Revista DENEM sempre em movimento Abril 2015 Projeto e Edição: Gestão DENEM 2015 Sede Nacional Suelen Nunes – Coordenadora Geral Felipe Scalisa – Coordenador de Comunicação Renan Zaramela – Coordenador de Finanças Coordenação de Relações Exteriores André Abreu Jr. Bruna Reis Carlos Acosta Fellip Dutra Fidel Albuquerque Ighor Rezende Coordenação de Estágios e Vivências Ana Clara Ribeiro Athos Martini Christiny Guimarães Matheus Barbosa Stella Lage
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Assessoria de Mídia Daniel Valsechi Felipe Maia Larissa Jatobá Lucas Galhardo
“Sonhar o sonho impossível, Sofrer a angústia implacável, Pisar onde os bravos não ousam, Reparar o mal irreparável, Amar um amor casto à distância, Enfrentar o inimigo invencível, Tentar quando as forças se esvaem, Alcançar a estrela inatingível: Essa é a minha busca.” Dom Quixote
EDITORIAL Estudante de medicina do Brasil,
A GESTÃO DENEM 2015 tem a honra de trazer para você a revista “DENEM sempre em movimento” com informações importantes considerando o atual contexto no qual a formação médica está inserida, com suas dificuldades e os grandes desafios para o futuro. Hoje no Brasil existem 248 escolas médicas, sendo 70 fundadas apenas nos últimos quatro anos. Como a DENEM então, entidade representativa de todos os estudantes de medicina do Brasil, está atuando nesse dinâmico contexto? A demanda de trabalho para os coordenadores mudou e muitas dessas novas escolas precisam do apoio do movimento estudantil frente aos problemas que encontram desde os primeiros dias de sua criação. Falta de corpo docente, pesquisa e extensão de baixa qualidade, laboratórios ainda não estruturados, falta de cenário de prática são apenas algumas das queixas que os estudantes costumam realizar. Além disso, as antigas escolas também têm aquelas mesmas demandas, além de outras como a falta de financiamento para as universidades públicas e a não regulação das universidades pagas, o que acarreta vez por outra, nos aumentos abusivos de mensalidades. Se pararmos um pouco para analisar, a conjuntura não está boa para ninguém. No contexto nacional vivemos ainda com o desmonte do SUS, desde a privatização e precarização dos hospitais universitários até a prática da medicina de família baseada na produtividade. Os valores de uma saúde pública de qualidade, gratuita, estatal, equânime e que atenda as reais necessidades da população, infelizmente, estão sendo a cada dia bombardeados por políticas do Governo, como consequência da própria demanda do sistema capitalista. Dessa forma, como o movimento estudantil de medicina do Brasil deve atuar nesse cenário? O que devemos fazer? O primeiro ponto que percebemos, considerando a velocidade dos acontecimentos, é a falta de informação, até mesmo sobre como os estudantes se organizam. Esse é o principal objetivo dessa revista. Tendo conhecimento dos meios e das estruturas, fica mais fácil a luta por direitos, por mudança social e por melhorias na formação médica, em todos os níveis. A questão da representatividade hoje está cada vez mais em evidência. Hoje, dentro da estrutura
burocrática das leis brasileiras, quem representa os estudantes de cada curso são os centros e diretórios acadêmicos. A DENEM tem o título de entidade representativa, mas mais que isso, é o grande meio que os CAs e DAs de medicina possuem para movimentar-se nacionalmente. Vale lembrar que esse reconhecimento não foi concebido, foi um direito conquistado através de muita luta estudantil. Em todos os níveis, uma melhor representatividade é exigida, principalmente pelas minorias, que dentro de um contexto histórico foram oprimidas e marginalizadas na sociedade. É interessante perceber também, que não estamos sozinhos no mundo. A DENEM em sua atuação internacional vê que estudantes de medicina de todos os continentes clamam por mudanças. A igualdade de gênero, o combate à homofobia, a luta contra a mercantilização da saúde e da educação hoje são pautas globais, entre tantas outras, nas quais os estudantes se tornaram protagonistas de defesa. A DENEM, como membro pleno da International Federation of Medical Students’ Association (IFMSA), é responsável por levar as demandas dos estudantes de medicina do Brasil a essa federação, que luta por nossos direitos e por mudanças a nível mundial junto a Organização Mundial de Saúde, Federação Mundial de Educação Médica e outras organizações responsáveis por executar as principais políticas que influenciam a nossa vida de estudante e também de ser social. Além disso, a IFMSA também é responsável por realizar intercâmbios de pesquisa e prática médica entre escolas médicas do mundo todo. Aqui nessa revista, você também vai conhecer mais sobre os famosos SCOPE e SCORE e como implantá-los em sua faculdade. Também serão apresentados outros projetos da DENEM, como o Núcleo Brasil Cuba, Núcleo Brasi China e os Estágios Nacionais. Se você ainda não conhece sobre os eventos da Executiva e quais as suas propostas, aqui será uma ótima oportunidade. Como será colocado, o que mais queremos hoje é que o movimento estudantil e o movimento estudantil de medicina se fortaleçam e tenham sempre continuidade. Hoje precisamos cada vez mais nos inovar e nos desdobrar para que pautas importantes na mudança social cheguem a todos os estudantes do Brasil e que estes se tornem de fato protagonistas na luta por uma nova sociedade.
SUMÁRIO 1. Movimento Estudantil e Movimento Estudantil de Medicina 2. O que é um CA/DA? 3. Representatividade e a luta por direitos 4. O que é a DENEM? Qual o papel da DENEM na sociedade? 5. Como são tirados os posicionamentos da DENEM? 6. Quais a entidades que a DENEM se relaciona? 7. Como a DENEM se financia? 8. Como a DENEM se divide? 9. Como são eleitos os coordenadores da DENEM? 10. Apresentação GESTÃO DENEM 2015 11. IFMSA 12. Intercâmbios DENEM 13. Núcleo Brasil Cuba 14. Núcleo Brasil China 15. Como montar uma CLEV? 16. FELSOCEM 17. Eventos da DENEM 18. Ferramentas Necessárias: Divulgação e Handover 19. Mensagem Final: Movimente-se
MOVIMENTO ESTUDANTIL E MOVIMENTO ESTUDANTIL DE MEDICINA O “Movimento Estudantil” (ME) poderia ser um termo auto explicável, no entanto, muitas vezes é difícil enxergar o óbvio. Apesar de também existir neste nível, no ensino médio só ouvimos (quando ouvimos) falar de movimento estudantil nas aulas sobre ditadura militar e sobre movimentos sociais. Na maioria das vezes é na universidade que nos deparamos com esse conceito, dentre os tantos outros que bombardeiam o calouro na primeira semana do curso. Mas afinal, o que é movimento estudantil? No meio universitário é comum você deparar-se com problemas e conflitos, desde a falta de estrutura pela quebra de um arcondicionado até problemas no financiamento do seu curso, perpassando entre outros como falta de professores, professores que não dão aula, falta de livros, falta de cenários de prática, laboratórios sem manutenção, avaliações injustas etc. É uma série de demandas com que o estudante enfrenta, seja em uma universidade pública ou paga. Então, o que fazer diante disso? Ficar parado? Até certo ponto a maioria das pessoas consegue, mas sempre se chega ao clímax no qual ou você se movimenta ou a situação não vai mudar. Em outro nível, é também uma obrigação nossa como ser social sempre questionar o modelo de sociedade no qual estamos vivendo e propor mudanças visando à continuidade da humanidade. Hoje no mundo, temos grandes desafios nas áreas da educação, da saúde, dos direitos humanos e, sobretudo, da sociedade como um todo. É enorme a porcentagem de seres humanos vivendo em situações precárias, desde a extrema miséria à exploração rotineira do trabalho. Algumas vezes, o estudante de medicina costuma perguntar-se: mas o que eu tenho a ver com isso? E geralmente a ação em seguida é ignorar tudo, voltar à zona de conforto e seguir apenas estudando, fazendo provas, atividades que preencham seu currículo e finalmente graduar-se médico. No entanto, se nos remetermos à história e até mesmo olharmos ao nosso redor, é fácil perceber que as grandes
mudanças na sociedade costumam ser catalisadas pelos jovens. Os estudantes são fortes protagonistas nesse processo e precisam reconhecer essa responsabilidade. É preciso movimentar-se! O movimento estudantil enfrenta uma série de desafios. É comum vermos autoridades e principalmente a grande mídia criminalizar nossas ações, principalmente quando elas incomodam a estrutura social vigente. Lutar contra a privatização da saúde, por um sistema universal, público e estatal, por mais financiamento para a educação pública, tudo isso mexe com interesses dos grandes grupos hegemônicos que prezam pelo status quo para continuar a beneficiar-se. Se seu movimento está sendo criminalizado, parabéns, muitas vezes é um sinal que ele está incomodando e o mais importante, gerando mudanças sociais. Ao mesmo tempo, é importante reafirmar as pautas como legítimas sempre, evidenciar esse processo de criminalização e continuar lutando pela mudança. Outro ponto que precisamos focar é organização. Se não pensarmos continuamente em uma estrutura que dê apoio ao nosso movimento, ele não conseguirá ir muito longe. É preciso delegar funções, buscar parceiros e sempre inovar, buscando táticas para alcançar os objetivos. Além disso, é importante frisar: nenhum movimento, assim como nada na vida humana, é imparcial. Se alguém te vender esse peixe, desconfie. Cabe aqui, uma famosa citação do grande pensador brasileiro Florestan Fernandes: “Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo." Até mesmo a indiferença ou o foco apenas em questões pontuais contribuem para a continuidade das opressões na sociedade.
