

Mapa 15: Indicação de ciclovias e ciclofaixas Fonte: pesquisa da autora.


MOBILIÁRIO URBANO

Figura 79: lLixeira a ser instalada em calçadas e praças. Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil. Julho de 2011.

Figura 75: Banco indicado para vias públicas e praças Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil. Julho de 2011.

Figura 78: Sistema para iluminação de praças Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil. Julho de 2011.

Figura 80: Tipologia de biciletário Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil. Julho de 2011.

Figura 76: Tipologia de banco para utilização nos decks de madeira. Fonte: desenvolvido pela autora

Figura 77: Tipologia de banco com jardineira para utilização nos decks de madeira. Fonte: desenvolvido pela autora

Figura 81: Sistema para iluminação de vias Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil. Julho de 2011


VEGETAÇÃO

Indicadas para os canteiros centrais das avenidas e para as grandes áreas verdes.

Indicadas para o pomar, de livre escolha da População.

12–14m altura na maturidade 8–10m copa Figura 82 : Espécies de árvores propostas Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil.

Indicadas para calçadas, praças e áreas verdes. Pitangueira

Laranjeira

Jabuticabeira

Abacateiro

Mamoeiro

Mexeriqueira

Figura 82 : Espécies de árvores frutíferas propostas para o pomar. Fonte: http://www.jardineiro.net/classe/arvoresfrutiferas. Acesso em17-11-2013

FRUTÍFERAS

Limoeiro

Amoreira

6–8m altura na maturidade 5–6m copa

Caramboleira Figura 82 : Espécies de árvores propostas Fonte: PREFEITURA DE SÃO PAULO. Projeto Nova Luz. São Paulo, Brasil.






CONSIDERAÇÕES FINAIS

A

Avaliação Pós Ocupação do

conjunto

O processo de mutirão construtivo deixa dúvidas

habitacional Jd. Paiva I e II apontou

quanto a vantagem real de sua realização, na medida

diversos problemas no meio urbano, problemas estes que

em que muitas vezes compromete a rotina de vida do

dificultavam

trabalhador e não garante um resultado satisfatório dos

a

vida

descontentamento dificultavam

a

dos

entre

moradores

os

ocorrência

e

mesmos, da

vida

geravam

assim

como

coletiva

e

o

envolvimento dos moradores com o bairro.

serviços, já que não faz uso de uma mão de obra especializada. Assim como não parece exercer influência suficiente no desenvolvimento de uma relação de

Espera-se que criação dos novos espaços e a

comprometimento do morador com o meio urbano e

qualificação dos espaços existentes, realizados com base

com a comunidade.

na avaliação pós-ocupação da área, possam solucionar

Quanto

a

urbanização

fica

evidente

a

os problemas levantados. Que a implantação das áreas

necessidade de se organizar o projeto de um conjunto a

de lazer permita que os moradores desfrutem não só do

partir de seus espaços comuns, estes espaços devem

lazer

estar

em

si,

como

também

das

relações

em

acessíveis

a

todos

os

moradores

e

de

comunidade, saindo mais para as ruas; que possam se

preferência, implantados em áreas centrais, com todo o

organizar socialmente no espaço do centro comunitário

entorno convergindo para elas. Há que se planejar ainda

promovendo ações para a população e realizando a

os espaços destinados a zonas comerciais, pontos para

gestão do bairro e de programas como o pomar

comércio

comunitário; que possam circular pelo bairro a pé ou de

regularmente

bicicleta

verde, arborização e estética do conjunto. Todos esses

com

segurança

e

conforto,

através

das

de

vizinhança,

equipamentos

dimensionados,

possam realizar a maioria das necessidades de consumo

empreendimento, para que estejam acessíveis ao uso

e lazer social no Centro Comercial e de Serviços; e que

quando da entrega das primeiras unidades habitacionais.

estas melhorias promovam outras mais, geradas por uma

Por fim, todo o processo desenvolvido a partir da Pós-Ocupação

a

trouxe

implantação

o

aspectos

Avaliação

acompanhar

com

calçadas-verdes, ciclovias e ciclofaixas arborizadas; que

comunidade bem resolvida espacial e socialmente.

devem

preocupação

públicos

a

autora

do

uma

A partir desta análise conclui-se ainda que a

aprendizagem acerca do tema muito gratificante. Esta

participação integral da população no desenvolvimento

aprendizagem certamente será levada em conta em

de um conjunto habitacional deve ser assimilada de

todos os projetos que lhe advirem, podendo ainda gerar

forma natural pelos órgãos competentes, desde a

um maior aprofundamento acerca do tema, que como

elaboração inicial do projeto urbanístico até o interior da

habitação, considerando suas reais necessidades e

expansão no Brasil.

eventuais

desejos,

descontentamento

procurando e

o

assim

diminuir

descomprometimento

morador com o local de moradia.

o do

citado

anteriormente,

encontra-se

em

franca


BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de, GUTIERREZ, Gustavo

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imediata. Outubro de 2008. Vitruvius. Disponível em:

