Book toy manual do fonoaudiologo

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MANUAL PARA O FONOAUDIÓLOGO CADERNO DE TERAPIA DA FALA tarefas para o aprendizado e a automatização do [] 1ª Edição

Rosangela Marostega Santos Silvana Brescovici Melissa Bernardes Toffoli Isabel B. M. Chesini



Apresentação

Caderno de terapia da fala é o segundo caderno da coleção Cadernos de terapia da fala. Foi elaborado para uso individual e reúne, de forma lúdica e interativa, algumas técnicas de natureza linguística e cognitiva para o aprendizado do som [  ] em posição de onset medial que podem ser utilizadas com crianças a partir dos quatro anos de idade. Para auxiliar o fonoaudiólogo na aplicação das técnicas contidas no caderno de terapia, foi elaborado este manual. Há ainda um roteiro sob a forma de um mapa do tesouro, contendo as tarefas a serem realizadas durante todo o caderno, podendo ser usado, no final do livro, como um jogo de percurso. A cada tarefa concluída, a criança pinta, no mapa, o percurso realizado e o item que o representa para visualizar seus progressos. No final do livro, há cartas com figuras para serem usadas com o mapa do tesouro. No caderno de terapia, são propostas tarefas para o trabalho de percepção (consciência do movimento fonoarticulatório, discriminação auditiva de sons verbais e não-verbais), de consciência fonológica e o treino das habilidades motoras orofaciais que devem ser selecionadas e realizadas de forma personalizada para cada paciente. Na escolha de cada tarefa, devem ser considerados, pelo fonoaudiólogo, os pré-requisitos para a execução da tarefa, ou seja, somente quando a criança conseguir dissociar movimentos de língua e de mandíbula e coordenar o movimento das diferentes estruturas orofaciais em praxias não-verbais, será possível realizar as tarefas verbais, que exigirá a habilidade de movimentar rapidamente o ápice e a lâmina da língua, pressionando levemente a região alveolar. Obviamente, fatores etiológicos neuromusculares e anatômicos (como alteração do frênulo lingual) precisam estar resolvidos. Quando esse processo estiver concluído, pode-se iniciar a produção do som (palavras, frases e história). Ao final, poderão ser utilizadas as estratégias de automonitoramento e automatização.


O caderno de terapia da fala, portanto, procura contemplar: 1. tarefas multimodais: as atividades selecionadas envolvem habilidades auditivas, visuais, cinestésicas, cognitivas e metacognitivas; 2. participação da família: o fonoaudiólogo seleciona as tarefas mais adequadas e supervisiona os pais na realização das atividades que poderão ser praticadas em casa; 3. tarefas que propiciam a utilização do som em diversos contextos linguísticos com aumento gradativo da demanda linguística.

Espera-se que este material seja um recurso facilitador para a clínica fonoaudiológica, um meio divertido para a criança aprender de forma mais rápida o novo som e uma maneira para inserir os pais no processo terapêutico. Nosso agradecimento à fonoaudióloga Taísa Giannecchini pela leitura prévia e pela sugestão das sequências de praxias não-verbais seguidas de tarefas verbais utilizadas no caderno, assim como, às fonoaudiólogas Bárbara de Lavra Pinto Aleixo, Eda Franco, Erissandra Gomes, Fabiola Casarin, Larissa de Souza Siqueira, Letícia Ribas, Mirella Liberatore Prando, Rosane Mosmann, Sheila Rockenbach, Susana Elena Delgado, Silvia Hitos, e às linguistas Gabriela Freitas e Maria José Vieira que auxiliaram no julgamento do tipo de onomatopeia a ser usada para nomear as praxias orais.

Desejamos um bom trabalho!

Rosangela, Silvana, Melissa e Isabel


Antes de iniciar o uso do caderno, o(a) fonoaudiólogo(a) deve ler o manual para entender as estratégias utilizadas e familiarizar-se com o instrumento. Optou-se, neste livro, por criar um contexto rico em termos lúdicos e linguísticos, de forma que fosse capaz de estimular outros aspectos, e não apenas o som alvo. Portanto, utilizando-se um contexto específico (piratas), palavras menos usuais, rimas e linguagem figurativa, pretendeu-se estimular, respectivamente, o acesso ao léxico, sua ampliação, a consciência fonológica e a consciência pragmática.


