Conterrâneos 45

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A revista de quem é do Banco do Nordeste ~

LOUCOS POR FUTEBOL

RESGATAMOS AS ORIGENS DO CAPGV, SEDE DO BANCO DO NORDESTE, CONSTRUÍDA EM 1984, MAS AINDA HOJE RECONHECIDA POR SUA MODERNIDADE ARQUITETÔNICA

AS HISTÓRIAS DOS FUNCIONÁRIOS QUE NÃO MEDEM ESFORÇOS – E NEM DISTÂNCIAS – PARA SEGUIR DE PERTO O TIME DO CORAÇÃO

ISSN 1980-3148

NO. 45

Novembro/Dezembro 2013 - Edição Bimestral

PASSARÉ TRINTAO

FAUSTO NILO / AGÊNCIAS DE ITABAIANA E SOLÂNEA / CIDADE DE MAJOR SALES / ARTE RETIRANTE



Editorial A identidade de uma organização, isto é, aquilo que faz ser o que ela é, o que a diferencia das demais, envolve uma série de elementos, concretos e abstratos. Um deles é a sua própria arquitetura. As instalações de uma empresa podem denunciar, por exemplo, seu porte, sua estrutura organizacional, sua área de atuação e até mesmo o perfil de seus funcionários. Não é à toa que a inauguração do Centro Administrativo, há quase 30 anos, teve um caráter tão marcante para a história do Banco do Nordeste. Antes da construção da nova sede, o gerenciamento de toda a estrutura da empresa era feito de mais de 20 endereços diferentes no centro da capital cearense, o que atentava contra o clima de integração do Banco.

Mauricio Lima F048933 Editor Ambiente de Comunicação mauriciolima@bnb.gov.br

Nesta edição, voltamos no tempo para meados da década de 1980, quando um discreto e bucólico sítio no bairro Passaré, em Fortaleza, viu nascer um prédio que até hoje é referência de modernidade e eficiência. Todo o projeto do Centro Administrativo e sua execução, vale ressaltar, é fruto de trabalho afinado de funcionários do próprio Banco. Em tempos de preparação para a Copa do Mundo, a Conterrâneos também decidiu ouvir as histórias dos benebeanos fanáticos por futebol. O jornalista Leonardo Ribeiro conversou com alguns desses colegas apaixonados por seus clubes que não medem esforços – e muito menos distâncias – para estar perto do time do coração. Continuamos a série “Grandes Nomes da Cultura Nordestina” desta vez homenageando o compositor, cantor, poeta e arquiteto cearense, Fausto Nilo, conhecido por parcerias com intérpretes como Fagner, Chico Buarque, Gal Costa e outros figurões da MPB. Na seção cultural, vamos conhecer o projeto “Arte Retirante”, idealizado pelo Instituto Nordeste Cidadania e apoiado pelo Banco, que já beneficiou 37 comunidades em todo o Nordeste. Esta edição também marca um tour por duas cidades nordestinas que contam com agência do Banco: Solânea, na Paraíba, onde ganham destaque as festas de São João e os antigos santuários católicos; e Itabaiana, no agreste sergipano, que tem história marcada pelos embates entre índios e colonizadores.

Esta edição também inclui as resenhas do livro “Por dentro da Cantoria”, do colega Pedro Ernesto Filho F074012, e do disco “Tocantes”, de Gildomar Marinho F100765, ambos patrocinados pelo Programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste. Boa leitura e um 2014 repleto de realizações.

126 funcionários

estão presentes nesta edição da Conterrâneos.

Novembro/ Dezembro 2013

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Para complementar o roteiro, viajamos também até Major Sales, no oeste potiguar, para saber como projetos culturais estão transformando o cotidiano da comunidade local.

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Sumário

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Viajamos ao distante 1984, ano em que foi inaugurado o Centro Administrativo Presidente Getúlio Vargas

09 Encantos de Itabaiana 35 Arte retirante Polo econômico no interior de Sergipe, Itabaiana é também conhecida pelas belezas naturais

18 Fausto Nilo

O compositor, cantor e também arquiteto cearense é o homenageado da série “Grandes Nomes da Cultura Nordestina”

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Major Sales

Pequena cidade no interior do Rio Grande do Norte, Major Sales ganha destaque pela efervescência cultural

31 Patrimônio cultural Fundada por colonizadores vindos do Ceará, Solânea é patrimônio cultural do Brejo Paraibano

A revista de quem é do Banco do Nordeste

Conterrâneos

Presidente: Ary Joel de Abreu Lanzarin

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O projeto que estimula a agenda cultural de pequenas cidades do interior com vários espetáculos artísticos

14 Onde o time estiver 40 Polo industrial Conversamos com benebeanos dispostos a enfrentar quase tudo, para estar perto do time preferido

A moeda com o rosto de Getúlio Vargas, um dos símbolos do CAPGV, sob as lentes do fotógrafo Tibico Brasil.

Origens do Passaré

Diretores: Fernando Passos,Luiz Carlos Everton de Farias, Manoel Lucena dos Santos, Nelson Antônio de Sousa, Paulo Sérgio Rebouças Ferraro e Stelio Gama Lyra Júnior.

Conhecida pela presença de indústrias, Paulista (PE) não decepciona também quem a procura por suas praias

Ainda nesta edição Colunas: “Papo conectado” e “Tudibom” Crônicas: “Inspetor Praxedes faz vistoria na Agência de Nova Siriema”, “As três cajazeiras” e “Sagrada Nostalgia” Resenha: CD “Aquarelas Musicais”

Próxima edição Toda a beleza da floração da palma talipot, nos jardins do Passaré. Resenha: Livro “Por dentro da Cantoria”

Redação: Ambiente de Comunicação Social e Assessorias Estaduais de Comunicação. Edição: Mauricio Lima (CE 01165/JP). Diagramação: Deborha Rodrigues C007003. Revisão: Maxshwell de Oliveira F152919. Conselho Editorial: Edgar Fontenele, Eliane Brasil, Lúcia Teles, Mauricio Lima, Michelly Nunes F111236 e Danilo Lopes. Conterrâneos - Revista de comunicação interna dos funcionários do Banco do Nordeste, distribuída pelos Correios para o endereço constante do SIP. Funcionários aposentados podem solicitar assinatura gratuita através de correspondência para o Ambiente de Comunicação Social, e-mail para clienteconsulta@bnb.gov.br ou ligação para 0800 7283030. Correspondências - Cartas, sugestões de pauta e outras contribuições devem ser enviadas para a pasta institucional Revista Conterrâneos ou para o Ambiente de Comunicação Social Av. Pedro Ramalho, 5700 - Passaré - CEP 60743-902 - Fortaleza - CE. Miolo impresso em papel couche fosco 90g/m2 e capa em 170g/m2.

Maio / Junho 2013


Nossa história

Prestes a completar 30 anos de criação, o Centro Administrativo do Passaré preserva o clima amistoso ambiente de trabalho, onde impera o contato com a natureza.

30 anos de Passaré

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á quase 30 anos, um fato marcaria profundamente a história do Banco do Nordeste. Era 19 de julho de 1984, data do aniversário de criação da empresa, quando foram inauguradas as instalações do Centro Administrativo Getúlio Vargas (CAPGV), equipamento que uniria de vez, em um só espaço, todas as unidades administrativas do Banco do Nordeste.

Ambiente de Comunicação max.oliveira@bnb. gov.br FOTOS: ACERVO BANCO DO NORDESTE

A expectativa era grande. A possibilidade de uma nova sede era ventilada há algum tempo, mas somente em 1979 começaram efetivamente os estudos para a construção de um novo prédio. Até então, todo o gerenciamento da empresa era feito a partir do Edifício Raul Barbosa e de vários outros (mais de 20) imóveis alugados no centro de Fortaleza. Essa configuração representava vários entraves para o crescimento do Banco, entre eles a falta de integração entre funcionários de diferentes unidades, o que poderia acarretar em ruídos de comunicação,

retrabalho e, consequentemente, perdas financeiras. Além disso, alguns dos imóveis alugados pelo Banco não ofereciam ambiente de trabalho adequado para o corpo funcional.

O desafio A instituição era presidida à época pelo sergipano Camillo Calazans (falecido em fevereiro de 2012, em Campinas-SP), que aventou, no início, a possibilidade de um concurso para escolher o projeto do novo centro administrativo. Pouco tempo depois, no entanto, decidiu-se por delegar a dois funcionários do Banco a tarefa, ou melhor, o desafio. Novembro / Dezembro 2013

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Maxshwell de Oliveira F152919

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Nossa história

Marcos Thé F060291 e Wesson Nóbrega, hoje aposentado, foram designados para a missão. O objetivo era elaborar um modelo que atendesse às necessidades da instituição, oferecendo ao mesmo tempo, uma estrutura que contemplasse também a questão da qualidade de vida no trabalho, que começava a ganhar importância nas organizações no início dos anos 1970.

“O Passaré era distante do resto da cidade. Era um bairro pouco habitado, servido por apenas três linhas de ônibus, sendo que apenas uma passava na porta do Banco. Além disso, a Avenida Paranjana, como se chamava então a atual Pedro Ramalho, estava em processo de alargamento, o que tornava o acesso mais complicado, principalmente para quem não dispunha de automóvel”, resgata.

“Pensamos em um projeto que introjetasse a filosofia de austeridade do Banco do Nordeste. Ou seja, não poderia ser algo que remetesse a modismos. Por outro lado, o modelo não poderia deixar de ser moderno, flexível, capaz de ser adaptado quando necessário”, conta Marcos Thé, que acompanhou de perto a construção do CAPGV. Recém-admitido no Banco à época, ele conta que, inicialmente, teve que conciliar o projeto com as atividades cotidianas de sua função como arquiteto do Banco. Depois, foi criado um grupo específico para tratar do assunto. Ao todo, foram mais de 2.500 pranchas feitas à mão, em um tempo anterior a programas para desenho digital. “Buscamos inspiração na própria morada do sertanejo para o modelo do prédio. A cobertura de ferro e alumínio, por exemplo, faz as vezes da varanda de uma casa do interior, protegendo as paredes dos blocos da incidência direta dos raios solares, o que contribui para manter uma temperatura mais amena no ambiente de trabalho”, destaca.

Divisor de águas

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O Centro Administrativo Presidente Getúlio Vargas foi inaugurado como manda o protocolo: grande solenidade com a participação de funcionários, administradores do Banco, autoridades religiosas e políticos de expressão nacional e regional. Uma data sobre a qual parecia não haver dúvida: passaria à história da instituição como divisora de águas.

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Marcius Virgilius Soares Falcão F040398, assessor da Diretoria de Estratégia, Administração e TI, é um dos muitos que viveram esse momento de transição. Ele lembra bem, por exemplo, da dificuldade de locomoção até o novo ambiente de trabalho.

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Marcius também lembra da inauguração do Centro de Treinamento, ainda em 1978, realizada exatamente no dia em que ele

1 1- Os funcionários Marcos Thé (foto) e Wesson Nóbrega, hoje aposentado, foram os responsáveis pelo projeto do CAPGV 2- Obras do Centro de Treinamento do Passaré, que viria a ser inaugurado em 1978 pelo então presidente do Banco, Nilson Holanda

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Comportamento 3 3- As unidades de trabalho do novo Centro Administrativo foram projetadas sob uma perspectiva moderna e flexível ao mesmo tempo para que pudessem ser adaptadas de acordo com as necessidades da instituição. 4- O bucólico e calmo sítio que viria a dar lugar à sede do Banco do Nordeste anos mais tarde. Destaque para a foto com as marcações da equipe encarregada do projeto do CAPGV.

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Setembro / Outubro 2013

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Nossa história

concluía o Curso de Habilitação Bancária (CHB). “As comemorações iniciaram-se com um café da manhã, quando houve o descerramento de placa comemorativa, e foram concluídas à noite, com a festa de encerramento da Reunião do Conselho de Administradores e o término de curso da 3ª turma do II CHB”, conta. Junto com o Centro de Treinamento – que incluía também o Auditório Celso Furtado, Biblioteca, Restaurante e Cantina –, foram inaugurados ainda os prédios da Administração, Almoxarifado e Gráfica. “O Almoxarifado, até então, funcionava no BNB-Clube de Fortaleza (sede Aldeota), e a Gráfica, estava instalada na Rua Senador Pompeu, na sede do Departamento de Administração (Depad)”, informa Marcius.