Mas e o Movimento Estudantil de Medicina (MEM)? Qual a diferença? O primeiro curso de medicina no Brasil iniciou-se em Salvador em 1808. Muito provável que desde o primeiro dia de sua abertura algum estudante tenha questionado pela falta de professores ou pela carência de livros na biblioteca. No entanto, um dos primeiros espaços nos quais se discutia política e mudanças sociais foram os Encontros Científicos dos Estudantes de Medicina (ECEMs), que surgiu em 1969, bem antes da criação da DENEM. Existe uma vertente da história que afirma que o termo científico foi atribuído por não se poder discutir política na época da ditatura militar no Brasil, outra vertente defende o caráter político e também científico do evento, como encontramos hoje. Além do ECEM, existia o CONEEM e também a UNE (União Nacional dos Estudantes), na qual havia uma divisão para os estudantes da área das biomédicas e da medicina. No entanto, a partir de 1985, período de redemocratização, começou-se a enxergar a UNE não mais como estratégica para discutir saúde e formação médica e, seguindo o exemplo de outros cursos, foi criada a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM) no
dia 2 de agosto de 1986, durante um ECEM realizado em Fortaleza com mais de 3.600 estudantes. A partir de então as pautas de saúde, educação médica, educação e tantas outras que envolvem a vida do estudante de medicina passaram a ser discutidas e representadas pela DENEM, que hoje é a principal protagonista no movimento estudantil de medicina. Por fim, sobre o MEM, é importante perceber que existem várias crenças em táticas de mudança social atuadas por estudantes de medicina, alguns acreditam que se esforçando para ser um exímio especialista será suficiente para mudar o mundo, enquanto outros acreditam em algo mais:
“Não se pode obter uma vida saudável com mudanças de efeitos e estilos de vida individuais. Ainda que se faça uma campanha epidemiológica massiva, podem-se obter melhoras, mas elas não serão sustentáveis. Pode-se mudar o modelo de atendimento ou o problema de saúde em uma consulta e isto é correto e necessário fazer-se. No entanto, só se podem alcançar transformações profundas e sustentáveis quando se muda a reprodução social mais ampla e os modos estruturados de viver das classes sociais.” (Jaime Breilh)
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O que é CA ou DA? Os Centros Acadêmicos e os Diretórios Acadêmicos são entidades reconhecidas pelas leis brasileiras como as legítimas entidades representativas dos estudantes de cada curso de nível superior, não só de medicina. Existe uma razão histórica por alguns serem chamados de CAs e outros de DAs, mas hoje não há diferença alguma. Entidades estudantis de representação existem no Brasil desde o século XVII, porém a regulamentação dessas entidades é recente. Apenas em 1942 são sancionadas leis que asseguravam e reconheciam essas organizações. Entretanto, é importante recordar que durante a ditadura militar o direito de qualquer organização política estudantil existir foi tolhido e então todas elas foram extintas. Hoje, vigora a lei federal nº 7395, de 31 de Outubro de 1985 que garante a existência de todos os Centros e Diretórios Acadêmicos e seu livre exercício e autonomia em suas atividades. Art . 4º - Fica assegurado aos Estudantes de cada curso de nível superior o direito à organização de Centros Acadêmicos - CAs ou Diretórios Acadêmicos - DAs como suas entidades representativas. Art . 5º - A organização, o funcionamento e as atividades das entidades a que se refere esta Lei serão estabelecidos nos seus estatutos, aprovados em
assembleia-geral no caso de CAs ou DAs e através de congressos nas demais entidades. É através dessa lei que se assegura que CA/DAs são as entidades que verdadeiramente podem representar e responder pelo conjunto de estudantes de suas Faculdades e que os mesmos devem exercer sua função de representar os estudantes de forma democrática. Além disso, devem estar atentos as demandas desses estudantes e aos possíveis problemas e conflitos, que podem ser desde falta de estrutura até financiamento. A faculdade deve, por sua vez, garantir que os Centros e Diretórios Acadêmicos ocupem os espaços para exercício da democracia interna universitária, como, por exemplo, cadeiras em conselhos, comissões e voz e voto dentro das decisões e rumos da Universidade. Entretanto, Centros e Diretórios Acadêmicos fazem parte também de algo maior, eles não estão isolados dentro da Universidade. O Movimento Estudantil não é exclusivamente local e para isso, deve haver articulação dentro da própria Universidade, com outros cursos e DCE e com outras Universidades, especialmente aquelas do mesmo Curso. Para isso, há as Executivas de Curso, que são as entidades que representam os estudantes de determinado curso. Na medicina, a DENEM é a entidade que representa as mais de 200 escolas médicas do país.
REPRESENTATIVIDADE E A LUTA POR DIREITOS Se procurarmos a palavra Representatividade em um dicionário, algumas das definições possíveis são: 1. Caráter do que é representativo; 2. Qualidade reconhecida a um homem, a um órgão, mandatado oficialmente por um grupo de pessoas para defender os seus interesses. Apesar de serem pragmáticos, esses conceitos ainda conseguem nos dizer alguma coisa sobre o que é ser representativo. No entanto, o debate político e filosófico deve ser reciclado sempre. Hoje no Brasil vivemos uma “crise de representatividade”, pois o sistema eleitoral garante apenas que os candidatos sejam eleitos a cada quatro anos, mas não assegura que eles realmente irão defender os interesses daqueles que os elegeram, nem muito menos provê mecanismos de cobrança para que o povo faça valer seu voto. No ambiente estudantil essa estrutura tende a ser mais democrática, seja pela proximidade e o acesso ao representante, mas, sobretudo, por uma visão mais aguçada de que além de estudantes, somos cidadãos e devemos ser protagonistas na mudança social. Essa visão não com certeza não é a mais popular entre todos os estudantes, mas é comum entre aqueles que participam de algum movimento. Dessa forma, ser representativo dentro do Movimento Estudantil é estar próximo e dialogando com os estudantes, mesmo depois de eleito e muitas vezes colocar sua opinião em segundo plano, considerando as decisões do grupo como coletivo. A linha de atividades de uma Executiva de Curso, DCE ou CA/DA que busca essa representatividade deve ser pautada, principalmente, nas demandas dos discentes que o elegeram. A representatividade se concretiza através da ação, adesão e participação dos representados. Sendo assim é imprescindível ter os
estudantes enquanto base consolidada e responsiva para aquilo que se deseja pautar. Por outro lado, dentro de cada curso ou área de conhecimento existem demandas sociais envolvidas, que muitas vezes a base estudantil não teve acesso a um debate mais aprofundado e contra-hegemônico. Mais uma vez, como exemplo, podemos citar a construção do conceito de saúde na 8ª Conferência Nacional de Saúde, que diz: “saúde é resultante de condições de alimentação, habitação, educação, renda, meioambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse da terra e acesso a serviço de saúde. É assim, antes de tudo resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”. Esse conceito foi uma síntese de um debate político entre estudiosos, trabalhadores, ativistas de movimentos sociais e inclusive estudantes. No entanto, nem toda base estudantil estava apoderada do debate e coube aos seus representantes fazer o diálogo, o estudo, o aprofundamento no tema, sempre realizando o feedback, para que, de forma alguma, eles não se tornassem alienados ao processo. A partir disso, é necessário entender que a função do estudante e futuro médico na sociedade vai muito além da sua formação técnica e envolve seu papel na promoção de saúde. Promover saúde, não está ligado apenas a um consultório e à prescrição de medicamentos. Promover saúde é também lutar por direitos, sejam quais forem. Promover saúde é advogar junto aos órgãos responsáveis em defesa de uma parte da sociedade que está invisível ou negligenciada dentro de um contexto político, ou seja, as minorias e o povo oprimido. Promover saúde também é lutar por uma mudança social efetiva.
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Hoje a demanda por direitos na área da saúde vem crescendo cada vez mais. Pautas como violência obstétrica, atenção à saúde do negro e à saúde do indígena, atendimento especializado a população LGBT, igualdade de gênero etc. todos esses são temas que envolvem diretamente saúde e, portanto, os profissionais e estudantes da área devem exercer o papel de catalisadores em defesa dessas pessoas. Nesse contexto, o desafio é ainda maior para os representantes e líderes do movimento estudantil que devem manter o debate dos temas com a sua base, na tentativa de sensibilização. Na área da medicina essa tarefa hoje está sendo realizada a nível nacional pela DENEM e também pela IFMSA que, por exemplo, em março lançou um manual sobre aborto aos futuros profissionais da saúde. Tratar do tema aborto a nível mundial é bastante complicado, considerando a grande diversidade cultural e o preconceito ainda existente,
sendo o manual resultado de um longo trabalho de diálogo dos representantes e sua base para criação de uma força social efetiva. Hoje na DENEM, analisando-se sua estrutura (ver matéria sobre as coordenações da DENEM), temos os coordenadores locais, que são os CAs/DAs, os coordenadores regionais, nacionais e internacionais (CREx), que são responsáveis por representar a base estudantil, mantendo sempre um fluxo de debate. Em outra esfera, vêm então o CENEPES e as coordenações de área com a missão de desenvolver e aprofundar temas importantes na luta por direitos para cada linha a que se propõe. Hoje, em conjunto, todos esses coordenadores, tem o desafio grande de sensibilizar a base estudantil para que de alguma forma eles saiam de uma zona de conforto e também se tornem protagonista por uma nova sociedade. “I. De que serve a bondade Se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados aqueles para os quais eles são bons? De que serve a liberdade Se os livres têm que viver entre os não-livres? De que serve a razão Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam? II. Em vez de serem apenas bons, esforcem-se Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade Ou melhor: que a torne supérflua! Em vez de serem apenas livres, esforcem-se Para criar um estado de coisas que liberte a todos E também o amor à liberdade torne supérfluo! Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo um mau negócio.” Bertolt Brecht
O QUE É A DENEM e QUAL SEU PAPEL NA SOCIEDADE? A DENEM (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina) é a entidade civil responsável por representar em todos os âmbitos os estudantes de medicina do Brasil individual e coletivamente, inclusive judicialmente. Pode soar um pouco estranho, mas considerando as leis brasileiras e as estruturas de representatividade, a partir do momento no qual você se matricula no primeiro ano de alguma escola médica, você já está fazendo parte da DENEM.
Já foram muitos os momentos nos quais a participação da DENEM foi decisiva para a realização de debates aprofundados e relevantes à vida do estudante de medicina. A participação na VIII Conferência Nacional de Saúde, que culminou na criação do SUS; a participação na CINAEM (Comissão Interinstitucional de Avaliação da Educação Médica) que gerou as diretrizes curriculares para os cursos de medicina em 2001 e a participação na construção das novas Diretrizes Curriculares Nacionais em 2014 são Quais são os exemplos de como a DENEM IX ECEM - UFSC princípios da DENEM? A atuou de forma efetiva para DENEM se baseia no Estado de Direito, na defesa a mudança social ao longo de seus quase 30 anos da Vida, na defesa de um ensino público e de história. gratuito de qualidade e de acesso universal, na Além disso, todos seus eventos, fóruns e defesa de um ensino médico voltado às reais necessidades da população brasileira, na projetos têm como objetivo maior uma independência em relação a movimentos de cunho sensibilização no processo de formação de estritamente partidário e finalmente na Defesa do consciência do estudante de medicina, pois somente Sistema Único de Saúde enquanto um sistema com discussões diferenciais e contra hegemônicas conseguiremos formar médicos que atendam a público de saúde, gratuito e de qualidade. reais necessidades da população brasileira. Mas quais as atividades que a DENEM realiza? Além da função representativa, a DENEM coordena a organização de eventos e fóruns do movimento estudantil de medicina, realiza campanhas de âmbito nacional direcionadas ao conjunto de estudantes do Brasil, realiza intercâmbios de pesquisa e prática médica a nível nacional e internacional, fornece subsídio e apoio às iniciativas de movimentos locais que busquem a melhoria da qualidade de ensino médico, coordena e executa o planejamento construído pelos Centros e Diretório Acadêmicos de todo país para o Movimento Estudantil de Medicina a Plenária de Fundação da DENEM em 1986 cada ano. Ou seja, a DENEM é o meio que os Apesar de estruturar-se organicamente estudantes de medicina do Brasil usam para se organizar e lutar por seus interesses a nível através de coordenações, a DENEM essencialmente é formada por todo e qualquer estudante de nacional. medicina que queira ser ouvido e representado Por se tratar de um movimento, desde a nas decisões de seu Centro e Diretório Acadêmico, sua criação a DENEM vem mudando e inovando que constituem as coordenações locais da DENEM e para atender as demandas estudantis e também que, portanto, são sua base, seu suporte. para trazer aos estudantes temas importantes para a transformação social, que muitas vezes naturalmente são excluídos do currículo da formação médica e das universidades brasileiras.