Capa Início O(a) fonoaudiólogo(a) começa explorando os conhecimentos prévios da criança sobre o assunto. Sugestão:

Mostre o título do livro e pergunte: “O que você pensa que vamos aprender com este livro?” Após a criança falar, você pode dizer: “Este livro vai contar a história dos netos de um pirata, Ari e Maria, em busca de um tesouro. Ele também vai ajudar você a descobrir como se faz para falar o som ‘r’.” “É um livro com muitas rimas. Rima é quando uma palavra termina igual a outra. Como aranha e montanha, siri e Ari. Em cada página tente encontrar as palavras que rimam.” “Podemos começar a ler o livro?”

Página 06 O mapa do Tesouro O(a) fonoaudiólogo(a) usa essa página como roteiro ao longo de toda a aplicação do livro. Ao final de cada atividade, a criança pinta, no mapa, a etapa concluída. Dessa maneira, é possível acompanhar as metas atingidas e aquelas que devem ser alcançadas.


Página 08 O convite O(a) fonoaudiólogo(a) lê a parte da história, estimula a criança a participar da aventura, mostra o mapa e preenche as informações solicitadas. Também pode elencar as palavras rimadas e anotar na contracapa do livro.

Página 09 Percepção visual do movimento articulatório O(a) fonoaudiólogo(a) faz o som ‘r’ em sequência de ri ri ri (mantendo a boca semiaberta, deixando evidente que é apenas a ponta da língua que se move durante a emissão do som). A criança deve identificar o que acontece com cada uma das estruturas orofaciais e assinalar na lista de “mantimentos”. Finalizada a atividade, a criança deve retornar ao mapa e pintar a etapa concluída.

Página 10 Sensibilidade e alerta oral Para melhorar a resposta motora, é recomendável a estimulação do alerta oral antes do treino orofacial que será solicitado à criança em diferentes momentos. A fonoaudióloga passa a escova de dentes, gelo ou massageador na ponta e nas laterais da língua, bem como na região alveolar do palato, para que a criança sinta o local de contato entre os articuladores passivo (palato) e ativo (ponta da língua).


Página 11 Identificação de padrão de duração de sons não-verbais Após ler com a criança a explicação contida no caderno e verificar que a mesma entendeu, o(a) fonoaudiólogo(a) comenta: “Agora que você compreendeu o que é um som longo (L) e um curto (C), vou usar o apito para fazer um som e você deve pintar a âncora que corresponde ao som ouvido. Se o som é longo, pinte a âncora do barco com o casco mais comprido, se o som é curto, pinte a do casco menor”. Sugestão de sons: 1. L

2. L

3. C

4. L

5. C

6.C

7. L

8. C

9. C

10. L

Se a criança demonstrou dificuldades para reconhecer o padrão de duração, o(a) fonoaudiólogo(a) pode repetir a tarefa ou realizar outras atividades como murmurar e/ou nomear o padrão de duração. Outra possibilidade é inverter os papéis: a criança faz o som e a fonoaudióloga pinta a âncora. Ao final, o (a) fonoaudiólogo(a) retoma a pergunta “se o som [r] é longo ou curto” e solicita que a criança circule o casco do navio que melhor representa, no caso o navio menor. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 12 Identificação de padrão de duração de sons não-verbais em sequência Após ler com a criança a explicação contida no caderno e verificar que ela entendeu, o(a) fonoaudiólogo(a) comenta:


“Vou usar o apito e fazer uma sequência de três sons. Você deve marcar o mastro com as cordas que combinam melhor com a sequência de sons que acabou de ouvir.” Sequências para o(a) fonoaudiólogo(a): 1. LCC

ou

LLL

ou

LCL

2. CCC

ou

LLC

ou

CLC

3. CCL

ou

CLL

ou

CCC

4. LLL

ou

CLC

ou

LLC

5. LLL

ou

LCL

ou

CLC

6. LLC

ou

CCC ou

LCC

7. CLC

ou

CLL

LLC

ou

Se a criança demonstrou dificuldades para executar a tarefa, o(a) fonoaudiólogo(a) pode repetir a tarefa com sequência de dois sons ou realizar outras atividades, como murmurar e/ou nomear o padrão de duração. Também é possível inverter os papéis: a criança pode fazer a sequência de três sons, e o(a) fonoaudiólogo(a) marca o mastro. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 16 Treino de praxias não-verbais Como grande parte das dificuldades na aquisição de [  ] está relacionada às suas características articulatórias (fonéticas), é imprescindível identificar e trabalhar com as praxias que estão alteradas. Por essa razão, quando a caveira aparece no livro, é o momento de fazer o treino das praxias não-verbais.