Sítio bucólico Aos poucos, o Passaré, antes mata desabitada, ganhava cada vez mais ares corporativos. Apesar disso, não deixou para trás o jeitão de sítio bucólico, expresso, vez por outra, no canto estridente de periquitos, numa árvore se enfeita toda para florir ou mesmo num

pequeno mamífero que assusta os passantes mais incautos. Isso sem falar nos jardins – projetados pelo famoso paisagista Roberto Burle Marx – que formam um capítulo à parte. Não era à toa. Pesquisa feita à época com funcionários lotados no Passaré já atestava a satisfação da grande maioria com o novo ambiente de trabalho. Além dos espaços verdes, com bastante ar puro e livres de poluição sonora, e das modernas instalações, o Centro Administrativo oferecia outra gama de vantagens, a exemplo da creche para filhos de funcionários e dos serviços de atendimento médico-social. Hoje, quase 35 anos depois, inserido em um bairro que cresce rapidamente, com prédios que já despontam ao redor, o CAPGV continua sendo, ainda assim, um pouquinho de verde em um mundo cada vez mais cinza. A famosa moeda com a inscrição do rosto de Getúlio sendo inaugurada pela filha do ex-presidente, Alzira Vargas, que também participou da solenidade à época.

A homenagem a Getúlio

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O tão esperado Centro Administrativo do Banco do Nordeste recebeu o nome que homenagearia o criador da própria Instituição, Getúlio Vargas (1882-1954). Foi durante o seu governo, em 19 de julho de 1952, que o então presidente assinaria a Lei 1.649, criando o Banco do Nordeste do Brasil visando fomentar o desenvolvimento nesta região do País. A filha do ex-presidente, Alzira Vargas, foi quem representou o pai durante a inauguração do prédio em Fortaleza. (Foi ela, aliás, uma das primeiras pessoas a encontrá-lo agonizante com um tiro no peito, no fatídico episódio de 1954.) Em uma carta enviada ao presidente do Banco, Camillo Calazans, ela expressou sua emoção ao saber da homenagem. “Sem dúvida isto para mim representa, além de uma justa homenagem a quem tanto tentou fazer por nossos irmãos nordestinos,

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a confirmação daquilo que tive oportunidade de declarar: Getúlio Vargas jamais considerou o Nordeste ser uma economia inviável. Lamentavelmente nem ele nem os que o sucederam conseguiram até hoje afastar em definitivo as consequências do terrível flagelo da seca periódica. Essa tarefa, sem sombra de dúvida, sob a sábia administração de Vossa Senhoria será levada avante. Receba pois com meus agradecimentos pela decisão tomada, a certeza de que, quer em pensamento, quer em pessoa estarei presente a qualquer iniciativa, visando a melhoria das condições de vida do Nordeste”.


As histórias de Itabaiana Carla Thaiane B823406 Super-SE B823406@correio.intra. bnb

O BNB e a cidade

Berço da colonização de Sergipe, Itabaiana firmou-se ao longo do tempo como um dos principais centros de comércio do interior do Estado. A cidade ostenta ainda o título de “Capital do Caminhão”

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ilho de uma índia e um conquistador francês, Simão Dias Francês é considerado o primeiro nascido em terras de Itabaiana, uma das mais antigas cidades de Sergipe. No século XV, as terras hoje correspondentes ao Estado faziam parte da capitania da Bahia de Todos os Santos, sendo habitada por índios de diversas tribos. Esses, por sua vez, mantinham boas relações com tropas francesas, que exploravam o pau-brasil na região. Em 1586, no entanto, o governador da capitania da Bahia, Luiz de Brito e Almeida, surpreende índios e franceses com forte expedição. Um soldado francês e uma índia fogem então mata adentro, para onde hoje é Itabaiana. Em 1594, sob a sombra de uma secular quixabeira, situada onde hoje está a igreja matriz da cidade, a índia dá luz a um menino, morrendo logo em seguida. Diz a lenda então que, tal qual Rômulo e Remo, Simão Dias Francês é alimentado por uma cabra. Com um ano do nascimento, o menino perde

também o pai. Sozinho, a cabra continua a lhe alimentar, até que os portugueses descobrem, no início do século XVI, o garoto e o conduzem para o Arraial de Santo Antônio, onde mais tarde se torna vaqueiro. Em 1637, frente às ameaças de invasão holandesa, o português Brás Rebello ordena que seu vaqueiro, Simão Dias, já com 47 anos e casado, guie seu rebanho para as matas às margens do Rio Caiçá. Não sendo hostilizado pelos indígenas que ali habitavam, Simão Dias pode iniciar a colonização de outras terras que, mais tarde, receberiam seu nome em sua homenagem.

Vista panorâmica de Itabaiana, no interior do Sergipe.

A cidade conhecida por suas riquezas naturais é hoje uma das maiores de Sergipe. Segundo o historiador itabaianense, Vladimir Souza Carvalho, o nome Itabaiana está historicamente ligado à sua serra homônima. “É a junção dos sufixos ‘ita’, que significa pedra (a pedra é serra); ‘taba’, que significa Novembro / Dezembro 2013

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Serra em que mora gente

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O BNB e a cidade

aldeia (taba indígena), e ‘oane’, que significa alguém. Dessa forma, a Itabaiana significa: Naquela serra tem uma aldeia onde mora gente. Naquela aldeia mora alguém”.

do comércio lojista. A cidade também é conhecida por ter o maior percentual de caminhão por pessoa em todo o país, o que lhe rendeu o título de “Capital do Caminhão”.

Afora as lendas em volta da figura do vaqueiro Simão Dias Francês, o povoamento da cidade teve início com a doação de terras a colonos por meio do sistema de sesmarias. A chegada de um novo colono, acompanhado de sua família, servos e gado tiveram como consequência inevitável o desenvolvimento daquela região, dando origem às primeiras vilas e cidades do Estado.

O BNB e a cidade

O ouro também teve papel importante na formação do município, desde a época da chegada dos holandeses, que já organizavam expedições em busca do metal nobre na Serra de Itabaiana. Apesar de nunca ter sido encontrada nenhuma jazida na região, a cidade firmou-se por muito tempo como o maior centro de comércio de joias de ouro no Estado. A primeira denominação de Itabaiana foi “Arraial de Santo Antônio” (local conhecido hoje como Igreja Velha), onde foi erguida uma capela fundando a “Irmandade das Santas Almas”. De povoado, passou à condição de distrito, tendo como sede a “Caatinga de Ayres da Rocha”, primeiro colono daquelas terras. Depois é a vez de ser criada a vila, cuja data é objeto de controvérsia. Em 28 de agosto de 1888, Itabaiana ganha finalmente o título de cidade.

Economia

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Itabaiana já era um município populoso desde o final do século XVIII, sendo o terceiro de Sergipe na época. A 59 km de Aracaju, a cidade possui hoje aproximadamente 91 mil habitantes. Grande parte da população, dedica-se à agricultura, que intensificouse a partir de 1980 com a implantação de perímetros irrigados como Jacarecica e Ribeira. Estes perímetros são cultivados por pequenos agricultores, que produzem cereais, frutas e verduras – mandioca, batata-doce e tomate –, abastecendo todo o Estado.

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O comércio é o maior do interior sergipano há mais de meio século. Seu núcleo ainda é a feira livre realizada em dias de quarta-feira e sábado, em volta da qual se concentra metade

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Fundada em novembro de 1979, a Agência de Itabaiana atua no Mercado 4, com financiamentos principalmente nas atividades rurais, comerciais e serviços. No programa de ação de 2012, a unidade encerrou o ano na 1ª colocação entre as agências de mesmo porte, com conceito AA e uma pontuação de 98,28. Ao longo de 2013, mais de R$ 98 milhões foram contratados, sendo mais de R$ 36 milhões destinados a micro, pequenas e médias empresas por meio do FNE. As equipes do Crediamigo, Agroamigo e Pronaf também obtiveram destaque com suas metas alcançadas, resultando no montante superior a R$ 41 milhões. O ativo da Agência, atualmente, é de aproximadamente R$ 230 milhões, sendo mais de R$ 86 milhões de operações do Pronaf, Mini e Pequeno Produtor Rural. A gerente da Unidade, Carmelita Carvalho Bastos Gomes F094188, ressaltou o papel do Banco do Nordeste no processo de desenvolvimento de Itabaiana e microrregião. “Existe uma ação forte com os parceiros locais, o que facilita a comunicação e estreita a relação com os comerciantes e produtores rurais. A equipe da Agência é a grande responsável por todos os resultados, diante do compromisso com o Banco”, destacou.

A cidade é conhecida por suas belezas naturais, entre as quais destaca-se o Parque Nacional da Serra de Itabaiana


Fachada da agência do Banco do Nordeste na cidade, inaugurada em 1979

Equipe Carmelita Carvalho Bastos Gomes Gerente Geral F094188

Jairton Barreto Santos F083119

Adriano M. de Mendonça F139076

Jose Almeida Cruz Júnior F133809

Ana Rosa Teles da Silva F138177

Manuel Oliveira Sampaio F084425

André Barreto Nascimento F156779

Maria Aparecida da Silva F058467

Antoane Amaro de Jesus F115975

Nilton Cesar Ribeiro F140716

Antônio Cícero da C. Filho F083100

Paulo Roberto Teixeira Lyra F154423

Aurélio Vieira Lima F090158

Reginaldo de Freitas Santos F138800

Bruno Sacramento Rocha F155535

Sônia Oliveira Medeiros F094269

Carlos Alberto Mendonça F123200

Valdson Gomes dos Santos F053554

Elaine Nascimento Bispo F123196

Valmir Lima de Santana F123803

Hugo Michel Vieira Santos F138240

Victor Santos Cunha F132889

João Paulo de Santana F140511

O Parque abriga ainda complexa fauna, com 16 espécies de répteis, 24 de anfíbios, 62 de mamíferos e 123 aves. O espaço é ponto de visita de sergipanos, turistas e pesquisadores. Os praticantes de esportes de aventura, como o rapel, também são bem-vindos. São 12 trilhas que passam por cachoeiras, poços, riachos e penhascos, conhecidos como Poço das Moças, Gruta da Serra, Via Sacra, Caldeirão e Parque dos Falcões. Há também o Alto da Serra, com 659 metros de altitude.

IGOR MENDONÇA DE SANTANA

Além de ponto turístico, a Serra serve de fonte de água para os povoados adjacentes, como o Povoado Bom Jardim e o Povoado Serra. A água muitas vezes é utilizada para beber e cozinhar. O rio que deságua por um longo caminho é utilizado para a irrigação dos alimentos plantados pela população que vive próxima ao Parque. Esse processo acaba por beneficiar a economia local, uma vez que os alimentos acabam sendo comercializados nas feiras livres, gerando renda para os produtores. Equipe da Unidade

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IGOR MENDONÇA DE SANTANA

Um dos principais atrativos da cidade, o Parque Nacional da Serra de Itabaiana é um centro com vasta área de proteção ambiental de quase oito mil hectares. Lá encontram-se importantes mananciais para o estado de Sergipe, entre eles os rios Cotinguiba, das Pedras, Jacaracica e Poxim.

O BNB e a cidade

Os encantos de Itabaiana

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ILUSTRAÇÃO: RONILDO SAMPAIO

Crônica

Inspetor Praxedes faz vistoria na agEncia de Nova Siriema ^

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Adstoni Lopes

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Ambiente de Políticas Territoriais, Ambientais e de Inovação adstoni@bnb.gov.br

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O

clima ficou tenso na Agência de Nova Siriema. É que o inspetor interno Praxedes, que tinha fama de ser “carne de pescoço”, chegara para realizar mais uma vistoria periódica. Não que as pessoas tivessem cometido irregularidades, mas, naquele início dos anos 80, vivia-se um tempo em que qualquer pessoa investida de alguma autoridade era sempre ameaça ao sossego dos demais. Um erro, mesmo involuntário, poderia gerar punições desproporcionais.