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C OMO SÃO TIRADOS OS POSICIONAMENTOS DA DENEM? A DENEM é a entidade representativa dos estudantes de medicina de todo Brasil e, portanto seus posicionamentos tomados tornam-se importantes para sua base estudantil, pois serão debatidos com outras entidades e expostos nacional e internacionalmente, podendo influenciar diretamente na vida de todos os estudantes de medicina.
ECEM Brasília 2014
Dessa forma, a DENEM se organiza em fóruns e espaços de discussão para a tomada de posicionamentos, priorizando, sobretudo o diálogo e as decisões de sua base estudantil. A maior instância deliberativa da DENEM é o ECEM e nele são retirados os posicionamentos e teses dentro das grandes áreas de atuação da DENEM, por exemplo, o conceito de saúde ou educação médica que a DENEM acredita e que vai ser base para vários outros posicionamentos ao longo do ano. Durante o ECEM, os estudantes se dividem em grupos de discussão e trabalho (GDT) para a construção das teses que serão votadas finalmente na plenária final. Por ser o espaço com maior poder deliberativo, no ECEM cada estudante tem um voto.
Grupos de Discussão e Trabalho GDT
A segunda maior instância deliberativa da
DENEM é o COBREM, no qual é realizado o planejamento da Executiva para aquele ano e também eleitos seus coordenadores para uma nova gestão. No COBREM também são realizados GDTs que irão eleger 3 frentes principais de planejamento, além da frente organizacional, que é fixa. Todos tem direito a voz no COBREM, mas só os delegados têm direito a voto. A eleição de delegados é feita considerando o número de estudantes de cada escola médica, sendo 100 estudantes para cada delegado mais um indicado pelo CA/DA. Em uma esfera menor, vêm as ROEx (Reuniões de órgãos Executivos), nas quais cada CA/DA tem direito a um voto. Nas ROEx, os temas são debatidos durante os espaços e dali são retirados moções, cartas ou mesmo posicionamentos para a Executiva, além de aprovação de programação dos encontros e outra demandas burocráticas. Por fim, a menor instância deliberativa da
COBREM Niterói 2014
DENEM são as Reuniões da Coordenação Nacional, na qual votam apenas a Sede, a CREx e um voto por Coordenação Regional. As decisões da CN não devem sobrepor uma decisão tomada em um órgão deliberativo de maior instância e deve sempre considera-los quando um posicionamento de urgência precisar ser tomado. Dessa forma, pode-se compreender a importância de um diálogo político prévio para a tomada de decisões dentro da DENEM. Não basta o estudante ir lá e querer colocar sua vontade, é preciso respeitar toda essa estrutura que foi construída também politicamente.
C OM QUAIS AS ENTIDADES A DENEM SE RELACIONA? As principais relações da DENEM, na categoria de entidade de representação dos estudantes de medicina, se dão com os órgãos que a compõem - os Centros e Diretórios Acadêmicos das faculdades de medicina do Brasil. Em nível internacional a DENEM é membro pleno da IFMSA (International Federation of Medical Students’ Associations) e federada da FELSOCEM (Federación Latinoamericana de Sociedades Científicas de Estudiantes de Medicina). A DENEM tem uma relação histórica, desde a sua criação em 1986, com diversas entidades e instituições de representação das áreas da Saúde e da Educação. Ponto alto dessa relação com entidades se deu no processo da Comissão Institucional de Avaliação das Escolas Médicas (CINAEM), durante ao longo da década de 90 e início dos anos 2000, da qual participaram DENEM, na representação estudantil, e a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM). Participaram também o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Ministério da Educação na figura do Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Ministério da Saúde.
Para além dos órgãos institucionais, a DENEM busca sempre estar articulada aos movimentos sociais cujas bandeiras sejam confluentes com nossas deliberações, sempre a partir da análise da gestão da DENEM com os estudantes que representamos. Exemplos disso são os Fóruns de Saúde que integram a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. De maneira geral, todas as nossas relações com outras entidades vão o sentido de integrar as pautas relacionadas à Educação e à Educação Médica, à saúde, além das pautas relacionadas ao combate das opressões, bem como buscam ampliar o nosso repertório de conhecimentos e de ideias, fortalecendo a nossa atuação enquanto entidade representativa.
C OMO A DENEM SE FINANCIA? O financiamento da DENEM provém majoritariamente do nosso sistema de intercâmbios - estágios nacionais e, sobretudo, internacionais (são quase 500 vagas para cerca de 100 países). Por vezes, dos lucros dos nossos encontros, da venda de produtos (camisetas e bottons), além de patrocínios - estes sendo submetidos à uma política com diversas determinações e restrições, e construída pelos estudantes em nossos espaços deliberativos. É importante deixar claro, que além de ter uma política de patrocínio bastante rígida, que
inclui indústrias farmacêuticas, por exemplo, a DENEM não se deixa influenciar por seus financiadores de eventos ao tomar seus posicionamentos. Isto é sempre colocado nos encontros.
C OMO A DENEM SE ESTRUTURA? Estruturalmente a DENEM é composta por coordenações e assessorias. A sede administrativa da DENEM é instalada a cada ano no Centro ou Diretório Acadêmico da escola a qual pertence um dos membros da Sede Nacional, que é composta por: Coordenação Geral Coordenação de Comunicação Coordenação de Finanças Além disso, existe a Coordenação de Relações Exteriores (CREx) da DENEM, que juntamente com as 8 (oito) Coordenações Regionais formam a Coordenação Nacional da DENEM. As regionais da DENEM são: Sul I (SC, RS) Sul II (SP, PR) Sudeste I (RJ, ES) Sudeste II (MG) Centro Oeste (MT, MS, DF, GO, TO) Nordeste I (SE, BA, AL) Nordeste II (PE, PI, CE, PB, RN) Norte (AM, PA, RR, RO, AP, MA, AC) A DENEM também possui suas Coordenações de Área, que compõem o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Saúde (CENEPES), responsáveis por fomentar discussões relacionadas ao seu tema principal. Elas são: Coordenação de Políticas de Saúde (CPS) Coordenação de Educação em Saúde (COES) Coordenação de Políticas Educacionais (CPE) Coordenação de Estágios e Vivências (CEV) Coordenação Científica (COCien) Coordenação de Extensão Universitária (CExU) Coordenação de Cultura (CoCult) Coordenação de Meio Ambiente (COMA) E as assessorias: Assessoria de Mídias Assessoria de Resgate Histórico Assessoria de Planejamento
Todas essas coordenações e compõem a Gestão da DENEM a cada ano.
assessorias
COMO SÃO ELEITOS OS COORDENADORES DA DENEM? Atualmente, as eleições e posse dos cargos da Executiva ocorrem no COBREM. Inicialmente, é eleita uma comissão eleitoral que irá assegurar que todo o processo eleitoral da DENEM seja feito com idoneidade (essa comissão não pode se candidatar a nenhum cargo que esteja sendo eleito naquele COBREM). Então, abre-se inscrição para que as chapas que desejam se candidatar a cada umas das 8 Coordenações do CENEPES, CREx, Sede e Assessorias possam se inscrever. A inscrição de chapas deve-se encerrar até 48h antes da sessão específica em que ocorrem as Eleições. Depois do processo de inscrição de chapas, existe um momento em que as chapas se apresentam em plenária e apontam suas propostas de atuação. Ao fim do COBREM, depois que as Frentes, Ações e Atores do Planejamento da Executiva já foram feitos, é feita a eleição de cada um dos cargos em Plenária. Cada delegado tem direito a um voto, em regime de votação direto e aberto, é eleita a chapa que possuir maioria de votos. No caso específico das Coordenações Regionais, a eleição não é feita no COBREM, ela é feita em Reunião de Regional com quórum, também através de eleição por chapa, com voto direto e aberto, porém, os votos serão por Centros e Diretórios Acadêmicos. Ocorre desta forma, pois acredita-se que se deve manter a autonomia Regional e sobretudo pela dificuldade de deslocar as escolas para um evento Nacional, visto a dimensão do país. Sendo assim, as Coordenações Regionais apenas apresentam a documentação necessária que respalde sua eleição para poder ser empossada no COBREM.
GESTÃO DENEM 2015-2016 Coordenadora Geral Suelen Nunes - FEPAR Responsável por representar a DENEM judicial e extra-judicialmente; Presidir as reuniões da Coordenação Nacional, dos Órgãos Executivos e dos Fóruns da DENEM; Coordenar as campanhas de âmbito nacional; Celebrar convênios e acordos com outras instituições; Ordenar a despesa administrativa da DENEM em conjunto com o Coordenador de Finanças e Supervisionar as atividades do CENEPES. Coordenador de Finanças Renan Zaramella - FCMSCSP
SEDE NACIONAL DENEM 2015-2016
Suelen, Felipe e Renan
Coordenação de Relações Exteriores André Abreu Jr – UERJ Bruna Reis - UFF Carlos Acosta - UFCSPA Fellip Dutra - UNESA Fidel Albuquerque – UFCG Ighor Rezende - UFF
Responsável por acompanhar e controlar a aplicação de recursos financeiros da DENEM; Administrar juntamente com os encarregados a arrecadação de taxas referentes a inscrições e outras atividades para a alocação de recursos nos eventos, contratos e convênios promovidos pela DENEM; Manter os registros de receita e despesa; Fazer o balanço financeiro anual; Movimentar com o coordenador geral as contas bancárias, bem como receber qualquer valor destinado à DENEM por seus órgãos e outras instituições; Preparar a prestação de contas; Manter o controle de material e patrimônio, zelando pela sua conservação. Coordenador de Comunicação Felipe Scalisa - FMUSP Responsável por Coordenar a elaboração, confecção e divulgação trimestral no âmbito dos órgãos da DENEM do boletim interno; Coordenar as atividades do Conselho Editorial do jornal da DENEM e viabilizar a sua circulação interna e externa; Divulgar as atividades e os eventos promovidos pela DENEM nos meios de comunicação; Manter atualizado o banco de dados da DENEM; Lavrar as atas das reuniões administrativas e providenciar os seus registros em cartório quando se fizer necessário; Manter contato com organizações estrangeiras internacionais, engajadas no processo de incentivo e cooperação em áreas de interesse da DENEM, estudando a viabilidade de obtenção de recursos de qualquer natureza, mediante a celebração de acordos ou convênios que venham a beneficiar o bom desempenho do movimento no cumprimento de seus objetivos; Elaborar, confeccionar e divulgar os anais dos eventos promovidos pela DENEM, em conjunto com as comissões organizadoras dos mesmos.