Inicialmente, sugerimos atividades musculares isoladas da língua, que poderão ser realizadas em frente ao espelho. À medida que se obtêm precisão e dissociação de movimentos, recomendamos sequências de praxias da mesma estrutura e, posteriormente, com estruturas diferentes. Finalizado o treino das sequências não-verbais, sugerimos a produção de palavras (ou não-palavras) e frases formadas pelos sons contendo o ponto articulatório alveolar trabalhado, para que a coordenação motora do gesto articulatório seja transferida para a fala. Segue a descrição das primeiras atividades: 1. Sugar a língua – o(a) fonoaudiólogo(a) solicita que a criança sugue a língua. Caso não consiga, pode-se induzir por meio de estalo de língua lento.

2. Manter o ápice da língua na região alveolar enquanto abre e fecha a boca – essa tarefa tem como objetivo levar à dissociação do movimento de língua e mandíbula. Para realizar a tarefa, pode-se colocar retalho de hóstia na região alveolar e manter a ponta da língua nessa região ou segurar com a ponta da língua uma colher de cafezinho. O balão em branco serve para o(a) terapeuta descrever um movimento mais fácil, caso a criança não consiga realizar o que está sendo solicitado. Se a criança desempenhar bem a tarefa, o balão pode ser usado para deixar um recado (ex.: “continue praticando”) ou para parabenizá-la. A caixa de texto ao lado da ilustração serve para o(a) terapeuta prescrever a quantidade ou o tempo de execução do treino. Após a execução com correção, pode-se sugerir o treino em casa para adquirir a habilidade motora fundamental para a etapa seguinte. Se a criança não obteve sucesso, poderá treinar em casa os movimentos facilitadores indicados pelo(a) fonoaudiólogo(a).


Se necessário, a etapa poderá ser repetida até o movimento ser realizado com precisão, sem impedir que a criança prossiga nas tarefas que estimulam as habilidades auditivas. Neste caso, sugerimos que a pintura da etapa, no mapa, seja parcial.

Página 17 Identificação de sons verbais em sílabas O(a) fonoaudiólogo(a) explica à criança: “Vou falar pedaços de palavras (sílabas). Alguns terão o som ‘r’, outros não. O que você gostaria de fazer quando perceber o som ‘r’: bater palmas, bater o pé direito ou o esquerdo no chão, estalar os dedos, levantar a mão direita ou a esquerda, assoviar, quicar a bola no chão? “ Definida a resposta motora, inicia-se a tarefa. Fazer uma sequência de sílabas, como, por exemplo, la, Ra, ya, ga, ma, na, intercalando com o som alvo ra. O intervalo entre a evocação das sílabas deve ser o tempo de um lábio encostar no outro após a articulação de cada sílaba. A tarefa pode ser realizada com todas as vogais. Ao terminar, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.


Página 18 Treino de praxias não-verbais 1. Alargar e afilar a língua dentro da boca. Se houver dificuldade para a realização da sequência, inicie treinando os movimentos de alargar e afilar isoladamente. Se não conseguir afilar, iniciar com estimulação tátil nas laterais da língua (espátula, gelo, massageador, dedo enluvado). Outro recurso é tocar, com o ápice da língua, as comissuras labiais alternadamente, em “câmera lenta”, sem tocar o chão da boca, os dentes ou os lábios.

2. Estalar a ponta da língua, mantendo a boca semiaberta, sem movimentar a mandíbula. Para que haja estalo apenas da ponta, as bordas laterais da língua deverão estar em contato com a face palatina dos dentes posteriores. Para a imobilização da mandíbula, se necessário, pode-se utilizar o palito de picolé entre os dentes posteriores como um recurso para impedir o fechamento da boca. Nesta atividade, além da dissociação de movimentos da língua das demais estruturas orofaciais, há dissociação do ápice e do corpo da língua.

3. Elevar os lados da língua dentro da boca. Se não conseguir realizar o movimento, estimular a criança a realizar o movimento de canolamento da língua, pressionando suavemente o sulco central da língua com um abaixador de língua ou um palito. Os comentários quanto à quantidade e duração do treino, à prática em casa e à repetição da etapa feitos na seção anterior de treino de praxias não-verbais também se aplicam aqui.


