3 minute read

UFLA pela África

Next Article
UFLA EM MOVIMENTO

UFLA EM MOVIMENTO

Professores da UFLA estiveram em missão na República do Mali, de 27/3 a 2/4, país africano que, assim como o Brasil, é grande produtor de algodão. Foram enviados sete docentes de diversas áreas da Universidade, para a instalação de campos demonstrativos para o cultivo de algodão, com o objetivo de apresentar técnicas de conservação do solo e adubação. Participaram da missão professores dos departamentos de Engenharia

Agrícola (Andrea Aparecida Ribeiro Correa); Engenharia

Advertisement

Ambiental (Camila Silva Franco), Ciência do Solo (Guilherme Lopes, Junior

César Avanzi, Luiz Roberto Guimarães Guilherme e Marx Leandro Naves Silva) e Ciências da Saúde (Túlio da Silva Junqueira).

O sistema de produção de algodão em Mali enfrenta algumas dificuldades relacionadas ao clima, visto que parte do país está localizada no deserto do Saara. O algodão é uma planta rústica em termos de exigência de água, mas essas dificuldades climáticas fazem com que a produção agrícola tenha uma série de limitações. Por isso, em 2018, o país buscou parcerias para ajudar a resolver esses problemas.

A missão contou com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações

Exteriores do Brasil e da Companhia Malinense de Desenvolvimento Têxtil, fazendo parte de um conjunto de projetos que começaram na UFLA em 2014. “Através desses projetos, há a colaboração com outros países, especialmente os tropicais em situações semelhantes às do Brasil, para troca de experiências. Lembrando que o Brasil é líder em tecnologias agropecuárias”, comenta o coordenador do projeto na UFLA, professor João José Marques Granate. Desde 2018, são realizadas missões em Mali. O projeto foi interrompido devido à pandemia, e retornou neste ano. O projeto prevê entre três e quatro missões ao Mali, por ano, durante cinco anos.

Além dos campos experimentais para auxiliar na produção do algodão, foram realizadas discussões do que pode ser feito para o bem-estar da população, como alternativas simples para melhorar a alimentação, o sistema de saneamento básico, entre outras questões que podem resultar na diminuição do índice de mortalidade no país.

MISSÃO EM MOÇAMBIQUE: hortas comunitárias

Entre os dias 4/4 e 16/4, a professora Heloísa Oliveira da Escola de Ciências Agrárias (Esal/ UFLA) participou de uma missão humanitária em Moçambique. A cooperação tem como princípio a doação de sementes e materiais de insumos para a instalação de hortas comunitárias. O objetivo é contribuir para amenizar a insegurança alimentar do país africano, em especial nas regiões atingidas pelos ciclones Idaí e Kenethsua em 2019, além de consequências advindas da pandemia de Covid-19. O Instituto Federal de Minas Gerais (IFSuldeMinas) também esteve presente, representado pelo professor Francisco Sobral.

A missão brasileira é coordenada pela analista de cooperação Paula Rougemont e o assistente de projetos Bruno Andrade, ambos da Agência Brasileira de Cooperação/Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), além de membros do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (Iiam).

A cooperação ocorre em quatro cidades: Sunssundenga (Província de Manica), Beira (Província de Sofala), Namacurra (Província de Zambézia) e Metuge (Província de Cabo Delgado). Nessa primeira fase, foram realizadas visitas técnicas em áreas de campo, para o reconhecimento das áreas que receberão as hortas comunitárias, não só para subsidiar a quantidade de sementes a serem adquiridas, mas também para orientar a lista de materiais e insumos que serão comprados.

Os recursos recebidos permitirão o plantio de variedades de legumes e hortaliças (pimentão, repolho, tomate, cenoura, alface e cebola) que já foram testadas com êxito em Moçambique, em projeto de cooperação técnica trilateral coordenado pela ABC, e executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

MISSÃO NO QUÊNIA: produção de algodão

Oprojeto "Cotton Victoria", desenvolvido no Burundi, no Quênia e na Tanzânia desde 2016, visa a ampliar a capacidade de utilização de tecnologias mais avançadas para a produção do algodão nos referidos países africanos, sempre com base em experiências e boas práticas brasileiras.

Uma equipe técnica da UFLA esteve no Quênia, entre os dias 26/9 e 29/9, para avaliar os resultados das ações e estabelecer novas metas. Foram realizadas visitas aos campos experimentais, palestras sobre a tecnologia de sementes, introdução de novas cultivares, materiais genéticos e de sementes, além do uso de novas tecnologias midiáticas na difusão da extensão rural.

O coordenador do projeto na UFLA, professor Pedro Castro Neto, destaca a importância do Cotton Victoria para os avanços nos países africanos. “Os resultados alcançados só foram possíveis graças às ações que não pararam mesmo diante da pandemia de Covid-19, e óbvio: seguindo todos os protocolos emergenciais impostos no momento. Diante disso, quando avaliamos os cursos e capacitações realizados na Universidade, as visitas técnicas e de campo, tudo caminha para o bom resultado que temos hoje, com um aumento significativo de produtividade e sem acréscimo no custo”, explica.

O projeto, que tinha previsão para terminar em 2023, foi prorrogado. “O intuito é proporcionar uma formação ainda mais eficaz para que eles possam se tornar propagadores das tecnologias aprendidas sobre a produção de algodão”, ressalta Neto.

A pró-reitora de Extensão e Cultura da UFLA, professora Christiane Maria Barcellos Rocha, participou da mesa de abertura e fez articulações importantes para o projeto em andamento e também para futuros projetos que a Universidade possa desenvolver em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A equipe técnica da UFLA também foi composta pelo professor Antônio Carlos Fraga, e o representante da Coordenadoria de Comunicação Social, Sandro Freire de Araújo.

Participaram também da reunião representantes do Ministério de Agricultura, de entidades de pesquisa de extensão de cada um dos países participantes do projeto e responsáveis pela articulação com a Agência Brasileira de Cooperação, além de representantes da embaixada do Brasil na Tanzânia e no Quênia.

This article is from: