Revista Daqui - Nº01

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Campina Grande 150 anos

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Editorial Com a proposta de fazer jus ao seu nome, a revista Daqui nasceu com a simples finalidade de mostrar o que é nosso, o que é Daqui! Da cultura do saudoso Manoel Monteiro com seus cordéis cheios de inspiração às paredes coloridas da pequena cidade de Areia. Da feira central de Campina Grande, passando pelos museus e terminando nos paredões do sítio arqueológico do Ingá. E por falar em Ingá, vocês conhecem a Comunidade Quilombola Pedra D’água? Daqui a pouco te conto! E não poderíamos deixar a sesquicentenária Rainha da Borborema de fora dessa, né? Um passeio pela história da jovem Campina Grande: suas histórias, conquistas, desenvolvimento e tudo que contribuiu para essa terra amada que temos hoje. Daqui ainda tem cultura com os festivais audiovisuais, tem música com a sutileza paraibana de Eloísa Olinto e ainda tem moda, saúde, lazer, esporte, política... ufa! É muita coisa Daqui! Nossa equipe é composta por 18 estudantes do 3º período do curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que idealizou o projeto para a disciplina de Jornalismo Impresso II, ministrada pela professora Doutora Ada Guedes. No mais, sintam-se em casa, tudo é nosso. Tudo é Daqui! Boa leitura!

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Quem é Daqui...

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sumário 6 - COMUNIDADE QUILOMBOLA PEDRA D'ÁGUA 9 - GASTRONOMIA Dois pratos saldáveis para você subtituir aquele pastel frito cheio de gordura.

10 - ENTREVISTA:

Pag.. 16 - Pedras Que Contam Histórias

Pag. 14 - A Feira Central de Campina Grande ARTIGOS 26 - Migração das mulheres para o Poder Legislativo 27 - Campinense e Treze: Os Maiorais da Cidade 28 - A realidade do futebol amador 29 - Esporte Feminino: Vencendo as barreiras

Com Dra. Estela Dantas

12 - ROTEIRO DA HISTÓRIA: UM PASSEIO PELOS PRINCIPAIS MUSEUS DE CG 14 - A FEIRA CENTRAL DE CG 16 - PEDRAS QUE CONTAM HISTÓRIAS 18 - LUZ, CÂMERA, AÇÃO! Um roteiro com os principais festivais de cinema da paraiba.

20 - AS FACES DE UM BLOG DE MODA” 22 - VOCÊ SABIA? 24 - PERFIL Com Eloisa Olinto

Pag. 32 - 150 Anos de

Campina Grande

30 - NOS CANTINHOS DE CG Um peseio por alguns locais aconchegantes da Rainha da Borborema.

32 - CAPA CAMPINA GRANDE 150 ANOS 36 - MURAL Famosos e anônimos de CG 38 - BIOGRAFIA Conheça um pouco mais a história do escritor Manoel Monteiro.

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Pag. 36 - Mural


Crônica das paredes coloridas

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o cruzar as suas fronteiras, a atmosfera de interior legitimo, já nos recebe com seu ar de calma, de monotonia, com aquele aspecto de pressa nenhuma. As suas casas de cores vibrantes, do amarelo forte, que involuntariamente fazem alusão ao sol, que sempre se faz presente em seus matutinos claros; e ao azul, que confunde-se com o céu sem nuvens, limpo, que abrilhanta ainda mais a beleza da pequena cidade de cores fortes e nome comum, Areia. Dos muros baixos que deixam a amostra toda a sua arquitetura antiga, emolduradas de décadas, com detalhes nas suas fachadas que contam histórias; dos jardins com flores coloridas e de calçadas estreitas. Das ruas de paralelepípedos, que levam a becos, que levam a vielas, que nos faz sentir como caminhar por entre a sua história. Das estradas de terra batida, dos seus canaviais, da sua cachaça que, pelo seu nome, já descreve a cidade triunfante que és. Teatros pequenos de belezas exuberantes que nos remetem, ao cruzar as suas cortinas vermelhas, a um tempo onde a cultura era aplaudida de pé. Museus que encantam por seu acervo de riqueza extasiante: a casa do romancista Pedro Américo é um convive a viver no seu tempo, desfrutar da sua história. Pela sua fé e devoção à sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição, Areia exibe sua paróquia de altar dourado, de teto com imensurável beleza e riqueza de detalhes e de confessionários seculares, que deixam até ateus, encantados com sua fé. Terra de gente que cumprimenta, que puxa assunto nos bancos de praça, que acolhe e que se sente acolhido pela cidade de alma e coração de cores encarnadas. Que senta ás calçadas, que varre as praças com vassouras de palha e que se conhece pelo nome. E é pelo seu nome simples, Areia, que se fez tão encantadora. Areia que, ao me despedir, me presenteou com um pôr do sol horizontal, alaranjado, certamente para me fazer lembrar das cores das suas paredes e, assim, trazer-me de volta. E, com certeza, me trará.

Por: Hugo Rocha

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Comunidade quilombola Pedra D'’ågua Por Nilmara Beserra e Pedro Borges; 6


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s primeiros habitantes eram escravos refugiados, sendo Manuel Paulo Grande, o primeiro a se estabelecer na região após ter fugido devido a sua participação no movimento Quebra Quilos – revolta ocorrida no Nordeste brasileiro, entre fins de 1874 e meados de 1875, contra a implantação de um novo sistema métrico. Povoaram e sempre viveram da agriculta local, localizada no município de Ingá – PB mais precisamente no distrito de Pontina, a 20 km da cidade. Hoje, com de 98 famílias, a comunidade quilombola consta de uma população limitada a pessoas humildes e “guardam” determinados costumes herdados das suas raízes, mesmo na modernidade dos dias de hoje. Tendo como principal característica as moradias simples, o Quilombo é uma comunidade onde se tem o trabalho braçal como a forma primordial de renda. É possível observar, ao adentrar na comunidade quilombola, a simplicidade do seu povo e das suas casas, algumas encontram-se em cima de morros, outras nas ruas de terra barrenta, todas bem próximas umas das outras, todos parte da mesma família.

A primeira vista é de um verde deslumbrante que cobre toda a paisagem, pode-se também avistar pessoas passando em cima de pequenos burros, já cansados do trabalho de anos mas que mesmo assim carregam arduamente sacos de palhas e alimentos para os outros animais, indo e voltando de estradas capinadas que levam aos roçados; também é avistado as influencias sofridas pelo avanço tecnológico das cidades grandes, como algumas motocicletas que ajudam em trajeto mais distantes. Muitas das pessoas que residem no quilombo não saem muito das redondezas; ir a cidade então, é uma tarefa que poucos quilombolas se dispõem a fazer, pois as estradas que levam às rodovias são de de areia e fatalmente, cheias de buracos. Dona Isaura Firmino, 80 anos, nascida e criada em Pedra D’água afirma que já não frequenta mais a cidade por indisposição, ela soube desde criança o que significa trabalho. Em sua época de menina, entre um trabalho e outro junto à sua família, voltava a ser criança, brincando de boneca e deixando a imaginação fluir, lembra saudosamente dona Isaura. Hoje, mora ao lado da casa que nasceu, em frente encontra-se

uma cisterna que é abastecida com carros pipas ou quando chove, dependendo desse armazenamento para suprir as necessidades da comunidade. Os dois filhos de dona Isaura moram no Rio de Janeiro, eles, assim como boa parte dos nordestinos, migraram em busca do sonho de melhores condições para se viver. Hoje a comunidade está bastante diferente, com mais recursos, já se pode ver a tecnologia invadindo a vida desse povo que tanto batalha para sobreviver. Na casa de Dona Jandira Firmino, 76 anos, e prima de dona Isaura, vemos um exemplo explicito da mudança que ocorreu com o passar dos anos no quilombo, na casa dela haviam uma TV e um aparelho de som, todos bem encaixados numa estante, bem cuidados e com capas de proteção feitas sob medida. Há uma distinção grande nas gerações, Dona Jandira relata que o lazer e diversão da sua época era brincar com boneca de milho, e afirma – com ar de lembrança feliz - que escolhia a dedo o que tivesse os cabelos mais longos, pois eram os seus preferidos. Para os meninos existia o cavalo de pau, esteticamente era um pedaço de madeira, com um pedaço de corda na ponta, e dali se imaginava um alazão, a mesma teve a oportunidade de ir à escola, eram tempos difíceis, um lápis era preciso ser partido ao meio para assim ser dividido com outros irmãos, da mesma forma eram com os vestidos, as irmãs reversavam os horários de uso, Dona Jandira conta que às vezes o vestido vinha molhado, sujo, pelo esforço da irmã, mas de qualquer forma era reutilizado. Ciranda era uma das atividades favoritas no seu tempo jovial, seu pai tinha o único rádio à pilha, o único da comunidade, nesse tempo não havia energia elétrica, então juntavam-se todos na residência de Dona Jandira para dançar,