Página 19 Identificação de sons verbais em não-palavras O(a) fonoaudiólogo(a) fornece a seguinte explicação para a criança: “Você vai ouvir palavras inventadas, ou seja, palavras que não têm significado. Por exemplo: xacafe. Umas palavras terão o som ‘r’, como barina, e outras não, como xacafe. Pegue um lápis colorido. Sua tarefa é pintar um degrau da escada toda vez que a palavra inventada tiver o som ‘r’.“ Falar uma palavra inventada, colocando ênfase na penúltima sílaba (paroxítona) e esperar a resposta da criança. Lista das palavras inventadas: pafede

ubada

barida

jaruda

pinfaca

juvino

zarava

giraza

malada

varuna

marifa

cacamo

faragi

becalo

xarapa

doribo

natare

zarefu

bugafa

lojuma

Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 20 Treino de praxias não-verbais 1. Estalar os lados da língua mantendo o ápice da língua preso no céu da boca. A boca deve estar semiaberta.


2. Estalar a língua enquanto estiver fazendo sorriso (retração dos lábios) e bico (protrusão dos lábios). A criança pode fazer dois estalos na retração dos lábios e um na protrusão, ou ao contrário. O importante é executar o movimento coordenado das estruturas (lábios e língua). Para facilitar o processo, pode iniciar com um estalo na retração e um na protrusão dos lábios. Os comentários quanto à quantidade e duração do treino, à prática em casa e à repetição da etapa feitos na seção anterior de treino de praxias não-verbais também se aplicam aqui.

Página 21 Segmentação silábica e identificação da posição da sílaba contendo o som alvo O(a) fonoaudiólogo(a) explica à criança: “O nome da figura está separado em pedaços. Cada pedaço representa uma bala de canhão. Pinte apenas a bala que corresponde ao som ‘r’, conforme o modelo.”

“Para falar o nome siri, abro a boca duas vezes: si – ri.” “O som [r] pode ser ouvido no segundo pedaço da palavra. Pegue um lápis colorido. Vamos começar a trabalhar. “ Palavras: pirata

caveira

bandeira

jacaré

tesouro

nariz

tubarão

farinha

âncora

passarinho

cenoura


Se a criança demonstrou dificuldades para executar a tarefa, o(a) fonoaudiólogo(a) pode repetir a tarefa com outras palavras. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 24 Treino de sequência de praxias não-verbais e verbais A partir desta etapa, as sequências motoras são mais complexas. Para favorecer a transferência da coordenação de praxias não-verbais para a coordenação dos movimentos articulatórios da fala, sugerimos a repetição de não-palavras e frases após a realização de cada sequência. Fazer a sequência: bico com os lábios, estalo com “boca de velho” e ponta da língua no “chão” e no “céu” sem mexer a mandíbula. Inicialmente, a criança pode realizar apenas a sequência não-verbal e, à medida que os movimentos se tornam mais coordenados, realizar a repetição da fala. Se houver dificuldade para a realização de toda a sequência não-verbal, a criança pode executar em partes: primeiro, selecionar uma das estruturas (apenas a língua, por exemplo) e, assim que puder, usar todas as estruturas. Após a realização das sequências não-verbal por no máximo 15 segundos, sugerimos a repetição em sequência das não-palavras TADALANA, TUDULUNU, TÊDÊLÊNÊ, TÓDÓLÓNÓ, TIDILINI, TÉDÉLÉNÉ, TÔDÔLÔNÔ ou da frase TALITA FICOU TONTA DE TANTA TEIA NO TETO. OBS.: O ponto articulatório das consoantes nas não-palavras e na frase acima é semelhante ao ponto articulatório do som [  ], e a sequência selecionada das vogais deve ser mantida, uma vez que alternam entre vogais não-arredondadas ‘a,é,i,e’ e arredondadas ‘u,ô, ó’, favorecendo a protrusão e retração dos lábios, assim como alternam o grau de abertura da boca.


Salientamos que ‘TI’ e ‘DI’ devem ser produzidos como sons plosivos, e não como africados. A criança poderá praticar a sequência em casa e repetir a etapa até que o movimento se torne bem coordenado. Neste caso, sugerimos que a pintura da etapa no mapa seja parcial.

