PESQUISA SOBRE A PRODUÇÃO DE VINHOS DA FRANÇA, E SUAS DETERMINANTES NA VANTAGEM COMPETITIVA INTERNACIONAL
Projeto de pesquisa utilizado pelo acadêmico: David Rafael Rebouças Marques, como quesito parcial de avaliação para composição da M3 na disciplina de Análise de Mercados Internacionais do Msc. Álvaro Jose de Souto, do 6º Período no Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).
Itajaí, SC 2018
1.
INTRODUÇÃO
O objetivo desta pesquisa é apresentar os fatores determinantes na vantagem competitiva da produção de vinhos franceses, em relação ao mercado internacional. Para isso, utilizamos do sistema apresentado por Michael Porter estudado em sala, denominado “Diamante de Porter” que estabelece as relações entre indústria e os fatores que a compõem. A pesquisa se inicia com uma ficha técnica do país em questão: França, e parte logo para a introdução e depois definição dos quatro quadrantes do sistema de Porter. Logo a seguir, está disposto a relação da indústria brasileira e francesa e do setor vinícola, e por fim uma breve contextualização do tema desenvolvido na pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: França; vinho; produção; indústria; cooperativas. FRANÇA Área: 632.800 km² Capital: Paris População: 66,42 milhões (estimativa 2017)1 Nome Oficial: República Francesa Nacionalidade: Francesa Data Nacional: 26 de setembro (Declaração da Independência) Governo: República2 Clima: Três tipos: oceânico (a oeste), mediterrâneo (ao sul) e continental (centro e leste). Língua oficial da UE (União Europeia): francês Adesão à UE: 1 de janeiro de 1958 Moeda: euro. Membro da zona euro desde 1 de janeiro de 1999. Schengen: Membro do Schengen desde 26 de março de 1995. A superfície da UE estende-se por mais de 4 milhões de km². Com 508 milhões de habitantes, a UE tem a terceira maior população do mundo, após a China e a Índia. Em termos de superfície, a França é o maior país da UE e Malta o mais pequeno. Eletricidade A eletricidade na França opera em 220 volts, 50 Hertz AC. Os soquetes são do tipo E (pino redondo e receptáculo com pino de aterramento macho). Se você levar aparelhos elétricos do exterior, talvez seja necessário um adaptador para as tomadas. Você também pode precisar de um transformador (110V-220V). Em caso de dúvida, verifique com o fabricante. Diferença de tempo Lista das diferenças horárias em francês do Horário Universal Coordenado (UTC, horário de Londres, também conhecido como GMT, Greenwich Meridian Time). 1 SITE DA FRANÇA com relação ao turismo. Disponível em: http://www.franca-turismo.com/geografia.htm. Acesso em: 13/06/2018. 2 SITE DA UNIÃO EUROPEIA. Disponível em: http://europa.eu/european-union/abouteu/figures/living_pt#tab-0-0. Acesso em: 13/06/2018.
França metropolitana (horário de Paris): +1,00 3
GEOGRAFIA A França metropolitana cobre uma área de 551.500 km2 (675.417 km2 com o exterior), e se estende por mais de 1000 km de norte a sul e de leste a oeste. É o terceiro maior país da Europa, depois da Rússia e da Ucrânia (o segundo, se incluirmos os departamentos ultramarinos). O território faz fronteira com quase 3500 km de costa, entre o Mar do Norte, o Canal da Mancha, o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Com a exceção da sua fronteira norte, o país é essencialmente cercado pela costa e pelas fronteiras naturais, como o Reno, o Jura, os Alpes e os Pirenéus . Treze regiões metropolitanas: Auvergne-Rhone-Alpes, Bourgogne-Franche-Comte, Bretanha, Centre-Val de Loire, Córsega, Grande Leste, Hauts-de-France, Île-de-France, Normandia, Nova Aquitânia, Occitanie, Pays de la Loire, Provence-Alpes-Cote d'Azur. O clima na França desfruta de um clima temperado e agradável. Existem quatro principais zonas climáticas, mas os franceses dirão: cada território tem o seu próprio microclima! Em linhas gerais, prepare-se para atender às seguintes condições climáticas: - Um clima oceânico no Ocidente com precipitação média distribuída ao longo do ano e amplitudes anuais de calor bastante baixas. - Um clima continental no centro e no leste com estações muito marcadas, entre invernos bastante frios e verões quentes. - Um clima mediterrâneo no sudeste com calor e seca no verão e um sol geral alto. A precipitação é concentrada principalmente entre os meses de outubro e abril, durante os quais é leve. - Um clima de montanha (acima de 600-800 m de altitude): a precipitação é alta, com neve de três a seis meses por ano. A temperatura é variável no verão, dependendo do sol.4 DADOS CULTURAIS E SOCIAIS 3 SITE DA FRANÇA com relação ao turismo. Disponível em: https://www.france.fr/fr/avant-departir/generalites-pratiques. Acesso em: 13/06/2018. 4 SITE DA FRANÇA com relação ao turismo e ao clima. Disponível em: https://www.france.fr/fr/avant-departir/climat-geographie. Acesso em: 13/06/2018.
