Prêmios internacionais
listamos os 10 filmes brasileiros mais prêmiados no exterior
Grande prêmiio do cinema brasileiro
out / 2016
Saiba como foi a festa que premiou os melhores do cinema
35 anos sem
Glauber rocha
Glauber Rocha foi um dos diretores mais importantes na história do nosso cinema. sendo um dos criadores do movimento “Cinema Novo”, no início dos anos 60. CineBR
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BR no mundo
Sumário Eric Soares Gabriel Silva Isabela Tamiris Diego Nascimento
Suporte Técnico e Orientação Desprobid Miguel Frias Eduardo Dias
grande prêmio do cinema brasileiro
Festivais
Diretores
10 filmes brasileiros prêmiados no exterior PG 6-7-8-9
PG 4-5
Especial
Pesquisa e desenvolvimento Eric Soares Gabriel Silva Isabela Tamiris Diego Nascimento
Agradecimentos Michel Carvalho Helio Oiticica Rógerio Duarte
Fontes Utilizadas Garoa por Tony de Marco Diego Maldonado
35 anos sem Glauber rocha Um dos diretores mais importantes na história do cinema nacional, fundador do moviento “Cinema Novo”.
PG 10-11-12-13
Graviola por Harbor Type
Densia
estreias
PG 14-15
CineBR
anima Mundi 2016
Programe-se
Veja a revista online (fotografe o qr code)
Cinema
por Harbor Type
PG 16-17-18 3
Festivais
2016
Grande Prêmio
do cinema brasileiro
O 15º Prêmio do Cinema Brasileiro aconteceu na noite de terça-feira 4 de outubro, no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, teve comco homenageado o diretor Daniel Filho e como grande vencedor o filme “Que horas ela volta?” de Anna Muylert.
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grande vencedor do 15º Prêmio do Cinema Brasileiro na noite desta terça-feira (4), no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, foi “Que horas ela volta?”, com sete troféus Grande Otelo, entre eles o de melhor longa-metragem de ficção. O filme de Anna Muylert também foi ganhador nas categorias melhor direção, melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor montagem ficção, melhor roteiro original e melhor longa-metragem ficção (Voto Popular). “Foi maravilhoso voltar a ser atriz. Esse filme fala de maternidade, das mulheres que precisam abrir mão de cuidar dos filhos. Conheci muitas Val pelo mundo e eu precisava contar essa história”, disse Regina Casé, que ganhou troféu de melhor atriz como Val, de “Que horas ela volta?”. “Chatô- O rei do Brasil’, de Guilherme Fontes, venceu em cinco categorias: melhor roteiro adaptado, melhor figurino, melhor maquiagem, melhor direção de arte e melhor ator. O evento começou por volta das 21h30, após atraso devido à chuva. O grande homenageado da noite foi o diretor Daniel Filho, que tem no currículo mais de 86 novelas, 51 minisséries e seriados, além de 18 musicais e 108 filmes. A mais de uma centena de filmes no currículo, inclusive, foi motivo de brincadeira do cineasta. “Que bom que um camarada fez mais de cem filmes. Uns até bons outros muito ruins, mas estamos aí, né?”, disse. E ainda aproveitou para tecer co-
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mentários sobre o cinema nacional: “Me parece que continuamos numa batalha, porque estão sempre nos xingando, dizendo que a gente rouba dinheiro do povo”. Em edições anteriores, os homenageados foram Domingos de Oliveira (2014) e o cineasta Roberto Farias (2015). Na abertura do prêmio, foi lembrado Zé Maria de Oliveira, empreendedor do cinema que morreu em janeiro deste ano.
Alguns dos prêmiados Melhor longa-metragem de ficção “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert
Que horas ela volta? Ganhou sete troféus, sendo os de melhor filme, direção e atriz, atriz coadjuvant, montagem e montagem.
Melhor direção Anna Muylaert (“Que horas ela volta?”)
Melhor atriz Regina Casé (“Que horas ela volta?”)
Melhor ator Marco Ricca (“Chatô – O rei do Brasil”)
Melhor atriz coadjuvante Camila Márdila (“Que horas ela volta?”)