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Responsáveis por Coordenar as ações e políticas internacionais da DENEM; Instigar as Coordenações de Área a contextualizar sobre o panorama internacional em suas ações respectivas; Ser o primeiro contato da DENEM com órgãos internacionais ou instituições estrangeiras; Produzir material de estudo sobre relações internacionais. Além disso, a CREx coordena o NBC e o NBChina, organiza a delegação da DENEM para os encontros da IFMSA e realiza o link entre as coordenações de área da DENEM e os Comitês Permanentes da IFMSA. Coordenadores Regionais Responsáveis por representar a DENEM e coordenar o desenvolvimento e a implementação no âmbito da sua regional o planejamento da DENEM; Promover no âmbito de sua região a divulgação de eventos e campanhas promovidas pela DENEM; Organizar e coordenar os eventos regionais,
confeccionar os anais e informar a Coordenação de Comunicação para inclusão no banco de dados. Centro Oeste
Leandro Tsuyoshi Yokoyama – UEPA Belém Rodrigo Bentes Pereira – UEPA Belém Rogério da Silva Logrado Junior – UFMA São Luís Thiago Gomes Holanda Neri - UFAM Sudeste 1 Alexandre Oliveira Telles - UNESA André Ferreira de Abreu Junior - UERJ Bruna dos Reis Costa - UFF Felipe Maia - FMP Gabriela Bueno Loria - UFRJ John Meira Lacerda - UERJ Mayara Secco Torres da Silva - UFF Pedro Fernandes Moreno - UFRJ Ramon Rodrigues Marins - UERJ Thiago de Ornellas Daibes Padilha Aquino - UVV
Alexandre de Ângelus Azerêdo Delfino Gomes UniCEUB Arthur Henrique Santos Veloso - UniEvangélica João Gabriel Pereira Chaves de Andrade - UnB Luna Jeannie Alves Mangueira - UniEvangélica Matheus Ravel Timo Barbosa - UnB Patrícia dos Santos Massanaro - ESCS Pedro Costa Moreira - UniEvangélica Rafael Augusto Faust Machado - FEMEPLAC Raphaela Mendes Moreira - UCB Vinícius Bezerra Lopes - UniCEUB Yuri Zago Sousa Santana de Paula - ESCS
Sudeste 2
Nordeste 1 Adelson Silvestre Júnior - UFAL Daniel Araújo da Silva – UFAL João Vitor Assis Costa - UEFS Karole Brito Alves Costa - UEFS Murilo Fernandes de Souza - UEFS Nordeste 2 Antonio José Ferreira Borges - UFPI Carlos Eduardo Araújo Pimentel de Medeiros - FPS Isaac Linhares de Oliveira - UFPB Israel Lucas Fernandes de Paula e Silva - FPS Marcelo Rocha Coimbra - FPS Maria Isabel Assis Viasus - UFPB Mariana Marinho Muniz de Andrade – UFCG Campina Grande Ricardo Cabral Sales de Melo Filho – UFCG Campina Grande Norte Andrey Salgado Moraes Filho – UFMA São Luís
André Luiz Monteiro dos Santos Marins - UNIFENAS André Vieira Lanza – FCM-MG Dolores Noronha Galdeano – UFTM Douglas Vinicius Reis Pereira – FCM-MG Filipe Miranda Bernardes - UFU Gabriel Martins Cruz Campos – FCM-MG Grace Urrutia Azevedo – FCM-MG Guilherme de Sousa Barbosa - UFTM Henrique Izumi Shimaoka - UFTM João Octávio Augusto Murta Ambrósio - UFVJM Juliana Assis Alves – FCM-MG Juliana Cristina Nunes - UFV Larissa de Carvalho Oliveira - FASEH Luis Fernando Faria Oliveira - UIT Mariane Paula da Silva - UNIUBE Mariel Hespanhol Torres - UFV Rayane Cunha Vieira - UFVJM Thalita Torres Sales - FMIt Thamye Alexandre Amaral - UNIUBE Vivian Louise Syrio Pessoa - UFVJM Yahn Rezende de Abreu - UFU
Sul 1 Carlos Andrés Acosta Casas - UFCSPA Daniel da Silva Souza - UFRGS Desirée Molin Wieth - UFRGS Laís Cristine Krasniak - UFSC Sul 2 Aline Santana Juncker – PUC Campinas Ana Carolina Corrêa - UEL Arthur Vizzotto Zolin - UEL Augusto Ribeiro Silva - USP Caio Henrique Teló - UNIFESP Eduardo Mariani Pires de Campos – FMRP-USP Érika Ermida de Freitas - FAMERP Gabriela de Andrade Rodrigues - FAMEMA Guilherme Antoniacomi Pereira - FEPAR Ingrid Woerle de Souza - FAMEMA Jetro Glaucus Demaman Sguarezi - USF Kauê Furlan da Rocha - UEL Leonardo Fantini – PUC Campinas Lucas Uback - FAMERP Luis Renan Centurion Gandolphi - UNIFESP Marco Aurélio Storto Alves - UNIFESP Maria Renata Mencacci Costa - FMUSP Marina Barbosa - UNESP Natália Bowkunouvicz Marcon - UNICAMP Natàlia Sahyoun Camargo - FAMERP Natalia Silva Braz - UNESP Pedro Teodoro Carlstron - FAMEMA Rodrigo Mota Cavazzani - FMUSP Thiago Luis Carvalho Barbosa - FMJ Victor Gomes Moretti - UNICAMP
Assessoria de Planejamento (AssPlan) Amanda Mayumi Umezawa Stadler - FEPAR Pedro Fernandes Moreno – UFRJ CPS A CPS é responsável por assessorar a DENEM em relação ao acúmulo teórica de políticas de saúde. Para tanto, estamos sempre atentos ao que está acontecendo no Brasil em relação a essa temática, atualizando-nos e contribuindo para as discussões dentro e fora da Executiva. Atualmente, temos produzido clippings de notícias, cartilhas e materiais de divulgação sobre temas como Controle Social, Planos de Saúde, Saúde da Mulher, Modelos de Gestão, entre outros. Além disso, em 2015, a CPS está ajudando a DENEM a construir como ocupará a 15ª Conferência Nacional de Saúde.
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Assessoria de Mídias e Resgate Histórico
Allan Brum – USP Mayara Secco – UFF Monique França – UERJ Roberta de Paola – UFMS Vinícius Neves – UFOP COES
Daniel Felix Valsechi - FAMERP Felipe Maia - FMP Larissa Rodrigues Jatobá - UFRJ Lucas Galhardo de Araújo – UEPA Belém
A Coordenação de Educação em Saúde (COES) é responsável por realizar o debate sobre a formação dos recursos humanos em saúde na DENEM. Esse debate é realizado a partir do conceito de determinação social da saúde e envolve questões sobre educação médica, Diretrizes Curriculares Nacionais (2001 e 2014), reformas curriculares, integração ensino-serviço-comunidade, influência do complexo médico industrial na formação médica, avaliações, residência médica, formação na atenção básica, entre
outros temas. Todos esses pontos são discutidos na perspectiva da formação de profissionais de saúde comprometidos com o avanço e a consolidação do SUS e preparados para atuarem como sujeitos críticos na transformação da sociedade. Atualmente a coordenação trabalha na articulação do Fórum online sobre DCNs, na produção de revistas sobre residência médica e influência da indústria farmacêutica na formação médica, na produção de uma cartilha sobre integração ensino-serviço-comunidade e no apoio aos regionais que acompanham processos de reforma curricular em suas locais. André Palma - Unicamp Danilo Amorim - UnB Danilo Martins - Unesp Erika Plascak - Unifesp João Costa - UEFS CPE A Coordenação de Políticas Educacionais (CPE) tem como função promover o debate e elaborar materiais referentes às Políticas de Educação vigentes e que interferem diretamente no ensino médico e no ensino geral com temas como avaliações, cotas, políticas de expansão universitária, acesso e permanência estudantil, democracia interna na universidade, dentre outros. Aprofundar temas referentes às Escolas Pagas, conforme deliberado durante o planejamento realizado no COBREM, produzir e disseminar os materiais elaborados sobre o tema para as Coordenações Regionais e Locais. O ano de 2015 fez com que pela conjuntura de corte de verbas do Governo Federal para o Ministério da Educação a CPE trabalhasse nos meses iniciais fortemente sobre os temas relativos ao Financiameno Estudantil (FIES) e ao corte de verba das Universidades Estaduais e Federais.
fomentar o debate sobre Ligas e seu papel na educação médica, além construir o primeiro Encontro Nacional de Ligas Acadêmicas. Ana Carolina Pôrto - UFF Levy Fukuoka - UFF Felipe Sabec - UFOP Michel Alves - UFPA CExU A CExU é a Coordenação de Extensão Universitária da DENEM. Através dessa coordenação problematizamos a nossa sociedade para entender a quais funções a universidade está servindo, colocando a extensão universitária como um importante instrumento dos estudantes no processo de organização dos trabalhadores e avanço de consciência. Consideramos que é a extensão universitária onde o estudando consegue superar os muros da universidade e levar o conhecimento adquirido através do ensino até à população e, através do contato com ela, retorna à universidade com suas demandas a serem colocadas tanto no ensino quanto na pesquisa, interligando todo o tripé universitário. Atualmente a CExU tem organizado formações abertas a todos os estudantes com temas que transpassem por esses assuntos que ocorrem mensalmente. Estamos produzindo uma cartilha para auxiliar o estudante a pensar no processo da extensão universitária e nos colocamos para ajudar as atuais extensões universitária existentes e a quem queira começar uma. Realizamos espaços de formação para a rede de ajuda nas locais em extensão universitária (RALExU) nos encontros da DENEM, a fim de capacitar estudantes interessados no tema a capilarizar em suas universidades e centros acadêmicos o debate e a prática em extensão universitária."