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ouvir, cantar as músicas daquele momento. Atualmente as brincadeiras são outras, a diferença de condições e facilidades é marcante quando a sua frente, seu netinho de 4 anos Hugo, brincava distraidamente com uma bicicleta, aparentemente nova e, logo a deixou e foi se encantar por um carrinho de plástico que estava ao no canto da parede. Isso é um exemplo claro do acompanhamento da comunidade diante do desenvolvimento das cidades grandes. Nas escolas, que são três, todas tem sua carteira e seus materiais, também existe três igrejas, duas evangélicas e uma católica, os habitantes da comunidade são religiosos. Há também uma associação de moradores que fica logo no início do quilombo, bem ao lado da casa de dona Jandira, é um centro de apoio a todos, lá encontra-se lá seis máquinas de costuras, um computador, além de ser ministrados cursos de corte e costura, de preparo de detergente e sabão, e muitas vezes os produtos fabricados nessas oficinas, são vendidos na cidade, para benefício dos próprios produtores. A associação foi criada pelo padre italiano Luís Zadra, residente atualmente em João Pessoa e que tem enorme carinho e dedicação para com aquela comunidade. Abdi-

cou da batina de padre, mas nunca abandonou a comunidade, vez ou outra ele envia caminhões com cestas básicos para os quilombolas. Como consequência das atividades realizadas no quilombo, Pedra D’água recebe visitas de alguns estrangeiros, em sua maioria italianos e africanos e, a partir daí começa a troca de experiências entre eles, de comidas típicas e até de penteados, apenas na parte do idioma encontra-se algumas dificuldades, mas isso é irrelevante diante todos os demais aprendizados. A festa marcante da comunidade quilombola é a da consciência negra, que acontece

anualmente em 20 de novembro, tipicamente a partir das 13 horas. No ato, são realizadas homenagens à Zumbi dos Palmares, líder e símbolo da luta a liberdade contra preconceitos, opressão e escravidão. As festividades contam com apresentações folclóricas, comidas regionais preparadas com carinho e dedicação das moradoras e distribuídas numa espécie de bar improvisado — que fica de pé o ano todo especialmente para a realização do evento — formado de pedaços de madeira e folhas de coqueiros e bananeiras como cobertura, simples, mas de uma identidade local imensurável. Outras comunidades quilombolas também se juntam ao festejo, como a do Grilo, da cidade de Riachão do Bacamarte, Matias, da cidade de Serra Redonda, e Crioulos de Caianas, da cidade de Alagoa Grande. Marcado com muita dança e alegria essa comemoração mostra o orgulho e satisfação que — apesar das dificuldades encontradas — essas pessoas simples, humildes e guerreiras têm pela sua história.


GASTRONOMIA A gastronomia Nordestina é rica e famosa por seus temperos e comidas mais ‘pesadas’. Pesquisas afirmam que brasileiros estão cada vez mais a procura de outros modos de se alimentar bem. O Daqui pesquisou e resolveu trazer nessa edição duas receitas simples, mas que dá pra substituir aquele velho pastel frito no óleo e o tão conhecido – por seu alto número calórico - refrigerante. Mudando e enriquecendo seu lanche da tarde de forma mais leve e saudável. Garanto que você vai ficar com água na boca. Vamos lá?

BOLO DE TAPIOCA INGREDIENTES: • 500g de tapioca YOKI; • 200g de coco ralado; • 2 Litros de leite; • 2 Colheres de sopa de margarina; • 2 Xícaras de açúcar; • 1 Caixa de creme de leite; • 100g de côco queimado. MODO DE PREPARAR: Ferva o leite quente e misture-o aos outros ingredientes, sempre mexendo. Coloque numa forma molhada com água, coloque na geladeira até esfriar. Cobertura: coloque 3 gemas, 1 lata de leite condensado e 1 lata de creme de leite. Faça uma papinha e jogue-a por cima do bolo. Em seguida adicione os 100g de coco queimado por cima. Depois leve até a geladeira por 5 horas para desenformar. Outra dica do Daqui é acompanhar o bolo com o suco verde. Também conhecidos como sucos desintoxicantes, ajuda a limpar o organismo e a ter mais disposição durante o dia. Esse tipo de suco é aconcelhavel tomar a qualquer momento do dia pois ajudam na regularização e equilíbrio do organismo e, associados a uma reeducação alimentar, auxiliam no emagrecimento, combatem o inchaço e evitam a constipação por serem ricos em fibras.

SUCO VERDE INGREDIENTES: • 2 fatias grossas de melancia; • 2 maçãs; • 2 talos de salsão com as folhas; • 3 talos de erva-doce (ou funcho); • 1 cenoura; • 2 laranjas; • 2 folhas de couve; • 1 pepino inteiro; • 1 pera; • 1 punhado de brotos de alfafa. MODO DE PREPARAR: Bata todos os ingredientes no liquidificador e adoce com mel. O suco pode ser coado ou consumido naturalmente com os gomos, peles e sementes. Lembrando que alguns podem ser substituídos a gosto.

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A vida não acabou, mas é preciso vive-la de forma diferente Dra. Estela Dantas diz quais as mudanças necessárias para hipertensos e diabéticos terem uma condição melhor de vida

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Por Raissa Silva

Dra. Maria Estela Maranhão Dantas, 63 anos, é casada e tem três filhos. Formou-se na Faculdade de Medicina de Campina Grande em 1976. Na época a faculdade ainda era particular; e em dezembro completará 38 anos de carreira. A médica está aposentada há cinco anos, mas mesmo assim ainda continua trabalhando e atendendo a população no PSF (Programa de Saúde da Família) do bairro de Santa Rosa. Antes de vir para a rainha da Borborema a Dra. Estela trabalhava no PSF do Varadouro, no centro de João Pessoa. Quando perguntada se já trabalhou em alguma clínica particular a médica diz com um belo sorriso no rosto que não, pois sua grande paixão sempre foi atuar no SUS, mais especificamente nos PSF’s. “Sei da carência e da necessidade deles, por isso escolhi trabalhar pra eles”, diz ela, que nos recebeu para falar sobre hipertensão e diabetes, doenças que, nos últimos tempos, estão fazendo muitas vítimas. É preciso conhecer as causas, o desenvolvimento e as principais formas de tratamento. Nesta entrevista, a Dra. Estela conta tudo.


RDaqi - De maneira clara, o que seria a Hipertensão e o Diabetes? Dra. Estela - Hipertensão é a elevação da pressão. Geralmente são pessoas com idade mais avançada que são acometidas pela a doença, mas isso não significa que os mais jovens não possam ter. Já diabetes é a falta de insulina ou a incapacidade de insulina em exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose no sangue. Ambas ficam estacionadas nas pessoas, são doenças crônicas.

que tenho com os meus pacientes, pergunto sempre como foi o último mês, se eles ficaram doentes (como gripe, febre, resfriado etc.), como estão se alimentando e se praticam algum esporte. Procuro ouvi-los e dou dicas para que eles possam ter uma qualidade de vida melhor, a fim de que o estado deles não piore.

“Todos terão que mudar seu modo de viver por amor desse paciente”.

RDaqi - Após atestar a hipertensão ou diabetes nos pacientes, qual é o comportamento que os mesmos atendidos pela Dra. apresentam? Dra. Estela - A primeira consulta sempre é difícil, fazemos o cadastro com todos os dados do paciente, afinal, agora ele terá que vir mensalmente se consultar conosco. Conversamos, explicamos o que é a doença e quais hábitos eles terão que mudar. A maioria, principalmente os homens, não aceitam, diz que não vão se tratar, nem tomarem os medicamentos e, quando voltam para a outra consulta apresentam uma grande piora no quadro clínico. Só depois de algum tempo e de muita conversa é que eles cedem e percebem que a única forma de se manterem vivos é cumprindo com tudo que nós propomos . RDaqi - Quais são os procedimentos com os pacientes portadores e de que maneira é explicado isso a eles? Dra. Estela - Mensalmente eles vêm aqui se consultar comigo, se for preciso eles vêm antes, a pressão é medida e eles são pesados, para que haja um controle maior. Os medicamentos são pegos aqui mesmo. Além de mim também há uma enfermeira que os acompanha. Na conversa

RDaqi - De um modo geral, o que muda na vida deles (alimentação, família, amigos e trabalho)? Dra. Estela - Ocorrem muitas mudanças, isso é inevitável. Eu não gosto de falar a frase “não pode”, pois sei o quanto é difícil ouvi-la, mas vou mostrando o melhor a se fazer. A mudança maior é na alimentação. Na família, a mudança não partirá daquele que acaba de descobrir se é hipertenso ou diabético, mas dos familiares. Os hábitos terão que mudar pra todos porque não adianta fazer um determinado alimento separado dos demais, isso não vai funcionar, todos terão que mudar seu modo de viver por amor desse paciente. O convívio com os amigos não muda em nada e quanto mais vida social esse paciente tiver é melhor. Já no trabalho, só irá ocorrer mudanças dependendo de qual seja a profis-

são desse paciente, por exemplo, se ele for um caminhoneiro que só se alimenta na beira da estrada com alimentos que na maioria das vezes não são saudáveis e não há uma boa noite de sono a mudança será radical, caso contrário, ele poderá continuar com a sua vida profissional tranquilamente. RDaqi - Qual o medo mais comum demonstrado pelos pacientes? Dra. Estela - O medo mais comum, principalmente entre os homens que são diabéticos, é a impotência sexual. E isso acontece porque eles ouvem muitos relatos de outros pacientes que ficaram impotentes devido à doença. Entre os hipertensos o medo é o de nunca mais conseguir controlar a pressão, mas, sobretudo o de perder o controle das suas vidas. RDaqi - Qual conselho, para viver muito e bem, você daria a esses pacientes e a família? Dra. Estela - A todos que são hipertensos ou diabéticos, eu aconselho que cumpram com tudo que o seu médico diz. Mude no que for preciso para que a pressão e as taxas estejam sempre controladas, comam comidas saudáveis, se exercitem, tomem o medicamento corretamente, vivam com amor, mas muito amor mesmo, amor a si e ao próximo; e tenham fé em Deus, que com certeza vocês viveram muito bem e felizes. Para a família o recado que eu deixo é que, sobretudo, demonstrem o quanto o amam, digam isso diariamente, estejam ao lado dele sempre e o ajudem no que for possível, afinal não é fácil viver uma vida toda esbanjando saúde e de repente se ver doente e dependente de remédios para se manter de pé, por isso os amem acima de qualquer coisa.