Melhor ator coadjuvante Chico Anysio (“A hora e a vez de Augusto Matraga”)
Melhor direção de fotografia (empate)
Chatô - O rei do Brasil Venceu cinco em melhor roteiro adaptado, figurino, maquiagem, direção de arte e ator.
Adrian Teijido (“Órfãos do Eldorado”) Mauro Pinheiro Jr (“Sangue azul”)
Melhor roteiro original Anna Muylaert (“Que horas ela volta?”)
Melhor roteiro adaptado Guilherme Fontes, João Emanuel Carneiro e Matthew Robbins (“Chatô – O rei do Brasil”)
Melhor direção de arte Gualter Pupo (“Chatô – O rei do Brasil”)
Melhor figurino Rita Murtinho (“Chatô – O rei do Brasil”)
Melhor efeito visual Robson Sartori (“A estrada 47”)
Casa Grande Foi a decepcão sendo indicado em 10 categoria mas não vencnedo nenhuma.
FOTO: Cristina Granato
Os apresentadores Chris Vianna e Fabrício Boliveira. FOTO: Cristina Granato
Daniel Filho Homenagiado FOTO: Cristina Granato
Camila Márdila, Anna Muylaert e Regina Casé com prêmios em mãos FOTO: Cristina Granato
Alice Braga no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro FOTO: Roberto Teixeira / Ego
Daniel Filho Homenagiado FOTO: Cristina Granato
A equipe de Que Horas Ela Volta? FOTO: Cristina Granato
CineBR
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Festivais
Guilherme Fontes, diretor de ‘Chatô’, segundo mais premiado da noite
BR no mundo
10 filmes brasileiros
prêmiados
no exterior Texto Site Cinetoscopio
O nosso cinema é riquíssimo. Ao contrário do que muitos pensam, ele vai muito além das comédias lançadas pela Globo Filmes que cobrem boa parte da bilheteria arrecadada anualmente. A verdade é que o bom cinema nacional fica restrito à salas alternativas e não chega ao grande público. Muitas vezes, o próprio povo brasileiro não tem acesso à seus grandes filmes, e as obras, acabam ganhando repercussão internacional e fazendo mais sucesso lá fora. O atual cinema pernambucano é uma prova disso. Grandes filmes estão sendo feitos por lá nos últimos anos, filmes de qualidade com forte teor político e social, alguns inclusive ganhando repercussão internacional como é o caso de O Som ao Redor, mas que aqui em seu país de origem, fez uma bilheteria na casa dos 60 mil espectadores. Mas não é de hoje que o nosso cinema é bem visto aos olhos de grandes festivais e premiações. Nós já tivemos diversos trabalhos, ao longo da nossa história, que foram aclamados e premiados internacionalmente. E na lista a seguir, você confere alguns desses filmes.
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BR no mundo Foto: divulgação
Central do Brasil
Central do BraSil
Cidade DE DEUS
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Direção: Walter Salles Ano: 1998
m dos maiores sucessos do nosso cinema, Central foi indicado à dois Oscars (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz), perdeu para o italiano A Vida é Bela e Fernanda Montenegro para a atriz Gwyneth Paltrow. Mas o filme fez bonito em diversas outras importantes premiações, como o Globo de Ouro e o BAFTA, onde venceu como Melhor Filme Estrangeiro. No Festival de Berlim, venceu o Urso de Ouro de melhor filme e o Urso de Prata de melhor atriz, além de abocanhar o Prêmio Especial do Júri. No César Awards, a mais importante premiação do cinema francês, também ganhou uma indicação de Melhor Filme Estrangeiro. Ao todo, foram mais de 30 prêmios internacionais para um retrato simples e honesto do povo brasileiro, que acabou quebrando barreiras idiomáticas e emocionando o mundo inteiro.
