Emotional Design

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Emotion Design

Delmar Ă‚ngelo (3297) Florian Lopes Torres (3182)


RESUMO: Neste trabalho são abordados os conceitos emoção e cognição a partir do tema Emotion Design, analisando que grau de impotência o tema tem no processo de integração emoção e cognição. Apresentam-se inicialmente a fundamentação do tema Emotion Design e suas principais características. Discute-se o grau de relevância da integração desses conceitos, focalizando os no processo de cultura projectual, apresentando-os de forma que venha ser inserida no contexto da emoção do design.

Palavras-chave:

Emotion Design: O recente campo do “Design & Emoção”, também reconhecido como “Design Experiencial” e “Design Emocional”, se caracteriza pelo foco na relação emocional dos usuários com o meio projectado e pelo entendimento de que os produtos podem promover experiências agradáveis e evocar sentimentos positivos. Emoção: Numa definição mais geral, é um impulso neural que move um organismo para a acção. A emoção se diferencia do sentimento, porque, conforme observado, é um estado psico-fisiológico. O sentimento, por outro lado, é a emoção filtrada através dos centros cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal, produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à mudança psico-fisiológica. Cognição: É o acto ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória,


raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. 1. INTRODUÇÃO O bom Design está no equilíbrio entre estética e usabilidade, função. Portanto, a integração da emoção e cognição como elementos principais no processo de concepção projectual, ou seja de um produto é coerente. O usuário do produto é essencial para a integração da emoção e cognição estabelecida, esse entendimento contribui para a concepção projectual. Ressaltando a importância fundamental dessa integração nas questões da emoção. A teoria de Damásio (1998), utiliza o estudo neuropsicológico com a investigação psicológica numa abordagem das emoções e da razão. Para desenvolver os conceitos da emoção, é fundamental falar da relação do cérebro e a razão, e como o processo de tomada de decisão está directamente ligada à Emoção. Estudos recentes na área de Design releva que o tema Emotion Design mostra grande importância no desenvolvimento das práticas projectuais. O tema não está apenas na discussão da questão da definição da emoção, e sim na construção de uma cultura projectual que proporciona o desenvolvimento da emoção e assim proporcionar novos métodos de investigação para a Teoria do Design. A relação sujeito-objeto também será desenvolvida neste trabalho semestral, níveis cerebrais e escolha de matérias são fundamentais para o desenvolvimento na prática projectual. Verifica-se em estudos científicos, por exemplo nos estudos de Norman (2002, 2003, 2004) a integração da emoção e cognição na estrutura do Sistema Humano, capaz de contribuir para o desenvolvimento do tema com enfoque Emotion Design.


2- Emoção no design A emoção é abstracta, não tem forma de ser medida ou generalizada no ser humano. Não podemos ter a certeza da reacção das pessoas, apenas sopor o impacto que o design irá causa, pois cada um tem formas diferentes de reagir perante cada situação, isto devido à cultura e experiência de vida que difere de pessoa a pessoa. O designer ao lançar um objecto no mercado irá presenciar o impacto sobre as pessoas. Para não jogar às cegas o designer apoia-se em estudos já existentes sobre o cérebro e as emoções das pessoas. Estudos mais recentes na área da psicologia do Design levam a considerar a dimensão emocional como factor predominante tanto na sua concepção, na interacção e na tomada de decisão. Pois a sustentação de um bom Design estará cada vez mais baseado nas necessidades dos usuários, ou seja, na compreensão do uso, na facilidade de execução, e por oferecer prazer e satisfação. Isso torna a análise afectiva muito importante! A emoção e a cognição estão integradas quando se faz uma escolha. O ser humano não escolhe objectos apenas pela forma ou função, mas também pelo significado que o objecto proporciona. A escolha do Design depende do estado de espírito. Para isso descreve no artigo “Emotion Design: attractive things work better” o exemplo das três diferentes chaleiras, uma enfatizando usabilidade; uma outra, a estética; e a última, a praticidade. A descrição do exemplo indica que o Design prazeroso, ou seja, que traz satisfação pela sua forma, não é necessariamente usável, mas o resultado da interacção que emerge da escolha do objecto, por exemplo, a chaleira, em um determinado contexto, fazem com que o chá tenha um óptimo gosto, afirma o autor. Verifica-se nessa experiência relatada que o Design resulta num equilíbrio significativo. Pode-se afirmar que o termo “funciona melhor” é resultado desse equilíbrio emergente do contexto, da beleza, do prazer, da utilidade e no significado atribuído aos objectos. Os objectos atraentes funcionam melhor no nosso ponto de vista! Outro exemplo que pode justifica ou afirmar esta realidade é um carro. Quando o carro está limpo ressentimos mais prazer na condução, faznos parecer que o carro funciona melhor, anda mais rápido.