Alexandre Telles (UNESA) Eduardo Alvis Kutianski (FEPAR) Guilherme Barbosa (UFTM) Ivan Bonisson (FCMMG) Lucas Abreu (FCMMG) COCien A Coordenação Científica da DENEM tem o papel de trazer o debate de ciência dentro da executiva. Bem como estimular os estudantes a questionar nosso modelo de produção e reprodução do conhecimento científico. Atualmente, a COCien trabalha em conjunto com a Comissão Organizadora do ECEM (Encontro Científico dos Estudantes de Medicina) e com as Ligas Acadêmicas no sentido de
Laís C. Krasniak - UFSC Kemely Weiss – UFSC Ingrid Woerle de Souza - FAMEMA Yvana Snege - FAMEMA Natasha Kerr - UnB
COCult CoCult é a Coordenação de Cultura da DENEM! Cultura é tudo o que constitui a sociabilidade humana, ou seja, como nos relacionamos com o mundo, adquirimos hábitos, costumes e nos expressamos. Assim, a CoCult vem juntando esforços para analisar criticamente a forma como alguns valores são reproduzidos e como isso se reflete no dia-a-dia do estudante de medicina. Nossa coordenação vem debatendo, sobretudo, o tema de opressões na saúde, nas escolas médicas e na sociedade em geral. Tudo isso em conjunto com outras coordenações e com os movimentos sociais, visando dar suporte às locais, não somente no acúmulo teórico, mas no enfrentamento diário de uma realidade extremamente opressora. Algumas temáticas vêm ganhando destaque na DENEM, tais como: saúde da mulher, acesso à saúde das pessoas LGBT, movimento negro, guerra às drogas, reforma psiquiátrica, trote e currículo oculto, mídias, dentre outras. Temos trabalhado na veiculação de nossos eixos de discussão, através de campanhas online, formulação de cartilhas e na construção dos espaços da CoCult nos encontros da Executiva.
Maurício Petroli - UFRJ Vinicius Altoé - UFRJ Giselle Carvalho - UERJ Rogério Logrado - UFMA Murilo Ayres Tibiriçá - UNESP Leandro Yokoyama - UEPA Kalil Fregúlia - UEFS CEV A CEV é a Coordenação de Estágios e Vivências da DENEM. Ela é a responsável por organizar todos os intercâmbios da DENEM: SCOPE, SCORE, NBC, NBChina e os Estágios Nacionais. Além realizar todo o processo de seleção para os estudantes brasileiros que irão viajar, a CEV também realiza a alocação dos estudantes estrangeiros que vêm realizar seu estágio no Brasil. Durante o ano, a CEV planeja os contratos com as melhores opções de países para os estudantes de medicina do Brasil e finalmente os celebram durante sua participação na General Assembly da IFMSA.
Gabriela Rodrigues - FAMEMA Gustavo Melo - UFMG Miguel Jesus - UFBA Renata Mencacci – USP
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COMA A COMA é a Coordenação de Meio Ambiente da DENEM. Este ano, a COMA tem atuado em algumas frentes, levantando debates prioritários no campo da saúde, quais sejam: saúde rural e políticas de interiorização da medicina, saúde de populações indígenas, racionalidades médicas, movimentos sociais, criminalização da pobreza, vida nas cidades, sustentabilidade, população em situação de rua e mundo do trabalho.
Ana Clara Ribeiro - UNESP Athos Martini – UFSC Christiny Guimarães – UNIGRANRIO Matheus Barbosa – UNIFESP Stella Lage - UNESP
“Cada promessa é uma ameaça; cada perda um encontro. Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível, e os delírios outra razão. Somos enfim, o que fazemos para transformar o que somos”. Eduardo Galeano
IFMSA A IFMSA (International Federation of Medical Students’ Associations) é considerada uma organização não governamental fundada em 1951 na Dinamarca que representa atualmente 123 NMOs (National Member Organizations) em mais de 100 países, considerando 1,2 milhões de estudantes de medicina dos 6 continentes do mundo. Mais do que números, a visão da IFMSA consiste em compartilhar uma visão de saúde global, equipando com conhecimento, habilidades e valores estudantes, para que se tornem protagonistas de mudança a nível local e também global. Objetivos: Expor aos estudantes de medicina questões que envolvam saúde e sociedade, provendo a eles a oportunidade de mudar sua consciência e também sensibilizar seus pares. Facilitar parcerias entre organizações estudantis e organizações internacionais, trabalhando nas áreas da saúde, educação e sociedade. Prover oportunidade aos estudantes de realizarem intercâmbios de pesquisa e prática médica ao redor do mundo. Propiciar a realização de campanhas, projetos e programas a nível local, como também compartilhar essas experiências entre seus associados. Realizar treinamentos e capacitações para facilitar ao estudante de medicina a luta por direitos e mudanças sociais. Eventos A IFMSA realiza por ano duas Assembleias Gerais (General Assemblies): MM (March Meeting) e AM (August Meeting), além de encontros regionais (Regional Meeting). Nesses eventos ocorrem sessões para discutir os temas de cada comitê e também as questões mais organizacionais da entidade. Além disso, acontecem feiras de projetos, de intercâmbios, programas culturais e troca de experiências com mais de 900 estudantes de medicina de todo o
mundo. Participar de um encontro da IFMSA é uma vivência inesquecível. Cada associação tem direito a levar no máximo 16 delegados e cerca de 3 meses antes de cada encontro, a DENEM faz uma chamada em suas mídias sociais para aqueles estudantes que desejam participar. Fiquem ligados! Próximos encontros: AM2015 – Macedônia – em agosto RM2016 – Uruguai - em janeiro MM2016 – Malta – em março
Relação da DENEM com a IFMSA A IFMSA tem como princípio que apenas uma organização deva representar os estudantes de medicina de cada país, tendo o status de membro pleno (Full Member), que tem direito a voz e voto em suas assembleias gerais e instâncias deliberativas. No entanto, ela pode permitir que exista uma outra organização de cada país, que possui o status de associado (associate), como é o caso do Brasil, o que gera confusão e muitas vezes desgaste pessoal e político para os estudantes que não estão tão envolvidos no processo.
Delegação DENEM MM2015 Turquia
É importante deixar claro que não existe nenhum documento oficial ou extraoficial, a nível nacional por parte da DENEM ou internacional por parte da IFMSA, que proíba que existam dois comitês locais de cada associação na mesma escola médica. Naturalmente, por ser um dispositivo regulado pelas leis brasileiras, a representação oficial dos estudantes de cada curso, não só de medicina, é feita através dos centros e diretórios acadêmicos, que, por sua vez, são considerados comitês locais da DENEM. É importante salientar
que os CAs e DAs têm autonomia de participar ou não dos espaços deliberativos da DENEM, mas sempre que desejarem terão esse direito garantido estatutariamente. É sempre uma grande perda quando um centro acadêmico deixa de participar das decisões, pois além de não representar a opinião dos estudantes sobre determinado tema, também perde a oportunidade de apropriar-se de debates importantes e leva-los a sua base estudantil. A DENEM é apenas um meio de promover o encontro entre os verdadeiros representantes dos estudantes de medicina, que são os CAs e DAs, e de alguma forma organizar seus posicionamentos e representa-los a nível nacional e também internacional. Para entender melhor essa relação, é importante voltarmos um pouco na história. A DENEM iniciou seus contatos com a IFMSA de forma tímida no final da década de 80 através de participação nos programas de intercâmbios para estudantes de medicina (recebendo e enviando estudantes), com contratos fechados por telefone e correspondências postais. Chegamos a participar de uma Assembleia Geral (GA) em 1988 na Nigéria, mas até aquele momento éramos tidos apenas como Organização membro por correspondência com participação ainda bastante limitada. Na década de 90 tivemos primeira participação oficial na IFMSA em 1992 numa GA acontecida no Brasil, na cidade de Londrina – PR. A partir de então a DENEM buscou participação ativa na IFMSA com uma perspectiva clara de conquista de espaço enquanto entidade representativa dos estudantes de medicina brasileiros. Dessa forma, passou a frequentar os encontros da Federação, a promover atividades junto aos seus comitês de atuação e a pautar nossa estruturação, nossas defesas, nossa relação com os estudantes, nossos debates, projetos e campanhas. Chegamos a organizar o 2o Workshop de Educação Médica da IFMSA que aconteceu de 07 a 13 de janeiro de 1995 em Belo Horizonte – MG. Após conquista de significativa legitimidade e instigados pelo fato de não sermos reconhecidos até o momento como organização representativa dos estudantes de medicina brasileiros, fomos à GA de Barcelona em agosto de 1995, com a expressiva delegação de 40 pessoas (maior até que a delegação da própria Espanha), e ali lançamos candidatura a membro pleno. Ganhamos a eleição facilmente, demonstrando conquista expressiva de reconhecimento das demais organizações estudantis dos mais diversos países.