Direção: Fernando Meirelles Ano: 2003 oi indicado à 4 Oscars (Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia), além de uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira e outras duas indicações ao BAFTA, o Oscar britânico. Ao todo, venceu mais de 50 prêmios em todo o mundo, e é o 21º filme mais bem avaliado do IMDb, na frente de clássicos como Casablanca e Tempos Modernos. Foi considerado pelo aclamado jornal britânico The Guardian, o 6º melhor filme de ação da história, dividindo a lista com “Apocalypse Now” de Francis Ford Coppola e “Intriga Internacional” de Alfred Hitchcock. Em 2009, pela revista britânica Empire, ficou em 7º lugar na lista dos 100 melhores filmes do cinema mundial. Em 2012 a produção ganhou sua versão adaptado para o mundo das histórias em quadrinho.
Foto: divulgação
Cidade de Deus
CineBR
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Foto: divulgação
Direção: Anselmo Duarte Ano: 1962
Foto: divulgação
Direção: Héctor Babenco Ano: 1981
O pagador de Promessas
Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, o filme venceu outras diversas premiações estrangeiras. Um marco para o nosso cinema, a história do jovem infrator sem perspectivas, que tenta sobreviver numa sociedade cruel e hostil, chamou a atenção da crítica internacional no início dos anos 80. Roger Ebert (falecido ano passado), considerado um dos maiores críticos de cinema da história, considerou na época o longa um clássico instantâneo e deu nota máxima. No Rotten Tomatoes, Pixote possui uma aceitação da crítica de 100% e de público, 94%.
O único filme brasileiro até então vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, O Pagador de Promessas é um clássico do nosso cinema, que ainda se mantêm muito atual ao fazer críticas políticas e religiosas. Além disso, foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, porém perdeu para o francês “Sempre aos Domingos”.
Eu sei que vou te amar
O QUE É ISSO COMPANHEIRO? Direção: Bruno Barreto Ano: 1997
Foto: divulgação
Direção: Arnaldo Jabor Ano: 1986
Foto: divulgação
BR no mundo
Pixote: A lei do mais franco
Fernanda Montenegro não deu sorte no Oscar de 1999, e perdeu o prêmio de melhor atriz. Mas o que poucos sabem que é sua filha, a também grande atriz Fernanda Torres, foi eleita a melhor atriz do Festival de Cannes em 1986. Ela tinha apenas 20 anos na época, e já despontava com um prêmio desse porte. Além disso, o longa foi indicado à Palma de Ouro. Algo parecido só viria a acontecer mais de 20 anos depois, em 2008, quando a atriz Sandra Corveloni venceu o prêmio de melhor atriz por sua atuação no filme Linha de Passe de Walter Salles.
Baseado em fatos reais, o filme que conta com o vencedor do Oscar Alan Parkin (Pequena Miss Sunshine) no elenco, foi indicado na categoria Melhor Filme Estrangeiro do Oscar em 1998. Além disso, venceu o prêmio de melhor filme pelo público no American Film Institute e foi indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim.
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Foto: divulgação
BR no mundo
Direção: Marcelo Gomes Ano: 2005
O Quatrilho
Direção: Fábio Barreto Ano: 1995
Foto: divulgação
Cinema, Aspirinas e Urubus
O longa de estreia do pernambucano Marcelo Gomes foi muito bem recebido pela crítica internacional. De cara, fez sucesso no Festival de Cannes em 2005 e faturou o Prêmio do Sistema Educacional Francês. Para se ter uma ideia, no ano seguinte, o vencedor dessa categoria foi “Maria Antonieta” de Sofia Coppola. Tem uma avaliação muito positiva no Rotten Tomatoes de 86% e no Metacritic nota 8.5 de 10.
O Brasil passou por um período difícil no cinema, que perdurou por décadas, principalmente pela falta de incentivo do governo. Mas no início dos anos noventa, por volta de 1994, houve a chamada “retomada” do cinema nacional, e um dos “filmes-símbolo” desse movimento, foi O Quatrilho, indicado ao Oscar em 1996, mais de 30 anos depois do primeiro filme a conseguir tal feito (O Pagador de Promessas). O Quatrilho não venceu, mas abriu precedentes. Além disso, no Festival de Havana venceu nas categorias de Melhor Atriz (Glória Pires), Melhor Direção de Arte e Melhor Música.