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Roteiro da História Um passeio pelos principais museus de Campina Grande Por: Samara Maciel

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m pleno ano de comemoração dos 150 anos de emancipação política de Campina Grande, muito dos seus habitantes desconhecem as diversas histórias que emolduraram o desenvolvimento da cidade nessas décadas. A cidade possui diversos monumentos, prédios históricos, pontos turísticos que fazem parte da construção desses 150 anos. Outro ponto que mercê destaque e que, muitas vezes é esquecido principalmente pelos próprios moradores de Campina, são os museus da cidade. Campina possui mais diversos museus que, com um imenso acervo de documentos, fotos, vídeos, instrumentos e etc, ajudam na formulação da história cultural da Rainha da Borborema. Os retalhos históri-

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cos de Campina Grande estão espalhados pelos centros culturais, que guardam em seus acervos documentais ricos que retratam cada fase de evolução de Campina

Grande, desde a sua descoberta, emancipação, até os dias de hoje. Fazendo um roteiro cultural pelos museus da Rainha da Borborema, pode-se encontrar alguns já bastantes conhecidos dos turistas e habitantes da cidade, mas também, há aqueles que não possuem muita visibilidade, como por exemplo, o Museu Padre Cícero, localizado no bairro do José Pinheiro, que reúne aspectos da fé no padre e outros pontos da cultura popular nordestina. Seguindo o caminho dos museus de Campina, um que merece destaque por contar os aspectos da comunicação na história de Campina é o Museu do Telégrafo, localizado na principal avenida da cidade, a Floriano Peixoto. O museu conta como as formas de comunicação com pessoas de outras cidades se davam através de cartas ou telégra-


fos. Segundo dona Iaporina Sobreira Cariri, 52, que trabalha no Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande, os que mais usavam os serviços telefônicos da época eram os donos de empresas e seus funcionários, e todos usavam sem distinção de classe, embora, a maior e mais utilizada forma de comunicação daquela época era através das cartas. O Museu Histórico, como é mais conhecido, foi construído em 1980, no governo de Enivaldo Ribeiro, através das ideias de William Ramos Tejo, com o propósito de resgatar e passar adiante as histórias da cidade. Alguns desconhecem, mas o prédio onde hoje o museu está localizado, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, foi, por 60 anos, uma cadeia. Até 1933 o Museu funcionou no primeiro andar da Central da Polícia Militar, quando neste mesmo ano, foi transferido para a Rua Marquês do Herval. No ano de 1940, por determinação do prefeito da época, Wergniaud Wanderley, o Museu foi demolido, passando a ser reconstruído em 1950, no prédio em que até hoje está localizado. Segundo seu João Batista, monitor do Museu, por ser numa área central de Campina, diariamente, o mesmo recebe cerca de 200 visitantes e nos períodos compreendidos entre o mês de Junho a Dezembro - época que acontecem os festejos juninos na cidade - o fluxo é duplicado. Criado em 1967, o Museu de Artes Assis Chateaubriand, o mais antigo da cidade, dispôs em seu acervo obras de renomados artistas plásticos nacionais. Constavam 474 obras de Arte, Arquivo Artístico e Material Bibliográfico. Atualmente, o Museu não recepciona os visitantes para exposições artísticas, mas os convida para conhecer o espaço educacional, que dispõe de cursos, oficinas e pesquisas referentes a área artística. Como não podia ser diferente, existe um local reservado para relembrar um pouco de um dos mais importantes ciclos econômicos municipais: o algodão. Localizado na Estação Velha, o Museu do Algodão, guarda um arquivo

de peças e aspectos importantes, desse consagrado produto comercial. O museu ainda conta com uma arquitetura clássica original, com fachadas que remetem à décadas de história, além de uma locomotiva algodoeira em seu pátio. O Museu Luiz Gonzaga, localizado no bairro do Catolé, conta a história de alguns dos principais ícones nordestinos, na área cultural e religiosa, que também marcaram época. Lá encontra-se parte do acervo do “Rei do Baião”, que foi um dos maiores ícones da cultura popular nordestina e o que mais soube transmitir em suas músicas, a alma desse povo. E Campina não para de aumentar os seus pontos históricos, um exemplo disso, foi o mais novo museu que entrou pro roteiro cultural da cidade. Inaugurado em 13 de Dezembro de 2012, o MAPP - Museu de Arte Popular da Paraíba - da Universidade Estadual da Paraíba, foi criado, como o próprio nome já diz, para os artistas populares do estado. Construído pelos traços do renomeado arquiteto Oscar Niemeyer, o museu ganhou o formato de três pandeiros, uma referência ao grande musicista Jackson do Pandeiro, que levou para o Brasil e o mundo, as grandiosidades da cultura musical da sua terra. Os pandeiros estão divididos áreas: Artesanato, em que estão expostos os trabalhos de artistas locais e regionais; Música, com destaque para o rei do ritmo, Jackson do Pandeiro; e Cordel, com as obras de Manoel Monteiro, considerado o maior Cordelista do Nordeste. Retratando Campina Grande numa época considerada de ouro, os museus cumprem um papel de imensa importância, quando se trata de manutenção da memória histórica de uma cidade. E em Campina, com esse imenso acervo nos seus museus, uma parte da composição dessa cidade está viva e pronta pra ser conhecida. A história da pequena Vila Nova da Rainha, que hoje tornou-se a Rainha da Borborema.

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A Feira Central de Campina Grande

Por: ValdĂŞnia Soares 14


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m dos principais e mais antigos pontos da maioria das cidades do interior é a feira central, e em Campina Grande não fugiria a essa regra. Local de visitação de turistas que buscam conhecer um pouco da cultura popular, bem como local onde grande parte dos moradores da cidade fazem suas compras. Apesar da concorrência com os grandes mercados, a feira central, ainda hoje, continua sendo importante espaço de comercio a céu aberto.

Assim que surgiu na cidade, a feira central localizava-se na Rua Vila Nova da Rainha com o Açude Velho, que, por serem pontos estratégicos, atraiam uma quantidade maior de compradores, principalmente, tropeiros e boiadeiros. Na época, o comercio era baseado na troca e o principal produto de compra e venda era a farinha de mandioca. Tradicionalmente realizada aos domingos, a feira só passou a ser oficialmente aos sábados — como é até hoje — no ano de 1839 a pedido do bispo de Olinda-PE, ao visitar Campina Grande. O sábado, até os dias de hoje, é o dia tradicional de

fazer compras na feira central. Na década de 80, todos as linhas de ônibus locais tinham parada obrigatória na feira central, desta forma, a feira detinha uma forte imposição sobre a economia da época. Esse sistema só foi modificado anos depois, no governo de Ronaldo Cunha Lima, onde os ônibus mudaram a rota para o Centro, e dessa mesma forma continua até os dias atuais. No final da década de 80, a feira começou a sofrer os efeitos da concorrência. Isso ocorreu devido aos pequenos mercados que começaram a surgir na região, como por exemplo, o supermercado Bompreço, que trouxe para a cidade um desenvolvimen-

to econômico e, fatalmente, influenciou da mudança da forma de se fazer compras. Os supermercados concentravam-se, em sua maioria, nas imediações da Rua Floriano Peixoto, no centro da cidade. Atualmente, apesar da concorrência impostas pelos pequenos e grandes centros comerciais que surgiram e cresceram junto com o desenvolvimento de Campina, a feira central ainda é um importante espaço de comércio local, além de um mostruário da cultura popular — tipicamente nordestina — que resistiu a décadas de transformações e influencias e que é, de fato, um ponto de suma importância na composição da cultura nordestina.