Só para termos uma ideia de sua mania, basta dizer que certa feita sua filha, Norminha, em vias de completar sete anos, telefonou diversas vezes para a agência onde o pai fazia inspeção. Estava tentando convencer Praxedes a comprar uma boneca que ela viu na TV. Ele alertava que não podia usar o telefone da empresa para tratar assuntos particulares e desligava. Na quinta vez que a menina ligou, já perto do final do expediente, ele retrucou: -“Tá bom, tá bom. Consiga três cotações de preço para podermos analisar esse caso”.

– Faz tempo que o senhor trabalha aqui na agência?

– Quer dizer então que o senhor conhece bem as pessoas que trabalham aqui? – Conheço como a palma da minha mão. – E como é o relacionamento da equipe? É amistoso? Lourinaldo não sabia ainda quem era Praxedes. Pensava tratar-se de alguém que chegara para compor a equipe da unidade. Sendo assim, resolveu continuar respondendo:

“Até nas atividades mais comezinhas encontrava motivo para averiguar regulamentos, orçamentos, preceitos legais etc”.

Praxedes tinha também a mania de extrapolar suas atribuições e inspecionar a vida pessoal dos colegas das unidades que fiscalizava. Quando interpelado sobre o assunto, dizia que saber os hábitos dos colegas ajudava a entender o processo de trabalho. É bom frisar que ele não fazia fuxico, guardava as informações apenas para suas análises. Também não usava a função para obtê-las, aproveitava-se de pessoas que já gostavam de falar da vida dos outros. Logo no primeiro dia em Nova Siriema, ao sair da agência, ele encontrou o vigilante Lourinaldo fumando um cigarro de palha na calçada, ocasião para o seguinte diálogo: – Boa noite, senhor... senhor... – Lourinaldo, ao seu dispor – respondeu o solícito agente da segurança.

Crônica

– Faz sim senhor. Desde que ela foi inaugurada

– É muito amistoso. Parece até uma família – exagerou. – O pessoal sai junto para confraternizar?

– Para isso aí eu não sei dizer não. Eles saem muito é para beber lá na praça do coreto. – Mas eles bebem todos os dias? – Não senhor. É mais depois do expediente da sexta-feira. – E o gerente vai junto? – Vai sim senhor. O gerente é um dos mais animados. – E eles chegam a frequentar o cabaré da cidade?, indagou maliciosamente o inspetor. – Rapaz... O pessoal da agência não, mas quando aparece por aqui uma cabroeira de inspetor interno, a festa por lá é grande. Nesse momento, meio constrangido, Praxedes resolveu dar por encerrada aquela conversa. Novembro / Dezembro 2013

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O organizadíssimo Praxedes, apesar da severidade, também sofria com sua compulsão em controlar tudo à sua volta. Até nas atividades mais comezinhas encontrava motivo para averiguar regulamentos, orçamentos, preceitos legais etc. Praxedes era um cara chato.

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Comportamento

“Ondulam as bandeiras, soam as matracas, os foguetes, chovem serpentinas e papel picado: a cidade desaparece, a rotina se esquece, só existe o templo” - Eduardo Galeano

A magia dos estádios

A Leonardo Ribeiro F124745 Ambiente de Comunicação leonardoribeiro@bnb. gov.br

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FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

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o comparar estádios de futebol a espaços sagrados, o jornalista uruguaio Eduardo Galeano diz que o torcedor, quando resolve assistir de perto a uma partida de seu time, está à espera de um milagre. “Embora possa contemplar, comodamente, na tela de sua televisão, prefere cumprir peregrinação até o lugar onde possa ver em carne e osso seus anjos lutando em duelo contra os demônios da rodada”, destaca em seu best seller “Futebol Ao Sol e à Sombra” (L&PM, 233 páginas), um dos clássicos da literatura futebolística latinoamericana. O pensamento do cronista ilustra o quanto a magia dos estádios ainda seduz torcedores de todas as partes, embora eventos esportivos sejam hoje acompanhados muito mais fora do que dentro das arenas. Entretanto, estar onde o time está, muitas vezes requer uma dose extra de paixão e abnegação, sentimentos que acometem muitos colegas do Banco. Dispostos a adiar compromissos, enfrentar centenas de quilômetros e até a hostilidade da torcida adversária, eles (nós) querem (queremos) participar in loco do ritual, cuja intensidade só conhecem os verdadeiros apaixonados pelo time do coração e amantes desse bendito esporte. Como testemunho próprio, digo que assistir a uma partida de futebol em um estádio traz à tona sentimentos como euforia, espírito de equipe, além de superação da acomodação e do medo, sobretudo quando o programa inclui deslocamento considerável. Em minha primeira viagem, a Quixadá (CE), durante o campeonato cearense de 2011, percorri na mesma noite 334 km para ver meu time, Guarani de Juazeiro, jogar, tendo que voltar ao trabalho no dia seguinte. Assisti ao jogo com meu pai, que viajou de Juazeiro até a “Terra da Galinha Choca”. Felizmente não teve pêia nem dentro nem fora de campo. Além do empate

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na casa alheia, num 2 x 2 com gosto de vitória, ficou a boa sensação de fazer parte de um grupo de desconhecidos (e abnegados), que se unem por 90 minutos num mesmo objetivo.

Assunto de família O colega Fred Cavalcante F112399 é assessor da Diretoria Administrativa, de Estratégia e TI. Soteropolitano, também aprendeu a torcer pelo Bahia, melhor dizendo, Bahêa, com o pai. “Desde criança, ele levava a mim e a meus irmãos, Cid e Felipe, aos jogos. Na época, não havia torcida organizada. Chegávamos pelo menos duas horas antes. Assistíamos até as partidas preliminares. Era uma experiência familiar bacana. Ficava mais feliz por isso. Depois, virou paixão por aquele time azul, vermelho e branco, que mexeu e mexe até hoje comigo”. Dos jogos fora de Salvador, Fred tem boas recordações da reinauguração do Castelão – quando o Bahêa venceu o Ceará por 1 x 0 –, mas já seguiu seu time em jogos em Aracaju (SE), Maceió (AL) e Petrolina (BA). A partida de sua vida, entretanto, ocorreu em casa: bicampeonato estadual do Bahêa, em 1994. “Eram 97 mil pagantes na Fonte Nova, segundo maior público do antigo estádio, e o gol do pouco famoso Raudinei, aos 44 minutos do segundo tempo decretou o empate


1 - O colega Fred Cavalcante compartilha a paixão pelo Bahêa com a esposa Ana Carla e o filho Dante 2 - Adilson Castelo Branco e amigos tricolores em uma de suas muitas viagens para acompanhar o Fortaleza

Comportamento

1

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A paixão do tricolor cearense Adilson Castelo Branco F108227, consultor no Ambiente de negócios com MPE e Pessoa Física, não foi herdada do pai, que torce justamente pelo rival, Ceará. Natural de Baturité, aprendeu a gostar do Fortaleza com um primo que morava no Pici, bairro onde se localiza a sede do clube. A quilometragem de Adilson é alta. Já viajou para São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, além de cidades do interior do Ceará. O jogo mais inusitado em terras estranhas foi em Itápolis, no interior paulista, contra o Oeste, disputando o acesso à série B. “Muitos torcedores do Oeste nos pediram pra trocar as camisas, gentileza não muito comum nos estádios”. O resultado também foi amigável, 1 x 1, que garantia certa vantagem ao Leão do Pici no matamata. Infelizmente para Adilson, o Fortaleza perdeu em casa no jogo de volta por 3 x 1, e viu o Oeste ascender para a série A. Adilson é adepto da filosofia de sempre apoiar a equipe, independentemente do resultado. “Nunca vaiei meu time”, arremata. Seu jogo memorável foi no

estádio Presidente Vargas, ocasião que marcou a subida do Fortaleza para a elite do futebol brasileiro, há nove anos. “Tínhamos apenas 2% de chances de ascensão. O time precisava golear o Braziliense e torcer por uma combinação de resultados”. Naquele dia, o Leão do Pici venceu por 3 x 0, para um público de apenas três mil aficionados que ainda acreditavam no time. O último gol foi assinalado por Marcelo Lopes, aos 43 minutos do segundo tempo. O Fortaleza subiu de divisão naquele ano por ter um gol de saldo a mais que o Avaí, de Santa Catarina. Emoção a toda prova pra Adilson e os tricolores.

Santa paciência Antônio Roberto Gama F044881, gerente da Central de Crédito do Pronaf de Pernambuco, torce Santa Cruz e, como tal, também está acostumado a fortes emoções. Já seguiu o time em jogos realizados em Maceió, João Pessoa, Fortaleza e Mossoró. Sempre presente aos estádios, Gama ajuda o Santa a ser campeão de audiência. “O Sport diz que tem a maior torcida do Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

em 1 x 1 e o título”. Fred costumava apostar com amigos que torciam para o rival, Vitória, e se orgulha de nunca ter tomado cerveja quente de colherzinha. “Quem perdia, tinha que fazer isso. Mas eu só apostava quando meu time estava bem”.

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Comportamento

estado, mas nunca conseguiu comprovar isso. Só se forem torcedores de pé de rádio”, alfineta o tricolor. Fora de casa, já viu vitória do Santa contra o Palmeiras por 4 x 1. “Naquela época, meu time tinha Dadá Maravilha no ataque”, relembra, saudosista. Em 1993, seu filho Hugo, que hoje o acompanha nos jogos, passou por um batismo de fogo no Arruda. O Santa Cruz jogava por dois resultados iguais. Perdeu o primeiro jogo do Náutico por 1 x 0. As duas partidas ocorreram no Arruda, o maior estádio de Pernambuco, com público de 90 mil pessoas. O artilheiro do time Washington – da famosa dupla com Assis, que marcou época no Fluminense –, foi expulso, e o Santa viu o campeonato ir por água abaixo ao sofrer um gol aos 46 minutos do primeiro tempo. Perto do final do jogo, Gama quis ir embora. Na opinião dele, não havia mais salvação. Porém, o filho pediu pra que ficasse até o final do jogo, e ele atendeu. Resultado: o Santa empatou aos 38 e virou na penúltima volta do ponteiro, aos 44, gols de Fernando e Célio, numa das finais mais eletrizantes da história do Campeonato Pernambucano. Hoje, Hugo é mais Santa Cruz do que eu”, diz.

O colega Roberto Gama transmitiu ao filho Hugo a paixão pelo Santa Cruz de Pernambuco

pode ter pavimentado seu caminho para o Banco do Nordeste. “Há dez anos o Confiança não ganhava o campeonato estadual. Em 2001, o time disputou o título com o Sergipe. Por coincidência, a data do jogo final era a mesma da prova do concurso da Polícia Civil, para o qual estava me preparando há três meses. Entre uma opção e outra, não tive dúvida. Preferi ir ao jogo”. Felizmente, um empate em 1 x 1 garantiu o título ao Confiança. Eliminado do concurso da polícia, José Paes realizou o do Banco e hoje está aqui pra contar a história.

Haja Confiança

Conterrâneos

José Paes de Santana Júnior, gerente da Agência de São Benedito (CE) não lembra de ter visto vitória do seu Confiança fora de Sergipe. Já viajou de ônibus para assistir jogos, em Goiânia, Brasília e Fortaleza, a mais inusitada. Nesta, o ônibus velho quebrou em um local que não tinha sinal de celular e ele não fazia ideia de onde era. “Nossa sorte é que ele quebrou na beira de José Paes de Santana já viveu muitas um rio. Passamos o dia aventuras graças à devoção ao Confiança inteiro nadando. Depois de muito tempo, conseguimos avisar por uma rádio que estávamos vivos”.

