Relatório rui e david final

IPG Escola Superior de Tecnologia e Gestão Conservação e Reabilitação de Edifícios

2014

[REABILITAÇÃO DE UMA MORADIA] Docente: Profª Maria de Jesus Leão

Discentes: David Rua Neto nº 1011768 Rui José Pais Magalhães nº 1010545

Guarda, 05 de Dezembro de 2014

Reabilitação de uma moradia IPG

Índice Objetivos do relatório:..................................................................................................... 2 Memória Descritiva e Justificativa .................................................................................. 3 1.

Introdução ............................................................................................................. 3

2.

Localização e descrição do edifício em análise .................................................... 4

3.

Identificação de patologias e anomalias .............................................................. 7

4.

Causas das patologias ........................................................................................... 9

5.

Proposta para reabilitação ................................................................................. 10

6.

Estimativa de custos da construção da habitação ............................................. 12

7.

Conclusão ............................................................................................................ 14

8.

Anexos ................................................................................................................. 15

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Objetivos do relatório: 1. Realizar o levantamento dimensional da moradia.

2. Inspecionar e analisar as patologias existentes na moradia.

3. Tomar notas e efetuar um levantamento fotográfico das patologias observadas.

4. Apurar as possíveis causas das patologias em questão.

5. Identificar possíveis soluções de reparação das patologias da moradia.

6. Obter o custo da mão-de-obra e do material necessário para a reparação do edifício.

7. Obter o custo total da construção de uma moradia nova com características idênticas.

8. Obter o nível de intervenção, que depende da relação entre o custo de intervenção e o custo de um edifício.

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Memória Descritiva e Justificativa 1. Introdução No âmbito da disciplina de Conservação e Reabilitação de Edifícios foi-nos proposto a realização deste trabalho que tem como objetivo a detecção de patologias numa moradia unifamiliar.

Em construção civil assim como em muitas outras disciplinas, nenhum material é por si próprio durável, e sendo que a construção civil é fruto da interação de diversos materiais podemos facilmente determinar que as construções não são duráveis. A durabilidade de uma construção depende de inúmeros fatores,

depende

principalmente da qualidade e características dos materiais. A durabilidade das construções vai depender ainda do meio ambiente no qual se encontra exposto, da qualidade de construção, resistência dos materiais (solos) onde está assente o edifício.

Cada vez mais existem normas que procuram prolongar a vida útil e funcional de um edifício, caso dos Eurocódigos e RGEU por exemplo, devendo estas serem projetadas e construídas de modo a satisfazer um conjunto de requisitos funcionais, com isto pretende-se evitar reparações, manutenção e alterações inesperadas.

As habitações estão expostas a vários factores, quer climáticos como geotécnicos ou geofísicos, que propiciam o aparecimento de derivadas anomalias. Por isso as habitações requerem não só uma inspeção/manutenção periódica como uma verificação e preparação do local, de modo a evitar males maiores. De entre as anomalias mais correntes destacam-se as fissurações, humidades, condensações, aparecimento de fungos, corrosão de armaduras, entre outras.

A moradia em estudo no nosso trabalho é extremamente rica em patologias abrangendo um largo leque de patologias e tipos de patologias.

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2. Localização e descrição do edifício em análise O edifício em análise trata-se de uma moradia unifamiliar localizada na freguesia de Seixo do Côa, concelho de Sabugal, distrito da Guarda.

A moradia em causa foi construída à cerca de 25 anos, a qual teve ocupação pouco permanente ao longo da sua vida (apenas um mês/ano), isto é devido à morada permanente dos donos se situar no distrito do Algarve.

A habitação é constituída por 3 pisos, sendo o ultimo um aproveitamento do sótão. Todos os pisos são independentes entre si sendo o acesso entre eles possível apenas pelo exterior.