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Pedras Que Contam Histórias Por: Nilmara Beserra

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onumento histórico cultural inaugurado em 1995, localizado na cidade de Ingá, no interior da Paraíba, reconhecido como um dos sítios arqueológicos mais famosos do mundo, as Pedras Itacoatiaras tornaram-se um novo ponto de pesquisa e visitação no interior paraibano. Desde sua descoberta, as Pedras do Ingá, não foram reconhecidas pela sua importância histórica e passaram a ser utilizadas, tanto a área das pedras quanto um rio que corria pelas imediações, como ponto de lazer pelos moradores e visitantes. Com o passar do tempo e com os desgastes sofridos pelas pedras e a poluição evidente do rio, a área sofreu reformas para melhoria e manutenção da área, além de ter sido restrita à visitação turística. Com a criação do Museu das Itacoatiaras, um imenso acervo rico em fósseis de dinossauros,

que ali viviam há séculos, pôde ser catalogado, preservado e exposto como parte importante da história. No local, foi possível encontrar vertebras da preguiça gigante, incluindo espécies de astrálagos (equivalentes a calcanhares), instrumentos de pedra polida, gastrópodes fossilizada, crânio da baleia, dentre muitos outros que, hoje, pode-se ter acesso no museu da pedra. O painel das Pedras Itacoatiaras é composto de numerosas pedras, lapidadas pela

força da natureza, com perfurações circulares ao chão próximo ao rio, muitos deles com profundidade extensa, porém coberto d’água, as pedras assemelham-se ao estilo de poltronas. Assim como costume tipicamente nas cidades do interior, as Pedras são rodeadas por lendas urbanas, a mais conhecida delas é que as gravuras que compõem o cenário natural das Itacoatiaras foram feitas no tempo que a pedra estava mole, e aquele que fosse ca-


paz de decodificar as imagens e escrituras nelas contida, uma grande pedra se abriria e dentro dela estaria uma mina de ouro, como prêmio. Porém, a parte lenda que relata o fato das pedras terem sido esculpidas e marcadas quando elas, outrora, estariam no seu estado mole, foi comprovado pelo pesquisador e guia turístico Dennis Mota, que relatou a maneira como os homens daquela época utilizavam das pedras como forma de retratar sua realidade. O principal ponto turístico da cidade de Ingá, conta com dois guias turísticos, uma loja de artesanato e ainda um restaurante “Panela de Pedra” (que certamente faz alusão ao ponto turístico), tudo em frente ao sítio arqueológico, visando a maior visibilidade por parte dos turistas que vistam a cidade. A Pedra do Ingá é famosa internacionalmente, e em 2013 passou a integrar o Rank Brasil como o primeiro monumento arqueológico tombado como patrimônio nacional. Segundo o seu blog “pedradoinga.blogspot.com.br” o sítio arqueológico situa-se numa área privada que foi doado ao Governo Federal e posterior-

mente tombada em 29 de maio de 1944, pelo extinto Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN). A beleza do local atrai não apenas visitantes que buscam beleza natural, mas também muitos pesquisadores que, encontram nas Pedras muita matéria prima para suas buscas científicas. Fruto dessas pesquisas, foram lançados dois livros que retratam a história das Pedras, sendo um, escrito pelo historiador Vanderley Brito, cujo título é “A Pedra no Ingá: Itacoatiaras na Paraína” e o outro

é do jornalista Gilvar de Bruto, com o tema: “Viagem ao desconhecido: Os segredos da pedra do ingá”. Seja à procura da natureza em sua plena forma de concepção ou em busca de mergulhar de fato na história de criação e evolução do homem, as Pedras Itacoatiaras, são, sem sombra de dúvida, um ponto que deve entrar na agenda turística de todos os que pela pequena cidade do Ingá passam.

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esta coluna queremos expor o avanço do espaço cinematográfico do nosso estado. A 1ª edição vem com o objetivo de apresentar festivais audiovisuais realizados aqui em Campina, e incentivar a produção de curtas, filmes e documentários. Nos últimos tempos o espaço cinematográfico do nosso estado vem ganhando forma. Inúmeras produções audiovisuais são desenvolvidos aqui por nossos conterrâneos. A última década foi marcada por grandes produções e que foram reconhecidas e premiadas mundialmente, dentre esses, estão “O Auto da Compadecida” até curtas locais como “Tudo o Que Deus Criou”. André da Costa Pinto é um destaque no cinema nacional, e é fruto de nossas terras. Nascido em Barra de São Miguel, formado pela Universidade Estadual da Paraíba, no Campus de Campina Grande, o mesmo transforma moradores locais em personagens das suas produções. Para incentivar e apoiar este universo fantástico e que cada vez ganha mais visibilidade no cenário cultural nacional, foram criados inúmeros festivais que buscam, com todas as dificuldades que o cinema amdor enfrenta, sobreviver e ter nesses eventos, uma janela para mostrar a sua arte pro mundo. Dentre os mais conhecidos e atuantes festivais, estão: Cine Congo, Cinema Com Farinha, Festissauro, Curta Coremas, Curta Campina e Comunicurtas. Para quem vislumbra uma carreira cinematográfica, assim como os produtores dos grandes clássicos do cinema nacional, aproveitem as oportunidades que esses festivais, e outros inúmeros que surgem no cenário paraibano, possibilitam para a carreira no cinema amador do nosso estado. Afinal, pra quem sonha, sempre é hora pra Luz, Câmera e Ação!


festivais paraibanos de cinema Comunicurtas: Realizado na Universidade Estadual da Paraíba, na cidade de Campina Grande, o evento chega a sua 9ª edição. “O objetivo é incentivar, difundir e democratizar a produção cinematográfica no estado, visando socializar e aumentar a produção local.” – diz a organização do festival.

Criado a partir de uma Mostra de Cinema realizada em 2009 pelo ACCON – Associação Cultural do Congo. O evento acontece durante o mês de Novembro, na cidade do Congo no Cariri Paraibano. A organização do festival fala que: “O Cine Congo apresenta um jeito singular de levar à população do Congo e do Cariri Paraibano o cinema”.

O sertão paraibano, mais precisamente a cidade de Patos é “invadida” anualmente no mês de Outubro pela 7ª arte, o cinema. O festival Cinema Com Farinha chega em sua 8ª edição, o evento visa proporcionar espaços para o encontro e exibição da produção audiovisual.

O Festival Audiovisual do Vale dos Dinossauros (Festissauro): Em sua 1ª edição o evento ocorreu na cidade de Sousa com o objetivo d exibir e premiar produções locais e nacionais.

O evento promove encontros e debates com realizadores e agentes de cultura de vários estados do país, estimulando o surgimento de novos produtores audiovisuais, artistas e novos festivais. Acontece na cidade de Coremas entre os meses de Abril e Maio.

Curta Campina: Surgiu em 2009 com o objetivo de divulgar, estimular e fortalecer a produção cinematográfica desenvolvida no estado, além de democratizar o acesso ao cinema paraibano. 19


As faces de um #Blog de “moda” Por Karollina Oliveira Cada vez mais fortes e presentes no mundo da moda, as blogueiras influenciam milhares de meninas com dicas, estilo de vida e conselhos, tudo com aspectos e intimidade como se fossem melhores amigas. Hoje, as também conhecidas como “it girls” são reconhecidas não apenas no mundo virtual, como também na vida real. Em Campina Grande, como cidade que também recebe influencias da moda nas ruas, não poderia ser diferente, existem muitas blogueiras que movimentam o mundo virtual da moda, a mais conhecida é Ceicinha Figueiredo, que conquistou grande parte do seu público pelo seu humor e simpatia ainda quando tinha seu antigo blog, o “Estilo C”, hospedado em um site de colunismo da cidade. Ela nos contou que nessa época, assim como muitas blogueiras, não escrevia o que realmente gostava, ela vendia sua opinião devido aos padrões exigidos pela empresa, “Eu escrevia dentro de um portal de colunismo, então eu era muito presa a coisas que o portal me indicava”, disse Ceicinha. Como não tinha tanta liberdade para escrever, ela decidiu sair da parceria, acabar com o ‘Estilo C’ e voltar à mídia seis meses depois com um blog com o seu nome, de conteúdo bastante pessoal onde fala, sem papas na língua, sobre o que a agrada ou não em diversos pontos da moda, sem que ninguém possa censura-la. Quando indagada sobre a explosão dos blogs de moda nos últimos dois anos, Ceicinha falou: “Acho muito bacana o interesse das meninas por moda, isto mostra como é democrática. Você não precisa ser o expert para falar sobre moda, basta ter interesse, gostar e estudar muito sobre o assunto”. 20


Com os blogs as meninas tendem a interessar-se cada vez mais por moda, seja pelas tendências, ou os famosos ‘look do dia’. E as blogueiras de certo modo acabam sendo grande influência. Não é à toa que diversas marcas as contratam para publicidade – assim como a própria Ceicinha - pois sabem que atingirá um grande público, entretanto, como tudo que é bom, existe o lado ruim, e o dos blogs é que muitas vezes eles fazem com que as adolescentes comprem desenfreadamente só para acompanhar a tendência que está mais em evidência, tornando-as assim uma vítima do modismo. Por outra via, a maioria desses blogs na verdade são de tendências, como Ceicinha bem pontuou, é necessário muito estudo para falar sobre o assunto e muitas pessoas simplesmente não leem ou não pesquisa sobre a moda em si, somente veste uma roupa e mostram para as internautas, o que na verdade é mais uma propaganda, já que moda vai muito mais além.

Ceicinha Figueiredo apresentando sua coleção de roupas que fez em parceria com uma marca local.

“Você não precisa ser o expert para falar sobre moda, basta ter interesse, gostar e estudar muito sobre o assunto” 21


Desconhecida a origem da Manteiga Apesar de ser um dos alimentos mais corriqueiros, não se conhece a origem de manteiga. Presume-se que, juntamente com a coalhada, tenha surgido ainda na pré-história, quando o homem aprendeu a criar o gado. Os nomes em português (Manteiga) e em espanhol (Manteca) parecem derivar do sânscrito – manthaga – e foram introduzidos na Península Ibérica pelos celtas. Como alimento, apesar de pobre em proteínas, é valiosa porque é rica em vitamina A e encerra, ainda, bom teor de cálcio, fósforo e vitamina D. Para se produzir um quilo de manteiga são necessários cerca de 20 litros de leite.