Objectos atraentes que funcionam melhor são quando o indivíduo está menos tenso e ansioso ao encontrar obstáculos, conseguindo soluções alternativas para ultrapassá-los. O afecto é outro sistema de processamento de informação, que influencia o usuário. Os sinais afectivos funcionam através da neuroquímica, envolvendo os centros relevantes do cérebro e mudando a maneira como o indivíduo percebe, decide e reage. Estes elementos neuroquímicos mudam os parâmetros do pensamento. Afecto, regula a forma como se resolve problemas, executa as tarefas e na tomada de decisão. Pode-se verificar em estudos que o afecto negativo pode tornar a execução de algumas tarefas fáceis em mais difíceis e que, o afecto positivo pode tornar a execução de algumas tarefas difíceis em mais fáceis.

Em situações positivas e prazerosas, os indivíduos têm tendência maior de tolerar dificuldades menores e irrelevâncias. Embora não se possa se desculpar o mal Design, quando os indivíduos estão em uma situação relaxada, os aspectos prazerosos do Design os fazem mais tolerantes com as dificuldades e problemas. Por exemplo no caso de um objecto de informática ou de uso doméstico que seja uso difícil, o utilizador que a operar pode ficar frustrado ou irritado por não obter resultados. No entanto se o objecto possuir um aspecto apelativo, que produza boas emoções nessa pessoa, que seja agradável, ela terá mais calma e paciência, por vezes também terá um maior sucesso do que se o objecto fosse desagradável. Em suma, quando o indivíduo se sente bem, ele ignora a falha do Design. O bom Design é que tem beleza, fazendo com que o uso pareça fluir mais suavemente, mais facilmente e melhor, este é o resultado da discussão porque os objectos atraentes funcionam melhor.


3-INTEGRAÇÃO EMOÇÃO E MEMORIA Foi realizado um estudo no Japão que comparava a funcionalidade dos caixas electrónicos de bancos 24 horas (ATM) e que tinham como única diferença a estética. Ambas as formas eram idênticas em função, em número de botões, e no modo operacional. Sendo que uma das versões tinha os botões e telas dispostas de forma esteticamente atractiva e a outra não. Verificou-se que a forma mais atraente funcionou melhor estabelecendo assim o equilíbrio dos elementos estético e usabilidade na concepção do objecto. Objectos atraentes conseguem satisfazer as pessoas e fazê-las sentirem-se bem. Pode-se, então, afirmar que os objectos mais atraentes provocam emoções positivas e objectos menos atraentes provocam emoções negativas.

Os objectos evocam memórias. O indivíduo não escolhe somente objectos pelos elementos da forma e função, mas também pelo significado, que surge pela interacção, pelo gosto ou memória à atribuída ao objecto. E que depende muitas vezes do resultado planejado do Design, ou seja, os designers não conseguem controlar todas as emoções, mas pode as aproveitar para que um indivíduo recorda um dado objecto. Os usuários se sentem bem e por isso escolhem o objecto que traga maior conteúdo significativo. Então os objectos podem ser belos, práticos, úteis e que agreguem valor significativo. O conceito de beleza não diz respeito apenas á formas, medidas, proporções, tonalidades ou mesmo às qualidades dos objectos. A beleza diz respeito à forma como nos relacionamos com os objectos, ou seja, é a relação entre sujeito e objecto.


