CENTRO TERAPÊUTICO ARQUECURA: Percepção, arquitetura sensorial e neuroarquitetura como auxiliadores ao tratamento da ansiedade e seus transtornos.
Trabalho Final de Graduação Debora Arrepia
Debora Arrepia
CENTRO TERAPÊUTICO ARQUECURA: Percepção, arquitetura sensorial e neuroarquitetura como auxiliadores ao tratamento da ansiedade e seus transtornos.
Trabalho Final de Graduação para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à escola superior da Universidade do Grande Rio - Unigranrio Orientador: Maurício Costa
Rio de janeiro 2021
CENTRO TERAPÊUTICO ARQUECURA: Percepção, arquitetura sensorial e neuroarquitetura como auxiliadores ao tratamento da ansiedade e seus transtornos.
"Damos forma aos nossos edifícios e depois eles dão forma à nossa vida." Winston Churchill
Agradecimentos Agradeço á Deus por ser a força que me capacitou a chegar até aqui. Agradeço com imensa gratidão e amor, aos meus pais Ana Paula e Luiz por me ensinarem valores e preceitos que levarei para toda a minha vida, por me apoiarem em todos os momentos e me darem forças para conquistar meus sonhos. Aos meus irmãos Beatriz e Luiz Felipe, que me incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste trabalho. Agradeço aos meus familiares, que sempre estiveram ao meu lado, pelo apoio demonstrado ao longo de todo o período de tempo em que me dediquei a este trabalho. Agradeço ao Pedro por todo incentivo, parceria e companheirismo.
Agradeço aos meus colegas de curso, cоm quem convivi intensamente durante os últimos anos, pelo companheirismo e pela troca de experiências que me permitiram crescer não só como pessoa, mas também como formando em especial Nicole e Bernardo. Por fim, agradeço a equipe Parattus Arquitetura por todos os conselhos, pela ajuda e pela paciência com a qual guiaram e incentivaram à realização deste trabalho em especial a minha chefe Carolina Quintas e as minha colegas de estágio Maria, Rhayssa, Lorena e Rafaela.
SUMÁRIO Introdução Apresentação inicial da proposta desenvolvida Resumo Justificativa Objetivo Geral e Específico Objetos
14 16 17 18
Fundamentação teórica Contextualização do tema Ansiedade Arquitetura Sensorial Neuroarquitetura
21 29 37
Estudo de Caso Processo de pesquisa de referências de projetos análogos Centro Maggie de Oldham / dRMM Termas de vals de Peter Zumthor Capela de Santo Ignacio de Steven Holl Usaquén Pantanal Urbano / CESB
47 53 59 63
O lugar Um estudo sobre a caracterização/localização da área de projeto Localização Mapa da configuração viária Mapa do uso do solo Raio de abrangência do público alvo
67 71 77 81
O Projeto Proposta arquitetônica do Centro Terapeutico Arquecura O projeto Implantação Conceito Materialidade Diagramas Programa de necessidades e setorização Fachadas Estratégias Perspectivas bibliografia
85 87 89 91 93 97 99 103 105 110
Introdução
Abstract This Final Graduation Work proposes the elaboration of an architectural project for a Therapeutic Center, located in the University City, (UFRJ) North Zone of the city of Rio de Janeiro - RJ, whose service is aimed at people with the disorder of anxiety with the intention of reaching the students and still being a support point of the psychiatric ward of the HUCFF- Hospital Universitario Clemente Fraga Filho. Thus, the project aims to explore the role of architecture through the foundations of sensory architecture and neuroarchitecture, together with traditional medicine to be instruments for the recovery of the mental health of its users, aiming to understand how elements of space can positively affect the treatment by promoting a sense of social, physical and psychological well-being.
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O presente Trabalho Final de Graduação tem como proposta a elaboração de um projeto arquitetônico para um Centro Terapêutico, situado na Cidade Universitária,(UFRJ) Zona Norte do município do Rio de Janeiro - RJ, cujo o atendimento é voltado para pessoas portadoras do transtorno de ansiedade com o intento de abranger os estudantes e ainda ser um ponto de apoio da ala psiquiátrica do HUCFF- Hospital Universitário Clemente Fraga Filho. Assim, o projeto tem por objetivo explorar o papel da arquitetura através dos embasamentos da arquitetura sensorial e da neuroarquitetura, em conjunto com a medicina tradicional para que sejam instrumentos de recuperação da saúde mental de seus usuários, visando compreender de que maneira elementos do espaço podem afetar positivamente no tratamento promovendo a sensação de bem-estar social, físico e psicológico.
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"Se desejamos que a arquitetura tenha um papel emancipador ou curador, em vez de apenas reforçar a erosão do significado existencial, devemos refletir sobre a diversidade de meios secretos pelos quais a arte da arquitetura está vinculada à realidade cultural e mental da nossa época.” (PALASMAA,2011,P.33)
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. Justificativa Na sociedade moderna, grande parte da população mundial é afetada pela ansiedade e seus transtornos. A ansiedade, é considerada por especialistas como o mal do século que vem ganhando espaço entre os transtornos mais sentidos pelos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2019), o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno. Não obstante, a população universitária parece ser ainda mais vulnerável a esta problemática, pois os estudantes passam por diversas mudanças nesta fase sejam elas sociais, psicológicas e ambientais, além das demandas que o ambiente acadêmico passa a exigir, devendo se adaptar a este novo papel que começam a exercer. Os quadros ansiosos são passíveis de acarretar consequências demasiadamente graves, desde dificuldades para falar em público, passando pelo medo intenso, podendo resultar em suicídio, nos casos extremos. Portanto, a compreensão do fenômeno da ansiedade se faz muito importante. Relacionar os transtornos de ansiedade com estudos propostos pela neuroarquitetura, arquitetura sensorial e conceituações afins, visando a compreensão de como o espaço construído influencia o ser humano, faz com que o arquiteto cumpra seu papel social. É de grande relevância espaços que ofereçam tratamentos e terapias alternativas, aliados a elementos arquitetônicos, atuando diretamente na prevenção e recuperação da saúde mental e física.
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. Objetivo Geral Projetar um centro terapêutico norteado pelos conceitos da arquitetura sensorial e da neuroarquitetura.
. Objetivo Específicos Estudar os princípios da arquitetura sensorial e da neuroarquitetura, relacionando ao transtorno de ansiedade e sua relação entre o usuário e o espaço físico, para melhor compreensão do tema e assim comprovar a influência da arquitetura no processo de tratamento; Estudar e aprender sobre os transtornos de ansiedade e seus impactos na vida humana, ressaltando a vida de estudantes universitários; Compreender como espaços projetados pode influenciar na saúde mental do indivíduo, proporcionando conforto e bem estar, tendo em vista a arquitetura fazendo parte do processo de cura; Aprender a abordagem da multissensorialidade e neurociência aplicada na arquitetura relacionando com os processos de projeto arquitetônico a fim de adequar espaços a pessoas com transtorno de ansiedade.
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.Objetos
1
Ansiedade
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Arquitetura Sensorial
3
Neuroarquitetura
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Fundamentação Teórica
1
Ansiedade
O que é ansiedade? A ansiedade é vista como um sentimento útil para a preservação da vida. Ela é tida como um sinal de alerta, que possibilita ao indivíduo uma maior atenção sobre um perigo iminente, para assim poder traçar estratégias adequadas para sua defesa. Sendo assim, a ansiedade é um sentimento associado ao desenvolvimento normal, estando sempre presente nos processos de mudanças e nas novas experiências de vida. Para definir se o estado ansioso é normal ou patológico, deve-se avaliar a intensidade e frequência com que ocorre, duração, e a interferência com o desempenho social e profissional do indivíduo. Dessa forma, a ansiedade patológica se diferencia da ansiedade normal pois paralisa o indivíduo, trazendo-lhe prejuízos e não permitindo uma preparação para lidar com situações ameaçadoras.
