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L I T E R A T U R A
A obra, já presente nos mercados dos Estados Unidos e Inglaterra, nos quais tem obtido grande sucesso de público e crítica, já teve seus direitos vendidos em vários outros países, dentre os quais a Rússia, Coreia do Sul e China.
O livro reitera que a natureza nunca mais foi a mesma depois que o homem surgiu. Desde o início, a humanidade caçou, poluiu e levou centenas de espécies à extinção Transformou lobos em cães boston terriers, teosinto (milho antigo) em pipoca e repolho selvagem em couve e brócolis. À medida que os ancestrais aprenderam a caçar, a domesticar animais e a viajar, suas ações e deslocamentos criaram condições para que as espécies se adaptassem e evoluíssem.
Porém, as mudanças recentes são diferentes. As biotecnologias atuais permitem interferir em espécies com mais rapidez e precisão do que nossos ancestrais A inseminação artificial, a clonagem e a edição de genes melhoram o controle sobre o DNA transmitido à próxima geração, aumentando ainda mais a capacidade de intervenção humana como força evolutiva, que é maior do que nunca. “Devemos reconhecer, aceitar e aprender a controlar esses poderes”, observa a autora, que mostra, em seu instigante texto, como o homem chegou até aqui e quais os dilemas e possibilidades para o futuro.
Beth Shapiro relata ter dividido a história da mudança das relações da espécie humana e das demais em duas partes, que separam, de maneira aproximada, o antes e o depois do advento das tecnologias de engenharia genética, que muitos veem como um momento decisivo da capacidade de manipular a natureza. A Parte I, “Como é”, se desenvolve em três estágios cronológicos da inovação humana: predação, domesticação e conservação. A Parte II, “Como poderia ser”, explora as biotecnologias do próximo estágio.
Histórias curiosas
O livro é repleto de histórias curiosas sobre a própria autora e sua trajetória como cientista Quando ela fala sobre estudo de DNA antigo, por exemplo, conduz o leitor ao mundo dos mamutes e dos bisões. Estes, aliás, são uma de suas especialidades. Ela própria relata o motivo: numa divisão de estudos sobre espécies, seus colegas mostraram pouco interesse pelos bisões. “Embora eu não estivesse exatamente apaixonada por bisões, via o DNA antigo como algo extremamente interessante”, lembra. O bisão é um animal muito interessante, que remonta à PréHistória. Quase foi extinto duas vezes. Na segunda, só não foi por intervenção humana.