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Cristina Ferreira Tose

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Vivian Zulian

Vivian Zulian

Médica

Cristina Ferreira Tose, a Dra. Cris, tem 62 anos, é casada com Vasco Tose Neto há 30 anos, mãe da Cíntia e Viviam. É graduada em Ciências Médicas, com residência em Anestesiologia e pós-graduada em Psicologia Analítica Junguiana e em Dor Crônica. Desde sua formatura, Cris sempre quis devolver o resultado dos seus estudos à população mais carente e assim fez. “O que existia até 1987 era o INAMPS que tratava o paciente que não tinha carteira de trabalho assinada como indigente. Olhar para o rosto de quem se sentava à minha frente e ver escrita essa classificação na ficha de atendimento me deixava envergonhada, era desumano. Talvez essa tenha sido a mola propulsora que me levou a trabalhar no recém-criado SUS”, declara. E, “Ao término da residência, decidi me dedicar a um hospital novo e ainda pequeno, porém com grande potencial de desenvolvimento, por se tratar de estar localizado numa das cidades com maior renda per capta do país. Assim começou também o desenvolvimento do meu potencial que estava por vir” completa.

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Campinas

Segundo ela, a crescente demanda de pacientes internados ou frequentadores de pronto atendimento, com dor de difícil controle, a levou a lutar pela implantação de um serviço especializado em Dor Crônica para que este paciente não precisasse voltar frequentemente ao serviço de urgência.

“Há 18 anos, o prefeito de Paulínia da época, Edson Moura, autorizou a abertura do então Ambulatório de Dor Crônica no Centro de Oncologia de Paulínia, e com Dr. Gilson Barreto, seu diretor, foi se ampliando e virou um Serviço de Dor no Hospital Municipal de Paulínia. Em 2021, graças à atuação do Secretário de Saúde, Dr. Fábio Alves, transformou-se em uma Unidade de Tratamento de Dor que atende pacientes portadores das mais diversas Doenças Dolorosas Crônicas oncológicas ou não. Com mais essa conquista completada ao lado de outros profissionais competentes, encerro minha carreira pública e posso me aposentar deixando esse legado à população de Paulínia, para me dedicar exclusivamente a minha própria clínica que iniciei em 2011 e que há 2 anos ganhou um nome - a Psicodor”, revela. Psicodor quer dizer: Tratar a dor e a saúde mental.

A Psicodor, última de suas conquistas, oferece um olhar em múltiplos níveis para o tratamento da dor em consultas de 1 a 2 horas, dependendo de cada situação e inclui orientação sobre a doença, prescrição medicamentosa e de fitocannabinóides, terapia venosa, bloqueios periféricos, como também orienta outras práticas integrativas para o bem estar geral e nutricional, como fisioterapia em diversas modalidades e Pilates, em parceria com a MedSoul Clínic. “Sendo Psicanalista Junguiana, atendo pessoas que queiram se submeter ao lindo processo de autoconhecimento, mas também a aqueles que precisem de ajuda para desvendar conflitos pessoais ou familiares”, destaca.

Apaixonada pela sua profissão e tudo que ela oferece, Dra. Cris afirma que a sua maior fonte de motivação está na própria Medicina da Dor e no que a dor pode revelar para o crescimento psíquico de cada um. “Tratamento significa parceria onde cada um tem sua responsabilidade. Se dermos a mais e o outro fizer menos, na sua parte, consequentemente, o paciente terá menos ganho no tratamento. Temos que pensar que o paciente gasta seu tempo e desembolsa um investimento na sua saúde. Portanto, temos que otimizar tempo e recursos para que não haja desperdícios de nenhum lado, nem tão pouco de energia”, comenta.

Sempre cheia de rotina, objetivos e sonhos a alcançar, ela conta que não há nada mais gratificante do que ver um sorriso após os procedimentos de tratamento da dor, ou até mesmo uma lágrima de quem está em terapia e vislumbra uma saída. “Acompanhar o paciente em análise não significa oferecer alegrias, mas sim ter um olhar para aquilo que nele quer ser visto”.

