Ezine terror 2015

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EZINE TERROR



2015


ilustração e ba


anda desenhada


íNDICE

E C I ÍND

introdução - João RAZ ENTREVISTA COM RICARDO DRUMOND making off CAPA EZINE TERROR ARTE DE RICARDO DRUMOND GALERIA DOS HORRORES CRÓNICAS DE APEP O MEDO DE NELSON VALADAS O HORROR ... DE JOÃO AMARAL BANDAS DESENHADAS AUTORES AGRADECIMENTOS FICHA TÉCNICA


autores Álvaro Justino

Luis Belerique

Ana Catarina Eusébio Ana Pais André Silva Artur Filipe Carlos Rocha Cassandra zamorano Catarina Silva David Coelho Dina Barbosa Diogo Carvalho Fernando madeira Filipe Duarte Inocência Dias Jo Fevereiro João Amaral João Gordinho João Monteiro João Pedro João Raz Liliana Maia

Luís Maiorgas Marco Gomes Mário Simões Mitsu Bing Blinger Moisés Gaspar Almeida Nelson Mota Nelson Valadas Nuno Dias NUNO RIBEIRO Oscar Sá Paulo Vicente Quico Nogueira Rafa Pinheiro Ricardo Drumond Rogério Perdiz Rui Ramos Samuel Malaia Sandra Rocha Sérgio Santos Tiago Dinis


INTRODUÇÃO JOAO RAZ

http://joaoraz.wix.com/joaorazpt/

“ T hat is not dead w hich can eternal lie , A nd w ith strange aeons even death ma y die . ” - T he N ameless C it y -

H . P . L ovecraft

O encantamento literário da escuridão que o autor criou nos seus livros originaram uma legião de autores pelo mundo fora e uma devoção que dura até aos nossos dias. Uma inspiração para todas as vertentes artísticas como por exemplo o cinema, ilustração, música, banda desenhada, entre outros. Não queria começar a introdução do Ezine Terror sem referir o meu autor de sempre, que me fez “olhar” para o sobrenatural e para o terror de uma forma mais entusiasta e estruturada e que expandiu os meus horizontes. E porque este tema fascina todos os que se encantam com a penumbra do terror, resolvemos desafiar a nossa imaginação e colocar em acção a nossa vontade de conquistar outros mundos, mitos e deuses… Todas as publicações digitais do grupo Desenhos, Inks & Rabiscos … têm como destaque um autor que é eleito através de um concurso para escolher a capa.


O vencedor é o destaque da publicação. Nesta publicação a capa vencedora foi desenhada pelo talentoso Ricardo Drumond. Todos os trabalhos propostos para capa tiveram muita qualidade artística. Realço com júbilo que todos os trabalhos que recebi têm um cunho pessoal bastante sombrio e aterrador. É visível uma interpretação individual bastante interessante sobre o terror, onde se constatam as influencias que outras vertentes artísticas transmitem na arte da criação.

Passemos então ao desfile de horrores lendários que assombram (ou não) o nosso imaginário.

Bem hajam todos os participantes pois sem eles este Ezine não seria possível. João Raz


entrevista com...

RICARDO DRUMOND

Chamo-me Ricardo Drumond. Tenho 30 anos. Formei-me em Arquitetura e trabalho a tempo inteiro como Ilustrador/Pintor. Como e onde começou o teu interesse pela arte em geral?

Desde que me lembro que desenho. As primeiras memórias são de quando tinha 4 ou 5 anos. Lembro-me que no ATL era o que fazia nos tempos livres e tornou-se um caso sério quando descobri a coleção de Banda Desenhada dos meus pais, aprendendo a ler com ela e copiando bastantes personagens. Tens formação em artes?

Fiz o antigo Curso Geral de Artes Visuais, no Secundário, na Escola Artística Soares dos Reis e após isso tirei o Mestrado de Arquitectura na Escola Superior Artística do Porto. Quais são as tuas principais influências artísticas?