A DENEM e os comitês permanentes da IFMSA Por ter uma estrutura diferente da IFMSA, a DENEM precisa adaptar suas coordenações de área aos comitês permanentes da IFMSA. As discussões do SCOME (educação médica) são conduzidas pela COES (coordenação de educação em saúde), as demandas do SCOPH pela CPS e as do SCORA e SCORP pela COCult. Atualmente, são os coordenadores da CREx responsáveis por representar cada comitê frente a IFMSA e realizar o link com as coordenações da DENEM. Além disso, cabe à CEV a responsabilidade pelo SCOPE e pelo SCORE, além dos outros programas de intercâmbios disponibilizados pela DENEM: NBC, NBChina e os Estágios Nacionais. Por ter uma estrutura diferente da IFMSA, a DENEM precisa adaptar suas coordenações de área aos comitês permanentes da IFMSA. As discussões do SCOME (educação médica) são conduzidas pela COES (coordenação de educação em saúde), as demandas do SCOPH pela CPS e as do SCORA e SCORP pela COCult. Atualmente, são os coordenadores da CREx responsáveis por representar cada comitê frente a IFMSA e realizar o link com as coordenações da DENEM. Além disso, cabe à CEV a responsabilidade pelo SCOPE e pelo SCORE, além dos outros programas de intercâmbios disponibilizados pela DENEM: NBC, NBChina e os Estágios Nacionais. A IFMSA divide-se em 6 comitês permanentes que desenham sua linha de atuação mundial não só como representante estudantil ante a OMS mas também identificado as principais linhas de teorização e prática que um estudante dever ter em conta para sua vida profissional e também entender os mecanismos nos quais a saúde funciona a nível global. Enquanto à organização os comitês da IFMSA contam cada um com um diretor que tem assistentes regionais (Regional Assistants-RAs), oficiais de enlace (liason officer) e depois tem os oficiais nacionais (National Officers-NOs) e por ultimo se faz uma capilarização para chegar até o aluno pelos Local Officers (oficiais locais). O primeiro comitê a ser tratado será o SCOPH ou Comitê Permanente em Saúde Pública. Nosso representante nacional na gestão 2015 é o Igor Rezende (UFF). Este comitê parte da base de além de discutir políticas de saúde pública e
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debater as medidas de saúde global da OMS também trai a ligação da sociedade e a importância que um sistema de saúde de qualidade tem desde o ponto de vista do paciente. A história deste comitê começa em 1952 quando é criado o Comitê Permanente em Saúde do Estudante (SCOSH) para despertar interesse criar políticas de saúde referentes aos problemas de saúde global daquela época. SCOME, o seguinte comitê que nasceu na IFMSA é o Comitê Permanente de Educação Médica que se organiza em 1951 para discutir não só metodologia e objetivos de ensino, mas também para entender o médico como ferramenta
(UNESA-RJ) este ano são os seguintes: saber mais sobre os problemas que os refugiados, deslocados internos e outras pessoas vulneráveis populações enfrentam, colaborar com as ONGs no estabelecimento projetos de estudantes de medicina para trabalhar em campos de refugiados internacionais, educar os alunos e profissionais do sistema de saúde sobre os refugiados, pessoas de deslocação internos e outras populações vulneráveis sem saúde, sensibilizar e educar os profissionais de saúde em matéria de direitos humanos e violações, falar e agir por soluções pacíficas de conflitos e discutir e aprender sobre prevenção de conflitos; e criar e
de educação para que uma sociedade consiga se desenvolver e promover saúde assim como retificar seu papel como aplicador das políticas de saúde que um país pode ter. Se identificam como atuais desafios para a educação medica o fato de que os médicos de hoje em dia cada vez são menos motivados e capacitados para ensinar. Em vista de todos os avanços científicos dos últimos tempos se vê uma mudança global curricular afetando todas as nações e as habilidades básicas para ser um médico hoje em dia tem um nível cada vez mais complexo e mais exigente. A proposta que o comitê faz é aproximar os estudantes aos docentes e vise versa para poder construir novas metodologias adequadas para a realidade de cada nação traçando objetivos gerais entre os estudantes de diversas realidades. Este ano a nossa NOME (national Officer on Medical Education) é a Bruna Reis (UFF). SCORP Um dos mais novos comitês da IFMSA fundado em 1983 (bem pertinho da DENEM) é o Comitê Permanente em Direitos Humanos e Paz que trabalha na construção de promover a tolerância e o respeito dos direitos humanos. Racismo, Prevenção de Conflitos, Refugiados e Direitos Humanos são as quatro “frentes” que este comitê trata entendendo a importância de manter saúde como um dos mecanismos mais importantes para criar esperança entre as pessoas em momento de guerra e como ferramenta para manter a paz. Os objetivos do comitê que serão pactuados pelo Fellip Dutra
desenvolver cooperação em matéria de refugiados, a construção da cultura da paz, prevenção de conflitos e assegurando os direitos humanos. SCORA O comitê permanente sobre Saúde Reprodutiva, HIV/SIDA é o comitê mais novo dentro da IFMSA. Falar sobre a Saúde neste sentido é muito abrangente e abarca muitas relações sociais não só entre estudantes de medicina, mas com a sociedade em si. No entanto, em SCORA apenas no ano passado decidiu-se concentrar em cinco áreas principais no campo da saúde reprodutiva: Educação Sexual, Violência contra a Mulher, Saúde Materna, Acesso ao Aborto Seguro, e estigma e discriminação advogado para que estes assuntos alcancem alto impacto global. E, claro, uma parte importante do trabalho é focada em HIV / AIDS e sua prevenção. Abordando este tema através de campanhas do Dia Mundial da SIDA, programas de educação, e ter certeza que todos os membros estão atualizados sobre os últimos desenvolvimentos em matéria de luta contra o HIV. Dentro da DENEM Carlos Acosta (UFCSPA) desepenha o papel de NORA.
A DENEM e a realização de projetos e campanhas A realização de projetos e campanhas a nível nacional está preconizada pelo estatuto da DENEM. Os projetos nacionais consistem nos
encontros e congressos da DENEM que, por serem, amplos e multivetoriais conseguem abarcar vários aspectos da vida do estudante de medicina, desde o científico ao político, passando pelas discussões em saúde, educação médica e também nas vivências, que possibilitam a imersão do estudante em uma realidade normalmente diferente da sua e capazes de gerar um rico debate. Além disso, a DENEM acredita na Extensão Universitária como principal meio de realização de projetos a nível local. Através da sua Coordenação de Extensão Universitária (CExU), a DENEM capilariza esse debate e incentiva os estudantes a lutarem por uma extensão universitária de qualidade, na qual realmente transborde os muros da universidade e
consiga gerar uma autonomia e empoderamento às comunidades nas quais vão atuar. Esse é um método muito mais efetivo, tanto para a comunidade quanto para o estudante que, dentro do tripé universitário de ensino, pesquisa e extensão, consegue solidificar melhor a produção de conhecimento e trabalhar o conceito social da universidade. Hoje a CExU discute ainda os conceitos de extensão popular e universidade popular, que são vanguarda a nível nacional e mundial. Sobre as campanhas, são muitas ao longo do ano, como a campanha contra a EBSERH, campanha da saúde como direito, campanha em defesa da população trans etc. Não deixe de acompanhar nas nossas mídias sociais.
“Lutar pra nós é ver aquilo que o Povo quer realizado. É ter a terra onde nascemos. É sermos livres pra trabalhar. É ter pra nós o que criamos Lutar pra nós é um destino é uma ponte entre a descrença e a certeza do mundo novo.” Agostinho Neto
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INTERCÂMBIOS DENEM – SCOPE E SCORE Você sempre sonhou em fazer um intercâmbio, mas nunca teve uma oportunidade? Você sempre quis conhecer outras culturas? E agora que você faz medicina, não vê a hora de se formar, tem medo de perder um período e vai adiar esse sonho mais um pouco? Não é necessário! Através dos intercâmbios promovidos pela DENEM, você pode realizar estágios internacionais em prática e pesquisa médica sem perder o semestre. Os intercâmbios de prática e pesquisa médica tem duração de um mês e por meio deles nossos alunos podem vivenciar uma experiência única, estando inseridos em um sistema de saúde diferente. Durante o período de intercâmbio o país anfitrião oferecerá ao estudante pelo menos uma refeição gratuita por dia, ou o equivalente em dinheiro, alojamento gratuito, além de programas culturais. Os estágios do SCOPE e SCORE são reconhecidos internacionalmente por diversas instituições renomadas tais como a Organização das Nações Unidas – ONU e Organização Mundial da Saúde – OMS. Logo, além de aprimorar seus conhecimentos científicos, conhecer uma nova cultura, melhorar seu idioma, seu intercâmbio é reconhecido por órgãos internacionais de extrema importância. Para participar é muito simples! Basta procurar seu Centro Acadêmico para saber quem é o responsável pela Coordenação Local de Estágios e Vivências – CLEV - e contactá-lo para saber sobre as oportunidades de intercâmbio no momento. Caso sua faculdade ainda não possua CLEV, você deverá procurar um Coordenador Regional para que ele indique uma outra CLEV próxima a sua para a realização de intercâmbio. Todo final de ano, geralmente entre outubro e novembro, a Coordenação de Estágios e Vivências – CEV da DENEM publica um edital através do qual você pode se candidatar para concorrer a uma das mais de 500 vagas que são oferecidas anualmente. Esse edital oferece vagas para intercâmbios a serem realizados de Abril do ano seguinte até Março do outro ano. Para participar, em primeiro lugar, é necessário que você veja as condições de intercâmbio do seu país de desejo no site da IFMSA – www.ifmas.org e se assegurar de que você tenha todos os pré-requisitos. Depois, você deve acumular pontos, que são obtidos através das atividades acadêmicas que você realizou dentro da sua faculdade, tais como participação no Centro Acadêmico, Ligas, Extensão, Iniciação Científica, Congressos e Cursos, além de atividades relacionadas aos intercâmbios, a quantidade de estudantes que sua faculdade recebeu naquele ano, além de ser anfitrião de alguém etc. Depois disso, você mandará os documentos que comprovem essas atividades e aguardará o resultado. Caso você não tenha sido selecionado, não se preocupe, a CEV publica editais de sorteio até que as vagas remanescentes se esgotem. Nesse tipo de edital, é necessário somente que você tenha participado de uma oficina de capacitação em estágios e vivências desenvolvida por sua CLEV/CLEV assistente. Caso você tenha sido selecionado, você deve procurar sua CLEV, para que ela libere sua Aplication Form – AF – a qual você deve preencher, conforme as Exchange Conditions - ECs, com a data, 3 cidades de desejo e 4 departamentos/pesquisas e enviá-la, juntamente com todos seus documentos(salvo seguro saúde, que pode ser enviado quando você receber sua Carta de Aceitação) para sua CLEV para que ela encaminhe para a CEV e esta enviará para o país de desejo. Isso deve ser realizado em até dois meses depois que o estudante tiver sido selecionado ou até três meses antes do início do estágio, o que vier primeiro. Deve-se atentar, ainda, às Exchange Conditions do país de desejo, porque em alguns casos, o prazo para o envio da AF pode ser menor, 4 meses antes do estágio, por exemplo. Depois disso, você deverá esperar sua CLEV te contactar para avisar sobre o recebimento da sua carta de aceitação, documento no qual constará os detalhes do seu aceite – hospital, data e departamento no qual você foi aceito e também uma pessoa do país com a qual você poderá entrar em contato. A carta de aceitação chega, geralmente, no máximo 8 semanas antes do início do seu estágio. Somente após o recebimento da carta de aceitação, você deverá comprar sua passagem. Por último, você deverá enviar sua Carta de Confirmação em até 4 semanas antes do início do seu estágio, com os detalhes do seu vôo e da sua chegada e partida. E enfim, é só esperar para ir viajar e conhecer um pessoas e lugares maravilhosos, aproveitar de seu estágio e depois, voltar, para contar sua experiência incrível para as outras pessoas. Qualquer dúvida que você possa ter, você deve contactar sua CLEV para que ela possa te esclarecer. A DENEM está ansiosa para que você participe de seus programa de intercâmbio!
NÚCLEO BRASIL CUBA A DENEM realiza um contrato de intercâmbio com a Federación Estudiantil Universitaria (FEU), entidade que responde pelos estudantes de medicina cubanos. Esse intercâmbio se organiza em duas etapas: a etapa cubana, quando estudantes brasileiros vão a Cuba e a etapa brasileira, quando estudantes cubanos vêm ao Brasil. O Núcleo Brasil-Cuba é um intercâmbio que promove integração cultural, política e científica entre os dois países. A escolha de Cuba para realizar um intercâmbio não é ao acaso, no intercâmbio busca-se compreender a influência causada pelo modo de vida e pela política de saúde cubana no processo saúdedoença da população.
Cuba ocupa, hoje, o 44º lugar no ranking de IDH no mundo (0,815), mesmo sendo um país considerado subdesenvolvido, enquanto o Brasil ocupa o 79º lugar no mesmo ranking (0,744) e é um país dito em desenvolvimento. Além disso, os indicadores de saúde cubanos são surpreendentes quando comparados com de outros países, principalmente quando comparado com países com taxa de desenvolvimento parecida. Levando em consideração que tanto no Brasil como em Cuba os Sistemas de Saúde são públicos, universais e pautados na atenção primária, quais as diferenças que estariam por trás de dados tão discrepantes?
