gastronomia
Os encantos
chinesa da cozinha
Colorida, leve, perfumada, exótica e em perfeito equílibrio Por Andressa Giro
P
ense na combinação perfeita entre cor, sabor, aroma, textura e beleza. Logo, corte e porcione os ingredientes, misture-os em um caldeirão (ou melhor, numa panela wok) e cozinhe no tem-
po ideal - nem demais, nem de menos. O resultado é um banquete de contrastes – frio e quente, macio e crocante - que atiça todos os sentidos. Bem-vindos à gastronomia “dos Deuses” da China. “A prioridade é manter o frescor e extrair o melhor de cada ingrediente. É a elegância da simplicidade bem feita”, entende Kenzo Sakaki, especialista
Com mais de 4 mil anos de história, a China cons-
em culinária oriental e professor da Universidade Anhan-
truiu uma tradição culinária. “Para os chineses, cozinhar
guera de São Paulo.
é uma arte. Registros históricos relatam que durante a
Para apreciar e servir, nada de garfos e facas ou pratos in-
Dinastia Chou (1122-255 a.C), os chefes eram tão impor-
dividuais. Segundo o chef Antônio Filho, da LC Restauran-
tantes que recebiam títulos de oficiais da corte real. Lá,
tes, os chineses costumam utilizar pequenas tigelas, instru-
a gastronomia tem um grau de importância elevadíssi-
mentos feitos de bambu, colheres achatadas e largas, além
mo e nenhum preparo ou ingrediente é aplicado sem
dos tradicionais hashis em uma versão mais alongada para
que tenha uma influência, ou ao menos um objetivo –
poder alcançar o centro da mesa. Eles têm uma técnica bem
seja ele cultural, religioso, para fins medicinais, filosófi-
inusitada de jogar o alimento dentro da boca sem deixar o
cos e até políticos, bem como no paladar e no aspecto
hashi entrar em contato com ela.
visual”, explica o chef Lucas Santiago, da Unoeste.
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fevereiro 2016