Idioma: Francês Sistema político França tem um regime semipresidencialista. O Presidente da República, eleito por sufrágio universal direto, é o chefe de Estado. Compete-lhe nomear o primeiro-ministro, que é o chefe de governo. O território francês é composto por 18 regiões administrativas: 13 metropolitanas (França continental) e 5 regiões ultramarinas. As cinco regiões ultramarinas, bem como São Martinho (um território francês nas Caraíbas), são consideradas como fazendo parte da União Europeia (com o estatuto de região ultraperiférica). A cidade francesa de Estrasburgo é uma das três localidades com sedes oficiais das instituições europeias. As outras duas são Bruxelas e Luxemburgo.5
Comércio e economia
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database, Ultimos dados disponíveis6
Em 2016, os principais setores da economia francesa foram a administração pública, a defesa, a educação, a saúde e os serviços sociais (22,7 %), o comércio grossista e retalhista e os serviços de transportes, alojamento e restauração (17,6 %) e a indústria (14,1 %). 59 % das exportações francesas destinam-se a outros países da UE (Alemanha – 16 %; Espanha – 8 % e Itália – 7 %). Das exportações para o exterior da UE, 7 % destinam-se aos Estados Unidos e 4 % à China. Vinho do 94º produtos mais negociados e a 874º produto mais complexo de acordo com a Índice de Produtos Complexidade (PCI). Os principais exportadores de Vinho são a
França($9,9 Bilhões), a
Itália ($6,55 Bilhões), a
Espanha($2,98 Bilhões), a
5 SITE DA UNIÃO EUROPEIA (UE). Disponível em: https://europa.eu/european-union/abouteu/countries/member-countries/france_pt. Acesso em: 13 de junho de 2018. 6 FMI DADOS. Disponível em: https://pt.portal.santandertrade.com/analise-os-mercados/franca/economia. Acesso em: 16 de junho de 2018
Austrália ($2,09 Bilhões) e o Chile($1,94 Bilhões). Os principais importadores são o Estados
Unidos ($5,49 Bilhões), o
Reino
Unido ($3,97 Bilhões), a
Alemanha ($2,77 Bilhões), a China ($2,04 Bilhões) e o Canadá ($1,74 Bilhões). Vinho o principal produto de importação da Coletividade de São Bartolomeu. Vinho também é conhecido como vinhos de uvas frescas, incluídos os vinhos enriquecidos com álcool; Mostos de uvas, do que os da posição 20.09. Vinho um produto HS92 de 4 dígitos. 7 RELAÇÕES INTERNACIONAIS: UE (União Europeia), Comunidade Britânica, Banco Mundial, OCDE, OMC, ONU, OCE.
FONTE: http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/france 8
7 SITE DO COMPLEXO OBSERVATÓRIO DE ECONOMIA (OEC). Disponível https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/hs92/2204/. Acesso em: 13 de junho de 2018. 8 SITE DE REGULAMENTAÇÕES DE NEGÓCIOS. Disponível http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/france. Acesso em: 15 de junho de 2018.