Página 25 Treino de praxias não-verbais e verbais Realizar a sequência: bico e sorriso, lados da língua elevados e estalo de ponta da língua. A criança pode realizar apenas a sequência não-verbal e, à medida que os movimentos se tornarem mais coordenados, executar a repetição da fala. Caso houver dificuldade para a realização de toda a sequência não-verbal, a criança pode fazer de maneira gradativa: primeiro com cada uma das estruturas e depois com todas as estruturas. Após a realização das sequências por no máximo 15 segundos, sugerimos a repetição alternada e rápida da sequência de sílabas “tede”. Neste momento, além de dissociação e coordenação dos movimentos, estaremos estimulando o aumento da velocidade na execução da praxia verbal. Para aprimorar a coordenação do movimento articulatório, sugerimos a repetição da frase: O TELEFONE TOCOU. DONA LENA ATENDEU. NADA DO SEU TADEU. A sequência pode ser praticada em casa, e a etapa pode ser repetida na sessão de fonoterapia, até o movimento estar mais coordenado. Neste caso, sugerimos que a pintura da etapa no mapa seja parcial.


Página 26 e 27 Produção do fone [  ] A criança deve construir o gesto articulatório, posicionando cada um dos articuladores conforme o(a) fonoaudiólogo(a) vai lendo o que está indicado nas bandeirolas presas ao mastro. Partindo do convés em direção à gávea, a criança deverá: manter os dentes entreabertos, alargar a língua, encostar suas bordas laterais na face palatina dos dentes posteriores, mantendo a boca semiaberta, e bater apenas o ápice da língua na região alveolar. À medida que o movimento é realizado com precisão, pode-se ir solicitando que seja executado com maior rapidez. Quando chegar na gávea, será hora de “vozear” o gesto articulatório. Para isso, sugerimos a emissão sustentada da vogal ‘i’ enquanto faz o mesmo movimento articulatório realizado durante a subida do mastro. Poderá, também, ser realizado com as vogais ‘a’ e ‘e’, pelo fato de não haver protrusão labial e permitir a visualização da cavidade oral para o monitoramento do(a) fonoaudiólogo(a). Se a criança conseguiu produzir o som ‘r’, pode avançar para a tarefa da pg. 30.

Página 28 Treino de praxias verbais O(a) fonoaudiólogo(a) deverá instigar a criança a perceber o que acontece quando ela nomeia rapidamente as palavras PÊDÊDÉCA, PIDIDICA, PADADACA, PÔDÔDÓCA e PUDUDUCA. Pretende-se, com esta tarefa, obter a produção do [  ] pelo aproximante [ d ]. Salientamos que o “DI” deve ser produzido como som plosivo, e não como africado. Enquanto fala, a criança pode passar o dedo sobre a teia. Para facilitar a produção do [ com as vogais [ i ] e [ e ].

 ], sugere-se começar pelas pererecas


É importante monitorar o movimento realizado pela criança para garantir que ele seja realizado adequadamente, conforme as praxias e dissociação de movimentos já trabalhados. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 29 Nomeação de palavras usando o som [ d ] como aproximante do som alvo [  ] O(a) fonoaudiólogo(a) explica para a criança que ela vai falar palavras (caDeca, baData, siDi, fuDo, peDuca) de uma maneira diferente. Ao mesmo tempo, monitora o movimento realizado pela criança para garantir que seja feito adequadamente, conforme as praxias e dissociação de movimentos já trabalhados. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 30 Registro da produção oral de palavras com o som alvo O(a) fonoaudiólogo(a) usa o gravador e solicita à criança que fale o nome dos desenhos o melhor que puder. Lista dos nomes: farinha

siri

xerife

passarinho

careta

bandeira

âncora

sereia

cenoura

morango

peru

coroa

jacaré

varinha

carimbo


Depois de registrar as palavras em áudio, a criança escuta sua gravação e pinta apenas as palavras que conseguiu falar corretamente. As que não conseguiu devem ser treinadas novamente, e a gravação pode ser repetida. Ela poderá também praticar em casa, fazendo círculos de cores diferentes, ao mesmo tempo, com as duas mãos ou passando uma bolinha de uma mão para a outra enquanto fala. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 31 Jogo Caça ao tesouro Este jogo é semelhante ao jogo batalha naval. O(a) fonoaudiólogo(a) explica para a criança que: → Vou desenhar tesouros nos quadrados do meu mapa e você terá que descobrir onde eles estão escondidos; → Vamos utilizar as coordenadas, que são representadas pelos desenhos localizados na coluna laranja e na linha verde; → Você deve dizer as coordenadas (nome da figura que está na coluna e da que está na linha) do quadrado onde imagina estar o tesouro. Por exemplo: o tesouro está no encontro da linha do passarinho e da coluna do coração? → Quando acertar, pode fazer um X no quadrado onde está o tesouro correspondente; → Quando errar, pode fazer uma bala de canhão no quadrado correspondente. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.