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Sabia que o milho é muito mais do que um alimento?

O milho é um portento da natureza. Para além de ser alimento precioso, dele obtêm-se muitos produtos, desde a cola fina, usada em selos e envelopes, ao óleo comestível. Do milho pode-se ainda extrair matéria-prima para fabricar tintas, tecidos, papel, substitutos da borracha, sabão, álcool e até pólvora sem fumaça.

1 litro de = 20 litros de


“Casa da mãe Joana” Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda. Isso não mudou nada.

“Sem eira nem beira” Mas, afinal, o que é uma beira? Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, e tribeira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

“Ficar a ver navios” Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Eram comuns as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

Você sabia que alguns ditados populares são ditos de forma errada? Por exemplo... Errado: “Cuspido e escarrado”. - Alguém muito parecido com outra pessoa Correto: “Esculpido em carraro”. - Carraro = Tipo de mármore

Errado: “Quem não tem cão, caça com gato”. correto: “Quem não tem cão, caça como gato”. ou seja, sozinho, esgueirando, astutamente, traiçoeiramente. 23


Eloisa Olinto 24

Por Yasmin Alencar


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oz afinada, samba no pandeiro e choro no cavaco, ela mostra o que nasceu em pleno sábado de carnaval do dia 3 de março de 1984. Eloisa Maria Olinto da Fonseca nasceu no alto do planalto da Borborema na cidade de Campina Grande – PB e há 15 anos tem o dom de “nordestinizar” o samba na história da música brasileira. Seu primeiro palco foi o banheiro de casa, junto com a escova de cabelo que segurava em suas mãos como microfone, ela embalava sua voz em inúmeras canções sem imaginar que um dia seria artista, já que subir nos verdadeiros palcos musicais era algo inconcebível para a sua jovem cabecinha. A timidez se fazia latente em seu inicio de carreira e foi através de um festival de música de uma igreja evangélica que ela quebrou todas as muralhas da vergonha de cantar, dando assim o ponta pé inicial para longos anos nos anais da música em sua vida. Sem dúvida, a partir daí a música escolheu de uma vez por todas Eloisa Olinto. Por mais que ela tentasse se esquivar, no final a vitória musical era certeira sobre ela. Assim, se deu o seu primeiro passo na música secular, sendo convidada para participar de um grupo de canto andino que carrega o nome de Grupo de música Latino-Americano. Foi através desse grupo que a cançonetista começou a se apresentar em bares, e locais privilegiados da rainha da Borborema. O grupo de canto andino não foi só um divisor de águas, mas também abriu as portas a novas e inúmeras oportunidades na

zona da música. Logo após, Eloisa ingressou na Banda Adágio aos 18 anos, pela qual passou nove anos a cantar em bailes.

“Seu primeiro palco foi o banheiro de casa, junto com a escova de cabelo que segurava em suas mãos como microfone” Uma das suas maiores referências musicais a conheceu no ano de 2005. O mestre Duduta, como muitos costumam chamar é o pioneiro do choro na cidade de Campina Grande. Seu Duduta carinhosamente chamado pela artista mantém há 50 anos a chama do chorinho acesa, chama essa que indubitavelmente acabou queimando Eloisa. Até por que, como falar de Eloisa Olinto e não mencionar no nome de Duduta, ou apenas Duduta da dona Zilda, ou melhor, ainda, Duduta pai do Waguinho grande amor da vida da cantora. No mesmo ano recebeu convite para gravar a canção Campinense de autoria do seu próprio sogro. Um samba com altas doses de pandeiro, bandolim, cavaquinho e o violão

que exalta o amor nutrido por Campina Grande. E foi por essa declaração de amor à terra que é berço de cultura, musicalidade e arte que sua voz interpretou-a em rede nacional no programa Sr. Brasil da TV Cultura. Por três anos a artista fez parte do grupo Samba Contradição que a consagrou de uma vez por todas e fez com que na terra do maior São João do mundo o samba deslanchasse de vez. Muitas são suas composições, as quais deram origem a inúmeros CD’S lançados, como seu primeiro solo de samba em 2010. “Todos os sambas” junto com o grupo Samba Contradição, “Esse samba é para você” também CD solo, etc. Apesar de nunca ter tido um músico na família o qual pudesse se espelhar ela sempre recebeu o apoio dos seus familiares. Em especial sua mãe que fazia questão de onde chegar anunciar que a filha cantava e que cantava muito bem por sinal. Sua participação em “Mulheres que brilham”, programa do Raul Gil em 2012, veio quebrar os paradigmas de que é “paraibano é necessário cantar forró”. O The Voice, onde também participou, acarretou muitas conquistas para sua carreira. Lugar onde Eloisa Maria Olinto da Fonseca tomou respaldo e ficou conhecida. Mas, como na vida tudo é feito de lembranças, existem épocas distintas para fechar determinados ciclos, talvez essa seja uma para a vida de uma das mais notáveis cantoras de samba de Campina na atualidade. A qual pode muito em breve retirar o seu pandeiro para colocar uma sanfona.

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Migração das mulheres para o Poder Legislativo Por Kemilly Thayná A história mundial é marcada pela segregação de cargos de acordo com o gênero sexual do indivíduo, uma vez que, cabia às mulheres o papel de esposa, mãe e dona de casa, e aos homens, o papel do poder caracterizado na participação mais facilitada nos mais diversificados campos onde é comumente encontrar indivíduos do gênero masculino, com funções de maior responsabilidade, já que, a igualdade de oportunidade continua a ser uma realidade utópica, mas vêm sendo reduzida ao passar dos anos com o ingresso das mulheres nos cargos que um dia fora administrado apenas pela categoria masculina. A população feminina do Brasil, a cerca de 80 anos, era eximida do direito à participação política devido à proibição do voto, pois, as mulheres eram julgadas como incapazes de escolher e ocupar cargos da política. Na atualidade, de acordo com o levantamento da União Interparlamentar, o Brasil ocupa a posição de 156º lugar no ranking de participação feminina na política entre 188 países e 8,6% do seu quadro legislativo são compostos por mulheres. Ou seja, apesar do número de mulheres a ocupar cargos legislativos ser pequeno no Brasil que fica a frente de apenas 32 países, ele existe e sua tendência é o crescimento devido à lacuna da carreira política aberta para as mulheres. Hoje, com Dilma Vana Rousseff, o Brasil obtém a primeira presidenta - presidenta, no feminino - eleita, que este ano é novamente candidata para este mesmo cargo, e disputa com 10 candidatos, entre eles duas mulheres. A candidatura de três mulheres à presidência do Brasil, Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores, Marina Silva do Partido Socialista Brasileiro e Luciana Genro do Partido Socialismo e Liberdade, fica mais explicita quando são analisadas as pesquisas de intenção de votos onde se pode verificar um suposto segundo turno entre duas candidatas: Dilma Rousseff e Marina Silva. Isto evidecia o fato de que a mulher está ocupando seu espaço de direito. A confiabilidade dada à mulher contemporânea é causada pela mudança de perfil da mesma, pois, a mulher que era vista como dona de casa, como incapaz de tomar decisões importantes é extinta, dando lugar a uma nova mulher: consciente, capaz, independente, que busca a igualdade de direitos e não aceita a submissão perante o gênero antes tido como superior. Esta é a mulher caracterizada nas representantes políticas, mulheres que têm o direito e exercem o direito da participação das decisões de sua sociedade.

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Campinense e Treze: Os Maiorais da Cidade