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ANEXOS ANEXO 1 1. Características do entrevistado 1.1. Sexo: (1) feminino (2) masculino 1.2. Idade (anos): (1) até 19 (2) 20-29 (3) 30-39 (4) 40-49 (5) 50-59 (6) 60 ou mais 1.3. Escolaridade: (1) Ensino Fundamental (2) Ensino Médio (3) Ensino Superior (4) nda 1.4. Número de ocupantes da residência: (1) 1 (2) 2-3 (3) 4 -5 (4) 6 -7 (5) 8 -9 (6) 10 ou mais 1.5. Há quanto tempo residem no conjunto? (1) entre 11 e 9 anos (2) entre 8 e 6 anos (3) entre 5 e 3 anos (4) entre 3 e 1 ano 1.6. Local de moradia anterior? (1) outra região (2) outro bairro Qual? ______________________________________ 1.7. Qual era o tipo de sua moradia anterior? (1) favela (2) cortiço (3) casa ou ap. alugado (4) casa própria construída (5) casa própria convencional (6) outro 1.8 Você é o primeiro morador? (1) sim (2) não 1.9. Participou do processo de mutirão para construção das habitações: (1) sim (2) não 1.10. Como classifica a experiência do mutirão: (1) desnecessária (2) irrelevante (3) importante (4) gratificante (5) por quê? _______________________________________________________________________ 2. Aspectos residência e conjunto habitacional Fazendo uma comparação entre esta residência e a anterior, como você a considera em relação a: 2.1. espaços internos da habitação e do bairro: (1) pior (2) igual (3) melhor (4) muito melhor (5) por quê?______________________ 2.2. convívio com os vizinhos: (1) pior (2) igual (3) melhor (4) muito melhor (5) por quê?______________________ 2.3. deslocamento casa-trabalho: (1) pior (2) igual (3) melhor (4) muito melhor (5) por quê?______________________ 2.5. Como você classifica sua casa em relação a:

ótimo (1) (1) (1) (1)

iluminação natural? ventilação? temperatura da casa no inverno? temperatura da casa no verão?

bom (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3)

péssimo (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5)

2.6. Você já observou a presença de focos de umidade na sua casa? (1) sim (2) não (3) onde? ________________________________________________ 2.7. Você já observou a presença de bolor na sua casa? (1) sim (2) não (3) onde? ________________________________________________ 2.8. Você já observou a presença de rachaduras na sua casa? (1) sim (2) não (3) onde? ________________________________________________ 2.9. Foi executado algum tipo de intervenção na residência? (1) sim (2) não (3) onde? ________________________________________________ 2.10. Por que esta alteração foi necessária? __________________________________________________________________ 2.11. Como você considera a aparência:

da sua residência? das áreas verdes do conjunto? do conjunto habitacional?

ótimo (1) (1)

bom (2) (2)

ruim (3) (3)

péssimo (4) (4)

nda (5) (5)

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

3. Aspectos do conjunto habitacional 3.1. Como você considera a segurança do bairro? (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo (5) por quê?__________________________________ 3.2. Como você qualifica a manutenção, conservação e operação: ótimo

bom

ruim

péssimo

nda

das instalações de esgoto?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

da coleta de águas pluviais?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

da coleta de lixo?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

das áreas verdes?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)


3.3. Como você qualifica os equipamentos públicos do conjunto:

Base policial Posto de saúde Escolas Creche Espaços de lazer

ótimo (1) (1) (1) (1) (1)

bom (2) (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3) (3)

péssimo (4) (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5) (5)

3.4. Como você qualifica as áreas de convivência e lazer para:

as crianças? os jovens? os adultos? os idosos? os portadores de necessidades especiais?

ótimo (1) (1) (1) (1) (1)

bom (2) (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3) (3)

péssimo (4) (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5) (5)

4. Qualidade de vida Considerando as condições de moradia no conjunto habitacional, relacione o que é mais importante no seu ponto de vista. Enumere os itens abaixo de 1 (o mais importante) a 10 (o menos importante). Antes de decidir, leia ou ouça todas as alternativas com atenção. Qualidade da construção e suas instalações (água, esgoto, elétrica) Temperatura, iluminação, ventilação, nível de ruído da residência Aparência da residência Segurança contra assaltos e roubos Facilidade de transporte ao trabalho Facilidade de acesso ao comércio, escolas e serviços de saúde Tamanho e disposição dos ambientes na residência Qualidade das áreas verdes e de lazer Qualidade da construção e suas instalações (água, esgoto, elétrica) 12. Comentários adicionais do entrevistado

13. Duração da aplicação do questionário (em minutos) ________________________________ Agradeço muito a colaboração.

( ( ( ( ( ( ( ( (

) ) ) ) ) ) ) ) )