O que é o transtorno de ansiedade? Os Transtornos de Ansiedade são as enfermidades mentais compreendem os quadros em que há a presença de uma ansiedade acentuada, que desempenha papel fundamental nos processos comportamentais e psíquicos do indivíduo, causando-lhe prejuízos em seu desempenho profissional ou acadêmico e nas relações sociais.
Quais são as causas? A etiologia da ansiedade é multifatorial, envolvendo aspectos psicossociais (situações cotidianas que envolvem perigo ou ameaça) e biológicos( Vários neurotransmissores exercem papel fundamental no controle da ansiedade, porém a serotonina e o ácido gamaaminobutírico (GABA) são considerados os mais importantes controlam a resposta de estresse).
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Principais transtornos de ansiedade Diagnósticos segundo os critérios do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais 5.ª edição).
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Síndrome do Pânico
2
Transtorno Obsessivo Compulsivo
3
Fobia Social
4
Fobia Específica
5
Transtorno de ansiedade Generalizada
6
Estresse Pós-Traumático
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1 1
Ansiedade Síndrome do Pânico Os critérios estabelecidos para o diagnóstico de Transtorno de pânico, segundo a American Psychiatric Association (DSM-V) são os seguintes: Ataques de pânico recorrentes e inesperados. A principal característica de um ataque de pânico é a intensa sensação de medo e desconforto seguida por pelo menos quatro dos seguintes sintomas somáticos ou cognitivos, os quais iniciam abruptamente e atingem um pico em cerca de 10 minutos: palpitações ou taquicardia; sudorese; tremores ou abalos; sensação de falta de ar ou sufocamento; sensação de asfixiador ou desconforto torácico; náuseas ou desconforto abdominal; tontura, vertigem ou sensação de desmaio; desrealização ou despersonalização; medo de perder o controle ou de enlouquecer; medo de morrer; parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);calafrios ou ondas de calor.
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Transtorno Obsessivo Compulsivo Os critérios estabelecidos para o diagnóstico de Transtorno de pânico, segundo a American Psychiatric Association (DSM-V) são os seguintes: Presença de obsessões ou compulsões. As obsessões são caracterizadas por pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados pelo indivíduo como intrusivos e inadequados, causando uma intensa ansiedade ou sofrimento. As obsessões não incluem as preocupações com problemas reais da vida do indivíduo, que as reconhece como produto de sua própria mente.
3
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Fobia Social A Fobia Social é diagnosticada segundo os critérios do DSM-V descritos abaixo: Medo excessivo e persistente de situações sociais ou de desempenho Esta característica essencial da Fobia Social compreende um medo acentuado de situações sociais ou de avaliação, ou quando o indivíduo é exposto a pessoas estranhas. Há um intenso temor em agir de maneira humilhante ou embaraçosa, bem como o medo em demonstrar sintomas de ansiedade. Para se estabelecer o diagnóstico em crianças, esse critério deve ocorrer em contextos que envolvem o mesmo grupo etário (por ex., sala de aula), e não apenas na relação com adultos.
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Fobia Específica O diagnóstico de Fobia Específica deve ser estabelecido através dos seguintes critérios, propostos pelo DSM-V: Medo excessivo e persistente de objetos e situações específicas há um temor acentuado e irracional acerca da presença ou antecipação de objetos ou situações específicas como voar, animais, tomar injeção, ver sangue, etc. A exposição ao estímulo fóbico causa uma resposta de ansiedade excessiva quando o indivíduo se vê diante de uma situação ou objeto que lhe causa Fobia, uma resposta de ansiedade acentuada é vivenciada imediatamente, na maioria dos casos. Esta resposta pode ter as características de um Ataque de pânico. O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional, embora os adolescentes e adultos que sofrem de Fobia Específica percebam seus medos como irracionais, em crianças essa característica pode estar ausente.
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Transtorno de ansiedade Generalizada
6
Estresse Pós-Traumático
O Transtorno de Ansiedade Generalizada é diagnosticado segundo os critérios do DSM-V descritos no quadro abaixo: Uma alta variedade de preocupações excessivas e pressentimentos estão presentes na maior parte do dia, no decorrer de pelo menos seis meses, como por exemplo o medo de que doenças e acidentes possam ocorrer consigo ou com pessoas próximas, ou o receio de uma avaliação negativa por parte de outras pessoas devido à um possível baixo desempenho na realização de atividades. O indivíduo tem intensa dificuldade em controlar a preocupação esses pensamentos podem ter embasamento em várias questões, porém todas são julgadas pelo indivíduo como sendo de difícil controle.
O Transtorno de Estresse Pós-traumático é diagnosticado segundo os critérios do DSM-V descritos abaixo: Exposição a um evento traumático A exposição a um estressor traumático refere-se a experiência, testemunha ou ameaça de eventos que envolveram morte ou grave ferimento, ou qualquer outra ameaça a integridade física própria, de familiares ou de pessoas próximas ao indivíduo. Quando exposto ao evento traumático, a pessoa desenvolveu intenso medo, impotência ou horror, embora em crianças essa resposta se caracteriza por comportamento agitado ou desorganizado. 24
1
Ansiedade
A ansiedade faz parte da vida moderna. Sua forma patológica, o transtorno de ansiedade, é a segunda doença mental mais comum do planeta: segundo dados da OMS, 264 milhões de pessoas sofrem desse mal – 14,9% a mais do que dez anos atrás. E o Brasil é o centro mundial do problema: 9,3% da população tem transtorno de ansiedade, quase o triplo da média internacional (3,5%).
COMPARATIVO ENTRE PAÍSES DA POPULAÇÃO QUE SOFRE COM O TRANSTORNO DE ANSIEDADE BRASIL
9,3%
NORUEGA
7,6% 7,4%
CHILE
6,5%
URUGUAI
6,4%
HOLANDA O especialista em saúde mental da OMS, Dan Chisholm destacou que “não existe um fator EUA isolado que justifiquea alta taxa de transtornos FRANÇA de ansiedade noBrasil, mas existem muitos CUBA fatores que atuam de forma conjunta e consequentemente acabam criando o cenário ALEMANHA atual.” A situação econômica do país, os níveis BOLÍVIA de pobreza, desigualdade social, desemprego e ITÁLIA recessão, assim como fatores ambientais, o estilo de vida nas grandes cidades, foram CANADÁ identificados como os principais fatores PORTUGUAL (CHADE e PALHARES, 2017).
6,4%
12%
A ansiedade no Mediterrâneo 14% Europeu mundo Europa
América África
25 FONTE: OMS, edição autoral.
6,3% 6,2% 6,1% 5,8% 5,4% 5% 4,9% 4,9%
SUÉCIA
4,8%
ARÁBIA SAUDITA
4,2%
REINO UNIDO ESPANHA
21%
10%
PARAGUAI
4,2%
MÉXICO
4,1% 3,6%
FILÂNDIA
3,2%
CHINA
3,1%
RÚSSIA
3,1%
23%
Ásia Ocidental
FONTE: Revista super interessante 2019, edição autoral.
Ansiedade entre estudantes universitários
BRASIL CAMPEÃO MUNDIAL! 9,3% MÉDIA GLOBAL
3,5%
Conforme já foi apontado, a ansiedade é um transtorno altamente prevalente na população brasileira e mundial. Um grupo que parece ser particularmente vulnerável aos transtornos de ansiedade são os estudantes universitários. Segundo Cruz (et al,2010) a ansiedade esta presente em determinados momentos da formação acadêmica, mas tornamse mais predominantes em algumas situações específicas, a exemplo do ingresso e saída desses universitários do curso superior. Ao decorrer do percurso acadêmico o estudante é confrontado com circunstâncias geradoras de pressão psicológica e ansiedade. Os sintomas psicológicos da ansiedade entre os estudantes incluem sentimentos de nervosismo antes de uma aula, pânico, esquecimento durante uma avaliação de aprendizagem, impotência ao fazer trabalhos acadêmicos, ou a falta de interesse em uma matéria difícil (CARVALHO et al., 2015).