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Por Lucas Batista

o esporte, o futebol é a maior paixão do brasileiro, só ele consegue mover milhões de pessoas. A magia do esporte mais popular do planeta é incontestável, o amor que os indivíduos possuem pelos seus respectivos clubes é, de fato, inexplicável. O Brasil é considerado por muitos como o país do futebol, e isso tudo começou no longínquo ano de 1894, quando o paulista Charles William Miller conheceu o esporte na Inglaterra. Ele se apaixonou pelo futebol e, pode-se dizer que foi o primeiro brasileiro a amar o maior esporte do Mundo. Resolvendo assim, trazer para o Brasil, duas bolas em sua mala. Na Paraíba não poderia ser diferente, e em Campina Grande então... Se Charles Miller foi o grande responsável por trazer o futebol ao Brasil, Antônio Bióca trouxe para Campina Grande e participou da fundação dos dois maiores clubes da cidade, o Campinense Clube e o Treze Futebol Clube. Bióca, um homem que vai ficar eternizado na história do futebol campinense, é o maior responsável pelo que hoje chamamos de “Clássico dos Maiorais” (que é como ficou conhecida a partida disputada entre Treze e Campinense). Campinense e Treze conseguem fazer a alegria dos moradores de Campina. A cidade é dividida: ou você é Raposa, ou é Galo. Vez ou outra aparece torcedores dos times de fora do Estado. Os que preferem os times locais, acreditam que nada supera o prazer de poder acompanhar o time de perto, ir ao estádio, frequentar os treinos, até “xingar” os jogadores é mais fácil e, pasmem, muitas vezes eles escutam. Já os que torcem por algum time do Sudeste do País, falam que “torcer por times locais não presta, só se tem raiva e, nunca comemorarão um título descente!”. Opiniões diferentes, porém, paixões iguais. Diferentemente de todo o resto do Estado, o campinense (ou campina-grandense, como preferem os trezeanos), ainda possui uma esperança para com os times da cidade, mesmo em meio a tantos problemas, como falta de verba, falta de patrocínio, até falta de divisão para jogar. Enquanto os “gigantes” do sudeste do País jogam até dezembro, os daqui, muitas vezes, só têm calendário até julho. O amor que sentem por esses dois clubes, mesmo com todas as adversidades, cresce a cada dia mais. Ao caminhar pelas ruas da Rainha da Borborema, percebe-se o quanto as pessoas defendem o seu time do coração. “O Amigão”, em dia de clássico fica mais bonito, a cidade passa a ter um clima diferente. Ah, claro, o famoso “Clássico dos Maiorais”. A semana que antecede esse jogo costuma ser diferente em Campina. O dia, então, nem se fala. Uma festa incrível acontece no “O Amigão”, porém, de uns tempos pra cá, as coisas começaram a mudar... A violência passou a ter mais destaque do que a festa, membros das duas torcidas praticam tanta violência que, muitas vezes, geram mortes. Mães choram por seus filhos que se foram. Diante disso, o público do clássico começou a cair. Existem épocas em que apenas uma torcida comparecia ao estádio, isso mesmo, torcida única no jogo. Muitos dizem que este é o fim da magia do maior jogo do estado, mas, talvez seja apenas uma fase ruim, que logo passará. Campinense e Treze jamais acabarão, estarão sempre presentes na vida dos moradores de Campina, mesmo com tantos problemas, é quase que uma regra jamais abandonar o clube que tanto amam. Aliás, não é uma regra, nem obrigação, é apenas... Amor.

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Futebol Amador:

A realidade do futebol brasileiro

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Por Lucas Batista

uitos acreditam que os jogadores de futebol são todos iguais aos grandes craques que nadam em rios de dinheiro, acham que eles possuem os melhores carros, as mais luxuosas mansões, e que vivem ostentando viagens, em alguns casos, isto é verdade, porém, a maioria dos jogadores brasileiros não vivem essa realidade. No Brasil, apenas 2% dos jogadores - dos 31.000 registrados na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) - ganham mais de vinte salários mínimos, e, 82% não passam de um rendimento mensal de dois salários mínimos em média. Luis Fernando Restrepo, ex-BBC e, atualmente jornalista esportivo da DirecTV, afirmou: “Para quem tem talento e sorte, o futebol certamente é um caminho para fugir da pobreza. Só que apenas uma minoria consegue.” Em outro ponto do mundo do futebol, existem os jogadores que não recebem auxílio algum para ajudar na pratica do esporte, esses, entram no conhecido “futebol amador”. Os jogadores amadores são aqueles que não ganham nada para jogar, às vezes, uns dão sorte e conseguem um par de chuteiras, outros, nem isso. De domingo a domingo, em vários campos de várzea (sinônimo de amador no futebol) de todo o Estado da Paraíba, crianças, jovens, adultos, se reúnem e praticam o esporte mais popular do país. Alguns ainda alimentam aquele sonho de criança de se tornarem jogadores profissionais, como é o caso do Davi Guedes, de 16 anos. “Meu sonho é ser goleiro profissional, estou tentando lutar por ele. Na várzea, encontramos muitas dificuldades, entre elas a falta de investimento. Faltam patrocinadores para nos ajudar, sem contar na qualidade dos campos. Muitas vezes jogamos às 11 da manhã, o que complica muito nosso rendimento em campo.” Já alguns, não possuem a idade certa para ser jogador profissional, é o caso de Alessandro Batista, residente da cidade de Aroeiras, localizada a 52 km de Campina Grande. Sandro, como é chamado, pratica futebol em um clube amador de sua cidade natal. “O maior problema do futebol amador é a falta de incentivo dos gestores, tanto federais, estaduais e até municipais.” O futebol amador é, sem dúvida alguma, importante para o desenvolvimento futuro do atleta. Muitos craques saem dos campos de peladas e se tornam jogadores de nível nacional, ou até mesmo internacional. Apesar de tantas dificuldades, muitos não desistem do 28 sonho de ser jogador de futebol.


Esporte Feminino: Vencendo as barreiras

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Por Lucas Batista

s mulheres sempre são desvalorizadas quando decidem adentrar ao mundo esportivo. O esporte feminino vem rompendo barreiras com o passar do tempo, e isso é notado claramente nas Olimpíadas, que são disputadas entre quatro em quatro anos. No ano de 2004, o esporte feminino do Brasil conquistou apenas duas medalhas nos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia, porém, apenas quatro anos depois, nas Olimpíadas de Pequim, China, as mulheres brasileiras aumentaram consideravelmente o número de medalhas, chegando a marca de seis medalhas conquistadas. Das três medalhas de ouro que o Brasil conquistou em 2008, duas foram por mulheres. Já nas olimpíadas de Londres em 2012, o número não subiu, mas também não caiu. Novamente seis medalhas para o esporte feminino olímpico brasileiro. A judoca brasileira, Sarah Menezes, reflete bem o crescimento do esporte feminino. Aos 18 anos, participou das Olímpiadas de 2008, mas foi derrotada já na primeira luta. Já nos Jogos Olímpicos de 2012, Sarah conquistou o primeiro ouro da história do judô feminino brasileiro. “Ainda estou flutuando. Não caiu minha ficha completamente. Estou muito feliz e agora acredito ainda mais no meu potencial”, comentou Sarah após a vitória, em entrevista a emissora oficial dos Jogos. O esporte feminino, apesar de já ter mostrado diversas vezes o seu potencial, ainda sofre muito preconceito, e na Paraíba não poderia ser diferente, várias meninas que sonham em praticar algo, principalmente futebol, futsal, ou algum esporte que é mais comum para a prática masculina. Mesmo com tantas dificuldades, muitas dessas esportistas sonham em crescer na vida através do esporte, pensando nisso, resolvem criar equipes e começar a disputar torneios e campeonatos. O Real Lagoa Seca, clube do interior paraibano, possui várias modalidades esportivas, entre elas, o futsal feminino. Apesar de contar apenas com um esporte feminino, o responsável pelo clube, Hermano Souza, mais conhecido como Mano, falou que, ainda em 2014, o Real abrirá mais uma modalidade, a de handebol feminino. Mano acrescentou: “Além do preconceito que existe, um dos fatores que dificultam a evolução do esporte feminino na Paraíba é, sem dúvida, a falta de apoio. Precisa ser feito algo para motivar essas atletas. Um calendário anual pela FPFS (Federação Paraibana de Futebol de Salão), incentivo financeiro por parte do governo, trabalho de profissionalização das atletas no Estado, entre outras ideias”. Em Boqueirão, cidade do interior da Paraíba, um grupo de meninas resolveu criar uma equipe de futsal. “As Independentes”, como é chamado o time, recebeu esse nome por conta dos problemas que enfrentam. “Hoje estamos sem treinador, sem apoio financeiro, mas, continuamos jogando mesmo assim. Nos reunimos e decidimos continuar por conta própria, por isso o nome As Independentes”, afirmou a jogadora Gabriele Viera. Ela acrescentou “O time foi fundado por uma amante do esporte, a uns dez anos atrás, mesmo sendo fechado várias vezes, nós voltamos, pois a paixão não nos deixava ficar paradas. Acredito que não sofremos preconceito, somos, na verdade, desvalorizadas por sermos mulheres”. Mesmo com todas as dificuldades que são colocadas, como o preconceito ou desvalorização, falta de incentivo, calendário escasso, as mulheres continuam superando e conquistando o lugar que é delas de direito. Em 2016 os Jogos Olímpicos serão realizados no Rio de Janeiro e com a chegada desse evento com visibilidade internacional, todos esperam que que as mulheres sejam vistas como qualquer esportista que, independentemente do sexo, luta por um ideal e faz do esporte o seu modo de vida.