em: em:
FONTE: http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/france 9
O SISTEMA DA INDÚSTRIA DO VINHO OU VITICULTURA: ESTRATÉGIA, ESTRUTURA E RIVALIDADE EMPRESARIAL A história da vinha está estreitamente ligada à das civilizações humanas. Investigada e dominada desde a Antiguidade, acompanhou o desenvolvimento do comércio através dos tempos e, pouco a pouco, alargou os seus terrenos de produção para ser, hoje em dia, cultivada no mundo inteiro. Alternadamente símbolo de poder, de riqueza e de convivência, o vinho, tal como o conhecemos, é fruto de uma história acidentada. Com a proteção da tipicidade e da qualidade dos seus vinhos institucionalizada em 1936, a França mune-se de um sistema que favorece a emergência de vinhas reconhecidas e dinâmicas. A criação das denominações de origem controlada (DOC) permite assim melhorar a vinicultura à medida que os progressos agronômicos e enológicos se difundem no cultivo da vinha e na produção do vinho. No final da década de 60, são criados os Vinhos Regionais que vêm ajudar a reestruturar as vinhas no sentido de uma melhor qualidade. Os progressos tecnológicos difundem-se massivamente transformando a economia vitivinícola francesa numa verdadeira referência mundial.10 Em 1935 a Criação da Comissão Nacional das Regiões Demarcadas de Origem dos Vinhos e Aguardentes que se transformará, em 1947 INAO, no Instituto Nacional das Regiões 9 Idem. 10 SITE DE INFORMAÇÕES SOBRE VINHO. Disponível em: http://vins-france.com/pt/o-vinho-emfranca/historia-da-vinha/. Acesso em: 15 de junho de 2018.
Demarcadas de Origem. Nascem as primeiras DOC. Em 1955 é criado o diploma universitário de enólogo para difundir na vinha as consideráveis contribuições técnicas e científicas já descobertas. Já em 1983 Criação do Gabinete Nacional Inter profissional dos Vinhos (Onivins), instituição pública responsável pela gestão do sector vitivinícola, que se irá fundir, em 2005, com o Oniflhor para formar o Gabinete Inter profissional dos Frutos, dos Legumes, dos Vinhos e da Horticultura, ou Viniflhor. Logo mais tarde, 1991 Promulgação da lei Évin que regula a publicidade de bebidas alcoolizadas em França. Passados alguns anos em 2009 a publicação de um regulamento da União Europeia que alarga ao setor vitivinícola os sinais de qualidade europeus relativamente às regiões demarcadas de origem protegida (DOP) e às indicações geográficas protegidas (IGP). Este regulamento acompanha os Vinhos Regionais rumo ao reconhecimento de IGP (indicações geográficas protegidas), com base em especificações. Ao mesmo tempo, os «Vinhos de Mesa» reagrupam-se sob a denominação de Vinhos de França. Os VDQS (vinhos delimitados de qualidade superior) desaparecem vindo a optar pelo estatuto DOP ou IGP. Em 2012 a publicação de um regulamento europeu que define os procedimentos de vinificação utilizáveis em agricultura biológica, permitindo a produção de vinho biológico com a aplicação destes procedimentos às uvas de agricultura biológica. O vinho obtido desta forma pode ser rotulado vinho biológico. O logotipo europeu da agricultura biológica figura na etiqueta. O fenômeno de globalização econômica, experimentado nos últimos anos, modificou substancialmente as relações comerciais entre os países. Os avanços tecnológicos em comunicação, transportes, produção, marketing, só para mencionar alguns campos, permitiram abastecer mercados extremamente distantes. Nesse contexto, os antigos e tradicionais mercados de commodities, definidos do ponto de vista da oferta do produto, estão sendo substituídos vertiginosamente por mercados diferenciados e segmentados com predominância da demanda sobre a oferta. Meio ambiente, qualidade, preço, serviços adicionais são cada vez mais valorizados e o consumidor atual não parece estar disposto a renunciar a nenhum destes atributos ao adquirir produtos de uso diário, determinando assim a lógica da cadeia. Uma das formas de analisar o comportamento internacional dos mercados agroalimentares consiste em identificar diferenças na dotação, exploração e configuração dos recursos estratégicos no nível das firmas e no nível dos países, que explicam a maior ou menor vantagem competitiva. Sendo assim seu entendimento é essencial na busca da competitividade.