Tropa de Elite
Cabra marcado para morrer Direção: Eduardo Coutinho Ano: 1985
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Direção: José Padilha Ano: 2007
O polêmico filme que sofreu com a pirataria antes mesmo do lançamento na época, dividiu opiniões no Festival de Berlim, mas garantiu o Urso de Ouro, o prêmio mais importante. Foi um dos filmes nacionais mais populares dos últimos anos ajudando na divulgação e concideração do cinema brasileiro no exterior.
CineBR
O aclamado cineasta brasileiro, realizou ao longo de mais de quatro décadas de carreira diversos documentários aclamados. Talvez seu maior destaque seja Cabra Marcado Para Morrer, que se trata de uma narrativa semidocumental da vida de um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. Em razão do golpe militar, as filmagens foram interrompidas em 1964. A equipe foi cercado por forças policiais e parte dela, presa sob a alegação de “comunismo”. O trabalho foi retomado 20 anos depois com a mesma equipe e rendeu à Coutinho dois prêmios no Festival de Berlim.
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Especial
35 anos sem
Fatos Fotos / Texto Reynivaldo Brito
Glauber rocha Glauber Rocha foi um dos diretores mais importantes na história do nosso cinema. Fez parte do movimento chamado de “Cinema Novo”, no início dos anos 60, uma espécie de Nouvelle Vague brazuca. Seus filmes mais aclamados são Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro. Nesse especial você verá uma Reprodução da reportagem da revista Fatos e fotos/ Gente de 5 de dezembro de 1977.
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“Vou lutar para fazer a segunda revolução cinematográfica brasileira juntamente com meus colegas baianos e de outros estados do Norte e Nordeste. Estamos unidos e com propósito de exigir da Embrafilme o direito que nos cabe para fazer o saneamento necessário no cinema, que está entorpecido pelos enlatados e excesso de importação estrangeira. Sobre esse primeiro trabalho da série, é bom ressalvar que Cristo nasceu na Ásia Menor e sempre foi filmado do ponto de vista de artistas europeus e americanos. Agora vou fazer o Cristo no Terceiro Mundo, o Cristo visto pelos oprimidos. É um filme inspirado em Cristo do Apocalipse e não no Cristo dos quatro Evangelhos. Também abordarei aspectos da vida de São Paulo. Não vou reconstituir Roma ou qualquer outra cidade porque isto não nos interessa. O que desejo é dar à vida de Cristo uma linguagem cinematográfica latino-americana. “Muitos produtores não acreditaram no meu projeto e queriam que fizesse uma pornochanchada ou um policial. Eu já os
Vou lutar para fazer a segunda revolução cinematográfica brasileira juntamente com meus colegas baianos e de outros estados do Norte e Nordeste. Estamos unidos e com propósito de exigir da Embrafilme o direito que nos cabe para fazer o saneamento necessário no cinema, que está entorpecido pelos enlatados e excesso de importação estrangeira.
conheço e só reclamo é que depois de trabalhar tanto ainda tenho dificuldade para arranjar produtor para financiar meus filhos. Demorei 14 meses para organizar esta produção de Idade da Terra, o que dá a impressão de que um sujeito que trabalha não merece a menor consideração. Depois de nove longas e quatro curtas-metragens, me sabotam e tentam impedir o meu trabalho. Mas desde 1960 que os conheço porque muitos deles aprenderam alguma coisa de cinema comigo. Continuo contra os filmes de pornochanchada e policiais. Os produtores de cinema no Brasil e a maioria dos diretores continuam com a mentalidade de investir pouco dinheiro ludibriando o público e aproveitando-se do decreto que obriga a exibição de filmes nacionais.”
economia mista que co-produz oferecendo facilidades industriais. Mas ainda enfrentamos a decadência da crítica, a desonestidade dos produtores que só falam de cultura para pedir proteção e dinheiro ao governo e mesmo grande parte dos diretores que não se esforçam para melhorar a técnica, o estilo, o som e a interpretação dos atores. Isto é um dos aspectos de crise artística que atravessa o Brasil, provocada de um lado pela censura e do outro pelo conformismo intelectual. O cinema brasileiro busca sair de sonho de cineclubistas para se transformar numa indústria florescente. Mas isto não quer dizer que a quantidade (100 filmes por ano) garanta a qualidade de 10 filmes. Até hoje o cineasta brasileiro vive lutando para constituir condições econômicas para fazer cinema.”