A moradia foi estruturalmente construída com vigas e pilares em betão armado, sobre as quais assentam lajes aligeiradas. As paredes interiores e da envolvente são em alvenaria simples de tijolo furado, revestidas em ambas as faces com um reboco de areia e cimento, com pintura de cor branca. É de constatar a ausência de qualquer tipo de isolamento em toda a construção. É importante também referir que foi construída, posteriormente, uma escadaria pelo exterior que dá acesso ao sótão.

Fig 1: Imagem com moradia onde são desde já visíveis algumas patologias.

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Reabilitação de uma moradia IPG O edifício em causa destina-se a habitação unifamiliar, sendo composto por três pisos, destinando-se o rés-do-chão e o 1ºpiso para habitação e o sótão destina-se para arrumos. A fração em análise é formada, no rés-do-chão por uma sala comum, uma cozinha, uma instalação sanitária e dois quartos. No piso a habitação é constituída por uma sala comum, uma cozinha, uma instalação sanitária e três quartos.

Fig.2 - Plantas

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Reabilitação de uma moradia IPG A moradia está situada numa região com condições atmosféricas algo agressivas, estando sob presença de grandes variações térmicas e precipitação moderada.

Fig. 3: Mapas de Portugal onde é possível observar as diferentes zonas consoante temperatura e precipitação. Está assinalado com um círculo a vermelho a localização da moradia em estudo.

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3. Identificação de patologias e anomalias O relatório envolveu, inicialmente, uma fase de análise para a deteção das patologias presentes na habitação, onde se observaram patologias de caráter estrutural e caráter não estrutural, foi possível verificar que a zona mais afetada foi a zona da marquise, que como foi dito anteriormente foi uma estrutura construída posteriormente ao resto da habitação.

Após ida ao terreno e pouco exaustiva procura, dado a enumera quantidade, foi possível observar uma série de manifestações patológicas e anomalias. Pudemos verificar na habitação anomalias e patologias, em elementos primários (paredes e pavimentos), elementos secundários (janelas) e acabamentos (da cobertura, das paredes, dos tetos e dos pavimentos).

Após análise das patologias e de anomalias, podemos verificar que se verificam com maior significado e gravidade na zona de ligação da marquise com a restante habitação, sendo portanto esta uma zona a analisar com maior atenção e cuidado.

No quadro abaixo é possível verificar algumas patologias existentes na habitação. De frisar que abaixo vão ser analisadas algumas patologias ao de leve, uma vez que são apresentadas fichas patológicas no Anexo I.

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Reabilitação de uma moradia IPG Local Sala no rés-do-chão

Imagens

Descrição Na sala existente no résdo-chão é visível o destacamento do rodapé, fissuras das paredes e teto, empolamento do revestimento e das tintas.

Instalação sanitária do rés-do-chão

Existência de manchas de fungos

Cobertura

Má execução durante montagem do telhado, nomeadamente nas águas furtadas e cumeeira.

Telhas com linquens e fungos.

Fachadas e varandas

Destacamento em algumas zonas de revestimento.

Grande deposição de resíduos nas paredes (sujidade).

Presença de musgos.

Terraço

Grande deposição de resíduos nas paredes (sujidade).

Existência de grande quantidade de resíduos sólidos e vegetação na laje.

Fendas longitudinais e transversais.

Oxidação e corrosão das armaduras.

Manchas de bolor e fungos.

Marquise 1 Piso

Quadro 1. – Quadro de identificação das patologias segundo a sua localização.

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4. Causas das patologias Na habitação em estudo neste relatório, o aparecimento de patologias e anomalias devem-se a ações naturais de carater físico e químico, agravadas por causas Humanas.

Aquando da construção da habitação, por possível falta de projeto estrutural, entre outros, não existiu um planeamento com o intuito de preparar a habitação para prováveis condições atmosféricas agressivas característica da zona onde está localizada.

As anomalias que existem na habitação são provocadas basicamente pela ação da água. Pela parte exterior da habitação problemas devem-se à infiltração e escorrimento da água pela parede. Pelo interior, são maioritariamente provocadas devido à humidade por infiltrações e, em menor escala, à humidade por condensação.