A vitivinicultura é uma atividade muito antiga e apresenta um mercado relativamente estável nos últimos anos, no entanto o volume transacionado entre os países vem aumentando significativamente. O aumento do comércio internacional vem impactando diretamente nas empresas e nos países, que vem buscando formas de se tornarem mais competitivos nesse mercado. Fatores como solo, clima, matéria-prima, capacidade gerencial e técnica, entre outros, são de grande importância para o posicionamento de cada país no mercado global. A França é o maior produtor de vinhos em nível mundial e nos últimos anos conseguiu atingir novos mercados e ampliou o seu perfil exportador, embora ainda não resulte clara sua consolidação nos segmentos de produtos de alta qualidade, participando no mercado com produtos de qualidade média. Diante desse quadro, o presente trabalho tem como objetivo efetuar uma análise da competitividade e dos recursos utilizados pela França para viabilizar sua inserção no mercado mundial de vinhos. O trabalho está estruturado em vários tópicos; além desse tópico introdutório, o tópico seguinte trata de aspectos da competitividade; são discutidos alguns pontos sobre a visão baseada em recursos, são tratados alguns aspectos sobre o mercado de vinhos em nível mundial, é apresentado o panorama do mercado vitivinícola Argentino e no último tópico são apresentadas algumas considerações finais Caraterístico de uma região ou expressão da criatividade do engarrafador, o rótulo do vinho vê a sua forma e a sua aparência consideravelmente renovadas pela multiplicação dos países produtores e a emergência de produções locais. Apesar desta variedade, o vinho, como todos os outros géneros alimentares, é muito regulamentado. As denominações de vendas, que são as regras base da rotulagem, têm de figurar. Para o vinho, existem duas denominações de venda: a categoria e a sua marca de qualidade (IGP ou DOP) se dela beneficiar. No rótulo deve figurar um certo número de referências, algumas obrigatórias, como a identificação da sua origem ou da sua taxa de álcool; outras facultativas mas regulamentadas (sujeitas ao código da regulamentação), como a menção do milésimo ou da casta, ou facultativas e não regulamentadas, como a marca comercial ou tipo de maturação. 11 Terroir No universo da vitivinicultura (viti – cultivo da uva, vini – produção do vinho), um conceito muito importante é o de terroir. O termo francês não possui tradução precisa em outras 11 SITE DE INFORMAÇÕES SOBRE VINHO. Disponível em: http://vins-france.com/pt/o-vinho-esimples/compreender-o-rotulo/. Acesso em: 15 de junho de 2018.
línguas, restando-nos apenas citar a ideia por trás do termo. Basicamente, terroir é a combinação das características peculiares de clima, solo e técnicas de cultivo e produção específicos de uma localidade (tão grande quanto uma região ou pequena quanto um vinhedo) que transmitem ao vinho um aspecto singular. Um pouco mais de sol em uma parte do vinhedo, uma irrigação menos abundante ou um terreno mais elevado são capazes de gerar um vinho completamente diferente dos outros produzidos com uvas de apenas alguns metros de distância. Denominações de Origem Uma vez entendido o conceito de terroir, fica fácil entender o que são as Denominações de Origem: são demarcações que estipulam a área de incidência de um determinado terroir. Ou seja, uma área delimitada que produz vinhos com características semelhantes entre si e diferenciadas com relação a vinhos de outras regiões. Um vinho produzido com uvas procedentes de toda a França será fruto de um grande mix de diferentes castas, cultivadas em diferentes climas, onde diferentes técnicas foram utilizadas, gerando uvas de diferentes níveis de qualidade. Neste caso, mesmo que a área em questão, a França, seja extensa, podemos dizer que este vinho terá as características da França, ou seja, o terroir francês. Já um vinho de Bordeaux, uma das grandes regiões vinícolas da França, utiliza uvas apenas desta região. Ainda sendo uma região extensa, um vinho de Bordeaux continuará apresentando características diversificadas, ainda pouco específicas, visto que as uvas que produziram este vinho vieram de diferentes climas, solos e foram cultivadas utilizando-se diferentes técnicas. Mas, sem dúvida, este será um vinho com mais personalidade do que o vinho francês citado anteriormente. Quando degustamos um vinho produzido apenas com uvas de uma pequena região, como Pomerol, uma das sub-regiões de Bordeaux, por exemplo, começamos então a perceber de forma mais intensa as reais características e peculiaridades da localidade, ou seja, o terroir local. Neste momento o terroir começa a fazer a diferença, influenciando vinhos a possuírem aromas e sabores típicos daquela região, mais pronunciados e identificáveis. Por fim, podemos dizer que o último nível de especificação de terroir é a propriedade ou vinhedo. Ou seja, melhor do que degustar um vinho francês, ou um vinho de Bordeaux, ou ainda um vinho de Pomerol, degustar um Château Petrus, por exemplo, lhe mostrará as peculiaridades de todas as características envoltas nesta propriedade e seus vinhedos, seu solo, microclima, esmero e técnicas de cultivo da uva e produção do vinho. Você estará degustando
a personalidade, seriedade, história e nome dos produtores que se esforçam para cultivar as uvas e transformá-las em um vinho que levará a todo o globo o prestígio da propriedade. Por que motivo, uma frase comum nos rótulos franceses às vezes passa despercebida, mas diz muito sobre o vinho: “mis en bouteilles au château“. Um vinho “feito e engarrafado na propriedade” significa que foi produzido por uma única propriedade, que plantou as uvas e produziu o vinho. Ou seja, é um vinho fruto de uma produção local e não de uma combinação de uvas e até vinhos prontos negociados por um négociant, comerciante que atua em apenas parte da produção de vinhos, às vezes comprando uvas de terceiros, às vezes comprando vinhos prontos para apenas engarrafá-los e comercializá-los. Para ostentar uma Denominação de Origem no rótulo, o produtor necessita respeitar regras estipuladas pelos consórcios que coordenam as Denominações, as quais usualmente cobrem detalhes específicos de produção, como o uso de castas específicas, tempo em barrica antes de ser engarrafado, tempo em garrafa antes de ser comercializado, uso de produtos químicos no
vinhedo entre
outros.12
Fonte: O Maior Savoir-Faire Francês : O Vinho. Disponível em: http://bemiranda.com/vinho/. Acesso em: 15 de junho de 2018.