Os artistas confundem pobreza com estilo
“Somente agora é que vejo a possibilidade de uma dedicação à criação, embora reconheça que nosso parque tecnológico de imagem e som ainda é subdesenvolvido. E ainda o mercado de exibição continua dominado pelas companhias estrangeiras. A vantagem é a existência da Embrafilme, que
“Se em 1960 houve uma revolução artística no cinema brasileiro, hoje vemos a criação de condições para nossas produções. A Embrafilme foi criada e é uma empresa de
CineBR
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Especial
O
Fa to. Com Tarcísio Meira, Walmor Chagas e Maurício do Vale no elenco, Gláuber Rocha inicia a 8 de dezembro as filmagens de Idade da Terra, abordando aspectos da vida de Cristo. Com esse trabalho, o diretor baiano dá a arrancada para o que ele classifica de “ a segunda revolução cinematográfica brasileira” . Ao todo, o plano inclui 12 filmes com um investimento de 60 milhões de cruzeiros. Num quarto de hotel, Gláuber, agitado, andando de um lado para outro, fala com exclusividade para Fatos e Fotos/Gente ( Reynivaldo Brito) na polêmica linha que marcou seu trabalho e pautou as mais recentes declarações à imprensa. Como esta sobre Pelé: Ele é um garoto-propaganda das multinacionais. Se antes jogava futebol, agora é jogado. Virou bola nas mãos de mercenários”. A acusação se deve ao fato de Pelé pretender promover o cinema e a música brasileira no exterior, como relações-públicas da Warner. Futebol à parte, Glauber parte para as análises: política, cultura, cinema e sua revolução.
Especial é uma empresa de economia mista, que inevitavelmente, será a maior da América Latina, da África, Espanha e Portugal. É uma distribuidora em expansão, que pode exibir o filme brasileiro em nosso território e no exterior. Com exceção de alguns diretores, como Nelson Pereira dos Santos, Arnaldo Jabor, Joaquim Pedro de Andrade, o cinema brasileiro está cheio de diretores ruins e sem qualquer capacidade criativa. Como também são ruins a maioria das peças de nosso teatro, os romances e os discos que têm aparecido ultimamente no Brasil. Temos hoje a garantia econômica e é necessário uma revolução cultural na cabeça dos críticos diretores e atores para criar condições de ambição para se fazer um grande cinema. Aqui a maioria dos intelectuais é modesta; o que em arte significa mediocridade. Os artistas confundem pobreza de imaginação com estilo realista e optam sempre por soluções individualistas, pessimistas e fatalistas o que demonstra a grande falta de esperança no futuro de nossa sociedade. Não basta falar de temas brasileiros para se fazer uma grande arte. A arte se faz com as vísceras, com a loucura dos sonhos, com o delírio da imaginação, com as aventuras da fantasia e com a indisciplina diante das regras preestabelecidas.”
O CINEMA ESTÁ REGREDINDO NO RIO E SÃO PAULO “A constituição do pólo baiano é o resultado de uma regressão intelectual e econômica que sofreu o cinema da Bahia desde que eu e Roberto Pires saímos daqui em 1963. O pique industrial do cinema baiano, que produziu Tocaia no Asfalto, A Grande Feira, de Roberto Pires, e Deus e o Diabo na Terra do Sol,
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foi substituído por uma mentalidade mesquinha e às vezes policialesca de um grupo de burocratas que nada entende de cinema. Daí o pólo ser constituído apenas de Cr$ 1,5 milhão que devem ser aplicados anualmente em produções de curtas e longas- metragens. Qualquer curta no Brasil custa no mínimo Cr$ 300 mil cruzeiros e um longa uns Cr$ 3 milhões O pólo, além de nascer com m atraso de 13 anos, é um anacronismo típico de província, onde se confunde indústria cinematográfica com concurso de declamação.
Glauber Rocha nasceu em 14 de março de 1939, Vitória da Conquista, Bahia e morreu em 22 de agosto de 1981, Rio de Janeiro. Dirigiu 9 longas metragens e 8 curtas metragens.