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1
Ansiedade
O ingresso na vida acadêmica é caracterizado pela expectativa e mudanças que exigem adaptações a uma nova realidade, interferindo no desenvolvimento pessoal, cognitivo, profissional, afetivo e social dos estudantes. Essa nova realidade pode gerar ansiedade e estresse a ponto de interferir no seu desempenho acadêmico, podendo constituir-se em um período de vulnerabilidade e acarretar repercussões para o desenvolvimento psicológico dos universitários (PEREIRA et al., 2008).
Estressores no relacionamento, alta carga de trabalho acadêmico, Burnout, competitividade, perfeccionismo, e outros fatores, tais como: o afastamento da família, pressão para o sucesso, falta de tempo para o lazer e família, além de preocupações com o futuro, solidão, vaidade, histórico familiar, esquiva e procrastinação concorrem para que os estudantes universitários sejam especialmente vulneráveis a sintomas ansiosos.
Outro momento de vulnerabilidade corresponde à conclusão do curso, em que o estudante estará diante de novas tarefas que exigirão adaptação ao estágio, trabalho de conclusão de curso, a saída da educação superior a inserção no mercado de trabalho. Desse modo, pesquisas corroboraram os apontamentos de que os para o acometimento da ansiedade. As diversas mudanças , sociais e psicológicas, além de estressores no ambiente acadêmico são os fatores que possivelmente influenciam a sua saúde mental dos estudantes de nível superior.
Assim sendo, as intervenções para a problemática se tornam especialmente importantes, pois para além das limitações que a própria ansiedade impõe não se pode perder de vista que problemas ainda mais complexos podem decorrer dela se ela não for adequadamente tratada. Ressalta-se, então, a importância de programas de prevenção e de intervenções, pois a ansiedade, na maior parte das vezes, vem em comorbidade com a depressão, somatização, ou outros transtornos, sendo ainda em alguns casos fator de risco para problemas mais graves.
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Tipos de tratamentos O tratamento dos Transtornos de Ansiedade engloba a intervenção medicamentosa e a psicoterapia. Um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) deverá fazer uma avaliação diagnóstica precisa para definir o tipo de tratamento mais adequado para o paciente.
1
Tratamento SOMÁTICO
Através de medicamentos
Há diversos tipos de medicamentos que podem ser utilizados para o tratamento da ansiedade, entre eles, os benzodiazepínicos e os antidepressivos, Portanto, é necessária uma avaliação do médico psiquiatra para determinar qual medicamento deve ser prescrito para o paciente
2
Tratamento PSICOTERAPÊUTICOS
Terapias, hipnose e relaxamento
É uma abordagem clínica, ou seja, é uma das teorias que podem basear o atendimento psicoterapêutico. Ela se destaca por sua base científica — os precursores da terapia cognitivo-comportamental partiram do método científico e consideraram os conhecimentos sobre comportamento e neurociência
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Tratamento ALTERNATIVOS
Atividades sociais e atividades físicas
Segundo Maria Dilma Alves, psiquiatra e Coordenadora Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, as atividades físicas aumentam a liberação dos neurotransmissores ligados ao humor: a serotonina e a endorfina. A médica explica ainda que manter o corpo em movimento é muito importante para saúde mental como um todo, mas principalmente para quem possui Transtorno de Ansiedade Generalizada, o famoso TAG.
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2
Arquitetura Sensorial
A Arquitetura Sensorial reconhece que as pessoas experimentem e reajam a um ambiente de muitas maneiras, sutis e óbvias, consciente e inconscientemente, funciona para influenciar o humor, comportamento e, finalmente, o bem-estar do usuário em qualquer espaço. Atingir todas as esferas sensoriais
Apropriar-se Interação entre o indivíduo e o espaço
Interação entre indivíduos no espaço
Através dos sentidos é possível captar as informações sensoriais presentes no espaço. Após receber um estímulo, o corpo absorve-o e interpreta-o. Este processo é chamado de percepção e se manifesta de forma diferente para cada pessoa (GAMBOIAS, 2013). As características do espaço arquitetônico, tais como a escala, a materialidade, o programa e a formalidade, promovem intencional ou inconscientemente a fruição sensorial do usuário, condicionando a percepção do espaço. 29
O indivíduo
Arquitetura
Analisando isto, entende-se que a sensação é a resposta imediata dos órgãos sensoriais perante um estímulo, sendo os receptores sensoriais os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca e a pele. Entretanto, as reações físicas despertam também as reações psicológicas, onde a arquitetura, neste caso passa a funcionar como o estímulo de todas as sensações (CRUNELLE, 2001, LOURENÇO, 2016).
"Construir um espaço físico é construir uma atmosfera. A atmosfera pode até ser o objetivo central do arquiteto. Ao final, é este clima de efeitos efêmeros que envelopa o habitante, não o edifício.” (WIGLEY, 1998) "A atmosfera é um tipo de emissão sensorial de som, luz, calor, cheiro e umidade; um clima serpenteado de efeitos intangíveis gerados por um objeto imóvel.” (WIGLEY, 1998)
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2
Arquitetura Sensorial
Qual o papel da arquitetura no estímulo de uma experiência?
"Uma atmosfera pode ser sentida sem ser percebida. Notavelmente, ninguém é sensível a elas a todo o momento ou do mesmo jeito." (Ibid., p. 28, grifo nosso.) Nessa passagem acima, o autor atenta para o fato de que as atmosferas podem ser sentidas de um modo diferente por cada indivíduo. Assim, elas proporcionam experiências muito pessoais ao visitante, portanto diversas umas das outras, pois a forma com que cada indivíduo passa por uma determinada situação é influenciada por suas vivências anteriores, seus pré-conceitos (determinados culturalmente) em relação ao momento experienciado e por seu estado de espírito naquele dia.
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No entanto, como a atmosfera é construída? “A atmosfera parece começar precisamente onde a construção para. Ela cerca um edifício, e é dependente do objeto material. De fato, parece emanar do objeto” (Wigley, 1998, p. 18). Ainda de acordo com Wigley, uma atmosfera ocupa e permeia um espaço, criando suas próprias áreas, delimitando fronteiras e estabelecendo pontos focais.
“a atmosfera de um edifício parece ser produzida pela forma física. É um tipo de emissão sensorial de som, luz, calor, cheiro e umidade; um clima serpenteado de efeitos intangíveis gerados por um objeto imóvel.” Assim, uma construção sólida, tangível e mensurável é capaz de produzir algo tão sutil e intangível quanto uma atmosfera.
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2
Arquitetura Sensorial
Da arquitetura de atmosferas para os sentidos O professor e renomado arquiteto suíço Peter Zumthor compartilha o que considera os nove principais conceitos para se projetar uma atmosfera. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Corpo da arquitetura Compatibilidade material Som do espaço Luz nas coisas Temperatura do espaço Objetos ao redor Entre compostura e sedução Tensão entre interior e exterior Níveis de intimidade
Desses 9 conceitos, 5 são relacionados aos nossos sentidos, então é improvável que se construa uma atmosfera ou um clima sem pensar nos nossos sistemas sensoriais, todo espaço físico media relações, produzindo uma experiência positiva ou negativa, então nós arquitetos devemos projetar para que essa experiência seja positiva, que melhorem essa relação .
Como projetar um espaço para todos os sentidos?
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1. VISÃO 2. PALADAR 3.TATO 4. OLFATO 5. AUDIÇÃO
" Apreciamos um lugar não apenas pelo impacto que este tem em nosso córtex visual, mas sim pelo jeito que ele é ouvido, sentido e pelo seu cheiro.” (ANDERTON, 1991)
" As experiências mais poderosas e vívidas são aquelas que envolvem todos os sentidos ao mesmo tempo.” (HESCHONG,1979)
Os 5 sentidos segundo James Gibson: James Gibson agrupou os sistemas sensoriais de uma maneira diferentes dos sentidos aristotélicos que conhecemos ele entendeu que para percepção sensorial e para percepção de um ambiente de maneira geral esse agrupamento sensorial é fundamental para que se possa projetar espaços verdadeiramente sensoriais.