INDÚSTRIA DE COOPERAÇÃO: INDÚSTRIAS RELACIONADAS E DE APOIO A indústria e produtores tem se aproximando cada vez mais, com o objetivo de ambos melhorarem juntos. Alguns fatores, nesse grupo, são indicadores do uso de uma estratégia que prioriza custos baixos, destacando-se as seguintes dimensões: os produtos são similares e não têm marca; escopo restrito quanto à linha de produtos; preços baixos na saída das vinícolas; engarrafamento fora da origem; empresas com volume alto e baixo de produção; baixo investi- mento em ativos imobilizados; e reduzido quadro de funcionários, muitas empresas também estão desenvolvendo estratégias para a comercialização de vinhos 12 SITE DE INFORMAÇÕES SOBRE VINHO. Disponível em http://www.terroirs.com.br/decifrandorotulos/terroir-denominacoes-de-origem-e-classificacoes-de-qualidade/. Acesso em: 15 de junho de 2018.
engarrafados na origem e com marca própria, ainda que em menor volume. O elemento central no posicionamento desse subgrupo é um menor custo de transporte, o que viabiliza a cobertura de um mercado maior. A relação entre produtor de vinho e a indústria intermediada por cooperativas e sem intervenção governamental se resume apenas as questões na área de pesquisas e fomento à comercialização. Ou seja, a cadeia produtiva é totalmente privada, mas ao contrário de outras países os produtores recebem incentivo do governo. Logo, para se fixarem no mercado os produtores investem em tecnologia, em mais recursos, porque o custo-benefício é lucrativo. A ORIGEM DO VINHO FRANCES: FATORES DE PRODUÇÃO A França é reconhecida mundialmente pela produção de vinhos, ganhando o título de “Rota do vinho”. Os grandes vinhedos e a abundância de água fazem do país um local ideal para a vitivinivultura. A indústria de vinhos, assim como outros setores é determinada pelo mercado consumidor. A diferenciação com base em denominações de origem e regiões para competir nos mercados; os países Europeus, por sua vez, possuem áreas de plantio maiores, tecnificação elevada tanto na produção de uvas como de vinhos, o que possibilita economias de escala e escopo, fatores que influenciam sua competitividade. A utilização de tecnologia na produção de vinhos tem produzido mudanças significativas na viticultura. Dentre essas tecnologias pode-se citar: uso de sistemas de plantio em alta densidade; novas formas de condução dos vinhedos, a exemplo do sistema de controle integrado de pragas que tem permitido utilizar pesticidas mais eficientes e que não deixam resíduos danosos para a saúde dos seres humanos, introduzindo por sua vez insetos benéficos no contexto de controle biológico; novos sistemas que possibilitam a colheita mecanizada dos vinhedos e os sistemas de irrigação pressurizados que possibilitam regar adequadamente, com algumas vantagens como a aplicação de quantidades exatas de água, e aplicação de fertilizantes em terrenos de condições topográficas difíceis. Com relação à tecnologia de vinificação, novos sistemas de elaboração dos vinhos têm sido utilizados e tem-se incorporado o uso de sofisticados equipamentos, tais como novos tipos de filtros e envasadoras, tanques de aço inoxidáveis e tanques de madeiras nobres. Além dos aspectos referentes ao mercado de vinhos em nível mundial citados acima, o estudo do mercado de vinhos franceses também observou outras tendências: que esses produtos tem uma maior comercialização no mercado internacional; o mercado busca uma boa relação
preço/qualidade, sendo que os vinhos são considerados caros e que a imagem do vinho junto ao mercado é um diferencial competitivo. Como resultado, a orientação comercial da indústria tem sido incrementada substancialmente para a Europa. Tradicionalmente, os países produtores eram também consumidores do que produziam, com poucas porcentagens de vendas fora de cada país. A proporção comercializada se elevou pouco durante os anos 80, mas tem aumentado muito a partir dessa época, sendo agora internacional um quarto do volume de vendas total. Isto significa que, apesar da redução do consumo per capita de 1,5% anual nos anos 90, o vinho está se transformando em um produto cada vez mais comercializado internacionalmente, ao passo que cai o consumo nos países tradicionais e se expande nos países não produtores da Europa e Este da Ásia.