A Embrafilme, que colabora neste projeto investindo apenas Cr$ 500 mil cruzeiros, cometeu uma inexplicável ingenuidade acreditando que esta irrisória quantia servisse para estimular um pólo industrial. A Embrafilme este ano está investindo Cr$ 110 milhões em longas e Cr$ 50 milhões em televisão. Esse capital é consumido em sua grande parte por produtores do eixo Rio- São Paulo, sobretudo por produtores do Rio de Janeiro. Assim, os problemas brasileiros são filmados através de uma ótica desses estados beneficiados. Ora, a Bahia possui grandes cineastas como Roberto Pires, Orlando Sena, Olney São Paulo e Rex Schidler, que além de grandes são pioneiros e criadores do Cinema Novo baiano que antecede o Cinema Novo carioca. Se formos levar em conta o problema da capacidade, veremos que a Bahia tem direito a pelo menos 30% da verba da Embrafilme para a produção. E certamente com a garantia de que os filmes baianos seriam melhores do que o cinema que se faz hoje no Rio- São Paulo, que está regredindo aos tempos da chanchada e do dramalhão. “ É preciso sanear a área que está entorpecida pela falta de criatividade, entre outras coisas.”
Especial
Fã internacioal Joel Pizzini Especial para a Folha de S.Paulo
Deus e o Diabo na Terra do Sol É o segundo filme do diretor, e nele houve a inovação na linguagem cinematográfica ao colocar em prática o bordão “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Foi este longa, uma saga sobre o sertão nordestino, que alçou o diretor à categoria de um dos principais nomes do Cinema Novo.
Terra em Transe Considerado o mais importante e polêmico filme do diretor e um dos ícones do Cinema Novo. O filme é um poema, declamado durante o transe vivido pelo personagem Paulo Martins na hora de sua morte.
O cineasta Martin Scorsese, 64, nunca escondeu sua paixão pela arte de Glauber Rocha. Os dois estiveram juntos três vezes em Nova York, Los Angeles e, por último, no Festival de Veneza em 1980.
E
u vi os filmes do Cinema Novo, no Museu de Arte Moderna, em 1969 ou 1970. Assisti à ‘Terra em Transe’ e ‘Os Fuzis’ na versão original, sem legendas. Foi uma experiência muito, muito forte. Eu nunca tinha visto aquela combinação de estilos e, honestamente, a humanidade, a paixão tão poderosas nos dois filmes. Então, quando ‘O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro’ estreou no Cinema da rua Oblique, e eu li o nome Rocha, fui imediatamente ver aquilo. Você tem que entender, era um tempo bem diferente. Todo dia, sem exageros (risos), uma nova obra-prima vinha da Itália, da França, do Japão, de todo lugar. Elas surgiam de toda parte... E, de repente, ‘O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro’ chega nos cinemas e varre todos dali. Eu só posso dizer isso a partir de um ponto de vista emocional, porque eu não tinha o embasamento intelectual, o entendimento da natureza política, do que estava acontecendo no Brasil... Quando eu vi o ‘Dragão’, o filme parecia sobrepujar a política, fez a política parecer irrelevante de alguma forma, porque lidava com a verdade e a pai xão. O filme tratava daqueles que tinham e dos que não tinham. E aqueles que não tinham seriam ouvidos e eventualmente viriam da Terra. É quase como se fosse alguma coisa vinda dos tempos primitivos do Mal, quando as pessoas no filme pareciam que podiam possuir a Terra, como uma mitologia primitiva que foi criada ali na tela.”
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro Apesar da história simples, o diretor a conta de uma forma alegórica, misturando cordel e ópera, priorizando a música e os ritos folclóricos próprios da população nordestina.Glauber envolve a narrativa dentro do olhar metalinguistico comum ao cinema novo.
CineBR
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Cinema
Próximas Estreias
O Shaolin do Sertão
O vendedor de sonhos
Direção: Halder Gomes Elenco: Edmilson Filho, Fábio Goulart, Fa lcão Gêneros: Comédia , Artes Marciais
Direção: Jayme Monjardim Elenco: Dan Stulbach, César Troncoso, Thiago Mendonça Gênero: Drama
Durante a década de 80, lutadores de vale-tudo passam por dificuldades devido à falta de lutas profissionais. A fim de manter a paixão pela luta, eles desafiam os valentões no interior do Ceará que aceitam participar da competição criada. É assim que Aluiso Li (Edmilson Filho) vê a sua chance de ouro para realizar o sonho de se tornar um verdadeiro mestre das lutas como os heróis de seus filmes favoritos.