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Dentro do estádio, sua experiência mais marcante foi em Aracaju, no Batistão. O jogo Novembro / Dezembro 2013

Ciranda na Copa do Brasil Em minha última ida ao estádio, neste ano, presenciei o Santa Cruz (de Gama) vencer o Guarani de Juazeiro por 2 x 1, pela primeira fase da Copa do Brasil, considerado o campeonato mais democrático do País. Marcado no final do jogo, o gol do Guarani foi, na verdade, um alento, uma vez que assegurou nova partida, no Arruda. O rubro-negro juazeirense perdeu o jogo de volta por 2 x 0 e foi eliminado. O Santa caiu na fase seguinte, perdendo para o Internacional, de Porto Alegre. O Confiança (de José Paes), foi eliminado pelo Fortaleza (de Adilson), após empatar em casa e perder na capital cearense por 4 x 0. Já o Fortaleza foi eliminado pelo Luverdense, do Mato Grosso, que também havia eliminado o Bahia (de Fred) na fase anterior. Infelizmente para os nordestinos, nenhum time da Região chegou às quartas de final do campeonato deste ano. Leonardo Ribeiro


Papo conectado

Um aplicativo para chamar de seu Com a popularização da Internet e de smartphones, tornou-se massiva a produção de aplicativos para as mais diversas utilidades, que facilitam a vida, as comunicações e até divertem um pouco. Os programas ajudam desde o controle financeiro à programação de dietas, muitas vezes gerando dados e gráficos que ajudam a solucionar possíveis problemas. Entretanto, é preciso ter critério na hora de fazer download e, vez por outra, fazer uma “limpeza” nos celulares, evitando que todo o espaço seja ocupado com aplicativos que são pouco utilizados no dia-a-dia. O descuido ao baixar aplicativos também pode acabar infectando o celular com vírus, que tornam o aparelho vulnerável e roubam informações do usuário. Um exemplo foi o jogo BalloonPop2, disponibilizado na loja Google Play, que roubava dados do Whatsapp dos usuários em uma hora – o aplicativo já foi removido da loja.

Ativismo Com a facilidade para organizar movimentos sociais da Internet, diversos aplicativos têm sido desenvolvidos com objetivo de facilitar a cidadania. Um deles, o Colab, permite que usuários proponham soluções e avaliem serviços públicos ou privados. Na opção “Fiscalize” é possível denunciar problemas da cidade.

ILUSTRAÇÃO: RONILDO SAMPAIO

Tecnologia

Ambiente de Comunicação gabrielagr@bnb.gov.br

Na mesma linha, os aplicativos Cidadera e Cidade Legal também permitem a denúncia e demarcação de problemas em um mapa virtual da cidade, construindo, de forma colaborativa, uma rede de informações úteis para cada cidadão. Um outro mecanismo é o “Moda Livre”, que permite saber quais marcas de roupa utilizam ou não trabalho escravo. No aplicativo, temse acesso às últimas notícias sobre empresas acusadas de utilizarem o trabalho escravo. A ideia é promover a conscientização do consumidor quanto ao tema.

Finanças Os aplicativos de finanças também são muito úteis na hora de elaborar o orçamento familiar. São fáceis de usar, geram planilhas e gráficos com as despesas, permitindo que se identifique os maiores gastos, gerando a possibilidade de uma organização financeira melhor. O aplicativo Checkbook está disponível tanto para Iphone quanto para Android e é gratuito na versão mais básica. Para utilizar, basta inserir os dados de valores, classificando-os como renda ou gastos. Também é possível identificar o motivo do gasto: educação, carro, moradia, seguro, cartão de crédito, dentre outros. Conforme os números são inseridos, o aplicativo gera planilhas e gráficos diferentes, atualiza o saldo disponível e permite maior controle financeiro. O Banco do Nordeste também disponibiliza um aplicativo para dispositivos móveis que permite a realização de operações financeiras, checagem de extrato ou saldo de contas, o que facilita o dia a dia do cliente, que não tem mais a necessidade de se deslocar para a agência ou um caixa de autoatendimento. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Gabriela Ribeiro F152331

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Seção Cultura

Grandes nomes da cultura nordestina

Sucessos Perenes

Luciano Sá F107328 Ambiente de Marketing lucianoms@bnb.gov.br

FOTOS: ACERVO BANCO DO NORDESTE

O

cantautor e arquiteto urbanista Fausto Nilo nasceu em Quixeramobim, no sertão central do Ceará, no final da segunda guerra mundial, em 5 de abril de 1944. “Meu nome é Fausto Nilo Costa Júnior. Meu pai chamava-se Luís Costa. Eu herdei esse nome do meu avô. Eu só fui descobrir isso quando fiz o exame de admissão para o Liceu do Ceará, em 1957, quando fui saber o resultado da prova e vi o nome de ‘Fausto Nilo Costa Júnior’, mas eu achava que o meu nome era ‘Fausto Nilo Costa Neto’”.

Conterrâneos

Desde criança na década de 1950, a memória fantástica do menino já dava seus sinais de prodígio: para além dos vários cadernos com as letras das canções anotadas, ele sabia de cor todas as músicas veiculadas na Radiadora Luz de Cristal, que reinava nas noites dos fins de semana em Quixeramobim, sua cidade natal, localizada no sertão central do Ceará.

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Em 1955, aos 11 anos, ele quis vir morar em Fortaleza. Seu pai e sua mãe rapidamente decidiram Novembro / Dezembro 2013

então que ele viria. Logo, preparouse uma mala. “E na véspera, no sábado, fui me confessar, para comungar no domingo de manhã”. Na saída, o trem passava por dentro da cidade. “Veio aquela dose de realidade quando o trem saiu, as pessoas escovando os dentes nas calçadas, as pessoas que eram amigas da família, o menino montado no jumento..., aí realmente eu me descontrolei, e até Quixadá (vizinho a Quixeramobim) eu fui chorando”, emociona-se.


Com 14 anos, veio a fase do desenhista arquitetônico – primeiro facho numa das vocações desse múltiplo artista. “Fiz rigorosamente um curso por correspondência de Desenhista Arquitetônico durante um ano; a grande contribuição que esse curso me deu foi a parte de História da Arquitetura, cujas gravuras eram fantásticas”, encanta-se. Na juventude, após ingressar na primeira turma do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fausto Nilo foi eleito o primeiro presidente do diretório acadêmico do curso, que adotou o prédio do Diretório Acadêmico como casa. O D.A. da Arquitetura logo tornou-se um eixo de convergência que aglutinou um grupo boêmio-intelectual-universitário e os autores da cidade que ainda não tinham amigos para compartilhar as suas canções.

Resultados: quatro meses depois, o cronista e colunista Ziraldo, do semanário de esquerda Pasquim, publicou uma dica sobre a nova e primeira canção de Fagner e Fausto. Logo depois, quem gravou “O Fim do Mundo” foi a intérprete Marília Medalha – “uma espécie de Marisa Monte da época” –, salienta Fausto Nilo. Fez muito sucesso nas rádio do Sudeste.

Cultura

O pré-adolescente chegou a Fortaleza e foi morar na rua Dona Tereza Cristina, perto do Mercado São Sebastião. Nessa época a cidade tinha 200 mil habitantes. “Eu morava no Centro, como grande parte das pessoas; cheguei, caí nessa geografia: era quarta-feira no programa de auditório da Rádio Iracema à noite, sábado à tarde no Programa Fim de Semana na Taba, domingo à tarde na Festa na Caiçara, quarta-feira à noite no Edifício Pajeú, e eu no meio daquela loucura toda, que tinha ainda dois cinemas com tela enorme: Cines Samburá e Diogo”, relembra Fausto Nilo.

Outra cidade aparece na vida de Fausto Nilo: São Paulo. Com a construção do metrô naquela megalópole no início da década de 1970, ele é contratado como arquiteto. E cuida do projeto urbanístico de duas estações durante dois anos. Com o salário que ganhou, agora sim vai ao Rio viver pelo menos dois anos só de fazer letra de música. Só que os dois anos viraram 15 anos de uma temporada carioca profícua, de criação de sucessos perenes e de alta relevância artística no mundo da indústria musical. “Pude conhecer toda a trajetória de uma canção, desde ela sair pronta do meu quarto, até passar pelos estúdios nas fases de gravação, mixagem e masterização e chegar ao público, via show, rádio, TV e jornal”, afirma. Além de Fagner, associou seu trabalho a parceiros do quilate de Moraes Moreira,

Primeiro música é sucesso

Conterrâneos

Em 1970, aconteceu uma revoada de artistas cearenses para Brasília, entre eles Fausto Nilo e Fagner, onde afinaram amizade. Ao ponto de, às vésperas de mudar para o Rio de Janeiro a fim de tentar ser cantor, Fagner pediu uma letra a Fausto. Que disse que não tinha. Mas tinha – várias! Como Fagner insistiu muito, Fausto entregou a letra de “O Fim do Mundo” e Fagner a levou para o Rio.

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Cultura

FÃS E FUNCIONÁRIOS Respondendo a três perguntas, dois fãs de Fausto Nilo e funcionários do Banco do Nordeste avaliam a obra do grande cantor e compositor brasileiro. São eles: Tibico Brasil F066435, gerente de Produção Audiovisual no Ambiente de Marketing, Everardo Magalhães F096571, gerente de Microfinanças na Paraíba. Veja o painel de perguntas e respostas na minientrevista abaixo: Quando prefere ouvir a música de Fausto Nilo? O Fausto Nilo compositor ou cantautor? Everardo: Em qualquer uma das situações é muito bom ouvir o que foi construído por Fausto Nilo e seus parceiros. Quem canta Fausto Nilo são intérpretes renomados, e quando escuto as canções na sua própria voz, viajo e me transporto para um planeta fora do espaço sideral: o planeta-paz. Tibico: Gosto de ouvir Fausto Nilo cantando suas próprias canções. Aprecio muito sua própria interpretação. Apesar de não ter voz muito potente, a sua forma de cantar é única e emocionante. Qual o primeiro referencial que você tem da música e da poesia de Fausto Nilo? Everardo: A sua criatividade em relação a transferir um cenário real para o papel e cifras musicais. Fantástico! Tibico: Conheci Fausto através da minha mãe, que foi sua contemporânea, em Quixeramobim. As primeiras canções que lembro foram as que Morares Moreira gravou no disco “Bazar Brasileiro”. “Meninas do Brasil” e “Asas de Brasília” chamaram minha atenção. A poesia fina de Fausto me encantou. Só depois é que fui conhecer outras joias, como “Zanzibar” e “Dorothy Lamour”. Qual música do repertório do artista que mais o comove e por quê? Everardo: Não sei se o termo apropriado é a questão de me comover, no entanto, quando escuto Fausto Nilo, tenho recordações de um passado cheio de sonhos que, após algumas estradas percorridas, me levaram para as suas concretudes. Alguns sonhos, no entanto, se perderam pelas veredas da minha existência. Posso citar não uma, mas cinco: “Chão da praça”, “Romã”, “Dorothy Lamour”, (para distrair, “Samba da boleia”) e “Esquinas do deserto”. Tibico: “Dorothy Lamour” é uma música que me encanta. “Era viagem, fantasia de um mundo blue”... é uma música que remete a um tempo que não vivi, mas que mexe com minha cabeça.


E conquistou um elenco de intérpretes do nível de Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Elba Ramalho, Simone, Nara Leão, Ney Matogrosso, Amelinha, Ednardo, Baby do Brasil e Chico Buarque, além do próprio Fagner. “Fagner fez uma melodia e quis reunir Chico e eu para fazer a letra. Articulou um encontro entre eu e Chico, na casa dele (Chico). Abrimos uma garrafa de vinho, mas, os dois tímidos... não saiu nada nessa primeira tentativa. Mas, no segundo encontro, tudo fluiu melhor e a letra de ‘Paroara’ veio a contento! E Chico, além de parceiro, tornou-se interprete da canção, juntamente com o Fagner”, relata. De volta a Fortaleza no início da década de 1990, o retorno do arquiteto aos projetos de obras urbanísticas de uso público, como o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a Praça do Ferreira, a Ponte dos Ingleses e o Mercado São Sebastião.

E o letrista saiu dos bastidores da música e subiu à ribalta para ser cantautor. Gravou três álbuns autorais e uma caixa retrospectiva com os três CDs. Intitulado “Esquinas do Deserto”, o primeiro disco era para ser lançado em 1994, nos cinquenta anos do artista (conforme o projeto sonhado pela Fundação Demócrito Rocha, ligada ao Sistema O Povo de Comunicação), mas terminou sendo publicado três anos depois, em 1997.