1
SISTEMA PALADAR-OLFATO
2
SISTEMA HÁPTICO
3
Esse sistema agrupa o olfato e o paladar, porque os aromas são a chave de nossa experiência de paladar, 80% do que a gente chama de gosto na verdade são aromas. Então para percepção sensorial e espacial para um ambiente faz sentido que eles sejam juntos, o nariz capta, à distância, os aromas que estão dentro e fora da boca tornando esse sistema sensorial de altíssimo impacto. O paladar por ser voluntário, é preciso do toque do alimento na boca, mas o olfato é involuntário, os cheiros são captados à distância, então quando se projeta qualquer coisa precisamos pensar no cheiro que aquilo tem . Os materiais naturais normalmente tem mais cheiro que os artificiais por exemplo.
Háptico significa tocar e pegar, então é tudo relativo ou baseado no sentido do tato. Ele é responsável pela percepções dos toques ativo e passivo(o toque pela pele), por exemplo numa loja de sapato as pessoas irão tirar o sapato e pisar no chão e elas vão sentir o material escolhido na hora de projetar, então isso vai fazer parte da história que uma marca ou ambiente tem para contar para seu cliente. O sistema háptico também é responsável pela noção de temperatura e umidade do ambiente e é involuntário. Por fim ele é responsável pela cinestesia(o sentido de movimento que percebemos dos músculos do nosso corpo), por exemplo a subida de uma rampa ou escada.
SISTEMA BÁSICO DE ORIENTAÇÃO Esse sistema se baseia na relação entre o plano horizontal e nossa postura vertical. Ele é responsável pelo equilíbrio, pelo entendimento da escala e das proporções do ambiente (com base em nossos corpos), percepção geral do lugar e pelo norteamento espacial (sentido de direção). 34
2
4
Arquitetura Sensorial
SISTEMA AUDITIVO Esse sistema desenha uma experiência, envolve e emociona as pessoas em um ambiente, conecta a pessoa e os espaço.
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SISTEMA VISUAL É o sistema para o qual já se tem o habito de projetar, porém temos que sempre pensar nas sombras, então na hora de criarmos uma atmosfera, temos que tirar partido da luz do sol por exemplo
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" Arquitetura com qualidade para mim é quando uma construção consegue me tocar. [...] Como as pessoas projetam coisas que me tocam? Uma palavra para isso é atmosfera. [...]Eu entro em uma construção, vejo uma sala e na fração de um segundo tenho esse sentimento por ela.” (ZUMTHOR, 2006)
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3
Neuroarquitetura NEUROCIÊNCIA +
O que é neuroarquitetura? Neurociência é o estudo que analisa o sistema nervoso e os elementos que o compõe, quais são as suas funções no corpo humano e como acontecem alterações ao longo da vida. Pensando nesses estudos, foi desenvolvido um termo onde, quando a neurociência se une à arquitetura, é possível entender como o ambiente afeta e influencia o comportamento humano e como o espaço impacta nas pessoas por meio da análise do cérebro, quais as regiões são estimuladas e acionadas, bem como suas reações. O termo recebeu o nome de Neuroarquitetura.
ARQUITETURA
A Neuroarquitetura consiste em pensar o espaço como uma forma de propiciar o bem estar físico e psicológico de quem o ocupa, ou seja, como o ambiente influencia na saúde e no comportamento das pessoas.
NEUROARQUITETURA 37
Princípios da NeuroArquitetura A NeuroArquitetura pressupõe que o ambiente tem influência direta nos padrões mais primitivos de funcionamento do cérebro, que fogem da percepção consciente. A aplicação da NeuroArquitetura consiste em buscar criar ambientes que possam estimular ou inibir alguns desses determinados padrões, a depender da função do espaço em questão. Nesse sentido, arquitetos que utilizam a neurociência aplicada podem projetar com o objetivo explícito de afetar comportamentos humanos, mesmo os que estão além da percepção e do controle conscientes. Do ponto de vista prático, a NeuroArquitetura pode e deve ser utilizada para tornar a ação humana mais efetiva e, acima de tudo, para criar espaços mais saudáveis no curto e no longo prazo. Assim, o princípio maior da NeuroArquitetura deve ser “eficiência com qualidade de vida e bem-estar pessoal”. Tudo isso por meio da concepção e da utilização estratégica do espaço.
"A NeuroArquitetura amplia o campo de pesquisas sobre a relação entre o ambiente construído e seus usuários, potencializando a compreensão de diversas mensagens que o ambiente transmite, inclusive ao que se refere a níveis menos conscientes de percepção.” (ANDREIA DE PAIVA, NEUROAU) "O cérebro é mais amplo que o céu.” (EMILY DICKINSON)
A NeuroArquitetura não consiste na criação de regras específicas que devam ser seguidas por arquitetos ao projetarem. Ela consiste em um conjunto de conceitos envolvendo diferentes propriedades do cérebro que podem ser impactadas por determinadas características do ambiente. Cabe aos arquitetos e urbanistas escolher o que aplicar e quando/onde aplicar. 38
3
Neuroarquitetura
Segundo artigos da Arquiteta Andréa de Paiva
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1
Limites e Possibilidades
2
Experiências
3
Insights-das cores
4
Biofilia
5
Emoções
1
Limites e Possibilidades Segundo a Arquiteta Andréa de Paiva, Os avanços da neurociência possibilitaram a observação, entre outras coisas, de alterações no fluxo sanguíneo do cérebro e na frequência das ondas cerebrais, assim como alterações anatômicas, como o surgimento, o fortalecimento ou a perda de sinapses. Isso, somado a pesquisas que medem variações nos níveis hormonais, na sudorese, nos batimentos cardíacos e na pressão sanguínea e respiração amplia as possibilidades de pesquisa e compreensão de como o nosso organismo reage para se adaptar aos estímulos externos. Essas medições, associadas à observação empírica de comportamentos e estudos feitos com outros animais na psicologia, levam ao conhecimento mais profundo sobre o funcionamento do cérebro e o comportamento. Quando surge a possibilidade de unir a neurociência à arquitetura e ao urbanismo para compreender de forma mais completa como os espaços impactam seus usuários, surgem grandes expectativas por parte dos arquitetos e até mesmo dos demais usuários dos espaços. Mais do que isso, essas expectativas são diferentes para cada um. São perguntas comuns em cursos e palestras com este tema aquelas sobre como criar um ambiente que "faça bem" para as pessoas que o ocupam. Ou qual a melhor cor para provocar determinada sensação ou comportamento. Em muitos discursos sobre a NeuroArquitetura e suas possibilidades, é comum que o espaço seja colocado na condição de agente ("espaços que geram ansiedade", "espaços que curam", etc.) e isso pode contribuir para a geração de falsas expectativas. O espaço não age, quem age no espaço somos nós. O ambiente é uma variável que pode influenciar nossa ação, nossa percepção, nosso estado mental. Isto é, nós podemos apresentar diferentes comportamentos e percepções dependendo das características físicas do lugar onde nos encontramos, nós reagimos de maneiras diferentes em ambientes diferentes, mas nem todos responderão de forma semelhante ao mesmo espaço. A NeuroArquitetura não propõe a criação de "ambientes perfeitos" porque o conceito de perfeição depende do ponto de vista.A eficiência de um ambiente e como ele afeta aqueles que o ocupam vão sempre depender de vários fatores tais como quem são seus usuários, quais são as atividades a serem realizadas naquele ambiente, qual o tempo de ocupação daquele espaço e sua relação com o sistema onde se insere . 40
3 2
Experiências Entender como os sentidos captam informações sobre o mundo exterior ao corpo, como imagens, sons, cheiros, texturas, temperaturas, sabores e como o cérebro interpreta tudo isso contribui para que arquitetos e designers tomem decisões mais acertadas em seus projetos. Afinal, um dos assuntos mais discutidos quando o assunto é percepção é: ela é relativa! Isto é, diferentes fatores podem influenciar como percebemos uma mesma realidade. O primeiro passo para tentar entender de maneira mais completa como os ambientes que criamos podem ser percebidos é buscar compreender quem são os principais grupos de usuários. Diferenças nos órgãos sensoriais (como a deficiência de um ou mais sentidos, por exemplo), podem fazer com que a mais simples realidade seja percebida de maneira completamente diferente. Mas existem outras variações que merecem ser mencionadas. A idade dos usuários também pode afetar diretamente o funcionamento dos órgãos sensoriais, como os olhos ou ouvidos, ou mesmo o funcionamento do seu cérebro ao receber e interpretar as informações do meio. Nesse sentido, entender melhor quem são os diferentes grupos de usuários de um mesmo espaço pode ajudar arquitetos e designers a encontrarem elementos que tenham significado mais forte para cada grupo, facilitando a conexão com o espaço, sua memorização e, até mesmo, impactando na intensidade emocional das experiências ali vividas. Vale a pena mencionar um outro fator que impacta na percepção do ambiente: a somatória de informações trazidas pelos diferentes sentidos. Isso mesmo, para criar sua interpretação da realidade, o cérebro não só se baseia em experiências anteriores, mas ele também integra os diferentes sentidos. Não basta criar projetos interessantes e esteticamente agradáveis na nossa própria opinião. Para cada ambiente de um projeto, é importante entender como os diferentes grupos de usuário podem perceber aquele espaço. Nem sempre um projeto interessante para nós, arquitetos, vai ser interessante do ponto de vista do cliente, porque ele tem diferentes memórias culturais das nossas e, como vimos, isso influencia a percepção. Além disso, também é importante que as informações sensoriais estejam alinhadas para criar atmosferas que contribuam para a experiência do espaço. Pensar apenas na aparência de um ambiente não é o suficiente para criar uma atmosfera completa. É preciso planejar para todos os sentidos e de maneira integrada.