Adaptação do best-seller homônimo do psicoterapeuta e escritor Augusto Cury. Júlio César, um psicólogo decepcionado com a vida em geral, tenta o suicídio, mas é impedido de cometer o ato final por intermédio de um mendigo, o “Mestre”. Uma amizade peculiar surge entre os dois e, logo, a dupla passa a tentar salvar pessoas ao apresentar um novo caminho para se viver.
Data de lançamento
Data de lançamento
20 de outubro de 2016
8 de dezembro de 2016
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MINHA MÃE É UMA PEÇA 2
Malasartes e o duelo da Morte
Dona Hermínia está de volta, desta vez, rica, depois que passou a apresentar um bem-sucedido programa de TV. Poréma personagem superprotetora vai ter que lidar com o ninho vazio, afinal Juliano e Marcelina resolvem criar asas e sair de casa. Para balancear, Garib, o primogênito, chega com o neto. E ela também vai receber uma longa visitinha da irmã Lucia Helena, a ovelha negra da família, que mora há anos em Nova York.
Vivendo no interior do Brasil, o jovem Pedro Malasartes (Jesuíta Barbosa) é um malandro. Com a sua lábia, ele consegue prega r peças em comerciantes e se aproveitar da boa vontade alheia. No entanto, sua incrível esperteza será colocada à prova pela Morte, a ceifadora de almas. An nunclum hocciam dem sena, conferi buniculiem que
Data de lançamento
Data de lançamento
29 de dezembro de 2016
No ano de 2017
Direção: César Rodrigues Elenco: Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Mariana Xavier Gênero: Comédia
CineBR
Direção: Paulo Morelli Elenco: Jesuíta Barbosa, Ísis Valverde, Júlio Andrade Gêneros: Comédia , Fantasia
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Cinema
veja filmes nacionais no cinema
Programe-se
O segundo maior festival de cinema de animação do mundo começa nesse mês de Outubro com mais 400 filmes. Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil
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Do total de produções que serão exibidas nos seis dias do evento, 108 são filmes nacionais. As exibições serão feitas no Cine Odeon, na Cinemateca do MAM, na Livraria Cultura, no Oi Futuro Ipanema e no Ponto Cine (em Guadalupe). Haverá ainda sessões gratuitas no Espaço Cultural BNDES, no Centro Cultural da Justiça Federal e na Maison de France. Entre os destaques deste ano está o longa A Tartaruga Vermelha, que recebeu o Prêmio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard do último Festival de Cannes. A coprodução de França, Bélgica e Japão terá sua estreia nacional no dia 29. Além das exibições, haverá oficinas e bate-papos com os produtores das animações. Uma das palestras será ministrada pelo brasileiro Leo Matsuda, que trabalha no estúdio Walt Disney há oito anos. Em seu currículo está a participação nas equipes de produção de filmes como Operação Big Hero, Detona Ralph, Os Simpsons – O Filme e Rio – O Filme. Depois de passar pelo Rio de Janeiro, o festival irá para em São Paulo, onde fica entre os dias 2 e 6 de novembro. Con poreius nis aut utem excerion resequis aut volores equunt volorro eiciassinus nonseca borest que nimusant experunt autem volupta dist accum sit officiature vende laut volore sam conseceperio molorei citati des et lab iumet odi Rate vite apiciet acesectae velest, sam hit magnitincto blaut moluptas a aliberorat que aritam facea ne nullesequi quid esed quiatur rem nos ut officil el il endignihil iusame aut mo dolorum, cus, si nulpa voluptat autatint quam lab. Rorem quiasperia cae dolupti osaped ulparunt volorum nustorporro volesectis eum fugias pre nimaxim ex es as consequis apit ut occus evellabo. Ed mint molectur rationsequia niet fugit,
CineBR