Essas são bastantes e de vários quadrantes. Desde clássicos que estudei, como Peter Paul Rubens, contemporâneos como Gustav Klimt, Egon Schiele, Mucha e autores de Banda Desenhada como Hugo Pratt, George Pratt, Kent Williams, Sean Phillips, Eduardo Risso e Bill Sienkiewicz entre muitos outros. 10


Menciona quais os teus temas de trabalho favoritos…

Os meus temas favoritos são o Drama/Thriller/Noir, Fantasia Medieval e Erotismo. Dá a conhecer os teus projectos e eventos no passado, presente e planos para o futuro…

Comecei por trabalhar em Arquitetura mas há 3 anos que faço Ilustração a tempo inteiro. Desde a minha adolescência que fui participando em algumas exposições coletivas e individuais, começando então a vender as minhas peças através das mesmas exposições e posteriormente fazendo trabalhos por encomenda, até hoje. De momento vou trabalhando com alguns clientes regulares, como a NBA, estou a finalizar um BD com o amigo André Oliveira para o Aces Weekly, chamada ‘Hats’ e pretendo em breve entrar no mercado dos Comics.

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Qual foi um dos trabalhos que mais prazer te deu em fazer e o que mais te marcou?

Vários para nomear. Trabalho sempre com imenso prazer, na maior parte das vezes. eheh Que aconselhamento darias a um iniciante em Ilustração?

Desenhar todos os dias! Andar sempre com um sketchbook e sujar as mãos. Expressa-te com o que estiver à mão, desde o convencional lápis ou caneta até uma pedra ou um galho queimado. Nunca esperes pela “inspiração”, quando deres por ela queres que o dia tenha 100 horas porque tens muita coisa que desenhar. Como vês o estado da arte em Portugal no âmbito da Ilustração e Banda Desenhada?

Vejo um sem número de excelentes Artistas e um mercado demasiado pequeno para tanta qualidade. É incrível a variedade de traços de grande categoria que vemos por aqui e que, com normalidade, vamos exportando.

MUITO OBRIGADO RICARDO DRUMOND, BEM HAJAS....

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making of ... capa ezine terror do autor ricardo drumond

Primeiro fiz um esboço muito rápido com lápis azul e após isso pormenorizei um pouco com lápis 4B. Na primeira fase a tinta passei um wash a tinta-da-china e depois bloqueei alguns negros com tinta-da-china sem água. Após isso, pintei a parte vermelha com uma mistura de acrílicos, cores Cadmium Red e Mars Black e no fim, adicionei uns brancos com acrílico Titanium White e caneta Posca branca. RicardoDrumond 14


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S O D A I R E L A G S E R O R R HO

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S E R O T U A Álvaro Justino

Luis Belerique

Ana Catarina Eusébio

Luís Maiorgas

Ana Pais

Marco Gomes

André Silva

Mário Simões

Artur Filipe

Moisés Gaspar Almeida

Cassandra zamorano

Nelson Mota

David Coelho

Nuno Dias

Dina Barbosa

Oscar Sá

Diogo Carvalho

Paulo Vicente

Fernando madeira

Quico Nogueira

Inocência Dias

Rafa Pinheiro

Jo Fevereiro

Rogério Perdiz

joÃO GORDINHO

Rui Ramos

João Monteiro

Samuel Malaia

João Pedro

Sandra Rocha

João Raz

Sérgio Santos



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DINA BARBOSA TERROR


ARTUR FILIPE

HISTÓRIAS DE TERROR

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LUIS BELERIQUE TERROR


ARTUR FILIPE TERROR

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QUICO NOGUEIRA NOSFERATU


NUNO DIAS ZOMBIE

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DINA BARBOSA CLOWN


JOテグ PEDRO ZOMBIE

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Rui Ramos

MurmĂşrios das Produndezas: o Comendador de Arkham


Rogério Perdiz Noite de cão

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jo達o monteiro Fear the dark


Ana Pais

Royal Tooth Fairy

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DAVID COELHO

SERVIÇO COM UM SORRISO


DAVID COELHO

PASSEIO PELA FLORESTA

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RAFA PINHEIRO 3 Vil천es


lUIS MAIORGAS

vICTORIAN terror

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InocĂŞncia Dias

A Rainha dos Mortos


sandra rocha zombie

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MOISÉS GASPAR DE ALMEIDA ATRÁS DE MIM