Na tentativa de responder essa questão, a programação do intercâmbio promove uma inserção do estudante em todos os níveis de atenção da saúde cubana, uma saúde verdadeiramente pautada na atenção primária. Além disso, a vivência demonstra a influência do modelo de governo adotado em Cuba no funcionamento da Saúde e cria uma visão crítica a todas as peculiaridades do país. Por fim, os estudantes que participam do intercâmbio conseguem entender o funcionamento do Sistema de Saúde cubano e podem compará-lo com de outros, inclusive do seu país. É imprescindível que os estudantes, futuros médicos, sejam capazes de compreender como a Saúde Pública se organiza para que, então, sejam atores ativos das mudanças que o Sistema de Saúde brasileiro precisa.
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NÚCLEO BRASIL CHINA O Núcleo Brasil - China (NBChina) é um intercâmbio bilateral em medicina com foco científico, político e educacional entre a DENEM e a Universidade de Medicina Tradicional Chinesa em Xangai (SHUTCM).
O NBChina é dividido em duas etapas, o momento em que brasileiros vão para China e o momento que Chineses vão para o Brasil. O programa brasileiro visa a interação do estudantes estrangeiro com o sistema de saúde brasileiro em todos os níveis de complexidade através de atividades práticas e teóricas como também o debate sobre educação medica, saúde pública, política de saúde e determinação social do processo saúde doença. O programa de intercâmbio chinês é baseado em atividades teóricas onde o estudante conhece os fundamentos da medicina chinesa, técnicas de diagnóstico em medicina chinesa, pontos energéticos e meridianos, as ervas mais usadas, aplicação clínica da acupuntura, como também atividades de inserção
Imagens fornecidas pelo projeto da Universidade Estácio de Sá – RJ, no qual foi baseado no NBChina.
cultural a fim de que o estudante conheça o estilo de vida população e como o "saber popular" influencia na prevenção de varias doenças. Entendendo a experiência intercultural em medicina como importante elemento para a formação critica e pessoal do futuro medico a DENEM promove o NBChina
a fim de inserir o estudante de medicina nesta realidade de formação que muito difere do modo de viver ocidental. A análise da influência do estilo de vida assim como a determinação social no processo saúde doença é uma interessante questão a ser discutida. Dessa forma a partir de diferentes experiências em medicina, é possível quebrar paradigmas, diminuir preconceitos e aproximar o futuro médico de uma diferente forma de "fazer saúde", estimulando a reflexão sobre o seu próprio "saber “e o protagonismo profissional em diferentes áreas para a aplicação do mesmo em sua comunidade.
COMO MONTAR UMA CLEV? O QUE É CLEV? A CLEV (Coordenação Local de Estágios e Vivências) é um dos contatos diretos da DENEM (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina), através da CEV (Coordenação Nacional de Estágios e Vivências) e do centro acadêmico, com os estudantes de cada faculdade/universidade que participa dos estágios da DENEM. A CLEV é o responsável por fazer a coordenação do processo de seleção, dentro de sua faculdade, dos estudantes interessados em fazer um desses estágios. Cada seleção para estágios é realizada através de editais referentes à modalidade escolhida. O papel da CLEV é importantíssimo no processo de oferta, elaboração e execução dos estágios, uma vez que ele é o contato direto da DENEM (através da CEV) com o estudante. O fato de oferecer estágios é um mecanismo muito eficaz de o centro acadêmico interagir com os estudantes, possibilitando a troca de experiência tanto dos estudantes que vão participar dos estágios, como dos que recebem os intercambistas de outros países. PASSO-A-PASSO 1. Apresente a ideia para seu CA/DA, peça uma carta de respaldo (podemos fornecer um modelo). 2. Aprovada a ideia, crie um email “clev[sigladasuauniversidade]@gmail.com”, e solicite inclusão na lista do Google Groups. Crie também um Perfil para a sua CLEV no Facebook, e solicite inclusão no grupo de perfis de CLEVs. 3. Marque uma reunião com o diretor de sua faculdade. Apresente o projeto e as vantagens (1) para sua faculdade e peça apoio (2) da instituição, tudo de acordo com as regras da sua faculdade. Não deixe de explicar que possíveis acidentes com o(a) intercambista serão cobertos por seguro feito pelo próprio estudante. 4. Algumas vantagens que podem ser argumentadas: a) Divulgação nacional e internacional de projetos de pesquisa, dos serviços e nome da faculdade. b) Envio dos alunos da própria faculdade para outras instituições brasileiras e estrangeiras internacionalmente reconhecidas. Tudo com estadia, uma alimentação diária e orientação incluídas no programa. c) Oportunidade de trocar experiências e conhecer novas culturas na própria faculdade.
d) Associar o nome a uma associação reconhecida pelo Ministério da Saúde, ONU e OMS. e) Ampliar as atividades das Ligas Acadêmicas e Projetos de Extensão, permitindo maior integração entre elas. Além do reconhecimento/autorização faculdade, o apoio pode ser dado na forma de alimentação grátis para os intercambistas no refeitório/lanchonete da faculdade/hospital, transporte terrestre do aeroporto até a casa do anfitrião etc. Às vezes vale a pena pedir! 5. Depois que o projeto obtiver apoio, é necessário conseguir os projetos que vão oferecer as oportunidades de intercâmbio: a) Visite os professores ou responsáveis pelos departamentos, projetos de pesquisa ou projetos de extensão e explique sobre o Intercâmbio e Estágios e Vivências da DENEM e as vantagens (ler item 2A) em participar desse programa. b) Peça-lhe para disponibilizar a possibilidade de estágios para estudantes brasileiros e estrangeiros (comece pelos professores e projetos mais legais e já os inscreva como um programa de Intercâmbio, Estágios e Vivências. Geralmente quando o programa começa a dar certo, os outros professores e estudantes também se interessam!). 6. Cada projeto deve ter um professor responsável, o número de alunos que serão aceitos por mês, quantos meses durante o ano o projeto está disponível, qual a língua exigida, a carga horária de trabalho exigida e os pré-requisitos. No caso dos programas de pesquisa (SCORE/GAP), enviar a ficha de cadastro preenchida para o Coordenador Nacional responsável pelo programa de Intercâmbio (NORE). O modelo padrão de formulário esta no Manual de CLEV. 7. Preencha o Formulário de Cadastro do Programa de Intercâmbio. 8. Estabeleça quais são as Condições de Intercâmbio, Estágios e Vivências do seu CA/DA e faculdade, ou seja, que período que vocês podem receber estudantes, quais são os pré-requisitos etc. É bom lembrar que a IFMSA permite que alunos de outras áreas da saúde ou biológicas realizem o intercâmbio, se seu CA/DA ou faculdade não permitir isso, deve estar explicito nas condições de intercâmbio.
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9. Envie o texto sobre a sua faculdade para ser postado na página IFMSA ExPlorer http://www.ifmsa.org/ExPlore/Brazil-DENEM, incluindo as Condições de Intercâmbio de sua faculdade. Faça-o seguindo um modelo proposto, desta maneira, poderemos montar juntos material de divulgação de locais para a DENEM e para a IFMSA. 10. Elabore uma apresentação em Power Point e/ou HTML (em inglês e português) com fotos e informações sobre sua cidade e faculdade para os incomings, tomando o texto como roteiro. 11. Inicie a divulgação dos programas de intercâmbio, estágios e vivências para os alunos de sua faculdade. Faça cartazes, converse conosco, envie e-mails, realize oficinas de intercâmbio, estágios e vivências explicando como é fácil realizar intercâmbio em outras faculdades de muitos estados brasileiros e países. Já temos um modelo sugerido para oficina e cartazes, para facilitar a sua vida de CLEV recente! Pode criar também uma página no Facebook, para divulgar relatos e novidades. Atenção! Prepare-se para uma enxurrada de pedidos de intercâmbio! 12. Em breve, além de enviar estudantes, você também receberá alguns pedidos de intercambistas para realizar intercâmbio em sua faculdade. Prepare-se!!! Organize-se!! Mas não se assuste... Crie um cadastro para padrinhos/anfitriões.
13. Cada estudante recebido ou enviado pela sua escola paga uma quantia em dinheiro, que deverá ser repassado a DENEM. Parte dessa quantia coletada será repartida no mês de janeiro entre os CA/DA proporcionalmente ao número de intercambistas recebidos pela faculdade no período do ano anterior. Prioritariamente essa quantia deve ser utilizada localmente na melhoria da qualidade do intercâmbio, cobrindo gastos com telefone/correios e promovendo a presença dos Coordenadores Locais de Estágios e Vivências (CLEV’s) em eventos de Intercâmbio promovidos pela DENEM. Os eventos da DENEM que envolvem intercâmbios são: Planejamento no Congresso Brasileiro dos Estudantes de Medicina – COBREM (jan) Encontro de Capacitação em Estágios e Vivência – ECEV (mar/abr) Oficina no Encontro Científico dos Estudantes de Medicina – ECEM (jul) Fórum de Estágios e Vivências – FEV (out/nov) Oficinas de Capacitação nos Encontros Regionais (EREMs) – (mai/jun) A presença de algum representante da faculdade no ECEV e/ou no FEV confere pontos a todos os estudantes da instituição. Há ainda outro bônus atribuído a todos por número de estudantes recebidos, e também pela presença do CA/DA nas Reuniões Ordinárias de Executivas – ROEx, que ocorrem aproximadamente a cada 2 meses.
FELSOCEM É uma organização não governamental, não partidária, científica, sem fins lucrativos, incompatível com toda atitude sectária no campo político, racial, religiosa ou social, regido por princípios que incluem a investigação médica como uma fonte de conhecimento para aumentar a estado de saúde de nossos povos. A história da FELSOCEM começa em 1986, há 21 anos que conduz o Congresso Científico Sul-Americano de Estudantes de Medicina que foi pela primeira vez em Valparaiso, Chile (I CCI FELSOCEM), que levou à criação de uma sociedade internacional, que mais tarde tornou-se a Federação atual. A fim de cumprir a sua meta global, FELSOCEM visa alcançar os seguintes objetivos: 1. Estimular o processo de preparação de graduação e de atualização cientifica contínua dos estudantes de medicina. 2. Promover pesquisa médica dentro dos padrões éticos internacionais em busca de maior bem-estar para os seres humanos e com a comunidade. 3. Elaborar e executar programas para a formação de estudantes de medicina em atividades de investigação. 4. Desenvolver através da organização e patrocínio de eventos nacionais e internacionais, as ligações entre as sociedades científicas de estudantes de medicina
da América Latina, incentivando conhecimento científico e tecnológico.
a
troca
de
5. Para servir como porta-vozes para a comunidade científica latino-americana, e os formuladores de políticas de investigação do corpo do estudante na área da saúde na América Latina. 6. Para contribuir para a disseminação do conhecimento médico científico no âmbito da comunidade universitária da América Latina e meios de comunicação comunitários especialmente científico, educacional e social. 7. Promover programas de ensino, assistência e pesquisa que constituem alternativas para resolver a problemática da saúde da comunidade latina. A fim de alcançar melhores resultados de desempenho e divulgação de informações, FELSOCEM está estruturado e distribuídos geograficamente em 4 áreas de acordo com os países que a compõem. ZONA A: Argentina, Brasil, Paraguai. AREA B: Peru, Bolívia, Chile. ÁREA C: Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Trinidad e Tobago. ZONA D: México, República Dominicana, Cuba, Porto Rico, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá.