Cultura

Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Robertinho do Recife, Pepeu Gomes, Armandinho, Nonato Luiz, Sueli Costa, Lisieux Costa, Zeca Baleiro, Lulu Santos e Francisco Casaverde, entre outros.

Fausto integra-se à execução e arranjos de músicos cearenses e lança o segundo e o terceiro álbuns, “Casa Tudo Azul” (2002), e “Verso e Voz ao Vivo” (2004), gravado no Teatro do Centro Dragão do Mar. A caixa retrospectiva com os três primeiros CDs saiu em 2006. E o quarto álbum “Fausto Nilo”, em 2008. Para se ter uma ideia do território ocupado por Fausto Nilo na Música Popular Brasileira, ele é comparado a Noel Rosa e Chico Buarque, em número de canções compostas. Seu acervo cancioneiro abrange mais de 300 sucessos perenes em parceria, escritas em conjunto durante 41 anos de atividade ininterrupta.

10 clássicos de Fausto Nilo • Amor nas Estrelas (em parceria com Roberto de Carvalho) – interpretação de Nara Leão • Bloco do Prazer (com Moraes Moreira) – interpretação de Gal Costa • Cartaz (com Francisco Casaverde) – interpretação de Raimundo Fagner • Chorando e Cantando (com Geraldo Azevedo) – interpretação de Geraldo Azevedo • Dorothy Lamour (com Petrúcio Maia) – interpretação de Ednardo • Jardim dos Animais (com Raimundo Fagner) – interpretação de Fagner • Lua do Leblon (com Lisieux Costa) – interpretação de Fagner • Meninas do Brasil (com Moraes Moreira) – interpretação de Moraes Moreira • Pão e Poesia (com Moraes Moreira) – interpretação de Simone • Zanzibar (com Armandinho) – com o grupo A Cor do Som Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Compositor, arquiteto e cantor, Fausto Nilo é um dos que se destacaram na safra de artistas cearenses dos anos 70

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tudibom

Seção Coluna Social

Isabelle Bento F153184

Ambiente de Comunicação isabellebss@bnb.gov.br

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ara a tudibom é um prazer registrar e compartilhar com você o clique de momentos inesquecíveis dos nossos colegas. São passeios em família, almoço com amigos ou a emoção de um casamento que dão cor a esse espaço. Participe também! A sua felicidade serve de inspiração pra gente!

Times Square, um dos cruzamentos mais famosos do mundo, entrou no clique de Dalvanise Medeiros F081264 (Ag. Jardim do Seridó-RN) com o esposo Erasmo Santos em New York!

Conterrâneos

Ricardo Nakakura F132047 (Amb. de Segurança Corporativa) traz pra gente o registro das sobras do Muro de Berlim, que simbolizou a divisão do mundo em dois blocos durante a Guerra Fria.

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Quem precisar de dicas de passeios pela Europa e adjacências, é só perguntar pra Karla Patrícia F113964 (Conaj-Fortaleza). Na bagagem, ela trouxe fotos surpreendentes. Uma delas é essa, na Mesquita Azul, em Istambul, Turquia. Novembro / Dezembro 2013

Para o colega Jansen Viana F081744 (Amb. de Produtos de Crédito), o casamento do filho Levi Viana foi pura emoção! A cerimônia foi em Belfort, França.

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Coluna Social

o lugar da nossa gente As exuberantes Flavia Maia F155764 (Ag. Ouricuri-PE) e Ana Gurgel F155128 (Ag. Pacajus-CE) distribuem beleza e simpatia na Arena Castelão, em Fortaleza! Cartagena, na Colômbia, a cidade dos piratas, foi o destino de férias escolhido pelo Nivaldo Oliveira F063088 (CRO-PE).

Os 25 anos de formação da turma do Curso de Habilitação Bancária (CHB), de Recife, foi em Campina Grande. No encontro, teve retrospectiva, almoço e muita dança estilo anos 80.

Diversão garantida nas férias de Michelly Nunes F111236 (Ascom). O castelo da cinderela emoldura a foto da loira, que voltou a ser criança no Magic Kingdom, um dos parques mais famosos da Disney. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

O Paulo George F139963 (Ag. Macau-RN) levou a família pra conhecer Curitiba (PR). No Jardim Botânico, o colega esbanja estilo com a esposa Andréa Almeida e o filhote Paulo George Neto.

A Disney também pode ser um destino romântico! É o que prova a alegria do casal Wladimir Barbosa F140759 (Ag. Fortaleza Bez. de Menezes) e a sua esposa Samia Karina!

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O relato sobre a amizade de três colegas que atravessa décadas mantendo-se inabalável.

As Tres Cajazeiras

Crônica

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G Liduína Aragão F039241 Ambiente de Controle Financeiro de Operações de Crédito liduina@bnb.gov.br FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

As eternas amigas: Liduína Aragão, Maria Mazzarello e Maria Natália

ostaria de contar uma história de amizade verdadeira, dessas que não se vê muito hoje em dia. Somos três amigas: eu, Liduína Aragão Matos Donato F039241, Maria Mazzarello Lima Bezerra e Maria Natália Silva da Costa, ambas funcionárias aposentadas atualmente. Somos todas oriundas do concurso de escriturário, de 1975. Assumimos no Banco no início de 1976, na Agência Fortaleza-Centro. Foi lá que nos conhecemos e nos tornamos amigas. Em comum, um passado muito parecido, de origem humilde, no interior do Ceará. Similaridades que a convivência diária no Banco do Nordeste foi reforçando, solidificando a amizade.

Conterrâneos

A conquista de uma, por exemplo, era comemorada por todas. Foi assim com a aquisição do primeiro imóvel. Natália comprou uma casa no São João do Tauape, em Fortaleza, Mazzarello, no João XXIII, e eu, no bairro da Serrinha, também na capital.

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Ainda que morando em bairros não muito próximos, estávamos sempre em contato. Mesmo eu, que não tinha filhos de 1976 a 1985, participava de vários aniversários dos filhos das outras.

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No Banco do Nordeste, como era comum à época, trabalhávamos fardadas. Enquanto as demais funcionárias da Agência não gostavam do uniforme, nós três fazíamos questão. Afinal, era mais um motivo para ficarmos juntas: a compra do tecido, a escolha do modelo, a encomenda no alfaiate, o uso da mesma cor no mesmo dia. Nem o cuidado com os filhos era empecilho para a amizade, mas sim um motivo para reforçar os laços. Deste modo, Natália e Mazzarello deixaram de ser somente amigas, para se tornarem também comadres. Por causa da forte união, éramos chamadas pelos colegas de “As Três Cajazeiras”, em referência às famosas personagens da novela “O Bem Amado”, de Dias Gomes.


Mazzarello e eu, no entanto, não tínhamos recursos disponíveis para o sinal, e acabamos por ficar muito tristes por não poder acompanhar a amiga. Só que, dias depois, a mesma Natália nos vem com essa, dizendo que poderia emprestar o dinheiro necessário para a compra do apartamento. E eis que, numa coincidência muito boa, ela própria compra a unidade 302, enquanto Mazzarello compra a 502 e eu, a 702. A mudança para a nova morada aconteceu em 1987, consolidando ainda mais a nossa amizade. Agora, além de colegas, amigas no trabalho, comadres, éramos também vizinhas. E o vaivém só aumentando. Que móvel tu comprou? Como é que eu faço isso? Vem aqui em casa comer isso. E, por aí, vai. Já na condição de vizinhas, foi a minha vez de convidar a Mazzarello para ser madrinha de minha filha recém-nascida. Os laços, portanto, só estreitavam.

Crônica

Um dia, Natália, a mais esperta para finanças, chegou para nós dizendo que havia sido lançado um empreendimento novo na cidade e que ela estava interessada em comprar uma unidade. Acabou causando o maior alvoroço e convidando as demais para darem entrada também na compra do apartamento.

Um dos muitos encontros das três ao longo de quase 40 anos de amizade

Os anos passaram-se e a Mazzarello aposentou-se primeiro. Alguns anos depois, foi a vez da Natália. A convivência continuou, no entanto, nos aniversários, carnavais, festas de ano-novo etc. Há uns cinco anos, a Natália, que continua sendo a mais danada por dinheiro, decidiu comprar um apartamento melhor. Onde ela foi comprar? No prédio vizinho, colado ao antigo. Menos mal, pois as outras duas continuamos no mesmo prédio. E, assim, a amizade prosseguiu inabalável, até mesmo porque, pelas luzes das janelas dos apartamentos, uma sabe quando a outra não está em casa. Às vezes, até liga para saber se aconteceu alguma coisa. É certo que os fins de semana nas praias eram mais frequentes quando os filhos eram ainda crianças. Mas, com a chegada da maturidade, também passamos a nos aventurar sozinhas em Canoa Quebrada, o que sempre rendeu boas risadas.

As amigas Natália e Mazzarello em um de seus carnavais

E, nos últimos anos, duas vizinhas (que não são do Banco) juntaram-se ao grupo para as saídas, viagens, conversas etc. A patota, então, passou a ser denominada por um amigo de “As cabras véias”. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

O mais interessante dessa história é que nunca houve um senão desagradável em nossa amizade. Se houve, nunca foi percebido ou verbalizado por nenhuma de nós.

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Deyse Moura F113182 Super-RN deyse@bnb.gov.br

M

ajor Sales, no interior potiguar, é uma daquelas cidades repleta de atividades culturais, todos os dias da semana, voltadas para crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais. Lá, a população local pode escolher, entre os diversos projetos existentes, os que mais se agradam para participar.

Em parceria com instituições como o Banco do Nordeste, Petrobras, Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e Ministério da Cultura, a Prefeitura de Major Sales, produtores culturais locais e associações comunitárias estão conseguindo criar e manter espaços, promover eventos e capacitar pessoas em diversas áreas da cultura.

sete anos, totalizando um montante superior a R$ 200 mil.

Prazer pela leitura As crianças e os idosos do município possuem seus próprios clubes de leitura. O primeiro criado foi o “Paixão de ler e prazer de brincar”, voltados para crianças e adolescentes, em 2007. A iniciativa deu tão certo que as pessoas da terceira idade começaram a pedir um nos mesmos moldes, mas com literatura apropriada para a

Somente pelo Edital de Cultura do Banco Nordeste/BNDES, já são 16 projetos aprovados, nos últimos

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Idosos frequentam a biblioteca todos os dias

FOTO: ACERVO MAJOR SALES

Conterrâneos

Crianças brincam em seu Clube de Leitura

FOTO: KAMILO MARINHO

Cultura Seção

A cidade que respira cultura

CRÉDITOS DA FOTO

“Hoje tem espetáculo? Tem, sim senhor!”. Esse ditado é muito usado no mundo do circo, mas também se adequa direitinho ao município de Major Sales, no Alto Oeste Potiguar.


Recentemente, a Associação Comunitária Sócio Cultural de Major Sales, criada em 2006 por um grupo de sanfoneiros, mestres e caboclos, lançou o livro “Profetas do Tempo”, com o apoio do Banco. A publicação relata as histórias das pessoas do sertão que conseguem “ler” a previsão do tempo pelos sinais dados pela natureza, como o aspecto do céu, comportamento das plantas e dos animais. É a famosa sabedoria popular recontada e registrada para não se perder na História.

Memória E por falar em preservação do conhecimento, a cidade também se preocupou em criar um museu para guardar registros do patrimônio material e imaterial da cultura nordestina, especialmente voltado para a memória dos brinquedos e brincadeiras tradicionais e populares. O espaço é aberto para visitação pública e abriga ainda oficinas sobre a construção desses brinquedos, perpetuando a tradição. Denominado “Ampliando o Espaço da Memória Nordestina”, o museu tem sido bastante prestigiado pela população local e dos municípios vizinhos.