MOISÉS GASPAR DE ALMEIDA ELA CHAMA POR MIM

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Rui Ramos

TERROR NO ESPAÇO


Rogério Perdiz À noite no Parque

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cassandra zamorano A spark in the Dark


CASSANDRA ZAMORANO DEEP SEA

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FERNANDO MADEIRA

DE TRUTE ISE AUTE DER


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PAULO VICENTE ZOMBIE CUPID


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PAULO VICENTE fAIRY


LILIANA MAIA

MONSTRO GUERREIRO

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SERGIO SANTOS SURREAL


JOテグ RaZ

UNDEAD KNIGHT

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MARCOS FÉLIX GOMES DOWN!


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PAULO VICENTE cOFFEE ALIEN


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PAULO VICENTE DEMÓNIOS EM CAFÉ


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SANDRA ROCHA I won’t Bite


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JO FEVEREIRO TERROR


A s cr Ó nicas de A pep LUIS MAIORGAS 1º Capitulo

-Houve tempos em que a Besta conheceu o Amor. Perdido por entre as trevas ouviu a sua voz, doce, delicada que clamava o seu nome incessantemente, rasgando todas as barreiras… E o monstro cedeu…procurou… E lá estava ela…aguardando impacientemente com toda a sua naturalidade. E encostou os seus lábios nos dele, não sabia por onde começar Queria tocá-lo todo, em todo o lado, mas era tão pequena e sensível Não era mais um monstro mas um guerreiro que retornava a casa As trevas desapareceram quando, como que por magia ela fez a luz irromper e uma densa floresta se revelou aos seus olhos. -Mãe, nunca imaginei que o mundo para o qual me expulsaste fosse tão belo! Referiu num momento de êxtase enquanto uma lágrima encontrava o seu caminho Os seus corpos fundiam-se olhando o por do sol na face de cada um A dormência que atingiam com um mero toque valia mais que mil palavras E juntos olhavam por entre as ramagens, a luz parca e límpida esculpia as suas faces As réstias de céu azulavam o verde abundante num cenário d mil cores Aquele cheiro acalmava-o como para um estado de iluminação Por longos anos, ficaram ali alimentando-se mutuamente Doce... bela ...pura energia que o guerreiro consumiu inocentemente… até se desvanecer Pois poder algum poderia saciar a sua sede A sua essência faria parte dele para sempre relembrando-o da sua perda E gritando ao mundo renasceu…

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2º Capitulo

- Ó tempo, se teu desígnio voltar atrás se uma vez mais seguir as pegadas de meu destino provarei o que me satisfaz e te cantarei um hino - Memória, destas se alimentou por gerações num autoflagelo inevitável tomando de assalto sua própria sanidade Um embrulho indesejado de sensações Alimentadas pela saudade Uma memória Uma lágrima Uma alegria agora questionável O seu todo é agora inconsolável A besta, invólucro inviolável da sua própria vulnerabilidade Simbiose pura em paradoxo existencial Sinónimo puro de potencial A seu trilho retorna Mas eis a vingança que se instaura… De memórias de tempos idos se alimentou Num autoflagelo inevitável De uma crueldade imensurável Tomavam de assalto a sua própria sanidade A que se tornava difícil não ceder Uma memória Uma lágrima Uma alegria agora questionável O monstro inconsolável A seu trilho retornou Mas o sentimento de vingança se instaurou O mundo e o limbo deambulou Cidades e aldeias terminou Pois tudo o que era belo se acabou... 78


3º Capitulo

-Por uma eternidade, o monstro vagueou sem destino À deriva ou para onde o levava a saudade Dor magoa sem piedade...a cada passo destruia A floresta de outrora não mais florescia Perdida para sempre...ou assim pensava Mas uma surpresa se aproximava... Doce pura porem fria, nova fonte clamou seu nome Dançando para o seduzir Faminto depressa saciou sua fome Mas algo estava diferente, não quis, não soube e olhou em frente Frágil delicada doce...selvagem O guerreiro tinha reencontrado a sua princesa perdida Mas sua luz não era solitária, também de seus reflexos bebeu E a floresta renasceu... Nos seus olhos a sensualidade de uma deusa Aqueceram a fonte descoberta Engodo pois de ninfa se tratava E sua floresta de sangrar não mais parava...