As causas humanas vem agravar e em muito estes fenómenos, sendo igualmente, em grande parte elas que permitem os problemas relacionados com a humidade.

De um modo geral as causas Humanas que agravam/provocam as patologias, estão relacionadas com: a má projeção e execução da habitação levando a deformações, má ligação de elementos estruturais entre outros; falta de manutenção originando deposição de resíduos e vegetação; falta de isolamento e aquecimento levando ao aparecimento de manchas por fungos, condensações e desconforto térmico; falta de impermeabilização permitindo a infiltração de água; a não existência de caleiras de recolha de água da cobertura e terraços originando deposição e projeção de resíduos para paredes e lajes; inclinação oposta ao ideal em varandas e escadarias encaminhando a água na direção da habitação; acessórios como peitoris e faixas das varandas mal executados, com características e dimensões longe do que se considera ideal, originando pontes térmicos, zona de encaminhamento preferenciais, fraca projeção das águas; vãos envidraçados com fracas características térmicas, típicas da altura de construção (caixilharia em alumínio anodizado sem corte térmico, são de vidro simples de fraca espessura, ligações mal vedadas), tornando-se uma zona mais fria, propicia-se ao aparecimento de condensações e fungos.

No Anexo I estão presentes duas fichas patológicas onde se poderão ver com maior pormenor as causas das patologias em cada um dos casos.

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5. Proposta para reabilitação Concluída a análise das patologias e das causas a elas relativas, procedeu-se posteriormente, à definição e proposta de possíveis soluções de reparação e melhoria da habitação, tendo em conta as patologias e anomalias, os custos e as características da habitação.

Foram propostas não só medidas de reabilitação como de melhoria da habitação como foi anteriormente referido, sendo que a grande maioria das medidas de reabilitação e melhoria propostas localizam-se na envolvente exterior da habitação, sendo que no interior apenas foram propostas medidas de melhoria com o intuito de valorizar o aspeto interior e a salubridade do espaço.

No quadro seguinte enumeram-se, de modo detalhado, e com os respetivos custos estimados, as medidas de reabilitação e de melhoria propostas para a habitação em estudo.

De referir que as zonas de maior intervenção estão relacionadas com a fachada no alçado da marquise, no terraço e com as paredes exteriores da habitações.

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Local/estrutura Laje que serve de cobertura à marquise e para acesso ao sótão.

Descrição

Custo estimado

-Demolição da laje existente e reconstrução em laje maciça, com posterior aplicação de isolamento térmico e impermeabilização sob a laje, protegidas por uma camada de betonilha de areia e cimento, acabada pelo exterior com ladrilhos cerâmicos, aplicação da faixa das varandas e rodapés.

1 900 € Paredes -Lavagem das paredes exteriores.

150 € exteriores -Aplicação de isolamento do tipo sistema capoto com 6 cm de espessura de poliestireno expandido (EPS - esferovite), rede e revestimento acabado à cor em toda a habitação.

7 650 € -Remoção e aplicação de novos peitoris com características e dimensões desejáveis.

500 € Varandas e -Remoção e aplicação de novas faixas nas varandas da passeios habitação. Faixas com pingadeira, e inclinação e profundidade considerável em relação à laje.

500 € -Aplicação de ladrilhos cerâmicos nas restantes varandas e passeios da habitação.

1 400 € Terraço -Remoção dos resíduos e betonilhas degradadas existentes sobre a laje do terraço, aplicar posteriormente impermeabilizações, protegidas com uma betonilha de areia e cimento revestida com ladrilhos cerâmicos.

4 000 € Cobertura -Lavagem do telhado com substituição de telhas danificadas e correção de cumeeiras e águas furtadas mal executadas.

700 € -Aplicar caleiras e respetivos tubos de queda.

600 € Envidraçados e -Substituição dos envidraçados e portas existentes por novos portas com melhor desempenho energético. Nomeadamente vãos envidraçados e portas com caixilharia de alumínio termolacado, com corte térmico, vidro duplo, de folhas giratórias e com oscilobatente, mantendo as proteções solares ou de oclusão noturna existentes.