Alegria de brincar Além de preservar a memória do brinquedo popular, a comunidade solicitava um acervo para que as crianças pudessem ter contato mais direto com as peças. Assim foi criado o projeto “Deixe a Criança Brincar – Brinquedoteca Itinerante”, em 2012. O objetivo é levar brinquedos tradicionais, mas também alguns contemporâneos, para diversos locais das zonas urbanas e rural, não somente de Major Sales, mas também das cidades próximas Paraná e Luís Gomes.

Cultura

sua faixa etária. Foi assim que surgiu o “Leituridade”, um espaço repleto de cordeis e literatura de gêneros bem variados para os idosos da cidade.

Onde a brinquedoteca chega, cria-se um espaço lúdico, com vistas a troca de saberes, incluindo também pessoas com necessidades especiais, pois há brincadeiras e brinquedos voltados para a linguagem de libras e também em braile. A coordenação do projeto também realiza oficinas, seminários e rodas de cantigas de roda.

No embalo da sanfona Se tem um som que caracteriza bem a música nordestina, esse som é o da sanfona. Em Major Sales não é diferente. Como bons nordestinos, os majorsalenses são apaixonados por esse instrumento. Prova disso é a “Orquestra Trupé do Sertão”, formada por homens de todas as faixas etárias. A diferença de idade dos componentes chega a mais de 50 anos, o que contribui para a diversidade de repertório do grupo.

Conterrâneos

FOTO: KAMILO MARINHO

O acervo do museu de brinquedos e brincadeiras tradicionais é aberto à visitação pública

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FOTO: KAMILO MARINHO

FOTO: KAMILO MARINHO

Cultura A orquestra tornou-se presença constante nas festas do município

Parceria Banco do Nordeste e Minc fortaleceu capoeira local

Como o apoio do Banco do Nordeste, a orquestra, que estava parada há um bom tempo, voltou às atividades com instrumentos novos e orientação de um maestro. Dezenas de apresentações já foram realizadas, inclusive em outras cidades, gerando renda para os seus componentes e auxílio para a manutenção do projeto após a vigência do patrocínio.

Oliveira. Conhecida pelo seu amor à cultura nordestina, a cordelista e palestrante Maria Carlos, como é chamada por todos, tem se dedicado a fortalecer a cultura local e criar espaços e ações que beneficiem toda a população, em suas diferentes faixas etárias. De acordo com ela, a população reconhece a parceria continuada entre o município, o Banco do Nordeste e o BNDES, por meio de projetos selecionados nos editais de cultura.

Outro projeto que trabalha a música, especialmente com crianças e adolescentes da área rural, é o “Música no Campo”. Criado pelo músico Francisco Alcivan Vieira Alves, a iniciativa beneficia dezenas de moradores do campo, com o aprendizado de instrumentos como clarinete, sax, trompete e trombone.

O amor pela cultura

ACERVO MAJOR SALES

A maioria dos projetos culturais realizados em Major Sales, seja com o apoio do Banco ou de outras instituições, tem como participação da professora universitária aposentada Maria Fernandes de Carlos

“De mãos dadas estamos fortalecendo e difundindo a cultura popular do nosso sertão, com destaque para os brinquedos populares, o saber ancestral, as danças folclóricas e a música nordestina, contribuindo assim, para a inclusão social e desenvolvimento por meio da economia criativa. As iniciativas populares vêm resgatando os costumes e a memória tradicional nordestina, promovendo a troca de saberes, criando uma nova plateia fruidora de suas raízes culturais. Os mestres de cultura popular, as crianças e os adolescentes são os principais beneficiários diretos com as ações e revelam em depoimentos e desenhos o valor do apoio que têm recebido”, afirma. O exemplo dado pela professora nos últimos anos tem incentivados instituições, escolas, professores e artistas a também pleitearem recursos e projetos em diversos editais. O resultado disso é que as ações contempladas acabam por se multiplicar na cidade e também em municípios vizinhos. São os ventos da cultura soprando em todo o Alto Oeste Potiguar.

Onde todos se encontram Festival reúne expressões culturais de Major Sales

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Novembro / Dezembro 2013

Os projetos culturais em Major Sales são muitos. Para reuní-los em um grande evento,


a professora Maria Carlos criou o Festival de Cultura Popular do Alto Oeste Potiguar. O evento realizou sua segunda edição em 2013 e reuniu milhares de pessoas oriundas de mais de 20 municípios do Rio Grande do Norte e Paraíba.

Pra gente poder respirar Precisa oxigenação Uma livre parceria

Entre as atrações, destaque para os grupos de Cablocos, como o tradicional Rei de Congo do Mestre Bebé, que é marca do patrimônio imaterial local. Também houve seminários, feira de comidas típicas, mostra de artesanato, oficinas e shows. Tudo gratuito para a população.

Do ar puro com o pulmão Tudo isso em sintonia Com o nosso coração Mas pra respirar cultura Como Major Sales respira

Cultura

Major Sales: Uma cidade que respira cultura

“Os mestres de cultura popular, as crianças e os adolescentes são os principais beneficiários e revelam o valor do apoio que têm recebido”

Procure o caminho certo Siga conosco essa trilha Editais BNB /BNDES E sua cultura brilha E preciso o mundo saber O que aqui acontece Nós somos de Major Sales Cá do sertão do Nordeste Queremos a todos afirmar Que nossa vida mudou Com o Banco do Nordeste

O Banco e a cidade E desde 2008 Com o nosso município E os projetos de Maria Que vão da literatura A música, a arte, a pintura, A memória, a fantasia.

ACERVO MAJOR SALES

Maria Carlos Produtora dos projetos culturais

De acordo com Francisco de Assis Bandeira F079677, gerente da Agência de Pau dos Ferros, unidade responsável por Major Sales, o município tem apresentado uma demanda crescente por crédito. “Temos feito o possível para estarmos presentes na cidade, apoiando os empresários e empreendedores locais, bem como os agricultorores. Além disso, sempre somos convidados para participar dos diversos projetos culturais apoiados pelo Banco. É sempre um prazer ver a alegria das pessoas em função da parceria da nossa empresa com o município”, afirma. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Major Sales é um município bem novo. Tem apenas 21 anos de emancipação. A cidade está a 427 quilômetros da capital Natal. De acordo com dados do IBGE (2010), a população local é de, aproxidamente, 3,5 mil habitantes. Nos últimos três anos, o Banco, por meio da Agência de Pau dos Ferros, aplicou cerca de R$ 960 mil nas áreas urbanas e rural, com mais de 300 operações.

Que existe a parceria

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Resenha

Resenha Aquarelas musicais

Aquarelas musicais [Gildomar Nepomuceno Marinho, Programa Cultura da Gente, 2013]

Antes mesmo de ser ouvido, o terceiro disco do colega Gildomar Marinho F100765 nos presenteia com outro tipo de poesia: a visual. Aquarelas produzidas por ele mesmo, incluindo seu autorretrato, dão cor ao encarte e às capas do CD. É só apertar o play e a poesia sai do papel. O nome da obra, “Tocantes”, pode até ter sido escolhido em alusão ao Rio Tocantins, paixão já cantada no segundo álbum do artista. Mas poderia ser facilmente interpretado como o adjetivo apropriado para resumir a impressão de quem avalia as canções do Gil benebeano. Como já é tradição em suas obras, Gildomar traz uma rica mistura de ritmos em seu mais recente trabalho. Do blues ao samba, passando pelo xote e, claro, registrando suas raízes maranhenses em “É de Reis”, tambor de crioula autoral que fecha o disco. Mas os rastros de nordestinidade também estão presentes na pegada que permeia outras faixas do disco. As temáticas são tão vastas quanto os estilos – ilusão, despedida, recomeço. Registre-se, ainda, que nem todos conseguem abordar a defesa do meio ambiente (“Mata Paralela”) e dos direitos humanos (“O Mano”) sem deslizar pelo radicalismo político ou pela utopia enfadonha. E Gil vai além, consegue homenagear ela que é “A metade que manda”. Nessa faixa, ele promove um passeio histórico para enaltecer os encantos da mulher por meio de personagens bíblicos, mitológicos e reais. Gildomar Marinho intérprete traz a voz limpa, sem excessos, num canto que transparece verdade, firmeza e autenticidade. Gildomar autor assina sozinho oito das 12 faixas de “Tocantes”, e mais três em parceria (com Jorge Cardoso, Zema Ribeiro e Lena Machado). “Navegante”, a única canção que não tem sua pincelada autoral, é uma regravação da música de Erasmo Dibell, cantor e compositor maranhense. Talvez para compensar o fato de não a ter criado, Gil se apropria da canção de tal maneira, numa interpretação suave, que certamente transmite a aura saudosa imaginada por Dibell. Aliás, suavidade é a palavra perfeita para definir a atmosfera da canção que dá nome ao disco, parceria com Zema Ribeiro. Em metáforas, um paralelo entre os sons e os sentimentos que tocam o coração. Já dá para antever porque o disco se chama “Tocantes”... E vale deixar-se tocar pelas canções de Gildomar Marinho.

Por Rosanne Rocha F135631 Ambiente de Comunicação rosannerocha@bnb.gov.br

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A exemplo de “Olho de Boi” e “Pedra de Cantaria”, o Programa Cultura da Gente também patrocinou a produção de “Tocantes”.


solanea: patrimOnio histórico do brejo paraibano ^

Dalana Moura B819565 Super-PB dalana4@hotmail.com

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F

undada pelos moradores que habitavam a região entre os anos de 17501800, Solânea está localizada a 130 km da capital paraibana. Na história da cidade, afirma-se que um dos primeiros a fixar moradia no local foi o descendente dos colonizadores da família Soares Cardoso Moreno, vindo do Ceará. O pequeno povoado começou a crescer e os pioneiros do lugar não mediram esforços para torná-lo um território pacífico.

O desenvolvimento solidificou-se em 4 de dezembro de 1926, quando o pequeno aglomerado passou a chamar-se Moreno, nome dado em homenagem ao seu fundador. No ano seguinte, Moreno passou a vivenciar dias marcados por muita cultura e vida social, projetando-se entre as cidades próximas. Em 1938, o povoado eleva-se à categoria de vila com grande satisfação para seus moradores. A independência e emancipação política, administrativa e social da Vila

Moreno, ocorreram devido às fortes reivindicações da época. Um projeto de lei foi encaminhado à Assembleia Legislativa da Paraíba, com autoria do então deputado estadual Humberto Lucena e, em 26 de novembro de 1953, foi sancionada a lei que criou o município de Solânea. Também foi criado o fórum da cidade e consequentemente a comarca do lugar. Para homenagear esta data foi construída a principal praça da cidade, localizada em frente à Igreja Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Vista aérea de Solânea

O BNB e a cidade

O BNB e a cidade

Com povoação iniciada a partir de descendentes de cearenses, a cidade de Solânea é hoje marcada por sua intensa atividade religiosa e cultural, com destaque para as festas juninas.

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O BNB e a cidade

Matriz de Santo Antônio, que é padroeiro do município. A instalação do município ocorreu em 30 de dezembro de 1953. Solânea encontra-se na Mesorregião do Agreste Paraibano e na Microrregião do Curimataú Oriental da Paraíba. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), no ano de 2010 sua população era estimada em 26.693 habitantes.

Cultura e Turismo Interior da igreja Matriz de Santo Antônio, padroeiro da cidade

Tradição cultural no Nordeste, o São João também ganha destaque em Solânea. Desde 2001, a cidade vem realizando uma das maiores festas juninas da região. Cerca de 150 mil pessoas visitam o local no período festivo, consolidando o evento como o maior do brejo paraibano. A programação, que em geral tem duração de 12 dias, é recheada com apresentações de grandes artistas populares, comidas típicas e muito forró pé-de-serra. Um dos patrimônios culturais da cidade é o Grêmio Morenense, cuja sede social

Fachada do Grêmio Morenense, patrimônio cultural do lugar

Santuário de Santa Fé em 1962

Santuário Padre Ibiapina é também ponto turístico

Festa de São João é um dos atrativos

Conterrâneos

Praça 26 de novembro, ponto de encontro de Solânea

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O Grêmio também foi a sede do Vila Branca Sport Club, um dos nomes do futebol da Paraíba, e abrigou a Biblioteca Álvaro Carvalho, uma das mais importantes da região, que homenageava o ex-governador paraibano. Depois de estar praticamente abandonado, o local foi reinaugurado em 23 de outubro de 2005, tendo como presidente, Romeu Souza, e vice-presidente, José Martins de Souza, conhecido popularmente como Zuca. A cidade também conta com vários pontos turísticos históricos, um deles é o Santuário de Santa Fé, um memorial religioso idealizado pelo padre José Antônio Maria Ibiapina. No local, é possível encontrar uma das primeiras casas de caridade fundada pelo Padre Ibiapina, onde meninas abandonadas eram acolhidas. Lá também está a casa onde ele residiu até o fim da vida, além de cemitério, igreja, museu e casa de farinha. Após a inauguração, foi construído um ambiente reservado para celebrações públicas de grande porte, onde é feita uma missa no dia 19 de cada mês reunindo milhares de romeiros. O santuário é hoje administrado por religiosas franciscanas.

