Estudo de caso MASP

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UNIVERSIDADE PAULISTA

DÉBORA RIBEIRO LOPES - R.A.: C58434-7 PÂMELA CRISTINA GALHARDI - RA.: C42HBJ-0

ESTUDO DE CASO - MASP

BAURU 2018


DÉBORA RIBEIRO LOPES - R.A.: C58434-7 PÂMELA CRISTINA GALHARDI - RA.: C42HBJ-0

ESTUDO DE CASO - MASP

Estudo de caso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo, na matéria de Projeto Arquitetônico Tópicos Executivos, da Universidade Paulista, como requisito parcial para a Obtenção de nota de trabalho acadêmico bimestral.

BAURU 2018


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................... 3 2 FORMA . . . . . . . .................................................................................................................... 4 3 FUNÇÃO . . . . . . . . .................................................................................................................. 5 4 ESPAÇO . . . . . . . . ......................................................................................................................6 5 MATERIAIS . . . . . . . . . . ............................................................................................................. 7 6 PROJETO . . . . . . . . . .E. ESTRUTURA . . . . . . . . . . . ..................................................................................... 8 7 RELAÇÃO . . . . . . . . . .URBANA . . . . . . . .............................................................................................. 13 . . . . . . . . . . . . . . . .................................................................................................. 15 8 ACESSIBILIDADE 9 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . ........................................................................................................ 19 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . ..................................................................................................... 20


3 1 INTRODUÇÃO O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, popularmente famoso como MASP, é hoje um dos principais pontos artísticos da metrópole paulista. Situado na importante Avenida Paulista, artéria cultural de São Paulo, é célebre não só por seu estilo arquitetônico, mas igualmente pelo fantástico conjunto de obras, o mais considerável de toda a América Latina. Este trabalho tem como finalidade estudar sua forma, função, espacialidade, mateiras, relação urbana, sustentabilidade e acessibilidade a fim de proporcionar maior gama de conhecimento a estes que o lerem.


4 2 FORMA O MASP, Museu diverso/Museu de Arte, inclusivo e plural, tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Para tanto, deve ampliar, preservar, pesquisar e difundir seu acervo, bem como promover o encontro entre públicos e arte por meio de experiências transformadoras e acolhedoras. O edifício foi projetado como um contêiner de arte, que armazena a cultura na zona onde se implanta. Uma arquitetura simples, que comunica de imediato aquilo que no passado foi chamado de monumental. O edifício é materializado como um grande volume que se suspende para deixar o térreo livre, estruturando-se em dois grandes pórticos. O volume elevado está suspenso a oito metros do solo. Com uma extensão total de 74 metros entre os pilares, a obra constituiu o maior vão livre do mundo em sua época.


5 3 FUNÇÃO Além de ser um museu, o MASP é um centro cultural que oferece uma série de serviços para interação com o seu público, como cursos, eventos, visitas mediadas, eventos corporativos, recitais, entre outras atividades artísticas e culturais. A instituição conta com um auditório e mantém um calendário permanente de exposições e espetáculos. O museu oferece cursos, atendimento a grupos, ateliês e atividades para crianças desde a sua fundação, em 1947. Em 1997, o MASP instituiu o "Serviço Educativo" com o objetivo de realizar e implementar constantemente programas específicos para o seu público. A instituição também oferece cursos para interessados em artes através da "Escola do MASP", que são voltados para pessoas com ou sem formação na área. A "Biblioteca e Centro de Documentação do MASP" tem como finalidade guardar, preservar, organizar e divulgar todo o material bibliográfico, iconográfico e histórico existente na instituição. O valioso acervo especializado em artes plásticas, arquitetura, história da arte, design, fotografia e eventos afins, é composto de aproximadamente 60 000 volumes entre livros, livros raros, catálogos de exposições, periódicos, teses e boletins de museu. Loja do MASP oferece grande variedade de livros de arte, de diversas editoras, além de uma grande variedade de livros educativos infantis. No local é possível encontrar mais de 500 produtos, como catálogos do acervo do museu e das exposições atuais e anteriores. Há também objetos de prata e cerâmica assinados por artistas brasileiros.


6 4 ESPAÇO O museu tem aproximadamente 10 mil metros quadrados. A sua base constitui uma grande praça. Nela está um extenso hall cívico, palco de reuniões públicas e políticas; um teatro-auditório e um pequeno auditório com sala de projeção. No volume suspenso estão a pinacoteca, com seus escritórios, salas de exposições temporárias, salas de exposições particulares, e arquivos fotográficos, filmográficos e videográficos. Para exibir as pinturas, foram utilizadas lâminas de vidro temperado suportadas por um bloco base que imitava concreto. Isto relembrava a posição do quadro sobre o cavalete do artista. Fotografia 1 - Vista aérea do MASP

Fonte: Os autores (2018)

O vazio, que constitui a praça seca e hall de entrada do edifício, articula ambos os lados do edifício com a cidade: por um lado os edifício da Avenida Paulista, que estão na mesma cota que o vazio, e por outro, o espaço que se abre nas cotas escalonadas até o interior do túnel da Avenida 9 de Julho. O vazio entrega ao projeto um espaço de ar e sombra entre os altos edifícios da cidade.