Moribundo e atraiçoado ao inferno desceu E chorando ao mundo o monstro reapareceu...

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Ana Catarina EusĂŠbio Beheaded


NELSON MOTA .....

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diogo carvalho psybitch


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NELSON MOTA BROCKEN DOLl


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OSCAR SÁ SURRENDER


mário simões no escuro

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ÁLVAR EVIL C

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ÁLVARO JUSTINO EVIL CONSCIENCE


RO JUSTINO CONSCIENCE

TIAGO DINIS KAMUY

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andrテゥ silva

HEAD OF JOテグ RAZ AS A TROPHY


andré silva SELFIE IN HELL

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andré silva

THESCREAMING BRAINLESS


andré silva

THE RISE OF THE UNARTIST

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andré silva

YOUR HEAD MY PASSION


andré silva

ADVENTURES OF WOLFMAN

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luis maiorgas SURVIVAL SKILLS


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jo達o raz pesadelos


luis maiorgas

GHOST GIRL MONSTER

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ANDRÉ SILVA

ZOMBIE AT MOONLIGHT


andré silva

SPOTLIGHT ON DEATH

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SAMUEL MALAIA GATE OF HELL


Desço beco abaixo. A noite está escura, é-me impossível definir muito para além de ténues silhuetas, cujas feições mal me apercebo. O silêncio é total, não se avista ninguém. Um ruído sinistro interrompe todo o silêncio. Volto-me para ver mas... nada. Continua deserto. Sigo adiante, um pouco mais nervo so.

A adrenalina flui em mim agora com mais intensidade: respiração ofegante, ri tmo cardíaco acelerado,... Sinto que vou enlouquecer. Quero continuar mas não consigo. O medo apodera-se da minha mente, a cada segundo que passa. Minhas pernas tremem, mal me aguento. O coração salta agora frenético, batendo a um ritmo alucinante, tornando-se difícil respirar. Procuro auxílio, mas ninguém vem.

NELSON VALADAS

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O HORROR... JOAO AMARAL

O HORROR… O HORROR…

É com esta frase que termina um dos filmes da minha vida. Trata-se de Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola (que anos mais tarde assinaria uma fabulosa versão de Drácula). Sendo um filme de guerra, parece estar aqui totalmente descabido, neste artigo em que falo um pouco sobre o meu fascínio pelo terror, como género. Puro engano. Apocalypse Now reúne algumas características que podem definir, quanto a mim, o sucesso do terror: a exploração dos medos mais ocultos do ser humano, que vão desde o medo pelo desconhecido até à loucura, pura e dura... Na verdade, o terror fascina-me, não tanto pelos banhos de sangue, mas sim, porque pode explorar alguns dos nossos medos mais ocultos, podendo jogar com esses sentimentos a vários níveis. Confesso que não gosto muito de ver sangue a correr como água de forma gratuita. Por isso, existem algumas obras feitas no género que não me dizem absolutamente nada e, por vezes, até me fazem rir pelo exagero desmedido. E, basta dizer, por exemplo, que O Exorcista, de William Friedkin, até nem tem muitas sequências desse género. É toda a ambiência, traduzida pela música e os efeitos sonoros que torna este trabalho num clássico. Não, o que me fascina no género é quando o vejo combinado com uma boa história, que tanto pode explorar uma personalidade verdadeiramente esquizofrénica, como pode ser sarcástica, crítica e combinar magistralmente o suspense com o medo e trocar-nos frequentemente as voltas. Nesse âmbito, não posso deixar de referir Psico ou Os Pássaros, de Alfred Hitchcock que, embora sejam géneros de terror diferentes, abriram as portas para uma série de obras que me deliciaram durante a minha juventude. Alguns dos que descobri e que me fizeram tornar um admirador foram realizados por John Carpenter. Halloween, O Nevoeiro ou Veio do Outro Mundo são obras que me fizeram ter medo, muito medo! 104