6 500 € Pintura exterior -Pinturas dos elementos estruturas visíveis nos quais não foi aplicado isolamento térmico, nomeadamente varandas, beirados e pilares na zona das varandas.

500 € Acabamentos -Remoção de tintas, argamassas soltas e rodapés, bem como interiores (sala, limpeza das paredes e tetos das frações assinaladas, com cozinha, I.S e posterior aplicação de estuque projetado nas zonas marquise) necessárias. As paredes e tetos acabadas com uma pintura interior.

2 750 € O total dos custos previstos para as ações de melhoria e reabilitação da 27 150 € habitação são de: Quadro 2. – Quadro com descrição das medidas de reabilitação e melhoria para cada local, e respetiva estimativa de custos

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6. Estimativa de custos da construção da habitação Na realização do relatório foi-nos ainda proposto a realização de uma estimativa de custos relativa à construção da habitação na altura da avaliação, a fim de obter o nível de intervenção segundo o RGE. Segundo o RGE os níveis de intervenção obtêm-se pela relação dos custos de intervenção pelo custo de construção de um edifício novo com as mesmas caraterísticas. Existem quatro níveis de intervenção, que estão enquadrados segundo as percentagens seguintes: 

Nível I: Q ≤ 5%



Nível II: 5% < Q ≤ 25%



Nível III: 25% < Q ≤ 50%



Nível IV: Q > 50%

A estimativa de custos realizada está presente no quadro seguinte de forma sucinta uma vez que não foi definida a parte de pormenores construtivos, materiais e equipamentos, entre outras situações optando-se por um valor aceitável para o custo dos mesmos.

A estimativa de custos inclui material e mão-de-obra e está presente no quadro seguinte.

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Reabilitação de uma moradia IPG Breve descrição Custos estimados Desaterro e movimentação de terras 500 € Montagem da estrutura resistente do edifício (fundações, pilares, varandas, escadarias, vigas e lajes) 18 000 € Alvenarias exteriores 5 000 € Alvenarias interiores 1 200 € Cobertura 4 000 € Revestimentos paredes exteriores 3 000 € Instalações elétricas e telecomunicações 4 500 € Instalações de abastecimento de águas e esgotos 9 000 € Revestimentos interiores 6 000 € Betonilhas 3 500 € Revestimento pavimentos (madeiras e ladrilhos cerâmicos) 13 500 € Portas interiores 3 500 € Vãos envidraçados e portas exteriores 10 500 € Impermeabilizações 300 € Granitos (escadarias, varandas e peitoris) 3 500 € Pintura interior 2 500 € Pintura exterior 3 500 € Gradeamentos 7 000 € Caleiras 600 € O valor dos custos estimados para a construção de um edifício novo com as mesmas características é de: 100 000 € Quadro 3. – Quadro com as estimativas de custos consoante o tipo de trabalho a realizar.

A habitação em estudo tem um nível de intervenção Nível III (27,15 %).

Segundo o RGE para este nível de intervenção seria necessário apresentar previamente um projeto de execução à entidade licenciadora.

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7. Conclusão Depois de efetuado o estudo e análise das manifestações patológicas do edifício e apresentadas soluções para a sua reabilitação, verificou-se que é indispensável que seja feita regularmente uma inspeção visual dos elementos e por conseguinte uma manutenção. Notou-se também que a falta de utilização do edifício proporcionou uma maior degradação no seu interior, pois a ausência de circulação de ar provoca humidades por condensação, que proporcionam a formação de bolores e fungos. É de notar que o edifício foi mal concebido ou os materiais constituintes foram mal aplicados, provavelmente pela ausência de projeto. Como já foi referido a marquise é zona da habitação com presença de uma maior quantidade de patologias.

Por conseguinte é nessa região que tem de ser feita uma intervenção mais cuidadosa com vista a eliminar todas as anomalias para impedir futuros problemas.

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8. Anexos

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