Página 33, 34 e 35 Identificação de palavras O(a) fonoaudiólogo(a) explica à criança: “Chegou a hora de mais um desafio. Vou pensar numa palavra, e você deve descobrir o que pensei. “ A criança deve ouvir todas as informações antes de responder. São 10 desafios, e ela deve falar o nome e circular a figura que representa a palavra correta. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 36 e 37 Nomeação automática rápida O(a) fonoaudiólogo(a) diz para a criança: “Fale o nome de cada um desses desenhos: pirata, barata, cadeira, tubarão, aranha, jacaré, xerife. “Agora que você sabe o nome, seu desafio é falar o mais rápido que conseguir, da esquerda para a direita.” Para esta tarefa, pode ser utilizado um cronômetro. “Cuidado para não enrolar a língua, e sebo nas canelas.” Neste momento, o(a) fonoaudiólogo(a) pode explorar o significado das expressões “enrolar a língua” e “sebo nas canelas”. Para a expressão “sebo nas canelas”, por exemplo, o(a) fonoaudiólogo(a) pode dizer: Sebo é gordura... O que você acha que acontece quando colocamos gordura nas canelas?... Isso mesmo, ela desliza fácil... Por isso a expressão. Se tiver dificuldade a criança pode tanto treinar em casa quanto refazer a tarefa com a fonoaudióloga. Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.


Página 38 e 39 Repetição de frases rimadas com o fone [  ] O(a) fonoaudiólogo(a) diz: “Você lembra que falamos sobre as rimas? Agora, vamos repetir algumas frases e descobrir as palavras que rimam.” “Depois, podemos procurá-las em todo o livro... O que você acha?” Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 40 Escuta e repetição de história Há várias opções para explorar esta etapa: 1. O(a) fonoaudiólogo(a) lê, e a criança repete frase por frase; 2. A criança lê a frase; 3. O(a) fonoaudiólogo(a) lê parte da história, e a criança reconta; 4. O(a) fonoaudiólogo(a) lê a história inteira, e a criança reconta; 5. A criança lê toda a história. O(a) fonoaudiólogo(a) deve dizer à criança: “Vou ler uma história, frase por frase, e você vai repetir cada uma. No final, posso contar a história de novo, sem parar, para você repetir. Você deve guardar todas as informações. Após a leitura oral, você vai contar com as suas palavras o que aconteceu com o Ari e a Maria.” A repetição das frases poderá ser realizada também fazendo círculos de cores diferentes, ao mesmo tempo, com as duas mãos ou passando uma bolinha de uma mão para a outra enquanto fala.


Anotar como a criança repetiu a história. Podem também recordar as palavras rimadas... Ao terminar a atividade, lembrar a criança para retornar ao mapa e pintar a etapa.

Página 43 e 45 Cartas com os desenhos O(a) fonoaudiólogo(a) recorta as cartas e, junto com o mapa finalizado, combina com a criança para fazerem um jogo de percurso. Cada um escolhe seu peão. Também podem usar as cartas de consciência fonológica do Caderno de terapia de fala 1 juntamente com as cartas de figuras e a trilha do mapa deste caderno. Outra maneira de jogar seria usando apenas um peão. O jogador escolhido para iniciar o jogo diz o nome de uma figura, conta o número de sílabas e anda com o seu peão sobre os espaços do mapa, de modo que cada sílaba da figura corresponda a um espaço. O jogador seguinte procede da mesma maneira, continuando o percurso de onde o jogador anterior parou. Aquele que alcançar primeiro o baú do tesouro, ganha o jogo.

Página 47 Desenho ou escrita das palavras que aprendeu Para finalizar, o(a) fonoaudiólogo(a) diz: “Nossa aventura terminou. Um bom marujo você se tornou. As palavras conquistadas, aqui, devem ser escritas ou desenhadas. Lembre que o novo som apreendido não poderá ser esquecido.”




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