WWW.FELSOCEM.NET
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EVENTOS DA DENEM Congresso Brasileiro dos Estudantes de Medicina (COBREM) É o primeiro evento da DENEM no ano e a segunda maior instância deliberativa da Executiva, ocorre preferencialmente no mês de Janeiro e é nele que se constrói o planejamento para aquele ano. Através da metodologia do PES (Planejamento Estratégico Situacional), os delegados elegem as frentes, constroem cada uma das ações e elencam os atores para aquelas ações. Todos os estudantes de medicina tem direito a voz no Congresso, mas apenas votam delegados eleitos nas faculdades, numa proporção de 1 delegado para cada 100 estudantes. Além dos delegados eleitos, cada CA/DA tem direito a indicação de um delegado. No COBREM também é eleita e empossada toda a gestão da DENEM, excetuando-se os Coordenadores Regionais que são eleitos nas Reuniões Regionais e apenas empossados no Congresso. O evento conta com uma programação de formação que dura os primeiros dias, seguido da programação de planejamento que perpassa todas as atividades do Planejamento Estratégico Situacional. Reunião de Órgãos Executivos (ROEx) Os Órgãos Executivos da DENEM são os Centros e Diretórios Acadêmicos de cada faculdade de Medicina do Brasil. A ROEx é a instância deliberativa imediatamente inferior ao COBREM e cada CA/DA possui um voto. São eventos mais burocráticos, nos quais, contudo, vem se adotando uma característica mais formativa ao longo dos últimos anos, inclusive com deliberações do COBREM para que isso aconteça. Nelas, é possível debater e deliberar posicionamentos da Executiva, aprovar programações de eventos, apresentar propostas, além de se fazer repasses do que vem acontecendo no Movimento Estudantil de Medicina em cada CA/DA presente. Encontro de Capacitação em Estágios e Vivências (ECEV) O ECEV é um encontro da DENEM feito especialmente para Comitês Locais de Estágios e Vivências (CLEV), no intuito de apresentar e instruir o funcionamento dos intercâmbios da Executiva, tanto os promovidos pela IFMSA (SCOPE e SCORE), quanto aqueles realizados através de parcerias com Universidades e entidades no exterior (NBC e NBChi). A programação do ECEV é integralmente montada
pensando em todos as informações que as CLEVs necessitam ter: desde de como se abrir um novo Comitê Local até a capacitação na realização das inscrições de estudantes, na utilização do database, entre outros. Além disso, no ECEV se perpetua uma tradição que foi criada nas Grandes Assembleias Gerais da IFMSA que é a Foods and Drinks Party, uma festa para troca de experiências culturais através de comidas e bebidas trazidos de todos os cantos do Brasil. Fórum de Estágios e Vivências (FEV) É o evento no qual são discutidos e aprovados os editais de seleção de todos os intercâmbios que a Executiva promove. Nele, os estudantes podem debater sobre as regras do edital, os valores das taxas, as pontuações das atividades e a forma de seleção. Durante o FEV as propostas de editais são levadas por uma Comissão de Editais, que foi eleita no COBREM. Essa proposta foi amplamente discutida pela Comissão e será amplamente discutida novamente com todos os estudantes. Por fim, há algum tempo a Executiva tem alocado uma ROEx dentro do evento do FEV, já que os editais precisam ser aprovados e a ROEx é um espaço deliberativo. A presença da ROEx dentro do FEV faz com que os atores das propostas de modificações do estatuto possam defendê-las e votar, sendo a proposta vencedora aquela que tiver maior número de votos de Centros Acadêmicos. Seminário do CENEPES O Seminário do Centro de Estudos e Pesquisas de Educação e Saúde da DENEM, é um seminário construído pelas 8 (oito) Coordenações de Área da Executiva que contemplam os temas que essas coordenações produzem ao longo do ano, baseado também, mas não exclusivamente no planejamento que foi feito no COBREM. É um seminário de aprofundamento das pautas, no qual os temas são apresentados, confrontados, debatidos e construídos através de mesas, painéis, oficinas e vivências.
Encontro Científico dos Estudantes de Medicina (ECEM) É um encontro que antecede a existência da DENEM, a criação da Executiva aconteceu durante o
XVII ECEM, e a partir de então ela assume a realização do evento. O ECEM é o maior e consequentemente principal encontro da Executiva e considerado o fórum máximo de deliberação. Nele, todos os estudantes de medicina inscritos tem direito a voz e voto. Dentro do ECEM são criados Grupos de Trabalhos (GDTs), esses grupos formados por estudantes discutem determinado tema e a partir disso retiram um posicionamento para aquele tema. O resultado dos GDTs é então passado em plenária e a partir disso aprovado ou não.
Nos seus 8 dias de programação, contempla diversas áreas de interesse dos estudantes, como mesas que abordem aspectos científicos, culturais e políticos, painéis, além de apresentação de trabalhos científicos, mini-cursos, oficinas, debates, vivências, conferências nessas áreas e eventos culturais todos os dias. Encontro de Capacitação em Extensão Universitária (ECExU) O ECExU é um encontro organizado pela Coordenação de Extensão Universitária (CExU) que se dispõe a discutir aquilo que vêm sendo produzido pela coordenação ao longo da existência da Executiva. O encontro propicia discutir sobre os diferentes tipos de extensão, através da troca de experiências entre as diferentes Instituições de Ensino Superior e Movimentos Sociais, criando entre os estudantes o compromisso com a Extensão Universitária de caráter popular e disponibilizando instrumentos para que busquem engajamento em projetos deste gênero. Além disso, o espaço é aberto para discutir e formular sobre a Educação e a Extensão Popular, na busca de ampliar e difundir essas ideias em diferentes locais do Brasil.
FERRAMENTAS NECESSÁRIAS: DIVULGAÇÃO E HANDOVER Um fato sobre o movimento estudantil é que seus protagonistas possuem muita boa vontade de atuar, mas muitas vezes faltam algumas habilidades que naturalmente poucos entram na universidade dominando bem: divulgação e visão de continuidade. A capacidade de comunicação é essencial. É comum vermos centros acadêmicos que trabalham muito durante toda uma gestão, mas não são reconhecidos porque não conseguiram se comunicar muito bem com sua base estudantil. O contato deve ser contínuo e bilateral, ou seja, deve-se sempre procurar um feedback sobre o que os participantes de um evento ou atividade acharam, por exemplo. Além de ajudar a manter o contato, desenvolve também ideias de aperfeiçoar projetos. Hoje contamos como redes sociais ajudam muito no trabalho de divulgação: facebook, instagram, blogs, websites, whatapp, listas de email etc. tudo isso deve ser utilizado, o importante é capilarizar ao máximo a informação.
Além disso, é preciso aperfeiçoar também o material de divulgação. Não custa muito ser mais informal e descolado para atingir o público alvo. Aprender a utilizar o corel ou photoshop é mais fácil do que você imagina, existem vários tutoriais na internet e é um aprendizado para a vida. Sobre a visão de continuidade, utilizamos muitas vezes o termo “handover” ou repasse. Você pode passar vários anos do curso ocupando um cargo no ME, desenvolvendo habilidades, fazendo contatos importantes, no entanto, não tem a percepção de que um dia você irá se formar e que alguém precisa continuar o trabalho. Assim o movimento acaba desfalecendo até alguém chegar e construir tudo novamente partindo do zero. Sempre que possível, tente buscar pessoas novas para te acompanhar no trabalho e compartilhar com ela suas vivências. A semana de calouros das universidades é também um excelente espaço para encontrar pessoas novas e dispostas a continuar uma causa. Seja no CA/DA, CLEV ou DENEM, pense sempre adiante.
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MENSAGEM FINAL: MOVIMENTE-SE. Seis anos de medicina... Sem sombra de dúvidas é uma jornada e, a cada breve etapa, é fácil perceber o quanto mudamos, o quanto diversos aspectos de nossa vida cotidiana adquirem novos realces, novas percepções, novos significados. Aos poucos vamos deixando de sermos responsáveis apenas por nossas vidas e nos tornando capazes de cuidar e de interferir de diversas formas sobre o processo de saúde-doença, sobre a vida de outros seres humanos. Para tanto, durante essa jornada, passamos por um longo processo de formação, responsável por todas essas mudanças, pelo aprendizado técnico e humano ou, em última instância, pelo médico que nos tornaremos. Como médicos, além de lidarmos com nossas questões particulares, com o adoecimento de nossos pacientes, atuaremos num sistema de saúde - talvez uma das formas mais aparentes de enxergarmos diversos problemas sociais e contradições da sociedade. E neste momento podemos refletir sobre a nossa formação e nos questionar - fomos preparados para lidar com todas as demandas que os pacientes irão nos trazer? Considerando o modelo de sociedade em que vivemos, regida pela desigualdade, em que grande parte da população não tem acesso a direitos como saúde, educação, cultura e são exploradas pelo trabalho, numa sociedade em que nossa dignidade enquanto seres humanos é sistematicamente atacada com o tolhimento de liberdades individuais (sobre o próprio corpo, sobre a própria sexualidade e identidade de gênero), em que negrxs e indígenas, por exemplo, tem sua condição humana subjugada, sendo ainda mais vítimas da falta de direitos e das diversas formas de opressões, fica claro que apenas o raciocínio e as habilidades médicas não contemplam todas essas adversidades que também nos adoecem. A teoria de que a realidade social a que uma população é submetida determina o seu adoecimento chama-se determinação social do processo saúdedoença e nos ajuda muito a compreender as diversas contradições que encontraremos durante a nossa trajetória pela medicina. É pautada nela que a DENEM defende e luta pela estruturação do nosso Sistema de Saúde - 100% público, estatal, gratuito e de qualidade - o SUS, acreditando que a luta pela consolidação do direito à saúde nos mobilize pela conquista e consolidação de outros direitos. Para tanto, convidamos todxs xs estudantes de medicina a participarem de alguma forma na construção desse movimento - pelos seus Centros e Diretórios, reivindicando nossas demandas imediatas enquanto estudantes de medicina em nossas faculdades, uma formação socialmente referenciada nas demandas da população, bem como nos colocando junto aos movimentos sociais que atuem buscando a estruturação de um novo “Se você quer ir rápido vá modelo de um novo modelo de sozinho. Se você quer ir sociedade.
“É que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.” (Cora Coralina)
longe, vá acompanhado.” (Provérbio africano)