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NEY e apenas o piano de Leandro Braga
Matogrosso se apresenta em sua forma mais despojada de todos os tempos, apenas com o piano de Leandro Braga, um dos maiores acompanhantes e arranjadores do Brasil. Colaborador do cantor há quase trinta anos, Braga é conhecido pelo gosto requintado e pela imaginação. Aprimorou o trabalho de muitos ícones brasileiros: Chico Buarque, Edu Lobo, Marcos Valle, Ivan Lins, Elba Ramalho, Beth Carvalho, Fafá de Belém. Também, lançou vários de seus próprios álbuns, incluindo o aclamado Fé Cega (Fé Cega), um jazz tributo a Milton Nascimento.
O repertório do show de Matogrosso faz um grande recorte de sua história, ao mesmo tempo em que destaca diversos momentos dramáticos das últimas nove décadas do pop brasileiro. O cantor rememorou os anos entre 1971-1974 com os Secos & Molhados, banda que inflamava a censura brasileira. Mergulhou na década de 1930 com “Último Desejo”, a trágica balada de amor rejeitado do pioneiro do samba Noel Rosa; e “Da Cor do Pecado”, que compara a raça e o fascínio sexual de forma ousada.
Assim, o Brazilian Times foi recebido com muito carinho e atenção pelo cantor para uma rápida entrevista.
BT - Qual sua expectativa com relação ao seu show "Desconectado" aqui em NY? Haverá uma participação especial da Ícone do Fado Português MARIZA. Qual foi o motivo para o convite, uma vez que muitos o consideram a "lenda do Glam-Rock brasileiro".
O espetáculo será somente com os clássicos da música popular brasileira. Será um show bem curtinho, mas estou aumentando e vou adicionar mais músicas que já cantei. Fiz despretensiosamente, eu e o Leandro Braga.
A fadista Mariza recebeu o convite e solicitaram-na que convidasse duas pessoas da língua portuguesa, assim ela chamou-me a um africano que ainda não conheço. Mariza disse que gostaria de cantar comigo e chegando por lá, vamos ensaiar porque esta questão de tom é um tema complicado, mas vou adorar cantar com ela.
BT - Você lançou o livro de suas memórias, intitulado “Vira-lata de raça” (Editora Tordesilhas), com texto de Ramon Nunes Mello. Por que esse título "Vira-lata de raça"?
"O Vira Lata de Raça" já saiu há um tempo e, atualmente, já temos a biografia. Porém, o "Vira Lata de Raça" começou como uma autobiografia onde busquei todas as minhas entrevistas, pois tenho entrevistas guardadas desde os anos 70. Então partiu de uma coisa assim, e como não sou escritor, foi solicitado a um poeta que escrevesse o livro e também, terminei por conceder duas grandes entrevistas a fim de finalizar o livro.