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Nos Cantinhos de Campina

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rainha da Borborema nos surpreende cada dia mais, por ser um pólo universitário muito procurado pelos jovens para estudar e morar, a cidade tem atrativos que surpreende a todos que a visitam, afinal, não são só estudantes migram para essa região. Campina faz parte do roteiro turístico da Paraíba. Muitos turistas visitam a cidade, atraídos pela cultura que é bem representada nos mais variados meios, como os museus, por exemplo, além da, já tradicional, festa junina, O Maior São João do Mundo. Porém, a arte não está representada somente nos museus, mas também nos lugares, os cantinhos que, ao abrirem suas portas, tornam-se grandes ao mostrarem seus tesouros feitos com dedicação e amor, em um acolhimento sem tamanho. Poderia ser um café como outro qualquer, se não fosse a decoração pensada em cada ponto e pelo aconchego que nos recepciona desde a sua entrada até junto as suas mesas de doces, que são de comer com os olhos. O prédio é grande, de cor vibrante, e

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Por Pedro Borges

com um cardápio enorme à sua frente, que me chamou bastante atenção. É assim que se é recepcionado no Das Graças Café. A simpatia e atenção dos funcionários deixa a todos muito à vontade. Amanda, proprietária do recinto, simpática e educada falou um pouco sobre esse lugarzinho feito para matar a saudade da comida de casa. A dona do café explicou o porquê do nome “Das Graças”, segundo ela esse nome tem um significado muito importante, por se referir a algo espiritual, a fé, algo que ao seu olhar remete a uma benção, também está relacionado a uma homenagem a sua prima, cujo nome

remete ao estabelecimento. O Das Graças Café é um retrato de como seria uma típica “casa de mamãe”, tudo isso para que o cliente se sinta à vontade, pois, um dos objetivos da proprietária foi criar um ambiente com que os visitantes se sintam livres e ao mesmo tempo mimados, acolhidos. A comida é tipicamente regional, caseira e fresca, tudo é feito na hora. A preocupação com o café foi posta em prática, tendo em vista que só são servidos a iguaria no seu estado expresso e coado, que é o mais pedido. Importante ressaltar também que, até a música do local está em harmonia com o ambiente. Tudo isso para


um maior conforto e maior apreciação, seja para um simples chá da tarde ou para um delicioso bate papo num local inspirador. Continuando as andanças na cidade, outro lugar que chama atenção primeiramente pelo seu nome, é o Bookafé. Flavio Roberto, um dos três sócios do estabelecimento, mostra como unir a fé e a leitura para um objetivo só. O significado do nome, assim como o da empresária Amanda, do “Das Graças Café”, também está ligado ao lado espiritual. Segundo Roberto, o nome é uma junção de duas ferramentas essenciais para o desenvolvimento humano espiritual: book (livro, tendo em vista que o recinto é basicamente composto por prateleiras de livros) e fé (todos os livros são ligados

ao lado espiritual, a questão religiosa, a Deus). O ambiente foi todo planejado para que todos se sentissem confortáveis e, acima de tudo, acolhidos. Tudo foi pensado para o conforto: um espaço reservado para as crianças ficarem enquanto os pais; uma pequena sala para oração no meio das estantes, além da decoração, onde os livros ficam à mostra e ao alcance dos clientes. Além disso, cada mesa tem um bloquinho onde as pessoas podem colocar seus nomes ou de parentes e pedir orações. A religiosidade, realmente é a base desse estabelecimento. O Bookafé é um projeto real-

izado por uma congregação cristã, porém, o espaço é aberto para todas as religiões sem descriminação. “Vez ou outra, grupos de católicos vem usufruir do espaço e são sempre muito bem vindos”, explica o proprietário Roberto. Em um lugar onde a cultura, a diversidade e a jovialidade são presentes, esses cantinhos especiais fazem toda a diferença e são, assim, simples, mas requintados. Seja com o gostinho delicioso da comida regional acompanhado de um bom chá da tarde, até, saborear deliciosos salgados enquanto tem de um bom livro uma companhia, unido de um ambiente totalmente apaziguador, o Das Graças Café e o Bookafé, já fazem parte dos cantinhos que merecem ser visitados na nossa cidade.

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CAMPINA GRANDE

150 Anos

Por: Sulamita Oliveira 32

e ValdĂŞnia soares


C

ampina Grande, ou a Rainha da Borborema como é carinhosamente chamada, chega aos seus 150 anos com todo vigor, beleza e desenvolvimento. Quando Teodósio de Oliveira trouxe o grupo de índios Ariús que liderava, para nossa cidade, ele não poderia imaginar que o local que ele havia descoberto se tornaria uma grande cidade, honrando assim, o nome que lhe foi dado. Desse modo, nada melhor do que viajar no tempo e conhecer um pouco da história da cidade que é polo universitário e tecnológico e terra do Maior São João do mundo. A história da fundação está intimamente vinculada à ocupação índios Ariús nos arredores das aldeias de Campina Grande. Várias são as controvérsias que giram em torno da fundação, pois na época em que Teodosio de Oliveira Lêdo – então capitão-mor – chegou a localidade já estaria habitada pelos índios Ariús. Alguns historiadores apontam a tese de que a o povoado já se chamava Campina Grande. Apesar de ser conhecida, na época, por todos na região como Campina Grande, o nome oficial do povoado era Vila Nova da Rainha, uma singela homenagem à Rainha Dona Maria I, de Portugal. Foi justamente com o nome de Vila Nova da Rainha que Campina Grande teve três participações indiretas em três importantes eventos revolucionários durante o período imperial português: Revolução Pernambucana, Revolução Praieira e Confederação de Equador. Foi ao redor do Riacho das Piabas, hoje conhecido como o Açude Velho que, em 11 de outubro de 1864 Campina Grande elevou-se a categoria de cidade. Na época apenas cerca de 300 casas distribuídas, principalmente, ao longo da Rua da Matriz, Rua do Meio, Rua Grande, que são, respectivamente, as atuais ruas Floriano Peixoto, Afonso Campos e Marciel Pinheiro. Duas igrejas também faziam parte da arquitetura de Campina naquela época, eram elas a Catedral de Nossa Senhora da Conceição e a Igreja

do Rosário (demolida na gestão Vergniaud Wanderley). A implantação do terminal férreo, conquista do então prefeito Cristiano Lauritzen, em 1907, que o progresso em Campina realmente começou a se desenvolver. Foi o auge da cultura local algodoeira. Durante o “boom” que foi o cultivo de algodão, a cidade cresceu relativamente no número de habitantes, em residências e em casas comerciais. O cultivo de algodão na cidade, ficou por certo tempo, sendo o 2° maior produtor do mundo. A produção do algodão começou a decair em meados da década de 30, quando o café, na região de São Paulo, atingiu o auge. Até a década de 1960, Campina Grande era a principal cidade do estado da Paraíba. João pessoa figurava apenas como administrativa. Nesse período Campina arrecadava muito mais do que a capital, e era tida como um dos principais pólos industriais e comerciais da região Nordeste. Em 1967, ainda tida como um dos principais polos industriais, Campina Grande recebeu o primeiro computador de toda a região Nordeste, que foi instalado CDP da Escola Politécnica, hoje conhecida como Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Hoje em dia, é visível o crescimento que a cidade vem alcançando. Campina conta com mais de 76 empresas produtoras de software, que são responsáveis, inclusive, por exportação de tec-

nologia para todo o mundo. CAMPINA E SUA GRANDE FESTA “O MAOR SÃO JOÃO DO MUNDO” Campina Grande é conhecida por realizar um dos maiores eventos de festa popular do mundo: o São João. Realizado pela Prefeitura Municipal entre os meses de junho e julho, o Maior São João do Mundo, como é mais conhecido, atraí milhares de turistas de diversos lugares do Brasil e do mundo. O São João de Campina nasceu no ano de 1983 e é um ícone da cultura popular nordestina. Antes disso, os moradores da cidade já comemoravam as festas de São João, Santo Antônio e São Pedro em pequenos grupos entre si, ao som de forró e ao redor de grandes fogueiras. Vendo que as festas representavam para o povo, o então Prefeito, Ronaldo Cunha Lima, decidiu concentrá-las no centro da cidade de forma que aumentou tanto a participação dos cidadãos, como a popularidade da festa. Mesmo com algumas mudanças no layout ao longo dos anos, o São João nunca perdeu seu brilho e tradição, e, a cada ano torna-se mais popular. Desde a sua primeira edição o evento é realizado no Parque do Povo, ou como é popularmente conhecido “Quartel General do Forró”, que conta com uma área de 42 mil metros quadrados, por onde passam durante os 31 dias de festa mais de 200 atrações musicais e cerca de milhares de pessoas.

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Além dos shows e quadrilhas que acontecem no Parque do Povo, dentro da programação junina, outros inúmeros pontos da cidade passam a oferecer programações culturais juninas, dentre eles, um ganha destaque, O Sítio São João, uma réplica fiel de um sítio do interior nordestino, que conta com um cenário rural onde encontram-se uma casa farinha, uma capela, bodega e muitos outros atrativos que chamam bastante atenção dos visitantes. Outro ponto importante é o Expresso do Forró, um passeio de trem que acontece em alguns finais de semana durante os festejos juninos, e leva passageiros da Estação Velha, em Campina, até o distrito de Galante. O trajeto de ida e volta é feito em um trem decorado com motivos juninos, onde em cada vagão contém um trio de forró que anima os passageiros. O passeio no Trem do Forró dura quase duas horas. CIDADE UNIVERSITÁRIA Campina Grande possui duas universidades públicas — Federal e Estadual —, 14 faculdades particulares e um instituto federal. Conhecida, também, como polo universitário devido à qualidade do ensino superior, a cidade recebe estudantes de todas as partes do Brasil. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) conta com cursos tanto a nível técnico quan-

to a nível superior. O início das atividades no IFPB de Campina Grande ocorreu no finalzinho do ano de 2006. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) possui sete campi, e um deles está localizado aqui, na Rainha da Borborema. A UFCG foi desmembrada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) — com sede em João Pessoa e em mais cinco outros municípios paraibanos — no ano de 2002 e é considerada um dos maiores pólos de desenvolvimento tecnológico do Nordeste. A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) possui sede em Campina Grande e em mais seis outras cidades do estado. A UEPB foi fundada no dia 11 de outubro de 1987 pelo, na época, governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Buriti. Hoje, anos depois, a UEPB possui mais de 40 cursos de graduação, cursos de nível técnico, além de programas de pós-graduação. ECONOMIA CAMPINENSE Com a implantação do terminal ferroviário, a economia local, com base na plantação e cultivo de algodão, ganhou destaque e atingiu o auge do progresso. Até o ano de 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, perdia apenas para a Livepool, com sede na Inglaterra. A produção de algodão começou a cair devido ao cultivo do café, na região de São Paulo.