Para além disso, surpreendiam-me como espectador, pois nada ali se passava, como eu julgava que seria suposto passar-se. E os finais, lembro-me eram sempre desconcertantes. Ainda tenho bem presente na memória a sequência em que dois homens se sentam junto a uma fogueira, com a suspeita de que o terrível ser que assume a forma da sua vítima, não esteja ainda eliminado. É então que um deles pergunta: “E agora, o que é que vamos fazer?”. Responde o outro: “Vamos esperar um bocado e ver o que é que acontece…”. Sem querer estar a ser exaustivo, até porque são muitas as obras que me têm seduzido ao longo dos anos, posso referir duas adaptações de obras de Stephen King (um verdadeiro mestre no género) que me fascinaram de forma diferente: Carrie, de Brian De Palma ou o claustrofóbico Shining, de Kubrick. Ambos são títulos que exploram muito bem a marginalização, o medo e o pavor, mostrando como a própria realidade pode ser terrivelmente assustadora e trágica. Mas também os célebres zombies, de George Romero ainda hoje me fascinam. Ao contrário do que muitos possam supôr, não são apenas desmesurados banhos de sangue, mas também obras críticas e sarcásticas. Isso é notório, em particular, no segundo e quarto filmes da série: A Maldição dos Mortos Vivos e Terra dos Mortos. Mas não posso deixar de escrever este artigo, sem falar de uma banda desenhada que também me marcou. Trata-se de O Monstro do Pântano, de Len Wein e de Bernie Wrightson (que viria a produzir uma magistral série de imagens para Frankenstein, de Mary Shelley). Nos anos seguintes, tenho descoberto algumas boas surpresas vindas de terras do oriente como, por exemplo, os míticos The Eye ou The Ring. 105


E nos últimos tempos, confesso que tenho adorado seguir Walking Dead, uma história de zombies, cujas referências a Romero são evidentes, mas que vai ainda mais além, explorando notáveis personagens, em que o mundo tal e qual nós o conhecemos, desaparece pura e simplesmente. O que me fascina nesta série são os ensaios sobre a condição humana, no que ela tem de melhor, mas também de pior. Os mortos-vivos são sanguinários, sim, mas também são estúpidos e lentos. O inimigo do homem, neste mundo devastado, é afinal o próprio homem. Não sei como é que a série adaptada da BD, de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn irá acabar, mas até ver, considero o argumento verdadeiramente magistral. É por estas e muitas outras razões que me tornei ao longo dos anos um apreciador do género terror que pode ir da mais insólita comédia (O Lobisomem Americano em Paris) ao medo mais puro, mas para mim as melhores histórias são aquelas em que o o visual serve o argumento e não o contrário.

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Talvez por isso, este seja um género que me atemoriza como autor. Talvez por isso, a única incursão que fiz até à presente data, seja uma história de vampiros que eu pretendia que fosse algo diferente, mas da qual só tenho neste momento cerca de dez páginas.