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Insights - Efeito das cores Os impactos da escolha de uma cor para a decoração de um ambiente vão muito além da estética ou de gosto pessoal. Por isso as descobertas da NeuroArquitetura são tão importantes: finalmente começamos a entender como o cérebro é afetado pelas cores ao nosso redor. A cor é um elemento fundamental do ambiente natural no qual nossa espécie surgiu. As cores das plantas, por exemplo, podiam ajudar a perceber se elas eram comestíveis. A cor do céu podia indicar o momento de procurar abrigo de uma tempestade antes que ela começasse. Ou o vermelho do sangue em meio a vegetação podia indicar a presença de uma vítima e, consequentemente, de um predador. Ou seja, a identificação das cores está diretamente ligada à sobrevivência da nossa espécie. Por isso, nosso organismo evoluiu de forma a gerar respostas padronizadas para algumas cores, herdadas da experiência dos nossos antepassados. Por outro lado, conforme nós passamos a viver em sociedades com culturas próprias, as cores foram ganhando outras dimensões em nossas vidas. Significados foram sendo atribuídos a elas: vermelho é a cor da paixão; preto é a cor do luto. Contudo, esses significados mudam de cultura para cultura. As cores foram tão importantes na nossa evolução que sua conexão com nossa memória vai ainda mais além. Um grupo de cientistas descobriu que, quando olhamos para imagens de objetos conhecidos, nosso cérebro completa sua cor, mesmo que ela não esteja lá. Esse estudo foi realizado com a imagem de uma banana. Os participantes percebiam que viam a imagem em preto e branco. Mas o cérebro agia como se estivesse vendo a banana como ela é na vida real: amarela. Isso significa que o cérebro acessou a memória completa da banana, incluindo sua cor, mesmo quando esta não estava lá. E como os arquitetos podem aplicar esses conhecimentos da NeuroArquitetura para utilizar mais cor em seus projetos? Um bom começo é levar em consideração essa forte ligação das cores com nossa memória. Mesmo numa construção completamente artificial, o uso da cor pode levar nosso cérebro a fazer associações automáticas com paisagens de natureza. Um piso areia ou verde ativará muito mais memórias relacionadas à natureza do que um piso branco ou vermelho. 42
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Biofilia BIOFILIA - "amor à vida". Este termo foi difundido por Edward O. Wilson como a afinidade inata dos seres humanos com o mundo natural. É a teoria de que os seres humanos têm uma necessidade biológica de se conectar com a natureza, essencial para a sua saúde e bem-estar. O Design Biofílico é uma forma inovadora de aproveitar a afinidade com a natureza para criar ambientes onde possamos viver, trabalhar e aprender com mais saúde, melhorando o desempenho e bem-estar físico e mental das pessoas. Quando estamos cansados e resolvemos tirar uns dias para relaxar em algum lugar, para onde vamos? Em geral, para fugir do caos e stress urbanos as pessoas optam por fugir para a praia ou para o campo... por quê? Nosso cérebro foi programado para viver na natureza. E o contato com ela traz diversos benefícios para nossa saúde. Mas, se passamos a maior parte da nossa vida em cidades, por que o nosso cérebro ainda é programado pra viver na natureza? Quando o Homo Sapiens surgiu há mais de 100 mil anos atrás, ainda não havia uma organização espacial dos grupos em vilarejos ou cidades. Apenas com a Revolução Neolítica, que aconteceu há aproximadamente 12 mil anos atrás é que os grupos começaram a deixar de ser nômades e se organizar por conta dos benefícios trazidos pela agricultura. Ou seja, o homo sapiens passou em torno de 90 mil anos vivendo completamente inserido na natureza para finalmente começar a construir assentamentos mais estáveis que evoluíram para vilarejos e cidades. O que podemos concluir a partir disso, é que a vida em centros urbanos ainda é muito recente e nosso cérebro não está adaptado a ela. Sendo assim, psicólogos e neurocientistas já pesquisam há alguns anos quais os benefícios que o contato com a natureza pode trazer. E, por outro lado, quais os problemas que surgem quando somos privados do contato com a natureza, como acontece hoje nos grandes centros urbanos, nos quais alguns dos espaços de lazer mais utilizados são shoppings fechados, salas de cinema e mesmo a sala na nossa própria casa (KELLERT, S., HEERWAGEN, J., MADOR M. 2008).
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Emoções O ambiente construído pode gerar emoções que alteram nosso estado mental e físico, impactando diretamente na tomada de decisão, na criatividade, na atenção, na socialização, na memória, no bem estar e na felicidade. De acordo com António Damásio as emoções são geradas no cérebro, mas elas acontecem no corpo todo. Elas são reações inatas do cérebro e se expressam no rosto através das nossas expressões faciais, na linguagem corporal e nas atitudes. Elas afetam a forma como as pessoas se sentem (consciente ou inconscientemente), já que os sentimentos são experiências mentais dos estados corporais que acontecem quando o cérebro interpreta as emoções. E é isso que provoca mudanças no comportamento e no bem estar.
O papel das emoções, numa visão evolucionista, é ajudar na regulação biológica. Ou seja, auxiliar na adaptação do corpo ao meio para nos manter vivos. Mudanças do ambiente externo ou no nosso estado interno são percebidas pelo cérebro e ele responde adaptando o corpo para as novas condições. Se há uma ameaça no ambiente, por exemplo, tão logo ela seja percebida os nossos batimentos cardíacos aumentam, os músculos se contraem, a respiração acelera, preparando o corpo para fugir ou lutar. Neste caso, a ameaça atuou como um gatilho para mudar o estado físico e mental. A arquitetura também pode ser um gatilho para nossas emoções. Características específicas do ambiente construído podem alterar a performance cerebral e o estado mental. Por exemplo, uma ponte pode evocar um estado similar de fuga ou luta em pessoas com medo de altura. Um quarto barulhento pode fazer pessoas ficarem mais estressadas, diminuindo os níveis de aprendizado e memorização. Cérebro e corpo estão sempre respondendo às mudanças do ambiente, mesmo quando a gente não percebe de forma consciente. E quanto mais primitiva a regulação, menor nosso nível de percepção dela. Você pode não sentir que o seu sistema imune está enfraquecendo até você ficar doente, por exemplo.
