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NETO LIMA

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BEREZA

BEREZA

21 Anos, 9 anos de skate, Peabiru – (PR) / @naurskt

Como surgiu o interesse de ser skatista?

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Em meu aniversário de 12 anos, vi um skate em uma loja que meu pai costumava comprar tênis para mim e minha irmã, logo então depois desse dia senti interesse em aprender um pouco mais sobre este estilo de vida. Meu primo tinha um skate de brinquedo e nele foi aonde aprendi meus primeiros ollie’s. Após dias de treinos seguidos e alguns tombos, foi onde demonstrei interesse para meus pais para comprar meu primeiro skate, porém não foi tão fácil assim… Por morar no interior do Paraná, aqui a cultura e o incentivo são bem fracos, meus pais no início pensava ser uma fase, e algo passageiro, então disse que se quisesse meu skate teria que demonstrar interesse. Aí foi onde aprendi a amar cada dia mais esse life style. Comecei a pensar como conseguiria fazer meu pai reconhecer que eu realmente queria meu skate. Desde então comecei a juntar latas de alumínio, de refrigerante e cervejas, que eram consumidas em casa e as que encontrava pela rua, vendo meu esforço meus avós me incentivaram e me deram algumas panelas antigas de alumínio. Após um tempo juntado essas latas, meu avô me levou até o ferro velho, e vendemos os alumínios amassados para dar mais peso. Após a venda, consegui arrecadar o valor quase completo do skate, meu avô acabou completando com o que faltou, e fomos direto resgatar meu primeiro skate. Agradeço ter passado por isso, pois assim acredito que a minha paixão pelo skate só aumentou devido ao valor e ao sentimento que o carrinho tem para mim.

Seus treinos e preparos físicos?

Antes de ingressar no mercado de trabalho para conseguir manter meus custos do skate, costumava andar todos os dias umas 5 horas por dia. Até o início deste ano de 2023, não tínhamos pista de skate em nosso município, cresci andando em uma praça onde um grupo pequeno de skatistas costumavam andar, aonde a iluminação não é das melhores e nem o chão, caixotes sempre de madeiras, feitos por nós mesmo ou meu pai que é marceneiro sempre dava uma mão. Eu e meus amigos sempre se empenhamos na invenção de obstáculos e pintura do local para dar vida a praça e deixá-la mais skatavél.

Você está trabalhando em alguma vídeo parte?

Atualmente não. Fui convidado e fiz parte há um tempo atrás, do projeto Revelação Interior Skate Vídeo, pensado e realizado pelos skatistas de Cianorte - PR, que desde de 2017 vinha coletando imagens que foram filmadas por eles mesmos, um projeto individual que vale a pena assistir para se inspirar nas sessões, está disponível de forma online no YouTube no canal da Black Media.

Uma trip que marcou sua caminhada no skate?

Quando fizemos a correria com intenção de conseguirmos um ônibus para visitarmos a skate plaza de Sarandi, que tinha sido recém inaugurada. Logo depois passar pelo Banks, em Maringá, um pico muito style e clássico da região. Foi mais ou menos quando eu tinha uns 4 anos de skate, que realizamos essa trip com o pessoal local e uns amigos da cidade vizinha, e ter ido pra lá, me fez enxergar diferentes realidades e possibilidades com o skate, várias ideias de obstáculos e manobras. O skate em nosso município sempre foi muito limitado e a cada vez que saímos de nossa realidade se deparávamos com a pluralidade e diversidade que existe no skate, isso matem sempre a chama do skateboard acesa em mim me inspirando para sair manobrando nas ruas.

Sua caminhada para se profissionalizar?

Acredito que é o sonho de todo skatista um dia se profissionalizar e viver do life style que amamos. Cresci com uma visão limitada sobre o skate e a possibilidade de viver dele, e tudo parece mais distante quando se trata de morar no interior, várias pessoas com mentes fechadas, incentivo pouco ou quase nada por parte do poder público para que se execute algo em prol do esporte e lazer.

Voce participa de competições?

Sempre me senti inseguro e não sentia uma vibe tão boa para competir, meu foco era sempre aprender tricks novas, fazer novos obstáculos e filmar em picos ou nos obstáculos em que construía. Esse ano de 2023 que comecei a participar de alguns campeonatos como o Circuito Paranaense de Skate.

Voce tem apoio ou patrocínio?

Não, porém já recebi alguns shapes e roupas que me fortaleceram após a gravação do r.i skatevideo, de uma skateshop local de Cianorte, Adiante Skate Shop, gratidão aos manos.

Influências no skate?

Tenho várias, se for citar todas seria uma lista imensa, consumo vários vídeos de skate diariamente. Porém gosto de se inspirar e se espelhar nos skatistas da região, como: Rafael Gomes, Wilton Souza, Pedro Biagio, Edgard Lima, Loan de Sá, William Oliveira, as Crew independentes, CPTMAFIA, entre outros.

Viagem do sonho?

Meu sonho é ir para Barcelona, conhecer o pico clássico, MACBA.

Foco em 2023?

Conhecer lugares novos, e estar mais presente na cena, colando em premier’s, participando de eventos e campeonatos. Mostrar o skate da minha cidade.

Para finalizar, deixe seus agradecimentos...

Primeiramente a Deus e a toda minha família pelos ensinamentos e apoio, minha irmã, minha mãe e meu pai. Sou grato a todos meus amigos locais que estão presente na maioria dos dias comigo, Elton, Marquinhos, Vinicius, Lucas, Bruno, Felipe… Que sempre acreditaram nas minhas ideias e sempre esteve presente na execução delas, visando a melhoria da cena local. Gratidão a todos que conheci através do skate, amizades que quero levar para toda a vida.

FOTÓGRAFA: LUCAS MATHEUS - @LUCASKLEINSB

MANOBRA: BS WALLRIDE

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