O BNB e a cidade O Banco do Nordeste chegou ao município em 26 de novembro de 1978, mês de aniversário da cidade. Na época, Solânea dispunha apenas de uma agência bancária que pertencia ao Banco do Estado da Paraíba (Paraiban). Devido ao apelo comunitário e necessidade urgente do município, a agência do Banco do Nordeste foi instalada. A Unidade funcionava inicialmente onde hoje está instalada a Câmara de Vereadores do Município. Em 1985, ela

O BNB e a cidade

passou a atender em seu prédio atual, que foi doado pela prefeitura municipal e localiza-se vizinho à Câmara de Vereadores. Para o funcionamento da Agência foram nomeados sete funcionários aprovados em concurso que o Banco realizou na cidade de Guarabira (PB).

“Nu nca ti ve interesse de deixar a cidade, por ser filho de Solânea, gos tar do cli ma frio e aconchegante da cidade, onde vi m a casar e cons ti tu ir minha família” Dos sete aprovados, os três primeiros lugares ficaram com os colegas José Lucena F057525, José da Penha e Arnaldo Viana F057371. Uma colaboração da Agência para a cidade foi a construção do BNB Clube, no qual alguns colegas deixaram marcas da sua passagem no Banco pelo empenho e envolvimento com a sociedade, ajudando sempre em todas as modalidades esportivas. Da Unidade, também emergiram lideranças políticas da região. O funcionário Arnaldo Viana, terceiro lugar na convocação da primeira equipe da Agência e que atualmente trabalha na Central de Crédito Pronaf-Paraíba, foi eleito prefeito do município entre 1997-2000. De igual modo, Milton Paulo de Souza F090778, que na época da inauguração era contratado, assumindo como funcionário no ano de 1983 e lotado até hoje em Solânea, foi vereador do município entre 1997-2012, chegando a presidir a Câmara de Vereadores. “Antes de entrar no Banco do Nordeste, eu gostava de participar das corridas ciclísticas Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

construída por volta de 1920. Sua fundação foi feita oficialmente em 18 de maio de 1924 como entidade literária-recreativa. O local já foi palco de grandes eventos da história do município e também do brejo paraibano. Já estiveram no local, figuras conhecidas regionalmente e nacionalmente, tais como Apolônio de Carvalho, Manuel da Conceição, Ronaldo da Cunha Lima, Gregório Bezerra e João Pessoa.

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O BNB e a cidade

de Solânea e, nesta época, participava representando a recém-instalada agência do Banco na cidade. Após alguns anos de serviço, fui investido como caixa da Agência, função que exerço até hoje. Trabalhei aqui durante esses 30 anos. Apesar de ter tido a oportunidade de estar adido em outras unidades, nunca tive interesse de deixar a cidade, por ser filho de Solânea, gostar do clima frio e aconchegante da cidade, onde vim a casar e constituir minha família”, declarou Milton Paulo de Souza, que é o funcionário mais antigo. A equipe sempre foi muito unida e hoje compartilham histórias divertidas, como aquela do dia em que o então presidente do Banco, Camilo Calazans, veio visitar a Unidade, juntamente com um dos diretores. No mesmo dia da visita havia acontecido um assalto à agência da Caixa Econômica Federal em Alagoa Grande (PB), o que tinha deixado toda a região em polvorosa. Assim, quando Calazans tentou adentrar a Agência do Banco do Nordeste, que, em 1983, não tinha portas giratórias, foi imediatamente barrado pelos seguranças. Temerosos pelo fato ocorrido em Alagoa Grande, eles não acreditaram quando o homem desconhecido identificou-se como presidente da Instituição.

Deste modo, as portas da Unidade, na época de madeira, foram travadas, deixando o presidente do lado de fora. O gerente não estava no momento, então o funcionário Paulo Azevedo de Medeiros F57606, hoje gerente da Unidade em Apodi (RN), foi chamado para resolver a questão e desfazer o constrangimento gerado. Apesar da confusão, no final, tudo foi resolvido. Esse e tantos outros casos estão arquivados na memória dos que fazem esses 35 anos da Agência de Solânea, que continua contribuindo para o desenvolvimento do município e região.

Equipe José Giovani de Oliveira – F98213 (Gerente da Agência) Celso de Almeida Costa – F140228 Eduardo Freire Mendes – F146625 Gledson Dantas da Silva – F117986 Ivo da Silva Mendonça Lima – F133450 Jose Marcelo dos Santos – F88757 Josimario Fernandes de Medeiros – F146650 Maria da Conceição Alves de Andrade – F89133 Milton Paulo de Souza – F90778 Pedro Augusto Lucena Santos – F133523 Renato Borba de Melo – F122602 Silvio Soares Pereira – F157481

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Kátia Emmanuelle Gomes da Silva – F157147

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Arte Retirante: cultura para todos

Ambiente de Comunicação rodrigohdp@bnb.gov.br

FOTOS: INSTITUTO NORDESTE CIDADANIA (INEC)

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ma oficina de papel reciclado, em que se conhece toda a história do papel, bem como as técnicas de produção, repassadas por um artista plástico, e as estratégias de aproveitamento financeiro dos produtos gerados. Essa é uma das atividades da oficina “ArteIdentidade – Gerando Renda com Cidadania”, uma das muitas realizadas dentro de um programa maior, o Arte Retirante, que beneficia 37 municípios de todo o Nordeste.

O Arte Retirante tem como objetivo expandir a programação dos Centros Culturais do Banco do Nordeste (CCBNB), levando expressões artísticas como cinema, literatura, artes plásticas, música e teatro, para públicos distintos das capitais nordestinas e também para cidades mais afastadas dos grandes centros urbanos.

Encenação da peça teatral “Confia em mim”, em Guaiúba-CE

O programa segue o conceito que norteou a própria criação dos Centros Culturais, que é a de promover a cultura como “elemento de integração para o desenvolvimento”, com a inauguração do CCBNB-Fortaleza, em 1998, e, posteriormente, do CCBNB-Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), em 2006, e do CCBNB-Sousa, na Paraíba, em 2007. Com a preocupação de diminuir a distância entre a arte e o público e viabilizar as atividades do Arte Retirante, os CCBNBs estabelecem parcerias com outras instituições,

a exemplo do Instituto Nordeste Cidadania e do BNB Clube, parceiros históricos do Banco do Nordeste e outras tantas entidades em todo o Nordeste. As atividades do Arte Retirante seguem programação previamente agendada, em dias e horários fixos, em locais já estabelecidos. Dessa forma, o projeto institui uma agenda cultural permanente em municípios muitas vezes carentes de opções de lazer, inserindo também esse tipo atividade no cotidiano da comunidade. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Rodrigo Duarte B819042

Cultura

Com a premissa de expandir o público dos Centros Culturais do Banco do Nordeste, o programa Arte Retirante vem beneficiando comunidades em 37 municípios nordestinos.

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Cultura

Pátios de universidades e colégios são alguns espaços utilizados. Nas fotos, apresentações em Redenção (Unilab) e em Itaitinga, no Ceará

“No início, o programa acontecia em apenas seis espaços aqui em Fortaleza e tinha público bem menor. Hoje estamos presentes em 12 locais da cidade com um público considerável e vários convites para novas parcerias”, comenta a atriz e produtora do Arte Retirante, Sol Moufer.

Programação A coordenadora doprograma, Rildete de Góis F100382, ressaltou a preocupação da equipe de coordenação do programa em incluir na programação do Arte Retirante a maior diversidade possível de linguagens, desde as tradicionais cinema, teatro e música, até números de circo, espetáculos de dança, shows de mágica e de teatro de bonecos.

Conterrâneos

Segundo ela, a programação também é fruto do trabalho conjunto entre a equipe de produção dos CCBNBs e representantes das

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localidades beneficiadas. As atividades são pensadas a contemplar públicos variados, de crianças a adultos. Para Sol Moufer, o Arte Retirante é, sobretudo, um trabalho prazeroso, que tem um impacto bastante positivo nas comunidades beneficiadas, favorecendo ainda o intercâmbio de informações entre os integrantes da cadeia cultural do Nordeste. “A responsabilidade social exercida por esse programa reflete na formação cultural do público. Percebemos isso, principalmente, pela mudança de hábito das pessoas, pela forma com que passam a refletir sobre arte e sobre a importância da cultura em suas vidas”, disse.

Aprendizado Essa mudança, mesmo que sutil, é uma das principais conquistas do Arte Retirante.

Atividades culturais beneficiam municípios carentes de opção de lazer. Nas fotos, participação da Cia Sol de Artes e do Grupo Máquina

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Cultura

Agente de reciclagem em Fortaleza, Cícero Glaudiano, 41 anos, frequenta das oficinas de Arte-Identidade há seis meses, expressa agradecimento pelo aprendizado obtido durante as aulas, fundamentais, segundo ele, para seu desenvolvimento profissional. “O aproveitamento desse conhecimento em contrapartida a meu trabalho de reciclagem foi um dos benefícios trazidos pelas oficinas, sem falar da satisfação e reconhecimento dos outros aprendizes, que, assim como eu, compartilham da valorização da artecultura”, afirmou Glaudiano. Outra participante e hoje instrutora das oficinas de Arte-Identidade, Francisca Arlete, 43 anos, trabalha atualmente em uma comunidade pobre no bairro João XXIII, em Fortaleza. Arlete frequenta as oficinas há quase cinco anos, já tendo participado de temas como “papel reciclado”, “reciclando garrafas PET” e “vime com jornal”.

Espetáculo “Brincando de brincar” do Grupo Pavilhão da Magnólia

Oficinas de arte-identidade estimulam fortalecimento do vínculo comunitário

“É muito enriquecedor levar arte a crianças carentes e também mostrálas a importância da reciclagem em meio a tantos materiais que podem ser reaproveitados de muitas formas. Como instrutora, faço questão também de ser aprendiz das oficinas, assim reciclo não apenas os materiais, mas também meus conhecimentos”, disse.

O termo Arte-Identidade é uma expressão criada pelo psicólogo comunitário Cezar Wagner em 1990, que traz a arte como facilitadora do processo de desenvolvimento e fortalecimento da identidade pessoal e coletiva.

Nas comunidades em que acontece, o projeto atua a partir de vivências e mutirões que utilizam a arte para restaurar e refazer espaços como escolas, casas, creches e espaços de leitura, fortalecendo a identidade individual, social, cultural e a autoestima das pessoas.

Inspirado neste conceito, foi criado, em 2008, o projeto Arte-Identidade, realizado pelo Instituto Nordeste Cidadania (Inec), em parceria com o Banco do Nordeste. Nele, o facilitador estimula o desenvolvimento dos potenciais criativos, a qualidade artística, a expressão pessoal e a preservação da identidade cultural local.

“A arte é uma expressão da identidade pessoal e coletiva, por isso a proposta da Arte-Identidade, uma proposta ao mesmo tempo pedagógica e terapêutica de expressão, recriação e fortalecimento dessas identidades”, define o professor da Universidade Federal do Ceará e criador da ideia que deu origem às oficinas, Cezar Wagner.

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Conterrâneos

A arte como expressão da identidade

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Crônica

Sagrada Nostalgia

Pádua Ramos

Conterrâneos

padua.ramos@uol. com.br

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*Publicado a pedido do autor em substituição ao texto “Banco do Nordeste, a batata do Teiú” (Edição 44).