Para ela, ser mulher é saber aculmular tarefas, ser forte, resiliente e superar as mudanças. “Atender os pacientes, ir tomar uma água pra poder atender o chamado das filhas, ainda poder sentir todas as emoções a um só tempo e continuar. Chegar na escola atrasada, chegar em casa voando, jogar a capa, ou melhor, trocar a capa, virar mãe e esposa. Ufa! Deu tempo?”, afirma.

Para o futuro, os seus sonhos são muitos e os planos também. “Quero desenvolver minha clínica sempre inovando, não só tecnicamente, mas acima de tudo com tratamento humanizado! Ser humanizado não significa ser permissivo, mas manter vínculo de confiança, uma relação médico-paciente em harmonia e em parceria com seus familiares com disciplina e tranquilidade. Informação traz confiança, é a parte mais importante para uma melhor adesão à proposta terapêutica. Sem informação e empatia, o paciente e sua família ficam à mercê de crendices, medos, tabus e preconceitos que interferem negativamente no bom desempenho do tratamento”, finaliza.

Psicodor - Clínica de Controle da Dor

R. Rafael Andrade Duarte, 330 - Campinas/SP

(19) 3255.1530 | (19) 99349.0483 www.clinicapsicodor.com.br cristose@clinicapsicodor.com.br

@cristose.psicodor

Um lugar? Campos do Jordão.

Um momento?

Nossa segunda lua de mel na magnífica Edinburg - Escócia. Uma qualidade? A incansável persistência.

Um defeito? Ser controladora...

Um sonho?

Visitar todos os lugares onde os Mitos nasceram.

Um ou dois hobby (s)?

Ler meus livros, assistir a um bom filme no sofá de casa e ainda brigar pela pipoca! Mas isso, claro, após cuidar do jardim com meus bichos!

Um ou dois prato (s)?

Comida Mediterrânea, mas adoro estrogonofe e muita batata palha!!! Sorvete de pistache e amarena!

Uma vitória?

Passar no vestibular para Medicina numa grande Universidade.

Um desafio diário?

Aliviar o sofrimento de quem sofre das dores do corpo ou da alma.

Um livro?

As Brumas de Avalon – A transição simbólica do paganismo para o Cristianismo. O desenvolvimento da psique.

Um filme ou documentário?

O Universo

Uma referência profissional?

Dra. Sílvia Brandalise, que com sua garra construiu o Boldrini, e que tive a honra de conhecer e que me mostrou que com propósito tudo é possível.

Referência de Trabalho?

Dra. Gabriela Lauretti anestesiologista do HC da USP –Ribeirão Preto, chefe da Dor me ensinou a não ter medo de me arriscar junto e pelo paciente e ser assertiva nas emergências dolorosas. Dr. Joel Giglio, então chefe do Departamento de Psiquiatria da UNICAMP, meu mestre junguiano, me lançou ao mundo da psique através do conhecimento do processo analítico.

Uma realização profissional?

Defender o Título de Psicanalista Junguiana com o Tema da Dor com a compreensão do seu mais profundo sofrimento foi o impulso para entrar na dimensão do que eu via e não compreendia: a Fibromialgia. Este foi um divisor de águas, tentar entender de onde vinha esse sofrimento e dor de difícil manejo terapêutico que merece tanta atenção e respeito. Paralelamente, a dor oncológica desperta em mim senso de humanidade e isso me realiza como ser humano. São todos guerreiros vencedores e me ensinam todos os dias que vale cada investida na vida e tratar a dor é parte determinante para manter a consciência e o relacionamento com a família. Isso me torna um ser útil.

Um passo de mudança?

Com o nascimento das minhas 2 filhas aos 40 e 43 anos, me descobri uma mulher ainda mais forte e determinada. A maternidade deu força para iniciar a fase mais profunda da minha vida! E de maiores batalhas...

O que você mais admira no ser humano?

A capacidade de se adaptar a condições adversas.

Meta para 2023?

Terminar e lançar meu livro.

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