7 5 MATERIAIS A imagem que o conjunto transmite imediatamente é a de uma grande caixa pendurada em duas traves vermelhas, que deixa abaixo o grande vão, o popular "vão livre do Masp". Seus principais materiais são: Concreto armado, utilizado nas grandes vigas e pilares de sustentação; em aço e vidro, utilizado nos elevadores e fachadas. Fotografia 2 - Materiais utilizados

Fonte: Os autores (2018)

Como podemos notar na imagem acima, mesmo com toda quantia de concreto armado, o aspecto de rustico do concreto é amenizado com a utilização de vidros em toda sua fachada.


8 6 PROJETO E ESTRUTURA A forma do Masp é princípio e resultado, causa e consequência de sua estrutura. A estrutura de caráter universal e atemporal gera empatia quase instantânea do público em geral. O mesmo foi um grande desafio estrutural para a época, feita com vigas de concreto protendido e armado aparentes, com a marca das tábuas de formas carimbadas definitivamente em sua superfície de pedra. Fotografia 3 - Armação pilares e vigas

Fonte: Os autores (2018)


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Figura 1 - Plantas

Fonte: Os autores (2018)

Suas sapatas em forma de pé de pato, foram construídas com concreto armado e tela dupla de aço estrutural, em dimensão de 10 m×12,5 m e altura variável até quatro metros. As sapatas à direita de quem olha o Masp a partir da avenida Paulista estão sobre o conjunto dos túneis Nove de Julho, fato que precisou ser considerado no cálculo das cargas a se distribuir no solo pelas sapatas. Fotografia 4 - Pilares laterais

Fonte: Os autores (2018)


10 As colunas partem imediatamente acima das sapatas; estão construídas com concreto armado de tela dupla de aço, e a dimensão é de 4 m × 2,5 m. Acima do nível +14,40, os pilares do lado direito de quem olha o Masp a partir da avenida Paulista passam a ser ocos, pois são tubos de base retangular (4 m × 2,5 m) vazios no interior. Nesses vazios dessa dupla de pilares estão pêndulos de concreto armado, com articulação Freyssinet nas extremidades superior e inferior, e que permitem os inevitáveis movimentos horizontais das vigas da cobertura – mudanças de temperatura, dilatação e retração etc. Fotografia 5 - Vão livre térreo

Fonte: Os autores (2018)

Seu principal desafio estrutural estava na parte elevada do edifício, que são um par que sustenta a cobertura e o outro par, que atravessa o interior do edifício, sustenta dois pisos simultaneamente, um piso como apoio normal e o outro piso suspenso por tirantes formados barras de aço. As vigas são tubos ocos de seção retangular, com septos vazados no centro (travamentos internos) a cada 3,5 metros.


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Fotografia 6 - Projeto em construção

Fonte: Os autores (2018)

A cobertura, sustentada pela dupla de vigas protendidas e também por vigas transversais, é feita por lajes de concreto armado. Em cada vão entre vigas transversais, as lajes formam duas águas, como um telhado, e dirigem as águas pluviais para os balanços; a viga de borda desses balanços conformam calhas que seguem por todo o sentido longitudinal do edifício, terminando em gárgulas que lançam as águas livremente até os espelhos d’água do nível da avenida Paulista. Pelo lado interno, as lajes que cobrem o grande salão da Pinacoteca receberam um simples chapisco de cimento, caiado de branco; com a projeção de luz artificial dirigida ao teto, obtém-se eficazmente a difusão de claridade pelo ambiente. Da esplanada para baixo, incluindo a estrutura de suporte da praça árida, tudo é concreto armado. Embora as grandes vigas protendidas acima da avenida Paulista chamem toda a atenção, a estrutura que está abaixo não é nem um pouco simples, chega a resolver vãos quadrados de 34 m × 34 m, além de sobre o Grande Auditório vencer vão de 22 m. Também é necessário considerar a carga variável de


12 uso da Esplanada, o que demanda um estudo complexo. A parte vazia, em decorrência das colunas, constitui a praça seca e o hall de entrada do edifício, onde também são feitas exposições. Ele acaba articulando, de um lado, a Avenida Paulista e, de outro, o túnel da Avenida 9 de Julho. As janelas de vidro escuro, em sua parte externa, também cumprem com o objetivo de conservar a vista ao seu redor, refletindo o centro da cidade e a Serra da Cantareira.