volesse ne num, ullendi gnatemporum eossi dolor sam fuga. Itat as rempore inctem quundan dionetur aut volorer eperci nit ea que velique veribus torepudam, conserspis. Quiae pratem vel id enem fugia archit ad quo vendita dolo tore prem voluptatus, cullore expero dolupta tiusdam rehenih illuptatem vel imaiori tinciis utem accus ratquatatus et erspel entorion et facesed mi, officta cus essit, exceptur modignam, nimin restios mo cupta ne sunt velendae mo te quunt odis ex ea corum acerepr atiaepellut ex ex est omnis aligendi dolut asitiissit occus ditio blabore ommo verem adis ini dolorib uscitas electur? Giatem facesti assento totatetur apit quo veliquatus con expliqui ut quam sequo iur aut int voluptam, unt fugit facepe lab ipsant reperch iciaspe ribusae laborum vent quid et modis maximpor repeles sitioreium lautaquam voloribusci recabo. Simoluptas alic tempor aut ad magnatem sectur rectur minullant experatur sapit aut reperit, auditas perferro tent excerioriam, sit plisqui dolore voluptatem harum nimoluptam delendita netur? Qui deliquodis preperi aeperna mendis earum andunto estrum voloristiis cum asperro qui vide ipitaepelest alic tem quatem dolupid moluptat quiam doluptaquiam aboressim fugitiis res ipit aut il molum sit apissen.
Confiras os
destaques Cartas dirigido por David Mussel Uma mulher trancada em suas memórias recebe uma carta inesperada que a fará enfrentar seus medos e seu passado.
Bad Cat
Produzido pelo maior estúdio de animação da Turquia, Anima Istambul, ‘Bad Cat’ é um épico de animação que caracteriza um inesquecível gato mau, Shero e sua abominável gangue em ação.
Battledream Chronicle
O filme conta a história de Syanna, uma jovem escrava que tenta reconquistar sua liberdade em um mundo futurístico onde as plantações são video games.
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Programe-se
A
24 ª edição do Festival Anima Mundi, o segundo maior festival de cinema de animação do mundo, começa nesta terça-feira (25) no Rio de Janeiro. O festival, que vai até o próximo domingo (30), terá mais de 400 curta-metragens e seis longas de animação, de 45 países.
Programe-se
informações Rio de Janeiro
São Paulo
Serão exibidos mais de 400 filmes nas sessões Curtas, Infantil, Longas, Galeria, Futuro Animador, Olho Neles, Panorama, Portfólio, Animação em Curso e mostras especiais. As sessões e atividade vão ocupar e animar o Centro da cidade, além de Ipanema e Guadalupe.
Serão exibidos mais de 400 filmes nas sessões Curtas, Infantil, Longas, Galeria, Futuro Animador, Olho Neles, Panorama, Portfólio, Animação em Curso e mostras especiais. As sessões acontecem na Cinemeteca Brasileiro e no Cine Belas Artes. As oficinas serão realizadas na Cinemateca Brasileira.
25 de outubro – 30 de outubro
como adquirir os ingressos: Cine Odeon | Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro
2 de novembro – 6 de novembro
como adquirir os ingressos:
ingresso.com e na bilheteria
Cinemateca Brasileira | bilheteria no local
Cinemateca do MAM | bilheteria no local
Belas Artes | ingresso.com e na bilheteria
Livraria Cultura | ingressorapido.com.br
As sessões Futuro Animador, Olho Neles e Galeria são gratuitas em todos os locais de exibição. As sessões Futuro Animador, Olho Neles e Galeria são gratuitas em todos os locais de exibição. Retirada de senhas no local com 30 minutos de antecedência.
Oi Futuro | ingresso.com e na bilheteria Ponto Cine | bilheteria no local Espaço Cultura BNDES | Sessões gratuitas Centro Cultural da Justiça Federal CCJF | Sessões gratuitas
Para maiores informações acesse:
Maison de France | Sessões gratuitas
animamundi.com.br/festival-2016
As sessões Futuro Animador, Olho Neles e Galeria são gratuitas em todos os locais de exibição. Retirada de senhas no local com 30 minutos de antecedência.
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Valorizando o cinema nacional.