A TECNOLOGIA A FAVOR DA PRODUÇÃO: CONDIÇÕES DE DEMANDA Como meta do governo Francês, o objetiva ofertar um produto com uma qualidade superior da média internacional, para assim atender a demanda da população que com o passar dos anos tem se tornado mais rígida. Em relação ao posicionamento estratégico, constatou-se que as mudanças que vêm ocorrendo, desde a década de 1970, afetaram a concorrência nesse segmento. As empresas que alcançaram uma melhor posição competitiva foram as que reagiram às alterações ocorridas e adotaram estratégias que as diferenciassem das demais, com destaque para a qualidade dos produtos, com maior controle da matériaprima, especialização da mão de obra e investimentos em tecnologia, sem falar dos investimentos em ações mercadológicas. Os resultados da pesquisa mostraram que, sendo o setor fragmentado, as barreiras de entrada são baixas. Se não fosse dessa forma, não haveria tantas organizações de pequeno porte (PORTER, 2003). A indústria, no segmento de vinhos tem no produto a granel o seu maior volume, realizando vendas para empresas engarrafadoras de grande porte localizadas no centro do país. Sendo assim, a demanda é altamente repercutindo em um forte poder de barganha dessas empresas sobre seus fornecedores. Estas, por sua vez, possuem uma carteira numerosa de clientes e um bom sistema de distribuição. Para produzir e vender vinho a granel não há significativas barreiras à entrada.
No entanto, a preocupação maior com a qualidade dos produtos e imagem de marca; utilização de supermercados como principais canais de distribuição; rivalidade elevada entre competidores; busca de diferenciação por meio da identificação de marca; concentração em mercados regionais em razão do significativo custo de transporte; esforços para promover os produtos nos pontos de venda por meio de cursos e degustações; e busca pelo bom relacionamento com os clientes. As estratégias das empresas de maior porte, que engarrafam na origem, não são tão fáceis de serem reproduzidas.
Estas têm acesso a máquinas e
equipamentos de última geração, proporcionando uma maior capacidade produtiva, garantindo maior produtividade e ganhos de escala. As pequenas empresas, e algumas médias, não conseguem esse tipo de atuação, possivelmente por não terem condições financeiras para investimentos mais expressivos. No segmento de vinhos, a intensidade da concorrência está associada à similaridade do produto, que gera intensa concorrência em preço, já que a imagem da marca não é suficiente para obter preços mais elevados ou a lealdade do consumidor. Entretanto, percebeu-se que as vinícolas que têm como foco de suas estratégias competitivas a diferenciação do produto são as que apresentam melhor posicionamento no setor. RELAÇÃO BRASIL X FRANÇA O Brasil e a França têm uma relação de amizade de longa duração, que ganhou nova escala nos últimos anos, com a elaboração de uma parceria estratégica ambiciosa. Lançada em maio de 2006 pelo Presidente Chirac, com o Presidente Lula – sendo em seguida confirmada com o Presidente Sarkozy –, esta parceria é global, recíproca, pluridimensional e projeta-se no futuro. Ela reconhece claramente o Brasil como um ator global, e como um candidato legítimo a ocupar um assento no Conselho de Segurança da ONU. Empreende uma repartição de know-how e expertise, por meio de iniciativas conjuntas, amparando-se no compartilhamento de recursos materiais, tecnológicos, humanos ou naturais. É muito abrangente, atingindo todas as áreas – militar, espacial, energética, econômica, educativa, transfronteiriça, ou ainda, a ajuda ao desenvolvimento em países terceiros. A dimensão transfronteiriça, entre a Guiana Francesa e o Estado do Amapá, encontra plenamente o seu lugar. É, portanto, esse roteiro – fruto de um compromisso político acentuado – que dá coerência ao conjunto dessa relação enérgica, como o demonstram os vários espaços de