13 7 RELAÇÃO URBANA

O mesmo foi construído no antigo Belvedere Trianon, na Avenida Paulista. Nele foram inauguradas escolas de gravura, pintura, design industrial, escultura, ecologia, fotografia, cinema, jardinagem, teatro, dança e até moda. Encontra-se num ponto privilegiado da cidade, o cruzamento de dois eixos viários sobrepostos: a Avenida Paulista e o túnel da Avenida 9 de Julho, sendo um prisma transparente sustentado por dois pórticos gigantes, que permitiu deixar totalmente livre o espaço do antigo mirante, convertido numa praça coberta. Essa implantação é reconhecida e apropriada pela população, que a tomou como local de encontros cívicos, onde se tem realizado manifestações importantíssimas da história recente deste país. Fotografia 7 - Aerofotogrametria, com Masp e localização do anexo

Fonte: Os autores (2018)

Sobre a relação de monumentos e seu entorno, escreveu o crítico italiano Cesare Brandi, respeitado teórico, formado em direito e letras, diretor durante duas décadas do Instituto Centrale Del Restauro em Roma, autor de Teoria da restauração, publicado originalmente em 1963, um dos textos fundamentais sobre restauração de obras de arte: “na arquitetura a espacialidade própria do monumento é coexistente ao espaço ambiente em que o monumento foi construído. Se então, em uma obra de arquitetura como interior, a salvaguarda da dimensão


14 exterior-interior é assegurada só pela conservação do interior, em uma obra de arquitetura como exterior, a dimensão interior-exterior exige a conservação do espaço ambiente em que o monumento foi construído” (4). Figura 2 - Relação com o entorno

Fonte: Os autores (2018)


15 8 ACESSIBILIDADE É possível notar a importância da acessibilidade dentro do Masp, com elevadores, rampas e todo o atendimento necessário a cadeirantes. Ele possui cadeira de rodas para uso do visitante e elevador adaptado, como podemos ver nas imagens a seguir. Fotografia 8 - Elevador Masp

Fonte: Os autores (2018)

A unica questão que deixa a desejar é as barras de apoio as pias, o acesso da calçada ao piso do local e uma viga encontrada em um dos banheiros que dificulta a vida dos usuários. Sobre a barra sua distância correta entre o lavatório e a barra de apoio é de 4 centímetros, para que a barra não seja um obstáculo e não dificulte o uso. A barra de apoio deve ter quatro pontos de fixação na parede, para dar maior resistência. Fora isso a torneira deve ser tipo alavanca ou sensor.


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Fotografia 9 - Barra de acessibilidade para pia PNE

Fonte: Os autores (2018)

Em um dos sanitรกrios, como dito anteriormente, possui uma viga, e logo abaixo o lavatรณrio. Ao lavar as mรฃos, obrigatoriamente precisamos encostar nessa viga ou chegar bem perto, dependendo da altura da pessoa e do tamanho do braรงo. O uso ficou bem dificultado.


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Fotografia 10 - Viga no sanitário

Fonte: Os autores (2018)

Outro obstáculo observado foi o piso de paralelepípedo no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), uma das usuárias, portadora de necessidades especiais diz: “Procurei saber se poderia ser trocado, mas soube que todo o edifício está tombado”, contou Julie, uma Jovem que percorre os cartões-postais paulistano à procura de irregularidades.


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Figura 3 - Piso do vão do Masp não é acessível

Fonte: Os autores (2018)


19 9 CONCLUSÃO Após grande estudo sobre o mesmo, e adquirir profunda referencia por meio de tal obra prima, podemos dizer que a radicalidade da arquiteta se faz presente desde a estrutura, até os cavaletes de cristal, criados para expor a coleção no segundo andar do edifício. O MASP é um museu diverso, inclusivo e plural, tem a missão de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. A preocupação de conversa como entrono é notável, necessitando apenas de possível readequação de pontos referente a acessibilidade. Mas no que diz respeito a arte, o mesmo é a principal obra.


20 REFERÊNCIAS DMITRUK, Hilda Beatriz (Org.). Cadernos metodológicos: diretrizes da metodologia científica. 5. ed. Chapecó: Argos, 2001. 123 p. HOLANDA, Marina de. Clássicos da Arquitetura: MASP / Lina Bo Bardi. Archdaily. 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-59480/classicos-daarquitetura-masp-lina-bo-bardi>. Acesso em: 26 out. 2018. SOBRE o MASP. MASP. Disponível em: <https://masp.org.br/sobre>. Acesso em: 29 out. 2018.


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