Cada sentido leva diferentes tipos de informação ao cérebro. Por exemplo, a visão leva informações sobre a cor, tamanho, localização e movimento. Já a pele informa sobre temperatura, pressão e textura. Porém, antes de serem processadas pelo cérebro, todas essas informações são integradas para garantir que o cérebro faça a melhor interpretação possível da realidade. Depois dessa integração, as informações são novamente separadas e processadas nas áreas responsáveis por cada um dos sentidos no cérebro. Finalmente, uma imagem da realidade será formada para cada pessoa. 44
Estudo de Caso
Centro Maggie de Oldham / dRMM - Referência projetual quanto a materialidade e arquitetura para o bem estar.
Ficha técnica
Foto: Alex de Rijke, Fonte:archdaily
CENTRO DE REABILITAÇÃO, INTERIORES DE ARQUITETURA PARA A SAÚDE OLDHAM, REINO UNIDO Arquitetos: dRMM Área: 260 m² Ano: 2017 47
Maggie's Centres são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte físico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer. Suas impressionantes estruturas arquitetônicas conhecidas como "a arquitetura da esperança", vem se difundido em todo Reino Unido desde 1996, quando o primeiro centro foi inaugurado em Edimburgo. Contando atualmente com 20 grandes centros construídos junto aos principais hospitais para o tratamento do câncer da NHS (Serviço Nacional de Saúde), estes centros são espaços responsáveis por acolher e promover qualidade de vida à seus pacientes. Sua estrutura de suporte tem o objetivo de preparar as pessoas para os desafios da luta contra o câncer e para que possam encontrar a força necessária, que quiçá não saibam que tem, para enfrentar esta difícil batalha. O projeto para o Centro Maggie de Oldham é tudo isso muito e mais - mais focado em seu conteúdo do que nos aspectos formais do edifício. Uma caixinha de surpresas construída em madeira de maneira simples e sofisticada. Os pilares esbeltos que conformam a sua estrutura, fazem com que o edifício pareça flutuar sobre a exuberante vegetação nativa do jardim. A partir deste oásis central, uma árvore frondosa atravessa o edifício, trazendo a natureza para dentro. No interior os visitantes se deparam com um espaço repleto de luz e vistas inesperadas para o jardim, o qual é coroado pelo céu de Pennine.
Foto: Alex de Rijke, Fonte:archdaily
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A ampla utilização de madeira no projeto de Oldham faz parte de uma estratégia institucional do Maggie's que tem o objetivo de transformar o caráter asséptico da arquitetura hospitalar, geralmente configurando ambientes desprovidos de esperança e que por consequência, acabam por desanimar os pacientes. A madeira trás de volta a esperança, a humanidade, a escala humana e o aconchego necessário. 49
Foto: Tony Barwel , Fonte:archdaily
Foto: Alex de Rijke, Fonte:archdaily
"Procuramos utilizar a madeira em todos os elementos do edifício. Considerando que os pacientes submetidos a quimioterapia muitas vezes sentem dor ao tocar objetos frios, também substituímos as maçanetas metálicas por outras de carvalho." O isolamento térmico de fibra de madeira garante que o edifício respire gerando um ambiente saudável, enquanto que as grandes aberturas são emolduradas por estruturas de carvalho branco americano. Externamente, o prédio é revestido por painéis de tulipwood termicamente tratados.
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O Centro Maggie de Oldham é o primeiro edifício não efêmero completamente construído a partir de madeira laminada colada sustentável de tulipwood, a partir da ampla experiência de pesquisa realizada sobre o material pela dRMM, a AHEC e a Arup. As paredes e a cobertura são visivelmente partes da estrutura integral do edifício, conformando ainda o requintado acabamento interior em madeira natural. O projeto dos painéis de madeira CLT de tulipwood foram cuidadosamente detalhados para cumprirem com sua função estrutural e ao mesmo tempo, ser o próprio acabamento - é perfeito, a estrutura como acabamento se parece mais com um móvel do que um tradicional material de construção. As peças que compõem o forro foram reutilizadas a partir das sobras de madeira do processo de fabricação dos painéis CLT, garantindo um desperdício quase zero.
Foto: Alex de Rijke, Fonte:archdaily
O Centro Maggie de Oldham é um manifesto da arquitetura para à saúde e para o bem estar, completamente construído em madeira. Sua execução só foi possível devido à enorme generosidade do Stoller Charitable Trust, o qual foi o principal responsável pelo financiamento da construção do Centro. 51
Foto: Jon Cardwell, Fonte:archdaily
Foto: Alex de Rijke, Fonte:archdaily
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Termas de Vals de Peter Zumthor – Referência projetual quanto a criação da atmosfera.
Ficha técnica TERMAS DE VALS DE PETER ZUMTHOR - Therme, 7132 Vals Schweiz Suíça Arquitetos: Peter Zumthor Tipo de projeto: Turismo Ano: 1993 - 1996 53
“Montanha, pedra, água construindo na pedra, construindo com a pedra, dentro da montanha, brotando da montanha, pertencendo à montanha-, como as implicações e a sensualidade das associações entre essas palavras podem ser interpretadas, arquitetonicamente?” (PETER ZUMTHOR)
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
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Construído sobre as únicas fontes termais do Cantão de Grisões, Suíza, as Termas de Vals é um hotel e spa onde se combina uma completa experiência sensorial projetada por Peter Zumthor. O espaço das termas é organizado ao redor de duas grandes piscinas, sendo uma externa e outra coberta, rodeadas por altas paredes revestidas em pedra. O acesso principal do equipamento é realizado através de um túnel que parte do hotel, funcionando como uma transição que prepara o visitante à experiência da arquitetura imaginada por Zumthor. Internamente, pode-se percorrer os diversos espaços livremente, sem um trajeto pré-concebido, com as paisagens evidenciadas e obstruídas magistralmente através das aberturas.
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Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
“O meandro, como nós chamamos, é um espaço negativo desenhado entre os blocos, um espaço que conecta tudo que flui pelo edifício, criando um ritmo pulsante tranquilizante. Percorrer esse espaço significa fazer descobrimentos. Você está caminhando como se estivesse nas árvores. Todos alí estão procurando um caminho para eles próprios.” (PETER ZUMTHOR)
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
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A fachada, com uma alternância marcante entre cheios e vazios, evidencia o método construtivo do edifício. Ele é composto por 15 paralelepípedos simples, todos distintos entre si. São volumes que compreendem uma laje de piso, uma laje de cobertura e elementos verticais. Esses fragmentos são montados como um grande quebra-cabeça tridimensional. Dessa forma, a cobertura não é contínua, mas rompida em cada uma das ligações entre esses blocos. Nessas conexões há um vão de 8 centímetros, muito sutil, que permite a entrada de um filete de luz natural. Apesar de aparentar um volume massivo, monolítico, o edifício é uma justaposição de estruturas levemente afastadas entre si, que conformam o todo. O projeto aborda magistralmente essas contraposições: seja entre as linhas retas da arquitetura e o movimento das águas ou entre o cinza das pedras e os jogos de luzes e cores.
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
Em cada um dos blocos o arquiteto explora uma sensação, através das cores, da escala ou mesmo da própria água, e suas temperaturas, estado, odores, etc. Durante a noite a experiência é drasticamente alterada, e a maior parte da luz emerge da própria água.
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Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
Foto: Fernando Guerra, Fonte:archdaily
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Capela de Santo Ignacio de Steven Holl– Referência projetual quanto a relação espaço e luz.