4. O cérebro Humano Há inndivíduos que possuem habilidades qualificadas, que permitem ser artistas, músicos, atletas, escritores ou carpinteiros. Tudo isso requer uma estrutura cerebral mais complexa. O indivíduo é consciente do seu papel no mundo e pode reflectir sobre as experiências. Em estudos sobre a emoção sugere que os atributos humanos sejam o resultado de três níveis de processamento do cérebro: visceral, comportamental e reflexivo. Estes níveis fazem parte da atividade projetual do Design e estão relacionadas com as emoções e cognição. O nível visceral – controla o sistema motor e faz uma análise rápida das situações, levando o corpo a reagir adequadamente, consoante situações boas ou más, de perigo ou de segurança. É imediato e positivo. É o primeiro impacto do objecto, a aparência, a estética, o toque e a sensação inicial transmitida. As cores por vezes são o que mais afecta o nível visceral, como por exemplo o vermelho, que causa ansiedade e nervosismo no ser humano, temos então que ter em atenção a esse primeiro impacto pois pode influenciar bastante na decisão de comprar ou não o produto. O nível comportamental - é acerca do uso, o desempenho é o que predomina. O que resulta da experimentação do objecto, função, performance e usabilidade. Descreve a facilidade com que o usuário consegue interagir com o objecto. A forma como é fácil ou difícil desempenhar a função sobre a qual o objecto foi concebido. Se um objecto for de difícil maneio o utilizador facilmente perderá o seu interesse. Um exemplo muito interessante será o dos softwares dos computadores como o “Windows” e “Macintosh”, e o das diferentes companhias de telemóveis como a “Nokia” e a “Siemens”. O “Windows” e o “Macintosh” possuem sistemas operativos diferentes em que um usuário da “Windows” sente alguma dificuldade em se adaptar ao sistema do “Macintosh” na primeira vez. Nos telemóveis é muito semelhante, pois num telemóvel “Nokia” podemos sair da agenda com a tecla “c” enquanto que, na “Siemens” o mesmo botão apaga os números da agenda. É muito provável que um comprador da “Nokia” ao pegar num “Siemens” apague os números da lista de contactos algumas vezes acidentalmente. O nível comportamental adapta-se às situações aperfeiçoando cada vez mais o ser humano, ou seja, “a pratica leva à perfeição”. O nível reflexivo – relaciona-se com o pensamento consciente, com a aprendizagem de novos conceitos e com generalizações sobre o que nos rodeia. É a parte contemplativa do


cérebro, a consciência do que nos rodeia, requer atenção e reflexão. Interpretação, compreensão e raciocínio. Este nível é aquele mais vulnerável à cultura, experiência, educação e diferenças individuais. É aqui que escolhemos os objectos adequados a nós, conforme o nosso ofício, a nossa cultura e o nosso grupo social, onde nos identificamos de todas as outras pessoas: jovens, adultos, idosos, empresários, designers, médicos, engenheiros, etc. A maioria destas pessoas pode ser identificada por aquilo que usa ou que possui, pois compram aquilo que exprima o seu interior, a sua posição social. Um relógio de um empresário, mais atractivo pelos seus materiais caros e belos, é extremamente do de um jovem, em materiais menos caros com desenhos e com design mais desportivo. Numa empresa a cadeira do patrão é a maior, a mais cara, por vezes nem sempre a mais bela, mas o objectivo é mostrar superioridade hierárquica sobre os empregados.

O design reflexivo foca a mensagem incorporada no objecto, por vezes é a mensagem que nos cativa ou que nos dá alegria e satisfação, ou seja uma mensagem para nós próprios, mas por vezes as mensagens não são para a própria pessoa mas para que todos os outros em seu redor a compreendam também. É de salientar que, os níveis visceral e comportamental controlam a parte motora do nosso corpo, ou seja, em casos de perigo e/ou de reacções espontâneas estes sobrepõem-se ao nível reflexivo, ou seja, como foi dito anteriormente, o primeiro impacto pode e deve influenciar muito sobre a decisão do comprador. Podemos resumir estes três níveis no seguinte: Design visceral--» aparência do objecto Design comportamental--» O prazer e a eficácia do uso Design racional--» a auto-imagem, a satisfação pessoal, as lembranças do utilizador O Fenómeno da mente humana pode dificultar o trabalho do designer que quer saber como projectar objectos adequados e atraentes.