encontro que vêm se criando e se perenizando, e a dinâmica dos projetos conjuntos que vêm sendo elaborados.13 A Parceria Estratégica com a França ultrapassa os setores propriamente estratégicos e de defesa; teve, contudo, nestas áreas – que envolvem tecnologias sensíveis e sujeitas a controles mais rígidos – a expressão mais firme da determinação dos dois países de construir associação de natureza especial. As iniciativas implementadas no setor de defesa, com dois grandes programas em submarinos e helicópteros, e o desenvolvimento da cooperação nos setores espacial e de supercomputadores, tornaram-se emblemáticas do alto nível de entendimento. A cooperação nos campos da ciência, tecnologia e inovação é outra vertente importante das relações bilaterais. Um dos parques tecnológicos mais avançados do mundo, a França conta com capacidades autônomas em todos os setores-chave da economia. Trata-se do terceiro país que mais acolhe bolsistas do Ciência sem Fronteiras, oferecendo cerca de 5 mil vagas a estudantes e pesquisadores brasileiros. A França apoia a ampliação do Conselho de Segurança da ONU em ambas as categorias de membros, incluindo um assento permanente para o Brasil. O país é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e também ocupa a quinta posição entre as maiores economias do mundo. Trata-se de importante parceiro do Brasil em questões de paz e segurança, desarmamento e não-proliferação, direitos humanos, comércio, finanças, desenvolvimento sustentável e mudança do clima. O diálogo bilateral sobre essas questões beneficia-se de visão compartilhada sobre o reforço do multilateralismo e do direito internacional. A França e o Brasil apresentam visão convergente quanto à importância do Estado não apenas para o desenvolvimento econômico, mas também para a promoção da igualdade social. Em matéria de governança econômica internacional, a França revela-se importante aliado brasileiro ao reconhecer tanto a necessidade de maior participação das potências emergentes quanto a importância de medidas de estímulo ao crescimento e ao emprego para enfrentar as crises. Nessa linha, o Governo francês foi um dos principais proponentes da substituição do G-8 pelo G-20 como principal foro de articulação econômica e financeira, a partir de 2008. A França é um dos principais parceiros comerciais brasileiros. Em 2012, a corrente de comércio bilateral superou US$ 10 bilhões. O país foi o 13º principal cliente do Brasil e o 10º principal fornecedor. A crescente presença de empresas francesas no território brasileiro ajuda 13 EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL. Disponível em: https://br.ambafrance.org/O-Brasil-e-a-Franca. Acesso em: 15 de junho de 2018.
a explicar a intensidade das trocas comerciais entre os dois países. São quase 500 delas instaladas no Brasil, dentre as quais 38 do CAC 40 (índice que congrega as 40 maiores empresas abertas cotadas na Bolsa de Paris). Em 2012, a França foi o 5º maior investidor estrangeiro no Brasil, com cerca de US$2,2 bilhões. O estoque de investimentos franceses no país supera US$ 20 bilhões, abrangendo setores como o comércio varejista, eletricidade, telecomunicações, automóveis, alimentos, metalurgia e tecnologia da informação.14 A dinâmica das relações econômicas fundamenta-se tanto no comércio quanto no investimento em um país que, para as empresas francesas, não é mais um simples mercado, e sim, um elemento de suas estratégias globais de desenvolvimento: os intercâmbios comerciais franco-brasileiros dobraram em relação a 2003 (+11% em 2011, com 8 bi EUR, 4 bi EUR, para cada direção). 500 empresas francesas estão presentes (todo o CAC40, exceto a área de construção), criando cerca de 500.000 empregos; - a França encontra-se no pelotão de liderança dos países que mais investem no Brasil (5ª colocação, 3,2 bi EUR em fluxo em 2010, ou seja, mais do que a China e a Rússia juntas), com investimentos que visam conquistar mercado (na área de serviços, com a Accor, ou no varejo, com a Casino), e não deslocalizar; - o Brasil representa o principal mercado latino-americano para a França, absorvendo mais de um terço (36%) de nossas exportações para a região, passando com folga na frente de México (19%), Argentina (11%), Colômbia e Chile (8%). Embora o market share da França no Brasil esteja se deteriorando (2,41% em 2011, ante 2,64% em 2010; 6,7% para a Alemanha e 2,7 % para a Itália), sua posição dentro do nosso comércio exterior vem se mantendo (0,87% de nossos fluxos comerciais totais). Tradicionalmente, a França compra produtos agroalimentares do Brasil – mas cada vez mais, bens industriais, também. Ela exporta para o Brasil bens de equipamento – em especial, aviões –, equipamentos para automóveis e automóveis, além de preparações farmacêuticas. 15
14 ITAMARATY. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/? option=com_content&view=article&id=5176&Itemid=478&cod_pais=FRA&tipo=ficha_pais&lang=pt-br. Acesso em: 15 de junho de 2018 15 EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL. Disponível em: https://br.ambafrance.org/O-Brasil-e-a-Franca. Acesso em: 15 de junho de 2018.