Ficha técnica Capela de Santo Inácio, Universidade de Seattle em Washington. Arquitetos: Steven Holl Tipo de projeto: Religioso Ano: 1994-1997 59
O Santo Inácio Capela foi construída pelo arquitecto Steven Holl entre 1994 e 1997, na cidade de Seatlle, EUA. Esta construção é claramente a essência do autor e sua obra está por uso de cubo fragmentado e modulação do espaço e luz. O plano de Holl para a capela, ganhou um prêmio de design no Instituto Americano de Arquitetos de Nova York, por sua vez, um modelo da capela foi selecionado para fazer parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York. A relação com o lugar estabelece-se através do seu lado cultural, do significado ou simbolismo do novo edifício, no contexto do campus universitário. Do ponto de vista urbanístico, o edifício da capela, isolado e rodeado de relvados, forma um ponto muito central, o que ajuda a reforçar seu significado simbólico. Holl refere-se às diversas nacionalidades presentes da Universidade e aos exercícios espirituais dos jesuítas para justificar o uso de diferentes cores de luz que formam um todo, ao unirem-se no espaço da , unificada, por sua vez, por uma caixa de pedra, na verdade construída de concreto. A igreja tem dois materiais exclusivos que combinam formas contrastantes. Por um lado, peças de vidro coloridas e tingidas que ocupam o topo do projeto, dar luz e brilho. Abaixo uma base de concreto neutraliza cor opaca marca de vidro.
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Os diferentes volumes de plataforma destina a captar as diferentes qualidades de luz: orientados nas quatro direções cardeais, todos vêem uma única cerimônia. O projeto alcança uma unidade de diferenças em um todo. Cada um dos volumes luz corresponde a uma parte do culto católico jesuíta. A luz virada para sul representa a procissão. Northern Light, que é orientado para a cidade, corresponde à Capela do Santíssimo Sacramento, cuja missão é aberto à comunidade. O principal espaço de culto recebe luz do leste e oeste. À noite, quando eles celebram as cerimônias da capela de San Ignacio, o volume de luz tornam-se os faróis que dão a luz em todas as direções do campus. 61
Na entrada e no nártex, é percebida a luz solar natural, então, ao entrar na capela, a luz torna-se um campo de cor misterioso brilho, com a sua cor complementar refletida por uma lente de vidro colorido. Sul da capela é uma lagoa, ou terra de meditação, que são refletidas pelas luzes da noite, serve como o adro da capela. De fora, a capela tem uma forma simples, retangular, e em seu interior, a capela entrega surpresas, cores e luzes que criam formas e marcam espaços através de comportamentos não convencionais. O cenário muda de acordo com o movimento do sol e a depender da hora do dia, diferentes composições cromáticas refletem nas paredes e no piso da capela. Captar essa dinâmica, apenas é possível adentrando o espaço. Para quem está longe, restam os registros fotográficos que mais se assemelham a pinturas abstratas. Ocorre a utilização metafórica da luz, o que, nesse caso, a luz nos remeterá para um significado que está para lá da própria luz, nesse caso, a luz é cor. Há a irregularidade, com volumes que se viram em diversas direções, com diferentes aberturas na cobertura.
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Usaquén Pantanal Urbano / CESB / Obraestudio– Referência projetual paisagística quanto ao desing .
Ficha técnica
ESPAÇO PÚBLICO , SUSTENTABILIDADE BOGOTÁ, COLÔMBIA Arquitetos: Obraestudio Área: 91493 pés² Ano: 2016 63
O objetivo a partir do qual se deu a concepção do projeto foi ir além do requerimento e intervir no entorno, obtendo um impacto positivo não apenas pontual, mas também em nível urbano. Um experimento de construção harmônica e sustentável da cidade, do privado ao público. Uma referência urbana em seu modelo de gestão e seu resultado. O conceito inicial do projeto é a zona alagadiça de Sabana, sua vegetação, sua geometria indefinida e os bosques de suas áreas rochosas. Os traços, texturas e cores do desenho recriam um ecossistema intermediário entre o aquático e o terrestre. Neste contexto, as espécies nativas crescem livre e naturalmente. O espaço público flui espontaneamente entre a água e a vegetação. Ao transitar pelo projeto, o pedestre mergulha em um espaço natural inesperado, um lugar para se refugiar do contexto urbano avassalador. 62
O lugar
O lugar do terreno escolhido, é o principal Campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Cidade Universitária, está situado na Ilha do Fundão, na margem oeste da Baía de Guanabara, com área total de 2 4.667.943 m, é uma ilha localizada na região Metropolitana do Rio de janeiro, seu entorno próximo com a cidade do Rio de janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti e Niterói.
Mapa do Brasil
Mapa do Rio de Janeiro e destaque para Região Metropolitana.
Fonte: Adaptado pela autora a
67
3
2
1
1
4
N
0
Ampliação do mapa-Região Metropolitana.
5
10
20 km
Legenda Região Metropolitana - RJ Destaque: Cidade Universitária - UFRJ partir site baixar mapas.
1
Município do Rio de Janeiro
2
Município de São Jõao de Meriti
3
Município de Duque de Caxias
4
Município de Niterói
68
Localização A Cidade Universitária que posteriormente ganha o nome de Ilha do Fundão está localizada aproximadamente 10km do Centro da cidade e aproximadamente 5km da Ilha do Governador.
Fonte: Adaptado pela autora a partir do snazzymaps.
Legenda
Ilha do Governador 69
ÁREA DO TERRENO ESCOLHIDO Cidade Universitária-UFRJ
Centro
Entorno imediato
Legenda
Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth.
AV.Brasil
AV.Brg.Trompowwski
Linha Vermelha
Linha Amarela
70
Mapa da configuração viária Ao longo do tempo, diversas alterações viárias foram realizadas na Cidade Universitária, gerando desvios no fluxo de veículos, que passaram a utilizar as vias locais como rota alternativa à Linha Vermelha — via expressa da cidade. As principais rotas, dentro do Campus, utilizadas como alterativas às vias expressas são apresentadas nos fluxos 1, 2 e 3 Durante a gestão do Prefeito Conde (de 1997 a 2000), no Rio de Janeiro, foi criada a conexão (alça) entre duas vias expressas da cidade, a Linha Amarela e a Linha Vermelha, próxima ao ponto 1.Essa alteração possibilitou uma nova alternativa de conexão entre as Linhas Vermelha e Amarela por dentro do Campus, para os veículos provenientes da Baixada. Surgiu também uma conexão no sentido contrário, porém esta não tem impacto significativo, pois o tráfego se desloca diretamente para a Linha Amarela.
Legenda Linha Vermelha Ponte do Saber Fluxo 1 - Linha Amarela Ponto de Mediação BRT Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth.
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Fluxo 1Linha Amare
N
la
70 72
Mapa da configuração viária N No Fluxo 3, é apresentado o fluxo Centro-Baixada, usado como alternativa à Linha Vermelha pelos automóveis, em geral no período da tarde, devido aos engarrafamentos na Linha Vermelha. No ano de 2014, foi criada a estação do Bus Rapid Transport (BRT — Transporte Rápido por Ônibus), com gerência Municipal e Intermunicipal, com acesso exclusivo a ônibus — ponto 2. Um aspecto positivo dessa intervenção é o incentivo ao uso do transporte coletivo, em detrimento do particular, mesmo verificando-se um aumento do volume tráfego de ônibus no interior da área de estudo.
Legenda Linha Vermelha Ponte do Saber Fluxo 2 – Baixada-Centro Ponto de Mediação BRT Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth.
73
Fluxo 2Baixada - Ce
entro
72
Mapa da configuração viária N A Ponte do Saber foi inaugurada em fevereiro de 2012 e criou mais uma alternativa para o fluxo Baixada-Centro, para os veículos que trafegam pela Linha Vermelha, conforme ilustrado no Fluxo 2. Devido aos constantes engarrafamentos na Linha Vermelha em horários de pico, esse fluxo ocorre quotidianamente no período da manhã, nas vias da Cidade universitária.
Legenda Linha Vermelha Ponte do Saber Fluxo 3 – Centro-Baixada Ponto de Mediação BRT Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth.
75
Fluxo 3Centro - Baix
xada
Mapa do Uso do Solo
Legenda Área construída Solo exposto
Via Expressa Via Arterial Via Local
Vegetação alta Vegetação baixa
77
Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth.