4-Texturas e cores As cores e materiais têm efeitos variados no ser humano. Ambos afectam a primeira impressão do utilizador sobre o objecto, sendo este aspecto muito importante para o design industrial e gráfico. Cores e efeitos:  Vermelho: a cor mais emocionalmente intensa. O vermelho estimula o aceleramento do coração e da respiração. É a cor do amor. A roupa vermelha chama mais atenção e torna o utilizador mais pesado. É uma cor que n favorece em negociações ou confrontos. Como decoração o vermelho é normalmente usado como acentuação e realce do espaço. A mobília vermelha atrai extremamente a atenção mas cria muita tenção sobre o espaço, sendo assim não é aconselhado em quartos de dormir. Por outro lado o rosa, que é a cor mais romântica, é mais tranquilizante. O vermelho é a cor do fogo, por isso pode causar a sensação de calor em algumas pessoas. A empresa mundial “McDonald’s” usa o vermelho forte nas embalagens dos alimentos para causar excitação no cliente de modo a que ele consuma e abra espaço para um novo cliente.  Azul: é a cor do céu e do oceano. É a cor mais popular. Causa o oposto ao vermelho, pois não é agressiva à vista. É passivo e calmo, fazendo com que o corpo liberte químicos relaxantes, sendo uma cor muito aconselhável para quartos. Também pode ser frio e depressivo. As vestes azuis representam lealdade e consultores de imagem recomendam vestes azuis em entrevistas de trabalho. A produção, criatividade e Brainstorming tornam-se melhores em locais azuis. O azul pode ser considerado uma cor “doce”, mas, o azul-claro ou azul-bébé, são ainda mais doces e mais relaxantes ainda.  Verde: É a cor mais popular para decoração, pois o verde simboliza a natureza. É a cor mais fácil para o olho, pois é mais fácil de se ver. É calma e refrescante. Em programas de televisão os convidados sentam-se em quartos verdes para ficarem mais relaxadas. O verde também é usado nos Hospitais para relaxar os doentes. Na Era medieval as noivas vestiam-se de verde porque simbolizava a fertilidade. Verde-escuro simboliza a masculinidade e a saúde. Os verdes-azeite causam sensação de azedo, por isso são usados em alguns frascos de temperos, o verde vivo transmite um sabor acético e o verde-claro já é levado para uma sensação mais agradável de doce quer no paladar como no olfacto.  Amarelo: Quando é usado amarelo que reflecte bastante a luz do sol, atrai bastante a atenção. É considerada uma cor optimista mas a maioria das pessoas perde a calma em quartos amarelos, e os bebés choram mais. É a cor mais forte para o olho humano e por isso cansa muito mais o utilizador se for usada em excesso. O amarelo aumenta a concentração se for usado em padrões correctos para não infligir emoções negativas e também acelera o metabolismo da pessoa.  Roxo: é a cor da realeza, da luxúria, saúde e sofisticação. É também uma cor feminina e romântica. No entanto, como é uma cor rara, por vezes aparece artificialmente.


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Castanho: é a cor da terra. Cor sólida, abundante na natureza. Castanho claro significa genuinidade, enquanto o castanho escuro assemelha-se à madeira e ao cabedal. Pode também ser uma cor triste. Preto: é a cor da autoridade e poder. A sua popularidade na Moda vem do facto de tornar as pessoas mais magras. Também transmite submissão, os Padres usam roupas negras de modo a mostrar a submissão a Deus, algumas mulheres também usam o preto para demonstrar submissão aos homens. Branco: Simboliza a inocência e a pureza. Reflecte bastante a luz e é considerada uma cor de verão. É popular na decoração e na moda por ser uma cor luminosa, neutra e condizer com tudo. Doutores e enfermeiras vestem branco que implica esterilidade. Sempre que o branco se suja torna-se difícil de limpar em comparação com as outras.


5-Conclusão: Constatou-se que objectos esteticamente atraentes funcionam melhor, desde que a abordagem da integração emoção e cognição estejam presentes na concepção dos objectos. Essa presença conduz á uma experiência estética entre pessoa e objecto associando um significado próprio. Permitindo uma evolução constante na adequação nas práticas projectuais. Pode-se observar que os objectos conforme são configurados provocam emoções positivas ou negativas na interacção com o usuário. Neste aspecto, a implementação do Emotion Design pode trazer vantagens no que diz respeito à abordagem centrado no usuário e na compreensão de certos Padrões de processamento cerebral. E também para o entendimento das respostas comportamentais na escolha de objectos na experiência vivenciada pelos diferentes tipos de personalidade.

BIBLIOGRAFIA -DAMÁSIO, A. O erro de Descartes São Paulo: Companhia das Letras, 1998 -FREITAS, J. Arte é Conhecimento, é Construção, é Expressão Revista Digital Art& Ano III - Número 03 -GOODMAN, N. Linguagens da Arte Indianopolis: Hackett, 1976 -KRIPPENDORFF, K. Design centrado no ser humano: uma necessidade cultural -NORMAN, D. Emotion Design: attractive things work better In: Interactions Volume 9 Issue 4 July/2002 pp: 36 - 42


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