O barateamento do algodão e a chegada de empresas estrangeiras no Brasil contribuíram para a decadência da atividade algodoeira. Hoje, Campina Grande se destaca na área da informática e produção de softwares. TECNOLOGIA Campina Grande faz parte dos 14 polos tecnológicos do país. Conhecida pela produção de softwares avançados e programas de computadores, a cidade está na lista de cursos mais concorridos na ária de engenharia na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A cidade hoje é reconhecida no Brasil e no mundo por suas pesquisas e produções na área tecnológica, onde professores e estudantes estão sempre se atualizando e inovando os seus feitos nesta ária que só cresce em nossa cidade. ARQUITETURA Na arquitetura de Campina Grade, encontramos grandiosos prédios, edifícios modernos, que aos poucos estão tomando conta da cidade. Mas no centro da cidade, que é considerado histórico, há grandes monumentos em Art Déco, estilo este que surgiu no início do século XX. Campina possui um dos mais conservados acervos em Art Déco do país, e neles funcionam prédios comerciais, onde aqueles que os utilizam tem a responsabilidade de manter a originalidade das suas fachadas, para preservar assim, o design dos seus modelos originais. CULTURA

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A cultura de nossa cidade nos oferece uma viagem ao início de sua história, onde é sabido que em 1925 se dava início a introdução do teatro em Campina, com a criação do Cine Teatro Apolo, e o primeiro grupo teatral da cidade “O Corpo Cênico do Grêmio Renascença”. Em 1950, foi criado, por Fernando Silveira, o “Rádio-Teatro Borborema”, onde lá se apresentavam vários grupos de


artes cênicas. Foi em 1962 que o Teatro Municipal Severino Cabral foi fundado, e para a época, sua dimensão foi extraordinária. O teatro passou um tempo sem grandes apresentações em seu palco, por passar por uma grande reforma que transformou o lugar em um moderno e aconchegante teatro. O lugar hoje recebe as mais variadas peças teatrais, além de shows que necessitam da acústica já característica do ambiente. Um dos grandes eventos realizados, é O Festival de Inverno de Campina Grande, que existe desde 1975, trazendo para a cidade música, danças e apresentações culturais. Em relação a pontos culturais, Campina está bem servida. A cidade possui diversos museus que contam a história da cidade e encantam pelo seu acervo de imensurável importância para a cultura popular nordestina, retratando fielmente o desenvolvimento das décadas na Rainha da Borborema. Os mais conhecidos são: - Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande - Museu de História Natural - Museu de Artes Assis Chateaubriand - Museu Luiz Gonzaga - Museu de História e Tecnologia do Algodão - Museu do Semiárido Nordestino da UFCG - Museu Geológico da UFCG - Museu do Maior São João do Mundo - Museu de Esporte Plínio Lemos - Museu de Arte Popular (MAP) A cidade ainda possui o Centro Cultural Lourdes Ramalho, onde são oferecidos cursos em

áreas diversas, como danças, artes marciais, música e idiomas. Campina ainda possui como centros ou espaços culturais o Espaço Cultural do SESC/ Centro, Espaço Cultural Casa Severino Cabral e o Centro de Cul-

tura Hare Krisna. O cinema chegou a Campina em 1909, com a inauguração do Cine Brasil. Em 1910, surgiu o Cine Popular do Sr. José Gomes. Após a II Guerra Mundial, a cidade ganhou importantes saladas de exibição cinematográfica: Cine São José, Cine Avenida e Cine Arte. Atualmente Campina possui salas de exibição cinematográfica no Partage Shopping (Cine Sercla), no Ginásio AABB e no Espaço Cultural do SESC/Centro. MUNUMENTO EM HOMENAGEM AOS 150 ANOS DE CAMPINA GRANDE A cidade de Campina Grande receberá em homenagem aos seus 150 anos de emancipação política, um monumento que estará localizado às margens do açude velho, no mesmo local onde era instalado o antigo Pos-

to Berro D’Água. O monumento homenageará os tropeiros da Borborema, que foram grandes desbravadores do progresso da nossa cidade, principalmente no transporte de algodão, quando a cidade era pioneira em produção algodoeira. A obra estava sendo estudada há muito tempo pela Secretaria de Obras da cidade e promete impressionar por sua grande modernidade, e um design arrojado de engenharia avançada. O monumento teve investimento de R$ 1,3 milhão, com recursos próprios do município. A obra deveria ser entregue no dia 11 de outubro, dia do aniversário da cidade, mas devido a um atraso em suas obras a sua inauguração foi adiada para data ainda não divulgada pela prefeitura da cidade. Não só no cenário paraibano Campina se destaca. Pelos seus pólos tecnológicos, pela sua cultura rica, pela animação que marca os seus eventos turísticos, ou por suas belezas naturais, Campina Grande encanta a todos que por ela passam, pela sua audácia de metrópole que se impõe diante todo o Brasil, mas também por não perder – e presumo que nunca perderá – a sua atmosfera de cidade do interior, com ar de calma e tranquilidade, povo acolhedor, que ajuda por gostar dos outros e, acima de tudo, por amar a cidade que vivem, a qual lhe chamam carinhosamente, de Rainha da Borborema.

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Famosos e an么nimos de Campina

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Biografia Manoel Monteiro Por : Jéssica Sousa Lopes

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anoel Monteiro da Silva ou simplesmente Manoel Monteiro, como assinava seus trabalhos, nasceu em Bezerros, Pernambuco, no dia 4 de Fevereiro de 1937, e desde meados de 1955, tomou Campina Grande, na Paraíba, como sua casa. Radicado na Rainha da Borborema foi considerado o cordelista do Brasil, com uma produção densa e diversificada, abarcando toda a área da atividade humana. Filho de agricultor, Manoel estudou oficialmente até o terceiro ano primário, em Recife, no Grupo Escolar Amauri de Medeiros, e teve em seu pai, seu maior exemplo. ‘’Não me lembro de meu pai pedindo coisas a políticos. Lembro-me de meu pai trabalhando. Aos domingos, ele ia para o roçado, caminhando com as duas mãos para trás, olhando o que ia fazer na segunda-feira. (...) Então, ele deixou aos filhos dele a educação do trabalho.’’ - disse Manoel em uma entrevista à revista Brasileiros. Aprendeu a ler quando tinha seus oito ou nove anos, quando foi para Pajeú das Flores, alto sertão pernambucano, com professor Pedro Firmino, uma importante influência para o gosto que ele tinha pela literatura. Manoel dizia que naquela época, por volta de 1950 ele já estava contaminado pelo vírus da poesia, muito pelo habito que um dos meus irmãos, o Absalão, tinha de comprava livros, o que não era nada comum na família Monteiro. “Dinheiro se gastava dinheiro com enxada, machado”, dizia o pai de Manoel. Ainda na infância, a poesia já fazia parte de Manoel, ele via Castro Alves falando dos escravos, Casemiro de Abreu, Fagundes Varela todos esses o encantavam. Parecia que ele tinha aprendido a ler para ler poesia. Monteiro começou a dar forma a argila das rimas e travar os primeiros relacionamentos lúbricos com a criação do verso. Inútil para os labores da roça trocou a enxada e a foice pela viola e a pena, com a primeira houve incompatibilidade por falta de pendores musicais, já com a segunda o concubinato permanece por mais de 50 anos, dessa mancebia nasceu o primeiro folheto e foi publicado em 1953, na editora “Estrella da Poesia”, de propriedade do poeta Manoel Camilo, famoso autor da Viagem a São Saruê. De lá para cá nasceram muitos e com a feição dos mais variados temas. Nos primeiros anos, Manoel elaborava seus folhetos glosando temas de apelo emocional, tão ao gosto dos leitores da época. Mais tarde ele direciona a sua obra para a prestação de serviços (Se previna contra a AIDS, Cartilha do diabético, Manual de primeiros socorros) e também para as escolas. Manoel foi responsável pela adoção do cordel nas escolas públicas de Campina Grande-PB. Monteiro foi membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, onde ocupava a cadeira de nº 38, patronímica de Manoel Tomaz de Assis. E no Museu de Arte Popular da Paraíba, O MAPP, da Universidade Estadual da Paraíba tem como nome um dos espaços, Pandeiro Manoel Monteiro. Onde se encontra muitos dos seus trabalhos, os cordéis. Seguro no ofício de escrever versos rimados, suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do início ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras. Mas, diferente das suas obras, Manoel Monteiro não seria eterno... e quem dera fosse, para essa fonte límpida de cultura e produção inesgotável de livrinhos de gravuras e versos não tivesse fim. Versos sucumbidos de cultura popular nordestina. Manoel partiu de maneira misteriosa, aos 78 anos e deixou além da saudade, um legado que, nem se os papéis dos seus saudosos cordéis se desgastem, a sua cultura permanecerá viva e intacta.

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