ANEXO 2 QUESTIONÁRIO PARA FINS DE PESQUISA ACADÊMICA Obs: Para opções “nda” leia-se: nenhuma das altenativas. 1. Características do entrevistado Bairro onde mora:____________________________________________________________ Endereço:________________________________________________________ 1.1. Sexo: (1) feminino (2) masculino 1.2. Idade (anos): (1) até 19 (2) 20-29 (3) 30-39 (4) 40-49 (5) 50-59 (6) 60 ou mais 1.3. Escolaridade: (1) Ensino Fundamental (2) Ensino Médio (3) Ensino Superior (4) nda 1.4. Renda familiar (salários mínimos): (1) 1 (2) 1 a 3 (3) 3 a 5 (4) 5 a 7 (5) 7 a 10 1.5. Número de ocupantes da residência: (1) 1 (2) 2-3 (3) 4 -5 (4) 6 -7 (5) 8 -9 (6) 10 ou mais 1.6. Há quanto tempo residem no conjunto? (1) entre 11 e 9 anos (2) entre 8 e 6 anos (3) entre 5 e 3 anos (4) entre 3 e 1 ano 1.7. Local de moradia anterior? (1) outra região (2) outro bairro Qual? ______________________________________ 1.8. Qual era o tipo de sua moradia anterior? (1) favela (2) cortiço (3) casa ou ap. alugado (4) casa própria construída (5) casa própria convencional (6) outro 1.9. Você é o primeiro morador? (1) sim (2) não 2. O mutirão 2.1. Participou do processo de mutirão para construção das habitações: (1) sim (2) não 2.2. Se a resposta anterior for sim, marque de quais etapas participou: ( ) Elaboração do projeto da residência ( ) Elaboração do projeto do bairro ( ) Construção das fundações da residência ( ) Construção das paredes ( ) Construção do telhado ( ) Acabamentos ( ) Não participei do mutirão 2.3. Encontrava-se empregado no período de construção das casas? (1) sim (2) não 2.4. Se sim para a questão anterior, o mutirão atrapalhou sua rotina de trabalho? (1) sim (2) não (3) não estava trabalhando. Por quê? _______________________________________________________________________ 2.3. Como classifica a experiência do mutirão: (1) desnecessária (2) irrelevante (3) importante (4) gratificante. Por quê? ________________________________________________________________________________

3. Aspectos da residência 3.1. Em relação aos acessos a casa, como você classifica: Moradores (a pé): (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo Por quê?______________________________________________________________________ Moradores (veículos): (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo. Por quê?_______________________________________________________________________ 3.2. A casa possui quintal, área livre ou jardim? (1) sim (2) não. Qual delas?_____________________________ 3.3. Se sim, para a resposta anterior, como utiliza esse espaço (lazer, trabalho, depósito, etc.): __________________________________________________________ 3.4. Como você classifica seu deslocamento casa-trabalho: (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo (5) nda. Por que?______________________________ 3.5. Como você considera a aparência de sua residência: (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo (5) nda 3.6. Foi executado algum tipo de intervenção na residência? (1) sim (2) não (3) onde? ________________________________________________ 3.7. Por que esta alteração foi necessária? ______________________________________________________________________ 3.8. Quem executou esta alteração? ______________________________________________________________________ 4. Aspectos do conjunto habitacional 4.1. Como você considera a aparência:

Do bairro Das áreas verdes

ótimo (1) (1)

bom (2) (2)

ruim (3) (3)

péssimo (4) (4)

nda (5) (5)

4.2. Como você considera a segurança do bairro? (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo (5) nda. Por quê?__________________________________ 4.3. Circulando a pé, como você considera a circulação pelo bairro? (1) ótimo (2) bom (3) ruim (4) péssimo (5) nda. Por quê?__________________________________

4.4. Como você qualifica as calçadas, em relação:

Largura Piso Arborização Acessibilidade

ótimo (1) (1) (1) (1)

bom (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3)

péssimo (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5)


4.4. Como você qualifica a manutenção e conservação:

Das instalações de esgoto? Da coleta de águas da chuva? Da coleta de lixo? Das áreas verdes?

ótimo (1) (1) (1) (1)

bom (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3)

péssimo (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5)

péssimo (4) (4) (4) (4) (4)

nda (5) (5) (5) (5) (5)

4.5. Como você qualifica os equipamentos públicos do conjunto: Base policial Posto de saúde Escolas Creche Espaços de lazer

ótimo (1) (1) (1) (1) (1)

bom (2) (2) (2) (2) (2)

ruim (3) (3) (3) (3) (3)

4.6. Onde você, sua família e seus vizinhos desfrutam da convivência e do lazer?: ( ) Dentro das próprias casas ( ) Nas calçadas ( ) Na pracinha (área verde) próxima a sua casa ( ) Outros. _____________________________ 4.7. Em que aspectos você acha que contribuiu para melhorar a vida em seu bairro: ( ) Plantio de árvores ( ) Limpeza e manutenção das áreas verdes ( ) Cobrança ao poder público de ações voltadas ao bairro ( ) Outros. ______________________________ 4.8. Aponte dentre os itens abaixo quais equipamentos são mais necessários de implantação ou de readequação no seu bairro: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( (

) Posto de saúde ) Escolas de ensino fundamental e médio ) Escolas de ensino infantil e creches ) Posto policial ) Centro comunitário ) Ciclovias ) Pistas de caminhada ) Parques, áreas verdes, áreas de lazer ) Praças, playgrounds, academias ao ar livre ) Pontos de ônibus, lixeiras e telefones públicos ) Comércio

Agradeço muito a colaboração.


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