LUA CLAR A

Trata-se de Lua Clara e pode ser que um dia a acabe… ou não. E a outra boa surpresa que estou a ter, também vem do pequeno ecrã. Trata-se da série The Strain, produzida por Guillermo Del Toro, que no cinema já nos tinha dado os monumentais Hellboy (outra adaptação de uma espectacular BD, de Mike Mignolla) e O Labirinto do Fauno. Sinceramente, não sei. O que sei é que este continua a ser um dos géneros que mais me seduz a todos os níveis. E, longe vão os tempos em que fui ao cinema, ver um filme diferente de tudo o que tinha visto até então. Tratava-se de A Casa do Cemitério, de Lucio Fulci e abriu-me as portas para um novo mundo de medos, suores-frios, enganos e desenganos…

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S A D BAN S A D A H N E S E D

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S E R O T U A EXORCISTA - João GORDINHO OSHIMARO - MITSU BINGU BLINGER O CAÇADOR -NUNO RIBEIRO UM TREINO ASSUSTADOR - FILIPE DUARTE LUA CHEIA - CARLOS ROCHA HEGG EDD - CATARINA SILVA PACIFICA - JOÃO MONTEIRO



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AUTORES Álvaro Justino http://artedalvaro.blogspot.pt/

Ana Catarina Eusébio http://aergia.tumblr.com/

ANA PAIS https://www.facebook.com/aemecreative00

André Silva h t t p s : / / www.facebook.com/ a n d r e s i l v a d e s i g n s ? _ _ m r e f = m e s s a g e _ b u b b l e

Artur Filipe https://www.behance.net/moska

CARLOS ROCHA https://www.facebook.com/profile.php?id=100005208012797

CASSANDRA ZAMORANO http://kuckyzdragingbunny.deviantart.com/

CATARINA SILVA http://patched-fingers.tumblr.com/ DAVID COELHO http://hadesenho.deviantart.com/ Dina Barbosa http://WWW.GRApHICBOOST.NET Diogo Carvalho http://diogorccarvalho.webnode.pt/ Fernando madeira http://www.phermadworks.com 154


filipe duarte http://filipeduartebd.webnode.pt/

inocência dias http://starlightmemories.deviantart.com

jo fevereiro http://jofevereiro.blogspot.com

joão amaral http://joaocamaral.blogspot.com

JOÃO GORDINHO http://jgordinho.deviantart.com/

JOÃO MONTEIRO http://jmonteiro.deviantart.com/

JOÃO PEDRO

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JOÃO RAZ

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LILIANA MAIA

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LUIS MAIORGAS http://lordapep.deviantart.com

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AUTORES mário simoões http://rayluaza.deviantart.com/

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PAULO VICENTE http://paulvincent.deviantart.com QUICO NOGUEIRA http://uraiou.deviantart.com/ RAFA PINHEIRO www.rafapinheiro.pt RICARDO DRUMOND https://www.behance.net/drumond 156


ROGÉRIO PERDIZ http://rogper.tumblr.com/

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SANDRA ROCHA http://cargocollective.com/pandemonia

SÉRGIO SANTOS http://golpe-sergio.tumblr.com/

TIAGO DINIS https://www.facebook.com/tagdinis


AGRADECIMENTOS Os meus sinceros agradecimentos a todos os membros do Grupo Desenhos Inks & Rabiscos ... e em especial Ă Dina Barbosa e ao Nelson Valadas pelo apoio no desenvolvimento do Ezine. A todos os autores que participaram com a sua arte e imenso talento e que de uma forma sensacional ajudaram a compor o Ezine, muito obrigado e bem hajam.

JoĂŁo Raz desenhosinksrabiscos@gmail.com

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FICHA TÉCNICA O grupo Desenhos, Inks & Rabiscos… foi criado no dia 30 de julho de 2013 na área de criação de grupos da rede social Facebook. Este grupo de artes tem como finalidade a comunicação entre autores criativos e a partilha de ideias para dar a conhecer as suas próprias obras nas variadas interpretações artísticas através da arte de desenhar. Ezine: Ezine é um fanzine no formato digital, sem fins lucrativos que visa a divulgação na internet as obras de ilustração e banda desenhada dos autores do grupo. Direitos: Todos os direitos reservados aos autores das respectivas obras. Logotipo: Dina Barbosa Capa Ezine Terror: Ricardo Drumond Edição: João Raz

Cópia ou difusão sob qualquer forma para uso comercial, incluindo publicações comerciais ou para lucro comercial é expressamente proibida. 159


JOテグ GORDINHO EXORCISTA




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