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D

evasso as brumas do passado distante, alongando o olhar da memória para meados dos anos cinquenta, quando ingressei no BNB. Foi meu amigo de juventude em Parnaíba, José Pereira, quem – diante de minha resposta de que não estava preparado para o primeiro concurso do BNB – foi aos meus irmãos, à minha namorada, ao vigário meu amigo (Mons. Sampaio), ao professor mais ligado a mim (José Rodrigues), pedindo que me encorajassem. Sitiado e também despreparado, fui reprovado naquele primeiro concurso para Escriturário. Mas o Banco criou a carreira de auxiliar com exigências menores e fui aproveitado. José Pereira veio a ser depois, já então aposentado do Banco do Brasil, Presidente do BNB, de onde realizou, conjugadamente com Virgílio Távora e outros, notável trabalho na Constituinte em prol da criação dos fundos federais regionais: ele era o centro de vasta cadeia de relações inclusive com congressistas do Maranhão, do Pará e do Centro-Oeste. Desci em Fortaleza procedente de minha cidade natal para tomar posse aqui, de um DC-3 da Panair ou da Cruzeiro, trazendo nas mãos mala pequena e, na alma, grande timidez. Felizmente encontrei hospitalidade dos que me receberam na antiga DIPES (Divisão de Pessoal): Nonato Silva, Celestino de Melo, Otacílio Barbosa e Pacífico Costa. Sou-lhes profundamente grato. Pouco tempo depois, tendo ido para a Agência e, agora, trabalhando como “caixeta”, com atribuições existentes naquele tempo de auxílio aos caixas,

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fracassei: errei o preenchimento dos mapas durante todos os dias de toda uma semana. Mandaram-me para a Superintendência, onde me quedei, triste e silencioso, encapsulado em minha timidez. Entrementes, porém, tinha havido um segundo concurso para Escriturário, cujo resultado eu aguardava com fundadas esperanças. Eis que, de repente, entra na sala um funcionário: – “acaba de sair a relação dos aprovados. Pádua, você passou em quarto lugar em Fortaleza.” Eu esperava pela aprovação, sim; pelo quarto lugar, não. Restaurei a autoestima. Tanto mais que, ao fazer exame de vista com o famoso Dr. Ricardo Gouveia, este se mostrou perplexo pelo fato de eu, com problema de hipermetropia em grau elevado, nunca ter usado óculos: aí estava a explicação do meu fracasso como “caixeta”. Diante do resultado do concurso, as pessoas, sempre atenciosas, mais atenciosas se mostraram. Logo o Banco me enviou ao Rio, para, juntamente com outros colegas, fazer curso intensivo de Administração, na FGV/EBAP.


O BNB foi implantado por equipe de jovens funcionários do Banco do Brasil, primeiro sob a Presidência do sábio Rômulo Almeida, depois sob o comando do estadista Raul Barbosa, sempre sob a assistência do economista norteamericano Stefan Robock, das Nações Unidas – o qual fora o economista-chefe do Tennessee Valley Autrhority. Submetidos à orientação do Sr. Robock, os jovens funcionários do BB não cederam à tentação, que lhes seria cômoda, de fazer do BNB outro BB, em tamanho menor.

O BNB deixou de ser, por certo tempo, aquela instituição sedutora, fascinante, exemplar, capaz de atrair a atenção do Poder Central. Empenho-me em acrescentar: ultimamente, na condição de acompanhante do Prefeito de Parnaíba, estive duas vezes com o atual Presidente Ary Joel, que vem do Banco do Brasil e de quem ouvi a louvação dos estudos técnicos do Banco. É lícito enxergar em seu elogio aos estudos técnicos postura não exclusivamente bancária de administrar o Banco, mas também desenvolvimentista.

Crônica

haver TDE´s—Técnicos em Desenvolvimento Econômico.

Retornei da CODEC. Daí para a frente – agora como TDE via rigoroso concurso interno – cumpri sucessivas missões dentro e fora do BNB: assessor do IPEA (o ETENE do Brasil): assessor do IPEA sob a inspiração de João Paulo dos Reis Velloso (surpresa para mim), que depois passou dez anos como Ministro do Planejamento; Secretário do Planejamento do Ceará; Secretário do Planejamento do Piauí (onde criei a Fundação CEPRO: o ETENE do Piauí); Presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Ceará; membro do Conselho de Administração do BNB.

O BNB passou a ser então uma agência de desenvolvimento sob a forma de banco. E, nessa condição, instituição seminal: alimentou de recursos humanos as universidades que se criavam, colaborou na implantação de agências de desenvolvimento semelhantes à CODEC e enfim inoculou o “vírus” desenvolvimentista no espaço público da Região Nordeste.

Depois de aposentado: Superintendente Adjunto da SUDENE; Presidente do Banco do Estado do Ceará; Presidente do Banco do Estado do Piauí; Superintendente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará; Pró-Reitor de Planejamento da Universidade Estadual do Ceará. Essa diversidade de funções públicas a que fui galgado, sem patrocínio nem de políticos nem de militares, devo-as – cabe proclamar aos quatro ventos! – ao tirocínio adquirido basicamente no clima institucional do BNB.

Nem sempre foi assim depois. Alguns administradores de diferentes origens, inclusive do próprio BB, tinham dificuldade de entender o BNB como agência de desenvolvimento: agência de desenvolvimento sob a forma de banco. Não sabiam para que servia o ETENE, não compreendiam a utilidade do PROJETO como instrumento de análise de propostas de financiamento de longo prazo, desconheciam a necessidade de

A nostalgia pela nostalgia é estéril. Mas ela é fecunda quando praticada por quem de quando em quando volta a beber na fonte para o revigoramento da alma. Creio que cultivo esta última, quando saio por aí “sem lenço e sem documento” deambulando pelas ruas do centro de Fortaleza, com ar de alienado, revendo com a cara para cima os prédios onde trabalhei no BNB, feito um idiota. Quem sabe, talvez o idiota de uma sagrada nostalgia. Novembro / Dezembro 2013

Conterrâneos

Algum tempo depois, fui convidado pelo preparado colega Ethewaldo Guimarães, recém-chegado de Vanderbilt, onde fizera mestrado, para colaborar com ele na implantação da CODEC-Cia.de Desenvolvimento do Ceará, no Governo de Virgílio Távora. Levamos para a CODEC valores inculcados em nós no exercício de nossas funções no BNB, como a impessoalidade no trato da coisa pública. Ali participei de excelente curso de análise econômica e de elaboração de projeto, a cargo de altos funcionários do BNB. Instrumentei-me de conhecimentos propiciadores da visão, que antes não eu não tinha porque não sabia, do BNB com agência de desenvolvimento. A matéria que mais apreendi foi Contabilidade Social, a cargo de Antônio Jeová Pereira Lima: disciplinado, disciplinador e didático.

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O BNB e a cidade

Município é conhecido como polo industrial de Pernambuco

Paulista é conhecida por seu polo industrial, mas a cidade, localizada na região metropolitana do Recife, também não decepciona aqueles que a procuram pelas belezas naturais.

Entre indústrias e coqueirais

Isabella Rufino B826847

Conterrâneos

Super-PE B826847@correio. intra.bnb

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undada em 1689 pela família Moraes de Navarro, Paulista tem esse nome graças a seu fundador, Manoel Alvares de Moraes Navarro, que era conhecido com essa alcunha. Manoel era bandeirante, sertanista dos tempos do Brasil Colonial, que penetrou nos sertões brasileiros em busca de riquezas minerais, de indígenas para escravização ou mesmo para cumprir missões de extermínio de quilombos. Paulista está localizada ao norte da capital Pernambucana, distante 17 km, e faz parte da Região Metropolitana do Recife. Mesmo assim, a cidade possui várias áreas verdes localizadas no interior de seu perímetro urbano ou em suas proximidades, como a Mata do Janga, Mata Jaguarana e Mata de Caetés. Além dos espaços verdes, Paulista também conta com uma faixa litorânea onde se desenvolve

Novembro / Dezembro 2013

a vegetação do mangue. Esse ecossistema desempenha a função de filtro biológico e químico das águas contaminadas por resíduos industriais e domésticos, além de servir como viveiro natural.

Economia As principais atividades do município estão ligadas aos setores comerciais, industriais e de serviços. O turismo também é grande contribuinte para a


O BNB e a cidade Fachada da unidade do Banco do Nordeste, que está presente há 14 anos no município

Equipe

José Erivano Cavalcante de Farias F127752;

Nilton Pereira Bento F057509 (Gerente);

José Henrique Regis de Moura da Silva F118761;

Aldo Roberto Barros F097888;

Jose Rosmero de Farias Neto F045276;

Amaro Augusto Pereira Rocha F044938;

Liliane Neves Vieira Batista F113409;

Edvan Gomes Barboza F087823;

Maria Helena Lopes Farias F122076;

Fabrícia Maria Ferreira Leal F153559;

Renata Danielle Costa Lins F129208;

Gianina Carla Sousa Faustino F080403;

Rogério Ramos da Silva F135860;

Heleaci Barbosa de Araújo F062480;

Sandoval Cesar Lucena Silva F140791;

João Batista Holanda de Melo F063061;

Sandra Valeria Beckman da Silva F044652;

Jorge Rafael Rodrigues Daniel F129518;

Ylenia Nalyne Fonseca da Costa F131083


O BNB e a cidade

economia da cidade, com a implantação de hotéis e restaurantes. Na década de 70, a criação do Parque Industrial de Paratibe transformou Paulista em um grande polo industrial da Região Metropolitana do Recife. O parque abriga empresas de diversos setores da economia. O Banco do Nordeste participou do financiamento de alguns desses empreendimentos, como, por exemplo, a Indústria de Sorvetes e Derivados, com o nome fantasia de Zeca Sorvetes.

A cidade também apresenta potencial turístico graças ao seu litoral

O Parque Industrial de Paratibe, além de dinamizar a economia da cidade e do estado, gera empregos diretos para a população.

O Banco na cidade O Banco do Nordeste chegou em Paulista há 14 anos e logo mostrou disposição para crescer junto com o município. A Unidade segue financiando empresas que fazem parte do parque industrial da cidade, onde concentra-se a riqueza econômica do lugar, e também financiando novos empreendimentos para o município. A Agência de Paulista também negocia o financiamento do primeiro shopping da cidade, com orçamento total de R$ 78 milhões. O Norte Way Shopping terá capacidade para 463 lojas, sendo elas 11 âncoras, 10 megalojas, 37 para alimentação e 405 lojas satélites. O empreendimento deverá gerar 2 mil empregos diretos durante sua implantação e 5.250, quando implantado, incluindo locatários das lojas.

Turismo

Conterrâneos

Paulista possui 14 km de faixa litorânea, uma amostra das belas praias do litoral pernambucano, com vasta área de coqueirais, colônia de pescadores, hotéis e restaurantes. Os visitantes podem divertir-se ainda em vários bares ao longo das praias do Janga, Enseadinha, Pau Amarelo, Praia do Ó, Conceição e Maria Farinha.

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Na praia de Pau Amarelo, encontra-se o Forte de Nossa Senhora dos Prazeres do Pau Amarelo, mais conhecido como Forte de Pau Amarelo, um dos pontos turísticos da cidade.

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Forte do Pau Amarelo

A praia de Marinha Farinha é bastante visitada pelos turistas, pois oferece vários tipos de lazer náutico, como passeios de barco e catamarã, nos quais se pode apreciar as belezas dos mangues às margens do Rio Timbó.

Cidade de potencial A cidade tem consolidado seu grande potencial econômico e turístico. Agraciada por maravilhas naturais, com destaque para suas praias, Paulista tende a crescer ainda mais no setor turístico e também comercial. Como enfatiza o gerente da Agência de Paulista, Nilton Pereira, o Banco do Nordeste acredita no potencial do município, contribuindo cada vez mais para o seu desenvolvimento. “A cidade possibilita que a Agência tenha forte atuação principalmente nos setores industriais, comerciais e de agroindústrias, graças ao Parque Industrial de Paratibe”, assinalou.


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