79
Legenda Área de intervenção Parque da Mata Atlântica- Catalão Alojamento Fundação Bio Rio Usina verde CCS- Centro de Ciência da saúde EEFD- Escola de Educação Física e Desportos; IPPMG-Instituto de Peucultura e Pediatria Sede Campestre Hospital Universitário Clemente Fraga Filho Praça da Prefeitura Centro de Pesquisa de Energia Elétrica CENPES-Centro de Pesquisa de Desenvolvimento da Petrobras CCMN- Centro de Ciência da Matemática e Natureza CT- Centro de Tecnologia Faculdade de Letras IEN- Instituto de Energia Nuclear Reitoria Parque Tecnologico do Rio De Janeiro
Fonte: Adaptado pela autora a partir do Google Earth e
Ampliação do Terreno Escolhido
Legenda snazzymaps. .
Rua Maria Dolores Lins de Andrade Rua Luiz Renato Caldas
ÁREA DO LOTE: 9100,00 m² Antiga Usina Verde
Polo de Biotecnologia Bioconsult 80
Raio de Abrangência O Centro Terapêutico Arquecura, situado na Cidade Universitária,RJ, cujo o atendimento é voltado para pessoas portadoras do transtorno de ansiedade tem como objetivo de abranger os estudantes da UFRJ e ainda ser um ponto de apoio da ala psiquiátrica do HUCFFHospital Universitário Clemente Fraga Filho.
81
Fonte: Adaptado pela autora a partir do
N
Público OUTRAS REGIÕES
ESTUDANTES UNIVERSITARIOS DA UFRJ
PACIENTES ENCAMINHADOS DO HUCFF Um grupo que parece ser particularmente vulnerável aos transtornos de ansiedade são os estudantes universitários. Estressores no relacionamento, alta carga de trabalho acadêmico, Burnout, competitividade, perfeccionismo, e outros fatores, tais como: o afastamento da família, pressão para o sucesso, falta de tempo para o lazer e família, além de preocupações com o futuro, solidão, vaidade, histórico familiar, esquiva e procrastinação concorrem para que os estudantes universitários sejam especialmente vulneráveis a sintomas ansiosos. Ressalta-se, então, a importância de programas de prevenção e de intervenções, para esse estudantes universitários sendo eles o público alvo do presente projeto, não menos importante o projeto visa fazer uma apoio a ala psiquiátrica do Hospital Universitário Clemente Fraga Filho (HUCFF). snazzymaps.
82
O Projeto
CENTRO TERAPÊUTICO ARQUECURA: Percepção, arquitetura sensorial e neuroarquitetura como auxiliadores ao tratamento da ansiedade e seus transtornos.
o projeto tem por objetivo explorar o papel da arquitetura através dos embasamentos da arquitetura sensorial e da neuroarquitetura, em conjunto com a medicina tradicional para que sejam instrumentos de recuperação da saúde mental de seus usuários, visando compreender de que maneira elementos do espaço podem afetar positivamente no tratamento promovendo a sensação de bem-estar social, físico e psicológico.
85
Centro Terapêutico, situado na Cidade Universitária,(UFRJ) Zona Norte do município do Rio de Janeiro - RJ, cujo o atendimento é voltado para pessoas portadoras do transtorno de ansiedade com o objetivo de abranger o publico alvo: os estudantes da cidade universitária a ala psiquiátrica do HUCFF- Hospital Universitário Clemente Fraga Filho. 86
Implantação
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Área do lote: 9100,00m² ATC – Área Total Construída: 5187m² IAT – Índice de Aproveitamento do Terreno: 57% Gabarito: 7,50m
Taxa de Ocupação: 57% Área Permeável: 3860m² Taxa de Permeabilidade: 42² Recuo via principal: 10m Recuo via secundaria: 6m
88
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CONCEITO Meio natural
ELEMENTOS NATURAIS A utilização dos elementos primários como luz, ar, água, plantas, animais, clima, paisagens naturais e até fogo, reforça nossos ritmos biológicos. Estes Elementos Naturais acalmam nossos sentidos, melhorando nossa sensação de bemestar e por consequência nossa produtividade.
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Materialidade
Concreto
Madeira
Vidro
Pedra
Foram priorizados os matérias em sua forma natural, textura. Ferro
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Diagrama de Concepção
A ideia foi escolher uma forma simples e pura, o retângulo. Depois houve a divisão da volumetria, e sobreposição dos blocos, sendo eles separados de acordo com a atividade exercida em cada um deles, dessa forma um pátio central foi desenvolvido tornando possível a criação do paisagismo.
Legenda Suspenção de bloco Adição de bloco
Área verde
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Diagrama de Sol e Ventos
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Ao analisar a rosa dos ventos local, seguindo a fonte do aplicativo SOL-ar, pudemos resumir o regime de ventos predominantes da cidade universitária, onde na maioria das estações do ano, predominam os ventos direcionados de sudoeste, assim como nas extremidades oeste, leste e sul. O estudo solar guiara para uma implantação correta, levando em consideração as características do clima local, direcionando o programa internos e externos para as áreas que necessitam de estratégias especificas.
Legenda Fonte: Adaptado pela autora a partir do SOL-ar.
Verão
Primavera
Outono
Inverno
VENTOS PREDOMINANTES
SOL NASCENTE
SOL POENTE
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Fachadas
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Fachadas
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100
Estratégias
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A utilização dos elementos primários como luz, ar, água, plantas, animais, clima, paisagens naturais e até fogo, reforça nossos ritmos biológicos. Estes Elementos Naturais acalmam nossos sentidos, melhorando nossa sensação de bemestar e por consequência nossa produtividade. A predominância de aberturas em vidro é voltada para o pátio para maior inteiração entre os usuários e o espaço. Os brises moveis foram utilizados para barrar a incidência da radiação solar antes que ela atinja a fachada e, consequentemente, o ambiente interno, reduzindo o calor recebido e também utilizado para os nossos sentidos a sensação de luz e sombra.
O bloco elevado, onde atende o programa dos consultórios, foi assim localizado para ser o lugar mais “reservado”, porem ainda sim fazendo conexão com o meio e privilegiando a vista para baia de Guanabara. O paisagismo e adição com o espelho d’água assim como a referencia tem o objetivo criar traços, texturas e cores do desenho que recrie um ecossistema intermediário entre o aquático e o terrestre. As grades substituíram os muros para além de fazer coerência com o contexto das edificações da UFRJ, também fazem essa inteiração interno x externo.
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Perspectivas
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Perspectivas
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Perspectivas
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Perspectivas
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Perspectivas
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BIBLIOGRAFIA
•disponível em: <http://nimh.nih.gov/anxiety/anxiety.cfm> acesso em: 18 de março de 2021, as 11h00min. •Disponível em: <http://www.surgeongeneral.gov/library/mentalhalth/chapter4/sec2.html> acesso em: 20 de março de 2021, as 22h35min. •disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/ansitext.html> acesso em: 23 de abril de 2021, as 22h50min. •disponível em: <https://periodicos.uff.br/ensaios_posgeo/article/view/42564/html> acesso em: 27 de maio de 2021, as 15h00min. •disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/70342/000876825.pd f?sequence=1&isAllowed=y> acesso em: 27 de maio de 2021, as 18h00min. •disponível em: <http://168.197.92.160/bitstream/handle/10899/21081/JULIA%20COELHO. pdf?sequence=1&isAllowed=y> acesso em: 3 de junho de 2021, as 17h00min. 110
BIBLIOGRAFIA
•disponível em: <https://www.riuni.unisul.br/handle/12345/7650> acesso em: 5 de junho de 2021, as 22h00min. •disponível em: <https://issuu.com/gabrielagarcia7854/docs/tese_completa_08.04.2018_we b-compactado> acesso em: 10 de junho de 2021, as 08h00min. •disponível em: <https://issuu.com/rafaelatargino/docs/issu_webcompactado> acesso em: 11 de junho de 2021, as 10h00min.
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