16
16 SITE DE INDICADORES E PESQUISA DO MERCADO INTERNACIONAL. DisponÃvel em: https://investexportbrasil.dpr.gov.br/arquivos/IndicadoresEconomicos/web/pdf/SUMFrancaOUT2016.p df. Acesso em: 16 de junho de 2018.
17
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A execução da pesquisa contemplou as diversas áreas fundamentais para explicar a razão da produção de vinho da França ter se tornado um player indispensável no mercado internacional. Com base nos passos definidos pelo modelo de vantagem competitiva do Diamante de Porter, a pesquisa pôde detectar as principais características fortes do país, que embora tendo uma grande parcela na produção mundial, leva o título de “maior exportadora do mundo de vinho e a qualidade e o sabor é especificidade de cada região” em relação aos maiores produtores mundiais. Além da aliança dos produtores com as cooperativas do setor, é essencial apontar, Estes padrões de competitividade remetem para o cuidado com recursos ligados a qualidade da matéria-prima, recursos com clima propício, a necessidade de 17 SITE DE INDICADORES E PESQUISA DO MERCADO INTERNACIONAL. Disponível em: https://investexportbrasil.dpr.gov.br/arquivos/IndicadoresEconomicos/web/pdf/SUMFrancaOUT2016.p df. Acesso em: 16 de junho de 2018.
recursos humanos específicos, principalmente técnicos voltados ao processo de produção e ao desenvolvimento de estratégias e planos de ação. Estes podem ser considerados recursos estratégicos para os processos produtivos que buscam uma competitividade em mercados nacionais e internacionais, devendo ser, então, objetos de análise para estudos. Da análise da vitivinicultura Francesa surge com clareza grandes oportunidades para o país, que poderá permitir o desenvolvimento do setor e o seu posicionamento como um país vitivinícola importante e competitivo no mercado mundial de vinhos. A França possui condições agroecológicas excelentes, por seu solo, sua diversidade de altitudes e climas, suas zonas diferenciadas, sua composição de variedades e a sanidade de seus cultivos. Isto permite oferecer uma grande diversidade de vinhos com estilos próprios e naturais. Sua inclinação a elaborar vinhos tintos de qualidade e a disponibilidade de um grande conjunto de variedades, valorizadas pelo consumidor, lhe permite oferecer uma multiplicidade de produtos em distintas gamas e com uma boa relação qualidade-preço demandada pelos consumidores. O crescimento sustentável das exportações, a evolução favorável dos preços dos produtos exportados na última década, a tendência crescente a elaborar produtos de qualidade, os investimentos, a substituição de variedades e a inovação, assinala o esforço de transformação e demonstra a intenção do país de se firmar como um produtor de vinhos de qualidade para viabilizar sua inserção no mercado global. Podemos ressaltar também a atual conjuntura do mercado internacional do vinho para a França que nos últimos dois anos teve uma queda em sua produção, por questões climáticas em 2017, mas já neste ano vê sua demanda novamente alavancar e, embora a passos lentos prevê para os próximos anos resultados significativos. Também foi possível identificar os benefícios da relação bilateral entre Brasil e França, relação que vem se firmando e trazendo muitos benefícios, não somente na área das vinícolas, mas em vários outros setores. Assim como a intensa relação das maiores cooperativas da produção de vinho no país e o interesse da mesma no cenário brasileiro. Por fim, conclui-se que para ser referência no mercado internacional, a indústria de vinhos da França utiliza de um trabalho árduo ligado a constante desenvolvimento, em especial na área tecnológica, assim produzindo um produto de valor agregado e principalmente de melhor qualidade em relação a seus concorrentes. REFERÊNCIAS
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Disponível
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PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 28. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.